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Fixismo

• A Terra é imutável
• A Terra não sofre alterações
• Espécies permanentes
• Espécies perfeitas
• Espécies imutáveis
• Espécies independentes umas das outra
GERAÇÃO ESPONTÂNEA

CRIACIONISMO
CATASTROFISMO
Catastrofismo
As grandes e rápidas alterações ocorridas à superfície da Terra (montanhas, oceanos,
extinções) teriam sido provocadas por rápidas e violentas catástrofes de origem divina
(inundações, enxurradas, sismos, erupções vulcânicas, impactos meteoríticos, etc…)

Mudanças pontuais, rápidas,


dirigidas e sem ciclicidade
Catastrofismo

Se ocorressem extinções, as espécies que


desapareciam eram depois substituídas por
outras que, por sorte, habitavam zonas não
afetadas pela catástrofe. O problema era explicar
como ocorriam estas migrações.

Hipótese: extensas pontes continentais ligavam os continentes. Atualmente, diziam


os seus defensores, essas pontes não existem porque “afundaram”… Hoje sabemos
que isso é impossível – porções menos densas não conseguem afundar sobre a crusta
oceânica, mais densa
Uniformitarismo
Uniformitarismo

Mudanças constantes, lentas e cíclicas

◊ As leis e processos naturais são lentos e constantes no espaço e no tempo (ao


contrário das catástrofes) – Principio do gradualismo
◊ As mudanças geológicas são cíclicas
◊ As causas que provocaram fenómenos no passado são semelhantes às que
provocaram o mesmo tipo de fenómeno no presente – Principio das causas atuais ou
Princípio do atualismo (Hutton)
Uniformitarismo

Pressupostos

As leis físicas e químicas têm uma validade temporalmente ilimitada;

As forças geológicas mantêm-se qualitativamente iguais no presente, no


passado e futuro; ( Atualismo)

As forças geológicas mantêm-se, não só qualitativamente, mas também


quantitativamente iguais no presente, no passado e no futuro.
(Gradualismo)
O presente é a chave do passado
Marcas de ondulação atuais Rocha com marcas de ondulação preservadas

Por exemplo, marcas de ondulação semelhantes às que se observam na areia das praias
atuais aparecem preservadas em arenitos. Estas marcas indicam que o ambiente de
sedimentação estava sujeito à ação da ondulação, mostram a direção das correntes que as
produziram e mostram a posição original das camadas.
O presente é a chave do passado

Fendas de dessecação em argilas atuais Rochas antigas com marcas de dessecação

Fendas semelhantes às que se observam em terrenos argilosos atuais aparecem muitas


vezes preservadas em rochas antigas. A sua ocorrência revela que a sedimentação
ocorreu, provavelmente, em locais pouco profundos, onde os sedimentos estiveram
expostos a condições de humidade elevada, alternada com períodos secos.
Neocatastrofismo

Uniformitarismo Catastrofismo
(Processos tranquilos) (Processos violentos)

Os processos que ocorrem na Terra podem Os sismos são fenómenos que podem
ser muito lentos e prolongados no tempo, ocorrer em frações de segundos, mas o
ou então, muito rápidos, de duração de dobramento das rochas já demora mais
segundos. algum tempo

Aceita os pressupostos do uniformitarismo, mas atribui também um papel


importante aos fenómenos catastróficos como agentes de evolução da Terra.
CATASTROFISMO (defendido por Cuvier, entre muitos outros)

As alterações que se verificaram na Terra são:


▪ pontuais, determinadas por catástrofes como a queda
de grandes meteoritos ou extensas erupções vulcânicas;
▪ não ocorrem com padrões ou ciclos.

UNIFORMITARISMO (defendido por Hutton, entre muitos outros)

▪ As leis naturais são constantes no espaço e no tempo, pelo


que se deve explicar o passado com base no que
se observa hoje.
▪ As mudanças geológicas são cíclicas, lentas e graduais (por
exemplo, o desgaste das montanhas origina novas rochas
sedimentares).
Atualmente
NEOCATASTROFISMO

• As leis naturais são constantes no espaço e no tempo, pelo


que se deve explicar o passado com base no que se observa
hoje (princípio das causas atuais ou princípio do atualismo).
• As mudanças geológicas são cíclicas, lentas e graduais (por
exemplo: o desgaste das montanhas origina novas rochas
sedimentares).
• Grandes catástrofes podem, no entanto, provocar alterações
muito repentinas na Terra.
Alterações ocorridas ao longo da história da Terra
Nos seres vivos – evolução ou extinção

… por vezes, foram


As alterações catastróficas.
ocorridas ao
longo da história … por vezes, foram
lentas e graduais.
da Terra…

Nas rochas, no relevo, no clima...


