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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA


CURSO DE GEOGRAFIA
GEOLOGIA GERAL

PLANO DE CURSO

Professor: ANTONIO DE OLIVEIRA GOMES NETO

Curso: Licenciatura e Bacharelado em Geografia

Disciplina: Geologia Geral

Código: CT 900/856

Nível: Graduação

Disciplinas pré-requisitos: não tem

Disciplinas pré-requisitos para: Geomorfologia

Ementa:

 Fundamentos conceituais históricos e métodos de estudo em Geologia.

 O tempo geológico e a coluna do tempo geológico.

 Os materiais da Terra.

 Processos internos - tectônicos de placas, terremotos, vulcões e formações das


montanhas.

 O ciclo geológico.

 Deformação das rochas.

 Processos Externos - intemperismo. Água continental no subsolo e na superfície,


atividades de vento e do mar.

Objetivo do Curso
Proporcionar um embasamento teórico-prático da ciência geológica para o entendimento do
meio natural, social e econômico do espaço geográfico.

Metodologia de Ensino

A disciplina será ministrada através de aulas expositivas e práticas utilizando-se


recursos como quadro, projetor, vídeos, notas de aulas, livros, amostra de minerais e rochas,
fósseis, mapas. Serão ministradas ainda aulas de campo onde o aluno poderá observar “in
locu” as rochas e minerais, os aspectos gerais do meio ambiente e a relação do meio físico com
o homem.

Avaliação

A avaliação se dará de forma constante observando-se os aspectos de entendimento


do assunto e “feedback” dos alunos se dará através de testes e trabalhos individuais, ou em
grupo, de forma a possibilitar a análise do entendimento do objeto do curso, assim como sua
participação, interesse, educação e capacidade de raciocínio lógico.

