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Universidade Federal do Cariri


Centro de Ciências e Tecnologia
Curso de Engenharia Civil
Disciplina de Mecânica dos Solos II
Professora Ana Patrícia Nunes Bandeira

Projeto: Estabilidade de Taludes

Aretha Layza Feitosa e Silva


Karen Francelino da Silva
Lara Silva Feitosa
Maria Leticia Barros Cunha Ferreira

Juazeiro do Norte
2024

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1. INTRODUÇÃO

Um talude, em sua essência, é uma inclinação de terreno ou uma


superfície de solo que se projeta para cima ou para baixo em relação à sua
área circundante. Esta característica é marcada por uma inclinação mais
pronunciada do que o terreno ao redor, variando em sua íngreme de acordo
com diversos fatores como tipo de solo, geologia e a presença de erosão.
Os taludes podem ser classificados como natural ou artificial. Os taludes
naturais, também conhecidos como encostas, são formados ao longo de
milhares de anos pela ação geológica, intemperismo e outros processos
naturais. Por outro lado, os taludes artificiais são criados pela intervenção
humana, como a construção de aterros, alterando a paisagem original.
Geralmente, esses taludes artificiais são mais homogêneos e adequados para
análises de estabilidade.
A estabilidade é um aspecto fundamental de um talude, uma vez que
taludes estáveis são capazes de resistir a diferentes forças externas, tais como
a gravidade, movimentos sísmicos, ação da água e outros fenômenos que
poderiam ocasionar deslizamentos ou até mesmo colapsos.
Quanto ao perfil, é possível observar que taludes podem ser compostos
por camadas distintas de solo ou rocha, cada uma possuindo propriedades
específicas de resistência e permeabilidade.
Além disso, a erosão representa um desafio significativo para a
estabilidade do talude ao longo do tempo, podendo ser causada por diferentes
agentes como água, vento ou atividades humanas. Isso pode ser
especialmente preocupante em áreas onde a vegetação é removida, deixando
o solo mais exposto.
No que diz respeito à geometria, esta pode variar dependendo da função
e localização do talude. Taludes naturais podem apresentar formas mais
orgânicas, enquanto taludes artificiais, como aqueles encontrados em estradas
ou barragens, tendem a possuir formas mais geométricas e controladas.
Finalmente, a drenagem adequada desempenha um papel crucial na
manutenção da estabilidade do talude. O acúmulo de água pode aumentar a

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pressão hidrostática no solo, tornando-o mais suscetível a deslizamentos e


erosão. Portanto, sistemas de drenagem, como drenos e canais, são
frequentemente implementados para controlar o fluxo de água e prevenir
problemas de estabilidade.
Os taludes são estudados e aplicados em uma variedade de projetos de
engenharia, como aterros sanitários, cortes para estradas, barragens de terra e
avaliações de riscos em encostas urbanas. No entanto, o movimento de massa
em taludes é complexo, e os métodos de análise geralmente envolvem
simplificações devido à dificuldade em definir perfis de solo, condições de fluxo
e incerteza nos parâmetros de resistência.
A análise de estabilidade do talude compara as tensões cisalhantes com
a resistência de cisalhamento, utilizando um fator de segurança. Essa análise
pode ser realizada de forma probabilística, expressando a análise quantitativa
em termos de probabilidade ou risco de ruptura, ou de forma determinística,
expressando-a como um fator de segurança. Métodos como os de Fellenius e
Bishop simplificado são comumente utilizados para realizar essa análise.

2. INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

2.1. Localização

O talude se localiza na cidade de Jaboatão dos Guararapes – PE, Região


Metropolitana de Recife, e possui uma tipologia de encosta habitada.

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Figura 1: Localização do talude.

Fonte: Google Earth.

Figura 2: Vista Frontal do talude.

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Fonte: Autoral ( vistoria em campo ).

Figura 3: Vista Lateral do talude.

Fonte: Autoral ( vistoria em campo ).

Figura 4: Vista Fronta do talude.

Fonte: Autoral ( vistoria em campo ).

