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Princípios de

Raciocínio Geológico

Profª Vera Correia


Biologia e Geologia
10º ano
Princípios de raciocínio geológico.
Idade e história da Terra

Há quanto tempo se
formou a Terra? Qual a origem das
modificações?
O que a fez mudar?

Sofreu modificações
ao longo do tempo?

1ª explicação - Criacionismo!
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Princípios do raciocínio geológico
― No séc. XVIII, para responder às questões anteriores, alguns cientistas estabeleceram
os princípios do raciocínio geológico.

― Foram eles: George Cuvier, James Hutton (séc. XVIII) e Charles Lyell (séc. XIX).
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Princípios do raciocínio geológico
― George Cuvier, pai da paleontologia, observou e estudou sequências de fósseis.

― A partir dessas observações, Cuvier constatou que existiam fósseis que tanto
apareciam, como desapareciam dentro de uma sequência.

― Cuvier propõe assim a existência de catástrofes que fariam desaparecer as espécies,


sendo que estas seriam repostas por intervenção divina. Nasce assim o catastrofismo.

Fig. 1 – George Cuvier.


Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Princípios do raciocínio geológico
― James Hutton, considerado o pai da geologia, contemporâneo de Cuvier, propôs o
uniformitarismo.

― Fruto da sua experiência de campo, Hutton defendeu que a história geológica é longa
e que inclui processos lentos, como a erosão, transporte e a sedimentação.

― Considerava também que os processos geológicos atualmente observados são


idênticos aos fenómenos do passado – “O presente é a chave do passado”.

Fig. 2 – James Hutton.


Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Princípios do raciocínio geológico
― Tendo por base os trabalhos de Hutton, Charles Lyell enunciou então os três
princípios do raciocínio geológico

― As leis da natureza são constantes no espaço e no tempo.


― Os processos geológicos verificados na atualidade terão as mesmas causas e
consequências dos que ocorreram no passado – princípio do atualismo ou
princípio das causas atuais.
― As alterações geológicas ocorrem de forma lenta e gradual – princípio do
gradualismo.

Fig. 3 – Charles Lyell.


Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.

Princípios do raciocínio geológico

― Na realidade, a maioria dos fenómenos geológicos só conseguem ser explicados à luz


do uniformitarismo.

― Contudo há evidências que demonstram que os catastrofistas tinham razão.

― As extinções em massa foram descobertas pelo estudo do registo fóssil e justificadas


pela ocorrência de impactos meteoríticos ou de vulcanismo intenso.

― A visão que tem por base o uniformitarismo mas considera a existência de fenómenos
repentinos e catastróficos denomina-se neocatastrofismo.
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.

Sequências estratigráficas

A sedimentogénese é um dos
processos geológicos explicados
pelo uniformitarismo, uma vez que
ocorre de forma lenta e gradual.

A deposição de sedimentos ocorre


em camada sucessivas e
horizontais: os estratos.

A estratigrafia é o ramo da geologia


que estuda as sequências de
estratos, as sequências
estratigráficas. Fig. 4 – Sequência estratigráfica.
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Sequências estratigráficas

As sequências estratigráficas são


analisadas segundos os princípios da
estratigrafia, onde se destacam os
seguintes:

Princípio da horizontalidade original


– a deposição dos sedimentos ocorre,
geralmente, em estratos horizontais.

Princípio da sobreposição dos


estratos – numa sequência de
estratos não deformados, qualquer
estrato inferior a outro é sempre
mais antigo do que este. Fig. 4 – Sequência estratigráfica.
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Sequências estratigráficas

