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CURSO

VÁLVULAS
INDUSTRIAI
INDUSTRIAIS
PARA
OPERADORES
DE PROCESSO

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Curso Válvulas Industriais para Operadores de Processo
Petróleo Brasileiro S.A.
Osmar José Leite da Silva
SUMÁRIO
1. Histórico
2. Considerações Gerais
3. Tipos de Válvulas
4. Principais componentes de uma Válvula.
5. Materiais Construtivos
6. Meios de Operação das Válvulas
7. Cuidados com o recebimento e preparação para Instalação de
válvulas.
8. Válvula Gaveta.
9. Principais componentes da Válvula Gaveta.
10. Válvulas Macho.
11. Principais componentes da Válvula Macho
12. Principais modelos de Válvulas Macho
13. Válvula Esfera
14. Principais componentes da Válvula Esfera
15. Válvula Slide.
16. Principais Componentes da Válvula Slide.
17. Válvula Globo.
18. Principais Componentes da Válvula Globo.
19. Válvulas Borboletas
20. Principais componentes da Válvula Borboleta.
21. Principais modelos de Válvulas Borboleta.
22. Válvula Diafragma.
23. Principais componentes da Válvula Diafragma.
24. Válvula de Retenção.
25. Principais componentes da Válvula de Retenção.
26. Modelos mais comuns de Válvulas de Retenção.
27. Válvulas de Segurança e Alivio.
28. Componentes de uma válvula de segurança.

29. Uso de alavanca.

30. Válvulas de Segurança para Caldeiras.


31. Neutralização de Válvulas do sistema ácido da UGAV.

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1. Histórico
Não há registro do surgimento da primeira válvula, mas, a partir da necessidade
do homem em controlar o meio ambiente, um dispositivo que abra e feche, com a
finalidade de controlar o fluxo de fluídos, as válvulas começaram a ser
desenvolvidas, os primeiros modelos eram provavelmente de madeira, vieram
depois modelos que utilizavam couro para obstruir a passagem de fluídos.
Com o desenvolvimento do manuseio dos metais essas começaram a ser
fabricadas artesanalmente, válvulas de latão e bronze eram comuns na Roma
antiga, muito utilizadas nos aquedutos, controlavam a passagem de água e eram
movimentadas por uma chave de ferro em forma de “T”, este tipo de acionamento
até os dia de hoje é comum de se encontrar em toda grande cidade. A figura 1
abaixo mostra uma válvula macho, projetada por Leonardo da Vinci, no Século
XV.

Fig. 1 Válvula Macho da Vinci

Pouco se sabe a respeito da história da evolução dos tipos e modelos de válvulas,


no período entre os séculos XVI a XVIII.
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No começo da Revolução Industrial, no século XIX, quando o homem tentava
compreender a energia e controlar o seu confinamento, ocorreram inúmeras
baixas e grandes perdas materiais.

Exemplo é que os primeiros geradores utilizados na indústria naval a vapor,


explodiram 66 vezes consecutivos , fazendo várias vítimas. Naquela época,
ocorriam tragédias diárias devido a explosões de caldeiras para aquecimento
doméstico, inclusive porque o controle dessas pressões era basicamente manual,
dependia operacionalmente do homem e, conseqüentemente, estava sujeito à
falha humana. Surgiram, assim, as primeiras válvulas de proteção contra
possíveis sobre-pressões, e modelos de válvulas de bloqueio de alta (para época)
confiabilidade.

A partir deste cenário, a Associação Americana de Engenheiros Mecânicos


(ASME), desenvolveu entre os anos de 1911 e 1914, normas e critérios para
construção e manutenção de Válvulas de Segurança e Alívio, com o objetivo de
acabar com os problemas de explosão em caldeiras nos Estados Unidos, outros
modelos acompanharam este desenvolvimento.

O Primeiro código ASME, que data de 1914, foi desenvolvido e hoje conta com 11
secções ou Livros-Secções, que norteiam todos os fabricantes e as empresas que
fabricam e utilizam este tipo de equipamento para proteção de suas instalações,
funcionários, comunidade e meio ambiente.
Dos 11 livros, cinco deles são dedicados especialmente a projetos de vasos sob
pressão e incluem requisitos sobre proteção de sobre-pressão e são: Código
ASME secção I – Caldeiras, Código ASME secção III – Plantas Nucleares, Código
ASME secção IV – Caldeiras de Aquecimento e Código ASME secção X – Vasos
de Fibra de vidro.
A partir desse momento, normas e regras construtivas, delineando os requisitos
especiais para construção de válvulas e a sua instalação, o desenvolvimento
tecnológico e ampliação da capacidade das indústrias de processo, muitas
válvulas foram desenvolvidas e tamanhos e capacidades foram ampliadas, e
começaram a ser construídas com materiais cada vez mais nobres, aumentando a
confiabilidade e a vida útil dos sistemas dos quais faziam parte.
No Brasil, a indústria nacional dá os primeiros sinais de vida na década de 30,
mas somente devido aos problemas de importação, durante a segunda Guerra
Mundial, é a partir daí, que o desenvolvimento esse setor começa a se consolidar,
o Arsenal de Marinha, no Rio de Janeiro , em 1942, começam a construção de
seis navios contratorpedeiros, e o governo incentiva a nacionalização de vários
modelos de válvulas para atendimento às necessidades da Marinha Brasileira.

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2. Considerações Gerais

As válvulas são equipamentos destinados a estabelecer, controlar e ou


interromper o fluxo de fluidos em uma tubulação.
As válvulas são amplamente empregadas em todos os processos industriais, e por
serem tão comuns, muitas vezes são negligenciadas. Porem as válvulas
representam, em média, cerca de 8% do custo total de uma instalação industrial e,
dependendo do processo, na indústria de petróleo e gás, chegam a significar de
20 a 30% dos custos de tubulação.
Este trabalho tem a finalidade contribuir para o desenvolvimento tecnológico da
comunidade de manutenção que lida com a manutenção de válvulas, na busca da
melhoria da capacitação desses profissionais, melhorando a condição de trabalho,
e diminuindo tempo e custo de manutenção, e contribuindo com crescimento da
companhia como um todo.

3. Tipos de Válvulas

a) Válvulas de Bloqueio (block - valve)


São aquelas que trabalham, em condições de total abertura e fechamento da
passagem do fluído, este modelo de válvula costuma ter sempre o mesmo
diâmetro nominal da tubulação. Modelos mais importantes:

-Válvula Gaveta (Gate- valve).


-Válvula Esfera (Ball-valve).
-Válvula Macho (Plug –valve).
-Válvula Slide (Slide-valve).

b) Válvulas de Regulagem (throttling valves)


Controlam o fluxo do fluído, podem trabalhar em qualquer posição, inclusive em
fechamento e abertura parcial. O diâmetro nominal de passagem do fluído é
menor que o diâmetro da tubulação.

-Válvula Borboleta ( butterfly valve)


-Válvula Agulha (needle valve)
-Válvula Globo (globe valve)
-Válvula Diafragma (diafragma valve)

c) Válvulas de segurança (relief, safety valves)


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São dispositivos auto-operado, que utiliza a energia do próprio fluído que controla,
para sua operação.

-Válvula de Alívio (relief valve)


-Válvula de Segurança (safety valve)
-Válvula se Segurança e Alivio (safetu relief valve)

d) Válvulas de Retenção (check valves)


Utilizadas para impedir o retorno de fluído, inversão do sentido do escoamento,
caso isso ocorra à válvula fechará automaticamente.

-Válvula de pé (foot valves)


-Válvula de retenção (check valves)
-Válvula de retenção e fechamento (stop-check valves)

e) Modelos à prova de fogo (Fire Save) – Uma válvula é considerada à prova de


fogo desde que seja capaz de manter a vedação mesmo quando envolvida por um
incêndio, os materiais empregados tenham alto ponto de fusão , mais de 1.100º C,
por essa razão, válvulas com o corpo ou peças internas de bronze, latões, ligas de
baixo ponto de fusão e materiais plásticos não podem ser consideradas a prova de
fogo, portanto não podem ser utilizadas onde se exija essa condição.

4. Principais componentes de uma Válvula.

a) Corpo: A parte principal da válvula é a carcaça no qual estão instalados


todos os componentes das válvulas fixos e móveis , é o invóculo externo de
pressão de uma válvula.

b) Castelo: É a tampa do corpo , a parte superior de uma válvula, que se


desmonta para acesso aos componentes internos da válvula. Os castelos
podem ser:

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Fig 1 corpo e castelo

• Castelo Aparafusado (bolted bonnet)– utilizado para grandes


válvulas acima de 3”
• Castelo Rosqueado (screwed bonnet) – O castelo é rosqueado no
corpo ,sistema simples e barato utilizado em pequenas válvulas para
serviços de baixa responsabilidade
• Castelo Porca de União (union bonnet) – Empregado em válvulas de
até 2” , para serviços severos ou alta pressões.

c) Conexão: Elemento pelo qual a válvula é instalada em tubulações e em


equipamentos.

É a região da válvula destinada sua conexão com tubulações e com os


equipamentos. Estas extremidades podem ser concebidas com formas
construtivas. Em função de característica própria de um projeto de rede de
tubulações ou de equipamentos, onde fatores como diâmetro ,pressão e o tipo de
fluído a ser manipulado , assim como as facilidades de manutenção, custo do
investimento, devem ser considerados. As extremidades mais comumente
encontradas nas válvulas são:

4.1 Roscadas

Utilizada em válvulas de 4” ou menores, usadas em tubulações que permitam


ligações rosqueadas, que poderão ser internas ou externas. Uma forma de
conexão das mais econômicas, de fácil instalação, recomendadas para válvulas

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de pequenos diâmetros face ao grande peso e volume, tanto das válvulas como
dos tubos, outros tipos de extremidades são mais aconselháveis.
Para facilidade, de manutenção recomenda-se que, em locais estratégicos da
tubulação se instale sistemas de uniões (roscadas ou flangeadas), para rápida
remoção das válvulas que eventualmente devam ser trocadas ou reparadas. As
roscas normalmente empregadas para este tipo de conexão são padronizadas
pela ABNT PB 14 (origem ISO R.7 e BS 21).), normalmente conhecida como rosca
Withworth Gás ou BSP. Roscas da norma americana ANSI B 2.1 (NPT) também
são largamente aplicadas principalmente nas áreas de petroquímica ,e indústrias
do petróleo.

fig 2 Tipos de união de rosca

4.2 Flangeadas .

O mais utilizado em vários materiais , usado em tubulações industriais acima de


2”. São aquelas cuja ligação à tubulação ou equipamento é feita por flanges. O
acoplamento é feito por meio de parafusos e porcas proporcionando uma fixação
rígida e segura. Existem diversos tipos de acabamento de flanges na face de
acoplamento, tais como:

a) Face plana

Fig 3 face plana

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b) Face c/ressalto - com ou sem ranhura

Fig 4 Face ressalto

c) Face para junta de anel - RTJ

Fig 5 Anel RTJ

d) Face macho e fêmea

Fig 6 Macho fêmea

Válvulas flangeadas têm normalmente um custo inicial mais alto do que outros
tipos de extremidades, porém as facilidades de instalação, de manutenção e
reposição justificam plenamente o investimento, como também são aplicáveis para
todos os diâmetros nominais.
As normas mais utilizadas para este tipo de extremidades são a ANSI (americana)
e DIN (alemã), porém a ISO (International Standard Organization) e a ABNT.

