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RECAPITULANDO....

Princípios de Steno (Prodromus – 1669)


Princípio da Superposição – Em qualquer
sucessão de camadas não perturbadas, cada
camada é mais nova que a situada abaixo e mais
velha que a situada acima, assim, as camadas
mais novas estarão no topo e as mais velhas na
base.
Princípio da Horizontalidade Original –
Sedimentos são depositados horizontalmente em
camadas paralelas ou quase a superfície da Terra.
Então, se uma sucessão de camadas está inclinada,
esta deve ter sido basculada após a deposição e
litificação.
Princípio da Continuidade Lateral – As
camadas quando originalmente depositadas
estendem-se em todas as direções até
terminarem nas margens das bacias,
abruptamente contra alguma antiga barreira à
deposição, ou gradam lateralmente para outro
tipo de sedimento.
Princípio do Uniformitarismo (Hutton): “O presente é
a chave do passado“, isto é, os processos geológicos
que operam hoje também operaram no passado (ex:
depósitos fluviais formados atualmente possuem
composição semelhante aos correlatos antigos; a
erosão glacial e os depósitos resultantes são
basicamente os mesmos hoje e no passado, etc.

“No vestige of a beginning, no prospect of an end”.


Princípio da Sucessão Faunística (William
Smith): Este princípio afirma que camadas
sedimentares em um determinado local contêm
fósseis em uma seqüência definida; e que a
mesma seqüência pode ser encontrada em
rochas de outros locais, e cada camada então
pode, ser correlacionada.
Princípio das relações entrecortantes de
corpos rochosos (Lyell): Uma intrusão ígnea
ou falha deve ser mais jovem do que as rochas
que intrudem ou deslocam.
Princípio das Inclusões (Lyell): Qualquer
rocha que contenha fragmentos de uma
rocha adjacente, deve ser mais nova que a
rocha adjacente.
Lord Kelvin
Entre 1862 e 1897, data
de publicação de seu
livro “The age of the
Earth as an Abode
fitted for life”, Kelvin
calculou idades entre
25 e 400 M.a. para a
Terra.
O cálculo era baseado
temperatura de fusão
das rochas, na taxa de
perda de calor e no
tamanho da Terra.
O (breve) dilema geológico

Uma terra jovem era um grande problema


para os geólogos e biólogos!
Os cálculos de Lord Kelvin eram
incontestáveis.
Mas, algo estava faltando!
Henri Becquerel

1896 - Henri Becquerel


descobriu a
radioatividade em sais
de urânio.
Marie Curie
Descobriu a
radioatividade do tório.

Com Albert Laborde,


demonstrou que o
decaimento radioativo é
exotérmico.

Marie Sklodowska Curie


(1867-1934)
Ernest Rutherford
Em 1904 Ernest
Rutherford publicou um
paper sobre a produção
de calor da radioatividade
do rádio e seu efeito no
prolongamento do calor
da Terra.
FIM DO DILEMA: A Terra
era muito mais velha do Ernest Rutherford
que Lord Kelvin havia (1871-1937)

calculado!
• Em 1905, os primeiros dados isotópicos
indicaram uma idade de 2,0 G.a. para a Terra.
• Antes do final dos anos 10, já se sabia que o
Fanerozóico havia se iniciado entre 550 e 700
M.a.
Idades da Terra
• Barrel (1917) – 1,5 G.a.
• Holmes (1947) – 3,0 G.a.
• Patterson (1956) – 4,56 G.a. através do
método U-Pb
Datações…

• Os geólogos utilizam duas diferentes abordagens


quando discutem o tempo geológico.
– A datação relativa envolve o posicionamento dos
eventos geológicos em uma ordem seqüencial,
determinada pela sua posição no registro
geológico;
– A datação relativa não nos diz quando um evento
particular ocorreu, mas apenas que este precedeu
ou sucedeu algum outro.
• Por centenas de anos os geólogos vêm usando a
datação relativa para estabelecer a escala de tempo
geológica.
Escala de Tempo Geológico Relativo
• A escala de tempo
geológico relativo
possui uma seqüência
de:
–eons,
–eras,
–períodos,
–épocas.

Mas nenhum
número indica há
quanto tempo
ocorreram.
• A escala de tempo geológico não foi desenvolvida
de maneira organizada e sistemática.
• Ao invés disso, a escala tomou forma através do
trabalho de vários cientistas que descobriram e
nomearam diversos intervalos, baseados unidades
litológicas identificadas pela superposição, fósseis
e correlação estratigráfica ou bioestratigráfica.
• Normalmente, as unidades eram denominadas
pelo nome local ou o tipo de rocha presente.
Cambriano; de
Cambria (País de
Gales);

Ordoviciano; de
Ordovices, tribo celta;

Siluriano; de Silures,
tribo galesa;

Devoniano; de
Devonshire.
Permiano; da
Província de
Perm, Russia;
Triássico; rochas
na Alemanha
Jurássico; das Bacia Perm,
montanhas Jura, Rússia