Conteúdo Programático

I- A Terra e seus Materiais

1. A Geologia como Ciência

1.1 O que é Geologia

1.2 A importância da Geologia para a Geografia

2. O tempo Geológico

2.1 Fóssil e a Sucessão Faunal

2.2 Datação Relativa

2.3 Datação Absoluta

2.4 A escala do Tempo Geológico

3 . Minerais

3.1 O que é um mineral


3.2 Composição Química do Mineral

3.3 Estrutura Cristalina do Mineral

3.4 Propriedades Físicas dos Minerais

3.5 Classificação dos Minerais

3.6 Minerais Formadores de Rocha

4. Rochas

4.1 O Ciclo das Rochas

4.2 O magma

4.3 Classificação das Rochas Ígneas

4.4 A Rochas Ígneas mais Comuns

4.5 O sedimento

4.6 Os Tipos de Rochas Sedimentares

4.7 Metamorfismo

4.8 Tipos de Metamorfismo e Rochas Metamórficas

II- Processos Internos

5. O interior da Terra

5.1 A Temperatura Interna da Terra

5.2 Ondas Sísmicas

5.3 Estrutura Interna da Terra

5.4 Composição Interna da Terra

6. O Ciclo Geológico

7. A Tectônica Global

7.1 Alfred Wegener e a Origem de uma Ideia

7.2 Magnetismo terrestre

7.3 Expansão dos Fundos Oceânicos

7.4 A Tectônica de Placas

7.5 Os Limites das Placas


8. Deformação das Rochas

8.1 Estruturas não deformadas

8.2 Deformações Atectônicas

8.3 Deformações Tectônicas

III-Processos na Superfície da Terra

9. Intemperismo

9.1 Generalidades

9.2 Desintegração Física

9.3 Decomposição Química

9.4 Decomposição Química – Biológica


I. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA GEOLOGIA

1. A Evolução dos Conceitos e a Sistematização do Conhecimento Geológico.

Desde que o homem pela primeira vez adquiriu capacidade mental que o
possibilitou pensar a respeito de sua existência que ele procurou estabelecer seu
próprio lugar na eternidade. O conceito que predominava até a Era Medieval era o
geocêntrico. A Terra constituía um sistema fechado com um inicio não muito distante
no passado e um término não muito afastado do futuro. Mito até hoje muito
apregoado por algumas religiões que não procuram livrar-se de dogmas atrasados que
não libertam, e sim, escravizam o homem e o mantém sob véu da ignorância.
2. O Geocentrismo
A Terra, na sua concepção medieval, ocupava um espaço firmemente
confinado como também um tempo confinado. Os cristãos, na era pré-científica,
visualizavam a sua Terra como um objeto maciço, inativo, totalmente imóvel no centro
do universo, além da qual jazia o reino puro, etéreo, livre de toda a mancha e
corrupção, resumidamente o reino de Deus. Esta era a concepção do Geocentrismo.
Este reino paradisíaco incluía a uma modéstia distância, o sol arejado e imponderável,
a lua, os planetas e uma esfera limitada que continha todas as estrelas. Tudo girando
em redor da Terra uma vez por dia.
3. O Heliocentrismo
No início do século XVII, Kleper (1571-1639) e Galileu (1564-1642),
desrespeitando o autoritarismo científico da época, separadamente defenderam o
sistema celeste heliocêntrico, anteriormente visualizado por Copérnicus(1473-1543),
derrubando a idéia de um espaço confiando rodeando a Terra estacionária. O conceito
de sistema geocêntrico extinguiu-se difícil e lentamente, cedendo lugar, no meado do