2.2. Geologia

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O município de Jaboatão dos Guararapes está localizado em uma área


formada pelas rochas do maciço Pernambucano-Alagoas e da região litorânea.
A coluna estratigráfica apresenta diversas camadas iniciando com um
complexo gnaisse-migmatito composto por ortognaisse arqueano. Este
complexo é invadido por plútons representados por diorito de quartzo, pórfiro,
biotitagranitóide e leucogranitóide. O Grupo Pernambuco inclui a Formação
Cabo, uma série de depósitos clásticos do Cretáceo, e a Formação Terciária
Barreira consiste em depósitos clásticos franco-arenosos e lateríticos. Os
sedimentos quaternários cobrem as elevações mais baixas, incluindo
sedimentos marinhos, sedimentos fluviais, sedimentos lagunares e sedimentos
de mangais, e cobrem principalmente a zona costeira. Duas feições estruturais
proeminentes são o Lineamento Pernambuco, uma faixa de rochas cristalinas
com tendência leste-oeste da orogenia Brasiliana, e o Cabo Rift, caracterizado
por falhas norte-sul que afetaram o embasamento cristalino durante a Era
Mesozóica. Este último está localizado numa zona costeira recentemente
coberta por rochas sedimentares.
O talude apresenta um solo predominante de argila e isso apresenta
comportamentos especificos devido as propriedades desse solo e as condições
climaticas. Os solos argilosos tendem a ser mais compressíveis e suscetíveis a
expansão quando estão saturados e na presença de chuvas intensas a argila
absorve a água aumentando seu volume consequentemente possibilitando
movimento de terra. O talude estudado possui uma inclinação aproximada
18,83 em relação a horizontal com isso torna o talude suscetével a erosão e
deslisamento exposição frequente aos intepéries contribui para os mesmo.

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3. PERFIL TOPOGRÁFICO DO TALUDE

Figura 5 - Perfil topográfico do talude.

Fonte: Autoral.

O Talude em estudo apresenta largura de 79,16m e altura de 27m, obtida


através da diferença entre as cotas de níveis, bem como uma inclinação de
18,83°, caracterizando um talude típico de grande extensão e pouco íngreme.
Nas imagens acima, tem-se a variação do lençol freático no talude em tempos
chuvosos, onde o nível chega a cota dos 55m, e em tempos secos, onde a
mínima é de 50m. Nas imagens também é possível obter a disposição dos
furos de SPT para estudos geotécnicos do talude, os quais foram alocados
estrategicamente buscando atender toda a sua extensão, bem como os pontos
mais críticos observados.

4. INVESTIGAÇÃO GEOTÉCNICA

A investigação geotécnica é um processo de suma importância para a


obtenção de dados referentes às características do solo e das rochas
juntamente com seus aspectos e condições em uma determinada localidade,
assim, com as informações coletadas a partir dessa investigação podemos
realizar uma série de projetos na área da engenharia civil. Sendo assim, é

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necessário seguir com uma parcela de procedimento para garantir que todas
as informações e fatores sejam completados.

4.1.1. Levantamento de dados

Primeiramente, a etapa inicial do projeto de investigação é definida pelo


levantamento de dados e análise topográfica da região onde o trabalho será
efetuado. Assim, começamos recolhendo informações sobre a localidade e
dentre elas se destacam fatores como: a Região Metropolitana de Recife. No
entanto, a parcela onde o talude está é delimitada por uma encosta próxima a
habitações e em meio a área urbana.
Referente aos dados pluviométricos, recolhemos fatores como a média
de precipitação na região, onde, se encontra em ápice nos últimos dias 7 e 12
de março, apresentando também temperaturas que vão em média de 26º e 30º
juntamente com uma umidade relativa de aproximadamente 80% ao decorrer
desses meses.

4.1.2. Ensaios de campo

Em continuação com os procedimentos, avançamos para a segunda


etapa caracterizada pelos ensaios em campo realizados ao longo do perímetro,
com o objetivo de analisar as propriedades do solo e seus respectivos ensaios.
Como procedimento inicial, foram coletadas amostras deformadas de solos e
levadas para laboratório onde foram realizados ensaios de granulometria
seguindo os procedimentos de peneiramento, pesagem das frações, agitador
mecânico e cálculo da distribuição granulométrica, para assim, delimitar as
condições daquele solo.
Também foram realizados ensaios de limites de liquidez, compactação e
cisalhamento direto com amostras indeformadas retiradas no talude com
corpos de provas cilíndricos de diâmetro equivalente a 63mm e altura de
20mm, para assim, encontrar os fatores essenciais para cálculo do ângulo de
atrito e coesão, descobrindo assim sua resistência e estabilidade.

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Por fim, foram realizados ensaios do tipo SPT (Standard Penetration


Test), por mais que seja um ensaio considerado comum, ele pode fornecer um
leque de informações úteis para avaliações, tais como os índices para a
relação de resistência do solo e sua capacidade de suporte, e índices
essenciais para se calcular o fator de segurança. Sendo assim, foram
realizados quatro ensaios no local da investigação: SPT 04, SPT 102, SPT 02 e
SPT 105. Que serão detalhados ao longo do relatório.