Alterações ocorridas ao longo da história da Terra
Exemplos de alterações lentas e graduais

Acumulação de oxigénio Formação de montanhas Evolução dos seres vivos


na atmosfera
Alterações ocorridas ao longo da história da Terra
Exemplos de alterações bruscas e repentinas

Provocadas por fenómenos como a queda de meteoritos gigantes ou erupções vulcânicas


violentas e prolongadas.
Tempo … Idade da Terra?
(1664) James Ussher (arcebispo irlandês) – A Terra tinha sido criada às nove horas da
manhã de 26 de outubro de 4004 a.C.
fonte para os cálculos: Bíblia

(1707 – 1788) Buffon– Idade da Terra: 74382


fonte para os cálculos: experiência com esferas metálicas em arrefecimento

(1726 – 1797) James Hutton (pai da geologia)– acontecimentos da Terra (discordâncias


angulares) não cabiam em milhares de anos mas sim em milhões de anos

1º deposição dos estratos na horizontal


2º orogenia;
3º erosão;
4º deposição
5º Deformação de ambas as sequências
Tempo … Idade da Terra?
(1871 - 1937) Rutherford – Idade da Terra: 2500 M.a
fonte para os cálculos: radioatividade na datação das rochas

(1953) Clair Patterson - Idade da Terra: 4600 M.a

fonte para os cálculos: idade dos meteoritos


Datação das rochas

Datação absoluta (ou radiométrica) Datação relativa

«Este calcário tem 50 Ma. «Este calcário é mais antigo que


o basalto que está sobre ele.»
Datação das rochas

Datação absoluta (ou radiométrica) Datação relativa

Permite determinar a idade de uma rocha Permite fixar os acontecimentos numa


(estrutura) a partir das substâncias escala de "antes e depois", de tal
radioativas nele contidas e dos produtos maneira que os possamos ordenar.
do decaimento radioativo. Não permitem estabelecer a duração
Permite conhecer a idade absoluta das desses acontecimentos.
rochas (M.a), a duração dos processos
geológicos, a velocidade dos processos
geológicos, …
Datação relativa

Princípios litoestratigráficos

Principio da horizontalidade inicial

Principio da sobreposição dos estratos

Principio da continuidade lateral

Principio da interceção dos estratos

Principio da inclusão
Datação relativa

Princípios Bioestratigráficos

Principio da identidade paleontológica


Os sedimentos que estiveram na origem dos estratos são depositados, em regra, segundo
camadas horizontais paralelas à superfície de deposição.

Quaisquer fenómenos de deformação que alterem esta horizontalidade das camadas é


posterior à sedimentação

1º - deposição e formação dos estratos na horizontal 2º - a formação das falhas ou dobras


Numa sequência de estratos não deformados, um estrato é mais recente do que aquele que lhe serve de
base e mais antigo do que o que se encontra acima dele.

Isto permite analisar um perfil vertical de camadas como uma linha vertical de tempo
O estudo das sequências estratigráficas pode indiciar subidas
e descidas do nível médio das águas do mar.

Nos intervalos de tempo geológico em que houve um


aumento da temperatura do planeta ocorreu um recuo da
linha de costa – transgressão marinha (granulometria dos
sedimentos diminui)

Nos intervalos de tempo geológico em que a temperatura do


planeta diminuiu ocorreu um avanço da linha de costa –
regressão marinha. (granulometria dos sedimentos aumenta)

Quando as sequências estratigráficas se encontram


incompletas, devido a fenómenos de erosão diz-se que há
uma lacuna estratigráfica.

A eliminação de estratos por erosão, antes de sobre eles se


terem depositado mais sedimentos, leva à formação de
superfícies irregulares designadas superfícies de
descontinuidade.
EXCEÇÕES

Dobras deitadas
Se ocorrerem determinadas deformações
nas rochas a posição dos estratos será
alterada e, às vezes invertida.