século XVII, ao conceito moderno de uma Terra dinâmica, animada de movimento de
rotação com vasto, se não infinito, espaço estendendo-se para fora em todas as
direções.
O conceito de tempo, era um assunto mais difícil. Uma vez que é intangível,
requeria a percepção de uma dimensão que os naturalistas até o século XVII não
possuíam, perdurando assim, a visão medieval de um tempo terrestre muito curto. Os
sábios cristãos da época aceitavam que a idade da Terra era aproximadamente 6000
anos. Em 1654 o arcebispo irlandês Ussher calculou, baseado na aceitação literal de
antigos escritos hebraicos e pesquisa cronológica bíblica, uma idade de 4004 anos
antes de Cristo, tendo sido a Terra sido criada em 23 de outubro, um domingo, às 09
horas. Os depósitos de sedimentos glaciais não consolidados, espalhados por grandes
áreas da Europa, eram interpretados como depósitos resultantes de um grande dilúvio
relatado na bíblia.
Dentro do brevíssimo espaço de tempo assim admitindo, era inimaginável que o
gotejar da chuva, o trabalho contínuo das ondas do mar e imperceptível movimentos
crustais pudessem ter papel significante na modelação da superfície da Terra.
Portanto, suas feições pareciam necessariamente dependentes de criação do passado
recente, quando os processos de formação eram catástrofes violentas.
4. O Netunismo
O final do século XVII foi o apogeu da “Idade da Razão”. As doutrinas
catastróficas evoluíram com um sucesso em um equilíbrio entre a história bíblica da
criação e as observações acumuladas da ciência. A doutrina que prevalecia na época
era o Netunismo de Abraham Werner, da Academia de Minas de Freiburg, Saxônia. O
Netunismo sustentava que todas as rochas teriam se formado a partir de um oceano
primitivo que outrora cobria toda Terra. Uma seqüência definida de tipos de rochas
precipitou-se nas turbulentas profundidades oceânicas. Quando a água recuou, coisa
que Werner não explicou satisfatoriamente para onde foi, foram exportas todas as
rochas em sua presente configuração e todas as feições da paisagem atual, inclusive os
vales as montanhas.
Em vista disso, o esquema “Netunismo” é extraordinariamente vulnerável a
observações cientificas. Calcários, granitos, basaltos e outras rochas ígneas, como
também as rochas metamórficas foram igualmente considerados precipitados
marinhos. Entretanto, dois aspectos combinados tornam esta doutrina catastrófica
bastante aceita na época: 1- O vasto oceano primitivo correspondia ao dilúvio bíblico
tendo, portanto, substrato teológico; 2- Era advogado em aulas ministradas por um
dos mais persuasíveis e influentes mestres do século XVIII na Europa, que era
Abranham Werner. Como resultado, o netunismo prevaleceu sobre as demais
correntes cientificas durante cerca de quatro décadas.
Um aspecto secundário do netunismo era de que a idade das rochas em toda
parte podia ser determinada a partir de sua composição, fato que até a alguns anos
atrás influenciou de maneira errônea as interpretações estratigráficas regionais.
Atualmente sabemos que a composição das rochas ocupa um lugar soberano em
correlações apenas locais.
5. O Uniformitarismo ou Atualismo.

