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Geologia
PS.: A tabela está em inglês e retrata nossas eras geológicas desde 4,6 bilhões
de anos até a última era geológica, a qual começou em torno de 66 milhões de
anos. Da mais antiga era geológica, PRECAMBRIAN, até o CENOZOIC. Ou seja,
de baixo para cima.
Características das Eras Geológicas e Evolução Biológica na Terra
Proterozoico e Arqueozoico: ambas as primeiras Eras Geológicas são também
conhecidas como Pré-Cambriano. Datam dos 4,5 bilhões de anos atrás até
aproximadamente 570 milhões de anos quando teríamos o início do Paleozoico e
assistíamos à grande expansão orgânica na superfície da Terra.
Os primeiros tipos de vida da história biológica na Terra surgiram nas primeiras
eras da geologia. Interessante observarmos que o termo zoico se refere à vida!
Reitere-se: nós saímos de uma era geológica para outra conforme se modificam
os tipos de vida, conforme supracitado.
Segundo se pode ver na tabela, cujo nome é Quadro Estratigráfico, é no Pré-
Cambriano (Precambrian) que temos a origem da vida (origin of life). A propósito,
o organismo vivo mais antigo que o homem registrou, em seus estudos de
fósseis, é um organismo vivo simples e bastante rudimentar. Trata- se de
organismo unicelular que tem idade aproximada de 3,8 bilhões de anos, ou seja,
teria vivido na era do Arqueozoico.
O Arqueozoico se refere à vida arcaica. Surgiram as primeiras algas e bactérias
(early bacteria e algae) que são as primeiras formas de vida notadamente
simples, no caso a vida unicelular no curso do Arqueozoico e sem núcleo definido
por carioteca. Ou seja, o surgimento de uma vida simplória e procarionte.
À medida que surgiram organismos multicelulares, ainda que simples (simple
multicelled organisms), nós saímos do Arqueozoico para o Proterozoico, no
caso, há aproximadamente 2,5 bilhões de anos. Teria sido no Proterozoico que
surgiu vida ligeiramente mais complexa com a estrutura celular em seu interior
mais bem definida entre núcleo e hialoplasma. Ou seja, o surgimento da célula
eucarionte. Proto é elementar.
Com expansão da matéria orgânica e a diversificação da vida na superfície
terrestre, temos o fator importante que justifica o nome Cambriano, ver na tabela
acima, o qual abrange as últimas Eras Geológicas, tanto o Mesozoico, quanto o
Paleozoico, bem como o Cenozoico.
Paleozoico e Mesozoico: a chegada ao Paleozoico se deu com a complexidade
da vida e com o surgimento de organismos multicelulares (complex multicelled
organisms), no curso do Paleozoico a vida que surge na Terra são de animais
invertebrados aquáticos, de peixes e de anfíbios.
Ademais, é no Paleozoico que surgem as primeiras plantas (first land plants) na
superfície terrestre e, conforme o Período, teremos plantas mais rudimentares,
a exemplo das briófitas (sobretudo musgos, que são plantas aquáticas de
pequeno porte), até plantas mais complexas (first forests- evergreens) e bem
maiores, a exemplo de pteridófitas (samambaias e avencas, que são plantas que
já vivem na Terra e se reproduzem independentemente da água, mas não
produzem sementes), além disso, teríamos o surgimento das gimnospermas (a
exemplo das plantas de grande porte como a araucária, o pinheiro e o cedro),
que são plantas que possuem sementes e, por fim, as angiospermas, as quais
são plantas muito complexas e a maior parte apresenta grande porte (cuja
presença marcante são flores e frutos, a exemplo do morangueiro e da
mangueira).
No final do Paleozoico surgem os primeiros répteis (first reptiles), organismos
vivos que sobrevivem fora d’água. Entretanto, é o Mesozoico a era dos grandes
répteis. Os grandes dinossauros viveram nessa Era Geológica até a extinção em
massa que houve no final do Mesozoico. É nessa era que surgem os mamíferos
e em seu final que temos o surgimento da placenta nos mamíferos, fato biológico
importante para os primatas e seu domínio sobre a superfície terrestre no
Cenozoico.
Cenozoico: é nessa era geológica que temos os primatas e os humanos
modernos sobre a superfície da Terra.
Em termos geológicos, temos que os Escudos Cristalinos, que são estruturas
rochosas que compõem a Litosfera, se formaram no contexto do Arqueozoico e
Proterozoico.
A propósito, estratigrafia é ramo da Geologia que estuda as sequências das
camadas de rocha, por isso o quadro de Eras Geológica tem esse nome. Nosso
planeta, em sua origem, apresentava temperaturas elevadíssimas em sua
superfície e não seria exagero dizermos que se tratava de uma grandiosa bola
de fogo. Basicamente o planeta se esfria no Arqueozoico e sobre sua superfície
há a formação da Crosta Terrestre, cuja estrutura é composta por rochas
magmáticas – também chamadas de ígneas.