Falhas
Blocos rochosos que se fraturam e que se
movimentam um em relação ao outro
EXCEÇÕES

Terraços Fluviais
O rio, por erosão, escava um novo leito,
provocando a formação de degraus onde
deposita sedimentos – terraços fluviais. Os
últimos a serem depositados foram os da
zona 3 (mais recentes)

Grutas
Os sedimentos depositados em grutas são
mais recentes do que as camadas que lhe
servem de teto.
Sempre que uma estrutura/estrato é intersetada(o) por outra estrutura (por exemplo, uma
falha ou uma intrusão magmática), a estrutura que interseta é mais recente do que a que é
intersetada

O filão D é mais recente do que os As falhas são mais recentes do


estratos C, B e A, porque os interseta, que os estratos, porque os cortam.
mas mais antigo que a falha E, uma vez
que é intersetado (cortado) por esta.
O estrato que apresenta a inclusão (fragmento de outra rocha) é mais recente do que a rocha
de onde provém o fragmento.
Este princípio também se aplica às rochas ígneas. Quando o magma se desloca pode
incorporar fragmentos (xenólitos) das rochas que atravessa.

A F

B C D E

Estrato sedimentar (A) Xenólito (E) numa rocha


Rocha ígnea (D) com
com inclusões de rocha ígnea (F).
inclusões de rocha
ígnea (B). A rocha A rocha de onde proveio o
sedimentar (C). A rocha
ígnea é mais antiga do xenólito é mais antiga do
ígnea é mais recente do
que o estrato. que a rocha ígnea onde se
que a rocha sedimentar.
encontra.
Os estratos que se correspondem
em cada uma das séries são da
mesma idade. O estrato 3 da série A
é da mesma idade do estrato 3 da
série B e assim sucessivamente.

Os estratos podem estender-se por longas distâncias.


Um estrato delimitado por um muro ou por um tecto, e com determinadas propriedades litológicas, possui a
mesma idade em toda a sua extensão lateral.
Este princípio permite caracterizar o ambiente de formação das diferentes rochas e correlacionar litologias
que se podem encontrar distantes.
Um estrato delimitado pelo mesmo teto e muro e com semelhantes propriedades litológicas possui a mesma
idade em toda a sua extensão lateral.

Os estratos podem estender-se lateralmente por longas distâncias. Aplicando este princípio podemos
correlacionar litologias que se encontrem muito afastadas
A observação de afloramentos permite, regra geral,
identificar as diferentes litologias presentes numa
determinada região e inferir sobre a sua historia
geológica.
Série
superior
Rochas estratificadas pouco deformadas correspondem,
geralmente, a rochas sedimentares.
Série
inferior
Estratos muito deformados e dobrados são constituídos,
frequentemente, por rochas metamórficas.

No estudo dos afloramentos rochosos podemos observar


situações em que a orientação dos estratos de duas séries
NNE SSW
não é paralela. Nestas situações estamos perante uma
discordância angular.
• série inferior: as rochas estão dobradas e metamorfizadas;

• série superior: arenitos continentais, que mantêm a


horizontalidade inicial.
Princípios Estratigráficos

SEQUÊNCIA
Conjunto amplo de estratos que podem incluir camadas com diferentes
ESTRATIGRÁFICA origens e que reflectem a variação das condições ambientais e de deposição.

pode assistir-se a ...

SUPERFÍCIES DE
Superfícies marcadas pela alteração na sequência de estratos, por
DESCONTINUIDADES
deformação tectónica e/ou erosão.

associadas a ...

Discordância Angular Lacunas Estratigráficas


Superfície de separação entre duas Descontinuidades marcadas pela
séries sedimentares, em que a ausência de estratos, camadas
primeira sofreu compressão mais ou menos espessas, devido
tectónica e posterior erosão, e a à não ocorrência de
segunda série de estratos sedimentação no local ou à
depositou-se sobre esta. erosão de estratos que existiam.
Superfície de
descontinuidade
marcada por uma
lacuna estratigráfica

Lacuna de
sedimentação

Lacuna de erosão

E os fósseis!!!... Qual a sua importância na datação??...


Datação relativa

Princípios Bioestratigráficos

Principio da identidade paleontológica


Troncos de árvore fossilizados.

Os fósseis são restos de seres vivos (por exemplo, ossos, dentes, troncos) ou manifestações da sua
atividade (por exemplo, ovos, sementes, excrementos, pegadas, tocas) que ficaram conservados em
rochas ou noutros materiais naturais.
são contemporâneos da génese da rocha sedimentar que os contém.
Um dinossauro morre num rio. O soterramento rápido do cadáver, o que acontece
mais facilmente em ambiente aquático e calmo, ...