James Hutton (1726-1797), de Edimburgo, Escócia, foi o principal


idealizador da teoria plutonista que corresponde a um conjunto de fenômenos
relacionados com a subida de magma que provoca a formação de corpos ígneos
ocorridos no interior da Terra que seriam responsáveis, junto com os processos
exógenos, da configuração da Terra, negando, portanto, a corrente catastrófica
Netunista.
Embora sendo médico Hutton nunca praticou a medicina, desviando seu
pensamento para a Geologia. Por exemplo, ele observava que arenitos eram
compostos de grãos de areias cimentados juntos. Também observou que um arenito
exporto aos processos intempéricos, gradativamente esta rocha era decomposta ou
desintegrada em grãos de areias que, por sua vez, eram transportados por correntes e
depositados em locais mais baixos formando depósitos em camadas. Com estas
observações ele deduziu que as areias são originadas por processos de intemperismo e
erosão que atuam nas rochas expostas na superfície.
Hutton tentou deduzir quanto tempo era requerido para formar uma fina
camada de arenito. Para isso ele estudou afloramento de rochas e observou que
fragmentos eram lentamente retirados pelos processos intempéricos e levados pelas
correntes até a as praias ou deltas onde estas eram acumuladas em depósitos
formando finas camadas sucessivas. Hutton concluiu que mudanças geológicas
estavam ocorrendo diante dos seus olhos e que os arenitos eram formados por uma
seqüência de eventos que qualquer pessoa poderia observar. Concluiu então que, para
a formação de um arenito era necessário dispor de um vasto período de tempo.
A conclusão das observações de Hutton estabeleceram o princípio agora
conhecido por Uniformitarismo. Este princípio diz que os processos geológicos e as leis
cientificas que operam hoje são as mesmas que também operaram no passado. Assim,
rochas antigas devem ter se formado pelo mesmo processo que nós podemos
observar em qualquer lugar da Terra. Essa idéia é sumarizada na frase: “o presente é a
chave do passado”. Hoje podemos observar, em qualquer lugar no mundo, cada passo
de formação de uma camada de arenito. Não podemos observar todos os passos que
levem à formação de uma camada de arenito porque isto requer um vasto tempo, mas
podemos inferir a seqüência destes eventos observando hoje em diferentes locais na
superfície a sua ação.
O princípio do uniformitarismo não exclui as catástrofes que causam
rápidas mudanças na superfície da Terra. Terremotos e vulcões causam repentinas
modificações geológicas como também, de tempos em tempo, meteoritos gigantes se
chocam com a Terra, com energia equivalente a milhões de bombas nucleares,
causando grandes transformações na superfície terrestre e no clima que, como
conseqüência, causa grandes variações nas taxas de extinção da vida animal e vegetal.
Em circunstâncias onde os defensores de catástrofes imaginavam a
superfície como remanescente de pouca idade e de uma simples explosão de criação,
ou talvez uma série de tais eventos tumultuosos, Hutton imaginava que os processos
atualmente em desenvolvimento na superfície terrestre, tais como erosão, deposição
e atividades tectônicas seriam suficientes para produzir todas as feições das rochas, e
todas as suas relações e configurações observáveis. Para ele, a Terra dinâmica animada
de rotação dos astrônomos tinha também uma superfície dinâmica e um interior
dinâmico. Por meio de erosão, a superfície da Terra deteriora-se localmente mas, por
processos de formação de rochas, elas simultaneamente se reconstroem em outra
parte. “Temos uma cadeia de fatos que demonstram claramente que os materiais
desgastados das montanhas foram transportados pelos os rios e não há uma só etapa
em todo o processo que não seja realmente percebida. O que mais se pode exigir?
Nada senão tempo!”
Finalmente, na época de Charles Lyell(1797-1875), o conceito de Hutton
de mudanças graduais através de causas físicas existentes, assumiu uma liderança
efetiva. Em seu livro “Principles of Geology” de 1830, Lyell estabeleceu o
Uniformitarismo em substituição às doutrinas catastróficas, como um princípio
definitivo para interpretar a historia da Terra. Sua obra influenciou várias gerações de
geólogos. Desta forma, ele fundou a moderna Geologia e introduziu com profundo
impacto, o conceito de tempo ilimitado. Os problemas geológicos podiam agora, ser
resolvidos com base em leis naturais ainda ativas e a disposição para o estudo no
mundo real ao nosso redor ao invés de baseados em eventos nebulosos, mitológicos
ou sobrenaturais.
Para Lyell, o presente seria a chave do passado, sendo o passado igual
ao presente em número e intensidade dos processos atuantes da dinâmica interna e
externa.
Certamente o princípio, “chave do passado”, não pode ser aplicado
literalmente para todas as coisas. O registro da vida, por exemplo, mostra-nos uma
longa sucessão de espécies diferentes no registro litológico, cada uma descendendo de
um ancestral um tanto mais primitivo, de modo que cada idade geológica tenha sua
única combinação de espécies viventes. Além do mais, reconhece-se que as taxas de
evolução e extinção de espécies variam através do tempo geológico.
No Paleozóico, até 400 milhões de anos, não havia cobertura vegetal
nos continentes. Portanto, os processos de intemperismo, erosão, formação de solos,
absorção e reflexo de energia solar, etc. foram bem diferentes desses processos atuais.
O Uniformitarismo proposto por Lyell revelou-se dogmático demais de
modo que este conceito evoluiu para o Atualismo, muito parecido com o anterior, mas
sem a conotação da estrita igualdade de condições entre o presente e o passado da
Terra. O Atualismo, portanto, é a afirmação da constância das leis naturais que regem
a Terra, mesmo que no passado os produtos e intensidade dos processos geológicos
tenham sido algo diferentes daquilo que se observa atualmente.
Para os geocientistas, a paisagem constitui um sistema dinâmico cuja aparência
tranquila em um dia clamo é como uma simples fotografia de uma fita animada. E a
sequência de rochas sedimentares é um documento histórico, mas está destinado, no
tempo, a se incorporar ao grande ciclo geológico e finalmente ser reconstituído em
algo novo.

