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Princípios do raciocínio geológico

• Os geólogos recolhem e interpretam dados que procuram explicar a evolução do nosso planeta (4600 M.a.).
• Existem diversos tipos de teorias que procuram interpretar os processos geológicos responsáveis pela
evolução da Terra: catastrofismo, uniformitarismo e neocatastrofismo.

Catastrofismo
Defendido por Cuvier e outros cientistas do século XIX.
Segundo esta teoria, as grandes modificações ocorridas seriam
devidas a grandes catástrofes.
Assim, as mudanças na Terra ocorrem de forma súbita e violenta,
podendo ter um carácter global. George Cuvier, pai da paleontologia (1769 –
1832)
Princípios do raciocínio geológico
Catastrofismo
• Foi influenciado pela interpretação dos textos religiosos.
• Cuvier fez coincidir o dilúvio descrito na Bíblia com uma
série de extinções. Baseava-se nas diferenças entre as
espécies existentes e as formas reveladas pelos fósseis
das espécies encontradas em formações geológicas
antigas.

• As mudanças bruscas são as responsáveis


pela extinção em massa de muitas espécies.
As espécies extintas eram posteriormente
substituídas por outras provenientes de
regiões do Globo não atingidas pelas
referidas catástrofes.
Princípios do raciocínio geológico

Uniformitarismo
• Elaborado por Hutton, nos finais do século XVIII.
• Considerava que as rochas se formam por
processos naturais e não devido a qualquer
intervenção sobrenatural.

James Hutton, pai da geologia moderna, 1726 - 1797


Princípios do raciocínio geológico

Descontinuidade estratigráfica

Uniformitarismo Estratos ligeiramente inclinados de arenitos


vermelhos, depositados num antigo deserto,
• Após observar o Siccar Point, um há cerca de 345 Ma, no Devónico.

afloramento numa região costeira da


Escócia, Hutton defendeu que as
mudanças na Terra ocorrem de forma
uniforme e lenta e que a Terra possui
uma idade muito superior à prevista na
época.
• Assim, as alterações da Terra são um
somatório de pequenas alterações
originadas por processos lentos e
naturais. As catástrofes são vistas como Estratos verticais de rochas contendo fósseis
Siccar Point. Escócia
marinhos e depositadas num oceano profundo,
fenómenos pontuais, sendo incapazes de há cerca de 425 Ma, no Silúrico.

provocar as alterações na Terra.


Princípios do raciocínio geológico

Uniformitarismo (assenta nos seguintes princípios)

Gradualismo Atualismo (ou princípio das causas atuais)


Os fenómenos geológicos ocorrem de forma lenta e gradual,
Os processos que ocorrem na atualidade são os mesmo
como, por exemplo, a erosão, a deposição de sedimentos e os
movimentos tectónicos. do passado, logo o seu estudo permite reconstituir o

passado.

“O presente é a chave do passado”.


Princípios do raciocínio geológico

Neocatastrofismo
• Não põe em causa os processos
lentos e graduais do uniformitarismo
mas atribui também um papel
importante aos fenómenos
catastróficos como agentes da
evolução da Terra.
• Assim, o planeta vai-se transformando
gradualmente através de fenómenos
naturais mas, esporadicamente, os
fenómenos catastróficos (por
exemplo: vulcanismo intenso, impacto
meteorítico) influenciam na evolução
da Terra.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO

O estudo das rochas sedimentares permite, por exemplo:

Caracterizar o tipo de transporte dos sedimentos e as condições ambientais


em que ocorreram a sedimentação e a diagénese.

Estudar formas de vida do passado.

Estudar as alterações que ocorreram nas rochas desde a sua formação.

Sequenciar fenómenos e processos da história de uma região.

Reconstituir a história geológica e biológica de uma região ou mesmo do planeta Terra


O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas

As rochas sedimentares são tipicamente


estratificadas, ou seja, são formadas por
estratos.
A existência de diferentes estratos reflete a
ocorrência de alterações (da fonte de
sedimentos, do transporte, do clima ou das
condições de sedimentação e de diagénese).

Na separação entre estratos ocorrem


frequentemente marcas de erosão, além de
interrupções na sedimentação, o que mostra
que as rochas estiveram sujeitas a diferentes
condições ambientais ao longo do tempo.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas

Sequência estratigráfica – sucessão de


estratos, cada qual de espessura variável.
Individualiza-se um novo estrato sempre que
ocorre uma variação brusca no tipo de
sedimentos, uma pausa na sedimentação ou
um alteração nas condições físico-químicas
do meio.