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4.3 Solda de Topo

Utilizada em válvulas acima de 2” em serviços onde haja necessidade de


segurança absoluta,vapor em tubulações de classe de pressão igual ou acima de
1.500# , fluidos muito perigosos como hidrogênio e altas temperaturas acima de
550º C.
São aquelas cujas extremidades, tanto da válvula como da tubulação são
chanfradas (biseladas). As duas partes são justapostas e soldadas, formando um
cordão de soIda.
Válvulas com este tipo de extremidades são construídas em aços carbono, aços
ligados e inoxidáveis, sendo obedecidas normalmente as Normas ANSI e DIN.
É importante observar que o processo de soldagem deve ser feito por profissional
qualificado para que se tenha uma boa conexão entre as partes.

fig 7 Solda de topo

4.4 Encaixe para Solda

Utilizado em válvulas menores de 2”, o corpo da válvula deve ser do mesmo


material da tubulação, componentes internos das válvulas não metálicos, como as
sedes, devem ser desmontados na ocasião da soldagem da mesma na tubulação,
a fim de evitar deformação pelo calor nesses componentes. A solda preenche as
folgas existentes formando um colar na extremidade .

Fig 8 Encaixe e solda

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4.5 Com Ponta e Bolsa

São largamente empregados em sistemas de redes públicas de distribuição de


água, onde as válvulas e as tubulações têm em suas extremidades pontas ou
bolsas.que são conectadas entre si selados com materiais que poderão ser de
ligas metálicas de baixo ponto de fusão, massas plásticas, elastõmeros, tipos de
alcatrões etc.

Fig 9 Ponta e Bolsa

d) Obturador- Elemento móvel de vedação.

e) Vedação:
• Juntas - Dentre os materiais mais comuns utilizados na fabricação de
juntas industriais, encontramos, entre outros, os papelão hidráulicos,
o PTFE e suas variações, elastômeros, grafite, ligas metálicas como
parte integrante de juntas espiraladas ou dupla camisa.
• Gaxetas - Trança de fibras sintéticas, carbono , grafite, PTFE etc,
que se coloca apertada entre os bordos da caixa de selagem e a
haste das válvulas,para se fecharem hermeticamente.

f) Trim :
• Conjunto móvel da válvula, composto por: obturador ,haste, sedes e
bucha de acionamento.

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Fig 10 Haste, preme-gaxeta, bucha de contra-
vedação e obturador

5.Materiais Construtivos

As válvulas possuem materiais diferentes entre carcaça , castelo e o Trim. Os


principais materiais de construção são:

• TRIM
Aços inoxidáveis (304,316,410,446 etc).

• Carcaça e Castelo
Ferro Fundido (ASTM A 126).
Ferro Maleável (ASTM A197).
Ferros Fundidos especiais (adição de Cr,Ni,Si etc).
Aço Carbono Laminado (SAE – 1020).
Aços-liga.
Aço –Carbono fundido (ASTM-A-216 E A-352).
Aço – Carbono forjado (ASTM-A-105, A-181 E A-350).
Bronze (ASTM B61, B62 etc).
Materiais plásticos (PVC e outros)

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6. MEIOS DE OPERAÇÃO DAS VÁLVULAS

Há uma variedade muito grande de sistemas usados para a operação das


válvulas; os principais são os seguintes:

1. Operação Manual

• Por meio de volante.


• Por meio de alavanca.
• Por meio de engrenagens, parafusos sem-fim etc.

2. Operação Motorizada
• Hidráulica.
• Pneumática.
• Elétrica

3. Operação Automática
• Pelo próprio fluido (por diferença depressões gerada pelo escoamento).
• Por meio de molas ou contrapesos

Formas de operar válvulas industriais e os mais comuns acessórios que facilitam


essa operação.
Alguns tipos de válvulas têm seu sistema de operação o próprio conceito básico
da válvula, como por exemplo, as válvulas solenóide, termostática, auto-operada
etc.
A maioria das válvulas pode ser operada manualmente por meio de um simples
volante ou alavanca. Entretanto, há casos e tipos em que é inconveniente,
indesejável e impossível operar a válvula dessa maneira. A fim de atender a essas
necessidades há uma variedade de sistemas alternativos de operação manual e
uma variedade de acionamentos automatizados.
As válvulas de operação automática, como o próprio nome indica, são auto-
suficientes, dispensando qualquer ação externa para o seu funcionamento. A
operação automática pode ser conseguida pela diferença de pressões do fluido
circulante (válvulas de retenção, por exemplo) ou pela ação de molas ou
contrapesos, integrantes da própria válvula (válvulas de segurança e de alívio).
Muitas vezes as válvulas utilizam dois sistemas de operação diferentes, um para
abrir e outro para fechar. São comuns, por exemplo, as válvulas com diafragma
com ar comprimido ou solenóide para fechar e mola para abrir, ou vice-versa.

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a) Sistemas de Operação Manual

1. Volante

Dispositivo normalizado ligado, diretamente à haste roscada e geralmente


fornecido com as válvulas. Este quase que se tem impressa o logotipo do
fabricante da válvula.
Dependendo do tamanho da válvula, e das pressões manipuladas, um volante
manual convenvencional não transmite força suficiente para abrir e fechar a
válvula ; dai utilização de redutores de engrenagem,caixas de redução e volante
de impacto, acessórios fornecidos como padrão em alguns modelos válvulas.

Fig 1 e 2 Volantes

2. Redutores de Engrenagem

Jogos de engrenagens que reduzem o esforço necessário ao acionamento da


válvula. Prestam-se, também, para mudar a posição do volante.

Fig 3 e 4 redutores de Engrenagem

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3. Caixa de Redução

Utilizada com o mesmo objetivo dos redutores de engrenagem, com a vantagem


de manter seus componentes isolados do meio ambiente.

Fig 5 e 6 Redutoras de Engrenagens

Fig. 7 Caixa de redução

4. Volante de Impacto

Projetado para quando se necessita de, força adicional no deslocamento inicial do


obturador ou no aperto final do mesmo contra a sede permitindo, vedação
estanque da válvula.
Basicamente composto de duas partes, volante e bigorna, tem seu funcionamento
efetivo, quando o operador, através de choques sucessivos dos ressaltos
inferiores do volante, pressiona os ressaltos da bigorna que se projetam entre os
raios do volante.

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Volantes de impacto

5. Alavancas

Dispositivo de acionamento geralmente fornecido com válvulas rotativas (1/4 de


volta) e de fechamento rápido, tais como esfera, borboleta macho e especiais, do
tipo globo, guilhotina, etc. As alavancas para válvulas rotativas podem ser do tipo
deslizante ou gatilho.

6. Alavanca Deslizante

Utilizada basicamente nas operações de bloqueio, por facilitar a ação rápida de


fechamento ou abertura com um simples deslocamento de 90º de uma posição a
outra.

Fig. 8 Alavanca Deslizante

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7. Alavanca c/ Gatilho

Trata-se de alavanca comum com dispositivo de trava incorporado, utilizada em


operações de regulagem, de vazão, permitindo bem definir ou manter as posições
intermediárias do obturador, conforme exigência do processo industrial.

Na prática tem-se utilizado a alavanca deslizante também Para operação


de.regulagem não freqüente, retirando-a depois de definida a posição do
obturador, de forma a não permitir a operação da válvula indevida ou
acidentalmente.
Da mesma forma que nas válvulas acionadas por volante, as válvulas rotativas
dependendo do tamanho ou das pressões manipuladas não são passiveis de
serem operadas através de simples alavancas;em conseqüência disto, os
fabricantes apresentam a válvulas a partir de 6” e 8”, nas versões com caixas de
engrenagem incorporada.

Fig.9 Alavanca com gatilho

8. A válvula de Fechamento Rápido ou Instantâneo.

Utilizada para, casos de emergência, são aplicadas geralmente nos pontos de


descarga. Acionadas local ou remotamente através de cabo de aço flexível,

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bloqueando instantaneamente a passagem do fluido, quando ocorrer incêndio,
colisão, etc.
O seu principio de funcionamento combina a utilização do volante - acionado para
abrira válvula e simultamente tracíonar uma mola, com uma alavanca,que;menor
movimento, libera a haste roscada do seu mancal, deixando que a mola se
distenda, permitindo ao conjunto haste /obturador vedar o fluxo através da válvula.

Além dos casos em que o dispositivo de atuação está ao alcance do operador,


existem situações de inacessibilidade da válvula que exigem acessórios especiais
para o seu acionamento.

b) Acessórios para Operação Manual

1. Chave em T

Utilizada geralmente em válvulas instaladas abaixo da superfície, devem ter a


haste ou eixo previamente preparados com a ponta em forma quadrada, para
permitir o acoplamento da chave para o acionamento.

Fig 10 Chave em T

2. Extensão da Haste

Este acessorio, também Serve para casos de válvulas instaladas abaixo do local
de operação. Pode ser o simples prolongamento da haste da valvula para
acoplamento do volante.
Em casos que a posição do operador não é perfeitamente alinhada com a haste
da válvula são necessárias extensões articuladas através de varetas de aço e
juntas universais.

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Fig .11 e 12 Extensão da Haste e junta universal

3. Pedestal de Manobras

Trata-se de suporte fixo que podem ser acopladas às extensões de haste para
operação da válvula propriamente dita. O pedestal pode ter ou não indicador de
posição do elemento de controle de fluxo.

Fig. 13 Pedestal

4. Acionamento por Corrente

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Para a operação de válvulas de grandes tamanhos ,ou instaladas em tubulações
aéreas ou verticais, ou seja, posicionadas acima do operador, utiliza-se os
chamados volantes para corrente, que podem ser acoplados ao aro do volante
padrão através de braçadeiras e sua manipulação é feita através de correntes que
chegam até o operador.
Geralmente as válvulas acionadas por corrente possuem redutores de
engrenagem para não comprometer a haste com o.peso e tração extra, e para
facilitar a manipulação.

Fig 14 e 15 Acionamento por Corrente

Outra forma de atender a diferença de altura entre o operador e a válvula é a


utilização de redutores de engrenagens com extensão do eixo do volante.

c) Sistema de Operação Automático

O crescimento das centrais de controle, principalmente no que concerne às


centrais de energia de processo e distribuição de produtos petrolíferos, químicos.
água e esgoto, gerou a necessidade cada vez maior de válvulas motorizadas.
A motorização de válvulas é produzida pelos atuadores que podem ser
classificados em: pneumático, hidráulico, eletro-hidráulico e elétrico.

1. Atuador Pneumático

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Atuador acionado pela pressão de ar ou outro fluido gasoso, aplicada sobre um
diafragma flexível ou rolante, ou sobre um sistema de cilindro e pistão, podendo
ou não ser dotado de mola. conforme a construção particular.

Fig. 16 e 17 Atuador Pneumático

2. Atuador Hidráulico

Atuador acionado por sistema de pressão hidráulica.

3. Atuador Eletro-Hidráulico

Atuador acionado por motor elétrico que comanda sistema de pressão hidráulica.

