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Capítulo 2.

Geologia

A geologia, termo oriundo do grego antigo – Ge – que significa "Terra" e logos,


o qual seria "palavra" ou "razão" é a ciência que busca estudar para compreender
a origem e formação do planeta Terra.
Há estimativas de que o nosso planeta tenha idade de 4,5 bilhões de anos. Trata-
se, portanto, de um tempo geológico profundo que é contabilizado através de
longas eras geológicas que possuem de milhões a bilhões de anos cada. Tal
período é enormemente longo se comparado à história de toda humanidade.
Hoje, apesar de significativas conquistas na expectativa de vida, os homens
vivem em torno de 80 anos em países altamente desenvolvidos. De todo modo,
o homem se debruça sobre as rochas que há na superfície da Terra a fim de
mapear sua origem, descrever sua evolução e detalhar sua composição físico-
química.
No caso, o planeta Terra é rochoso, trata-se do terceiro planeta mais próximo ao
Sol em nosso sistema solar. Por isso chamado planeta interno. Apresenta uma
estrutura interior complexa que é dividida em camadas que variam conforme a
pressão e a temperatura aumentam em profundidade com diferentes
densidades.
A história do planeta Terra é dividida em Eras Geológicas que pretendem
abranger o desenvolvimento do planeta desde sua origem até os dias atuais. Os
surgimentos de diferentes tipos de rochas, animais, plantas e mesmo do Homem
se deram em condições geológicas e climáticas específicas e bem diferentes
entre si.
Para tanto, a história de nosso planeta é dividida em grandes Eras Geológicas e
a mudança de uma Era Geológica para outra está diretamente associada às
diversas mudanças que ocorreram na superfície terrestre no que se refere ao
surgimento de diferentes tipos rochosos e de organismos vivos. Em outras
palavras, nós saímos de uma Era Geológica para outra à medida que fenômenos
geológicos diferentes ocorreram na superfície do planeta que habitamos.
Desde sua origem até nossos dias, são cinco as Eras Geológicas da história
de nosso planeta que as dividimos da seguinte maneira: Era Arqueozoico; Era
Proterozoico; Era Paleozoico; Era Mesozoico; e, por fim, Era Cenozoico.
A superfície da Terra é chamada de litosfera e apresenta terrenos que são
divididos em três morfoestruturas geológicas, são chamados de Escudos
Cristalinos, de Bacias Sedimentares ou de Dobramentos Modernos, a depender
de suas características físicas, origem e idade geológica.
Em cada Era Geológica se formaram, na superfície terrestre, terrenos diferentes
que dependeram de dinâmicas internas e de dinâmicas externas do planeta
Terra que a modelaram e remodelam dando origem ao que chamamos de relevo.
Destaque-se que as Eras Geológicas apresentam subdivisões em Períodos que
se subdividem em Épocas em virtude da grandiosa quantidade de anos e da
enorme complexidade dos eventos geológicos. Observe a tabela abaixo com as
Eras Geológicas:

Figura 1. Eras Geológicas. Disponível em: https://www.nps.gov/subjects/geology/time-scale.htm Acesso


em: 29/12/2020

PS.: A tabela está em inglês e retrata nossas eras geológicas desde 4,6 bilhões
de anos até a última era geológica, a qual começou em torno de 66 milhões de
anos. Da mais antiga era geológica, PRECAMBRIAN, até o CENOZOIC. Ou seja,
de baixo para cima.
Características das Eras Geológicas e Evolução Biológica na Terra
Proterozoico e Arqueozoico: ambas as primeiras Eras Geológicas são também
conhecidas como Pré-Cambriano. Datam dos 4,5 bilhões de anos atrás até
aproximadamente 570 milhões de anos quando teríamos o início do Paleozoico e
assistíamos à grande expansão orgânica na superfície da Terra.
Os primeiros tipos de vida da história biológica na Terra surgiram nas primeiras
eras da geologia. Interessante observarmos que o termo zoico se refere à vida!
Reitere-se: nós saímos de uma era geológica para outra conforme se modificam
os tipos de vida, conforme supracitado.
Segundo se pode ver na tabela, cujo nome é Quadro Estratigráfico, é no Pré-
Cambriano (Precambrian) que temos a origem da vida (origin of life). A propósito,
o organismo vivo mais antigo que o homem registrou, em seus estudos de
fósseis, é um organismo vivo simples e bastante rudimentar. Trata- se de
organismo unicelular que tem idade aproximada de 3,8 bilhões de anos, ou seja,
teria vivido na era do Arqueozoico.
O Arqueozoico se refere à vida arcaica. Surgiram as primeiras algas e bactérias
(early bacteria e algae) que são as primeiras formas de vida notadamente
simples, no caso a vida unicelular no curso do Arqueozoico e sem núcleo definido
por carioteca. Ou seja, o surgimento de uma vida simplória e procarionte.
À medida que surgiram organismos multicelulares, ainda que simples (simple
multicelled organisms), nós saímos do Arqueozoico para o Proterozoico, no
caso, há aproximadamente 2,5 bilhões de anos. Teria sido no Proterozoico que
surgiu vida ligeiramente mais complexa com a estrutura celular em seu interior
mais bem definida entre núcleo e hialoplasma. Ou seja, o surgimento da célula
eucarionte. Proto é elementar.
Com expansão da matéria orgânica e a diversificação da vida na superfície
terrestre, temos o fator importante que justifica o nome Cambriano, ver na tabela
acima, o qual abrange as últimas Eras Geológicas, tanto o Mesozoico, quanto o
Paleozoico, bem como o Cenozoico.
Paleozoico e Mesozoico: a chegada ao Paleozoico se deu com a complexidade
da vida e com o surgimento de organismos multicelulares (complex multicelled
organisms), no curso do Paleozoico a vida que surge na Terra são de animais
invertebrados aquáticos, de peixes e de anfíbios.
Ademais, é no Paleozoico que surgem as primeiras plantas (first land plants) na
superfície terrestre e, conforme o Período, teremos plantas mais rudimentares,
a exemplo das briófitas (sobretudo musgos, que são plantas aquáticas de
pequeno porte), até plantas mais complexas (first forests- evergreens) e bem
maiores, a exemplo de pteridófitas (samambaias e avencas, que são plantas que
já vivem na Terra e se reproduzem independentemente da água, mas não
produzem sementes), além disso, teríamos o surgimento das gimnospermas (a
exemplo das plantas de grande porte como a araucária, o pinheiro e o cedro),
que são plantas que possuem sementes e, por fim, as angiospermas, as quais
são plantas muito complexas e a maior parte apresenta grande porte (cuja
presença marcante são flores e frutos, a exemplo do morangueiro e da
mangueira).
No final do Paleozoico surgem os primeiros répteis (first reptiles), organismos
vivos que sobrevivem fora d’água. Entretanto, é o Mesozoico a era dos grandes
répteis. Os grandes dinossauros viveram nessa Era Geológica até a extinção em
massa que houve no final do Mesozoico. É nessa era que surgem os mamíferos
e em seu final que temos o surgimento da placenta nos mamíferos, fato biológico
importante para os primatas e seu domínio sobre a superfície terrestre no
Cenozoico.
Cenozoico: é nessa era geológica que temos os primatas e os humanos
modernos sobre a superfície da Terra.
Em termos geológicos, temos que os Escudos Cristalinos, que são estruturas
rochosas que compõem a Litosfera, se formaram no contexto do Arqueozoico e
Proterozoico.
A propósito, estratigrafia é ramo da Geologia que estuda as sequências das
camadas de rocha, por isso o quadro de Eras Geológica tem esse nome. Nosso
planeta, em sua origem, apresentava temperaturas elevadíssimas em sua
superfície e não seria exagero dizermos que se tratava de uma grandiosa bola
de fogo. Basicamente o planeta se esfria no Arqueozoico e sobre sua superfície
há a formação da Crosta Terrestre, cuja estrutura é composta por rochas
magmáticas – também chamadas de ígneas.
Tais tipos de rochas sofrerão modificações no curso do Proterozoico e serão
chamadas de rochas metamórficas. O Pré-Cambriano, termo que se refere às
duas primeiras Eras Geológicas, durou em torno de 4 bilhões de anos e nesse
longo tempo geológico o planeta Terra possibilitou as condições ao surgimento
de vida mais complexa e que dominasse suas massas continentais, conforme
descritas acima.
No caso, os terrenos mais antigos da superfície terrestre são os Escudos
Cristalinos, também conhecidos como Maciços Antigos. Note que é comum nos
referirmos ao arqueozoico como arqueano, como na tabela se descreve em
inglês Archean.
O Paleozoico se estende de 570 milhões de anos até meados de 250 milhões
de anos. Nessa Era Geológica nós assistimos à formação de Bacias
Sedimentares, em rochas sedimentares, em especial a rocha calcária, bem como
a formação do carvão que é fundamental às atividades econômicas, seja para
geração de energia, seja para fabricação de aço. Ademais, as Bacias
Sedimentares também se formaram no contexto do Mesozoico.
Algumas Bacias Sedimentares são mais recentes e se formaram no Cenozoico.
Aliás, é nesta última era geológica que se formaram os Dobramentos Modernos,
também conhecidos como Montanhas.
Ressalte-se que os Dobramentos Modernos se formam em regiões de choque
tectônico e consequentemente se localizam próximos às regiões de instabilidade
geotectônica. Outrossim, tais unidades geomorfológicas se formaram no Período
Terciário, o qual é uma subdivisão do Cenozoico (ver tabela acima). Por este
motivo é comum nos referirmos às cadeias de montanhas modernas como
Dobramentos Terciários.
A tabela geológica abaixo sintetiza os principais eventos biológicos ao
longo das Eras Geológicas.

