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1.3 PRINCÍPIOS DE RACIOCÍNIO GEOLÓGICO.

IDADE E HISTÓRIA DA TERRA.


Princípios de raciocínio geológico.

- Identifica uma característica comum a todas as frases do slide seguinte.

- Tenta dividir as 5 frases por 3 grupos distintos.

- Associa cada grupo definido na questão anterior aos termos:

UNIFORMITARISMO/GRADUALISMO, CATASTROFISMO e NEOCATASTROFISMO.


Princípios de raciocínio geológico.
- Durante milhões de anos, as águas de
escorrência superficial meteorizaram lentamente
as rochas da crosta escavando os vales fluviais
atuais.

- No planeta Terra, a temperatura


atmosférica sofre alterações lentas
ao longo do tempo geológico.
Assim, os períodos mais frios
(glaciação) têm vindo a alternar com
períodos de aquecimento global
(interglaciação). Estas mudanças
graduais afetam os ecossistemas e
suas comunidades.
Princípios de raciocínio geológico.
Princípios do raciocínio geológico
― Que idade tem a Terra?
― Que transformações sofreu até agora? O que provocou essas alterações?
― Para responder às questões anteriores alguns cientistas estabeleceram os princípios do raciocínio geológico.
― Foram eles: George Cuvier, James Hutton e Charles Lyell

James Hutton (1726-1797). George Cuvier (1769-1832). Charles Lyell (1797-1875).

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Princípios do raciocínio geológico
― James Hutton, considerado o pai da geologia, contemporâneo de Cuvier, propôs o uniformitarismo.

― Fruto da sua experiência de campo, Hutton defendeu que a história geológica é longa e que inclui processos
lentos, tranquilos e uniformes como a erosão, transporte e a sedimentação.

― Considerava também que os processos geológicos atualmente observados são idênticos aos fenómenos do
passado – “O presente é a chave do passado”.

James Hutton (1726-1797).

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Princípios do raciocínio geológico
― George Cuvier, pai da paleontologia, observou e estudou sequências de
fósseis.

― A partir dessas observações, Cuvier constatou que em determinadas


sucessões estratigráficas tanto apareciam fósseis bruscamente como
subitamente desapareciam.
― Cuvier propõe, assim, a existência
de catástrofes que fariam
desaparecer as espécies, sendo
que estas seriam repostas por
intervenção divina. Nasce assim o
catastrofismo.

― Para os catastrofistas as mudanças


geológicas são bruscas, repentinas
e de grande intensidade. George Cuvier (1769-1832).

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Princípios do raciocínio geológico
― Tendo por base os trabalhos de Hutton, Charles Lyell enunciou então os três
princípios do uniformitarismo:

― As leis da natureza são constantes no espaço e no tempo.

― Os processos geológicos verificados na atualidade terão as mesmas


causas e consequências dos que ocorreram no passado – princípio do
atualismo ou princípio das causas atuais.

― As alterações geológicas ocorrem de forma lenta e gradual – princípio do


gradualismo. Charles Lyell (1797-1875).

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.

Princípios do raciocínio geológico

― Na realidade, a maioria dos fenómenos geológicos só conseguem ser explicados à luz do uniformitarismo.

― Contudo há evidências que demonstram que os catastrofistas tinham razão.

― As extinções em massa foram descobertas pelo estudo do registo fóssil e justificadas pela ocorrência de
impactos meteoríticos ou de vulcanismo intenso.

― A visão que tem por base o uniformitarismo mas considera a existência de fenómenos repentinos e
catastróficos denomina-se neocatastrofismo.

Exercício pág. 49

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Sequências estratigráficas
― A sedimentogénese é um dos processos
geológicos explicados pelo
uniformitarismo, uma vez que ocorre de
forma lenta e gradual.

― A deposição de sedimentos ocorre em


camada sucessivas e horizontais: os
estratos.

― A estratigrafia é o ramo da geologia que


estuda as sequências de estratos, as
sequências estratigráficas.