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Fig 18 Atuador Eletro-Hidraulico

4. Atuadores Elétricos

Uma grande proporção das válvulas motorizadas é operada por controle remoto, e
para isto o atuador elétrico é o equipamento ideal.
O moderno atuador elétrico consiste de um motor, uma caixa de engrenagem,
chave limite de torque, chave limite de posição, chave auxiliar para sinalização de
posição da abertura ou fechamento da válvula e indicador visual de posição,
proporcional.
Quando tudo isto está dentro de uma caixa hermeticamente fechada. à prova de
tempo ou explosão,opera-se qualquer válvula com a maior segurança
Um sistema de operação manual para emergência pode estar incorporado ao
atuador elétrico. Um dispositivo permite engatar o volante para o acionamento
manual, que é automaticamente desconectado quando o motor passa funcionar
novamente, não sendo possível o motor arrastar o volante e seu operador.
Dependendo do tamanho ou tipo da válvula a ser motorizada, o atuador eletrico
pode conter uma , caixa de engrenagem intermediária incorporada, cuja função é:

- transformar o movimento giratório do atuador em movimento de 90º ou 1/4 de


volta, de forma a atender às válvulas esfera, borboleta e macho;

- reduzir o torque de acionamento da válvula para melhor dimensionar o atuador e


reduzir seu tamanho, com conseqüente redução de custo do conjunto (atuador +
válvula).

A chave limite de torque num atuador elétrico Ié o meio ideal para controlar o
fechamento da válvula, enquanto a protege de qualquer obstáculo , que se
interpor a um perfeito assentamento entre o obturador e a sede.
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Um efeito de golpe de martelo duplica momentaneamente a força para destravar
o obturador, quando se inicia a operação de abertura.
O atuador elétrico pode ser utilizado em válvulas de bloqueio que trabalham toda
aberta ou toda fechada, e em válvulas de regulagem com variadas posições
intermediárias de abertura. Isto pode ser conseguido através dos botões de
comando ou por qualquer dispositivo automático tais como prestostatos,
termostatos, sistemas telemétricos e etc.

Fig. 19 Atuador Eletricos

7. Cuidados com o recebimento e preparação para Instalação de


válvulas.

• Inspeção de Recebimento – Todas as válvulas tem que ser


examinadas, para detecção de possíveis danos que possam ocorrer
durante o transporte, o dano deve ser analisado e descrito em relatório,
dependendo da gravidade do dano, a válvula deverá ser devolvida ao
fabricante para a realização dos eventuais reparos.

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• Controle de Qualidade- Verificar todos os documentos do lote de
válvulas adquiridos se o certificados de Controle de Qualidade estão
completos, de acordo com a ordem de compra.

• Armazenagem – Deve ser feita em lugar com proteção da ação do


tempo, umidade e sujeira. Normalmente as válvulas são enviadas com
protetores na entrada e saída dos flanges, estes devem permanecer nas
válvulas , até a instalação das mesmas.

• Movimentação para instalação – Válvulas de grandes diâmetros,


exigem a utilização de equipamentos de elevação de cargas. Deve-se evitar
o choque durante a instalação da válvula .Os protetores dos flanges devem
ser removidos de todos os modelos de válvulas e inspecionado o interior
das mesmas antes da instalação, qualquer objeto estranho visível dever ser
removido.

Principais tipos de válvulas de Bloqueio

8. Válvula Gaveta

É o modelo de válvula mais utilizada no setor de petróleo e gás, chegando a


representar, em média, mais de 50% do total de válvulas instaladas. São válvulas
de bloqueio de líquidos , desde que esses não sejam muito corrosivos nem
deixem muitos sedimentos, ou possuam grande quantidade de sólidos em
suspensão .
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A principal característica da válvula gaveta , está na mínima obstrução à
passagem do fluxo do fluído, quando totalmente aberta, não provoca turbulência ,
e seu diferencial de pressão é desprezível.
A abertura e fechamento de uma válvula gaveta são feitos através do movimento
de uma peça chamada obturador (gaveta ou cunha), este movimento atua
perpendicularmente à linha da trajetória de circulação do fluído .

Fig 1 Válvula gaveta

A válvula Gaveta pertence à categoria Bloqueio, portanto se trabalha parcialmente


aberta ou parcialmente fechada , causa perda de carga muito elevada , muitas
vezes acompanhadas de cavitação e violenta erosão e corrosão.
Normalmente a válvula gaveta é empregada em processo onde não há
necessidade de operação freqüente de abertura e fechamento, sua movimentação
é lenta, comparada a outros modelos de válvulas, o tempo necessário de
movimentação desse modelo de válvula é proporcional ao seu tamanho, o que é
uma vantagem, porque assim evita-se os efeitos dos golpes de aríete, sem função
da paralisação repentina da circulação de um líquido .
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Para que uma válvula gaveta seja considerada estanque, é necessário testar a
mesma completamente fechada em bancada de testes, submetendo-se um dos
lados da válvula à máxima pressão de serviço.

Fig 2 Modelos de corpos, castelos , conexões, vedações e trim de válvula gaveta.

Fig 3 Válvula Gaveta com obturador paralelo Fig 4 Válvula Gaveta com castelo selado

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Fig 5 Válv. Gaveta com obturador em cunha Fig 6 Válvula Gaveta com bucha de acionamento externa

Vantagens

• Trajetória de circulação do fluído fica reta e desimpedida ,mínima perda de


carga.
• Aplicação para amplas faixas de pressões e temperaturas.
• Construção em ampla gama de tamanhos.
• Estanque para qualquer tipo de fluído.
• Permite o fluxo de fluído em dois sentidos.

Desvantagens

• Não podem ser utilizadas para regulagem e estrangulamento do fluxo de


fluído.
• Não são indicadas para operações freqüentes.
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• Ocupam grande espaço devido ao movimento de translação do obturador.

9 Principais componentes da Válvula Gaveta

Obturador - Elemento de vedação que pode ter as seguintes formas


construtivas.
• Cunha Sólida – Peça maciça com faces oblíquas, utilizada para
trabalhos com vapor e fluídos impuros e densos.
• Cunha Flexível – Dois discos justapostos, com faces oblíquas, unidos
por ressaltos circulares, localizados nas faces internas, o que possibilita
a absorção de movimentos de dilatação ou contração ,.Válvulas com
esse modelo de cunha podem ser instaladas em qualquer posição.
• Disco Duplo – Dois discos independentes e paralelos entre eles há um
dispositivo de expansão que permite às duas partes um auto ajuste a
sede, proporcionando uma melhor vedação. Este obturador compensa
movimentos de contração e dilatação da válvula, quando a mesma está
fechada. São normalmente utilizadas para líquidos e gases a
temperatura ambiente e baixas pressões. Este modelo de válvula deve
ser sempre instalada na posição vertical.

Fig 7 Cunha de disco duplo Fig 8 Cunha sólida

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Haste - Elemento que transmite a translação , possibilitando a abertura e
fechamento da válvula, o acabamento superficial e a sua concentricidade são
muito importantes para a perfeita vedação da válvula , já que esse elemento
recebe a força mecânica do ajuste das gaxetas, a integridade e lubrificação da
rosca na extremidade superior da haste é vital para o acionamento macio da
válvula.

Sede – Área de contato de vedação do corpo da válvula, estas podem ser


metálicas ou resilientes , as sedes podem ter as seguintes formas construtivas:
• Usinadas à carcaça –comum em válvulas de pequenos diâmetros, esta
característica limita muitas vezes a manutenção dessa válvula.
• Anéis roscados - adequados para altas velocidades e temperaturas com
fluidos muito agressivos, estes são de fácil substituição, o que facilita muito
a manutenção e o reaproveitamento da válvula, essas sedes podem ser
construídas com materiais das mais variáveis ligas.
• Anéis prensados e soldados – Depois de prensados nos alojamentos dos
mesmos na carcaça, os anéis são soldados nas paredes do corpo da
carcaça, essa forma é recomendada para serviços em altas temperaturas.

Fig 9 Sede com vedação resiliente

Contra-Vedação – Conjunto formado por bucha de contato angular com


superfície lapidada, e superfície da haste de acionamento de mesmo ângulo,
quando a válvula está totalmente aberta o casamento dessas duas superfícies,
sela a área da caixa de vedação , possibilitando o engaxetamento da válvula
pressurizada, sem a necessidade de parar o sistema.

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Fig 10 Tipos de contra-vedação

Caixa de selagem ou Caixa de Gaxetas : É uma das partes mais importantes


de qualquer válvula , defeitos na sua construção ou manutenção , podem
impedir o bom funcionamento da válvula. Caixa de Selagem tem por função ,
proteger a válvula de vazamentos nos pontos onde a haste passa através do
castelo. Na maioria dos casos a pressão de trabalho é acima da atmosférica ,
sua função é evitar vazamento do fluido para fora da válvula .Entretanto, sendo
a pressão no interior da caixa de Selagem inferior à pressão atmosférica, sua
função é evitar a entrada de ar para dentro da válvula.
Em função de condições operacionais, a caixa de Selagem, pode apresentar
características especiais como:

• Bucha da Contra-Vedação – Reduz a pressão do fluído que tenta escoar


da carcaça para o interior da caixa de selagem, limita a exposição da
caixa aos efeitos de líquidos abrasivos.
• Anel lanterna – Quando há pressão é negativa, o ar tende a entrar para
dentro da válvula, para esses casos as gaxetas são separadas por um
anel de lanterna bi- partido, permitindo a entrada de um fluído de
selagem com pressão positiva.
• Câmera de refrigeração – Utilizada para arrefecimento da caixa quando
a temperatura de operação é elevada.

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Fig. 11 caixa de gaxeta Fig 12 Caixa de gaxeta Fig 13 Caixa de gaxeta
Básica com anel lanterna com câmera de refrigeração

A válvula gaveta é o único modelo de válvula que possibilita a troca da


gaxeta com a válvula pressurizada , para isso a válvula deverá estar
totalmente aberta com a hasta alojada na contra-vedação.

Pino graxeiro para


rotina de lubrificação

Haste roscada deve estar


limpa,a fim de não travar
a bucha de acionamento

Ajuste do engaxetamento

Bucha da contra-vedação

Ângulo da haste para contra-vedação,


quando a válvula estiver totalmente aberta
Fig 14 Válvula Gaveta em corte

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Fig 15 Chave de válvula Fig 16 Modelos de chaves de válvulas

10 Válvulas Macho

Este modelo de válvula de bloqueio, representa cerca de 10% em média de todas


as válvulas usadas em tubulações industriais. Utilizadas para bloqueio de gases,
água , vapores e fluidos com sólidos em suspensão que deixem sedimentos.
São válvulas cujo obturador podem ser paralelo ou cônico, que gira em torno de si
mesmo ,alinhando a abertura do obturador com as aberturas da carcaça, bastando
para isso, um quarto de volta para a abertura e o fechamento da válvula, o fluxo
de fluído é suave ,ininterrupto e direto.

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Fig 1 Macho paralelo lubrificado Fig 2 Semi-Plug

Fig 3 Macho cônico lubrificado Fig 4 Macho paralelo não lubrificado

Vantagens
• Baixa perda de carga, fluxo ininterrupto nos dois sentidos.
• Construção simples , apenas uma parte móvel.
• Abertura e fechamento com apenas um quarto de volta.
• A superfície de vedação fica protegida da ação do fluído, tanto nas
posições aberta e fechada.

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Desvantagens

• Elevado peso devido, a sua construção robusta.