Figura 2. Fonte. SILVA, Caio Samuel Franciscati da. Tempo Geológico e Evolução. Portal do Professor. MEC,
2009. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=581 Acesso:
30/12/2020.

Composição do planeta é de minerais que originam estruturas rochosas


Basicamente a composição química do planeta é mineralógica, não por acaso
nosso planeta é chamado de rochoso. Pois uma definição simples de rocha seria:
agregado de minerais.
Conforme os diferentes tipos de ligações químicas e distintos minérios, ligados
entre si, haverá diferentes rochas que compõe nosso planeta.
Os tipos rochosos: são três os grandes tipos de rochas: Rocha Magmática
(Ígnea); Rocha Metamórfica; e Rocha Sedimentar.
As rochas magmáticas se formaram a partir do resfriamento e consequente
solidificação do material magmático (magma ou lava vulcânica). Há dois tipos de
rochas magmáticas de acordo com sua origem, no caso, temos rochas intrusivas
ou extrusivas.
Rochas ígneas intrusivas: são também chamadas de rochas plutônicas porque
se formam no interior da Terra, não chegam à superfície através de uma erupção
vulcânica. Por isso intrusiva e o material magmático se esfria entre a astenosfera
e a litosfera. Em decorrência de acomodação tectônica esse tipo rochoso pode
aflorar na superfície, sua formação ocorre de maneira mais lenta. São rochas
intrusivas: diabásio, granito e grabo.
Rochas ígneas extrusivas: são também chamadas de rochas vulcânicas
porque se formam no exterior da Terra, chegam à superfície através de uma
erupção vulcânica. Por isso extrusiva e o material magmático se esfria na
superfície continental ou em regiões oceânicas, sua formação ocorre de maneira
rápida, pois a lava vulcânica na superfície esfria rapidamente com granulação
fina. São rochas extrusivas: basalto, andesito e pedra-pome.
As rochas metamórficas se formam a partir de processos de metamorfoses de
rochas-mãe, ou de rochas-matriz, que sofreram variação de pressão e de
temperatura em processo conhecido como metamorfismo. São rochas
metamórficas: o mármore, que se origina do calcário, e o gnaisse, que se origina
do granito, e o quartzito, que se origina do arenito.
Por fim, as rochas sedimentares, as quais se formam no processo de
acumulação de sedimentos. As ações do intemperismo tendem a desgastar
rochas já existentes e fragmentá-las em partículas pequenas (os sedimentos) no
fenômeno conhecido como meteorização. Tais partículas pequenas, no formato
de areia, argila, silte, pó etc., são transportadas para regiões mais deprimidas no
relevo e lá se acumulam e solidificam. Submetidas à pressão, no tempo
geológico, os sedimentos sofrem esse processo que é conhecido como
diagênese, o qual é a formação da nova estrutura rochosa.
As rochas sedimentares são classificadas de acordo com seus processos de
formação, os principais são: clásticas ou mecânicas, biogênicas e
quimiogênicas.
Rochas sedimentares clásticas: são rochas que se formam a partir da
deposição material de outras rochas, também conhecido como rocha sedimentar
mecânica. É exemplo de rocha sedimentar clástica o arenito.
Rochas sedimentares biogênicas: são rochas que se formam a partir da
deposição material de organismos vivos, podem ser moluscos e corais e tendem
a formar rochas calcárias. É exemplo de rocha sedimentar biogênica o calcário.
Rochas sedimentares quimiogênicas: são rochas que se formam a partir
soluções minerais. São exemplos de rocha sedimentar quimiogênicas o halite e
o gesso.
Estrutura Interna da Terra – Camadas da Terra
A estrutura interna da Terra não é homogênea, mas complexa e dividida em
camadas conforme as diferenças de temperatura e de pressão, a depender da
profundidade.
A profundidade média do planeta Terra é de 6371km. Podemos considerar, por
analogia, a estrutura e camadas internas da Terra como se fosse um ‘’ovo’’. No
caso, um ovo tem gema, clara e carapaça que é a camada sólida. O planeta
apresenta uma camada mais inferior, o chamado Núcleo, uma camada
intermediária chamada de Manto e a camada mais exterior chamada Litosfera.