― O tipo de rocha de cada estrato e o seu


conteúdo fossilífero indicam que as
condições paleoambientais mudaram
bastante ao longo do tempo.

Sequência estratigráfica.
GEOLOGIA E MÉTODOS
PRINCÍPIO DA
Sequências estratigráficas PRINCÍPIO DA
SOBREPOSIÇÃO
HORIZONTALIDADE
― As sequências estratigráficas são DE ESTRATOS
ORIGINAL
analisadas segundos os princípios da (LEI DE STENON)
estratigrafia, onde se destacam os
seguintes:
― Princípio da horizontalidade
original – a deposição dos
sedimentos ocorre, geralmente,
em estratos horizontais.

― Princípio da sobreposição dos


estratos – numa sequência de
estratos não deformados,
qualquer estrato inferior a outro é
sempre mais antigo do que este.

GEOLOGIA E MÉTODOS
Será sempre possível a aplicação do princípio da sobreposição de
estratos ?
Princípios de raciocínio geológico.

― O estudo das sequências estratigráficas pode indiciar subidas e descidas do nível médio das águas do mar.

― Nos intervalos de tempo geológico em que houve um aumento da temperatura do planeta ocorreu um recuo
da linha de costa – transgressão marinha.

― Nos intervalos de tempo geológico em que a temperatura do planeta diminuiu ocorreu um avanço da linha
de costa – regressão marinha.

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.

― Quando as sequências estratigráficas se encontram


incompletas, devido a fenómenos de erosão diz-se que
há uma lacuna estratigráfica.

― A eliminação de estratos por erosão, antes de sobre


eles se terem depositado mais sedimentos, leva à
formação de superfícies irregulares designadas
superfícies de descontinuidade.

Exercício pág. 51

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Fósseis

― Os fósseis são restos de antigos organismos ou vestígios da sua


atividade preservados de forma natural em rochas.

― O processo de formação de um fóssil – fossilização – é um


processo habitualmente longo e que requer um conjunto de
condições físicas, química e biológicas para que ocorra. A saber:
― Rápido enterramento após a morte do organismo.
― Ambientes anaeróbios e com temperaturas baixas;
― Corpos com partes duras;
Fósseis de trilobites.

GEOLOGIA E MÉTODOS
Fósseis

❷ As partes moles do organismo


são decompostas.

❶ O organismo morre.
❸ Os sedimentos finos, que
cobrem e preservam o esqueleto,
sofrem diagénese, tornando-se rochas
consolidadas. O esqueleto fica mineralizado
(os minerais presentes no meio substituem a
matéria orgânica).

❺ A erosão da rocha permite a


❹ Os movimentos tectónicos
exposição do fóssil à superfície.
Exercício pág. 52 permitem o afloramento da
Fig. - Etapas de um processo de fossilização – a mineralização. rocha que contém o fóssil.
GEOLOGIA E MÉTODOS
Fósseis de Fácies
― Os fósseis de fácies são uma valiosa fonte de informação pois permitem reconstituir paleoambientes.

― Atualmente os corais encontram-se em águas ― Fósseis de corais retirados de uma unidade


quentes, límpidas, bem oxigenadas e pouco litoestratigráfica com 120 M.a.
profundas
― Qual o paleoambiente de formação da referida unidade de 120 M.a.?
Exercício pág. 53 ― Qual o princípio aplicado para responder à questão anterior?
GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Tipos de rochas
― A observação de afloramentos permite, regra geral, identificar as diferentes litologias presentes
numa determinada região e inferir sobre a sua historia geológica.

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Tipos de rochas

― Assim:
― Rochas estratificadas pouco deformadas correspondem, geralmente, a rochas sedimentares.

― Estratos muito deformados e dobrados são constituídos, frequentemente, por rochas metamórficas.

― Intrusões que atravessam outras formações rochas são, geralmente, de rochas magmáticas. A presença de
escoadas e piroclastos é característica de rochas magmáticas vulcânicas.

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.