― O estudo das sequências estratigráficas pode indiciar subidas e descidas do nível médio
das águas do mar.
― Nos intervalos de tempo geológico em que houve um aumento da temperatura do
planeta ocorreu um recuo da linha de costa – transgressão marinha.
― Nos intervalos de tempo geológico em que a temperatura do planeta diminuiu ocorreu
um avanço da linha de costa – regressão marinha.
― Quando as sequências estratigráficas se encontram incompletas, devido a fenómenos
de erosão diz-se que há uma lacuna estratigráfica.
― A eliminação de estratos por erosão, antes de sobre eles se terem depositado mais
sedimentos, leva à formação de superfícies irregulares designadas superfícies de
descontinuidade.
Fósseis
Os fósseis são restos de antigos organismos ou
vestígios da sua atividade preservados de forma
natural em rochas.
O processo de formação de um fóssil – fossilização –
é um processo habitualmente longo e que requer
um conjunto de condições físicas, química e
biológicas para que ocorra.
A saber:
― Ambientes anaeróbios e com temperaturas
Fig. 5 – Fóssil de trilobite.
baixas;
― Corpos com partes duras;
― Rápido enterramento após a morte do
organismo.
Fósseis ❸ Os sedimentos finos, que
cobrem e preservam o esqueleto,
sofrem diagénese, tornando-se
rochas consolidadas. O esqueleto
❷ As partes moles do fica mineralizado (os minerais
organismo são decompostas. presentes no meio substituem a
matéria orgânica).
❶ O organismo morre.

❺ A erosão da rocha
permite a exposição do
❹ Os movimentos tectónicos
fóssil à superfície.
permitem o afloramento da
Fig. 6 – Etapas de um processo de fossilização – a mineralização. rocha que contém o fóssil.
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica

Estratos com os
mesmos fósseis
possuem…

Os fósseis são
contemporâneos das
rochas onde se
encontram.
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica

D O processo de fossilização
I acompanha o processo
A de formação da rocha,
G logo, fóssil e rocha
É possuem a mesma idade
(datação relativa).
N
E
S
E
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Princípio da Identidade Paleontológica

Mas nem todos os fósseis podem


ajudar a datar litologias …

apenas os …
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas

 São fósseis de seres que fossilizam facilmente (têm partes


duras) e, por isso, ficam muitas vezes registados nas rochas 
OCORRÊNCIA EM ABUNDÂNCIA

 São fósseis de seres que existiram em grande quantidade e que


se expandiram numa grande área geográfica (assim, permitem
correlacionar estratos em diferentes pontos do globo)  AMPLA
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

 São fósseis de seres que não viveram durante muito tempo (à


escala geológica).  CURTA DISTRIBUÇÃO TEMPORAL
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas
Ex: Trilobites

As trilobites eram artrópodes (como as


aranhas, lagostas, insectos, etc) exclusivos do
meio marinho. Possuíam um exoesqueleto de
quitina endurecido com carbonato de cálcio
(por isso os seus fósseis são tão abundantes). A
maioria das espécies de trilobites tinha sistema
de visão muito apurado e olhos complexos. O
seu tórax tinha muitos segmentos e, por isso,
podiam enrolar-se e defender-se dos
predadores (como os bichos da conta).
Surgiram há cerca de 540 M.a. e extinguiram-
se há cerca de 250 M.a..
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas

Ex: Graptólitos

Os graptólitos surgiram há cerca


de 523 M.a. e extinguiram-se há
330 M.a. Eram pequenos animais
marinhos que viviam em colónias
(apenas de alguns cm) e que se
expandiram por várias regiões do
globo.
O tempo em Geologia – datação relativa de rochas

Ex: Amonite
As amonites eram animais
marinhos e tinham corpo mole…
no entanto uma carapaça
encarregava-se de os proteger (e
facilmente fossilizava). Os maiores
podiam atingir 1 m de diâmetro.
Estes seres eram carnívoros e
surgiram há cerca de 225 M.a. e
extinguiram-se há 65 M.a.
Mais informações sobre FÓSSEIS
Mas nem todos os fósseis apresentam características que lhes
permitem ajudar na datação de rochas…
Os corais são formados por pequeninos
animais de corpo mole (pólipos) que vivem
juntos num grande grupo (colónia). Ao
longo do tempo vão construindo uma
estrutura calcária onde se alojam e vive em
conjunto com uma alga que se chama
zooxanthelae. É esta alga minuscula
Corais responsável pelas cores que observamos
nos corais como verde, amarelo, azul, lilás,
castanho e muitas outras. Quando morrem,
Fósseis de novos pólipos crescem por cima dos
esqueletos de calcário que ficam (um kg de
ambiente ou coral pode ter nais de 80.000 pólipos).
Assim, quando vemos um recife de coral,
fósseis de fácies apenas a fina camada superficial é que é
constituida por pólipos vivos na verdade!
Mais informações sobre FÓSSEIS
Os corais estão entre as
comunidades marinhas mais
antigas que se conhecem - a sua
história remonta desde há 500
milhões de anos atrás.

