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1.

INTRODUÇÃO

Existem extensões de coberturas lateríticas comuns em regiões tropicais, como a


Amazônia, que não foram devidamente mapeadas. E estas coberturas podem
conter minerais de valor econômico. A partir disso, surgiu a necessidade de
caracterizar e mapear o regolito laterítico comparando e avaliando dados
geoquímicos e geofísicos, sendo este por meio dos métodos de espectrometria de
raios gama aerotransportados e magnetometria. O mapeamento regolito utilizando
técnicas multifontes tem sido desenvolvido há décadas. Por exemplo, na Austrália,
contribuiu para a compreensão da evolução da paisagem e também para a
determinação de anomalias geoquímicas verdadeiras ou falsas.

MAGNETOMETRIA: estudo das variações locais do campo magnético terrestre. As


medidas são obtidas através de magnetômetros e podem ser efetuadas em terra
ou por meio aéreo.

ESPECTOMETRIA DE RAIOS GAMA AEROTRANSPORTADOS: a espectrometria


permite a identificação e quantificação de isótopos emissores de raios gama a partir da
desintegração de elementos que promovem a emissão de radiação, como é o exemplo
do Th e U, elementos naturais que se desintegram mais facilmente.

2. REGOLITOS E CROSTAS LATERÍTICAS


O regolito é conhecido como manto de alteração e constitui-se em materiais
intemperizados. Nele estão inseridos os solos, sedimentos, colúvios, aluviões,
saprólitos, crostas lateríticas, etc. o mapeamento do regolito é importante, pois
ajuda a avaliar a origem do regolito, os processos geomorfológicos, os estilos
de intemperismo e as relações do regolito com a forma do relevo.
As crostas lateríticas são materiais resultante da ação de intenso intemperismo
químico em condições tropicais. Autores confirmam que altos valores de U e
Th, junto com baixos valores de K, identificam produtos lateríticos e suas
respectivas rochas-mãe, tornando a espectrometria de raios gama uma
ferramenta útil e confiável. Existem áreas de difícil acesso na Amazônia, seja
pela limitada quantidade de estradas em extensas áreas ou pela presença de
áreas especiais como terras indígenas e de proteção ambiental, e, em outros
casos, as crostas estão cobertas por solos, dificultando a sua identificação.

3. ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS


A área de estudo está localizada no sudoeste da Amazônia brasileira, o tipo de
clima é tropical chuvoso. A área possui três grandes domínios
geomorfológicos: 1- a superfície de aplainamento superior, associada a rochas
sedimentares mesozoicas (UPS)
2- a superfície de aplainamento inferior, relacionada a coberturas sedimentares
indiferenciadas, duricrusts lateríticos e depósitos recentes de argila, silte, areia
e cascalho (LPS)
3- a Zona Intermediária, relacionados a rochas máficas mesoproterozóicas,
gnaisses, xistos e granitoides (ZI)

4. MATERIAIS E MÉTODOS (ESPECTROMETRIA DE RAIOS GAMA


AEROTRANSPORTADOS; GEOQUÍMICA E MAPEAMENTO DOS
REGOLITOS)
ESPECTOMETRIA: Os dados espectrométricos gama foram utilizados para
determinar os principais domínios com altos e baixos valores de Th U e K, que
auxiliou na delimitação de áreas com maior ou menor intemperismo. Os
autores mostram que rochas félsicas têm altos valores de K, enquanto as
rochas máficas têm baixos valores de K. O Th e o U são encontrados em
baixos teores em minerais primários, mas são mais comuns em minerais
resistentes ao intemperismo, tais como zircão e monazita. Para tornar a
avaliação do intemperismo mais robusta usando dados espectrométricos
gama, foram calculados e analisados os índices de intensidade de
intemperismo (WII), índice laterítico (LI) e o índice máfico (MI). Após essa
análise, o mapa final foi obtido através do software ArcGIS, que mostrou áreas
favoráveis à ocorrência de crostas lateríticas.

GEOQUÍMICA: para os estudos de geoquímica do regolito foram coletadas 586


amostras de sedimentos do riacho, 428 amostras de solo e 35 amostras de
crostas lateríticas. O fluxo de sedimentos e amostras de solo foram peneirados,
pulverizados e digeridos com água régia para analisar 54 elementos por
Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Acoplado Indutivamente. As
amostras de duricrusts lateríticos foram trituradas e pulverizadas em moinho de
disco e os mesmos elementos presentes nos sedimentos dos riachos e
geoquímica do solo foram analisados.

MAPEAMENTO DOS REGOLITOS: O procedimento de mapeamento do


regolito utilizou descrições de campo de 875 sítios, a análise das
características geomorfológicas e geológicas de a área e a interpretação de
dados WII, LI e dados geoquímicos. O fluxograma da Figura 2 mostra os
produtos utilizados nos índices: o WII (seta preta), o LI (setas vermelhas), o MI
(setas azuis) e o mapa regolito, bem como a integração com a geoquímica e a
geofísica, o que levou às interpretações e discussões finais (setas amarelas).
COLOCAR FIGURA 2 NO SLIDE.

