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Material Teórico
Geobiocronologia
Revisão Técnica:
Prof.ª Me. Camila Moreno de Lima Silva
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Geobiocronologia
• Geobiocronologia;
• Classificação das Unidades Litoestratigráficas.
Nesta unidade em que trataremos da geobiocronologia, você terá acesso a diversos recursos.
Veja o mapa mental que sintetiza a estrutura do assunto tratado neste módulo.
Fique atento aos prazos das atividades que serão colocadas no ar.
Recorra sempre que possível às videoaulas e aos slides narrados para tirar eventuais dúvidas
sobre o conteúdo textual.
Participe do fórum de discussão proposto para o tema.
No seu tempo livre, procure pesquisar as fontes do material complementar.
Além disso, pesquise o máximo que puder sobre o tema geobiocronologia, há inúmeros
conteúdos na internet que são úteis para o seu estudo e para a sua formação profissional.
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Unidade: Geobiocronologia
Contextualização
Fonte: gsabulletin.gsapubs.org
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Geobiocronologia
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Unidade: Geobiocronologia
Werner afirmara que todas as rochas foram depositadas no fundo de um oceano primordial
de proporções globais em um empilhamento sequencial, de tal modo que, para ele, todas as
rochas do mundo são sedimentares superpostas umas às outras. Assim como recomendava a
lei de superposição de Steno.
Assim que o oceano refluiu, as rochas secaram e os relevos viraram a terra firme conhecida.
Para Werner, como esse princípio é valido para o mundo todo, foi muito cômodo elaborar
uma sequência cronológica obedecendo a graduação empírica de superposição. O Quadro 2
apresenta a classificação geocronológica de Werner.
Aluviais Lodo, marga, argila, areia e turfa Encontradas em terras baixas do globo.
James Hutton (1726 – 1797), um naturalista escocês, passou sua vida observando os
fenômenos geológicos e foi bem mais longe que os demais. Com menos eloquência para
a escrita, não foi compreendido como gostaria. Não tendo corroborado com os princípios
tradicionais e nem com os preceitos bíblicos, teve seu trabalho desprestigiado nos meios
acadêmicos europeus.
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Qual não foi a surpresa dos netunistas quando Hutton afirmou que: as rochas formam-se a
partir do resfriamento do calor interno da Terra e podem ser classificadas em extrusivas, as que
resfriam na superfície ou abaixo dela, e as intrusivas, que arrefecem em grandes profundidades
antes de serem expostas à superfície.
Posteriormente Culvier (1769 – 1832) concordou com Hutton ao afirmar que as rochas
mais antigas não têm fósseis por conta das altas temperaturas quando da sua formação.
Hutton reformulou a sequência cronológica das rochas simplificando um pouco mais a
sequência estratigráfica de Werner. Sua classificação situa as rochas da seguinte forma:
· Rochas terciárias (mais novas);
· Rochas secundárias (intermediárias);
· Rochas primárias (mais velhas).
Se compararmos a cronologia de Hutton com a de Werner, teremos a seguinte mudança
na escala (Quadro 3):
Werner Hutton
Aluvial (Terciário)
Floetz Terciário
Transição Secundário
Primitivo Primário
Fonte: adaptado de Place (1953, p. 67)
William Smith (1769 - 1839), agrimensor inglês, deu uma enorme contribuição à Geologia,
pois é de sua autoria o primeiro mapa geológico da história.
Smith ganhou notoriedade também pela criação do método de correlação de áreas, pela
coluna estratigráfica e pelo método de classificação das rochas segundo a toponímia do local
onde foram descobertas.
