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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PARA CONCURSOS

| Módulo 2 – Prof. Fábio Lobo


OS: 117/2/24-Gil

CONCURSO: CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA – AGENTE ADMINISTRATIVO

Assunto: GESTÃO PARA RESULTADOS, CIDADÃO, SERVIDOR, GOVERNANÇA, GOVERNABILIDADE

Gestão de resultados na produção de serviços públicos


Gestão por resultado é um modelo de gestão corporativa orientado por um conjunto de resultados que a empresa planeja
alcançar em curto, médio ou longo prazo. É um modelo de administração de negócios desenvolvido pelo teórico Peter
Drucker, denominado como Management by Objectives (MBO) em inglês. Os resultados desejados são baseados em
necessidades dos clientes e oportunidades do mercado. Eles são usados para melhorar a qualidade dos produtos ou serviços
oferecidos pela empresa.
Nesse modelo de gestão, o resultado é tido como uma mudança mensurável que a empresa pretende alcançar. Como nem
sempre as mudanças são intencionais ou positivas, considera-se fundamental que os líderes gerenciem continuamente os
resultados para que ações possam realmente provocar mudanças positivas e previsíveis.
A gestão por resultado começa com um planejamento para definir os objetivos e os resultados esperados. Uma vez que
líderes e outros integrantes da empresa concordam em buscar certo conjunto de resultados, a implementação começa, e o
monitoramento se torna uma tarefa essencial para garantir que esses resultados sejam alcançados.
O alcance dos resultados é priorizado em absolutamente todas as atividades e por todos os profissionais que compõem a
empresa. O objetivo da gestão por resultados é engajar os profissionais em torno de objetivos comuns e aumentar
a performance de toda a equipe.
A gestão por resultados na prestação de serviços públicos tem sido amplamente adotada pela administração pública, uma
vez que contrapõe processos burocráticos na entrega desses serviços finais.
A modalidade é uma das principais recomendações da Nova Gestão Pública. Esse modelo de gestão foca na efetividade,
diretamente relacionado aos interesses dos cidadãos, e na flexibilidade de processos, com a intenção de gerar mais eficiência
e responsabilidade no resultado final.

Como fazer gestão por resultados na administração pública?


Como falamos anteriormente, esse modelo de gestão foca em resultados, objetivos e metas, e não em processos
operacionais. Isso porque, a sua finalidade é agregar valor para a sociedade de forma efetiva.
Por esse motivo, na gestão por resultados, envolve-se o monitoramento do desempenho das operações e a satisfação dos
cidadãos. Contudo, para implementar o planejamento estratégico, é preciso acompanhar e avaliar os resultados para
realimentar informações, sobretudo, quando a meta final é alcançada de forma diferente daquela planejada. Saiba mais a
seguir.
• Acompanhamento
Nessa visão estratégica, o acompanhamento tem como função verificar a implementação de projetos e serviços públicos para
que sejam atendidas da melhor forma possível.
Em obras de pavimentação, por exemplo, é imprescindível que gestores acompanhem cada fase de reparo, para evitar falhas,
atrasos e desperdício de materiais durante as operações.

• Avaliação
A avaliação está voltada para a efetividade dos serviços prestados à população. Ou seja, após o trabalho executado, os
responsáveis pela gestão podem avaliar o índice de qualidade do serviço prestado, por exemplo.
No segmento de zeladoria urbana a avaliação pode ser feita por meio de softwares que possibilitam registros de fotos e
relatórios que constatam o cumprimento e eficiência do serviço.

• Realimentação
A realimentação é o feedback do serviço prestado. Assim, são obtidas informações importantes para realizar ajustes e
correções, se necessárias. Neste exemplo, pode-se considerar planejamento estratégico, operações e políticas de trabalho.