11 Principais componentes da Válvula Macho

a) Macho- Obturador que efetua a abertura e o fechamento da válvula macho,


os principais tipos são:
• Macho paralelo: Utilizado em baixas pressões.
• Macho Cônico: Utilizado em medias e altas pressões.
• Macho Cônico Invertido : Utilizado em altas pressões.
Esses três tipos de obturadores citados podem ser, revestidos, como ou
sem lubrificação.

Fig 5 Obtutador , macho ou plug

b) Conjunto acionador: Dispositivo formado por três buchas e um par de


esferas, através dos quais são realizados os movimentos que possibilitam a
abertura e o fechamento de uma válvula macho com vedação metal contra
metal ou twin seal.

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Fig 6 ilustração em corte de conjunto acionador

c) Haste : Elemento transmissor do movimento e essencial para a vedação


da Válvula Macho.
d) Caixa de selagem: Tem por função , proteger a válvula dos vazamentos
nos pontos onde a haste passa através do castelo.

12 Principais modelos de Válvulas Macho .

• Vedação Metal contra Metal.

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A construção desta válvula é bem simples, constitui-se de uma carcaça cônica e
um obturador também cônico .Este sofre movimentos dentro da carcaça ,radiais
, axiais e rotativos.
O obturador possui um furo passante, que alinhado com a direção do fluxo,
permite que o fluído passe, posição aberta .O mecanismo acionador, tecnicamente
chamado Operador, levanta o obturador e depois o gira por 90 graus, sem fricção.
Em seguida, o obturador é forçado para o fundo da carcaça de modo a obter
vedação plena da válvula com o furo do obturador desalinhado com a direção do
fluxo, desta forma a válvula estará fechada, não permite o fluxo do fluído.
Estes modelos de válvula são normalmente utilizados no trabalho com fluídos
abrasivos, em virtude da presença de sólidos em suspensão à temperaturas entre
– 80 a + 420 Graus Celsius. Os assentamentos das áreas de vedação são
submetidos à tratamentos de dureza superficiais e são protegidos através de
injeções de vapor, para evitar desgaste por erosão e corrosão.

Fig 7 VÁLVULA MACHO SEDE METAL CONTRA METAL

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• Vedação com revestimento PTFE ou borracha.
Normalmente a carcaça ou o obturador são revestidos com PTFE, este modelo é
muito utilizado em industrias que manipulam acido fluorídrico (HF), modelos que
utilizam revestimento com borracha são muito utilizados em estações de
tratamento de água.

Fig 8 Válvula macho com camisa de PTFE

• Vedação através de sapatas deslizantes “Twin seal”


Possuem sedes removíveis de material resiliente (Viton ,Kalrez etc), essas não
são à prova de fogo (fire safe), só podem ser empregadas até o limite de
temperatura permitido pelo material da sedes.

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Fig 9 Válvula Macho Twin Seal

• Vedação através de selante.


Este modelo de Válvula Macho possui furos de lubrificação na haste e no
obturador (plug), a carcaça e obturador dessas válvulas possuem canais para
deposição deste selante.
A vedação é conseguida, graças à camada de selante alojada entre a carcaça
e o obturador.

Fig 10 detalhes dos canais e furos de lubrificação Fig 11 Canais da carcaça

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Fig 12 Bomba e mangueiras para aplicação do selante Fig 13 Válvula em bancada de testes

13 VÁLVULA ESFERA

A Válvula Esfera é uma evolução da Válvula Macho, seu obturador é uma esfera
com um orifício passante, o obturador gira entre sedes resilientes ou metálicas ou
uma composição de ambas. Uma das características da Válvula Esfera é a
rapidez na operação, sendo necessário apenas um quarto de válvula para operar
este modelo. Outra característica é a ótima estanqueidade , mesmo em altas
pressões e perda de carga desprezível.
As primeiras válvulas esferas foram concebidas com sedes de vedação de
metal,mas com o desenvolvimento de vários materiais, hoje existe várias opções
de utilização de materiais como:PTFE, Viton, Kalrez, Grafite etc.

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Fig 1 e 2 Válvulas esferas

Existem três modelos básicos de Válvulas Esferas:

1) passagem plena - O diâmetro interno da esfera é igual


ao diâmetro nominal da válvula.
2) passagem reduzida – O diâmetro interno da esfera é
menor que o diâmetro nominal da válvula.
3) passagem Venturi – Existe uma redução continua
desde a extremidade da válvula até o anel de vedação,
o diâmetro nominal da válvula terá o mesmo diâmetro
nominal da tubulação.

Fig.3 Passagem Plena Fig.4 Passagem Reduzida Fig 5 Passagem Venturi

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A terminologia longa e curta da carcaça da mesma é a distancia entre faces
norteada pela ASME B 16.10 ou API 6 D.
O padrão é o tipo longo, sendo que o tipo curto é utilizado em apenas casos
especiais.
Para válvulas de até 4” , não há distinção de tamanho, no caso da válvula citada
não há implicações no uso do tipo curto e longo .

Vantagens

• Aplicáveis em ampla gama de pressões.


• Abertura e fechamentos rápidos.
• Baixa perda de carga, quando construída em passagem plena.
• Acionamento suave.

Desvantagens

• Não são indicadas para trabalhos com fluídos que possuam particulado
sólido em suspensão.
• Sedes de material resiliente limitam a utilização de Válvulas Esfera .

Válvula Esfera à prova de fogo (Fire Safe)

Este modelo é utilizado principalmente em trabalhos com produtos inflamáveis ,


está válvula esfera possui um sistema especial de vedação, que mesmo após a
queima do material resiliente da vedação, este bloqueará o fluxo .

Fig 6 Sistema de vedação Fire Save Fig 7 Detalhe da vedação Fire- Save

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14 Principais componentes da Válvula Esfera

- ESFERA – É o obturador, executa a abertura e fechamento da válvula , existem


dois tipos básicos:

• Esfera Flutuante - Esfera e haste são duas peças distintas, que são unidas
através de encaixe , normalmente rasgo de andorinha ,que transmite o
movimento para a esfera.
• Esfera Guiada – A esfera é fixada ao centro do corpo da válvula ,
normalmente esta construção é utilizada em válvulas esferas com
diâmetros superiores a 6”, e para trabalhos com altas pressões.

Fig 8 Esfera guiada simulação de dano a sede da válvula Fig .9 Obturador esfera

- SEDES – Elemento de vedação fixada na carcaça , o acabamento externo


superficial da esfera com as sedes, compõe o conjunto de vedação da válvula , as
sedes podem ser construídas de três formas:
• fixas.
• ajustáveis.
• auto- ajustáveis.
Normalmente são construídas em materiais metálicos , PTFE puro (teflon), PTFE
com grafite, Viton, Kalrez, Buna N e etc.

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Fig.10 Diferentes materiais de sede Fig.11 Sede Fire Save

- CORPO – É o alojamento das sedes e da esfera , existem três tipos básicos:


• Monobloco – Compacto, utilizada em altas pressões.
• BIPARTIDO – A válvula é dividida em duas partes, é o modelo mais
comum,esta pode ser fabricada com extremidades roscadas e flangeadas.
• TRIPARTIDO – Facilita a manutenção no campo pois o conjunto esfera
(obturador) , haste e tampa podem ser removidos e encaminhados para a
manutenção sem a remoção da carcaça do campo.

Fig.12 Carcaça Bipartida Fig.13 Carcaças em corte

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15. Válvula Slide.

São válvulas de alta performance utilizadas em Unidades de Craqueamento


Catalítico – UFCC.
O craqueamento catalítico é um processo de refino que visa aumentar a
produção de gasolina e GLP, convertendo cortes pesados de petróleo (gasóleos
e resíduos) em frações mais leves de alto valor comercial.
O processo consiste na quebra de moléculas pesadas ,por ação de um
catalisador a base de sílica-alumina, em alta temperatura. As reações de
craqueamento ocorrem no riser (reator), produzindo gás combustível, gasolina,
GLP, coque e etc. O coque deposita-se na superfície do catalisador, desativando-
o e por isso ele é queimado com ar no regenerador, restabelecendo a atividade do
catalisador.
As válvulas Slides são construídas com uma parede dupla, chamadas de camada
fria e quente, isto é , internamente (quente) essa válvula possui um revestimento
altamente resistente à abrasão, altas velocidades e altas temperaturas, este
revestimento é fixado através de uma malha hexagonal. A parede externa é feita
de aço carbono.
As válvulas Slides , pesam entre 15 a 20 toneladas e são capazes de operar a
temperaturas acima de 950º C.

Fig.1 Válvula Slide em corte Fig.2 Detalhe do duplo revestimento

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16 Principais Componentes da Válvula Slide.

- Disco – É o obturador da válvula Slide, o projeto dos discos de design mais


moderno no mercado levam em consideração, a campanha de operação, e o Delta
P da temperatura de trabalho, a espessura dos discos modernos está entre 110 a
115 mm , a máxima deflexão permissível no meio do disco é de 0,127 mm.
No passado a espessura dos discos era em média entre 60 a 68 mm, e facilmente
estes discos rompiam devido a espessura insuficiente, esses discos não
asseguravam a correta performance dessas válvulas.

Fig .3 Disco superior espessura 68 mm, disco inferior espessura 120 mm

Fig.4 disco de espessura superior Fig.5 Malha hexagonal

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As grandes distorções no disco são causadas por falta de área de contato
,principalmente na área de apoio do disco com as guias e com o ajuste da placa
de orifício.
A espessura metálica insuficiente do disco combinada com design errado amplia
problemas de ajuste mecânico do conjunto da válvula .

Fig.6 acabamento retificado Fig.7 detalhe da fixação da haste motora

Fig.8 disco de geração anterior Fig.9 disco de baixa espessura

- Guias – É o elemento que direciona o movimento do disco no interior da válvula


.A área de contato entre o disco e a guia, deve manter medidas constantes,o
esforço inicial de acionamento será elevado sobre a guia, enquanto que no disco
esse será mínimo. Em condições normais ha deformações verticais e horizontais
entre a folga dimensional do disco em relação às guias. Em alguns casos,o disco
sai do suporte da guia, devido à abertura das guias em sentido da parede da
válvula.

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Fig. 10 guia

As antigas guias no formato U , eram deficientes ,pois não permitiam a


performance correta das válvulas Slides. As guias modernas são confeccionadas
no formato L, este novo desinig aumentou muito a confiabilidade das válvulas
Slides.

Fig 11 guias em L

Fig 12 Guia em U Fig 13Guia em L Fig.14 Conjunto U Fig.15 Conjunto L

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O novo conjunto guia e disca conferem a máxima resistência e baixa distorção, a
área de deslizamento do conjunto tem maior espessura que os modelos antigos.

Fig 16 Guias e Placa de orifício

- Placa de Orifício – Dispositivo formado por uma placa com um furo calibrado
(orifício), instalada transversalmente ao fluxo de fluido da tubulação, de modo a
causar uma mudança brusca de seção. Esta mudança brusca de seção implica
em uma aceleração do escoamento principal, com aparecimento de regiões de
escoamento secundário, antes e depois da placa.
Uma tomada de pressão é instalada a montante e outra a jusante da placa
permitem determinar a vazão da tubulação.
As modernas placas de orifício para válvulas slides, são alongadas para poderem
suportar as guias, evitando distorções em função do peso das guias e a
temperatura de operação.
Distorções verticais são reduzidas a zero e as folgas entre o disco as guias são
preservadas.