NÃO SÃO BONS FÓSSEIS DE


IDADE! Pólipos de corais

Fósseis de Mas… estes seres só conseguem


sobreviver em ambientes aquáticos de
ambiente ou águas quentes, calmas e pouco profundas.
Por viverem em ambientes tão
fósseis de fácies característicos e altamente específicos eles
Mais informações sobre FÓSSEIS

 Permitem caracterizar paleoambientes

São fósseis de seres que apresentam uma reduzida


distribuição geográfica pois habitam apenas locais
com condições específicas.
 São fósseis de seres que viveram durante muito
tempo (à escala geológica).
Mais informações sobre FÓSSEIS

 Seres que habitam a Terra desde há milhões de anos e que, para além de existirem
atualmente, são encontrados também sob a forma de fóssil.
Existem diversos motivos pelos quais um organismo sobrevive milhões de anos sem
sofrer mudanças. Uma das explicações é o simples facto desse organismo se encontrar
muito bem adaptado à diversidade de condições do meio que habita. Já outros
organismos não evoluem devido à continuidade mais ou menos estável das
características do seu habitat. A sobrevivência de alguns fósseis “vivos” também pode
dever-se ao facto destes habitarem ambientes isolados, onde não enfrentam a
competição com outros organismos potencialmente melhor adaptados a esses
ambientes.
Adaptado de
geo-ineti.pt
 Permitem compreender a evolução dos seres vivos, as adaptações e extinções ao
longo da história da Terra;

 Permitem reconstituir os organismos numa dada época, o seu modo de vida, como
é que interagiam entre si e como se relacionavam com o meio ambiente onde viviam;

 Permitem reconstituir os ambientes do passado e assim reconstituir a geografia da


Terra;

 Permitem reconstituir os climas do passado;

 Permitem efetuar a datação relativa dos estratos rochosos.


Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Fósseis
Os fósseis são portanto uma valiosa fonte de informação pois permitem datar rochas e
reconstituir espécies extintas ou paleoambientes.

Trilobites em Mastodontes em
Arouca Lisboa

Fig. 7 – Exemplos de fósseis encontrados em Portugal que revelam dados sobre os paleoambientes.
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Tipos de rochas

A observação de afloramentos permite, regra geral, identificar as diferentes litologias presentes numa
determinada região e inferir sobre a sua historia geológica.

Assim:
― Rochas estratificadas pouco deformadas correspondem, geralmente, a rochas sedimentares.
― Estratos muito deformados e dobrados são constituídos, frequentemente, por rochas
metamórficas.
― Intrusões que atravessam outras formações rochas são, geralmente, de rochas magmáticas.
A presença de escoadas e piroclastos é característica de rochas magmáticas vulcânicas.

No estudo dos afloramentos rochosos podemos observar situações em que a orientação dos estratos
de duas séries não é paralela. Nestas situações estamos perante uma discordância angular.
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Tipos de rochas – discordância angular

O afloramento da praia do
Telheiro (Algarve) contém duas
séries de rochas:
Série
superior
• série inferior: as rochas
estão dobradas e
metamorfizadas; Série
inferior

• série superior: arenitos


continentais, que mantêm a
horizontalidade inicial.

Fig. 8 – Afloramento da praia NNE SSW


do Telheiro (Sagres).
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Relevo
O estudo das formas da superfície terrestre, isto é, do relevo, é desenvolvido numa
vertente da geologia designada de geomorfologia.

Fig. 9 – Vales em U Fig. 10 – Vales em V


Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Relevo
― A ação erosiva de um rio pode levar à formação de depósitos de detritos designados
de aluviões, originando regiões planas ou pouco inclinadas – planícies aluviais.