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O PAPEL DO SERVIDOR
Os serviços públicos garantem o acesso da população aos direitos básicos, como saúde, educação e segurança. Eles são
essenciais para o desenvolvimento social, pois são responsáveis por essa garantia. Além disso, promovem a igualdade social e
permitem o acesso de pessoas de todas as classes sociais. Por isso, o Estado deve oferecê-los gratuitamente ou a preços
acessíveis.
O servidor público tem um papel decisivo na Gestão Pública, pois sua missão é a de servir o interesse coletivo, demonstrando
comportamento inquestionável, mantendo sigilo e ética.
Em todos os órgãos públicos há sempre a relevante participação dos servidores públicos, confirmando a importância de seus
trabalhos para a sociedade.
Ao ser investido de um cargo público, o servidor assume, além das tarefas inerentes ao cumprimento da função que lhe é
atribuída, o dever subjacente de cuidar do bem-estar da coletividade, zelar pelo patrimônio público e evitar o desperdício.

Cidadania: direitos e deveres do cidadão. O cidadão como usuário e contribuinte.


O cidadão possui, em um regime democrático, seus direitos e deveres. Entre seus direitos estão o de adquirir e exigir serviços
públicos de qualidade. Já, no que diz respeito aos seus deveres, está o de contribuinte de tributos, para auxílio às funções
básicas de governo: alocativa, distributiva e estabilizadora.

GOVERNABILIDADE E GOVERNANÇA
Os termos governança e governabilidade passaram a ser mais debatidos após as crises econômicas dos países em
desenvolvimento nos anos 70 e 80 do século passado e do crescente processo de globalização.
Governança Pública: compreende essencialmente os mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para
avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de
interesse da sociedade.
Governabilidade: diz respeito às condições de legalidade de um determinado governo (sistêmicas e institucionais) para
atentar às transformações necessárias. Nele está envolvido o sistema político, a forma de governo, as relações entre os
poderes, o sistema de intermediação de interesses, ou seja, a “regra do jogo”.
Governança portanto refere-se à capacidade de ação do Estado na implantação das políticas (visão mais técnica), enquanto
que a Governabilidade trata das relações entre os poderes, os sistemas partidários (visão mais política).
Conforme o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado - PDRAE:
“...pretende-se reforçar a governança – a capacidade de governo do Estado - através da transição programada de um tipo de
administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma
administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento do cidadão. O governo brasileiro não carece
de governabilidade, ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na
sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as
políticas públicas é limitada pela rigidez e ineficiência da máquina administrativa.”

Tipos de Governança
Governança Externa: coordenação com diversas entidades governamentais e não governamentais na implementação das
políticas públicas.
Governança Interna: A gestão dos diversos recursos públicos (pessoas, recursos financeiros e recursos materiais).

ACCOUNTABILITY
Segundo Espinoza (2012), o termo accountability pode ser traduzido como controle, fiscalização, responsabilização, ou
ainda prestação de contas.
Portanto Accountability representa mecanismos e procedimentos que induzem os dirigentes governamentais a prestação de
contas.
Podemos entender que Governança e gestão são funções complementares!
Enquanto a gestão faz o manejo dos recursos colocados à disposição da organização e busca o alcance dos objetivos
estabelecidos, a Governança provê direcionamento, monitora e avalia a atuação da gestão, com vistas ao atendimento das
necessidades dos cidadãos e demais partes interessadas. Assim, podemos ter:
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Estratégia

Governança Gestão

Accountability

➢ Tipos de Accountability
Accountability horizontal: é relacionada com o controle e prestação de contas que ocorre quando um poder ou órgão
fiscaliza o outro. Funciona dentro do equilíbrio que deve existir entre os Poderes da República e o próprio controle interno de
cada órgão.
Accountability vertical: se refere ao controle que a população exerce sobre os políticos e os governos. Os principais
mecanismos da accountability vertical seriam: o voto e a ação popular.
Accountability societal: refere-se ao controle exercido pela sociedade civil, muitas vezes representada por ONGs, sindicatos
e associações. Estas instituições, em busca de denunciar abusos e desmandos dos agentes públicos, exercem uma pressão
legítima sobre a Administração Pública.
CONTROLE
De acordo com Lima (2009):
“o controle é corolário do Estado Democrático de Direito, obstando o abuso de poder por parte da autoridade administrativa,
fazendo com que esta paute a sua atuação em defesa do interesse coletivo, mediante uma fiscalização orientadora, corretiva
e até punitiva.”