Figura 3. Camadas Internas da Terra. Adaptado pelo autor. Disponível em:


https://garsidej.wordpress.com/2019/09/16/structure-of-the-earth-video/ Acesso: 31/12/2020

Ademais, o interior do planeta apresenta regiões de transição a que chamamos


descontinuidades. No caso, entre o Manto e a Crosta há a descontinuidade de
Mohorovicic. Já entre o Manto e o Núcleo nós temos a descontinuidade de
Wiechert-Gutenberg. Entre os Núcleos Interno e Externo há a descontinuidade
de Lehman.
E mais, observa-se, na figura abaixo, uma diferenciação nas camadas do interior
da Terra conforme suas características químicas ou físicas.
Em termos físicos temos as camadas que seriam chamadas de Endosfera,
Mesosfera, Astenosfera e Litosfera (lado direito da figura). Em termos químicos
temos Núcleo, Manto e Crosta (lado esquerdo da figura).
No que diz respeito às características químicas o Núcleo da Terra está a mais
de 6300 km de profundidade e tem as seguintes subcamadas: Núcleo Interno e
Núcleo Externo conforme o modelo químico.
No núcleo interno, que é sólido em virtude da elevada pressão, sua composição
é basicamente de ferro (Fe), de níquel (Ni), além de enxofre (S) e apresenta
temperatura em torno de 5000°C, pressão de 3.000.0000atm e densidade de
13g/cm³.
O núcleo externo, este é um fluido considerado geologicamente como macio e é
geralmente entendido como líquido, há a presença de ferro (Fe), de Enxofre (S),
de níquel (Ni) e de oxigênio (O2). Possui temperatura menor – quando
comparado ao núcleo inferior – pois sua temperatura oscila entre 3.500°C e
4.000°C e é consequentemente menos denso. Sua densidade é de 10g/cm³.
Como se vê na figura abaixo, a Mesosfera (que é o manto) é subdividida, em
termos químicos, em Manto Inferior e em Astenosfera. O Manto Inferior é
composto por silício (Si); por Ferro (Fe); e por Manganês (Mg), além de alguns
óxidos, diferentemente da Astenosfera que apresenta composição química de
rochas ultrabásicas composta por olivina magnesiana e piroxênio.

Figura 4. Camadas Internas da Terra: Diferenças Física e Química. Adaptado pelo autor.
Disponível em: http://mryoung6e2lithosphere.weebly.com/6e21-layers-of-the-earth.html
Acesso: 31/12/2020

A Litosfera: trata-se da camada física mais externa de nosso planeta, a litosfera


(lito é ‘’pedra’’ ou ‘’rocha’’), é sólida e quimicamente se divide em Crosta Terrestre
e Crosta Oceânica. Trata-se da superfície terrestre e é bastante complexa e se
dispõem em diferentes níveis de altitude.
A Crosta Oceânica está a alguns quilômetros abaixo do nível d’água do mar e
sob espessura considerável de depósitos sedimentares, sobretudo junto aos
continentes. Sua formação decorre da solidificação de material magmático que
origina rochas basálticas oriundas de dorsais oceânicas, que são regiões de
contato entre placas tectônicas. Possui maior densidade que a Crosta
Continental (cerca de 3 g/cm3), tem uma profundidade média de 6 a 7
quilômetros e em termos geológicos é recente com uma idade que não
ultrapassa os 200 milhões de anos.
A Crosta Continental tem uma espessura média de 35 km, podendo atingir os 70
km sob as grandes cadeias montanhosas. Possui natureza rochosa granítica, é
menos densa que a Crosta Oceânica e geologicamente é mais antiga, com
regiões que podem datar quatro bilhões de anos.
Tectônica de Placas
A tectônicas de placas trata de uma teoria que advoga a existência de Placas
Tectônicas em movimentos sob os continentes e assoalho oceânico e sobre o
manto terrestre.
As placas tectônicas seriam grandes ‘’blocos litológicos’’ que se movimentam em
virtude da dinâmica do interior do planeta Terra e estão encaixados entre si em
zonas de contatos com enorme atividade geológica e gigante dinamismo. Tal
dinâmica ocorre em decorrência da diferença de pressão e de temperatura ao
longo das camadas do interior da Terra.
No caso, o manto terrestre está em constantes movimentos convectivos onde
ocorre ascensão e descensão do material magmático que o compõe. O
movimento do manto é conhecido como células convectivas. Veja figura abaixo:

Figura 5. Células convectivas do manto. Portal do Professor. Disponível em:


http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28693 Acesso: 31/12/2020.

Tais células são conhecidas como correntes de convecção e são elas que
forçam as placas tectônicas em seus movimentos horizontais, tanto os
movimentos de
divergência (afastamento), como os movimentos de convergência (choque) ou
ainda o movimento transformante (movimento tangencial).
Movimentos das Placas ou a Dança dos Continentes
Sobre o manto há as placas tectônicas (blocos rochosos) que se movimentam
conforme dito acima. À medida que as placas se movimentam, a superfície do
planeta vai se formando e ganhando os contornos que tem hoje.
No mapa de Placas Tectônicas as setas indicam a direção horizontal dessas
placas. Em regiões de movimento divergente (afastamento das placas) é
possível ocorrer a ascensão do material magmático, desde seu interior até a
superfície do planeta. O consequente resfriamento do material magmático, que
ascendeu à superfície, dará origem a ilhas e ao relevo submarino. O grande
exemplo é a Dorsal Meso-Oceânica, cadeia de montanhas em relevo de
topografia elevada que existe entre América do Sul e África, bem como entre as
Américas Central e do Norte e o continente europeu, tal relevo se distribui no
sentido norte-sul em praticamente todo oceano Atlântico.
Em regiões de movimento convergente (onde há choque entre as placas) temos
a ocorrência de dois eventos geológicos importantes, são eles: os vulcões e a
formação dos dobramentos modernos. Além disso, nas regiões de choque de
placas é comum a ocorrência dos abalos sísmicos, tanto terremotos, bem como
maremotos. Nas regiões litorâneas de choque tectônico pode ocorrer tsunamis
que são ondas enormes que podem chegar a 40m de altura.
As placas ao se chocarem podem resultar em diferentes fenômenos geológico,
conforme supracitado, e suas consequências são diferentes a depender do tipo
de placa.
Quando temos uma placa continental que se choca com uma placa oceânica, a
placa menos densa, que é a continental, dobra e soergue sobre a placa oceânica
que penetra para o manto, pois é mais densa, apesar de mais delgada. Este
fenômeno é chamado de subducção.

Figura 6. Fonte. CAZELLI, Danilo Pacheco. O Uso do Quebra-Cabeça no Ensino da Geologia. Portal do
Professor. MEC, 2009. Placas Tectônicas. Disponível em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7962 Acesso: 1/1/2020

Observe no mapa abaixo as regiões de contato de placas tectônicas em


movimentos convergentes. No caso, há movimentos convergentes entre as
placas Sul-Americana e a Nazca, onde resulta na formação da Cordilheira dos
Andes na porção ocidental da América do Sul. Ademais, há convergência entre
as placas Norte-Americana e a Placa do Pacífico onde resulta na formação das
Cadeias Rochosas na porção ocidental da América do Norte. Outrossim, há
choque tectônico entre as placas Indiana e Euroasiática que dão origem aos
Himaláias.
Conclui-se que em regiões de choque tectônico teremos a formação de
dobramentos modernos.

Figura 7. Fonte. IBGE. Choque tectônico. ATLAS ESCOLAR, 2020.


Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/a-terra/formacao-dos-
continentes Acesso: 1/1/2021

Há regiões de afastamento tectônico, no caso, locais na superfície terrestre onde


as placas tectônicas se afastam em movimentos divergentes. Veja o mapa abaixo:

Figura 8. Fonte. IBGE. Afastamento tectônico. ATLAS ESCOLAR, 2020.


Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/a-terra/formacao-dos-
continentes Acesso: 1/1/2021

Deriva Continental – A Dança dos Continentes


A Teoria da Deriva Continental foi desenvolvida no início do século XX. Seu
pai fundador é o geólogo de origem alemã Alfred Wegener que publicou sua
obra no ano de 1912, cujo título é ‘’A Origem dos Continentes e Oceanos’’ a fim
de explicar a origem dos continentes atuais. Entretanto, já nos séculos XVI e
XVII, em decorrência das descobertas do novo mundo ao longo das Grandes
Navegações, houve levantamento da hipótese de que a América do Sul e a África
poderiam ter se separado em passado remoto.