Estratigrafia – ramo da Geologia que estuda


as relações, no espaço e no tempo, entre as
rochas sedimentares.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas
O estudo das rochas sedimentares fornece
pistas sobre as condições ambientais (e as
formas de vida) que existiram noutras épocas
geológicas.

As rochas sedimentares apresentam, para além


dos fósseis, estruturas que permitem inferir
dados sobre os seus ambientes de formação.

Estas estruturas (marcas de ondulação, fendas


de dessecação…) formam-se, geralmente,
durante ou após a deposição de sedimentos,
mas antes da diagénese.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas
A interpretação dessas estruturas, bem como
da sequência estratigráfica da qual constituem
o teto, permite não só fazer a sua datação,
como reconstituir aspetos da sua história
geológica, tal como o paleoambiente, ou seja ,
o conjunto de condições ambientais reinantes
aquando da sua formação.

A todas se podem aplicar o Princípio do


Atualismo ou Princípio das Causas Atuais,
segundo o qual se pode explicar o passado a
partir do que se observa atualmente, ou seja,
as causas que provocaram determinados
fenómenos no passado são idênticas às que
provocam o mesmo tipo de fenómenos no
presente.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas

Marcas de ondulação (ripple marks) atuais Rocha com marcas de ondulação preservadas

Por exemplo, marcas de ondulação (durante a subida e a descida das marés) semelhantes às que se
observam na areia das praias atuais aparecem preservadas em arenitos antigos. Estas marcas
indicam que o ambiente de sedimentação estava sujeito à ação da ondulação, mostram a direção
das correntes que as produziram e mostram a posição original das camadas.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas

Marcas de ondulação (ripple marks) atuais Rocha com marcas de ondulação preservadas
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas

Fendas de dessecação (ou fendas de retração) em Rochas antigas com marcas de dessecação
argilas atuais

Fendas semelhantes às que se observam em terrenos argilosos atuais aparecem muitas vezes
preservadas em rochas antigas. Estas fendas formam-se devido à perda de água, por evaporação,
das argilas sedimentadas. A sua ocorrência revela que a sedimentação ocorreu, provavelmente, em
locais pouco profundos, onde os sedimentos estiveram expostos a condições de humidade elevada,
alternada com períodos secos.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas
Icnofósseis (Ex. Pegadas de animais, Rochas antigas com marcas de
coprólitos, rastos, reptação) dessecação ou fendas de retração

Marcas das gotas de chuva


O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas
Pegadas de animais – dinossauros em Portugal

Aramossáurio - o cartão de visita do parque.

É considerado o maior e mais antigo trilho de


pegadas que se conhece no mundo.
O Monumento Natural das Pegadas de
Dinossáurios de Ourém / Torres Novas localiza-
se na povoação do Bairro, a 10 km de Fátima, no
extremo oriental da serra de Aire, uma das
unidades geomorfológicas que compõem o Parque
Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC).
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas
Pegadas de animais – dinossauros em Portugal
É considerado um importantíssimo registo icnofóssil do período Jurássico, o qual inclui as
pegadas de alguns dos maiores seres que alguma vez povoaram o planeta Terra: os
dinossáurios saurópodes.

Na laje calcária, onde as pegadas de


dinossáurios se conservaram ao longo de
175 milhões de anos, podem ser
observados cerca de 20 trilhos ou pistas,
entre as quais a mais longa pista, com
147 m de comprimento, de dinossáurios
saurópodes até hoje conhecida no
mundo.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas
Pegadas de animais – dinossauros em Portugal

Pedreira Galinha Passado/Presente

A paisagem deste lugar que é hoje a Serra de Aire era, há cerca de


175 milhões de anos (Jurássico Médio), uma planura litoral, pejada
de zonas inundadas por lençóis de água, com um a dois metros de
espessura.
Nessa altura, a Europa ainda se encontrava ligada ao continente
norte-americano e, entre a Ibéria e a Terra Nova, no Canadá,
penetrava um mar pouco profundo de águas tépidas e límpidas,
propícias à formação de recifes de coral.
O clima era quente e húmido e a vegetação exuberante.
O testemunho da passagem dos dinossáurios ficou marcado num
dos muitos estratos de calcário, até há pouco explorados na
pedreira.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas
Pegadas de animais – dinossauros em Portugal