Classificação:
✓ Quanto ao objeto
Controle de Legalidade (Legitimidade): confirma a validade de atos administrativos praticados, podendo anular aqueles que
estiverem em desconformidade com o ordenamento jurídico ou convalidar aqueles cujos defeitos sejam sanáveis. Pode ser
realizado pelo Poder Judiciário, pelo Poder Legislativo ou pela própria administração que praticou o ato administrativo.
Controle de Mérito: visa a verificar a oportunidade e conveniência administrativas do ato controlado. Realizado sobre um
ato plenamente válido e em “atividade”, mas que tenha se tornado inoportuno e inconveniente.
Controle de Gestão: utilizado por uma organização com a finalidade de garantir que o comportamento dos trabalhadores
esteja alinhado com os seus objetivos e as suas estratégias.

✓ Quanto ao momento
Controle Preventivo (a priori): busca assegurar que o ato seja válido, antes que ele ganhe eficácia. Ocorre antes que o ato
tenha acontecido.
Controle concomitante: efetuado ao mesmo tempo em que a atividade está sendo executada.
Controle Posterior (a posteriori): mais utilizado no setor público quando serão apontados problemas, desvios ou atestar a
legalidade de uma atividade. Busca analisar o ato ou atividade após ele ter ocorrido.

✓ Quanto ao posicionamento do órgão controlador


Controle Interno: feito pela própria instituição. Fundamental para que possa ocorrer uma boa gestão no setor público.

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Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a
finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos
orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e
patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela
darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar
irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.
Controle Externo: efetuado por outra entidade, ou seja, existe o controle de um poder sobre o outro. No caso do governo
federal, o controle externo é realizado pelo Congresso Nacional, com o devido auxílio do Tribunal de Contas da União.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser
elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles
que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração
direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de
provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito,
inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta
ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das
respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados
de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em
lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se
verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao
Senado Federal;

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XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.


§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de
imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas no
parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

TRANSPARÊNCIA
Conforme Pereira:
“a transparência do Estado se efetiva por meio do acesso do cidadão à informação governamental, o que torna mais
democrática as relações entre o Estado e sociedade civil.”
Ser transparente é dar acesso para a sociedade de todos os atos e decisões públicas. É informar à sociedade e deixar
disponíveis dados e informações que possibilitem uma análise e eventual crítica da atuação do Estado.

➢ Transparência segundo a LRF:


A transparência ganhou maior impulso com a Lei Complementar 101/00 (LRF), que dentre seus princípios básicos traz a
transparência conforme o Art. 1º:

§ 1o A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem
desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e
despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da
seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita,
concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.

Esta lei veio exigir dos governos diversos instrumentos de transparência atualmente consagrados, como o Relatório de
Gestão Fiscal - RGF e o Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO.

CAPÍTULO IX
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
Seção I
Da Transparência da Gestão Fiscal
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios
eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o
respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões
simplificadas desses documentos.
§ 1o A transparência será assegurada também mediante:
I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão
dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos
II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas
sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público; e
III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade
estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizarão suas informações e dados contábeis,
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orçamentários e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da
União, os quais deverão ser divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público.
§ 3o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminharão ao Ministério da Fazenda, nos termos e na
periodicidade a serem definidos em instrução específica deste órgão, as informações necessárias para a constituição do
registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que trata o § 4 o do art. 32.
§ 4o A inobservância do disposto nos §§ 2o e 3o ensejará as penalidades previstas no § 2o do art. 51.
§ 5o Nos casos de envio conforme disposto no § 2 o, para todos os efeitos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere o caput.
§ 6o Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos autarquias, fundações públicas, empresas estatais
dependentes e fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de execução orçamentária e financeira,
mantidos e gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a autonomia.
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a
qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a:
I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execução da despesa, no
momento de sua realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número do correspondente processo,
ao bem fornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao
procedimento licitatório realizado;
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a
recursos extraordinários.
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no
respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos
e instituições da sociedade.
Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências
financeiras oficiais de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, especificando os
empréstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social e, no caso
das agências financeiras, avaliação circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício.