6. Charles e o tempo.
Charles Drawin(1809-1882) não inventou a idéia de evolução orgânica. A noção
tinha flutuado por gerações e vigorosamente exporta por alguns cientistas muito
capazes, tais como o francês Jean Baptiste Lamarck(1774-1829) e o próprio avó de
Darwin, Erasmu Darwin (1731-1802). Até a época de Darwin, entretanto, a idéia nunca
tinha ampla aceitação porque faltavam dados importantes aos pesquisadores
pioneiros. Finalmente, sustentada pela filosofia uniformitarista popularizada no
começo da década de 1830, Darwin provou com êxito, tanto para cientistas como o
não cientistas, a existência da evolução orgânica e o pensamento geológico. Na
verdade todo o pensamento filosófico, nunca mais foi o mesmo. Mas, entretanto,
havia um problema, aferir o tempo transcorrido até o presente, que é fundamental
para sustentar estes novos conceitos. Ao longo do século XIX várias tentativas foram
feitas mas sempre eram baseadas em preceitos errôneos que estimavam a idade da
Terra em apenas algumas dezenas ou poucas centenas de milhões de anos. Exemplos
como determinar a correspondente aumento da salinidade dos oceanos com o tempo,
estimativa através da taxa de acumulação das camadas de rochas sedimentares e
estimativa baseada nos argumentos de Lorde Kelvin sobre a idade do sol e o
resfriamento o progressivo da Terra. Estas estimativas apesar de serem incorretas, já
estabeleciam idades para a Terra da ordem de dezenas de milhões de anos. Valores
muito pequenos para o que está determinado hoje, mas já enormemente elevados
para o que era então estabelecido pelas filosofias catastróficas, que era de alguns
milhares de anos.

7. A Geologia.
Geologia é a ciência que estuda a parte sólida da Terra; estuda as rochas e
os minerais, as mudanças físicas e químicas que ocorrem na superfície e no seu
interior, e ainda, a história da evolução do planeta e da vida. A Geologia é uma ciência
de campo muito vasto, necessitando de sólidos conhecimentos de química, física e
biologia. Geologia significa (dentro da origem etimológica da palavra): geo=terra e
logos=estudo. Parece ter sido usado este termo, a primeira vez, pelo bispo Richard de
Bury, em 1473, distinguindo os teólogos dos juristas que se preocupavam com as
coisas terrenas. Os estudos geológicos eram feitos na antiguidade de maneira
empírica.
Podemos definir a Geologia como a ciência que estuda a Terra em todos os seus
aspectos, isto é, a composição química original dos diversos elementos, a ocorrência e
a evolução da vida através das diferentes etapas da história da Terra. A Geologia se
propõe a descrever e explicar os aspectos e a disposição das rochas e das terras sobre
as quais vive o homem. Pesquisa da água, carvão e petróleo, prospecção das jazidas
minerais, escolha de sítios e locais de barragens hidroelétricas, e outros trabalhos de
engenharia. A Geologia também trata dos capítulos da história da Terra anteriores dos
primeiros escritos do homem.
A Geologia é uma ciência descritiva, histórica e explicativa ou, em outras
palavras, é uma ciência de observação, de interpretação e de experimentação. O
objeto da Geologia é o estudo dos fenômenos geológicos, os quais podem ser de
ordem física, química e biológica.
Os fenômenos de ordem físicas são: litogênese (formação de rocha).
Orogênese(Formação de montanhas), gliptogênese(destruição e modelagem de
relevo) e outros. Os fenômenos geológicos físicos correspondem ao ciclo geológico; os
biológicos dizem respeito aos restos orgânicos, isto é, os fosséis encontrados nas
rochas.
7.1. Algumas Áreas de Estudo da ciência Geológica.
Geologia física - Preocupa-se com processos da Terra e as forças que afetam os
minerais, rochas, magma, e materiais do núcleo. Também se preocupa com as causas
das mudanças na morfologia da Terra.
Geofísica - Seu campo aponta para a dedução das propriedades físicas da Terra,
juntamente com sua composição interna, e os vários fenômenos físicos. Por exemplo,
o campo magnético da Terra (sua fonte, configuração, e variações), o magnetismo que
permanece nas rochas desde o tempo de sua formação, o fluxo de calor dentro da
Terra, a força de gravidade, e o movimento de ondas sísmicas que são associados aos
terremotos. Geofísica de exploração - Combina a Física com informação biológica para
resolver problemas práticos relacionados a prospecção de petróleo, gás, e água;
descobrir novos depósitos de metais; e várias formas de engenharia civil.
Geoquímica - Preocupa-se como um todo com a química da Terra, mas o
assunto é dividido em outras áreas como a geoquímica sedimentar, geoquímica
orgânica, geoquímica ambiental. De grande interesse para o Geoquímico é a origem e
evolução das principais classes de rochas e minerais. O Geoquímico estuda
especificamente a distribuição e quantias dos elementos químicos nos minerais e
rochas, com se formaram a vida, água e a atmosfera. Ainda abrangendo conhecimento
da circulação dos elementos químicos na natureza, por exemplo, o carbono,
nitrogênio, fófosro e do enxofre são de significado prático, como é o estudo da
distribuição e abundância dos isótopos e da estabilidade deles na natureza. A
geoquímica de exploração também vai em busca dos chamados minério, é a aplicação
prática dos princípios da geoquímica teórica na exploração mineral.
Petrologia - Trata da origem, ocorrência, estrutura, e história das rochas
ígneas, metamórficas e sedimentares. A Petrografia é uma disciplina relacionada a
anterior que se preocupa com a descrição e características das rochas. Os Petrógrafos
estudam as mudanças que acontecem nas massas de rochas quando sedimentos
sofrem mudanças em sua substância química. Os trabalhadores neste campo
preocupam-se com a cristalização de minerais a temperaturas altas sem o transcurso
deles por uma fase de fusão, a troca de íons entre minerais em rochas sólidas e fluídos
e os processos que incluem erosão, transporte e deposição.