Suíça; Cretáceo;
de 'creta' (gesso);
Terciário,
sugerido por
Arduíno
• A segunda abordagem em relação ao tempo
geológico é a datação absoluta;
– A datação absoluta resulta em idades expressas
em anos antes do presente;
– Nos informa há quanto tempo um evento
ocorreu fornecendo dados numéricos sobre o
tempo;
– A datação radiométrica é o método mais comum
para a obtenção de idades absolutas;
– Tais dados são calculados através das taxas de
decaimento natural de vários elementos
radioativos presentes em pequenas quantidades
nas rochas.
Decaimento radioativo
• O decaimento radioativo é uma reação espontânea
que ocorre no núcleo do átomo instável, que se
transforma em outro átomo estável (em um outro
elemento)
• O elemento instável é o elemento-pai, e o elemento
estável, o elemento-filho.
• O processo de decaimento pode ocorrer de 3 formas
diferentes, todas estas resultando em mudanças na
estrutura atômica: decaimento alfa, decaimento beta
e decaimento por captura de elétron.
• No decaimento alfa, o núcleo instável perde
dois prótons e dois nêutrons (partícula
alfa).
• No decaimento beta, um dos nêutrons do
núcleo emite um elétron (partícula beta),
transformando-se em próton, aumentando
o peso atômico em 1.
• O decaimento por captura de elétron
ocorre quando um próton captura um
elétron e torna-se um nêutron, diminuindo
seu número atômico em 1, mas não
afetando seu número de massa.
• Alguns isótopos sofrem apenas um
decaimento antes de se tornarem estáveis.
– Exemplos:
• 87Rb (Z=37) decai para 87Sr (Z=38) através de uma
única emissão beta;
• 40K (Z=19) decai para 40Ar (Z=18) por uma simples
captura de elétron.
• Outros isótopos sofrem vários decaimentos
consecutivos até se tornarem estáveis.
– Exemplos:
• 235U decai para 207Pb por 7 decaimentos alfa e 6
decaimentos beta;
• 238U (Z=92) decai para 206Pb (Z=82) por 8
decaimentos alfa e 6 decaimentos beta.
Decaimento do 238
U
• As taxas de decaimento (ou constantes de
desintegração) não são afetadas por mudanças físicas
ou químicas do ambiente, o que assegura que a taxa
de um dado isótopo seja independente dos processos
geológicos.
• Essas, portanto, são as mesmas no manto, no
magma, em um dado mineral ou rocha.
Meia-vida
• A meia-vida de um isótopo radioativo é o tempo
necessário para que a metade da quantidade
original dos átomos de um isótopo-pai instável
decaia para um novo isótopo-filho mais estável.
• Após o tempo correspondente a uma meia-vida, a
metade da massa original do elemento-pai terá se
convertido em elemento-filho.
• A meia-vida de um determinado isótopo radioativo é
constante e pode ser medida com precisão.
• A amplitude das meias-vidas de diferentes isótopos
pode variar de menos de 1 bilionésimo de seg. até
106 G.a. (147Sm-143Nd).
• Exemplo de mudança linear uniforme: água
pingando em um copo a uma taxa constante.
No decaimento radioativo, durante cada
unidade de tempo de meia-vida, a proporção
de átomos-pai decresce à metade
Os métodos radiométricos de datação são baseados na
determinação de elementos radioativos em um mineral de
onde nenhum dos elementos-filho escapou, calculando-se
a razão entre estes para determinar a idade do mineral.
Estes métodos de datação radiométrica (exceto C14) são
bem aplicados em rochas ÍGNEAS, visto que a cristalização
do magma separa os elementos-pai dos elementos-filho
previamente formados, zerando o relógio radiométrico, e
assim os elementos-pai gradualmente decaem.
Cristal
mineral Datando um cristal

Cristal mineral
formado em rochas
ígneas

Átomos-
pai

Rocha vulcânica
soterrada entre
rochas mais velhas
Átomos-filho
formados por
decaimento normal

Átomos- (3) Podemos calcular


filho
a idade pela meia-vida
Esses métodos não são da mesma forma adequados para
as rochas METAMÓRFICAS, pois o aquecimento da rocha
original pode ajustar o relógio radiométrico ao tempo do
último episódio de aquecimento (rejuvenescimento).
Soterramento
profundo
durante a
orogênese
provoca o
escape de
átomos filhos
do cristal

O relógio é zerado As rochas voltam a ser “jovens”

Age found dates from metamorphic event Após o fim da


orogênese, os
átomos filhos
voltam a se
acumular
O uso desses métodos para rochas SEDIMENTARES
irá fornecer a idade das partículas rochosas e
minerais que as formam, e não o tempo de
deposição do sedimento.
No entanto…
A datação de sedimentos sem
fósseis O folhelho
Mancos é mais
A Fm. Wasatch novo que 160
younger than 66 my, it my, e mais
cuts across the dike velho que 66
my.
Eons:
HADEANO - 4.6-3.96 G.a.
ARQUEANO - 3.96-2.5 G.a.
PROTEROZÓICO - 2.5-0.544 G.a.
Hadeano, Arqueano e Proterozóico = Pré-Cambriano

Quartzito e conglomerado,
Jack Hills, Australia ocidental
Zircão datado de 4,4 G.a.
Gnaisse Acasta, 4.04 Ga
Isua Greenstone Belt, Groenlândia Ocid.
3.8 G.a.

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