Teoria da Deriva Continental assegura que no Paleozoico havia um só


continente, tal continente seria a Pangéia, que significa toda a Terra. A Pangéia
era rodeada por um único continente, o Pantalassa.
Em decorrência dos movimentos tectônicos este enorme continente, a Pangeia,
se fragmentara no curso do tempo geológico e deu origem aos continentes que
conhecemos hoje.
A separação dos continentes ocorrera a partir do Mesozoico e se iniciara a 255
milhões de anos. A primeira fragmentação da Pangéia originou dois continentes,
a Laurásia e a Gondwana, ao norte e ao sul do globo, respectivamente. Por fim,
Laurásia teria originado os continentes da Europa, da Ásia e América do Norte.
A Gondwana teria originando América do Sul, África e Austrália, além do
subcontinente indiano.
As evidências da deriva continental são: formato geométrico dos continentes e
consequente encaixe quase perfeito, fósseis em comum em costas continentais
da América do Sul, África e Oceania, rochas idênticas e de mesma idade
geológica, mesmos paleoclimas e morfologia rochosa em continentes que foram
separados.
Observe a sequência de mapas abaixo da evolução continental desde a Pangéia
até nossos dias.

Figura 9. Fonte. IBGE. Pangéia. ATLAS ESCOLAR, 2020. Disponível em:


https://atlasescolar.ibge.gov.br/a- terra/formacao-dos-continentes Acesso: 1/1/2021

Observe a grandiosa massa continental da pangéia no mapa acima. Certamente


muito diferente do formato dos continentes que conhecemos hoje.
Figura 10. Fonte. IBGE. Laurásia e Gondwana. ATLAS ESCOLAR, 2020. Disponível em:
https://atlasescolar.ibge.gov.br/a-terra/formacao-dos-continentes Acesso: 1/1/2021

A evolução geológica da fragmentação no mapa acima. Formação de duas


massas continentais, a Laurásia e a Gondwana.

Figura 11. Fonte. IBGE. Fragmentação dos Continentes. ATLAS ESCOLAR, 2020. Disponível em:
https://atlasescolar.ibge.gov.br/a-terra/formacao-dos-continentes Acesso: 1/1/2021

A 135 milhões de anos e os continentes já assumiam o formato que possuem


hoje. O Detalhe interessante em observar é que o subcontinente indiano ainda
não estava no continente da Ásia, mas no meio do oceano Índico e se
movimentava pouco a pouco para a região onde está hoje.

Ademais, sequência continental não pararia por aqui e no futuro do tempo


geológico teremos que os continentes se aproximarão e tenderão a formar uma
única massa continental na superfície terrestre.
Figura 12. Evolução geológica. Fonte: Portal do Professor - MEC.

O Relevo e sua Modelagem


O relevo diz respeito às feições da superfície da Terra que foram moldadas ao
longo do tempo geológico por agentes da atmosfera terrestre e agentes da
dinâmica do interior do planeta Terra.
Agentes Exógenos – Fatores Externos
Os agentes exógenos são também chamados fatores externos e atuam na
superfície rochosa e a decompõe ininterruptamente através do que chamamos
intemperismo ou meteorização.
O intemperismo nada mais é que o desgaste (desintegração e decomposição)
submetido às rochas e seus minerais pela ação atmosférica e seu
comportamento, bem como pela ação de agentes biológicos (biosfera) e da água
(hidrosfera). Em suma, são as ações climáticas que modelam o relevo através
dos processos de intempéries que se dão por meio de um conjunto de ações
físicas e mecânicos, além de químicas e biológicas.
Ou seja, o intemperismo tem agentes desencadeadores que são compreendidos
como mecânicos e físicos, químicos ou biológicos, e são assim classificados
porque dependem, evidentemente, do resultado que ocasionam na superfície
rochosa.
Intemperismo físico: trata do desgaste da superfície terrestre que não altera a
composição química rochosa. São fatores do intemperismo físico, a ação dos
ventos sobre a rocha, chamado de intemperismo eólico, e a ação da variação da
temperatura sobre os corpos rochosos.
O desgaste eólico da rocha ocorre no curso de milhões de anos, pois à medida
que partículas de areia, silte e até mesmo argila – carregadas pelos ventos – se
chocam na estrutura rochosa em superfície há uma tendência de fragmentação
e de abertura de fissuras na superfície rochosa que esteja submetida ao pequeno
choque diário de grânulos arenosos em sua superfície. Se considerarmos que
as rochas estão há milhões de anos expostas a tais eventos, é razoável
pensarmos que a ação eólica é devastadora à superfície rochosa exposta. Tal
tipo de intemperismo é predominante em ambientes áridos, desérticos e semi-
áridos, ainda que também ocorra em regiões de clima úmido.

Já o desgaste ocasionado pela temperatura se dá em virtude do processo de


dilatação e contração das rochas, que se pressionam umas sobre as outras, à
medida que a temperatura aumenta e diminui. Resulta daí que as rochas – ao
se pressionarem entre si – exercem força umas nas outras que pode
desencadear fraturas e rompimentos em suas superfícies como consequência
do atrito que estão gerando e sofrendo entre si.

Intemperismo químico: trata do desgaste da superfície rochosa que envolve


agentes que infiltram (água) no interior da rocha exposta e que reagem
quimicamente na sua estrutura e a transforma. A água penetra nas rochas
através de sua capilaridade e porosidade e reage com seus minerais
constituintes. Algumas estruturas rochosas possuem maior porosidade, a
exemplo de rochas sedimentares, já outras estruturas rochosas são mais
compactas.

O intemperismo químico é mais comum, naturalmente, em ambientes de clima


úmido, embora também atue em regiões áridas quando há os raros períodos
chuvosos.
Além disso, o intemperismo químico tem origem na precipitação (chuvas) e nos
cursos dos corpos hídricos (rios).

Intemperismo biológico: trata do desgaste da superfície rochosa ocasionado


por seres vivos, tanto bactérias, quanto animais. O desgaste se dá por processos
biológicos da decomposição de seres vivos, animais e plantas, e da ação de
micro-organismos que têm origem em excretas nitrogenadas dos animais.
O intemperismo biológico altera a estrutura rochosa e nela agrega matéria-
orgânica que dará origem a novas estruturas (pedológicas), neste caso estamos
diante do processo de pedogênese (formação de solos), pois os solos nada mais
são que rochas intemperizadas.

A Erosão e a Sedimentação
O intenso processo de intemperismo na superfície terrestre nos leva a
desagregação da superfície da rocha exposta através dos fenômenos que
conhecemos como erosão seguidos de sedimentação.
Basicamente a erosão é quando a rocha ‘’tipo quebra’’ e se desagrega em
sedimentos, os quais são transportados e depositados em regiões de topografia
mais rebaixada e que darão origem a estruturas sedimentares.

Há diferentes tipos de erosão, a depender de sua origem. Alguns exemplos: a


ação da precipitação, em ambientes de climas úmidos, resultam em erosão
pluvial; nas regiões de rios o processo erosivo é chamado fluvial; em regiões
costeiras teremos as águas oceânicas quebrando nas rochas e dando origem a
falésias escarpadas através de erosão marinha; em ambientes climáticos frios
onde ocorre congelamento d’água e descongelamento há o processo de erosão
glacial; em ambientes úmidos, quando a cobertura vegetal foi removida, há
intenso processo de erosão laminar, pois os nutrientes da estrutura pedológica
(dos solos) serão ‘’lavados’’, ou seja, os nutrientes pedológicos são carregados
pelas águas da chuva em fenômeno também chamado de lixiviação.