Mineralogia - Estuda os minerais na crosta terrestre e também encontrados


fora da Terra como as amostras lunares e meteoritos vindos do espaço. A
Cristalografia envolve o estudo da forma externa e estrutura interna dos cristais
naturais e sintéticos. Os mineralogistas estudam a formação, ocorrência, substância
química e propriedades físicas, composição e classificação dos minerais. A Mineralogia
Determinativa é a ciência e arte de identificar um mineral em uma amostra baseado
nas propriedades físicas e químicas da amostra. A Mineralogia econômica enfoca os
processos geológicos responsáveis pela formação de minérios, especialmente os
comercialmente significativo.
Geologia Estrutural - Originalmente concernida para analisar a deformação dos
estratos rochosos. Os geólogos estruturais em geral estudam as distorções das rochas.
Formas estruturais comumente investigadas ou formas que conduzem a uma
comparação das características observadas e, eventualmente, para a classificação de
tipos relacionados. A Geologia estrutural comparativa, relaciona-se com as
características externas, contrastes com aproximações teóricas e experimentais que
empregam o estudo microscópico dos grãos minerais nas rochas deformadas. A
geologia estrutural é utilizada nos trabalhos diários em petróleo e carvão mineral.
Sedimentologia - Também chamada de geologia sedimentar, estuda os
depósitos sedimentares e suas origens antigas e recentes, marinhas e terrestre,
animais, vegetais, minerai, texturas, e estruturas. Os Sedimentalogistas estudam as
numerosas e complicadas características das rochas em suas sucessões naturais, com a
meta de compreender os ambientes da Terra. O estudo das rochas sedimentares inclui
dados e métodos obtidos emprestado de outras ciências de geologia como
estratigrafia, geologia marinha, geoquímica, e geologia ambiental.
Geomorfologia - A geomorfologia é um ramo da Geologia que explica a gênese
e as transformações do relevo da Terra. Os Geomorfologistas explicam a evolução das
características na superfície da Terra em termos de ação glacial, ação dos fluxos e rios,
o transporte e deposição na construção do modelado da superfície da Terra.
Geologia de Engenharia - Às vezes chamado engenharia geológica e
antigamente chamada de Geologia Aplicada. Une a Geologia e a engenharia civil. É a
ciência dedicada á investigação, estudo e solução de problemas de engenharia e meio
ambiente, decorrentes da interação entre a Geologia e os trabalhos e atividades do
homem, bem como à previsão e desenvolvimento de medidas preventivas de
acidentes geológicos para o estudo da Terra que afetam o planejamento, projeto,
localização, construção, operação e manutenção das estruturas de engenharia da
construção.
Geologia ambiental - Este é um campo relativamente novo e envolve a coleta e
análise de dados geológicos e sua aplicação para resolver problemas criados pelo uso
humano do ambiente. Um aspecto deste ramo da geologia é chamado de Geologia
Urbana. Preocupa-se com a aplicação da geologia de engenharia para os problemas
ambientais das cidades, especialmente das grandes áreas metropolitanas. O âmbito da
geologia ambiental é tão largo que inclui áreas de interesse relacionado ás ciências
físicas, biológicas e sociais.

