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Unidade II

Resolução de Exercícios

Apresentação

Guilherme Pereira dos Reis

Engenheiro Civil formado na Universidade Católica de Brasília (UCB), em graduação sanduíche pela
California State University, Los Angeles (CSULA)

Mestre em Integridade Estrutural pela Universidade de Brasília (UnB)


Resolução de Exercícios

Verificação de segurança

Em resumo, podemos dizer que o estado limite ultimo está direcionado ao colapso ou ruina da
estrutura. Segundo a NBR 6118:2014, os estados limites de serviços são relacionados ao conforto do
usuário, durabilidade, aparência e boa utilização da estrutura.

No momento em que a estrutura alcança um dos estados limites de serviço a sua utilização poderá
ser comprometida, mesmo que não se tenha esgotado sua capacidade de resistir aos esforços
solicitantes, ou seja, a estrutura não oferece condições de conforto e durabilidade, embora não ter
sofrido a sua ruína.
Resolução de Exercícios

Verificação de segurança

• Estado limite de formação de fissura: é o estado em que a formação de fissuras se inicia. Nele a
tensão de tração máxima na seção transversal foi atingida.
• Estado limite de abertura das fissuras: nele as fissuras apresentam aberturas maiores das
fissuras. Em concreto protendido com protensão parcial a abertura destas fissuras não deve ser
maior que 0,2 mm.
• Estado limite de deformações excessivas: neste estado a estrutura sofre deformações que
atingem o limite estabelecido para a utilização normal da edificação. O projetista deve limitar as
flechas de deformação aos valores aceitáveis.

• Estado limite de descompressão parcial: estado no que a compressão na seção transversal


ocorre na região onde existem armaduras ativas.
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Verificação de segurança

• Estado limite de descompressão: estado em que um ou mais pontos da seção transversal tem
tensão normal nula, ou seja, não há tração no restante da seção. Em concretos protendidos este
estado limite deve ser verificado no estágio 1, conforme NBR 6118:2014.
• Estado limite de compressão excessiva: nele as tensões de compressão atingem os limites
estabelecidos, sendo usuais em concreto protendido na aplicação da protensão.
• Estado limite de vibrações excessivas: estado em que as vibrações atingem os valores máximos
estabelecidos para a utilização da estrutura. Cabe ao engenheiro projetista limitar estas vibrações
para que não comprometa.
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Verificação de segurança

As combinações ultimas normais incluem as ações permanentes, ações variáveis principais com o
uso dos seus valores característicos, sendo considerado secundárias as demais ações variáveis.

Nas combinações ultimas especiais ou chamadas de construção, devem ser consideradas as ações
permanentes e as ações variáveis especiais quando existir, sendo considerado o seu valor
característico com as demais ações variáveis de ocorrência simultâneas conforme as
recomendações da NBR 8681:2003.
Resolução de Exercícios

Perdas de Protensão
Resolução de Exercícios

Perdas de Protensão
Resolução de Exercícios

Perdas de Protensão

∆𝑃𝑃𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 = ∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 + (∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 )


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Perdas de Protensão
∆𝑃𝑃𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 = ∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 + ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐

onde as três primeiras perdas (∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐) são iniciais, Δ𝑃𝑃𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 é uma perda imediata, e as três
últimas são perdas progressivas posteriores (∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 ).
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Perdas de Protensão

∆𝑃𝑃𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 = ∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑡𝑡𝑡𝑡 + ∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + ∆𝑃𝑃𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 + (∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐1 ) + (∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 )
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Perdas de Protensão
∆𝑃𝑃𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡𝑡 = ∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑡𝑡𝑡𝑡 + ∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + ∆𝑃𝑃𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 + ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐1 + ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐

As seis primeiras perdas são imediatas, e as três últimas são perdas progressivas posteriores.

• Valores típicos das forças de protensão

𝑃𝑃𝑖𝑖 é a “força máxima aplicada à armadura de protensão pelo equipamento de tração.” é a força máxima
inicial aplicada na armadura antes da fixação nas ancoragens, tanto na pré-tensão (pista de protensão)
quanto na pós-tensão.