A consequência imediata do processo erosivo é a sedimentação. No caso, a


desintegração rochosa transportará seus sedimentos às regiões de altitudes
mais modestas pela gravidade, tais sedimentos se depositam e acumulam na
região de recepção sedimentar.
Agentes Endógenos – Forças Internas

Os agentes endógenos de modelagem do relevo são também conhecidos como


forças endógenas. Estão associados à dinâmica tectônica do planeta Terra. No
caso, os movimentos das placas tectônicas dão origem a uma série de
fenômenos que modelão a superfície terrestre desde o interior do nosso planeta.

São eles: abalos sísmicos (terremotos e maremotos); vulcanismo; orogênese,


que formam os Dobramentos do Terciário; e epirogênese, que soerguem e
rebaixam o relevo verticalmente.

Tectonismo e Forças Endógenas

Abalos Sísmicos são resultantes, sobretudo, da acomodação de energia


oriunda do interior da crosta terrestre em decorrência da movimentação das
placas tectônicas em especial em zonas de convergência e em regiões de falhas
geológicas. Os tremores também podem se originar de atividades vulcânicas.
Os abalos sísmicos podem ocorrer em regiões continentais. São os terremotos,
bem como podem ocorrer em regiões marítimas ou oceânicas, são os
maremotos.

A ocorrência de maremotos pode resultar em tsunamis, que são grandes ondes


de aquáticas que podem atingir alturas de dezenas de metros e têm enorme
poder destrutivo, especialmente em regiões litorâneas.

Ao observarmos, no mapa-múndi, abaixo as principais regiões de ocorrência dos


tremores na superfície constata-se que suas principais regiões de registros são
os limites entre placas tectônicas.
Figura 13. Fonte. TEIXEIRA, Priscila Gervásio. Terremotos e Vulcões no Planeta Terra. Portal do Professor.
MEC, 2014. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=54802
Acesso: 30/12/2020.

Observe o esquema que evidencia a ocorrência de tsumani:

Figura 14. Formação de Tsunami. Fonte: Portal do Professor, MEC.

Vulcanismo é consequência de fenômenos geotectônicos. Basicamente se trata


do extravasamento para superfície terrestre de material magmático, gases e
muita fumaça por fendas ou fissuras dispostas nas rochas. O extravasamento
vulcânico é chamado de erupção.

Há os tipos de erupção efusiva, explosiva ou mista. As erupções efusivas emitem


lava bastante fluida e que se solidifica lentamente e forma ‘’rios’’ de lava na
superfície, são erupções suaves. Já as erupções explosivas emitem lava,
piroclastos (nome dado a rochas fragmentadas) e muitos gases, notadamente
CO2, e CH4. Apresenta lavas muito viscosas que se solidificam rapidamente e
ocorrem em explosões muito violentas. Os vulcões de erupção mistas alternam
em períodos de erupção efusiva e erupção explosiva.

As regiões de ocorrência das atividades vulcânicas estão associadas aos limites


tectônicos, além disso em regiões de choque entre placas. Haja vista que a maior
concentração de atividades vulcânicas ocorre no famoso Anel de Fogo do
Pacífico.

Estima-se que ao menos 80% da atividade vulcânica esteja nessa região do


mapa abaixo, também conhecido como Cinturão do Fogo.

Figura 15. Cinturão do Fogo. Fonte: https://www.channel3000.com/what-is-the-ring-of-fire/ Acesso:


9/1/2021

Outras regiões de ocorrência de atividades vulcânicas são os chamados pontos


quentes (HOTSPOT). Tais pontos ocorre em regiões centrais das placas
tectônicas e tendem a formar ilhas vulcânicas ao longo do tempo geológico. Um
exemplo muito conhecido desse fenômeno é o Arquipélago do Hawaii.

Orogênese trata de fenômenos tectônicos que deram origem aos relevos


antigos da superfície terrestre, no contexto do Pré-Cambriano, ou dão origem
aos relevos rejuvenescidos, as montanhas. No caso, oros é termo grego que
significa relevo, e gênesis, conforme sabemos, significa início, logo a orogênese
é o início/formação do relevo.

Os fenômenos orogenéticos ocorrem em regiões de colisão, ou choque, de


placas tectônicas. Nas regiões de convergência tectônica, além de termos a
ocorrência dos abalos sísmicos e do vulcanismo, manifesta-se também a
formação dos Dobramentos Modernos, também chamados dobramentos
terciários.

Por vezes, é comum nos referirmos aos Dobramentos Modernos como


montanhas.

A formação dos dobramentos modernos se deu a partir do Cenozoico e há 5


grandes morfoestruturas que são a Cordilheira dos Andes, na América do Sul; a
Cordilheira do Himaláia, na Ásia; as Montanhas Rochosas, na América do Norte;
os Alpes, na Europa; e a Cadeia do Atlas, na África. Veja no mapa abaixo.

Figura 16. Dobramentos Modernos. Fonte IBGE.

Epirogênese se refere aos movimentos verticais tectônicos. Em geologia é


comum nos referirmos à epirogênese como o movimento positivo – que é vertical
para cima – e movimento negativo – que é vertical para baixo.

Tal fenômeno ocasiona, naturalmente, o soerguimento ou rebaixamento da


crosta terrestre e ocorre de maneira lenta e em zonas de estabilidade geológica.

Resulta do soerguimento tectônico (ascensão) a regressão marinha, pois o


nível do mar diminui à medida que o relevo soergue. Quando a placa rebaixa
(descende) teremos a transgressão marinha, pois o nível do mar aumenta e
consequentemente as águas litorâneas avançam para a orla da praia.

Geologia do Brasil

O Brasil apresenta estrutura geológica antiga e se distribui na porção central da


Placa Sul-Americana, é rebaixado em sua estrutura topográfica com altitudes
modestas e, no nosso país, há abalos sísmicos de pequena magnitude, mas não
há Dobramentos Modernos.

A estabilidade geológica do território nacional, reitere-se que está sobre a Placa


Sul-Americana, o faz apresentar abalos sísmicos de baixa intensidade, pois se
localiza distante de regiões de contato convergente (de choque) entre as Placas
Tectônicas. Em outras palavras, no Brasil ocorrem sim terremotos
diferentemente do que muitos imaginam, mas são de baixa magnitude na maioria
das vezes por causa de nossas condições geológicas e posição tectônica.

O Brasil apresenta estrutura geológica estável e é muito erodido com altitudes


que variam de 800m a 1200m em média.

Por fim, a formação geológica antiga do Brasil, a qual fizera, no curso das Eras
Geológicas, que nosso país sofresse significativos processos erosivos e intenso
rebaixamento de seu relevo.

Conforme podemos observar, no mapa de Placas Tectônicas abaixo, suas setas


indicam as direções para onde se movimentam, já que deslizam sobre a
Astenosfera – camada do interior da Terra.

Figura 17. Posição Geográfica da América do Sul sobre a Placa Sul-Americana. Fonte:
https://earthhow.com/south-american-plate/ Acesso: 10/01/2020

Conforme podemos observar, no mapa acima, suas setas indicam as direções


para onde se movimentam as placas, já que deslizam sobre a astenosfera –
camada do interior da Terra.