QUESTÕES

1. (FGV) Para reduzir ineficiências e lentidões do modelo burocrático, a reforma administrativa da década de 1990 teve,
como uma de suas principais mudanças, a implantação da gestão por resultados.
Em relação a esse conceito fundamental para a modificação do paradigma administrativo brasileiro, é correto afirmar
que ele promovia, essencialmente,
a. a profissionalização da Administração Pública, viabilizando a previsibilidade das expectativas do funcionamento das
organizações.
b. a formalização das comunicações em conjunto com a impessoalidade nos relacionamentos entre os pares, reduzindo
incentivos para a corrupção.
c. a valorização da competência técnica graças à meritocracia, reforçada por meio da realização de concursos públicos.
d. o aumento da autonomia dos gestores públicos, mudando o foco do controle procedimental para a verificação do
cumprimento das metas acordadas.
e. a padronização das ações de rotina e dos processos via normatização, efetivada por meio de regulamentos técnicos
utilizados de forma genérica.

2. (FGV) A gestão por resultados começou a ser implementada no Brasil após o Plano Diretor de Reforma do Aparelho do
Estado (PDRAE), instituído no ano de 1995, em um momento de intensos debates acerca da reformulação do papel do
Estado no contexto de globalização.
Diante do exposto, acerca da gestão por resultados, é correto afirmar que
a. retoma modelos participativos utilizados no modelo weberiano, como conselhos de políticas públicas e audiências
públicas.
b. baseia-se na intensificação dos mecanismos de controle, fortalecendo regras autorreferentes.
c. exige a previsibilidade de funcionamento, reduzindo a autonomia dos gestores públicos.
d. delineia os objetivos com maior precisão, otimizando o exercício da accountability.
e. estimula a criação de símbolos de autoridade, encorajando o respeito hierárquico ao superior.

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3. (FGV) A década de 1990 ficou marcada, no contexto brasileiro, pelo advento do modelo de Gestão por Resultados na
Administração Pública que visava a garantir um maior êxito na consecução de políticas públicas.
Assinale a opção que apresenta uma prática indispensável para o sucesso desse modelo.
a. A elaboração de organogramas globais que permitam a definição clara das hierarquias.
b. A implantação de formulários protocolares com padrões ortodoxos a serem seguidos.
c. A utilização de indicadores para a avaliação detalhada do desempenho.
d. A adoção de mecanismos de controle que priorizem inspeções prévias das ações.

4. (FGV) A técnica de gestão por resultados, comumente empregada na Administração Pública Brasileira, encontra-se
inserida no contexto das reformas gerenciais, fortalecido na década de 90, no país.
Sobre as características da Gestão Por Resultados, analise os itens a seguir.

I. Descentralização da tomada de decisões governamentais.


II. Implementação de estritos padrões de conduta para os gestores.
III. Hierarquização das relações fundamentada na importância dos cargos

Está correto o que se afirma em


a. I, apenas.
b. I e II, apenas.
c. II e III, apenas.
d. I, II e III.

5. (FGV) Considerando-se as transformações no Estado brasileiro, desde meados dos anos 1990 e após a
redemocratização, uma preocupação central foi esclarecer conceitos relacionados ao mapeamento de problemas e
soluções. Naquele momento, foi afirmado que o governo brasileiro possuía poder para governar dada a sua
legitimidade democrática, bem como às próprias condições materiais de exercício do poder do Estado e do governo
derivadas da sua postura diante da sociedade civil e do mercado. Essa análise levava em consideração que o sistema
político do Estado tinha uma condição democrática adequada a formação e orientação dos seus respectivos governos,
como voto secreto, eleições diretas, sufrágio universal, respeito à oposição, liberdade de expressão e associação, além
do pluripartidarismo.
Para melhor compreender tal análise mostra-se central o conceito de
a. accountability.
b. governabilidade.
c. governança.
d. responsabilização.
e. patrimonialismo.