… impede a destruição ou a predação do cadáver.

Os sedimentos finos que soterram o cadáver...

▪ protegem o cadáver dos predadores;


▪ diminuem a quantidade de oxigénio junto do cadáver, o
que dificulta a decomposição (sobretudo das partes
O corpo é coberto com sedimentos. duras, como ossos e conchas);
As partes moles são decompostas mas
os ossos não. O que resta ▪ fixam com mais detalhe as formas do organismo.
do animal começa a fossilizar.
A existência de partes duras no organismo…

… porque são as mais fáceis de fossilizar.

A temperatura ambiente ser baixa…

… pois dificulta a decomposição do


cadáver.
- Se o organismo pertencer a um grupo abundante – Quanto maior for o número de indivíduos de
um determinado grupo, maior é a probabilidade de esse grupo ocorrer no registo fóssil.

- Se o organismo for aquático – Em ambientes aquáticos e calmos, os cadáveres são mais


rapidamente cobertos por sedimentos.

- Se o organismo tiver partes duras – As partes duras dos organismos (dentes, conchas, ossos ou
carapaças) são mais dificilmente decompostas ou deterioradas do que as partes moles, havendo mais
probabilidade de fossilizarem.

- Se os sedimentos que cobrem o cadáver forem finos e impermeáveis – As argilas, por exemplo,
permitem que os cadáveres fiquem isolados do oxigénio e da água e protegidos dos decompositores e
da ação dos fatores ambientais.

- Se a temperatura ambiental for baixa – Temperaturas elevadas são mais favoráveis à ação dos
decompositores.
Geralmente, os restos dos seres vivos são completamente
decompostos e as suas partes duras são desgastadas.
O processo de fossilização requer condições específicas que
raramente ocorrem.
Somatofósseis
Correspondem a fósseis de partes do corpo dos seres vivos, como
por exemplo, dentes, ossos, conchas ou troncos.

Icnofósseis
Correspondem a fósseis de vestígios da
atividade dos seres vivos, como por exemplo,
excrementos (coprólitos), pegadas, tocas,
ninhos ou ovos.
O organismo morto fica rapidamente coberto
O animal morre. por sedimentos finos, os quais impedem o
cadáver de ser totalmente decomposto

Formam-se os fósseis, ao mesmo Os estratos que estavam A erosão das rochas


tempo que o estrato que os em profundidade são expõe o fóssil.
contém sofre diagénese. soerguidos.
Conservação, preservação ou mumificação
Os restos dos organismos são envolvidos por um material que os conserva (como, por
exemplo, a resina ou o gelo). Neste processo ocorre a preservação quase total dos
organismos, incluindo as partes moles.

Inseto preservado
em âmbar, uma
resina produzida
por árvores de
antigas florestas.

Na Sibéria foram encontrados mamutes com


cerca de 42 000 anos, totalmente conservados
pelo gelo.
Mineralização
A matéria orgânica que compõe o ser vivo é substituída por matéria mineral, como a calcite ou a sílica,
mantendo-se, no entanto, a forma e as dimensões originais do organismo – substituição.
Os minerais presentes nas partes duras do organismo transformam-se noutros (normalmente
polimorfos). Por exemplo, a aragonite transforma-se em calcite – recristalização.

A aragonite é uma forma de carbonato de cálcio


forma mais resistente ao choque, sendo um
componente abundante nas conchas. Durante a
A celulose que compunha as paredes das fossilização é substituída por calcite, mais
células do tronco foi substituída por sílica. estável e menos solúvel
Moldagem
A forma interna ou a forma externa do organismo fica gravada nos sedimentos que o preenchem ou o
envolvem, respetivamente. Posteriormente, os sedimentos consolidam, ficando o molde na rocha, embora o
organismo não seja preservado. Um molde interno corresponde à reprodução do interior do organismo. Um
molde externo reproduz a forma externa do organismo. No caso das folhas, penas ou de outras estruturas
delgadas, o molde externo denomina-se impressão.
Se ocorrer preenchimento com sedimentos de um molde forma-se um contramolde.

Contramolde e molde externo


Impressão (molde de uma trilobite.
Molde interno de amonite externo) de folhas
Estratos com os mesmos
fósseis de idade
possuem…

… ainda que sejam formados por


litologias diferentes.