Na América do Sul, a região de convergência tectônica se dá entre as placas


Nazca e Sul-Americana e a região de divergência (afastamento de placas) ocorre
no meio do oceano Atlântico entre as placas Sul-Americana e Africana.

Logo é no extremo oeste da América do Sul onde ocorrem abalos sísmicos de


elevada magnitude que se fazem sentir em países como Chile e Peru, esses
países estão sujeitos a tsunamis que possam ocorrer no oceano Pacífico.

Além disso, nas regiões de choque tectônico ocorrem movimentos orogenéticos


que dão origem a Dobramentos Modernos, o exemplo da Cordilheira dos Andes.
Quanto ao Brasil frisemos que não apresenta tais tipos de terrenos, também
conhecidos como Dobramentos Terciários ou Montanhas.

Observe no perfil-esquemático abaixo que em regiões de choque tectônico se


formam cadeias montanhosas porque uma das placas penetra para o interior do
planeta, através do fenômeno de subducção, e a outra placa sofre o dobramento
dando origem às Cadeias Montanhosas.

O soerguimento do terreno, que sofre a dobra, é chamado de movimento


orogenético ou orogênico, pois oro significa relevo e gênese é início. Logo,
obviamente temos o início de nova estrutura de relevo sendo formada através
do choque entre placas.

Figura 18. Perfil Esquemático com Região de Choque Tectônico. Fonte:


https://mundogeografia.com/cordillera-de-los-andes/ Aceso: 10/01/2020

O mapa abaixo denota a disposição longitudinal dos Andes na porção ocidental


do sub-continente da América do Sul, estende-se desde a Venezuela à região
da Patagônica, no sul argentino. A Cordilheira dos Andes tem altitude máxima d
6992m, bem superior ao Pico da Neblina, no Amazonas, que é o cume do Brasil
com apenas 2994m.
Figura 19. Cordilheira dos Andes. Fonte: https://mundogeografia.com/wp-
content/uploads/2019/11/Cordillera-de-los-Andes.jpg Acesso: 10/01/2020

Nosso país apresenta basicamente duas morfoestruturas geológicas que são os


Escudos Cristalinos e as Bacias Sedimentares.

Os Escudos Cristalinos constituem 36% da extensão do território brasileiro.

De tal cifra, em torno de 32% datam do Arqueozoico e 4% datam do


Proterozoico, e nessas estruturas geológicas há significativa reserva de
minerais metálicos, a exemplo de ferro e de alumínio.

As Bacias Sedimentares constituem, portanto, 64% da extensão territorial


brasileira. Formaram-se nas Eras Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico, apesar
de não dispormos de Dobramentos Modernos, parte de nossas planícies se
formaram no Cenozoico. Em tais estruturas geológicas encontramos minerais
energéticos como petróleo e carvão mineral.
Figura 20. Estrutura Geológica do Brasil. Fonte: IBGE

O Brasil dispõe de 7 morfo-estruturas geológicas. No caso, há 3 Escudos


Cristalinos e 4 Bacias Sedimentares.

Os Escudos Cristalinos são o Escudo Atlântico, o Escudo das Guianas e o


Escudo do Brasil Central. No mapa acima se destacam os dobramentos antigos
na região dos escudos atlântico e central que são os Dobramentos Brasília,
Dobramentos Atlântico e Dobramentos Nordeste.

As Bacias Sedimentares são a Bacia Sedimentar do Paraná, a Bacia Sedimentar


Amazônica e a Bacia Sedimentar do Maranhão – também conhecida como Bacia
Sedimentar do Parnaíba – e, por fim, a Bacia Sedimentar Litorânea.

Vale ressaltarmos que 4% de nossa superfície territorial se formou a partir de


derramamentos vulcânicos que ocorreram no contexto do Mesozoico sobre a
Bacia Sedimentar do Paraná. Tais derrames vulcânicos, que originaram o
afloramento rochoso de basalto, se estendem nos estados de São Paulo,
Paraná, Santa Catarina sobre as rochas sedimentares de arenito.
O mapa acima, da morfoestrutura nacional, nos evidencia que a origem e
composição geológica do Brasil. Nosso País apresenta embasamento cristalino
nas regiões da Guiana, do rio Xingu e do vale do São Francisco, nestes casos
há maciços antigos do Arqueozoico em terrenos que são os mais antigos do
território nacional. E mais, dispomos de terrenos cristalinos nas regiões da Serra
da Mantiqueira no Sudeste do Brasil, do rio Tocantins, na região do Escudo
Central, e no Planalto da Borborema, no Nordeste brasileiro, em maciços
proterozoicos com enormes chances de aí encontrarmos minerais metálicos
como ferro ou manganês.

Ademais, constatamos bacias de sedimentos continentais e costeiras. As Bacias


Sedimentares continentais são a Amazônica, a do Parnaíba/Maranhão e a do
Paraná, já os terrenos sedimentares costeiros se distribuem nas planícies
litorâneas de norte a sul em nossas regiões costeiras. Destaque-se que as
bacias sedimentares do interior se formaram no contexto do Paleozoico e
Mesozoico, já as bacias litorâneas se formaram no Cenozoico.

O Relevo do Brasil
A variação altimétrica do Brasil ocorre desde as topografias rebaixadas do litoral,
do Pantanal brasileiro e das planícies da Amazônia, até os cumes na Serra do
Imeri, no Amazonas e seu Pico da Neblina com 2994m, ou mesmo até o Pico
das Agulhas Negras na Serra da Mantiqueira no Sudeste do Brasil.

O Relevo brasileiro é dividido em grandes unidades de relevo e é classificado


conforme diferentes critérios.

Há três importantes classificações de nosso relevo. Há uma da década de 1940


do geógrafo e professor Aroldo de Azevedo. Há outra dos anos 1950 do geógrafo
e professor Aziz Ab’ Sáber. Há, por fim, uma mais recente que é a do professor
Jurandyr Ross, que é mais complexa e detalhada.

Aroldo de Azevedo e nossa altitude

Uma definição para o relevo do Brasil de Aroldo de Azevedo seria a seguinte:

- Planaltos: unidade de relevo cuja altimetria é superior a 200m em relação ao


nível do mar.
- Planícies: unidade de relevo cuja altimetria é de 0m até 200m em relação ao
nível do mar.

Trata-se, como se vê, de uma classificação cujo critério é a altimetria (altitude) e


em boa medida temos uma classificação bastante simples com 8 unidades de
relevo, são 4 planaltos e 4 planícies. Além disso, 59% da extensão territorial do
Brasil é planáltica e 41% da extensão territorial do Brasil é de planície.

Observe o mapa de Aroldo de Azevedo e do relevo nacional:


Figura 21. Fonte. SIMIELL, Maria Elena. “Geoatlas”. Disponível em:
http://olivergeo.blogspot.com/2015/03/relevo-brasileiro-classificacoes.html Acesso em: 11/01/2021

O Brasil dispõe dos seguintes Planaltos:

- Planalto das Guianas;


- Planalto Central;
- Planalto Atlântico; e
- Planalto Meridional.

O Brasil dispõe das seguintes Planícies:

- Planície Amazônica;
- Planície do Pantanal;
- Planície Costeira; e
- Planície do Pampa.

Aziz Ab’ Sáber e nosso morforelevo

Uma definição para o relevo do Brasil de Aziz Ab’ Sáber seria a seguinte:
- Planaltos: unidade de relevo onde ocorre a predominância de erosão,
apresenta terrenos levemente acentuados.
- Planícies: unidade de relevo onde ocorre a predominância de sedimentação,
apresenta terrenos aplainados.