Aplicando os
princípios de
estratigrafia,
descreve a história
geológica desta
região.

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Tipos de rochas

No estudo dos afloramentos rochosos podemos


observar situações em que a orientação dos
estratos de duas séries não é paralela. Nestas Série
situações estamos perante uma discordância superior
angular.

O afloramento da praia do Telheiro (Algarve)


contém duas séries de rochas: Série
inferior
• série inferior: as rochas estão dobradas e
metamorfizadas;

• série superior: arenitos continentais, que


mantêm a horizontalidade inicial.

NNE SSW
Fig. – Afloramento da praia do Telheiro
Exercício pág. 54,55 (Sagres).

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Relevo
― A aplicação dos princípios do uniformitarismo, incluindo o atualismo, tem sido fundamental para compreender a
formação dos mais variados aspetos de relevo.

Fig. – Vales em V
Fig. – Vales em U

GEOLOGIA E MÉTODOS
Ao longo do curso fluvial predominam
diferentes processos:

- Erosão e formação de vales fluviais


(regiões a montante).

- Sedimentação de aluviões e
formação de planícies de
inundação (regiões a jusante).

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Relevo

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Relevo
― A ação erosiva do mar, designada por abrasão marinha conduz ao aparecimento de arribas e de praias que
constituem as linhas de costa.

Fig. – Esquema de formação de uma arriba.

Exercício pág. 58, 59

GEOLOGIA E MÉTODOS
Princípios de raciocínio geológico.
Relevo
― As arribas vivas são aquelas que atualmente constituem a linha de costa, enquanto as arribas fósseis já
deixaram de o ser.

Arriba viva. Arriba fóssil.

Utilizem o google earth para ver as diferenças na arriba a norte e a sul da lagoa de Albufeira.
www.google.com/intl/pt-PT/earth/
GEOLOGIA E MÉTODOS
DATAÇÃO
RELATIVA
???????
DATAÇÃO
ABSOLUTA

GEOLOGIA E MÉTODOS
GEOLOGIA E MÉTODOS

DATAÇÃO
RELATIVA

GEOLOGIA E MÉTODOS
Idade e história da Terra.
Datação relativa

Princípio da
horizontalidade
original
Idade e história da Terra.
Datação relativa

Princípio da
sobreposição
dos estratos
FÓSSEIS DE IDADE
ou característicos
FÓSSEIS DE IDADE
ou característicos
Idade e história da Terra.
Datação relativa

Princípio da
Identidade
Paleontológica

― Uma vez que alguns fósseis são característicos de determinados períodos da história da Terra – fósseis
de idade –, então, se em estratos geograficamente distantes estiverem presentes os mesmos grupo de
fósseis, pode concluir-se que esses estratos têm a mesma idade – princípio da identidade
paleontológica.
Idade e história da Terra.
Datação relativa
― Os fósseis encontrados em alguns estratos do afloramento A pertencem aos mesmos grupos que se encontram
em alguns estratos do afloramento B, distante do A.
― Os afloramentos A e B mostram os estratos II e III que se encontram sobrejacentes ao estrato V.
Coluna
estratigráfica
Afloramento A
Afloramento B

Formações com o
mesmo conteúdo
fóssil têm a
mesma idade.

Exercício pág. 61

Fig. – Princípio da identidade paleontológica


GEOLOGIA E MÉTODOS
Idade e história da Terra.
Datação relativa

Princípio da
Interseção
Idade e história da Terra.
Datação relativa

Princípio
da Inclusão
DATAÇÃO RADIOMÉTRICA
(Datação Absoluta)
Idade e história da Terra.
Datação absoluta
― A determinação da idade absoluta de formações rochosas só foi possível após a descoberta da radioatividade, que
permitiu desenvolver técnicas como a datação radiométrica.

― Método que se baseia na desintegração espontânea e regular de isótopos radioativos naturais.