Força de Protensão 𝑃𝑃𝑎𝑎

A força 𝑃𝑃𝑎𝑎 ocorre somente na pré-tensão e corresponde à força na armadura de protensão no instante
imediatamente anterior à liberação das ancoragens.

𝑃𝑃𝑎𝑎 = 𝑃𝑃𝑖𝑖 − (∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 )


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Perdas de Protensão

Força de Protensão Po
A força Po (x) é a “força na armadura de protensão no tempo t = 0, na seção de abcissa x.” É o valor inicial da
força de protensão transferida ao concreto.

Na pré-tensão é a força ancorada (Pa - Eq. 5.3) diminuída da perda de protensão por encurtamento elástico
imediato do concreto:

𝑃𝑃𝑜𝑜 = 𝑃𝑃𝑎𝑎 − ∆𝑃𝑃𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒


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Perdas de Protensão

Na pós-tensão é a força inicial no cilindro (𝑃𝑃𝑖𝑖 ) diminuída das perdas de protensão devidas ao atrito dos cabos
nas bainhas, do escorregamento da armadura na ancoragem, do encurtamento elástico imediato do concreto
devido o estiramento dos cabos restantes, da relaxação inicial da armadura, e da retração e fluência iniciais
do concreto.

𝑃𝑃𝑜𝑜 𝑥𝑥 = 𝑃𝑃𝑖𝑖 − (∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + ∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + ∆𝑃𝑃𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 + ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 )

Força de Protensão Pt
A força Pt (x) é a “força na armadura de protensão, no tempo t, na seção de abcissa x.”

𝑃𝑃𝑡𝑡 (𝑥𝑥) = 𝑃𝑃𝑜𝑜 (𝑥𝑥) − ∆𝑃𝑃𝑡𝑡 (𝑥𝑥)


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Perdas de Protensão
Perda por Escorregamento da Armadura na Ancoragem na Pré-Tensão - ∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎

Na pré-tensão em pista de protensão, geralmente a armadura (cordoalha ou fio) é fixada em uma extremidade
(cabeceira da pista) e estirada pelo cilindro hidráulico na outra extremidade.

Quando a força ou tensão de estiramento é alcançada, a armadura é solta pelo cilindro e então movimenta-se
elasticamente em sentido contrário ao alongamento

Ocorre, um pequeno escorregamento relativo à cunha, que com o atrito é forçada a penetrar mais
profundamente no furo cônico do dispositivo porta-cunha, até que se fixa e consequentemente trava a
armadura.

𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒
∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 = ∗ 100
𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎. 𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎
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Perdas de Protensão
Perda por Relaxação do Aço- ∆𝑃𝑃𝑟𝑟

Relaxação é a perda de tensão com o tempo em um aço estirado e mantido com comprimento e temperatura
constantes. A relaxação ocorre a partir do instante que o aço é estirado, e a perda de força de protensão que
causa não é pequena (para tensões bem maiores que 0,5fptk).

As normas NBR 7482 e 7483 estabelecem valores médios determinados experimentalmente para o coeficiente
de relaxação de fios e cordoalhas (ψ1000), medidos após 1.000 horas à temperatura constante de 20°C, para
tensões (σpo) variando de 0,5 a 0,8fptk.
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Perdas de Protensão
Perda por Relaxação da Armadura – coeficiente de relaxação 𝜓𝜓1000 - 8.4.8 (6118-2014)
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Perdas de Protensão
Perda por Relaxação inicial da Armadura ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 Perda por Relaxação da Armadura

𝜓𝜓 𝑡𝑡∞ ; 𝑡𝑡0 ≅ 2,5 ∗ 𝜓𝜓1000 - para (∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 ) 𝜓𝜓 𝑡𝑡∞ ; 𝑡𝑡0 - coeficiente de relaxação, para
valores diferentes da tabela.

𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0 0,15
𝜓𝜓 𝑡𝑡; 𝑡𝑡0 = 𝜓𝜓1000 𝑡𝑡−𝑡𝑡0 0,15
1000 𝜓𝜓1000 1000 - t em horas

𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0 0,15
𝜓𝜓 𝑡𝑡; 𝑡𝑡0 = 𝜓𝜓1000 𝑡𝑡−𝑡𝑡0 0,15
41,67 𝜓𝜓1000 41,67 - t em dias

Δ𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝 (𝑡𝑡; 𝑡𝑡0 ) Δ𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝 (𝑡𝑡;𝑡𝑡0 )


𝜓𝜓 𝑡𝑡; 𝑡𝑡0 = 𝜓𝜓 𝑡𝑡; 𝑡𝑡0 = - perda de tensão por
𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝 𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝
relaxação
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Perdas de Protensão

Perda por Retração do Concreto – Para ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐

Δ𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 = 𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 . 𝐸𝐸𝑝𝑝

Onde:

𝐸𝐸𝑝𝑝 - Módulo de Elasticidade do Aço de Protensão

𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 - Deformação específica de retração do concreto ao nível do CG da armadura, no tempo considerado


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Perdas de Protensão
Coeficiente de Retração do Concreto (Cálculo pela tabela) – Para ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐
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Perdas de Protensão

O valor da retração do concreto depende da:

a) umidade relativa do ambiente;


b) consistência do concreto no lançamento;
c) espessura fictícia da peça.
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Perdas de Protensão

𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑡𝑡, 𝑡𝑡0 = 𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 [𝛽𝛽𝑠𝑠 𝑡𝑡 − 𝛽𝛽𝑠𝑠 𝑡𝑡0 ]

𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝜀𝜀1𝑠𝑠 . 𝜀𝜀2𝑠𝑠


𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 - é o valor final de retração
𝜀𝜀1𝑠𝑠 - é o coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente e da consistência do concreto. (Tabela
seguinte)
33+2ℎ𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓
𝜀𝜀2𝑠𝑠 = 20,8+3ℎ - é o coeficiente dependente da espessura fictícia da peça:
𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓

ℎ𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 - espessura fictícia da peça


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Perdas de Protensão

Perda por Retração do Concreto (Cálculo Anexo A)


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Perdas de Protensão

Perda por Retração do Concreto (Cálculo Anexo A)


𝑡𝑡 3 𝑡𝑡 2 𝑡𝑡
+ 𝐴𝐴 + 𝐵𝐵
𝛽𝛽𝑠𝑠 𝑡𝑡 = 100 100 100
𝑡𝑡 3 𝑡𝑡 2 𝑡𝑡
+ 𝐶𝐶 + 𝐷𝐷
100 100 100 + 𝐸𝐸

𝐴𝐴 = 40
𝐵𝐵 = 116ℎ3 − 282ℎ2 + 220ℎ − 4,8
𝐶𝐶 = 2,5ℎ3 − 8,8ℎ + 40,7
𝐷𝐷 = −75ℎ3 − 585ℎ2 + 493ℎ − 6,8
𝐸𝐸 = −169ℎ4 + 88ℎ3 − 584ℎ2 − 39ℎ + 0,8

h é a espessura fictícia, expressa em metros (m); para valores de h fora do intervalo (0,05 ≤ h ≤ 1,6),
adotam-se os extremos correspondentes;
t é o tempo, expresso em dias (t ≥ 3).
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Perdas de Protensão

Perda por Retração do Concreto (Cálculo Anexo A)


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Perdas de Protensão
Perda por Encurtamento Imediato do Concreto - ∆𝑃𝑃𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒

𝑃𝑃𝑎𝑎 𝑃𝑃𝑎𝑎 𝑒𝑒𝑝𝑝2 𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝 𝑒𝑒𝑝𝑝


𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 =− − +
𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐 𝐼𝐼ℎ 𝐼𝐼ℎ

𝑃𝑃𝑎𝑎 - Força de Protensão Ancorada, que é 𝑃𝑃𝑎𝑎 = 𝑃𝑃𝑖𝑖 − (∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 + ∆𝑃𝑃𝑟𝑟𝑟 + ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 )

𝑀𝑀𝑝𝑝𝑝𝑝 - Momento Fletor do peso próprio

𝐼𝐼ℎ - Momento de Inércia

𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐 = 𝐴𝐴𝑐𝑐 + 𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐𝑐 − 𝐴𝐴𝑝𝑝