Trata-se, como se vê, de uma classificação cujo critério é a modelagem do relevo


através dos fenômenos compreendidos como erosão e sedimentação. Sua
classificação é morfoclimática (morfo = forma). Neste caso, as formas dos
terrenos condizem às condições climáticas que o modela nas paisagens.

Em boa medida temos uma classificação mais complexa que a do Aroldo de


Azevedo. O brasil apresenta 11 unidades de relevo, são 7 planaltos e 4 planícies.
Além disso, 75% da extensão territorial do Brasil é planáltica e 25% da extensão
territorial do Brasil é de planície.

Observe o mapa de Aziz Ab’ Sáber e do relevo nacional:

Figura 22. Fonte. SIMIELL, Maria Elena. “Geoatlas”. Disponível em:


http://olivergeo.blogspot.com/2015/03/relevo-brasileiro-classificacoes.html Acesso em: 11/01/2021

O Brasil dispõe dos seguintes Planaltos:

- Planalto das Guianas;


- Planalto Central;
- Planaltos e Serras do Leste e Sudeste;
- Planalto Meridional;
- Planalto Uruguaio-Rio-Grandense;
- Planalto do Maranhão Piauí; e
- Planalto Nordestino.

O Brasil dispõe das seguintes Planícies:

- Planícies e Terras Baixas Amazônicas;


- Planície do Pantanal; e
- Planícies e Terras Baixas Costeiras.

Interessante observar que ambos os autores classificam o relevo nacional com


critérios diferentes, mas, mesmo assim há forte relação entre ambos.

Jurandyr Ross e seu mapa feito com lupa

A classificação do relevo brasileiro feita por Jurandyr Ross é muito mais


complexa, pois o geógrafo e pesquisador se fundamenta na junção dos critérios
dos dois autores anteriores. E, além disso, sugeri uma nova unidade de relevo
que são as depressões.

No caso, Jurandyr considera os critérios de morfo-escultura do terreno e sua


variação altimétrica e os critérios de morfo-estrutura e sua modelagem através
da erosão e sedimentação.

As definições para do Jurandyr são:

- Planaltos: terrenos cuja altitude é superior aos 500m e que sofrem desgastes
com os processos erosivos. Há formas de relevo que são irregulares, a exemplo
das Serras, das Chapadas e de Morros.
- Planícies: terrenos cuja altitude se estende de 0m até 100m e que sofrem
deposição de sedimentos lacustre, marinhos ou fluvial.
- Depressões: terrenos cuja altitude ocorre entre 100m e 500m e que sofrem
predominância dos processos erosivos. Sua topografia é mais suave que os
planaltos e mais rebaixados que os terrenos ao entorno. Apresenta relevos
residuais como inselbergs e planaltos residuais.

Jurandyr Ross estabelece 28 unidades de relevo, que são divididos em planaltos,


planícies e depressões. Há no Brasil 11 planaltos, 11 depressões e 6
planícies. Veja o mapa abaixo:
Figura 23. Classificação do Relevo por Jurandyr Ross. Fonte: IBGE e Jurandyr Ross

Os planaltos são subdivididos em 4 tipos, conforme se pode constatar no mapa.

Os planaltos de bacias sedimentares (Planalto da Amazônia Oriental, Planaltos


e Chapadas da Bacia do Parnaíba e Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná),
os planaltos em intrusões e coberturas residuais (Planalto e Chapada dos
Parecis, Planaltos Residuais Norte-Amazônicos e Planaltos Residuais Sul-
Amazônicos), os planaltos em cinturões orogênicos (Planaltos e Serras do
Leste-Sudeste, Planaltos e Serras Goiás-Minas e Serras Residuais do Alto
Paraguai) e os planaltos em núcleos cristalinos arqueados (Planalto da
Borborema e Planalto Sul-Rio-Grandense).

Já as verdadeiras planícies no Brasil são raras e em boa medida se localizam


nas faixas costeiras do Brasil e em cursos de grandes rios e são terrenos onde
predomina a sedimentação. Apresentam origem geológica recente, as planícies
continentais (Planície do Rio Amazonas, Planície do Rio Araguaia, Planície e
Pantanal do Rio Guaporé e Planície e Pantanal Mato-Grossense) remontam ao
Paleozoico e Mesozoico enquanto as planícies litorâneas (Planície e Lagoa dos
Patos e Mirim e Planície e tabuleiros Litorâneos) são formadas por deposição
sedimentar do Cenozoico.

Observe-se que a extensão territorial das planícies segundo a classificação de


Jurandyr Ross diminui significativamente, o exemplo notável é a Planície
Amazônica que em Aroldo de Azevedo e em Aziz Ab’Sáber possuía em torno de
2 milhões de km2, já na classificação de Ross possui apenas 100 mil km2.

As depressões são caracterizadas de 3 tipos conforme sua estrutura geológica


e localização e são terrenos onde predomina a erosão. Trata-se das Depressões
Periféricas, Depressões Marginais e Depressões Interplanálticas.
As depressões periféricas se localizam em região de contato com estrutura
cristalina e sedimentar, o grande exemplo é a Depressão Periférica da Borda
Leste da Bacia do Paraná, além da Depressão Periférica Sul-Rio-Grandense.

As depressões marginais se localizam à margem de bacias sedimentares e


ocorrem em estruturas cristalinas, a exemplo das Depressão Marginal Sul-
Amazônica e Depressão Norte-Amazônica.

As depressões Interplanálticas se inserem no interior de planaltos que os


circunscrevem, a exemplo da Depressão Sertaneja e do São Francisco.

Alguns Pontos Culminantes do Brasil

O Brasil, apesar de apresentar altitudes modestas (800m a 1200m) em relação


ao nível do mar, possui alguns pontos altos dignos de observação.

Os pontos mais altos do Brasil não ultrapassam os 3 mil metros de altitude.


Alguns pontos culminantes do Brasil, segundo o IBGE:

- Pico da Neblina: 2.994 metros (Serra do Imeri, Amazonas)


- Pico 31 de Março: 2.974,18 metros (Serra do Imeri, Amazonas)
- Pico da Bandeira: 2.891,32 metros (Serra do Caparaó, Minas
Gerais/Espírito Santo).
- Pico Pedra da Mina: 2.798,06 metros (Serra da Mantiqueira, Minas
Gerais/São Paulo).
- Pico das Agulhas Negras: 2.790,94 metros (Serra da Mantiqueira, Minas
Gerais/Rio de Janeiro).
- Pico do Cristal: 2.769,05 metros (Serra do Caparaó, Minas Gerais).
- Monte Roraima: 2.734,05 metros (Serra de Pacaraima, na fronteira entre o
Brasil, Guiana e Venezuela).

Algumas formas e tipos de relevos importantes:

A superfície terrestre apresenta diversos tipos de relevo, além dos descritos


acima.

Os Mares de Morros são terrenos que ocorrem na macrorregião Sudeste do


Brasil e receberam este nome pelo geógrafo Aziz Ab’Sáber. Localizam-se no
planalto paulista na região de Planaltos e Serras do Leste-Sudeste e têm feições
em formato de ‘’meia-laranja’’, na clássica descrição de Ab’Sáber. Outrossim,
dispõem-se na paisagem com topografias arredondadas que no horizonte se
assemelham realmente a ‘’mares de morros’’. Comumente são chamados
terrenos mamelonares em planaltos cristalinos.