Tais tipos de rochas sofrerão modificações no curso do Proterozoico e serão
chamadas de rochas metamórficas. O Pré-Cambriano, termo que se refere às
duas primeiras Eras Geológicas, durou em torno de 4 bilhões de anos e nesse
longo tempo geológico o planeta Terra possibilitou as condições ao surgimento
de vida mais complexa e que dominasse suas massas continentais, conforme
descritas acima.
No caso, os terrenos mais antigos da superfície terrestre são os Escudos
Cristalinos, também conhecidos como Maciços Antigos. Note que é comum nos
referirmos ao arqueozoico como arqueano, como na tabela se descreve em
inglês Archean.
O Paleozoico se estende de 570 milhões de anos até meados de 250 milhões
de anos. Nessa Era Geológica nós assistimos à formação de Bacias
Sedimentares, em rochas sedimentares, em especial a rocha calcária, bem como
a formação do carvão que é fundamental às atividades econômicas, seja para
geração de energia, seja para fabricação de aço. Ademais, as Bacias
Sedimentares também se formaram no contexto do Mesozoico.
Algumas Bacias Sedimentares são mais recentes e se formaram no Cenozoico.
Aliás, é nesta última era geológica que se formaram os Dobramentos Modernos,
também conhecidos como Montanhas.
Ressalte-se que os Dobramentos Modernos se formam em regiões de choque
tectônico e consequentemente se localizam próximos às regiões de instabilidade
geotectônica. Outrossim, tais unidades geomorfológicas se formaram no Período
Terciário, o qual é uma subdivisão do Cenozoico (ver tabela acima). Por este
motivo é comum nos referirmos às cadeias de montanhas modernas como
Dobramentos Terciários.
A tabela geológica abaixo sintetiza os principais eventos biológicos ao
longo das Eras Geológicas.
Figura 2. Fonte. SILVA, Caio Samuel Franciscati da. Tempo Geológico e Evolução. Portal do Professor. MEC,
2009. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=581 Acesso:
30/12/2020.
Figura 4. Camadas Internas da Terra: Diferenças Física e Química. Adaptado pelo autor.
Disponível em: http://mryoung6e2lithosphere.weebly.com/6e21-layers-of-the-earth.html
Acesso: 31/12/2020
Tais células são conhecidas como correntes de convecção e são elas que
forçam as placas tectônicas em seus movimentos horizontais, tanto os
movimentos de
divergência (afastamento), como os movimentos de convergência (choque) ou
ainda o movimento transformante (movimento tangencial).
Movimentos das Placas ou a Dança dos Continentes
Sobre o manto há as placas tectônicas (blocos rochosos) que se movimentam
conforme dito acima. À medida que as placas se movimentam, a superfície do
planeta vai se formando e ganhando os contornos que tem hoje.
No mapa de Placas Tectônicas as setas indicam a direção horizontal dessas
placas. Em regiões de movimento divergente (afastamento das placas) é
possível ocorrer a ascensão do material magmático, desde seu interior até a
superfície do planeta. O consequente resfriamento do material magmático, que
ascendeu à superfície, dará origem a ilhas e ao relevo submarino. O grande
exemplo é a Dorsal Meso-Oceânica, cadeia de montanhas em relevo de
topografia elevada que existe entre América do Sul e África, bem como entre as
Américas Central e do Norte e o continente europeu, tal relevo se distribui no
sentido norte-sul em praticamente todo oceano Atlântico.
Em regiões de movimento convergente (onde há choque entre as placas) temos
a ocorrência de dois eventos geológicos importantes, são eles: os vulcões e a
formação dos dobramentos modernos. Além disso, nas regiões de choque de
placas é comum a ocorrência dos abalos sísmicos, tanto terremotos, bem como
maremotos. Nas regiões litorâneas de choque tectônico pode ocorrer tsunamis
que são ondas enormes que podem chegar a 40m de altura.
As placas ao se chocarem podem resultar em diferentes fenômenos geológico,
conforme supracitado, e suas consequências são diferentes a depender do tipo
de placa.
Quando temos uma placa continental que se choca com uma placa oceânica, a
placa menos densa, que é a continental, dobra e soergue sobre a placa oceânica
que penetra para o manto, pois é mais densa, apesar de mais delgada. Este
fenômeno é chamado de subducção.