𝑃𝑃 𝐸𝐸𝑝𝑝
𝛼𝛼𝑐𝑐𝑝𝑝 = 𝐴𝐴 𝑎𝑎 𝐴𝐴𝑐𝑐𝑐𝑐 = 𝐴𝐴𝑝𝑝 . 𝛼𝛼𝑝𝑝 𝛼𝛼𝑝𝑝 =
𝑐𝑐𝑐 𝐸𝐸𝑐𝑐
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Perdas de Protensão
Perda por Atrito na Pós-tensão

A figura abaixo mostra as forças de atrito que surgem durante a movimentação das cordoalhas de um cabo de
protensão no interior da bainha, na operação de estiramento com o cilindro hidráulico na ancoragem ativa.
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Perdas de Protensão
O atrito diminui o alongamento da armadura, e consequentemente diminui a tensão aplicada, gerando a
chamada perda por atrito (∆𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 ).

Δ𝑃𝑃𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎𝑎 (𝑥𝑥) = 𝑃𝑃𝑖𝑖 [1 − 𝑒𝑒 − 𝜇𝜇 ∑ 𝛼𝛼+𝑘𝑘𝑘𝑘 ]

Pi é o valor definido em 9.6.1.2.1 da norma ABNT 6118:2014;

x é a abscissa do ponto onde se calcula ∆𝑃𝑃, medida a partir da ancoragem, expressa em metros (m);

∑ 𝛼𝛼 é a soma dos ângulos de desvio entre a ancoragem e o ponto de abscissa x, expressa em radianos (rad);
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Perdas de Protensão
sendo λ constante apenas para uma curva (parábola, arco de circunferência) de um cabo com múltiplas
curvaturas. Para um cabo com perfil em diferentes parábolas, λ deve ser determinado para cada parábola.

No caso de cabo com curvatura em parábola do 2º grau, tem-se m = 2y, e o ângulo 𝛼𝛼 no centro,
correspondente ao comprimento total x, é:

𝛼𝛼 𝑚𝑚 2𝑚𝑚
𝑡𝑡𝑡𝑡 = 𝑥𝑥 =
2 𝑥𝑥
2

𝛼𝛼 4𝑦𝑦
𝑡𝑡𝑡𝑡 =
2 𝑥𝑥
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Perdas de Protensão

• Para ângulos pequenos

𝛼𝛼 4𝑦𝑦
=
2 𝑥𝑥
• Portanto, o ângulo no centro é:

8𝑦𝑦
𝛼𝛼 =
𝑥𝑥
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Perdas de Protensão
Perda por Escorregamento da Armadura na Ancoragem na Pós-tensão

Segundo a NBR 6118/2014 (9.6.3.3.2.3), as “Perdas por deslizamento da armadura na ancoragem e


acomodação da ancoragem devem ser determinadas experimentalmente ou adotados os valores indicados
pelos fabricantes dos dispositivos de ancoragem.”

O diagrama considera a operação de estiramento sendo feita em apenas uma extremidade, e a reta ac
representa a tensão na armadura.

A tensão 𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝 é a tensão aplicada pelo cilindro hidráulico na armadura na ancoragem ativa, e é a maior tensão,
que devido às perdas por atrito, diminui com o aumento da distância x.
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Perdas de Protensão
Perda por Escorregamento da Armadura na Ancoragem na Pós-tensão

Quando a armadura escorrega de uma pequeníssima distância (δ), ocorre uma queda brusca de tensão na
armadura na posição do cilindro, de 𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝 para 𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝,2 .

Então as forças de atrito no contato armadura/bainha atuam em sentido contrário ao escorregamento,


diminuindo-o gradativamente, até que torna-se zero na seção distante X do cilindro hidráulico.
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Perdas de Protensão
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Perdas de Protensão
Aplicando a Lei de Hooke e fazendo algumas considerações, a perda média de tensão é:

𝛿𝛿
∆𝜎𝜎𝑝𝑝,𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒𝑒 = 2𝐸𝐸𝑝𝑝
𝑋𝑋

Da equação acima, pode ser obtido o valor de X, onde a perda de tensão por escorregamento é zero,
onde X depende da tensão 𝜎𝜎𝑝𝑝𝑖𝑖 e das características do atrito e da curvatura, representada por λ, que
deve ser constante sobre uma curvatura considerada, e X não deve superar o comprimento da curvatura
relativa ao de que depende.