Apresentam vertentes íngremes, apesar de topos arredondados, e foram e são


fortemente submetidos a intensos processos erosivos que podem ocasionar de
deslizamentos de ‘’terra’’ até escorregamentos com muitas perdas humanas e
materiais, pois a região de Mar de Morros apresenta cidades densamente
povoadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Imagem abaixo de Cunha, SP, na região da Serra do Mar.

Figura 24. Mares de Morro, em Cunha - São Paulo. Foto: Éder Diego

Há ocupações irregulares em encostas das serras do Sudeste e nos terrenos de


Mares de Morros, sujeitos aos processos erosivos e consequentes
deslizamentos de terras. Observe na foto abaixo significativo adensamento
urbano em região de encosta na serra da Cantareira em São Paulo. Note à
esquerda na imagem o avanço da cidade em direção à encosta e aos resquícios
da Mata Atlântica em notável desmatamento.
Figura 25. Adensamento Urbano em Áreas de Risco em Tremembé, São Paulo. Foto: Éder Diego

O clima na região de Mar de Morros é bastante úmido com chuvas concentradas


nos verões, trata-se do Tropical de Altitude, que dispõe de florestas úmidas,
fechadas e latifoliadas, a Mata Atlântica, mas que foi significativamente
desmatada por conta de atividades urbano-industriais. Ressalte-se que o
desmatamento em tais regiões tornam seus terrenos mais sujeitos ainda ao
processo de infiltração d’água e consequente deslizamentos e escorregões de
grande massa de terra.

As Cuestas são terrenos que apresentam embasamento sedimentar, em rochas


de arenito, recobertas por basalto cuja origem é vulcânica. O relevo de Cuesta
dispõe de formas assimétricas originadas por erosão diferencial em estruturas
rochosas que são ora mais, ora menos resistentes.

Numa das vertentes (front) da Cuesta a topografia é íngreme e no seu reverso


(dorso) temos topografia de declividade suave.

Como as Cuestas tem composição arenítico-basáltico há maior resistência à


erosão no basalto em estrutura rochosa menos erodida, diferentemente da
porção de arenito que é mais erodida com feições escarpadas.

No caso, os basaltos são rochas vulcânicas ou extrusivas que se formam a partir


do extravasamento de lava vulcânica e consequente arrefecimento (esfriamento)
na superfície terrestre. O vulcanismo ocorreu em através de fissuras da estrutura
rochosa desta região. No caso, o intenso vulcanismo que ocorrera no Brasil data
do Mesozoico e se originou nossa composição rochosa de basalto no momento
de separação da Gondwana e abertura do oceano Atlântico.

Tais estruturas vulcânicas no Brasil correspondem a 4% da superfície terrestre


do nosso país. Estes eventos, de derrames vulcânicos, que dão origem à rocha
do basalto, figuram num dos mais importantes momentos no processo de
manifestação vulcânica de toda história da Terra.

Observe o perfil topográfico abaixo da morfoescultura de Cuesta no limite entre


os compartimentos da depressão Periférica e o Planalto Ocidental no estado de
São Paulo.

Figura 26. Perfil Esquemático das Cuestas no limite entre a Depressão Periférica e o Planalto
Ocidental. Disponível em: https://8ano-bjc.tumblr.com/post/32749757267 Acesso: 12/01/2020

A Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná está a leste da


Cuesta Basáltica onde é possível observamos a presença de topografias em
relevos muito específicos e típicos como as colinas, terraços e o morro
testemunho da região da cidade de Bofete.

Destaque-se que a formação pedológica dos nitossolos se dão com os


processos de intemperismo (desgaste) físico, químico e biológico de rochas
vulcânicas, cujos solos originados (nitossolos) são chamados de ‘’terra roxa’’ e
apresentam muita fertilidade e foram importantes no contexto da fixação
imigratória de italianos no interior paulista junto à produção cafeeira no Oeste do
estado de São Paulo.

O Aquífero Guarani

A região de Araraquara e alto-araraquense, no limite entre a Depressão


Periférica e o Planalto Paulista, são zonas de recarga do Aquífero Guarani que
se distribui na Bacia Sedimentar do Paraná, pois nesta região temos fraturas na
estrutura basáltica que permitem a infiltração d’água que percola o relevo
arenítico e penetra para o interior da rocha porosa. No caso, as rochas
sedimentares do arenito são bastante porosas e têm enorme capacidade de
absorção hídrica se assemelhando a uma ‘’esponja’’.

Na região do alto-Araraquara há o tecnopolo de São Carlos sobre os terrenos de


rochas basálticos.

A propósito, o sistema do Aquífero Guarani já foi considerado o maior do Brasil


em decorrência de sua enorme extensão territorial (1,2 milhoões de km²) e
grande volume d’água. O Sistema do Aquífero Guarani se estende pelos países
do Cone Sul-americano, a saber, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, cujas
águas se distribuem em rochas de estrutura arenítica recobertas por basalto. Ou
seja, a partir de 2013, estudos geológicos e hidrológicos constataram que o
Aquífero Alter do Chão, na região Amazônica brasileira, apresenta maior volume
de recursos hídricos que o Aquífero Guarani.

Quanto ao uso, o estado de São Paulo utiliza sim grandiosos volumes de água
do Aquífero Guarani, já não mais considerado o maior do Brasil desde 2013,
conforme supracitado. As cidades paulistas usam água em grandes quantidades
oriundas do Aquífero, notadamente Ribeirão Preto, já no Planalto Ocidental,
onde 100% do abastecimento se dá com água do reservatório subterrâneo. Além
disso, cidades como Araraquara, Bauru e São Carlos também usam água do
aquífero transfronteiriço. Aliás, em Araraquara, cujo clima típico do Oeste
paulista é o Tropical Continental – em magnânimas paisagens de nosso Cerrado
–, a água do aquífero corresponde a 70% já do abastecimento local.

Observe no mapa abaixo, do Aquífero Guarani, que seus limites geográficos são
regiões de afloramento d’água. Ou seja, nas zonas de afloramento do aquífero
a água está estocada em profundidades menores e possibilita mais fácil acesso
ao sistema de água do seio rochoso para captação. Outrossim, é justamente no
limite dos compartimentos da Cuesta com o Planalto Ocidental (em Araraquara
e São Carlos) que ocorre o abastecimento do reservatório subterrâneo no estado
paulista como se pode depreender do mapa.

Na maior extensão territorial do aquífero a água está confinada e, por fim, o mapa
denota claramente que as maiores extensões de área do fenômeno hidrológico
transfronteiriço se localizam no Brasil que detém 70% do terreno, em 840 mil de
km². Já a Argentina possui 255 mil km², Paraguai e Uruguai possuem
aproximadamente 59 mil km² cada.

Há disputas regiões que nos permitem classificar o a zona do aquífero como


região hidroconflitiva, pois os países vizinhos questionam o uso de suas águas
pelo Brasil e acusam nosso país de contaminar suas águas com excessivo uso
de defensivos agrícolas como agrotóxicos, pesticidas, fungicidas, fertilizantes
etc.

Por fim, o uso de suas águas tem feito o relevo sofrer subsidência em algumas
regiões porque, à medida que bombeamos água das rochas que funcionam
semelhantemente a esponjas, o peso da carga rochosa tende a rebaixar
levemente a região explorada.
Figura 27. Extensão do Aquífero Guarani. Fonte: Portal do Professor. MEC

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