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1.

3 PRINCÍPIOS DE RACIOCÍNIO
GEOLÓGICO.
IDADE E HISTÓRIA DA TERRA.
Princípios de raciocínio geológico. Idade e história da Terra.

― Que idade tem a Terra?

― Que transformações sofreu até agora?

― O que provocou essas alterações?

― George Cuvier, James Hutton Charles Lyell

Catastrofismo Uniformitarismo. Princípio do atualismo ou


Princípio das causas atuais.
Princípio do gradualismo.
Catastrofismo

 Defendido por Cuvier e outros cientistas do


século XIX.
 As mudanças na Terra ocorrem de forma
súbita e violenta.
 Influenciado pelo Clero

• As mudanças bruscas são as responsáveis


pela extinção em massa de muitas espécies.
Uniformitarismo

Elaborado por Hutton, após observação de um afloramento costeiro.

Defende que as mudanças na Terra ocorrem de forma uniforme e lenta e que


a Terra possui uma idade muito superior à prevista na época.

Estratos ligeiramente inclinados de arenitos


vermelhos, depositados, há cerca de 345 Ma.

Estratos verticais de rochas contendo fósseis


marinhos e depositadas há cerca de 425 Ma.
Neocatastrofismo

 Dá um grande destaque os fenómenos catastróficos que ocorrem na


atualidade, explicando-os com uma base racional.

 Por exemplo: vulcanismo intenso, impacto meteorítico, transgressões e


regressões marinhas.

 Não põe em causa os processos lentos e graduais do uniformitarismo.


Princípios de raciocínio geológico

Sequências estratigráficas

― A sedimentogénese é um dos
processos geológicos explicados
pelo uniformitarismo, uma vez
que ocorre de forma lenta e
gradual.

― A deposição de sedimentos
ocorre em camada sucessivas e
horizontais: os estratos.
Princípios de raciocínio geológico
Sequências estratigráficas – baseia-se nos princípios:

Princípio da horizontalidade original

A deposição dos sedimentos ocorre


geralmente, em estratos horizontais.

Princípio da sobreposição dos estratos

Numa sequência de estratos não deformados,


qualquer estrato inferior a outro é sempre mais
antigo do que este.
Sequência estratigráfica.
Princípios de raciocínio geológico
Sequências estratigráficas - Indiciam subidas e descidas do nível médio das águas do mar.

― Transgressão marinha.

― Tempo geológico em que houve um aumento da temperatura do planeta


e ocorreu um recuo da linha de costa.

― Regressão marinha.

― Tempo geológico em que a temperatura do planeta diminuiu e ocorreu


um avanço da linha de costa.
Princípios de raciocínio geológico

Fósseis
― Restos de antigos organismos ou vestígios da sua
atividade preservados de forma natural em rochas.

― fossilização: condições físicas, química e


biológicas que permitem a conservação dos seres
vivos:

― Ambientes anaeróbios e com temperaturas


baixas;
― Corpos com partes duras;
Fóssil de trilobite. ― Rápido enterramento após a morte do
organismo.
Princípios de raciocínio geológico Etapas de um processo de fossilização – a mineralização.

❷ As partes moles do
organismo são decompostas.

❶ O organismo morre.
❸ Os sedimentos finos, que
cobrem e preservam o esqueleto,
sofrem diagénese, tornando-se rochas consolidadas. O
esqueleto fica mineralizado (os minerais presentes no meio
substituem a matéria orgânica).

❺ A erosão da rocha permite a


exposição do fóssil à superfície. ❹ Os movimentos tectónicos
permitem o afloramento da
rocha que contém o fóssil.
Princípios de raciocínio geológico

― Os fósseis são uma fontes de informação pois permitem datar rochas e reconstituir espécies extintas
ou paleoambientes. Fósseis de Fácies.

Trilobites em Mastodontes em
Arouca Lisboa

Exemplos de fósseis encontrados em Portugal que revelam dados sobre os paleoambientes.


Princípios de raciocínio geológico
Tipos de rochas – discordância angular

O afloramento da praia
do Telheiro (Algarve)
contém duas séries de
Série
rochas:
superio
r

• série inferior: as rochas


Série
inferior
estão dobradas e
metamorfizadas;

• série superior: arenitos


continentais, que mantêm
NNE SSW a horizontalidade inicial.
Afloramento da praia do Telheiro (Sagres).
Princípios de raciocínio geológico Relevo

― O estudo das formas da superfície terrestre, isto é, do relevo, é desenvolvido


numa vertente da geologia designada de geomorfologia.

Vales em U Vales em V
Princípios de raciocínio geológico. Relevo

― A ação erosiva de um rio pode levar à formação de depósitos de detritos


designados de aluviões, originando regiões planas ou pouco inclinadas :
planícies aluviais.

