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ESP.

EM ESTRUTURAS DE CONCRETO E FUNDAÇÃO

DISCIPLINA: CONCRETO ARMADO II

Coordenação do curso:
Prof. Dr. Roberto Chust Carvalho

Ministrante da aula:
Prof. Marcos Alberto Ferreira da Silva
1
Cálculo da Armadura Transversal
 Cálculo da Armadura Longitudinal
 Considerado – Flexão Pura (Inexistência de Cortante)
 Tensões Normais → resistidas pelo concreto e pelo aço.

 Cálculo da Armadura de Cisalhamento


 Carregamentos verticais – Flexão Não Pura

 Tensões Normais → resistidas pelo concreto e pelo aço.


 Tensões Tangenciais → equilibrar o esforço cortante
2
Cálculo da Armadura Transversal
 Cálculo da Armadura de Cisalhamento

Tensões Normais // Tensões Tangenciais


(Estado Duplo de Tensões)

 Problema de Solução Complexa Influenciado:

 Forma da seção
 Posição da armadura
 Esbeltes da peça
 Condições de apoio
 Condições de carregamento
3
Cálculo da Armadura Transversal
 Comportamento Resistente
 Para pequenos valores da força P.
 Tensões de tração inferiores às tensões de tração resistidas
pelo concreto.
 Não a fissuração (Estádio I)

4
Cálculo da Armadura Transversal
 Comportamento Resistente
 Com aumento gradativo do valores da força P.
 Tensões de tração superam às tensões de tração resistidas
pelo concreto.
 Aparecimento das primeiras fissuras de flexão (Estádio II)

5
Cálculo da Armadura Transversal
 Comportamento Resistente
 Continuando o aumento gradativo da força P.
 Tensões de tração superam às tensões de tração resistidas
pelo concreto.
 Aparecimento de fissuras entre a força e apoio (Estádio II)

6
Cálculo da Armadura Transversal
 Comportamento Resistente
 Continuando o aumento gradativo da força P.
 Tensões de tração superam às tensões de tração resistidas
pelo concreto.
 Aparecimento de fissuras em toda extensão da viga
(Estádio II)

7
Cálculo da Armadura Transversal
 Comportamento Resistente no Estádio II

 Tensões de compressão resistidas por concreto íntegro


entre as fissuras.

 Tensões de tração resistida por


Armadura transversal. (Estribos)

• 𝐴𝑠𝑤 → Proporciona segurança


a distintos tipos de ruptura.
• 𝐴𝑠𝑤 → Controla fissuração
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Cálculo da Armadura Transversal
 Tipos de Colapso Devido à Ação da Força Cortante

 Ruptura por escoamento da armadura transversal.


 Causa: Armadura transversal insuficiente para resistir as
tensões de tração devidas à força cortante

9
Cálculo da Armadura Transversal
 Tipos de Colapso Devido à Ação da Força Cortante

 Ruptura por esmagamento da biela comprimida.


 Causa: Tensões de compressão na biela maiores que a
tensão resistida pelo concreto.

10
Cálculo da Armadura Transversal
 Tipos de Colapso Devido à Ação da Força Cortante

 Ruptura por falha de ancoragem nos apoios.


 Causa: Ancoragem insuficiente da armadura longitudinal
no apoio. (Colapso na junção da diagonal comprimida com
o banzo tracionado)

11
Cálculo da Armadura Transversal
 Tipos de Colapso Devido à Ação da Força Cortante

 Ruptura do banzo comprimido devido ao cisalhamento.


 Causa: Armadura de cisalhamento insuficiente entrando
em escoamento. Fissuração atingem a região comprimida
da viga, diminuindo sua seção resistente.

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Cálculo da Armadura Transversal

 Cisalhamento em Vigas

 Obrigatório o detalhamento de uma armadura mínima


transversal.

 Cisalhamento em Lajes

 Geralmente sem armadura de tração.


 Cortante combatido apenas pelo concreto.
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Tensões Normais e Tangenciais em Uma Viga
 Considerando concreto como material homogêneo
 Tensões calculadas com os conceitos da Resistência dos
Materiais.
 Tensões normais e tangenciais variam de fibra a fibra ao
longo da altura.

