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A medida do tempo geológico e a idade da Terra

É possível determinar a idade de diversos acontecimentos geológicos, recorrendo a dois


tipos de métodos: datação relativa e datação absoluta ou radiométrica.

Datação relativa:

Apoia-se em vários princípios geológicos que sofreram transformação ao longo do tempo.

O catastrofismo, princípio defendido por Georges Cuvier, propõe que as alterações geológicas
resultam de fenómenos catastróficos (breves e violentos).
O uniformitarismo, princípio proposto por James Hutton, implica que os fenómenos verificados
atualmente permitem explicar os processos geológicos do passado – «O presente é a chave do
passado».
Charles Lyell estruturou o uniformitarismo em três princípios:
– as leis da natureza são constantes no espaço e no tempo;
– os processos geológicos verificados na atualidade terão as mesmas causas e consequências
que os que ocorreram no passado – princípio do atualismo;
– as alterações geológicas ocorrem de forma lenta e gradual – princípio do gradualismo.
O neocatastrofismo tem o uniformitarismo como princípio orientador, mas considera que
determinados processos geológicos só se explicam pela ocorrência de eventos catastróficos.

_ Princípio da horizontalidade inicial: postula que a deposição de materiais, provenientes da


ação da geodinâmica externa sobre as rochas, obedece a um plano horizontal na formação inicial
dos estratos.

Camadas de estratos horizontais.

_ Princípio da sobreposição: estabelece que, numa série de rochas sedimentares não


deformadas, um estrato é mais velho que aqueles que o recobrem e mais novo do que os que
lhes estão subjacentes.
_ Princípio da identidade paleontológica: admite que estratos que possuam o mesmo
conjunto de fósseis, pode ser atribuída a mesma idade.

A datação relativa baseia-se, portanto, na presença de fósseis nas rochas e/ou na posição
relativa das formações geológicas.
Os fósseis que permitem inferir a datação de determinado acontecimento geológico
designam-se fósseis de idade ou estratigráficos, constituindo as trilobites e as amonites um
bom exemplo deste tipo de fósseis.
Os fósseis de idade correspondem a formas que sobreviveram durante intervalos de tempo
curtos e tiveram grande área de dispersão.

Trilobite

Amonite
Os fósseis são uma valiosa fonte de informação para a reconstituição da história da Terra,
pois permitem datar rochas e reconstituir espécies extintas e paleoambientes.

Tipos de rochas
As rochas estratificadas pouco deformadas correspondem, geralmente,
a rochas sedimentares, enquanto estratos muito deformados e dobrados são
constituídos frequentemente por rochas metamórficas.
As intrusões que atravessam outras formações rochosas são, geralmente, de rochas
magmáticas.

Fig. 3 - Afloramento da praia do Telheiro (Sagres).

• Relevo

Os relevos, como os vales, planícies e as arribas, resultam da ação de glaciares, rios e


mares.
A erosão originada por glaciares e rios promove a formação de vales, enquanto a erosão
costeira é responsável pela formação de arribas. A erosão superficial continuada resulta na
aplanação da superfície terrestre.
A deposição de sedimentos fluviais dá-se preferencialmente nas planícies de inundação.
A atividade vulcânica leva à formação de novos relevos e à destruição de outros.
o
• Fig. 4 - 1 - Vista atual do vale glaciário do Zêzere, serra da Estrela. 2 - Planície de inundação do
rio Tejo, no Ribatejo. 3 - Arriba viva da praia de Cerro da Águia, Porto Covo. 4 - Formação do
vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial, Açores.

Datação absoluta:

Permite atribuir uma idade numérica às formações geológicas, baseada na desintegração


regular de isótopos radioativos naturais.
Os isótopos radioativos, presentes nos minerais, desintegram-se espontaneamente a uma
velocidade constante. A determinação dessa velocidade e das quantidades dos elementos
radioativos permite datar as rochas, que continham esses minerais.

• Datação absoluta

Fig. 5 - Relação entre as percentagens de isótopos-pai e isótopos-filho numa rocha e


os tempos de semivida (representados por T).
A datação absoluta baseia-se no decaimento radioativo de isótopos-pai (instáveis) em
isótopos-filho (estáveis). O tempo de semivida corresponde ao tempo necessário para que
ocorra a desintegração de metade do número inicial de átomos-pai de uma amostra,
originando átomos-filhos.

Memória dos tempos geológicos:

• A história da Terra pode ser dividida em intervalos temporais de duração variável, sendo
possível construir uma escala de tempo geológico.
• Esta escala baseia-se em acontecimentos que marcaram a história da Terra, desde a
génese até aos nossos dias, como, por exemplo, a ocorrência de mudanças climáticas
acentuadas, bem como grandes alterações no mundo vegetal e animal, com extinções em
massa ou desenvolvimento súbito de determinado grupo de seres vivos.
• A escala de tempo geológica ou estratigráfica divide o tempo geológico em Eons, os Eons
em Eras e estas em Períodos.
• A escala do tempo geológico divide a história da Terra em éons, que por sua vez
são divididos em eras e estas em períodos. A transição entre as principais eras
caracteriza-se por episódios de extinções em massa. As principais eras do Éon
Fanerozoico são a Era Paleozoica, a Era Mesozoica e a Era Cenozoica.

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