Os fósseis são contemporâneos das rochas onde se encontram!


D
I
O processo de fossilização
A acompanha o processo de
G formação da rocha, logo
fóssil e rocha possuem a
É mesma idade (datação
N relativa)!
E Rocha e fóssil são
contemporâneos!
S
E
Mas nem todos os fósseis
podem ajudar a datar litologias

apenas os …
Fósseis de idade ou estratigráficos
▪ Os seres vivos que originaram
esses fósseis foram abundantes
em grande parte da superfície
da Terra; ou seja, tinham
grande distribuição geográfica.

▪ Os seres vivos que originaram


esses fósseis existiram durante
um curto período de tempo, por
isso ocorrem em estratos apenas
desse tempo; ou seja, tinham
pequena distribuição estratigráfica.
(curta distribuição temporal)
Fósseis de idade ou estratigráficos -

As trilobites eram artrópodes (como as


aranhas, lagostas, insetos, etc) exclusivos do
meio marinho! Possuíam um exoesqueleto de
quitina endurecido com carbonato de cálcio
(por isso os seus fósseis são tão abundantes!).

Surgiram há cerca de 540 M.a. e


extinguiram-se há cerca de 250 M.a..
(Paleozoico)
Fósseis de idade ou estratigráficos -

Os graptólitos surgiram há cerca de 523 M.a.


e extinguiram-se há 330 M.a. Eram pequenos
animais marinhos que viviam em colónias
(apenas de alguns cm) e que se expandiram por
várias regiões do globo.
(Paleozoico)
Fósseis de idade ou estratigráficos -

As amonites eram animais marinhos e


tinham corpo mole… no entanto uma
carapaça encarregava-se de os
proteger (e facilmente fossilizava)! Os
maiores podiam atingir 1 m de
diâmetro! Estes seres eram carnívoros e
surgiram há cerca de 225 M.a. e
extinguiram-se há 65 M.a
(Mesozoico)
Fósseis fácies ou de ambiente

Fósseis de seres que viveram em


condições ambientais muito restritas
permitem caracterizar o ambiente em que
se formou o estrato onde se encontram –
fósseis de fácies ou de ambiente.

Para ser um bom fóssil de fácies, a


espécie ou género deverá ter existido na
Terra durante um longo período de tempo.

Muitas espécies de corais são bons fósseis de fácies, uma vez que apenas se desenvolvem em
ambientes marinhos costeiros, com temperatura entre 25 ºC e 30 ºC e em profundidades até 30 metros.
Fósseis fácies ou de ambiente

Permitem caracterizar paleoambientes

São fósseis de seres que apresentam uma


reduzida distribuição geográfica, pois habitam
apenas locais com condições específicas.

São espécies que viveram durante muito tempo


(à escala geológica).
Fósseis fácies ou de ambiente

Os corais estão entre as comunidades


marinhas mais antigas que se conhecem - a
sua história remonta desde há 500 milhões
de anos atrás!!!!

Pólipos de corais

Mas… estes seres só conseguem sobreviver


em ambientes aquáticos de águas quentes,
calmas e pouco profundas.
Por viverem em ambientes tão
característicos e altamente específicos eles
são considerados …
 Permitem compreender a evolução dos seres vivos, as
adaptações e extinções ao longo da história da Terra;

 Permitem reconstituir os organismos numa dada época, o seu


modo de vida, como é que interagiam entre si e como se
relacionavam com o meio ambiente onde viviam;

 Permitem reconstituir os ambientes do passado e assim


reconstituir a geografia da Terra;

 Permitem reconstituir os climas do passado;

 Permitem efetuar a datação relativa dos estratos rochosos.


Fósseis vivos Limulus polyphemus
(300 M.a)

 Espécies que habitam a Terra desde há milhões de anos e


que, para além de existirem atualmente, são encontrados
também sob a forma de fóssil! Nautilus sp. (500 M.a)