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Fig 17 Modelos de guias

Fig 18 e 19 Guias e placa de orifício

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Válvulas de Regulagem

17. Válvula Globo

Este modelo de válvula é utilizada para controle de vazão e abertura e fechamento


em qualquer graduação desejada, com desgastes mínimos por erosão,a válvula
globo possui um obturador cônico que se ajusta a uma sede dentro de uma
carcaça em forma de globo, o orifício da sede geralmente esta em posição
paralela ao sentido de escoamento do fluido, em contrapartida oferecem elevada
perda de carga em virtude da brusca mudança de direção imposta ao fluido.
A vedação desse modelo de válvula é bem superior do que as válvulas gavetas,
as sedes de vedação são na maioria dos casos metal contra metal, por isso
muitas válvulas globos podem ser consideradas a prova de fogo, desde que o
obturador e a sede sejam de metais de alto ponto de fusão (mais de 1.100ºC).
Válvulas Globo de pequenos diâmetros podem ter vedações resilientes como
teflon, Viton ,Kalrez etc. Embora o uso de vedações não metálicas proporcione
uma excelente vedação, as mesmas ficam limitadas às temperaturas de trabalho.
Basicamente as Válvulas Globo são utilizadas em serviços de regulagem dos
seguintes fluidos:

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• Água
• Óleos
• Vapor
• Gases
• Líquidos em geral
Vantagens
• Utilizadas em amplas faixas de temperatura e pressão.
• Controle do fluxo de fluido.
• Estanqueidade total.
• Abertura e fechamento mais rápido que as Válvulas Gaveta.
• A manutenção da selagem da sede pode ser realizada sem a remoção da
carcaça da linha.

Desvantagens
• Perda de carga elevada
• Não admite fluxo nos dois sentidos

Fig 1 Válvula Globo standerd Fig.2 Válvula Globo de alta pressão


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18 Principais Componentes da Válvula Globo.

Obturador – De acordo com a aplicação a que são submetidas as Válvulas


Globo, estes podem ter as seguintes formas construtivas:
• Planos.
• Cônicos
• Esféricos

Sede - Superfície de vedação do corpo da válvula que recebe o obturador,


esta pode construída e ajustada das seguintes formas;

• Usinadas na própria carcaça


• Peça postiça, isto é, roscada, soldada ou prensada.

Haste – Elemento que transmite movimento para o obturador esta pode ter
as seguintes configurações:

• Rosca interna , utilizada em trabalhos com líquidos não abrasivos e


onde não haja necessidade de lubrificação permanente.
• Rosca externa, utilizada em trabalhos com líquidos muito abrasivos,
ou quando houver a necessidade de lubrificação permanente.

Castelo – Elemento é a tampa da válvula e caixa de selagem da mesma,


este é encontrado em varias versões, de acordo com a classe de pressão e
tamanho da válvula, quanto a forma de fixação a carcaça o castelo pode ser:

• Roscado
• Aparafusado

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• Acoplado por rosca de união

Outros modelos de Válvulas Globo:

• Válvula Agulha - A diferença básica é o formato do obturador, quem


tem a forma cônica aguda, são utilizadas para regulagem fina de
líquidos,óleo, sistemas de vácuo e gases, em diâmetros até 2”, a
precisão da regulagem será maior quanto mais agudo for o ângulo do
obturador e maior o seu comprimento.

Fig.3 Válvula agulha e angular

• Válvula Angular – As válvulas deste modelo tem a configuração do


corpo onde estão os bocais de entrada e saída dispostos a 90º ,um
com o outro. Esta configuração oferece a vantagem da diminuição do
numero de conexões na rede de tubulações e propicia também perda
de carga menor.

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Fig.4 Válvula Globo angular de três vias.

• Válvula em “Y” – Possuem a haste a 45º com o corpo, desta forma a


trajetória do fluxo de fluido fica quase retilínea, além de ocupar um
espaço menor que as demais, propiciam uma perda de carga menor
do que as próprias Válvulas Globo. São muito usadas para bloqueio e
regulagem de vapor , e indicadas para serviços erosivos e corrosivos.

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Fig.5 Válvula em “y”

19 Válvulas Borboletas

Este modelo de válvula de regulagem,é um dos mais antigos existentes, mas


também podem trabalhar como válvula de bloqueio. As válvulas borboletas
possuem este nome devido à configuração e o movimento do seu obturador. O
funcionamento constitui-se da rotação do obturador, em torno de um eixo
perpendicular a direção de escoamento do fluido.

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As válvulas borboletas são empregadas principalmente para tubulações de
grandes diâmetros, baixas pressões , temperaturas moderadas e baixas pressões.
Tanto para gases como para líquidos, estes fluidos inclusive podem conter sujeira
e particulado em suspensão , assim como para serviços corrosivos.
As Válvulas Borboletas podem ser encontradas nos Diâmetros que variam de 1½”
a 80” (30mm a 2000mm) de acordo com o Fabricante, tendo uma variação de
tipos de conexão, sendo a mais comum a Wafer, mas podemos encontrar ainda
tipo LUG e Flangeada, o acionamento pode ser Manual por Alavanca ou Caixa
Redutora, Pneumático por Atuador Rotativo ou Atuador Elétrico.

20 Principais componentes da Válvula Borboleta:

Fig. 1 - Obturador

Fig. 2 Caixa de gaxetas

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Fig. 3 - Haste

Fig 4 e 5 - Bucha guia

- Sede:

• Com Sede em Elastômero revestindo todo o Corpo e Disco Concêntrico


• Metal x Metal com Disco Concêntrico
• Sede em Elastômero com um Excêntrico com a vedação no Disco ou no
Corpo (Vedação normalmente é um Anel)
• Sede em Elastômero ou Plastômero (Teflon) com Duplo Excêntrico (Sede
tipo Anel)
• Sede Metal x Metal com Duplo Excêntrico- no eixo e disco
• Sede Metal x Metal com Triplo Excêntrico- borda do disco lado e angular e
outro lado paralelo.

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Fig. 6 e 7 Sedes

Fig 8 e 9 Sedes

- Corpo:

• Curto.
• Longo.
• Extracurto com furos guias – Lug –o corpo possui orelhas com furos ao
seu redor, coincidentes com os furos do flange da tubulação.
• Extracurto sem flange – Wafer – a válvula é encaixada entre os flanges
como uma raquete, comprimida durante o aparafusamento do mesmo,
esta pode ter ou não furos guias para guiar o ajuste da instalação.

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Corpos
longos ,
Curtos e
extracurto

Fig.10 carcaça Flangeada Fig.11 carcaça Lug Fig.12 carcaça Wafer

Fig. 13 Montagem Fig.14 Componentes

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21 Principais modelos de Válvulas Borboleta

• O modelo mais simples e o mais utilizado é a Válvulas Borboleta com


Sede em Elastômero (borracha) revestindo o Corpo totalmente e Disco
Concêntrico. Esta Sede é substituível, podendo ser trocada no
campo.Esta Válvula usualmente é encontrada no mercado baseada na
Norma API 609 Categoria A, sua Pressão de Trabalho Max.
normalmente é de 10 bar, podendo em algumas construções chegar a
19 bar.A pressão de trabalho é definida pelo fabricante de acordo com a
Norma API 609.A construção de uma Válvula Borboleta possibilita uma
grande variação dos internos, A sede pode ter vários tipos de
Elastômero como Buna-N, EPDM, Hypalon, Viton, e o Teflon, o disco
pode ser em Ferro Fundido Nodular, Aço Inoxidável e suas ligas e
também com revestimento em Teflon ou elastômero.
• Válvulas Borboletas excêntricas são aquelas cujo obturador é excêntrico
em relação ao eixo diametral da válvula e também a linha de centro da
tubulação, algumas carcaças podem apresentar formato cônico. A
vedação desse modelo de válvula é bem superior às válvulas
convencionais, as vedações são metálicas,são indicadas para trabalhos
em altas temperaturas e produtos inflamáveis, estas válvulas são
conhecidas como Tri- excêntricas.

Fig. 15 Tri- Excêntricas

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• Tri-excêntricas –São Válvulas Borboletas projetadas de modo que o
contato entre o anel de vedação e a sede ocorra somente no exato
momento em que a válvula está totalmente fechada, eliminando qualquer
atrito entre a vedação e a sede e conseqüentemente o desgaste dos
elementos de vedação.
No caso das válvulas tri-excêntricas ,tanto a sede como o anel de
vedação são construídos como troncos de cone, inclinados em relação à
linha de centro da tubulação.
As três excentricidades características desse tipo de válvula são:

1) eixo do disco localizado na frente do plano da vedação

2) eixo do disco localizado fora da linha de centro do disco

3) eixo do cone fora do eixo do disco

Fig 16 Tri- Excêntricas

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Essa configuração exclusiva implica em várias vantagens. Para começar, quando
submetida a altas pressões, na direção preferencial de fluxo, a pressão de
vedação do anel de vedação sobre o assento é tanto maior quanto maior a
pressão, garantindo a estanqueidade da válvula mesmo em altas pressões.
Além disso, em razão do assento ser o elemento de limitação do movimento do
disco ,não necessita de ajustes complexos como nas válvulas de alto
desempenho. Também por causa do formato cônico, permite-se o ajuste do disco
com o assento evitando vibrações no disco. E, por fim, a instalação do eixo do
disco na frente do plano da vedação elimina a possibilidade de vazamento e
desgaste em torno do eixo.
As válvulas borboleta, podem ser utilizadas também para controle de processo em
razão de sua característica linear, geralmente entre 20º e 70º de abertura. Por
serem vedadas por torque, são normalmente bidirecionais.
Características – As válvulas borboleta podem ser utilizadas em condições
extremas de pressão, temperatura e ambiente .Em temperaturas criogenias a
partir de -268ºC até altas temperaturas (870ºC). Em pressões, em vácuo até ANSI
CL 600. Têm aplicação em gases, líquidos e fluidos com sólidos em suspensão ou
que venham a criar depósitos nas superfícies de vedação (enxofre, por exemplo).
Os elementos de vedação são compostos de uma pilha de anéis de aço inoxidável
e Grafoil ou um anel maciço, preso ao disco através de um anel de compressão
fixado através de parafusos. Essa configuração permite com que os anéis de
vedação possam ser substituídos. As válvulas tri-excêntricas são intrinsecamente
fire safe, normalmente testadas de acordo com a API 607 4ª Edição. São
utilizadas em instalações com combustíveis (óleo, petróleo, gasolina, e outros
produtos), gás natural, GLP, nafta, gás de alto forno, etc.
Devido a sua confiabilidade, e por manterem-se estanques mesmo após mais de
50.000 ciclos de operação, são ideais para operação com fluidos com alto
potencial de poluição, contaminantes ou perigosos.

Fig. 16 e 17 Válvulas borboletas utilizadas em unidades de craqueamento catalitico

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• Válvula Borboleta para instalações Hidráulicas e
Saneamento conforme a Associação Americana de
trabalhos com água ( AWWA).

São Válvulas Borboletas especialmente desenvolvidas para atender as


necessidades de instalações hidráulicas e saneamento. A configuração especial
do disco, com perfil hidrodinamico configurado para minimizar a perda de carga
com a válvula totalmente aberta, desenho da carcaça evita o acumulo de detritos,
vedação resiliente no obturador, faixa de diâmetros internos de 3” a 80” para
pressões de até 150# (10,5 Kgf/cm2).