5. PERFIL GEOTÉCNICO TRANSVERSAL DO SUBSOLO

As figuras representadas a baixo mostram o perfil do subsolo obtido a


partir das análises dos ensaios SPT em um período seco e chuvoso.

Figura 6 – Perfil geotécnico com o nível d’água em 50,00 m.

Fonte: Autoral

Figura 7 – Perfil geotécnico com o nível d’água em 55,00 m.

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Fonte: Autoral

6. ENSAIOS REALIZADOS E SEUS RESULTADOS

No presente tópico serão descritos todos os ensaios e resultados que


foram alcançados ao longo de todo o procedimento em campo e em
laboratório.

6.1. Ensaio SPT (Standard Penetration Test)

Inicialmente, os ensaios SPT foram realizados seguindo todas as


especificações da norma NBR 6484/2020, tais como, a calibração de todos os
equipamentos antes de iniciar o procedimento, testá-los e após os testes iniciar
as aplicações a partir de uma carga aplicada de aproximadamente 65kg a uma
altura de queda em mais ou menos 75cm.
Para a primeira amostra coletada descrita como SP 02, observa-se que o
furo foi feito até a profundidade de 40,45m, conforme solicitado pela equipe
técnica e a norma específica do ensaio. Na profundidade 2,0 m até 11,0 m
encontra-se uma camada de areias e argilas com variação de cores, onde,
inicia-se por uma argila de coloração avermelhada e parte para areias argilosas
amareladas e esbranquiçadas ao longo do furo. Na profundidade 11,0m até a
29,80m caracteriza-se por um conjunto de areias que se dividem em areias
grossas e médias com presença de argila e coloração variada. E por fim, nas
profundidades 30,0m e 40,45m temos a presença de silte arenoso com
coloração avermelhada e descrito como compacto, completando o perfil do furo
com a presença de nível d’água a partir da profundidade 15,0m até próximo do
fim do perfil.
Para o furo SP04, as profundidades 4,00m até a 27,60m observa-se a
presença de um solo formado principalmente por areias que variam entre
grossas e finas, com presença de argila em grande maioria e com
compacidade equivalente à média e pouco compacta ao longo dos furos. Por

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fim, uma camada que inicia na profundidade 27,60m e termina em 45,45m


finalizando assim os furos nesse perfil, com presença de silte arenoso de cor
avermelhada divididos entre medianamente compacto e de compacta a muito
compacta.
Para o furo SP102, começamos analisando o nível de água no perfil,
encontrado por volta da profundidade 1,14 m em relação ao início do furo. O
perfil inicia com uma camada de argila que vai da profundidade 0,75m e vai até
7,80m descrita como argila siltosa e muito mole. Da profundidade 7,80m até
13,10m temos uma areia média a grossa, fofa e amarelada mas quando chega
nas profundidades 10,00m até 12,00 não conseguimos obter as amostras. Por
fim, finalizamos as análises desse furo relatando que em 13,10 até 32,80 temos
uma areia fina siltosa pouco argilosa, medianamente compacta, variando de
amarelada para escura e que ao final da camada chega inicia-se uma areia
siltosa rija e dura, por fim, em 32,80 á 34,00 que seria o fim do perfil, temos um
silte pouco argiloso, duro e amarelado.
Por fim, para o último furo descrito como SP105, iniciamos a camada em
1,00m com uma argila siltosa, rija, dura e avermelhada, indo até 9,60m onde
encontramos uma areia fina argilosa, pouco siltosa, mediamente compacta e
avermelhada. A partir da profundidade 13,80m encontramos uma argila siltosa,
pouco arenosa, dura, amarela e avermelhada mas que chega ao fim a partir
dos 16,75m onde temos uma areia média a grossa siltosa, compacta e
avermelhada preenchendo o perfil até a profundidade 22,60m, a qual inicia-se
apresentando uma areia fina argilosa, mediamente compacta e de coloração
marrom amarelada, mas que ao chegar em 37,00m muda para muito compacta
e segue até o limite de sondagem em 40,45m.