 Existem diversos motivos pelos quais um organismo sobrevive


milhões de anos sem sofrer mudanças. Uma das explicações é o
simples facto desse organismo se encontrar muito bem
adaptado à diversidade de condições do meio que habita. Já Ginkgo biloba (250 M.a)
outros organismos não evoluem devido à continuidade mais ou
menos estável das características do seu habitat. A
sobrevivência de alguns fósseis “vivos” também pode dever-se ao
facto destes habitarem ambientes isolados, onde não enfrentam
a competição com outros organismos potencialmente melhor Latimeria chalumnae (380 M.a)
adaptados a esses ambientes. Celacanto
É frequente os geólogos recorrerem
Quais os melhores
ao estudo de associações de fósseis de idade?
diferentes fósseis de idade, evitando
datações baseadas apenas num
Ceratites,
(seriam menos precisas!).
goniatites,
belemnites e
amonites
(existiram em grande
número (barra larga) e
tiveram uma curta
duração na história da
Terra!
A largura de cada barra corresponde à quantidade de indivíduos.
A altura diz respeito ao período de duração
AeK ; B, E e L ; C, F e M ; D, G e N

(pois possuem os mesmos fósseis – Princípio da Identidade Paleontológica)


Inclusões de
granito Princípio
mais antigas que a rocha da Inclusão
que as contém

Inclusões no
granito
mais antigas que ele

Princípio
da Inclusão Metamorfismo de contacto
(devido às elevadas Podem-se formar novas
temperaturas) rochas por alteração das
anteriores
As camadas de 1 a 10 depositaram-se
horizontalmente umas sobre as outras.
Sofreram deformação, inclinando-se.
Posteriormente ocorreu a formação de
uma intrusão magmática que deu
origem ao granito (contém inclusões de
outras rochas mais antigas). Deu-se a
erosão de todo este conjunto e,
posteriormente depositaram-se as
camadas 11 (com inclusões do granito,
mais antigo) a 14.
1 - Deposição de A, B, C, D, E, F e G e posterior inclinação;

2 – Ocorrência da falha H;

3 – Erosão e formação de uma descontinuidade (I)–


superfície irregular;

4 – Deposição de J, K e L;

5 – Aparecimento da Intrusão M;

6 – Novo episódio de erosão com formação de uma


segunda descontinuidade (N);

7 – Deposição de P (com inclusões de rochas mais


antigas) e Q;

8 – O filão R e as camadas de lava S e T surgiram depois da deposição de Q mas não é possível


concluir se R surgiu antes ou depois de S e T pois não o intersecta; Com certeza sabemos apenas
que a camada mais recente de todas é a T.
Datação absoluta

Aparelhos sofisticados permitem datar


rochas e fósseis com grande precisão.
Os intervalos de incerteza podem ser
inferiores a um milhão de anos.

Os métodos de datação radiométrica


baseiam-se na quantificação de isótopos
instáveis (radioativos) existentes em alguns
minerais.

Conhecendo a velocidade de desintegração


dos isótopos e a quantidade de isótopo que
já se desintegrou, é possível determinar a
idade das rochas.
Datação absoluta

A radioatividade é uma das principais fontes de energia térmica interna da Terra.


Datação absoluta

Os átomos fazem parte da constituição da matéria (de


tudo aquilo que existe)! … Nas rochas também existem
átomos!

Alguns deles (urânio, rádio, etc) são radioativos, isto é,


ao longo dos tempos, e naturalmente, os seus núcleos
vão-se desintegrando espontaneamente para se
tornarem mais estáveis. Quando isso acontece liberta-se
energia!
Datação absoluta
Esta datação pode também ser chamada de …

… Isótopos …

O mesmo elementos químico (carbono, por exemplo), pode ter no núcleo do átomo:

✓ O mesmo número de protões e neutrões (6P + 6N) → C12 ESTÁVEL

✓ Diferente número de protões e neutrões (6P + 7N) → C13 ESTÁVEL


✓ Diferente número de protões e neutrões (6P + 8N) → C14 INSTÁVEL

Nota: C12, C13 e C14 são isótopos de carbono!


Datação absoluta

Os isótopos de urânio são muito frequentes


nas rochas (1g por cada 1000 Kg de rocha) !

Estes isótopos são muito instáveis – os seus núcleos


desintegram-se espontaneamente formando um átomo
de um elemento químico diferente, mais estável!

Átomo inicial: ISÓTOPO – PAI (instável)


Urânio submetido a radiação U.V.

Átomo formado após desintegração: ISÓTOPO – FILHO (mais estável)


Nota: O isótopo Rubídio-87 forma o isótopo de Estrôncio-87 quando se desintegra!
Datação absoluta

✓ A taxa de decaimento radioativo (desintegração dos


isótopos-pai em isótopos-filho) é constante para cada isótopo!
(não varia com condições de pressão, temperatura ou outros aspetos
associados aos processos geológicos)

✓ A desintegração é irreversível: o isótopo-pai não volta a


adquirir as propriedades iniciais!