7.2 Aplicações dos conhecimentos geológicos.


O conhecimento geológico é aplicado principalmente na procura de substâncias
minerais úteis para o homem - os MINÉRIOS. Quando um minério existe em grande
quantidade numa determinada localidade, ele constitui uma JAZIDA MINERAL. Essas
concentrações só se formam em condições muito especiais, e muitas vezes é
necessário um estudo muito aprofundado para localizar tais ocorrências. As jazidas
podem ser constituídas de rochas, como o calcário, de sedimentos, como a areia, de
solo, como a bauxita (de onde é extraído o alumínio); e de combustíveis fósseis, como
o carvão e o petróleo.
Outros minérios, como o ouro, as pedras preciosas e a cassiterita (estanho)
podem ser extraídas tanto das rochas nas quais se formaram, quanto sedimentos nos
quais se depositaram depois de terem sido retirados das rochas pelo intemperismo e
pela erosão indo constituir os depósitos de placeres. O estudo do subsolo, com o
objetivo de perfurar poços para obtenção de água subterrânea constitui a
HIDROGROLOGIA. Esta é outra importante aplicação da Geologia que pode solucionar
graves problemas de escassez de água em regiões como os desertos e a Região
Nordeste do Brasil.
A ocupação do solo é outro importante campo de atuação do geólogo.
Nesta atividade, ele trabalha em conjunto com engenheiros, geógrafos e arquitetos,
fornecendo-lhes as necessárias informações sobre os terrenos onde estes profissionais
irão implantar seus projetos- sejam pequenos loteamentos ou grandes obras de
engenharia, como edifícios, usinas hidrelétricas, represas, estradas, túneis ou
aeroportos.
O conhecimento geológico é de grande importância para prevenir a
ocorrência de problemas futuros, que poderão afetar as obras e causar acidentes,
deslizamentos de terras e rochas, afundamentos de terrenos e enchentes.
A prevenção de catástrofes ocasionadas por fenômenos naturais, como
terremotos e erupções vulcânicas, também poderá torna-se realidade no futuro não
muito distante. Isto será possível porque o conhecimento sobre suas causas vem se
acumulando através de estudo do funcionamento dos processos internos do planeta.
Ultimamente, vem se desenvolvendo a Geologia Ambiental que se preocupa
com efeitos da intervenção do homem no meio ambiente. Esses efeitos podem ser
causados pelos desmatamentos em grande escala, pela extração irracional dos
recursos minerais e pela poluição. Os grandes desmatamentos desprotegem a terra
propiciando, então, a uma erosão, e mesmo a sua desertificação.
A exploração contínua e desenfreada das matas, a poluição causada pelo
beneficiamento dos minérios e, finalmente, quando a jazida se exaure, o resultado
final da exploração: uma enorme cratera, onde antes havia uma montanha.
A Terra leva muito tempo para formar e concentrar os minerais. Portanto
os recursos minerais devem ser utilizados da maneira mais racional possível, para
trazer um real benefício para a população atual e futura. As explorações minerais
devem promover um desenvolvimento social e econômico progressivo e constante,
pois “MINÉRIO NÃO DÁ DUAS SAFRAS”, ou seja, é um bem não renovável.

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