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Tensões Normais e Tangenciais em Uma Viga
𝑀
𝜎= .𝑦
𝐼 𝑉
𝜏𝑚𝑎𝑥 =
𝑉. 𝑀𝑠 𝑏𝑤 . 𝑍
𝜏=
𝑏𝑤 . 𝐼

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Analogia de Treliça de Mörsch
 W. Ritter e E. Mörsch (início do século XX)

16
Cálculo da Armadura Transversal
 Hipóteses para o cálculo das forças nas barras da treliça

 Treliça é isostática.
 Banzos são paralelos.
 Inclinação das fissuras (bielas
comprimidas) é de 45°.
 Inclinação da Armadura
Transversal (𝛼) entre 45° e 90°.

17
Cálculo da Armadura Transversal
 Equações para o cálculo da armadura transversal
1,10 . 𝜏𝑠𝑑 1 𝐴𝑠𝑤 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑 . (𝑠𝑒𝑛𝛼 + 𝑐𝑜𝑠𝛼)
𝜌𝑠𝑤,𝛼 = . 𝑠=
𝑓𝑦𝑑 𝑠𝑒𝑛𝛼. (𝑠𝑒𝑛𝛼 + 𝑐𝑜𝑠𝛼) 1,10. 𝑉𝑠𝑑

Caso Geral (Estribo a 90°)


𝐴𝑠𝑤
𝜌𝑠𝑤,90 =
𝑏𝑤 . 𝑠
1,10. 𝜏𝑠𝑑
𝜌𝑠𝑤,90 =
𝑓𝑦𝑑
𝐴𝑠𝑤 . 𝑑 . 𝑓𝑦𝑑
s=
1,10. 𝑉𝑠𝑑 18
Cálculo da Armadura Transversal
 Barras dobradas ou estribos verticais?

Taxa de armadura idêntica

19
Cálculo da Armadura Transversal
 Barras dobradas ou estribos verticais?

 Barras dobradas  Estribos Verticais

 Execução mais complicada  Execução mais simples


 Necessita de complemento em  Tem bitola menores e podem
estribo ser melhor distribuídos
 Tem bitola maior que os  Auxiliam na montagem da
estribos Armadura Longitudinal
 Ancoragem da biela deficiente  etc.
 etc.

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Cálculo da Armadura Transversal
 Principais Tipos de Estribo

Simples Fechado Simples Aberto

Duplo Fechado Triblo Fechado 21


Verificação das Bielas de Concreto Comprimidas
 Equações para a verificação das bielas comprimidas
 Equilíbrio das forças atuantes na seção da biela.

1,10 . 𝜏𝑠𝑑
𝜎𝑐 =
𝑠𝑒𝑛2 𝛽. (𝑐𝑜𝑡𝛼 + 𝑐𝑜𝑡𝛽)
22
Treliça Generalizada de Mörsch
 Treliça de Mörsch Clássica → Armadura Transversal
Exagerada.

 Treliça hiperestática (Nós não são articulações perfeitas).


 Nas regiões mais solicitadas pelo cortante inclinação das
bielas menor que 45°.
 Banzo não são paralelos.
 Bielas comprimidas são mais rígidas que os montantes e
absorvem uma parcela maior do cortante.
 ...

23
Treliça Generalizada de Mörsch
 Treliça de Mörsch Clássica → Treliça Generalizada de
Mörsch

Treliça de Mörsch Clássica


Tensão na arm. transversal inferior
as obtidas com a teoria clássica

Modelos simplificados, mantendo os princípios da teoria


clássica, mas também baseado em resultados de ensaios

Treliça Generalizada de Mörsch


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ELU – Elementos Lineares Sobre Força Cortante
(NBR 6118:2014)
 Hipóteses Básicas
 Modelos de cálculo associam:
o Analogia de treliça com banzos paralelos
o Mecanismos resistentes complementares
 Mecanismos resistentes complementares (𝑉𝑐 )
o Engrenamento entre as partes do concreto fissurada
o Resistência da armadura longitudinal
 Ângulo de inclinação das armaduras
o 45° ≤ 𝛼 ≤ 90°
25
ELU – Elementos Lineares Sobre Força Cortante
(NBR 6118:2014)
 Verificação do Estado Limite Último
 Resistência satisfatória se:
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑3
Onde:
𝑉𝑠𝑑 → Força cortante de cálculo
𝑉𝑅𝑑2 → Cortante resistente de cálculo relativa à ruina das diagonais
comprimidas.
𝑉𝑅𝑑3 = 𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤 → cortante resistente de cálculo relativa à ruina por
tração.
𝑉𝑠𝑤 → Cortante resistida pela armadura.
𝑉𝑠𝑤 → Cortante resistida por mecanismos complementares.
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ELU – Elementos Lineares Sobre Força Cortante
(NBR 6118:2014)
 Modelo de Cálculo I
 Diagonais de Compressão Inclinadas de 𝜃 = 45° .