― Se no seu troço inferior um rio transbordar o seu leito normal, formam-se planícies
de inundação.

Fig. 11 – Planície de
inundação
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.
Relevo
A ação erosiva do mar, designada por abrasão marinha conduz ao aparecimento de
arribas e de praias que constituem as linhas de costa.
As arribas vivas são aquelas que atualmente constituem a linha de costa, enquanto as
arribas fósseis já deixaram de o ser.

Fig. 13 – Arriba viva.

Fig. 14 – Arriba fóssil.


Fig. 12 – Esquema de formação de uma arriba.
O Tempo em Geologia

A noção de tempo é um conceito fundamental em geologia …

…e a idade da Terra, uma


questão central!
O Tempo em Geologia

Unidade de tempo para o último século Ano


Unidade de tempo para o estudo da civilização Séculos
romana
Unidade de tempo para o estudo da pré-história Milhar de anos
Unidade de tempo no domínio da Geologia MILHÕES DE ANOS (M.a.)
O tempo em Geologia

O tempo em geologia tem uma dimensão diferente daquela


habitualmente usada por qualquer ser humano.

Os físicos e químicos Os geólogos estudam


estudam processos processos que
que decorrem em podem durar longos
frações de segundo… períodos…
Reacções químicas,
propagação das ondas Orogénese (formação
sonoras, etc. de montanhas),
Reações químicas,
propagação das ondas expansão dos fundos
sonoras, etc. oceânicos, erosão ,
etc.
O tempo em Geologia

Mas será que todos os fenómenos geológicos são


lentos à escala humana?
 Sismos
 Erupção vulcânica

 Avalanches

 Impacto de um meteorito

 Inundações
Mas … como fazer
para estudar
o tempo em
geologia?

Atualmente
considera-se que
o nosso planeta
tem 4600 M.a.
O tempo em Geologia
Querem ter uma noção? …

Por ano, é arrancado dos Himalaias e


por ação dos agentes erosivos, 1 mm
Imagina uma ampulheta gigante cheia de de material…
grãos de arroz! 1Kg de arroz tem 5000 Ao fim de 1 M.a. Já 1Km foi arrancado!
grãos… A idade da Terra corresponderia a
uma ampulheta com 91 000 Kg de arroz
em que, por ano, caía um grão …
O tempo em Geologia

“O movimento das placas tectónicas da Terra produziu ao longo do tempo maravilhas


como o cume do Evereste e dispôs os continentes na forma como os conhecemos. Pelo
meio esqueceu-se da Baía de Hudson, no Canadá. Agora, cientistas do Canadá e dos
Estados Unidos descobriram que na costa oriental da baía podem estar as rochas mais
antigas que se conhece da crosta terrestre, produzidas há 4,28 mil milhões de anos. “
O tempo em Geologia

"Existem datas mais antigas para minerais isolados provenientes do Oeste da Austrália,
mas estas são as rochas mais antigas que se conhece até agora”, disse num comunicado
Richard Carlson, investigador do Departamento de Magnetismo Terrestre, do Instituto de
Carnegie em Washington.
A descoberta foi publicada hoje na revista Science. Os investigadores estudaram amostras
de uma cintura de rochas metamórficas chamadas Nuvvuagittuq. Ao medirem a
composição dos isótopos de neodímio e de samário, elementos químicos raros que
existem nestas rochas, conseguiram datar as amostras entre os 3,8 e 4,28 mil milhões de
anos.

A Terra tem 4,6 mil milhões de anos e é muito raro encontrar-se restos da crosta
original, a maior parte da qual foi esmagada e reciclada no interior do planeta várias
vezes. (…)”
in Público, 2008
O tempo em Geologia

Porque é que conhecer a idade da Terra é


assim tão importante…?

Se a Terra for “jovem”, ficamos


praticamente reduzidos a uma
opção – foi Deus que a criou …

Se a Terra for bem “velha”, a evolução (dos


seres vivos, por exemplo) é teoricamente
possível.
Datação relativa

― De acordo com o princípio do uniformitarismo, a maioria dos processos geológicos são


lentos, admitindo-se que a Terra tem milhões de anos.