6. (FGV) Considere que, em um Congresso de Administração Pública, tenha havido um debate entre especialistas da área e
um dos convidados tenha afirmado que, entre os principais problemas atuais do Brasil, está o da falta de governança.
Nesse caso, evidencia-se que o especialista quis dizer que
a. o governo carece de legitimidade institucional perante o público em geral e a sociedade civil.
b. o intervencionismo estatal na iniciativa privada inibe o surgimento de empresas de caráter global.
c. existe uma limitação na capacidade gerencial do governo de implementar políticas públicas.
d. a responsabilização de administradores de recursos público perante as instâncias fiscalizatórias não é efetiva.
e. a ausência de ações de empreendedorismo governamental prejudicam a autonomia energética com relação aos países
desenvolvidos.

7. (FGV) A respeito dos conceitos de governabilidade e governança em um contexto democrático, relacione corretamente
essas categorias a seus respectivos atributos.

1. Governabilidade
2. Governança

( ) Refere-se às condições substantivas e materiais de exercício do poder e de legitimidade do Estado e do seu governo,
decorrentes de sua postura diante da sociedade civil e do mercado.
( ) Entende-se como a formulação e implementação das políticas de um governo para a consecução das metas coletivas
que compõem o seu programa, legitimado pelas urnas.

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( ) Concebe-se como a autoridade política do Estado em si, sua capacidade para agregar os múltiplos interesses dispersos
pela sociedade e apresentar-lhes um objetivo comum para os curto, médio e longo prazos.
( ) Apoia-se nos agentes públicos ou servidores do Estado que possibilitam a formulação e implementação das políticas
públicas e representam o Estado diante da sociedade civil e do mercado.

Assinale a opção que estabelece a relação correta, na ordem apresentada.


a. 1, 2, 2 e 1.
b. 2, 1, 1 e 2.
c. 1, 1, 2 e 1.
d. 1, 2, 1 e 2.
e. 2, 2, 1 e 1.

8. (FGV) Um dos princípios de governança que serve de guia para a atuação das organizações públicas diz respeito às ações
organizacionais e ao comportamento do agente público, referindo-se à adesão e ao alinhamento consistentes nos
valores, princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os interesses privados.
Esse é o princípio da:
a. accountability;
b. equidade;
c. integridade;
d. participação;
e. transparência.

9. (FGV) Na gestão por resultados, cabe ao gestor tomar decisões com base em critérios como eficiência, eficácia,
viabilidade e aceitabilidade.
Sobre o papel do gestor e a gestão por resultados na administração pública, é correto afirmar que:
a. é inflexível, dada a atenção elevada aos mecanismos de mensuração, ao mesmo tempo que tem níveis altos de
accountability gerados por objetivos mensuráveis e transparentes;
b. é flexível, dada a atenção reduzida aos processos burocráticos, ao mesmo tempo que tem níveis altos
de accountability gerados por objetivos mensuráveis e transparentes;
c. é flexível, dada a atenção elevada aos mecanismos de mensuração, ao mesmo tempo que tem níveis baixos
de accountability gerados por objetivos mensuráveis, porém opacos;
d. é inflexível, dada a atenção reduzida aos processos burocráticos, ao mesmo tempo que tem níveis baixos
de accountability gerados por objetivos não mensuráveis mesmo que transparentes;
e. é flexível, dada a atenção reduzida aos mecanismos de mensuração, ao mesmo tempo que tem níveis baixos
de accountability gerados por objetivos mensuráveis e transparentes.

10. (FGV) Em uma política de incentivo fiscal, de um determinado Estado brasileiro, foi observada a existência de lacunas,
redundâncias e incoerências na definição das responsabilidades de vários órgãos e setores dos três poderes tanto na
implementação quanto no monitoramento e avaliação dos resultados da política. Esse cenário revelou problemas na
atuação de diversas “agências estatais” que deveriam ter o poder legal e a capacidade para supervisionar rotinas
administrativas e aplicar sanções caso se verificassem irregularidades nas ações de outros órgãos e setores estatais.
Em termos de transparência e responsabilização entre diferentes órgãos de Estado, esse cenário descreve um problema
na garantia de:
a. accountability horizontal;
b. accountability vertical;
c. gestão de custos;
d. governo eletrônico;
e. construção de agenda.

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
D D C A B C D C B A

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