✓ Quando a rocha se forma adquire elementos radioativos que se começam


a desintegrar marcando o momento de formação daquela rocha!
Datação absoluta
Período de semivida ou período de semitransformação

Q-Atendendo a que o momento T1 corresponde a um


período de semivida. Com base na análise do gráfico
define este conceito.

R. Tempo decorrido para que metade do número de isótopos-pai


radioativos sofra desintegração, transformando-se em isótopos-
filho.

Q-Sabendo que esse período é constante no espaço e


no tempo e que no caso representado no gráfico é de
1300 M.a, refere o que representa o momento T3 e
qual a idade correspondente a esse período.

R. O momento T3 representa três períodos de semivida e


corresponde a 3 900 M.a
Datação absoluta

Período de semivida ou período de semitransformação

Tempo decorrido para que metade do número de


isótopos-pai radioactivos sofra desintegração,
transformando-se em isótopos-filho.

No final de um período de semivida, 50% dos isótopos-pai


já foram transformados em isótopos-filho… No final do 2º
período de semivida, metade da metade que restou (¼) do
nº original de isótopos-pai ainda permanecem na rocha…
No 3º período de semivida 1/8 e assim por diante!

(restará sempre uma quantidade residual de isótopos-pai na rocha)


Datação absoluta
0 1,26 × 109 2,52 × 109 3,78 × 109 5,04 × 109 6,30 × 109
(Ma)
Datação absoluta

Urânio-238 Chumbo-206 4500 Ma

Potássio-40 Árgon-40 1300 Ma

Rubídio-87 Estrôncio-87 47 000 Ma

Carbono-14 Azoto-14 5730 anos

Basta conhecer o período de semivida e o nº de isótopos-pai e filho existentes na rocha para


que se possa calcular o tempo decorrido desde que o processo de desintegração se iniciou
Datação absoluta

À medida que os milhões de anos passam, o potássio 40 decai lentamente e, um a um, os átomos de árgon 40 substituem os
de potássio 40 no cristal. A quantidade de árgon 40 acumulada é uma medida do tempo decorrido desde a formação da rocha.
Decorridos 1,26 mil milhões de anos, o rácio será 50-50. Ao fim de mais 1,26 mil milhões de anos, metade do potássio 40
remanescente terá sido convertido em árgon 40, e assim por diante.
Datação absoluta

Na altura em que a rocha se formou os isótopos ficaram incorporados nos minerais e, nesse momento inicial,
apenas existiam isótopos-pai e nenhuns isótopos-filho!

Há medida que o tempo passa aumenta na rocha o número de isótopos-filho e diminui o número de isótopos-
pai. A margem de erro é de apenas alguns M.a.
Datação absoluta

É que se a rocha for “velha” e a taxa de


decaimento for rápida, os isótopos-pai já se
transformaram quase todos em isótopos-filho:
sabemos que o relógio isotópico parou, não
sabemos é há quanto tempo isso aconteceu!
Datação absoluta

O Carbono-14 é muito usado na arqueologia


e é o ideal para datar fósseis ou quaisquer
outros resíduos orgânicos… Porquê?

Todos os seres vivos contém carbono. Ele é


aborvido pelos seres fotossintéticos e daí segue
por toda a cadeia alimentar! Quando os seres
morrem inicia-se o decaimento! E a arqueologia
estuda eventos recentes – interessam isótopos
com menor tempo de semi-vida!
Datação absoluta

✓ Não permite datar rochas sedimentares!


(este método pressupõe que as rochas sejam sistemas fechados, não existindo entradas ou saídas de isótopos. Mas, se as
rochas sofrerem erosão ou meteorização, podem ocorrer perdas de isótopos (pais e filhos) o que irá influenciar a idade
atribuída!).
Cada grão de areia tem um relógio calibrado para uma data distinta, a qual remonta provavelmente a muito antes de a
rocha sedimentar se formar. Assim, em matéria de cronometragem, a rocha sedimentar é uma confusão. Não serve!

✓ Atribuí uma idade ao metamorfismo e não à rocha antes de o sofrer!