― A presença de fósseis nas formações rochosas pode indicar a idade relativa das
formações em que se encontram.

― Uma vez que alguns fósseis são característicos de determinados períodos da história da
Terra – fósseis de idade – então estratos que possuam o mesmo grupo de fósseis têm a
mesma idade – princípio da identidade paleontológica.

― É possível estabelecer uma idade por comparação. Designa-se por datação relativa.

― Este método permite definir a sequências cronológica dos acontecimentos geológicos.


Datação relativa

Os fósseis encontrados em alguns estratos do afloramento A pertencem aos mesmos


grupos que se encontram em alguns estratos do afloramento B, distante do A.
Os afloramentos A e B mostram os estratos II e III que se encontram sobrejacentes ao
Coluna
estrato V. estratigráfica
Afloramento A
Afloramento B

Formações com o
mesmo conteúdo
fóssil têm a
mesma idade.

Fig. 15 – Princípio da identidade paleontológica


Datação absoluta/Radiométrica

― A determinação da idade absoluta de formações rochosas só foi possível após a


descoberta da radioatividade, que permitiu desenvolver técnicas como a datação
radiométrica.
― Os isótopos são átomos do mesmo elemento químico mas que diferem no número de
neutrões.
― Os isótopos radiativos são instáveis – isótopos-pai – pelo que ao fim de um determinado
tempo tende a transformar-se em isótopos mais estáveis – isótopos-filhos – libertando
energia sob a forma de radioatividade.
― Este fenómeno designa-se por decaimento radioativo e é independente das condições
do meio.
― O tempo de semivida corresponde ao tempo necessário para que se dê a desintegração
de metade do número de isótopos-pai de uma amostra, originando isótopos-filho.
Datação absoluta

Isótopos de urânio
Isótopos de chumbo

T = 0 semividas (formação da rocha) T = 1 semividas (700 Ma)

T = 2 semividas (1400 Ma) T = 3 semividas (2100 Ma)

Fig. 16 – Exemplo da aplicação da datação radiométrica utilizando a razão entre os


isótopos urânio-235 e chumbo-207 na determinação da idade da rocha.
Datação absoluta: Vantagens

― O tempo de semivida é constante para a


mesma substância mas varia entre pares de
isótopos diferentes.

― É muito útil em geologia pois as rochas são


formadas por minerais e estes por
elementos químicos, alguns
instáveis/radioativos.

― Apesar de a quantidade de isótopo-pai ir


diminuindo ao longo do tempo, o tempo de
semivida é constante.

― É possível determinar a idade de uma rocha


Fig. 17 – Relação entre as percentagens de isótopos-pai e isótopos-
através de um gráfico. filho numa rocha e os tempos de semivida (representados por T).
Datação absoluta: Limitações

A datação absoluta apresenta algumas limitações:


― É necessário que a amostra possua um número mensurável de isótopos-pai e
isótopos-filho;
― Os isótopos que decaem lentamente são mais úteis para datar rochas mais
antigas, enquanto os que decaem mais rápido são mais úteis em rochas mais
recentes;
― É, essencialmente, utilizado em rochas magmáticas;
― Podem ocorrer incorreções na datação caso o mineral tenha perdido isótopos
por meteorização ou sido contaminado por fluidos de circulação.
Escala de tempo geológico

O estudo da idade relativa dos estratos, da idade absoluta de algumas rochas e dos fósseis
de uma sequência estratigráfica permitem conhecer a evolução geológica de uma região.
A conjugação das informações das colunas estratigráficas de várias regiões da Terra
permitiram construir uma escala de tempo geológico.
Esta escala divide a história da Terra em intervalos diferenciados, colocando limites pelo
seu conteúdo fóssil, resultado de extinções em massa, levando ao estabelecimento de eras
geológicas:
― Era Paleozoica
― Era Mesozoica
― Era Cenozoica
As eras subdividem-se em períodos.
A datação absoluta permitiu atribuir a idade de 4600 Ma ao planeta Terra. Esta idade
obrigou à criação de intervalos temporais mais abrangentes – os éons.
Escala de tempo geológico

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