Fig 18 Borboletas AWWA

22 Válvula Diafragma

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Válvula de regulagem e bloqueio , sem engaxetamento, desenvolvidas para
trabalhos com fluidos tóxicos, corrosivos, ou perigosos de modo geral, indicada
para serviços com produtos muito voláteis , ou que exijam total segurança contra
vazamentos, a origem do nome da válvula está ligado ao elemento da válvula que
realiza a vedação, o diafragma. Este é uma peça flexível moldada , confeccionada
normalmente de borracha , esta é apertada contra a sede, o mecanismo de
acionamento, fica fora do contato com o fluido, desta forma, não há a necessidade
de utilizar materiais resistentes à corrosão no conjunto de acionamento.
Outra característica das Válvulas Diafragma é a geometria de seu corpo ,que pode
ser metálico ou não,seu é perfil angular ou reto, a carcaça pode ser revestida de
vidro ,chumbo, teflon, neoprene, PVC etc.
Quase sempre as válvulas angulares são de pequenos diâmetros até 6”, a
temperatura de trabalho , estará sempre associada aos materiais empregados no
diafragma e na carcaça.

Fig .1 perfil angular Fig.2 perfil reto

23 Principais componentes da Válvula Diafragma


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Corpo
Normalmente fabricado em material fundido, de acordo com o fluido
que a válvula irá controlar , o corpo receberá um tipo de revestimento
de proteção contra o fluido agressivo.
• Perfil angular – É o modelo mais utilizado, indicado no controle de
todos os tipos de fluidos limpos: água, álcalis, ácidos e gases.
• Perfil reto – Modelo utilizado com fluidos que possuam sólidos em
suspensão.

Fig.3 perfil angular Fig.4 perfil reto

Diafragma
• É a barreira física entre o fluido a carcaça e a tampa da válvula
.Existem vários tipos de diafragmas desenvolvidos em borracha
prensada e materiais plásticos como Kalrez, Viton, Teflon,
Neoprene etc.

Castelo
• Conjunto formado por castelo ,haste ,volante, tampa e obturador,
é função do obturador comprimir o diafragma contar a sede da
carcaça para realizar a vedação.

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Vantagens

• Ausência de engaxetamento
• Estanqueidade absoluta
• Fluxo nos dois sentidos
• Fácil manutenção
• Baixa perda de carga

Desvantagens
• Não permite ajuste fino do fluxo
• Baixa pressão de trabalho

24 Válvula de Retenção

São válvulas auto-operadas devido a diferenças entre as pressões exercidas pelo


fluido, em conseqüência do próprio fluxo, não havendo necessidade de comando
externo.
São utilizadas para impedir o retorno de fluido, ou a inversão do escoamento,caso
isto venha a acontecer, ocorre o fechamento automático da válvula.
As Válvulas de Retenção devem ser instaladas de forma que a ação da gravidade
tenda a fechar a válvula. Pela alta perda de carga provocada pela Válvula de
Retenção , estas são utilizadas em linhas de alta velocidade de escoamento, par
gases, ar, vapores e líquidos que não contenham particulado sólido em suspensão
no fluido ,Válvulas de Retenção só devem ser utilizadas nos seguintes casos:

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Fig.1 Desenho em corte de válvula de retenção

• Linhas de bombas – quando houver mais de uma bomba em paralelo,


descarregando na mesma linha,as Válvulas de Retenção servirá para evitar
a ação da bomba que estiver operando sobre outras bombas que estiverem
paradas.

Fig.2 e 3 retenções em linhas de bomba

• Linha de uma bomba para um reservatório elevado, a Válvula de


Retenção,evitará o retorno do liquido no caso de ocorrer uma paralisação
súbita no funcionamento da válvula.

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• Extremidade livre da tubulação de uma bomba vertical, esta válvula evitará
o retorno do fluido para o reservatório mantendo a escorva da bomba,
evitando que a mesma venha a cavitar durante a sua operação.

25 Principais componentes da Válvula de Retenção

Carcaça - É o corpo da válvula, no qual estão instalados todos os componentes


fixos e moveis da válvula.

Tampa- Elemento pelo qual se tem acesso aos componentes internos da válvula.

Obturador- Elemento móvel de vedação.

Sede- Elemento fixo de vedação.

Garfo- Nas Válvulas de Retenção com Portinhola, é o elemento móvel de ligação


entre a carcaça e o obturador ( portinhola).

26 Modelos mais comuns de Válvulas de Retenção.

1. Válvula de Retenção de Pistão – a característica construtiva é semelhante a


Válvula Globo. A perda de carga é elevada, decorrente da brusca mudança
que o fluido sofre, a pressão do fluído, eleva o obturador e promove a
abertura da válvula. O fechamento ocorre quando há a inversão do sentido
do fluxo, não havendo pressão suficiente para que o obturador se
mantenha elevado, o mesmo desliza para baixo, ao longo das guias, devido
à força da gravidade e a diferença de pressão do fluido no sentido do
fechamento, até o assentamento do obturador na sede, isto é fechamento
total.

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Fig.4 Retenção de Pistão

2. Válvula Retenção de Esfera- semelhantes às válvulas de retenção de


Pistão, sós que seu obturador é uma esfera ,é o tipo de retenção que tem o
fechamento mais rápido , fabricadas no máximo até diâmetros 2”,utilizada
em fluidos de alta viscosidade.

Fig .5 Válvula Retenção de Esfera

3. Válvula de Retenção com Portinhola – Este modelo é o mais utilizado nas


industrias, é constituída de obturador, Portinhola, fixo ao extremo de uma
haste articulada, fixada por um eixo paralelo a sede da válvula. A obstrução
do escoamento ocorre quando o fluido não apresenta pressão suficiente
para manter a portinhola aberta,tendência de inversão no sentido do
escoamento, a perda de carga é mínima.
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A Válvula de Retenção com portinhola é indicada para operar em linhas de
gases, vapor saturado e líquido.

Fig.6 Válvula de Retenção com Portinhola

A utilização de diâmetros acima de 12”, essas retenções costumam ter o


obturador (portinhola) balanceado, isto é, o eixo de rotação atravessa o
obturador que fica assim com seu peso dividido, em dois pontos de apoio.
A finalidade dessa construção é amortecer o choque de fechamento da
válvula quando houver inversão do fluxo. Algumas dessas válvulas
possuem uma alavanca externa, com a qual o obturador pode ser aberto
ou fechado, quando necessário.

Fig.7 Válvula de Retenção com Portinhola com alavanca externa


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4. Válvula de retenção com portinhola dupla ou bi-partida – Têm as mesmas
características funcionais das Válvulas de Retenção com Portinhola, porem
sua construção aproximando-se muito das Válvulas Borboletas,utilizadas
em grandes diâmetros .A válvula com portinhola dupla é atuada por uma
mola, não necessita da ação da força da gravidade, o que permite a sua
utilização na posição vertical com fluxo descendente.
O modelo de corpo Wafer , sem flanges é muito utilizado,tem a vantagem
de menor peso, custo e espaço ocupado.

Fig .8 e 9 Válvula de retenção com portinhola dupla ou bi-partida

5. Válvula de Retenção de Pé – Tem as mesmas características da Válvula de


Retenção de Pistão, esta possui na sua extremidade inferior uma grade de
proteção para deter a entrada de detritos, este modelo de válvula é utilizado
em tubulações de sucção de bombas verticais, e a sua função é manter a
tubulação cheia a fim de evitar a cavitação da bomba. Durante a o
funcionamento da bomba , o obturador se mantém suspenso, permitindo o
fluxo de fluído. Quando para o bombeamento, ocorre o fechamento da
Válvula de Retenção de Pé, impedindo o retorno do fluído.

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Fig .10 Válvulas de Retenção de Pé

28 Válvulas de Segurança e Alivio.

A função da válvula de segurança instalada em processos industriais é


aliviar o excesso de pressão, acima de um limite pré-estabelecido no projeto do
equipamento por ela protegido.
O termo ”segurança”, “alívio” e “alívio e segurança” se aplica às válvulas
que têm a finalidade de aliviar a pressão de um sistema. Nas indústrias, costuma-
se confundir os modelos de válvulas, porém, existe diferenças, e essas são
principalmente o tipo de fluído manipulado e, conseqüentemente, no projeto
construtivo de cada válvula.
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Há ainda muitos profissionais que confundem as nomenclaturas das
válvulas como: de PSV (Pressure Safety Valve) no caso das válvulas de
segurança ou PRV (Pressure Relief Valve) para as válvulas de alívio.

Fig.1 Válvula de Segurança

DEFINIÇÕES

• Válvula de segurança (Safety Valve): –É um dispositivo automático


de alívio de pressão, acionado pela pressão estática à montante da
válvula e caracterizada por uma ação de disparo (POP) ou por uma
abertura rápida.É usada para serviços com ar, vapor d água, gases
ou vapores.

• Válvula de alívio (Relief Valve): - É um dispositivo automático de


alívio de pressão, acionado pela pressão estática à montante da
válvula,a abertura é proporcional ao aumento de pressão acima da
pressão de abertura.É utilizada em aplicações com fluidos no estado
liquido.

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• Válvula de Segurança e Alívio (Safety Relief Valve): - É um
dispositivo automático de alívio de pressão ,adequado para atuar
tanto como uma válvula de alívio ou como uma válvula de
segurança, adequado para operar com gás/vapor e líquido
simultaneamente.
• Válvulas de Segurança e/ou Alívio Convencional (Convencional
Safety Relief Valves):
São construídas de maneira que a variação na contrapressão à jusante
(descarga) da válvula afeta a pressão de abertura da mesma.

Fig.2 Válvula de Segurança

• Válvulas de Segurança e/ou Alívio Balanceada (Balanced Safety


Relief Valves):
São válvulas que incorporam meios para minimizar o efeito da
contrapressão por ocasião da abertura. Normalmente possuem um fole,
para este fim.
• Válvulas de Segurança e/ou Alívio Piloto Operadas (Pilot
Operated Safety Relief Valves).

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Fig .3 Válvulas de Segurança Piloto Operada

Dispositivos automáticos em que a válvula principal para alívio de pressão


está combinada e é controlada por uma válvula auxiliar auto-operada (válvula
piloto).
A instalação de uma válvula de segurança tem como objetivo á garantia
da continuidade operacional, protegendo vidas e assegurando o patrimônio.

28 COMPONENTES DE UMA VÁLVULA DE SEGURANÇA

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Fig.8 Componentes

1. A MOLA

Estas são responsáveis por uma parte da performance correta das


válvulas de segurança. Toda mola para uso nesse tipo de dispositivo tem uma
faixa definida de trabalho, portanto, a pressão de ajuste da válvula deverá
permanecer dentro dos limites ,mínimo e máximo ,especificados pelo fabricante.

Um aperto excessivo na mola com a intenção de aumentar a pressão de


ajuste da válvula, pode diminuir o curso de abertura do disco e reduzir sua
capacidade de alívio com um conseqüente aumento do diferencial de alívio desta.

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Fig 9 Mola e suportes de mola

Carga Sólida:
É a compressão da mola ao seu estado sólido, conforme descrito no
item de teste de carga sólida.