FORMAÇÃO DE ROCHAS SEDIMENTARES

No fundo das lagunas litorais depositava-se constantemente uma


lama de calcário, onde facilmente ficavam impressas as pegadas
dos animais que por ali vagueavam.
Na sequência da evolução geológica regional, esta área afundava-
se constantemente permitindo a invasão das águas marinhas e a
continuidade da sedimentação.
Muito mais tarde houve deformação destes estratos do que resultou
a elevação da serra de Aire, ao mesmo tempo que se afundava a
Bacia do Tejo.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Reconstruir os ambientes em que se formaram as rochas
Pegadas de animais – dinossauros em Portugal

Como se formam?

Os animais deixam as marcas da sua passagem sobre os sedimentos


lamacentos.
A invasão das águas permite a acumulação de mais sedimentos protegendo
as marcas.
Os sedimentos acumulados endurecem dando origem a camadas de rocha.
Sob a ação de forças tectónicas as camadas são dobradas, fraturadas e
deslocadas.
As pistas de dinossáurios são muitas vezes postas a descoberto em
pedreiras.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
As rochas sedimentares são geradas em ambientes muito próprios e conservam indicadores das
condições desses ambientes.

Fácies da rocha – conjunto de características litológicas e fossilíferas de um estrato sedimentar. Uma


fácies permite definir o ambiente de deposição e formação da rocha.

Diferentes tipos de fácies

Diferentes ambientes de sedimentação

Diferentes paleoambientes (ambientes antigos retratados pela presença de fósseis de fácies/ambiente


e/ou pela interpretação de sequências estratigráficas).

Fóssil de um organismo que viveu


em condições muito restritas
(Ex. corais)
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Tipos de ambientes sedimentares:
• Continentais (diferenciam-se pelas condições de temperatura e precipitação): desértico, lacustre ou
lagunar, glaciar, aluvial (rios).
• Transição: são controlados pela dinâmica das ondas, correntes e vento: estuário, delta, praia.
• Marinhos (muito diversos e divididos em função da profundidade): plataforma continental, talude,
plataforma abissal, recifes.

Aluvião – São sedimentos, de tamanhos variados, trazidos de outros locais através dos ventos, das
enxurradas ou dos rios.

Secção de uma aluvião no Alasca


O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
A que grupo de animais pertencem os fósseis
encontrados?
Moluscos.

Qual a parte do organismo que foi fossilizada?


Conchas.

Mencione prováveis condições ambientais em


que se formou a rocha A.
Deve ter-se formado em água pouco profunda,
temperada ou quente.

E o calcário B, em que condições se formou?


Deve ter-se formado em zonas de água doce
(lagos, charcos)

Refira o Princípio da Geologia em que se


baseou para fazer as inferências relativas às
questões anteriores.
Princípio das Causas Atuais ou Princípio do
Atualismo.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
A fácies da sequência estratigráfica B, permite
inferir sobre um possível ambiente de
sedimentação marinho de águas quentes e
pouco profundas (tipo de ambiente favorável à
formação de calcários e à existência de
espécies como as que se encontram
fossilizadas).

A sequência B terá ficado emergido (por


exemplo, numa praia), onde ocorreu a
deposição de areias que consolidaram em
arenitos (sequência A).
Regressões e transgressões marinhas
A alternância de períodos glaciários e de períodos interglaciários ocorridos no planeta tiveram como
consequência indireta a modificação das linhas de costa.
Durante as glaciações (diminuição da temperatura média do planeta e descida do nível médio das
águas do mar) ocorre uma diminuição do nível médio das águas do mar e um fenómeno inverso
durante o período interglaciário (aumento da temperatura média do planeta e subida do nível médio
das águas do mar).
Regressões e transgressões marinhas
Quando se verifica o recuo do mar, diz-se que ocorreu uma regressão marinha (avanço da linha de
costa)
Quando ocorre o avanço do mar, diz-se que ocorreu uma transgressão marinha (recuo da linha de
costa).
Regressões e transgressões marinhas
Regressões e transgressões marinhas
Transgressão marinha
Regressões e transgressões marinhas
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Recorde
Para reconstituir o ambiente de formação das rochas, os geólogos analisam, também, os
fósseis que as rochas sedimentares contêm.
Fósseis são restos de seres vivos ou vestígios da sua atividade que ficaram preservados em
rochas ou noutros materiais naturais. Podem ser classificados como:

▪ Somatofósseis
Correspondem a fósseis de
partes do corpo dos seres
vivos, como por exemplo,
dentes, ossos, conchas ou Moldes internos e externos do
troncos. Esqueleto de animal preservado organismo Marcas de folhas

▪ Icnofósseis
Correspondem a fósseis de
vestígios da atividade dos seres
vivos, como por exemplo,
excrementos (coprólitos),
Ninho com ovos fossilizados Coprólito
pegadas, tocas, ninhos ou ovos.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Recorde
Por que razão os fósseis surgem, sobretudo, nas rochas sedimentares?
As condições de formação das rochas sedimentares são as mais favoráveis à fossilização, pois a deposição dos
sedimentos ocorre em locais onde existem seres vivos e a diagénese ocorre a temperatura e pressão
relativamente baixas, permitindo a conservação dos restos dos organismos.

Imagens representativas de uma sequência de fossilização:

O animal morre. O organismo morto fica Formam-se os fósseis, Os estratos que A erosão das rochas
rapidamente coberto ao mesmo tempo que o estavam em expõe o fóssil.
por sedimentos finos, estrato que os contém profundidade são
os quais impedem o sofre diagénese. soerguidos.
cadáver de ser
totalmente decomposto.
O PRESENTE É A CHAVE DO PASSADO
Recorde
Em que condições é mais provável ocorrer a fossilização?
- Se o organismo pertencer a um grupo abundante – Quanto maior for o número de indivíduos de um
determinado grupo, maior é a probabilidade de esse grupo ocorrer no registo fóssil.

- Se o organismo for aquático – Em ambientes aquáticos e calmos, os cadáveres são mais rapidamente
cobertos por sedimentos.

- Se o organismo tiver partes duras – As partes duras dos organismos (dentes, conchas, ossos ou
carapaças) são mais dificilmente decompostas ou deterioradas do que as partes moles, havendo mais
probabilidade de fossilizarem.
- Se os sedimentos que cobrem o cadáver forem finos e impermeáveis – As argilas, por exemplo,
permitem que os cadáveres fiquem isolados do oxigénio e da água e protegidos dos decompositores e da
ação dos fatores ambientais.
- Se a temperatura ambiental for baixa – Temperaturas elevadas são mais favoráveis à ação dos
decompositores.
PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO
Conservação, preservação ou mumificação
Os restos dos organismos são envolvidos por um material que os conserva (como, por exemplo,
a resina ou o gelo). Neste processo ocorre a preservação quase total dos organismos, incluindo
as partes moles.

Inseto preservado
em âmbar, uma
resina produzida
por árvores de
antigas florestas.

Na Sibéria foram encontrados mamutes com cerca


de 42 000 anos, totalmente conservados pelo gelo.
PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO
Mineralização
A matéria orgânica que compõe o ser vivo é substituída por matéria mineral, como a calcite ou a
sílica, mantendo-se, no entanto, a forma e as dimensões originais do organismo – substituição.
Os minerais presentes nas partes duras do organismo transformam-se noutros (normalmente
polimorfos - mesma composição química mas redes cristalinas diferentes). Por exemplo, a
aragonite transforma-se em calcite – recristalização.

A aragonite é uma forma de carbonato de cálcio (forma


mais resistente ao choque), sendo um componente
A celulose que compunha as paredes das células do abundante nas conchas. Durante a fossilização é
tronco foi substituída por sílica. substituída por calcite, mais estável e menos solúvel.
PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO
Moldagem
A forma interna ou a forma externa do organismo fica gravada nos sedimentos que o preenchem
ou o envolvem, respetivamente. Posteriormente, os sedimentos consolidam, ficando o molde na
rocha, embora o organismo não seja preservado. Um molde interno corresponde à reprodução
do interior do organismo. Um molde externo reproduz a forma externa do organismo. No caso
das folhas, penas ou de outras estruturas delgadas, o molde externo denomina-se impressão.
Se ocorrer preenchimento com sedimentos de um molde forma-se um contramolde.