𝐸𝐸𝑝𝑝 . 𝛿𝛿
𝑋𝑋 =
𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝 . 𝜆𝜆
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Perdas de Protensão
Valores típicos de λ são apresentados na tabela abaixo.
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Perdas de Protensão
Perda por Encurtamento Elástico Imediato do Concreto pelo Estiramento dos Cabos Restantes na Pós-tensão

Segundo a NBR 6118 (item 9.6.3.3.2.1), “Nos elementos estruturais com pós-tração, a protensão sucessiva de
cada um dos n grupos de cabos protendidos simultaneamente provoca uma deformação imediata do concreto
e, consequentemente, afrouxamento dos cabos anteriormente protendidos. A perda média de protensão, por
cabo, pode ser calculada pela expressão:”

𝛼𝛼𝑝𝑝 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 + 𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 𝑛𝑛 − 1


𝛥𝛥𝜎𝜎𝑝𝑝 =
2𝑛𝑛

𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = tensão inicial no concreto ao nível do baricentro da armadura de protensão, devida à protensão
simultânea dos “n” cabos;

𝜎𝜎𝑐𝑐𝑐𝑐 = tensão no mesmo ponto, devida à carga permanente mobilizada pela protensão ou simultaneamente
aplicada pela protensão;

𝐸𝐸𝑝𝑝
Razão modular: 𝛼𝛼𝑝𝑝 = 𝐸𝐸𝑐𝑐
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Perdas de Protensão
Perda por Retração do Concreto ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 (Cálculo Aproximado) – item 8.2.11 6118-2014

Δ𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 = 𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 . 𝐸𝐸𝑝𝑝

𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 - deformação específica do concreto

𝐸𝐸𝑝𝑝 - módulo de elasticidade do aço de protensão


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Perdas de Protensão
Perda por Fluência do Concreto (Cálculo Aproximado) - ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐

Δ𝜎𝜎𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝𝑝 = 𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 . 𝐸𝐸𝑝𝑝

𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 -deformação específica por fluência, dado por

𝜎𝜎𝑐𝑐 𝑡𝑡0
𝜀𝜀𝑐𝑐𝑐𝑐 (𝑡𝑡∞ ; 𝑡𝑡0 ) = 𝜑𝜑(𝑡𝑡∞ ; 𝑡𝑡0 )
𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐,28

𝜎𝜎𝑐𝑐 𝑡𝑡0 - Tensão no Concreto


𝐸𝐸𝑐𝑐𝑐𝑐,28 - Módulo de Elasticidade do Concreto em 28 dias
𝜑𝜑(𝑡𝑡∞ ; 𝑡𝑡0 ) - Coeficiente de Fluência

𝐸𝐸𝑝𝑝 - modulo de elasticidade do aço de protensão


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Perdas de Protensão
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Perdas de Protensão
Perda por Fluência do Concreto (Cálculo Anexo A) - ∆𝑃𝑃𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐

𝜑𝜑 𝑡𝑡; 𝑡𝑡0 = 𝜑𝜑𝑎𝑎 + 𝜑𝜑𝑓𝑓𝑓 𝛽𝛽𝑓𝑓 𝑡𝑡 − 𝛽𝛽𝑓𝑓 𝑡𝑡0 + 𝜑𝜑𝑑𝑑𝑑 𝛽𝛽𝑑𝑑

t = idade fictícia do concreto no instante considerado, em dias;

𝑡𝑡0 = idade fictícia do concreto ao ser feito o carregamento único, em dias;

𝜑𝜑𝑎𝑎 = coeficiente de fluência rápida:

𝑓𝑓 𝑡𝑡
𝜑𝜑𝑎𝑎 = 0,8 1 − 𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡 0 , para concretos de classes C20 a C45;
𝑐𝑐 ∞