2. BOCAL

O bocal nas válvulas de segurança, da mesma forma que o disco, são as


peças que estão em contato direto com o fluído, estando a válvula fechada ou
aberta e descarregando.
Existem dois tipos de bocais usados em válvulas de alívio e/ou segurança.
O bocal reativo integral (full nozzle) e o semibocal. O primeiro é uma peça rígida
em aço inox e não permite o contato do fluído de processo com o corpo da
válvula, enquanto a mesma estiver fechada.
O semibocal é rosqueado e, às vezes soldado ao corpo da válvula,
principalmente para as válvulas de alta pressão, este possui uma grande
desvantagem em relação ao bocal reativo integral. Neste tipo de bocal o fluído de
processo além de entrar em contato com o disco e o bocal quando a válvula está
fechada, também entra em contato com parte do corpo da válvula.
A área de passagem do bocal deverá ser suficientemente grande apenas para
permitir que uma determinada quantidade de fluxo seja aliviada para ocorrer à
redução de pressão do processo.
A vedação pode ser metal-metal ou resiliente. A metal-metal é a mais
usada no caso de vapores , este motivo é devido a temperatura não ser suportada
pelos anéis de vedação em elastômeros, que normalmente são em Viton, Kalrez,

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Buna-N. As válvulas de segurança que possuem assento macio não são
recomendadas para uso em vapor d’água.
A vedação resiliente é usada quando se deseja a máxima estanqueidade
da válvula, como nos seguintes casos:
• Fluídos de difícil confinamento, como gases ou ar
comprimido;
• Quando a pressão de operação oscila muito e se aproxima
da pressão de ajuste da válvula;
• Em instalações sujeitas às vibrações excessivas;
• Fluídos com particulados em suspensão;
• Casos em que pode ocorrer a formação de gelo após o alívio
pela válvula, como por exemplo, em descarga de gases;
• Fluídos corrosivos;
• Tensões provenientes da tubulação de descarga e que
possam induzir a válvula ao desalinhamento.
As válvulas com vedação metal-metal têm as superfícies de contato
lapidadas para se obter o maior grau de estanqueidade com pouco diferencial de
força, atuando entre a área do bocal e a força exercida pela mola.
O vazamento nas superfícies de vedação de uma válvula de segurança,
principalmente ,quando operando com vapores, além de ter um efeito erosivo
sobre essas superfícies, pode também causar travamento do suporte do disco,
tornando a válvula inoperante, devido ao diferencial de temperatura causado por
esse vazamento.

Fig 10 e 11 Modelos de bocal

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3. DISCOS
Discos de vedação das válvulas de segurança têm a função de bloquear o
fluxo de fluído quando a válvula estiver fechada e facilitar o escoamento
do mesmo quando da abertura da válvula .Essas, em processos
industriais possuem um defletor integral que tem as seguintes funções:

• Direcionar o fluxo durante o ciclo de abertura e fechamento da


válvula;
• Proteger a área de vedação do disco e bocal contra a erosão,
devido à alta velocidade de escoamento do fluído neste ponto;
• Aumentar a velocidade de escoamento do fluído, auxiliando com
isso a reduzir a pressão, assim como ocorre com a conicidade do
bocal;
• Evitar o turbilhonamento do fluxo na saída do bocal com uma
conseqüente rotação do disco e suporte do disco o que causaria
desgaste nas superfícies de vedação e nas superfícies de guia,
entre o suporte do disco e a guia deste.
Tanto o bocal quanto o disco, normalmente são feitos de materiais
resistentes ao desgaste por erosão ou corrosão pela alta pressão e por altas
temperaturas do processo. No caso dos discos, esses materiais podem ser
laminados ou forjados e para o bocal, esses materiais poderão ser fundidos,
forjados ou laminados. Quando a superfície do bocal for revestida com Stellite,
este deverá ser laminado para evitar contaminação e possíveis trincas ou poros na
solda do revestimento.O material do disco deve ser mais duro, devido a total
exposição ao fluído em escoamento.
A velocidade de escoamento do fluído na superfície de vedação do bocal
praticamente não varia, comparando-se com a velocidade na face de vedação do
disco, devido a este se movimentar durante a abertura e fechamento da válvula.
Quanto mais próximo da superfície de vedação do bocal estiver o disco, maior
será a velocidade de escoamento do fluído.

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Fig 12 Dois modelos de disco resiliente e metálico

4-SUPORTE DO DISCO

Componente onde é alojado o disco de vedação, o design do suporte de


disco aproveita as forças expandidas do fluído para aumentar o curso de abertura
da válvula ,aumentando também a força reativa.
Um outro ponto importante, quando se compara esses dois projetos de
suporte do disco é que no projeto convencional com 25% de sobrepressão, o anel
do bocal não tem muita influência sobre o diferencial de alívio da válvula, devendo
ficar na posição mais baixa possível. No projeto específico para líquidos, o anel do
bocal auxilia no controle do blowdown, isso é devido a este anel permitir alteração
na área formada em conjunto com aquele perfil.

Fig.13 Suporte de disco balanceado Fig.14 Suporte de disco não balanceado

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4. HASTE e GUIA

A guia e a haste fazem parte do importante sistema de guia da válvula de


segurança, a haste transmite as forças tanto da mola no sentido do
fechamento quanto da força do produto no sentido de abertura da válvula.
As superfícies deslizantes são usinadas observando-se as tolerâncias
muito apertadas excesso de folga desse componente compromete a
funcionabilidade das válvulas de segurança, Após o desgaste Maximo, de acordo
com os desenhos do fabricante, as peças devem ser substituídas.

Fig.15 Haste Fig .16Guias

5. ANEL DE AJUSTE

O anel de ajuste do bocal é a peça que possibilita o controle da ação


da válvula, abertura precisa, curso total e diferencial de alivio
apropriado.

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Fig.17 e 18 anéis de ajuste

6. FOLE

Fole é um importante componente de uma válvula balanceada esse possui uma


área que cobre a parte superior do suporte do disco e a guia da válvula. A área do
disco é igual à área do fole, e é essa equalização de áreas que anula as forças
que atuam no sentido axial do suporte do disco, com isto a pressão de ajuste não
é afetada pela contrapressão, o fole também é utilizado como barreira de
proteção em casos de produtos muito viscosos e ácidos.

Fig .19 Foles novos Fig. 20 Foles danificados

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29 USO DE ALAVANCA

As válvulas de segurança, operando em vasos de pressão, deverão ter


alavanca de acionamento sempre que o fluído for compressível ou no caso de
água quente acima de 140°F (60°C). Essa alavanca te m a função de abrir a
válvula manualmente quando a pressão do processo estiver abaixo de sua
pressão de ajuste e em casos de emergência, se a válvula de segurança não
abrir na pressão de ajuste especificada ,ou até mesmo, expulsar algum material
estranho que tenha ficado preso entre as sedes no momento do fechamento da
válvula. No caso de líquidos que possam cristalizar em volta da superfície de
vedação do bocal, o acionamento periódico da alavanca facilita a limpeza dessa
região para que o acúmulo de produtos naquele ponto não venha a interferir na
capacidade de vazão da válvula, numa eventual operação desta válvula.

Fig 24 PSV de Castelo aberto com alavanca

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30 VÁLVULAS DE SEGURANÇA PARA CALDEIRAS

Caldeira é um equipamento cuja função entre muitas é a produção de


vapor através do aquecimento da água. As válvulas de segurança instaladas em
caldeiras tem por finalidade aliviar a pressão do sistema garantindo a continuidade
operacional, protegendo vidas e assegurando o patrimônio das empresas.

Fig .1Caldeira

A diferença básica das válvulas de segurança instaladas em caldeiras e


as instaladas em vasos de pressão está na seu projeto construtivo. A diferença
mais evidente está no castelo aberto das válvulas de caldeira este aumenta a
troca térmica entre a mola e o meio ambiente, diminuindo a tendência ao
relaxamento da força desta devido à temperatura, mantendo o valor da pressão de
ajuste constante, mesmo após vários ciclos operacionais.

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Fig.2 Válvula de segurança com castelo aberto

O castelo fechado é usado para proteger a mola contra intempéries ou um


ambiente corrosivo; ou quando a válvula opera com pressão no lado da descarga,
(contrapressão), mas esta condição não é aceita para válvulas de segurança
operando em caldeiras, onde a descarga é feita de forma curta e direta para a
atmosfera

Fig.3 Válvulas de segurança de castelo fechado

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Fig .9 Válvula de segurança utilizada em caldeiras
de acordo com o código ASME.

31.NEUTRALIZAÇÃO DE VÁLVULAS DO SISTEMA DE ÁCIDO FLUORÍDRICO


DA UNIDADE DE GASOLINA DE AVIAÇÃO - UGAV

ÁCIDO FLUORÍDRICO

Fórmula Química: HF em solução aquosa

PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS

Aparência: Líquido fumegante, incolor.

Odor: Odor Picante. Não respire os vapores.

Solubilidade em água: Infinitamente solúvel.

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Densidade: 1.15 -1.18

pH: 1.0 (solução 0.1M )

% Volatilizada por volume a 21oC: 100 (como água e ácido)

Ponto de Ebulição, oC: 108

Ponto de Fusão, oC: < -36C

Densidade de Vapor (Ar=1): 1.97

Pressão de Vapor (mm Hg): 25 a 20C

Faixa de Evaporação (BuAc=1): Nenhuma informação encontrada.

COMPOSIÇÃO E INFORMAÇÕES SOBRE OS INGREDIENTES

Componente Número CAS Concentração Perigoso


Ácido Fluorídrico 7664-39-3 48 - 52% Sim
Água 7732-18-5 48 - 52% Não

Classificação NFPA:

Saúde Reatividade Inflamabilidade


4 1 1

ESTABILIDADE E REATIVIDADE

Estabilidade: Estável à temperatura ambiente quando armazenado


e utilizado sob condições próprias.

Produtos Perigosos na Decomposição: Em contato com metais,


libera gás hidrogênio. Quando aquecido até a decomposição poderá
gerar vapores tóxicos de fluoreto. Ataca o vidro e outros compostos
contendo silício. Reage com a sílica para produzir o tetra fluoreto de
silício, um gás perigoso incolor.

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INFORMAÇÕES ECOLÓGICAS

Biodegradação: Se o pH do solo está acima de 6.5, pode absorver


fluoretos fortemente .Um alto teor de cálcio neutralizará os fluoretos
que podem ser danosos a plantas quando presentes em solos
ácidos.

Toxicidade Ambiental: Este material é ligeiramente tóxico para vida


aquática.

Efeitos Potenciais à Saúde

Exposição a ácido fluorídrico pode produzir efeitos nocivos à saúde


que não são imediatamente aparentes.

Inalação: Severamente corrosivo ao trato respiratório. Pode causar


ferida na garganta, tosse, respiração ofegante e inflamação nos
pulmões.

Ingestão: Corrosivo. Pode causar ferida na garganta, dor abdominal,


diarréia, vômitos, queimaduras severas do trato digestivo, e
disfunção de rim.

Contato com a Pele: Corrosivo à pele. O contato com a pele causa


queimaduras graves que não são imediatamente sentidas. Os
sintomas podem demorar mais de 8 horas para aparecer. O íon
fluoreto penetra na pele causando destruição de tecidos e ossos.