Impressão (molde externo) de Contramolde e molde externo


Molde interno de amonite
folhas de uma trilobite.
PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO
Moldagem

Moldes internos de conchas de gastrópodes Turritella


PROCESSOS DE FOSSILIZAÇÃO
Incarbonização
Ocorre um enriquecimento progressivo em carbono em relação aos outros elementos químicos
da matéria orgânica, como por exemplo, o hidrogénio, o nitrogénio e oxigénio,

A formação de carvão é um processo típico


de incarbonização.
IMPORTÂNCIA DOS FÓSSEIS
O estudo dos fósseis dá informações sobre:

A origem e a evolução da vida

Pelo registo fóssil é possível concluir, por


exemplo, que algumas espécies existem na
Terra há milhões de anos e que outras se
extinguiram.
Estromatólitos fósseis mostram que a vida existe há
pelo menos 3700 Ma.
IMPORTÂNCIA DOS FÓSSEIS
O estudo dos fósseis dá informações sobre:

Paleoclimas e paleoambientes

Fósseis de seres que viveram em condições


ambientais muito restritas permitem caracterizar o
ambiente em que se formou o estrato onde se
encontram – fósseis de fácies ou de ambiente.
Para ser um bom fóssil de fácies, a espécie ou
género deverá ter existido na Terra durante um
longo período de tempo.

Muitas espécies de corais são bons fósseis de fácies,


uma vez que apenas se desenvolvem em ambientes
marinhos costeiros, com temperatura entre 25 ºC e 30 ºC
e em profundidades até 30 metros.
IMPORTÂNCIA DOS FÓSSEIS
O estudo dos fósseis dá informações sobre:

Datação relativa das rochas

Princípio da identidade paleontológica – estratos com o


mesmo conteúdo fossilífero possuem a mesma idade, ainda que
sejam formados por litologias diferentes.
A esta comparação entre estratos chama-se correlação
geológica e permite-nos determinar a idade relativa das rochas.
Os fósseis que podem ser usados nesta correlação são fósseis
de idade ou estratigráficos. Estes fósseis têm como
características serem provenientes de grupos de seres que:

▪ existiram num curto período da história da Terra.


▪ tiveram uma ampla distribuição geográfica
▪ existiram em grande número (capacidade de reprodução)
▪ apresentavam estruturas fossilizáveis. As amonites e o género Rhynchonella
são fósseis de idade da Era Mesozoica.
IMPORTÂNCIA DOS FÓSSEIS
1. Estabeleça a correlação biostratigráfica entre os afloramentos A, B e C, utilizando o
princípio da identidade paleontológica.

2 – II – Y; 4 – III – W; IV – U

2. O que poderá explicar a ausência de um estrato na sequência, num determinado local?


O estrato em falta poderá não ter sido depositado ou pode ter sido erodido. Como se situam em locais diferentes, as
sequências de estratos podem ter estado sujeitas a condições diferentes de sedimentogénese.
DATAÇÃO RELATIVA DOS ESTRATOS
Além do princípio da identidade paleontológica, os geólogos utilizam outros princípios – princípios
estratigráficos – para efetuarem a datação relativa dos estratos.

Princípio da horizontalidade inicial

Como as rochas sedimentares


derivam de materiais que estiveram
anteriormente em suspensão ou em
solução num fluido, a sedimentação
destas partículas origina, salvo raras
exceções, camadas de rochas
horizontais, pois a sua deposição
ocorre na vertical, devido à ação da
gravidade.
Sempre que as camadas se
apresentam deformadas, essa
deformação é posterior à sua Pode aplicar-se este princípio à interpretação da sequência representada.
Como as camadas não estão na horizontal, depreende-se que ocorreu
deposição. deformação (que originou as dobras nos estratos) e que esta é posterior à
formação dos estratos.
DATAÇÃO RELATIVA DOS ESTRATOS
Princípio da sobreposição
Numa sucessão não deformada de estratos sedimentares, os estratos mais antigos são cobertos
sucessivamente pelos mais recentes. Ou seja, cada estrato é mais recente do que o que está por
baixo e mais antigo do que o que se situa por cima.