6.2. Ensaio de Cisalhamento Direto

Para compreender melhor os processos que englobam os fatores para


realizar um estudo de estabilidade de talude, é crucial a realização do ensaio
de cisalhamento direto.
O ensaio de cisalhamento direto corresponde a máxima resistência que o
solo pode suportar sem sofrer ruptura. Segundo Souza Neto (1998), o ensaio

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de cisalhamento direto pretende avaliar a resistência ao cisalhamento dos


solos em termos de tensões totais utilizando o critério de ruptura de Mohr-
Coulomb. Assim, os parâmetros obtidos nesse ensaio serão utilizados nas
análises de estabilidade e sua tipografia classifica-se como Ensaio de
Cisalhamento Direto Convencional (Condições de realização: inundada e
umidade natural).
Para o procedimento foram ultilizados os seguintes parâmetros:
• Prensas de cisalhamento com sistema de cargas através de peso em
pendural;
• Para as leituras das deformações horizontais e verticais, foram utilizados
extensômetros, com sensibilidade de 0,01 mm e anel de carga para
determinação das forças horizontais aplicadas aos corpos de prova;
• Foram utilizados corpos de prova com seção transversal quadrada de 4”
(10,16 cm) de lado e 4 cm de altura, moldados a partir dos blocos de
amostras indeformadas, retirados dos poços de sondagem do topo, meio e
base, totalizando três amostras;
• Os corpos de prova foram ensaiados na condição inundada, por apresentar
a pior situação para deflagração dos escorregamentos nas encostas, que
podem ocorrer em invernos rigorosos e tempos chuvosos. Eles foram
inicialmente inundados por um período de 24 horas, sendo após este
tempo, adensado por uma hora para estabilização dos recalques.

Logo, as leituras de deformação foram realizadas a 10, 25 e 50 segundos


e a 1, 2, 4, 8, 15, 30, 60, 120, 240, 480 e 1440 minutos através de
extensômetros. Após a estabilização das deformações iniciou-se o
cisalhamento, e a velocidade de deformação adotada nos ensaios foi de 0,038
mm/min, a velocidade de cisalhamento deve ser tal que não permita o
desenvolvimento de pressão neutra, para que o ensaio seja considerado
drenado. O intervalo das tensões normais utilizadas foram de 25 kPa, 50 kPa,
100kPa e 200 kPa. No início e no final de cada ensaio eram coletadas
amostras para determinação das umidades iniciais e finais dos corpos de
prova. O critério de ruptura adotado nos ensaios foi o valor de pico da tensão

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cisalhante ou o valor máximo se a curva tensão-deformação não indicasse


valor de pico bem definido.

Figura 8 – Tensão Cisalhante x Deslocamento Horizontal Amostra 01.

Fonte: Autores.

Figura 9 – Envoltória de Resistência do solo Amostra 01.

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Fonte: Autores.

Figura 10 – Tensão Cisalhante x Deslocamento Horizontal Amostra 02.

Fonte: Autores.

Figura 11 – Envoltória de Resistência do solo Amostra 02.

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Fonte: Autores.

Logo, analisando os gráficos de Tensão x Deformação, observa-se que


nenhuma das amostras verificadas, apresentaram picos definidos para as
tensões de 25 a 200 kPa, assim, apresentando comportamentos característicos
de materiais que possuem rupturas plásticas ou elasto-plástico, que é o caso
mais comum, onde o solo se comporta de forma elástica até determinado valor
de tensão. Para esses casos, as tensões cisalhantes crescem ao longo dos
deslocamentos, alcançando valores constantes em conjunto com certos níveis
de deslocamento, constando que as rupturas ocorreram de maneira mais lenta
em um possível movimento de massa.

7. LAUDO DE VISTORIA

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8. MÉTODO DAS FATIAS

O método das fatias é uma abordagem analítica amplamente utilizada


para avaliar a estabilidade de muros de arrimo e taludes, fornecendo
informações importantes para o projeto e a construção dessas estruturas. Ele é
empregado para determinar as forças de resistência e as forças de mobilização
que atuam em um muro de arrimo ou talude para garantir sua estabilidade.
A ideia básica do método das fatias é dividir a estrutura em várias fatias
verticais e então analisar as forças atuantes em cada fatia individualmente. Isso
permite calcular as forças de resistência ao longo do muro ou talude, bem
como as forças externas que agem sobre ele, como a pressão do solo, a
sobrecarga, a água, entre outras.
Ao dividir a estrutura em fatias, o método leva em consideração as
propriedades do solo, a geometria do muro ou talude, e outros fatores
relevantes. Com essas informações, é possível determinar se a estrutura é
estável ou se está sujeita a movimentos de deslizamento, colapso ou outros
tipos de falhas.

Figura 12 – Representação do Método das Fatias.

Fonte: Guia da Engenharia.


< https://www.guiadaengenharia.com/analise-estabilidade-talude/ >.