(Se tivermos em conta que as rochas metamórficas resultam de modificações, devidas a pressão e temperatura, sofridas por
outras rochas, o metamorfismo que as afetou não elimina os átomos-filho que elas possam conter nesse momento e, dessa
forma, obtém-se uma idade superior à que deveria corresponder à última fase de metamorfismo.

✓ Nem sempre as rochas contêm grandes quantidades dos isótopos necessários à sua
datação.
Datação absoluta

As rochas ígneas costumam conter


muitos isótopos radioativos diferentes.
A solidificação das rochas ígneas dá-
se bruscamente, o que tem uma
consequência feliz: todos os relógios
de um dado fragmento de rocha são
calibrados em simultâneo.

Apenas as rochas ígneas


proporcionam bons relógios
radioativos!
Datação absoluta

As rohas estão constantemente a ser recicladas e


transformadas noutras – é impossível datá-las
por completo!

O melhor que há a fazer é combinar todos os


métodos de datação para que se consiga elaborar um
calendário da história da Terra! Em locais onde
ocorram afloramentos com mais do que um tipo de
rocha, podem-se datar as rochas magmáticas por
dataçao absoluta e, em seguida, estabelecer uma
equivalência com os restantes fenómenos geológicos
que se encontrem representados na área em estudo.
Por que motivo a estratigrafia não permite
medir o tempo de forma absoluta?

Os sedimentos não se acumulam numa taxa constante


em nenhum ambiente de sedimentação (podem até haver
longos momentos de ausência de sedimentação).

Por exemplo, durante uma inundação, um rio poderá


depositar uma camada de areia de vários metros de
espessura em questão de poucos dias, enquanto durante
todos os anos que se seguirem entre as inundações ele
apenas deposita uma camada de areia com poucos
centímetros de espessura. Além disso a taxa de erosão
também não é constante.
Tipo de Utilidade Método
datação
Relativa - Permite determinar a . Análise do conteúdo fossilífero dos estratos,
antiguidade de um . Correlação de estratos (datação cruzada);
estrato relativamente a . Baseia-se em pressupostos, como os princípios da:
outro. - sobreposição de estratos – na ausência de deformação, um estrato é
- Sequencia cronológica sempre mais recente do que o estrato que lhe serve de base.
de acontecimentos e - horizontalidade inicial – os estratos depositam-se em sequências
estruturas geológicas horizontais. A alteração da horizontalidade é um fenómeno posterior.
- Identidade paleontológica – estratos que manifestam a presença das
mesmas associações fósseis (idade) possuem a mesma idade;
- Continuidade lateral- os estratos estendem-se lateralmente e têm a mesma
idade em toda a sua extensão lateral;
- Interseção
- Inclusão
- Fornece uma medida . Baseia-se no facto de o decaimento ser irreversível e constante para cada
Radiométrica

com unidades de isótopo radioativo. A proporção entre as quantidades de isótopos radioativo e


Absoluta

tempo definidas (num de isótopo derivado da sua própria desintegração permite inferir há quanto
dado intervalo de tempo se está a verificar o processo. Deste modo, pode extrapolar-se a idade
confiança). da rocha.
Tempo Geológico

A escala do tempo geológico é a linha do


tempo desde o presente até à idade da
formação da Terra (4600 milhões de anos)

Está dividido em Éons, Eras, Períodos e


Épocas

As idades que lhes correspondem


baseiam-se nos grandes eventos
geológicos e mudanças na biodiversidade
ao longo do tempo – EXTINÇÕES
Tempo Geológico
O tempo geológico divide-se em eras (Paleozoica,
Mesozoica e Cenozoica) e estas em períodos.
Às diferentes etapas da história da Terra
corresponde um conjunto de seres vivos
específico, um clima global diverso ou uma
configuração dos continentes e dos oceanos
diferente, por exemplo.
Fenómenos (por vezes lentos e graduais, outras
vezes bruscos e catastróficos) alteraram os
ambientes provocando extinções em massa. Estas
ocorrências produziram condições para que outros
seres evoluíssem e se dispersassem pelos novos
ambientes, constituindo marcos da história da
Terra, utilizados para estabelecer o fim de cada
era.
Tempo Geológico

Grandes divisões de tempo associadas a


acontecimentos biológicos (às extinções em
massa, aparecimento de novas espécies…) e
geológicos (formação de montanhas, de
continentes, separação de oceanos, …)

Éon Fanerozoico

Cenozoico (mais recente)


Mesozoico
Paleozoico (mais antigo)
Tempo Geológico

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