5. ÍNDICE DE INTENSIDADE DE INTEMPERISMO


A classificação do nível de intemperismo permitiu distinguir áreas com
características de intemperismo semelhantes. O WII destacou quatro domínios
principais: (i) o lado sudoeste-oeste da área, caracterizado principalmente pela
alta intensidade de intemperismo (WCs = 4 e 5; vermelho) que corresponde a
aluviões depósitos e crostas lateríticas; (ii) região sudeste-centro-noroeste
marcada por intensidade intermediária de intemperismo (WC = 3; verde e
amarelo) que corresponde aos locais com afloramentos rochosos
intemperizados (saprólito); (iii) as áreas sudeste-centro-noroeste com baixa
intensidade de intemperismo (WCs = 1 e 2, azul na Figura 8) e afloramentos
rochosos máficos, xistos e granitos com intemperismo fraco ou nenhum
intemperismo ; e (iv) as regiões norte e nordeste (altitudes acima de 500 m)
com alta intensidade de intemperismo (WCs = 4 e 5; vermelho e rosa na Figura
8) e presença de duricrusts. COLOCAR TUDO ISSO NO SLIDE E FIGURA 8

6. ÍNDICE LATERÍTICO
O cálculo do LI destacou quatro domínios principais: (i) as regiões sudoeste-
oeste da área marcadas principalmente por um LI elevado (vermelho a rosa na
Figura 9); (ii) as porções sudeste-centro-noroeste da área com LI intermediário
(verde e amarelo na Figura 9); (iii) as regiões sudeste-centro-noroeste da área
com baixo IG (azul na Figura 9); e (iv) regiões norte e nordeste da área com
alto LI (vermelho a rosa na Figura 9). No geral, os domínios descritos
anteriormente cobrem os mesmos domínios geológicos que o WII. As principais
diferenças entre o WII e o LI estão nos domínios i e iii onde existem áreas
ligeiramente mais intemperizadas (mais contínuas) no WII do que no LI.
COLOCAR FIGURA 9 E TD ISSO NO SLIDE

7. ÍNDICE MÁFICO
O MI definiu quatro domínios principais: (i) o lado norte com substrato
associado principalmente a rochas máficas (vermelho a rosa na Figura 10); (ii)
lado centro-sudeste e sudeste da área de materiais associados a rochas
granitóides (azul na Figura 10); (iii) região noroeste-centro-sul (LPS
relacionados a rochas paraderivadas, gnaisses e granitóides. (azul e rosa na
Figura 10); e (iv) região centro-nordeste, que está relacionada à Bacia dos
Parecis que é composta por arenitos e siltitos (azul e rosa na Figura 10)

8. MAPA REGOLITO
A integração de dados multifonte é permitida para a definição de domínio mais
ou menos intemperizados. Essa integração evidenciou uma expansão das
áreas mais intensamente intemperizadas e fortemente relacionadas a materiais
residuais. Foi confirmado que os domínios altamente intemperizados estão
associados a crostas e latossolos lateríticos.

9. CONCLUSÃO
A integração multifonte é essencial para o mapeamento do regolito e deve ser
usada como uma ferramenta de suporte para o mapeamento de campo. • As
associações geoquímicas ajudaram a validar os dados gama-espectrométricos
e a delimitar as respetivas unidades regolíticas. A integração dos índices
geofísicos WII, LI e MI com dados geoquímicos foi um método eficiente de
caracterização e mapeamento de regolitos. Essa abordagem pode ser aplicada
com segurança em áreas de difícil acesso ou com acesso restrito. A
delimitação de domínios com maior ou menor intensidade de intemperismo é
extremamente útil para a exploração mineral porque pode orientar os geólogos
para áreas de maior ou menor interesse dependendo do recurso mineral
pesquisado. Além disso, podem ajudar a reduzir tempo e custos na etapa de
prospecção mineral.

10. Referências

Duricrusts = crostas lateríticas

Colúvio = material detrítico que se deposita nas encostas dos morros trazido especialmente
pela ação da gravidade

Saprolito é a rocha parcialmente decomposta que ainda preserva algumas das estruturas da
rocha matriz localizada abaixo

desenvolver e consolidar ferramentas, como o índice laterítico (LI), o WII e o índice máfico
(MI), para auxiliar IZA ET AL. com o mapeamento do regolito e respectivas interpretações.
COLOCAR NO SLIDE

PÁG. REGOLITOS: Aproximadamente 65% do Brasil é coberto por regolito laterítico, com
importantes depósitos minerais supergênicos, especialmente na Amazônia. No entanto,
técnicas múltiplas para mapear o regolito ainda não foram desenvolvidas para a Amazônia

PÁG. ESPECTOMETRIA: Os dados espectrométricos e magnetométricos de raios gama


utilizados neste artigo foram adquiridos pela Fugro Airborne Levantamentos para o Serviço
Geológico Brasileiro

REFERÊNCIAS: https://issuu.com/edufro/docs/amazonia_em_pesquisa/s/12178393#:~:text=As
%20crostas%20later%C3%ADticas%20s%C3%A3o%20materiais,a%20geologia%2C
%20pedologia%20e%20geomorfologia.

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