Utilizando o princípio da
sobreposição, sequencie os A
estratos assinalados, do mais
antigo para o mais recente.
B
D–C–B-A C

D
DATAÇÃO RELATIVA DOS ESTRATOS
Discordâncias
As grandes descontinuidades no registo geológico, marcadas pela ausência de camadas mais ou
menos espessas, designam-se discordâncias estratigráficas ou lacunas estratigráficas
(ausência de camadas eliminadas pelos agentes erosivos ou que nem sequer se chegaram a
constituir).
DATAÇÃO RELATIVA DOS ESTRATOS
Discordâncias
DATAÇÃO RELATIVA DOS ESTRATOS
Superfície de descontinuidade
A velocidade e as condições de sedimentação variam ao longo do tempo e pode haver mesmo
interrupções da sedimentação. Se, posteriormente, a sedimentação, devido a nova imersão,
prosseguir, forma-se um estrato que assenta numa superfície erodida – superfície de
descontinuidade.
DATAÇÃO RELATIVA DOS ESTRATOS
Princípio da continuidade lateral
Um estrato tem sempre a mesma idade ao longo de toda a sua extensão,
independentemente da ocorrência de variações laterais de fácies (conjunto de
características que permitem definir o ambiente de formação da rocha). Deste modo, uma
camada limitada por um muro (base) e por um teto (topo) e definida por uma certa fácies,
tem a mesma idade ao longo de toda a sua extensão lateral. Em diferentes pontos da Terra,
pode haver a mesma sequência estratigráfica, isto é, há correlação entre estratos
distanciados lateralmente.
DATAÇÃO RELATIVA DOS ESTRATOS
Princípio da inclusão
O estrato que apresenta a inclusão (fragmento de outra rocha) é mais recente do que a rocha de
onde provém o fragmento.
Este princípio também se aplica às rochas ígneas. Quando o magma se desloca pode incorporar
fragmentos (xenólitos) das rochas que atravessa.

A F

B C D E

Estrato sedimentar (A) com inclusões Rocha ígnea (D) com inclusões de Xenólito (E) numa rocha ígnea (F).
de rocha ígnea (B). A rocha ígnea é rocha sedimentar (C). A rocha ígnea é A rocha de onde proveio o xenólito é
mais antiga do que o estrato. mais recente do que a rocha mais antiga do que a rocha ígnea onde
sedimentar. se encontra.
DATAÇÃO RELATIVA DOS ESTRATOS
Princípio da interseção
Sempre que uma estrutura/estrato é intersetada(o) por outra estrutura (por exemplo, uma falha ou
uma intrusão magmática), a estrutura que interseta é mais recente do que a que é intersetada.

O filão D é mais recente do que os estratos C, B e As falhas são mais recentes do que os estratos,
A, porque os interseta, mas mais antigo que a falha porque os cortam.
E, uma vez que é intersetado (cortado) por esta.
DATAÇÃO RELATIVA DOS ESTRATOS
Faça a datação relativa dos vários estratos e processos ocorridos na
seguinte formação geológica.
Formaram-se os estratos G, F, E, D, C e H. Este estratos foram deformados (dobra) e, em seguida, ocorreu emersão e erosão
dos estratos F, E, D, C, e H. Posteriormente, após imersão, depositou-se o estrato B e, em seguida, instalou-se o filão I. Por
fim, formou-se o estrato A, que está sujeito à erosão, por emersão.

Filão
DIVISÃO DO TEMPO GEOLÓGICO

O tempo geológico divide-se em eras


(Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica) e
estas em períodos.
Às diferentes etapas da história da Terra
corresponde um conjunto de seres vivos
específico, um clima global diverso ou uma
configuração dos continentes e dos
oceanos diferente, por exemplo.
Fenómenos (por vezes lentos e graduais,
outras vezes bruscos e catastróficos)
alteraram os ambientes provocando
extinções em massa. Estas ocorrências
produziram condições para que outros
seres evoluíssem e se dispersassem pelos
novos ambientes, constituindo marcos da
história da Terra, utilizados para
estabelecer o fim de cada era.
DIVISÃO DO TEMPO GEOLÓGICO

Escala geocronológica

O tempo geológico está dividido


em eras, e estas em períodos.

As três eras (Paleozoico, Mesozoico


e Cenozoico) são relativamente bem
conhecidas. Elas decorreram nos últimos
540 Ma da história do nosso planeta.

Chamamos Pré-Câmbrico ao longo


intervalo de tempo da história da Terra
que decorreu desde a sua formação até
ao início do período Câmbrico.

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