 Verificação da Tensão de Compressão (𝑉𝑅𝑑2 )

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2,𝐼
𝑉𝑅𝑑2,𝐼 = 0,27. 𝛼𝑉2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑

Onde:
𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑉2 = 1− 𝑓𝑐𝑘 → 𝑀𝑃𝑎
250
27
ELU – Elementos Lineares Sobre Força Cortante
(NBR 6118:2014)
 Modelo de Cálculo I
 Cálculo da Armadura
𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑3 → 𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑅𝑑3 𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐
𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑅𝑑3 𝑉𝑐 = 0,6. 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑
𝑉𝑐 + 𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 2/3
𝑓𝑐𝑡𝑑 = 0,15. 𝑓𝑐𝑘
𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐 𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑠𝑤 = . 0,9. 𝑑. 𝑓𝑦𝑤𝑑
𝑉𝑠𝑤 → 𝐴𝑠𝑤 𝑠

𝑓𝑦𝑤𝑑 = 𝑓𝑦𝑑 (Estribos) 𝑓𝑦𝑤𝑑 = 0,7. 𝑓𝑦𝑑 (Barra dobrada)


EXERCÍCIO 10
Calcular usando o Modelo I a armadura transversal
necessária para o maior cortante do tramo.
Estribo simples fechado (𝛼 = 90)
𝑓𝑐𝑘 = 25 𝑀𝑃𝑎 𝐶𝑜𝑏 = 3,0 𝑐𝑚
𝑏𝑤 = 0,25 𝑚 ℎ = 0,80 𝑚
𝑑 = 0,70 𝑚

29
ELU – Elementos Lineares Sobre Força Cortante
(NBR 6118:2014)
 Modelo de Cálculo II
 Diagonais de Compressão Inclinadas de 30° ≤ 𝜃 ≤ 45° .

 Verificação da Tensão de Compressão (𝑉𝑅𝑑2 )

𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑅𝑑2,𝐼𝐼
𝑉𝑅𝑑2,𝐼𝐼 = 0,54. 𝛼𝑉2 . 𝑓𝑐𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑. 𝑠𝑒𝑛2 𝜃. (𝑐𝑜𝑡𝛼 + 𝑐𝑜𝑡𝜃)

Onde:
𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑉2 = 1− 𝑓𝑐𝑘 → 𝑀𝑃𝑎
250
30
ELU – Elementos Lineares Sobre Força Cortante
(NBR 6118:2014)
 Modelo de Cálculo II
 Cálculo da Armadura
𝑽𝒔𝒅 𝑽𝒄
𝑉𝑠𝑤 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐 𝑉𝑐
𝑉𝑐
𝑉𝑠𝑑 𝑋
𝑉𝑐 = 0,6. 𝑓𝑐𝑡𝑑 . 𝑏𝑤 . 𝑑 → 𝑉𝑠𝑑 ≤ 𝑉𝑐
𝑉𝑅𝑑2,𝐼𝐼 0
𝑉𝑐 = 0 → 𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑅𝑑2,𝐼𝐼
𝑥 − 𝑉𝑐 0 − 𝑉𝑐
=
𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐 𝑉𝑅𝑑2,𝐼𝐼 − 𝑉𝑐
𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑠𝑤 = . 0,9. 𝑑. 𝑓𝑦𝑤𝑑 . 𝑐𝑜𝑡𝜃
𝑠
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EXERCÍCIO 11
Calcular usando o Modelo II a armadura transversal
necessária para o maior cortante do tramo.
Estribo simples fechado (𝛼 = 90)
𝑓𝑐𝑘 = 25 𝑀𝑃𝑎 𝐶𝑜𝑏 = 3,0 𝑐𝑚
𝑏𝑤 = 0,25 𝑚 ℎ = 0,80 𝑚
𝑑 = 0,70 𝑚 𝜃 = 30°

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Prescrições Para Det. Da Armadura Transversal