Contato com os Olhos: Corrosivo aos olhos. Sintomas de


vermelhidão, dor, visão obscurecida, e danos permanentes nos olhos
podem ocorrer.

Exposição Crônica: A Absorção de mais que 6 mg de flúor por dia


pode resultar em fluorose, doença nos ossos e articulações..
Hipocalcemia e hipomagnesemia podem ocorrer pela absorção de
íon fluoreto na corrente sanguínea.

Agravamento de Condições Pré-existentes: Pessoas com


doenças pré-existentes de pele, olhos, rins ou função respiratória
podem ser mais suscetíveis aos efeitos da substância.

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PRIMEIROS-SOCORROS

Contato com a Pele: PARA QUEIMADURAS ÁCIDAS NO CORPO:

1) Remove a vítima da área contaminada e imediatamente coloque-a


sob um chuveiro de segurança ou lave-a com uma mangueira de
água.

2) Remove todo vestuário contaminado.

3) Mantenha a lavagem com grandes quantias de água por um


mínimo de 15 a 20 minutos.

4) Alguém deve cuidar do atendimento enquanto você continua


lavando a área afetada com água.

5) Se possível, depois da lavagem, a área queimada dever ser


imersa em uma solução 0.2% de Hiamine 1622 aquosa gelada ou
Cloreto de Zephiran 0.13% aquoso gelado. Se imersão não é
possível, ensopar toalhas com uma das soluções acima e utilizá-las
à área de queimadura. Mudá-las a cada 2 minutos.

• Um tratamento alternativo ao médico é injetar


subcutaneamente solução aquosa estéril de gluconato de
cálcio 10% abaixo, circundando a área queimada.
Inicialmente não usar mais que 0.5 mL por centímetro
quadrado e não torcer a pele. Se a dor não estiver
completamente aliviada, tratamento adicional é indicado.

6) Procure assistência médica tão logo possível para todas as


queimaduras por menor que elas possam parecer inicialmente.
Hyamine 1622 é o nome comercial do Cloreto benzetoniotetracaína,
um composto de quaternário de amônia é vendido por Rohm &
Haas.. Cloreto de Zephiran é o nome comercial do Cloreto de
Benzalcônio, também um composto de quaternário de amônia.

Contato com os Olhos: PARA ÁCIDO NOS OLHOS:

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1) Lave os olhos por no mínimo 30 minutos com quantidade
abundante de água, mantendo as pálpebras afastadas dos globos
oculares durante a lavagem.

2) Chame imediatamente a assistência médica competente,


preferencialmente de um oculista.

3) Se um médico estiver imediatamente disponível, aplique uma ou


duas gotas de solução de Cloreto de Pontocaína a 0,5 %. 4) não use
gotas oleosas ou pomadas. Coloque gelo em volta dos olhos até a
sala de emergência.

Inalação: Procure ajuda médica imediatamente. Se o paciente


estiver inconsciente, dê respiração artificial ou use um inalador.
Mantenha o paciente aquecido e descansado, e envie-o para um
hospital após os primeiros socorros serem aplicados.

Aviso aos Médicos: Para queimaduras de pele em grandes áreas,


(mais que 25 polegadas quadradas), para ingestão e para inalação
significativa, efeitos sistêmicos severos podem ocorrem. Monitore a
hipocalcemia, arritmias cardíacas e hipomagnesemia. Em alguns
casos pode ser indicada diálise renal. Para certas queimaduras,
especialmente dos dedos, pode ser indicado gluconato de cálcio
intra-arterial. Trate como pneumonia química. Monitorar a
hipocalcemia com gluconato de cálcio 2.5% salina por nebulização
ou por IPPB com 100% oxigênio pode minimizar os danos
pulmonares. Broncodilatadores podem ser usados. Vigilância
Médica: Solicite exames de pessoal exposto a cada seis meses
determinações do flúor na urina, estudos de fígado e função de rim:
anualmente raio X do tórax,. Proteja da exposição aqueles indivíduos
com doenças de rins, fígado, e pulmão.

Entendendo o Processo da Unidade de Gasolina de Aviação


(UGAV)

Esta unidade é a responsável pela produção da gasolina PODIUM, a melhor


gasolina do mundo e da gasolina de aviação.As reações de alquilação foram
descobertas acidentalmente no início do século, tendo boa parte do processo
desenvolvido no período da II Guerra Mundial face ao esforço para atender as
forças aéreas aliadas. Inicialmente, as unidades eram voltadas para a produção
de gasolinas para aviação. Com o advento das aeronaves movidas à turbina (jatos
e turboélices) a maior utilização passou a ser nos automóveis.

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Descrição do sistema de reação

Os vários processos de alquilação diferem entre si basicamente pelo sistema


de reação. O processo utilizado na UGAV é o licenciado pela Phillips. Sua
característica principal é a circulação de ácido sem bomba. O mecanismo básico é
a diferença de densidade entre os produtos contidos no riser e standpipe.
No standpipe, temos praticamente ácido puro com uma densidade 0,93 e no
riser, uma mistura de ácido e hidrocarbonetos com densidade aproximada de 0,85.
Esta diferença de densidades geram diferentes pesos de coluna no M-4211,
sendo esta a força motriz da circulação de HF.
Com a maior consciência sobre o meio ambiente, a indústria de petróleo viu-
se na necessidade de produzir combustíveis que reduzissem as emissões dos
automóveis. Simultaneamente, as restrições de antidetonantes ( chumbo tetraetila)
foram aumentando, sendo praticamente banido em vários países.
Foi neste cenário que o processo de alquilação tomou novo impulso, pois o
alcoilado contribuía para a redução de emissões principalmente relativas a
componentes voláteis e monóxido de carbono.

DECANTADO
R
RISER Tempo de
residência de 15
s

STAND-PIPE

RESFRIADOR O inventário de HF é
DE ÁCIDO cerca de 35 ton

W11

CARGA FRESCA
+RECICLO
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DESCONTAMINAÇÃO DE VÁLVULAS

Talvez, o pior problema que possa acontecer a uma válvula desta unidade,
seja o fenômeno denominado “Acid runnaway” ou fuga do ácido. Basicamente, é a
rápida perda de nível de ácido no decantador, levando a reduções drásticas de
produção de alcoilado, bem como, a perda de sua qualidade.
Este fenômeno deve-se à formação excessiva de fluoretos que levam a um
acentuado consumo de ácido fluorídrico. Nesta situação a unidade deve ser
colocada em circulação para regeneração do ácido ou a eliminação da causa
básica. Mas na maioria das vezes as válvulas ficam danificadas , em muitos casos
inoperantes devido ao acumulo de borra do fluoreto no seu interior como na
seqüência de fotos em anexo.

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Este acúmulo de borra do fluoreto , é extremamente mais perigoso , quando
ocorre em válvulas de segurança e controle, pois podem comprometer a
confiabilidade destes equipamentos, conforme exemplos das fotos a seguir.

Incrustação dura na superfície da guia do suporte do disco da PSV

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No passado seguíamos o que as normas ditadas pela Phillips, licenciadora
da unidade ,e esta indicava que para neutralização das válvulas , bastava apenas
à imersão do equipamento em um tanque de neutralização, contendo uma mistura
de água com carbeto de Cálcio (Barrilha) com um Ph 14.

Mas como observamos, nas fotos anteriores esta imersão não é suficiente
para entrar em contato com todos os componentes internos das válvulas, e desta
forma não é possível neutralizar a concentração do ácido em todos os
componentes internos. Em uma manutenção é necessária a desmontagem
completa da válvula para a sua recuperação, portanto o profissional de
manutenção, estaria exposto ao contato com o ácido , ao desmontar os
componentes internos da válvula .

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O HF tem a característica de infiltração em elementos rosqueados, uma vez
que estes elementos são desconectados o gás volatiliza a 21ºC e muitas vezes
podem atingir o profissional que realiza a manutenção, este sempre deverá utilizar
todos os EPI’s necessários para esta operação.

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Adotamos a prática que é a soma do que já existia , no caso a imersão, com
novas práticas desenvolvidas com o aprendizado do dia a dia:

• O aquecimento da válvula para forçar a dispersão do ácido Fluorídrico


através do aumento da temperatura .
• A desmontagem parte a parte , seguindo de neutralização
individualizada de todo componente desmontado , por imersão em
solução de barrilha e aquecimento por vapor.
• Conferencia individualizada de todos os componentes da válvula
através do controle de pH com Papel Tornassol

• Lavagem com água e vapor dos componentes internos e externos


de uma válvula, neutralizada para inicio do trabalho de
recuperação.

• Uma vez realizado este procedimento de neutralização, a válvula


pode ser manuseada de forma segura como um equipamento
qualquer.

Procedimento para
manutenção de válvulas de bloqueio do sistema ácido da UGAV.

Materiais necessários

• Luva Longa de PVC.


• Camisa Manga Longa.
• Óculos de segurança.
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Condições necessárias

• Tanque de neutralização, contendo solução saturada de carboneto de


cálcio (barrilha) com Ph 14.
• Papel de Tornassol.
• Treinamento da UGAV.
• Treinamento para desmontagem de válvulas de bloqueio do sistema ácido
contaminadas com HF e técnica de neutralização.

Atividades

1. Este procedimento considera que o trabalho inicia-se com a remoção da


válvula da área de processo da UGAV.
2. A válvula deve ser neutralizada previamente pela equipe do MI-EE sendo
submersa no tanque ,contendo a solução de barrilha existente na área de
processo. Após a previa neutralização, a válvula deve ser transportada para
a oficina da UGAV, novamente essa válvula, deve ser imersa no tanque de
neutralização, existente na entrada desta oficina. Em casos de parada
operacional, poderão existir mais de um tanque de neutralização na oficina
da UGAV. Somente a partir desta segunda imersão é que começará a
desmontagem da válvula de bloqueio nas dependências desta oficina, para
neutralização de todos os componentes internos necessários para um
manuseio seguro desses equipamentos.
3. Etapas obrigatórias para desmontagem e neutralização dos componentes
internos das válvulas de bloqueio contaminadas com HF.
• Adicionar água até o nível desejado, suficiente para a imersão total
da peça, adicionar carbonato de cálcio (barrilha) e medir o pH,
utilizando-se de papel de tornassol, até indicar pH =14 (solução
saturada).
• Desmontar a válvula : volante, haste, obturador , tampa, castelo,
corpo, gaxetas, preme-gaxetas, sedes de vedação da carcaça,
buchas, caixas de redução, alavancas de acionamento e juntas.
Acompanhar o processo de neutralização peça a peça, medindo
constantemente o pH.
• Após cada neutralização, remover o excesso de barrilha através do
uso de vapor ou lavagem com água.
• Ao término do serviço de neutralização de todos os componentes de
uma válvula de bloqueio, a mesma poderá ser manuseada como
uma válvula comum.
• Sempre ao término do serviço, neutralizar a bancada de trabalho ,
ferramentas e outros dispositivos com barilha e vapor.
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4.Caso haja suspeita de contaminação do EPI, paralisar o trabalho
imediatamente e providenciar sua substituição.

5.Em caso de acidente por contaminação por HF, encaminhar


imediatamente o executante para o ambulatório do SMS/SAÚDE.

Resultados esperados
-Capacitar os envolvidos nas tarefas acima quanto a sua execução
de modo seguro.
Atuação
-O executante, através do comprimento deste procedimento.

31. Referências Bibliográficas

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