― Durante a génese dos cristais há incorporação dos átomos iniciais de um isótopo radioativo (isótopo – pai);

― Um isótopo radioativo, por ser instável, começa o seu processo de alteração no momento de formação da rocha

GEOLOGIA E MÉTODOS
Idade e história da Terra.
Datação absoluta
― Os isótopos radiativos são instáveis – isótopos-pai – pelo que ao fim de um determinado tempo tende a
transformar-se em isótopos mais estáveis – isótopos-filhos – libertando energia sob a forma de radioatividade.

― Este fenómeno designa-se por decaimento radioativo e é independente das condições do meio
(pressão/temperatura).

― O tempo de semivida corresponde ao tempo necessário para que se dê a desintegração de metade do número de
isótopos-pai de uma amostra, originando isótopos-filho.

― A Taxa de desintegração é regular/constante no tempo (varia de elemento para elemento).

― A desintegração é irreversível

GEOLOGIA E MÉTODOS
Datação absoluta
• Quando se pretende determinar a idade de uma
rocha ou de um mineral, deve-se começar por:
– determinar a quantidade de átomos-pai e de átomos
filho presente nessa rocha ou mineral.
• Conhecendo o tempo de semi-vida do isótopo
radioactivo (atomo-pai), que está a ser usado,
chegar-se-á a um valor para a idade dessa rocha.
Datação absoluta
Idade e história da Terra.
Datação absoluta
Isótopos de urânio
Isótopos de chumbo

T = 0 semividas (formação da rocha) T = 1 semividas (700 Ma)

T = 2 semividas (1400 Ma) T = 3 semividas (2100 Ma)


Fig. – Exemplo da aplicação da datação radiométrica utilizando a razão entre os isótopos urânio-235 e
chumbo-207 na determinação da idade da rocha.
GEOLOGIA E MÉTODOS
Idade e história da Terra.
Datação absoluta

Exercício pág. 63 Fig. – Relação entre as percentagens de isótopos-pai e isótopos-filho


numa rocha e os tempos de semivida (representados por T).

GEOLOGIA E MÉTODOS
Idade e história da Terra.
Datação absoluta
― A datação absoluta apresenta algumas limitações:
― É necessário que a amostra possua um número mensurável de isótopos-pai e isótopos-
filho;
― Os isótopos que decaem lentamente são mais úteis para datar rochas mais antigas,
enquanto os que decaem mais rápido são mais úteis em rochas mais recentes;
― É, essencialmente, utilizado em rochas magmáticas, já que as rochas sedimentares e
metamórficas herdam minerais de outras rochas;
― Podem ocorrer incorreções na datação caso o mineral tenha perdido isótopos por
meteorização ou sido contaminado por fluidos de circulação.

GEOLOGIA E MÉTODOS
Datação absoluta
• EXERCÍCIOS

1 – Uma rocha apresentando ¼ de isótopo pai foi datada em 50 M.a. Qual a


semivida do elemento utilizado?

2 – Foi utilizado um isótopo radioactivo com um período de


semitransformação de 40 M.a. para datar uma rocha. Se o processo de
datação referido atribuir uma idade de 80 M.a. à litologia, qual a
percentagem de isótopos filho que ela apresenta?

3- Foi utilizado um elemento cuja semivida é de 10 M.a., para datar uma


rocha que apresenta 50% de isótopo pai. Qual a idade da referida rocha?
Idade e história da Terra.
Escala de tempo geológico
― O estudo da idade relativa dos estratos, da idade absoluta de algumas rochas e dos fósseis de uma sequência
estratigráfica permitem conhecer a evolução geológica de uma região.

― A conjugação das informações das colunas estratigráficas de várias regiões da Terra permitiram construir uma
escala de tempo geológico.

― A Escala de Tempo Geológico é dividida em 3 grandes intervalos de tempo, designados ERAS. As


Eras dividem-se em Períodos e estes em Épocas.

― A divisão surge devido a acontecimentos como extinções em massa ou o aparecimento de novas


espécies (evoluções explosivas).

GEOLOGIA E MÉTODOS

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