― Se no seu troço inferior um rio transbordar o seu leito normal, formam-se:


planícies de inundação.

Planície de inundação
Princípios de raciocínio geológico Relevo

― A ação erosiva do mar, designada por abrasão marinha conduz ao aparecimento de


arribas e de praias que constituem as linhas de costa.

― Arribas vivas: aquelas que atualmente constituem a linha de costa

― arribas fósseis: Não estão em contacto com a linha de costa

Arriba fóssil.
Arriba viva.
Esquema de formação de uma arriba.
Idade e história da Terra Datação Relativa

 Não indica uma idade absoluta, isto


é, em números.

 Permite, através de comparação


estabelecer uma relação temporal
baseada em princípios geológicos.
Idade e história da Terra Datação Relativa

 Princípio da Sobreposição de Estratos

“Numa sucessão de estratos não deformados, um estrato é mais antigo do


que aquele que o cobre e mais recente do que aquele que lhe serve de
base.”
Idade e história da Terra Datação Relativa

 Princípio da Horizontalidade de Estratos

“Os estratos sedimentares formam-se horizontalmente.”


isto é, os sedimentos depositam-se horizontalmente à medida que vão chegando
à bacia de sedimentação, por efeito gravítico.
Idade e história da Terra Datação Relativa

 Princípio da Identidade Paleontológica


“Estratos que contenham o mesmo conjunto de fósseis têm a mesma idade.”

 Nem todos os fósseis possuem características ideais para a datação relativa dos estratos.
Idade e história da Terra Datação Relativa

 Princípio de Inclusão

Qualquer rocha que contenha elementos de outra (preexistente) é posterior a ela.

Conglomerado
Idade e história da Terra Datação Relativa

 Princípio de Intersecção
Um elemento geológico é posterior aos elementos que intersecta (como
as fraturas, as falhas e as intrusões magmáticas) e anterior àqueles que
não afeta.
Idade e história da Terra Datação Relativa

 Fosseis de idade

Característicos de determinados períodos da História da Terra.

Apresentam reduzida distribuição estratigráfica e uma ampla distribuição geográfica.


Idade e história da Terra Datação Absoluta

 Idade das formações geológicas ou de certos acontecimentos


é referida em valores numéricos (milhões de anos = M.a.).

 A técnica utilizada baseia-se na desintegração regular de


isótopos radiotivos naturais existentes nos minerais
presentes nas rochas.
Idade e história da Terra. Datação Absoluta
― Os isótopos são átomos do mesmo elemento químico mas que diferem no
número de neutrões.

― Os isótopos radiativos são instáveis – isótopos-pai –ao fim de tempo


tendem a transformar-se em isótopos mais estáveis – isótopos-filhos –
libertando energia sob a forma de radioatividade.

― Este fenómeno designa-se por decaimento radioativo e é independente


das condições do meio.

― O tempo de semivida corresponde ao tempo necessário para que se dê a


desintegração de metade do número de isótopos-pai de uma amostra,
originando isótopos-filho.
Idade e história da Terra Datação Absoluta

 As datações absolutas ou radiométricas apresentam como princípio básico:

um isótopo radioactivo,
por ser instável, começar
o seu processo de
alteração no momento
de formação da rocha.
Idade e história da Terra. Datação Absoluta

― O tempo de semivida é constante


para a mesma substância.

― Apesar de a quantidade de
isótopo-pai ir diminuindo ao longo
do tempo, o tempo de semivida é
constante.

Relação entre as percentagens de isótopos-pai e isótopos-filho numa rocha e os tempos de semivida


(representados por T).
Idade e história da Terra Datação Absoluta

Decaimento do isótopo-pai em isótopo-filho


Idade e história da Terra.
Datação Absoluta

T = 0 semividas (formação da T = 1 semividas (700 Ma)


rocha)

Isótopos de
urânio
Isótopos de
chumbo
T = 2 semividas (1400 Ma) T = 3 semividas (2100 Ma)
Idade e história da Terra.
Escala de tempo geológico

― O estudo dos estratos, rochas e fósseis de uma sequência estratigráfica permitem conhecer a evolução
geológica de uma região o que permitiu construir uma escala de tempo geológico.

― Esta escala divide a história da Terra em intervalos diferenciados, colocando limites pelo seu conteúdo
fóssil, resultado de extinções em massa, levando ao estabelecimento de eras geológicas:

― Era Paleozoica
― Era Mesozoica
― Era Cenozoica

― As eras subdividem-se em períodos.

― A datação absoluta permitiu atribuir a idade de 4600 Ma ao planeta Terra. Esta idade obrigou à criação
de intervalos temporais mais abrangentes – os éons.
Idade e história da Terra. Escala do tempo geológico

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