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Unidade: Geobiocronologia
Novo plioceno
Antigo plioceno
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Quadro 5
Era Período Época
Cenozoica Terciário Recente
Pleistoceno
Plioceno
Mioceno
Oligoceno
Eoceno
Paleoceno
Mesozoica Cretáceo
Jurássico
Trássico
Paleozoica
Proterozoica
Arqueozoica
Fonte: adaptado de Place (1953, p. 68)
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Unidade: Geobiocronologia
Fonte: files.professoralexeinowatzki.webnode.com.br
Outro aspecto a ser considerado é o princípio da Terra há cerca de 4,6 bilhões de anos
(4.600 M.a. ou 4,6 G.a.) no Eon Criptozoico ou Pré-Cambriano (que só no final passou a
abrigar seres muito simples) até o Cambriano, iniciado há 570 milhões do presente, quando a
vida começava a se desenvolver de forma plena na superfície, de lá decorreram mais de 4 G.a.
(4 bilhões de anos) – o que quer dizer que a escala está propositalmente muito simplificada e
desproporcional em relação à temporalidade representada, isso porque a magnitude do tempo
é muito grande para caber no papel.
Isso se deve, de um lado, à dificuldade de se encontrar eventos e remanescentes geológicos
dessas etapas tão antigas da história; por outro, do Cambriano até o Holoceno, ou o Quaternário,
a quantidade de restos fósseis e de rochas e minerais é exponencialmente aumentada – daí a
desproporção na representação.
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Para melhor visualização dessas porções relativas de tempo, a Figura 2 retrata uma
distribuição temporal em forma de círculo proporcional.
Note, na Figura 2, que da origem dos primeiros seres vivos, os procariontes, datados
de 4 G.a., no Hadeano, até o aparecimento da espécie Humana, há pouco mais de 2
M.a., decorreram cerca de 3,8 G.a. de história natural praticamente desprovida de seres
complexos na Terra.
A magnitude de tempo tão longa é praticamente incomensurável ao homem, sua
esperança de vida média é da ordem de 70 anos, isto é, as chances de observarmos grandes
mudanças no âmbito geológico são muito pequenas. Uma possibilidade de minimizar a
dificuldade é comprimir a idade da Terra em um período compatível à escala de tempo
histórica humana, assim:
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Unidade: Geobiocronologia
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os continentes unem-se e formam a Pangeia;
a fauna terrestre é dominada por insetos
semelhantes às baratas e por animais que não
são nem répteis nem mamíferos, os Synapsida;
nas águas doces, havia anfíbios gigantes e no
De 7 a 11 de dezembro (Fanerozoico – mar já existiam tubarões primitivos, moluscos
Paleozoico – Permiano) cefalópodes, braquiópodes, trilobitas e artrópodes
gigantes; as únicas criaturas voadoras são parentes
gigantes das libélulas; surgiu a flora Glossopteris e
os répteis, como o Mesossaurideo; no fim dessa
fase, ocorre a extinção de 95% da vida na Terra,
extinguindo as trilobitas;
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Unidade: Geobiocronologia
Formação
Figura 3 – Modelo de coluna estratigráfica com a nomenclatura
hierarquizada de camadas ou estratos de rocha
Fonte: degeo.ufop.br
A formação é a unidade litoestratigráfica fundamental. Ela deve ser definida por uma ou
mais camadas de uma ou mais rochas, com certa homogeneidade.
A formação pode ser constituída por um único tipo ou por uma repetição de dois ou mais tipos de
rochas ou, ainda, possuir uma rocha que, por sua singularidade, possa ser diferenciada das camadas
adjacentes.
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O nome das unidades leva o tipo de rocha e a toponímia do local onde ela foi originalmente descrita
e apresenta as suas características mais singulares. Como exemplo, podemos citar: Formação Rio do
Rasto, Formação Botucatu, Grupo Bom Jardim, Formação Serra Geral, etc. A Figura 3 apresenta um
esquema de legenda de uma coluna litoestratigráfica.
Suíte
Em termos conceituais, a suíte se assemelha ao grupo, isso é, contém dois ou mais litodemas.
A denominação da unidade é dada da mesma forma que nas classificações anteriores – por
exemplo: Suíte Granítica Caçapava do Sul, Suíte Granítica de Itu, etc.