Figura 6. Fonte. CAZELLI, Danilo Pacheco. O Uso do Quebra-Cabeça no Ensino da Geologia. Portal do
Professor. MEC, 2009. Placas Tectônicas. Disponível em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7962 Acesso: 1/1/2020
Figura 11. Fonte. IBGE. Fragmentação dos Continentes. ATLAS ESCOLAR, 2020. Disponível em:
https://atlasescolar.ibge.gov.br/a-terra/formacao-dos-continentes Acesso: 1/1/2021
A Erosão e a Sedimentação
O intenso processo de intemperismo na superfície terrestre nos leva a
desagregação da superfície da rocha exposta através dos fenômenos que
conhecemos como erosão seguidos de sedimentação.
Basicamente a erosão é quando a rocha ‘’tipo quebra’’ e se desagrega em
sedimentos, os quais são transportados e depositados em regiões de topografia
mais rebaixada e que darão origem a estruturas sedimentares.
Geologia do Brasil
Por fim, a formação geológica antiga do Brasil, a qual fizera, no curso das Eras
Geológicas, que nosso país sofresse significativos processos erosivos e intenso
rebaixamento de seu relevo.
Figura 17. Posição Geográfica da América do Sul sobre a Placa Sul-Americana. Fonte:
https://earthhow.com/south-american-plate/ Acesso: 10/01/2020
O Relevo do Brasil
A variação altimétrica do Brasil ocorre desde as topografias rebaixadas do litoral,
do Pantanal brasileiro e das planícies da Amazônia, até os cumes na Serra do
Imeri, no Amazonas e seu Pico da Neblina com 2994m, ou mesmo até o Pico
das Agulhas Negras na Serra da Mantiqueira no Sudeste do Brasil.
- Planície Amazônica;
- Planície do Pantanal;
- Planície Costeira; e
- Planície do Pampa.
Uma definição para o relevo do Brasil de Aziz Ab’ Sáber seria a seguinte:
- Planaltos: unidade de relevo onde ocorre a predominância de erosão,
apresenta terrenos levemente acentuados.
- Planícies: unidade de relevo onde ocorre a predominância de sedimentação,
apresenta terrenos aplainados.
- Planaltos: terrenos cuja altitude é superior aos 500m e que sofrem desgastes
com os processos erosivos. Há formas de relevo que são irregulares, a exemplo
das Serras, das Chapadas e de Morros.
- Planícies: terrenos cuja altitude se estende de 0m até 100m e que sofrem
deposição de sedimentos lacustre, marinhos ou fluvial.
- Depressões: terrenos cuja altitude ocorre entre 100m e 500m e que sofrem
predominância dos processos erosivos. Sua topografia é mais suave que os
planaltos e mais rebaixados que os terrenos ao entorno. Apresenta relevos
residuais como inselbergs e planaltos residuais.
Figura 24. Mares de Morro, em Cunha - São Paulo. Foto: Éder Diego
Figura 26. Perfil Esquemático das Cuestas no limite entre a Depressão Periférica e o Planalto
Ocidental. Disponível em: https://8ano-bjc.tumblr.com/post/32749757267 Acesso: 12/01/2020
O Aquífero Guarani
Quanto ao uso, o estado de São Paulo utiliza sim grandiosos volumes de água
do Aquífero Guarani, já não mais considerado o maior do Brasil desde 2013,
conforme supracitado. As cidades paulistas usam água em grandes quantidades
oriundas do Aquífero, notadamente Ribeirão Preto, já no Planalto Ocidental,
onde 100% do abastecimento se dá com água do reservatório subterrâneo. Além
disso, cidades como Araraquara, Bauru e São Carlos também usam água do
aquífero transfronteiriço. Aliás, em Araraquara, cujo clima típico do Oeste
paulista é o Tropical Continental – em magnânimas paisagens de nosso Cerrado
–, a água do aquífero corresponde a 70% já do abastecimento local.
Observe no mapa abaixo, do Aquífero Guarani, que seus limites geográficos são
regiões de afloramento d’água. Ou seja, nas zonas de afloramento do aquífero
a água está estocada em profundidades menores e possibilita mais fácil acesso
ao sistema de água do seio rochoso para captação. Outrossim, é justamente no
limite dos compartimentos da Cuesta com o Planalto Ocidental (em Araraquara
e São Carlos) que ocorre o abastecimento do reservatório subterrâneo no estado
paulista como se pode depreender do mapa.
Na maior extensão territorial do aquífero a água está confinada e, por fim, o mapa
denota claramente que as maiores extensões de área do fenômeno hidrológico
transfronteiriço se localizam no Brasil que detém 70% do terreno, em 840 mil de
km². Já a Argentina possui 255 mil km², Paraguai e Uruguai possuem
aproximadamente 59 mil km² cada.
Por fim, o uso de suas águas tem feito o relevo sofrer subsidência em algumas
regiões porque, à medida que bombeamos água das rochas que funcionam
semelhantemente a esponjas, o peso da carga rochosa tende a rebaixar
levemente a região explorada.
Figura 27. Extensão do Aquífero Guarani. Fonte: Portal do Professor. MEC