 Armadura Mínima Transversal


 Necessária para:
 Limitar a Inclinação das bielas e a abertura de fissuras.
 Evitar flambagem da armadura longitudinal comprimida.
 Evitar ruptura brusca logo após surgimento das fissuras
inclinadas caso sejam aplicados carregamentos não previstos.
 Não necessitam de Armadura Mínima Transversal
 Elementos com 𝑏𝑤 > 5. 𝑑 .
 Nervuras de laje nervurada (𝑒 < 65𝑐𝑚).
 Casos particulares de pilares e elementos de fundação.
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Prescrições Para Det. Da Armadura Transversal

 Armadura Mínima Transversal


𝐴𝑠𝑤 𝑓𝑐𝑡𝑚 2/3
𝜌𝑠𝑤,𝛼 = ≥ 𝜌𝑠𝑤𝛼,𝑚𝑖𝑛 = 0,2. 𝑓𝑐𝑡𝑚 = 0,3. 𝑓𝑐𝑘
𝑏𝑤 . 𝑠. 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝑓𝑦𝑤𝑘

Caso Geral (𝛼 = 90°)


𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 𝑓𝑐𝑡𝑚
= 0,2. . 𝑏𝑤
𝑠 𝑓𝑦𝑤𝑘
2/3
𝑉𝑅 = 644. 𝑏𝑤 . 𝑑 𝜌𝑠𝑤,90 . 𝑓𝑦𝑤𝑑 + 0,1. 𝑓𝑐𝑘
2/3
𝑉𝑅𝐼,𝜌𝑚𝑖𝑛 = 98. 𝑏𝑤 . 𝑑. 𝑓𝑐𝑘
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Prescrições Para Det. Da Armadura Transversal

 Diâmetro de estribos
𝑏𝑤ൗ
5,0 𝑚𝑚 ≤ ∅𝑡 ≤ 10
 Se for constituído por barra lisa ∅𝑡,𝑚𝑎𝑥 = 12𝑚𝑚

 Constituição da Armadura Transversal

 Se for constituída por combinação de estribos e barras


dobradas. Barras dobradas devem suportar no máximo
60% do esforço total.
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Prescrições Para Det. Da Armadura Transversal

 Espaçamentos Entre Armadura Transversal


 Espaçamento mínimo → Passagem do vibrador.

 Espaçamento Máximo

0,6. 𝑑 ≤ 300 𝑠𝑒 𝑉𝑠𝑑 ≤ 0,67. 𝑉𝑅𝑑2


𝑠𝑚𝑎𝑥 ≤ቊ
0,3. 𝑑 ≤ 200 𝑠𝑒 𝑉𝑠𝑑 > 0,67. 𝑉𝑅𝑑2

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Prescrições Para Det. Da Armadura Transversal

 Ganchos e diâmetros internos de dobramento de estribos


 Gancho semicircular ou em ângulo de 45°
o Ponta reta → 5. ∅𝑡 ≥ 5𝑐𝑚

 Gancho em ângulo reto


o Ponta reta → 10. ∅𝑡 ≥ 7𝑐𝑚
∅ da barra(mm) CA25 CA50 CA60
∅ ≤ 10 3. ∅𝑡 3. ∅𝑡 3. ∅𝑡
10 < ∅ < 20 4. ∅𝑡 5. ∅𝑡 −
∅ ≥ 20 5. ∅𝑡 8. ∅𝑡 −
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EXERCÍCIO 12
Detalhar a armadura transversal ao longo da viga utilizando o
Modelo de Cálculo I.
Estribo simples fechado (𝛼 = 90)
𝑓𝑐𝑘 = 25 𝑀𝑃𝑎 𝐶𝑜𝑏 = 3,0 𝑐𝑚
𝑏𝑤 = 0,25 𝑚 ℎ = 0,80 𝑚
𝑑 = 0,70 𝑚

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Roteiro Para Armadura Transversal

• Verificação da tensão de compressão na biela (𝑉𝑅𝑑2 )


• Cálculo da armadura transversal mínima (𝐴𝑠𝑤,𝑚𝑖𝑛 )
• Cálculo do espaçamento máximo entre estribos (𝑆𝑚𝑎𝑥 )
• Cálculo da força cortante resistida pela armadura mínima.
• Cálculo da armadura transversal para cortante superior ao
resistido pela armadura mínima.
• Cálculo do número de estribos para cada trecho da viga.
• Detalhamento dos estribos.
• Elaborar quadro de aço.
39
Fim!!! – Obrigado a Todos

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