Complexo
Não se assemelha a nada já apresentado anteriormente. O complexo é formado por lito-
demas de dois ou mais tipos que apresentam alguma delimitação reconhecível em relação às
rochas adjacentes e que, por esse motivo, não devem ser considerados como rochas indepen-
dentes. A nomenclatura segue as regras anteriores, por exemplo: Complexo Metamórfico
Porongos, Complexo Amparo, Complexo Belo Horizonte, etc.
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Unidade: Geobiocronologia
Princípio da superposição
Figura 4 – Afloramento de Varvito com Em uma sequência de camadas de rocha
marcas de ondulação não perturbadas por tectonismo, a camada é
sempre mais jovem do que aquelas que estão
abaixo dela e mais velha do que as que estão
acima (BRANCO, 2014). A Figura 4 representa
uma situação cabível à aplicação do princípio
de superposição, muito embora haja sinais de
perturbação (ondulações) em algumas camadas.
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Princípio das relações de intersecção
Figura 6 – Intersecção em sedimentos Qualquer rocha que foi atravessada por um
de encosta íngreme corpo de rocha intrusiva ígnea, ou por uma
falha, deve ser considerada mais antiga que a
rocha ígnea ou a falha (BRANCO, 2014). Na
Figura 6, é possível observar que em meio aos
sedimentos há uma intersecção de material
ígneo. Com o tempo e o processo de erosão,
ambos são desgastados e expostos ao ar livre,
mas todo o processo de intersecção ocorre em
grandes profundidades.
Fonte: farm3.staticflickr.com
Figura 7 – Assembleia fóssil em sedimento Os fósseis que viveram por curtos espaços
de tempo geológico e em grandes áreas na
superfície terrestre são considerados como
fósseis-índices. Eles são usados para determinar
a idade das rochas que os abriga desde a sua
morte até a atualidade.
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Unidade: Geobiocronologia
Todos os elementos químicos que têm núcleos instáveis emitem radiação num certo instante
da sua existência. Daí eles se transformam em outro elemento (por decaimento radioativo),
que vai emitir radiação em uma temporalidade diferente do anterior e em uma intensidade
menor. Após diversos estágios de decaimentos sucessivos, o elemento do último estágio da
transformação se torna estável, ou seja, para de emitir radiação.
Sabendo a velocidade com que esse processo ocorre, ou seja, a quantidade de tempo que o
núcleo instável leva para sofrer o decaimento, esse corresponderá à idade da rocha.
A título de exemplo, vejamos o método de datação da sequência Urânio – (U238) / Chumbo
(Pb206). O isótopo Urânio (U238) desintegra quando seu núcleo é rompido. Após a emissão
da radiação, ele se transforma no Tório (Th234). Esse, por sua vez, após a emissão, gera o
Protactínio (Pa234). As perdas sucessivas de “meias vidas” ocorrem por mais 14 fases até que,
finalmente, a sequência chega ao produto considerado final: o Chumbo (Pb206), com núcleo
estável, ou seja, não emite mais radiação.
Em cada uma das sequências que levam à transformação do isótopo “pai”, por exemplo, o
Urânio - U238, até o “filho”, Chumbo (Pb206), ocorre a perda de “meia vida” em temporalidades
específicas. O Quadro 6 apresenta as características, incluindo a perda de meia vida, dos
diversos isótopos, incluindo o do exemplo citado, mais usado em datação radiométrica.
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Material Complementar
Sites:
Mapa geológico de William Smith (1769 – 1839) – clique sobre a imagem para
ampliar.
http://libweb5.princeton.edu/visual_materials/maps/websites/thematic-maps/quantitative/geology/smith-map-1815-thumbnail.jpg
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Unidade: Geobiocronologia
Referências
EICHER, D. Tempo Geológico: textos Básicos de Geociências. São Paulo: Editora Edgard
Blucher, 1975.
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Anotações
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