𝑓𝑓 𝑡𝑡
𝜑𝜑𝑎𝑎 = 1,4 1 − 𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡 0 , para concretos de classes C50 a C90;
𝑐𝑐 ∞
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Perdas de Protensão

𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡0
- função do crescimento da resistência do concreto com a idade (NBR 6118, item 12.3);
𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡∞

𝛽𝛽1 depende da relação entre 𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐 /𝑓𝑓𝑐𝑐𝑐𝑐 , e conforme o item 12.3.3.b da NBR 6118:
1
28 2
𝛽𝛽1 = exp 𝑠𝑠 1 −
𝑡𝑡
com s dependente do tipo de cimento:
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Perdas de Protensão

s = 0,38 para concreto com cimento CP III e IV;

s = 0,25 para concreto com cimento CP I e II;

s = 0,20 para concreto com cimento CP V ARI;

t = idade fictícia do concreto, em dias.

𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡0 𝛽𝛽1 𝑡𝑡0 = 𝑡𝑡


=
𝑓𝑓𝑐𝑐 𝑡𝑡∞ 𝛽𝛽1 𝑡𝑡∞

𝑡𝑡∞ = tempo da vida útil;

𝜑𝜑𝑓𝑓𝑓 = valor final do coeficiente de fluência irreversível, calculado como:


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Perdas de Protensão

𝜑𝜑𝑓𝑓𝑓 = 𝜑𝜑1𝑐𝑐 . 𝜑𝜑2𝑐𝑐 - para concretos de classes C20 a C45;

𝜑𝜑𝑓𝑓𝑓 = 0,45 𝜑𝜑1𝑐𝑐 . 𝜑𝜑2𝑐𝑐 - para concretos de classes C50 a C90

𝜑𝜑1𝑐𝑐 = coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente U (%), e da consistência do concreto. Na


tabela se define este coeficiente que depende do abatimento no intervalo de 5 a 9 cm e U  90 %, tem a
seguinte equação:

𝜑𝜑1𝑐𝑐 = 4,45 − 0,035𝑈𝑈

𝜑𝜑2𝑐𝑐 = coeficiente dependente da espessura fictícia (ℎ𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 ) da peça (em cm):


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Perdas de Protensão

42 + ℎ𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓
𝜑𝜑2𝑐𝑐 =
20 + ℎ𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓

A espessura fictícia, conforme o item A.2.4.2 da NBR 6118, é:

2𝐴𝐴𝑐𝑐
ℎ𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓𝑓 = 𝛾𝛾
𝜇𝜇𝑎𝑎𝑎𝑎
𝛾𝛾 é o coeficiente dependente da umidade relativa do ambiente (U %) (ver Tabela A.1), sendo:

Ac é a área da seção transversal da peça;


uar é a parte do perímetro externo da seção transversal da peça em contato com o ar.”
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Perdas de Protensão

𝛽𝛽𝑓𝑓 (𝑡𝑡) ou β𝑓𝑓 (𝑡𝑡0 ) = coeficiente relativo à fluência irreversível, função da idade do concreto;

𝜑𝜑𝑑𝑑∞ = 0,4 = valor final do coeficiente de fluência reversível;

𝛽𝛽𝑑𝑑 (t)= coeficiente relativo à fluência reversível, função do tempo (t – 𝑡𝑡0 ), decorrido após o carregamento:
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Perdas de Protensão

𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0 + 20
𝛽𝛽𝑑𝑑 𝑡𝑡 =
𝑡𝑡 − 𝑡𝑡0 + 70

𝑡𝑡 2 + 𝐴𝐴 . 𝑡𝑡 + 𝐵𝐵
𝛽𝛽𝑓𝑓 𝑡𝑡 = 2
𝑡𝑡 + 𝐶𝐶 . 𝑡𝑡 + 𝐷𝐷

𝐴𝐴 = 42ℎ3 − 350ℎ2 + 588ℎ + 113

𝐵𝐵 = 768ℎ3 − 3060ℎ2 + 3234ℎ − 23

𝐶𝐶 = −200ℎ3 + 13ℎ2 + 1090ℎ + 183

𝐷𝐷 = 7579ℎ3 − 31916ℎ2 + 35343ℎ + 193


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