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8.1. FELLENIUS

O Métodos de Fellenuis admite uma superfície de ruptura circular, onde


seu fator de segurança é obtido exclusivamente pelo equilíbrio dos momentos,
não levando-se em consideração as forças tangenciais e normais as paredes
das fatias. Apesar de ser um método simples ele é bastante conservador e
erros apreciáveis podem acontecer, especialmente em casos de círculos
profundos e poropressões elevadas. O fator de segurança é dado pela
equação:

Eq. (1)

Onde:
u = poropressão média na base da fatia;
c´=coesão efetiva do solo;
ɸ´=ângulo de atrito efetivo do solo.

O processo é repetido várias vezes em posições diferentes da superfície


de ruptura. O fator de segurança crítico corresponde ao de menor valor
encontrado. O método de Fellenius pode apresentar erros de até 50% em
taludes suaves e poropressões elevadas.

8.2. MÉTODO DE BISHOP SIMPLIFICADO

Assim como o método de Fellenius, este método também considera a


superfície de ruptura com forma circular. Tem como hipótese que a resultante
das forças entre as fatias é horizontal. Sendo assim, partindo da equação
anterior, acrescenta-se a equação que impõem o equilíbrio das forças verticais.
O fator de segurança é dado por:

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Eq. (2)
Onde:

Eq.(3)
A solução é resultado de um processo iterarivo, onde arbitra-se um FSi e
calcula-se o FS. O processo acaba quando os valores de FS e FSi forem
iguais.
Este método apresenta resultados mais rigorosos, quando comparado ao
método de Fellenius. Alguns autores registraram a ocorrência de problemas
nesse método quando a superfície de ruptura apresenta uma inclinação
acentuada próxima ao pé do talude, principalmente na utilização de círculos de
ruptura profundos.

8.3. MÉTODO DE MORGENSTERN & PRICE

O método de Morgenstern & Price é um método rigoroso aplicado a


quaisquer superfícies de ruptura. Suas condições de estabilidade satisfazem
simultaneamente todas as condições de equilíbrio de forças e de momentos. A
massa potencialmente instável é dividida em fatias infinitesimais, e para esse
método ser aplicado, necessita-se do auxílio de um computador para cálculos.
As forças atuantes consideradas no método estão mostradas a seguir:

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Figura 13 – Forças atuantes no Método de Morgenstern & Price.

Fonte: Análises Determinísticas de Estabilidades.


< https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/8888/8888_3.PDF >.

Para resolver a indeterminação do problema, admite-se uma relação entre


as forças E e T:

Eq.(4)

Onde:
λ=¿ constante a ser determinada por processo iterativo
f(x)= função que precisa ser especificada

9. AUTOCAD E EXCEL

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Primeiramente, o talude foi modelado no software Autodesk AutoCAD,


dividindo sua superfície em dez fatias distintas. Isso permitiu a obtenção das
variáveis essenciais - altura total, altura média das fatias, base e área -
fundamentais para calcular o fator de segurança.
Posteriormente, foram elaboradas planilhas de cálculo no software Excel
para determinar a poropressão, o peso e, por fim, o fator de segurança do
talude.

Figura 13 – Representação do Método das Fatias.

Fonte: Autores.

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PLANILHA MÉTODO FELLENIUS

Fonte: Autores

PLANILHA MÉTODO BISHOP SIMPLIFICADO

(Primeira Interação)
Fonte: Autores

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(Segunda Interação)
Fonte: Autores

(Resumo das iterações e resultados)


Fonte: Autores

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PLANILHA MÉTODO MORGENSTERN & PRICE


Colocar planilha

10. GEOSTUDIO

O GeoStudio permite avaliar a estabilidade de taludes considerando


diferentes camadas de solo e diferentes níveis de água. Para cada caso, o
programa encontra as superfícies nas quais se formam as condições de falha
mais severas e determina os fatores de segurança relevantes.
 Método Fellenius

(Período: inverno; FS : 1,171)

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(Período: seco; FS: 0,948)

 Método Bishop Simplificado

(Período: inverno, Fs de 1,440)

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(Período: seco; Fs de 1,277)

 Método Morgenstern & Price

(Período: inverno; Fs: 1,457)

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(Período: seco; Fs: 1,297)

11. PROPOSTA DE SOLUÇÃO

12. REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: Solo -


Sondagens de simples reconhecimento com SPT - Método de ensaio.

SOUZA NETO, J. B. (1998), Características Geotécnicas do Solo Residual de


Gnaisse da Encosta Espinhaço da Gata, PE-89, Machados-PE. Dissertação de
Mestrado. UFPE. CTG. Engenharia Civil, Recife-PE.

ANÁLISE DETERMINÍSTICA DE ESTABILIDADE. Cap. 2. Acessado em 27 de


março ás 21:11< https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/8888/8888_3.PDF >

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