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LUIS SOLER REALP

SUA CONTRIBUIÇÃO COMO PROFESSOR DE VIOLINO EM FLORIANÓPOLIS:


ASPECTOS BIOGRÁFICOS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Resumo VIII
Abstract IX
Lista de Siglas X
1 – Introdução 1

1.1 Metodologia 2

1.2 Procedimentos adotados para a escolha dos entrevistados de cada grupo


e o local onde foram realizadas as entrevistas 3
1.2.1 Perguntas feitas aos seus alunos 8
1.2.2 Perguntas feitas aos seus dirigentes 9
1.2.3 Perguntas feitas aos seus colegas 10

2- A trajetória pessoal e profissional do professor Luis Soler Realp 11


2.1 A trajetória na Espanha 11
2.2 A trajetória no Brasil 19
2.2.1 No Recife 19
2.2.2 Em Florianópolis 20
2.3 Lista de alguns alunos do professor Soler e onde se encontram
atualmente
26

3. Metodologia utilizada no ensino do violino 34


3.1 - O Ensino de Violino na Escola de Música da UDESC 34
3.2 O Ensino de Violino nas Escolas de Música da UEMG e UFMG 42
3.3 Metodologia usada pelo professor Buza para ensinar crianças de 5 a 10
anos
43
3.4 Método e material didático elaborado pelo professor Gábor Buza 49
3.5 Alguns depoimentos de ex-alunos quanto à dedicação e conduta do
professor. Buza em sala de aula
52
3.6 Relação de peças de concertos, sonatas, concertos e métodos usados
pelo Prof. Buza
55
Conclusão 69
Referências Bibliográficas 72
Lista de Anexos 74

Contribuições da Psicologia da Música para a


Performance Musical Violinística
1 - INTRODUÇÃO

Que contribuições a psicologia da música pode dar a performance musical violinística?


A Psicologia da Música produziu um número significativo de trabalhos sobre a
performance musical nas últimas décadas. Estes estudos estão claramente apoiados nas
correntes teóricas da psicologia, em especial da psicologia cognitiva interessada
primordialmente memória, atenção e percepção, e na teoria psicanalítica, onde aborda de forma
preponderante as questões afetivas e emocionais ocorridas no ato da performance.
Segundo J. Zula de Oliveira, Cognição musical (CM) pode ser entendida como o estudo
dos processos mentais subjacentes que ocorrem quando alguém se relaciona com a música,
produzindo-a ou apenas ouvindo-a.
Palmer (1997) afirma que a Psicologia da Música tem perante a performance três
objetivos primordiais: primeiro o de desenvolver teorias sobre os mecanismos utilizados na
prática musical; segundo o de explicar o tratamento das ambiguidades estruturais (quais os
contextos em que estas emergem e as decisões tomadas pelos músicos); terceiro o de
compreender a relação entre o performer e a percepção musical.
Ao longo da minha formação acadêmica em Música (violino/UDESC) e em Psicologia
(UFSC) pude verificar que não há troca de informações sobre estas duas áreas nas
universidades. Estes conteúdos estão completamente separados nas graduações e muitas
questões relacionadas acabam ficando sem resposta. Na graduação de música pude constatar
que existe uma grande dificuldade ao estudante de música para acessar e entender os conteúdos
da psicologia, pois esta possui uma linguagem técnica própria e um número tão grande de
correntes teórico/metodologicas diferentes que acaba por ser inacessível para o uso do
instrumentista.
A partir das pesquisas em Psicologia da música, muito foi produzido, mas a dispersão
de conteúdos e a dificuldade da linguagem própria de cada abordagem ainda continuam.
Alguns assuntos tais como ansiedade, medo e pânico do palco, memória, planejamento
do estudo, etc... são abordados nos cursos de forma quase informal, em “conversas de
corredor” quase sempre sendo tratadas a partir da visão e experiência próprios do professor.
A partir desta experiência percebi o quanto este conhecimento está distante da formação
dos músicos e o quanto está dispersa em um sem número de trabalhos e artigos acadêmicos de
difícil entendimento para um leigo no assunto. Assim me ocorreu de trabalhar no sentido de
organizar este conhecimento em tópicos específicos, dentro de cada abordagem, criando ao
final do trabalho um guia acadêmico onde se pode encontrar em linguagem acessível os
principais avanços da psicologia da música no que diz respeito à performance.
Clarke em seu trabalho: Processos cognitivos na performance musical afirma, “seria um
projeto muito interessante tentar juntar perspectivas e ideias provenientes de estudos diferentes,
e ver então que luz se lançaria sobre a questão da performance.”

2 – QUESTÃO DA PESQUISA

Quais são os principais conhecimentos produzidos até o momento pela Psicologia da Música
relativos à performance violinística?

3 - OBJETIVOS:

3.1 – OBJETIVO GERAL:

Realizar levantamento bibliográfica dos principais estudos realizados pela psicologia


da música sobre a performance violinística.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Levantamento bibliográfico nas Bibliotecas em Florianópolis e na Internet


sobre Psicologia da música relativos à performance violinística.
 Separar o material sobre performance musical violinística relevante para a
pesquisa.
 Elaborar um guia explicativo, separando por temas e abordagens teóricas da
psicologia as principais contribuições da Psicologia da Música para a
performance violinística.

4 - JUSTIFICATIVA

O escasso material em língua portuguesa acaba por não disponibilizar ao interprete


brasileiro estes importantes conhecimentos. Imerso em sua atividade prática e ainda
tendo a dificuldade da língua acaba por ignorar completamente este importante
material.

Basta uma rápida consulta bibliográfica em nossas bibliotecas e na internet para


perceber que o volume de trabalhos produzidos nesta área no exterior é significativo e que
inversamente o material produzido no Brasil é ainda muito discreto. Samuel Kerr, na sua
apresentação da edição brasileira do livro “Estudos de Psicopedagogia Musical” de Violeta
Hemsy de Gainza, escreve um verdadeiro manifesto em defesa da produção de conhecimento
acerca do assunto em solo brasileiro. “É nossa obrigação sondar profundamente no próprio seio
de nossa realidade”

5 – REVISÃO DA LITERATURA

Em 1947, em seu trabalho Psychology of music, Carl Seashore, já levantava a seguinte


questão: “There is an awakening interest in what is called musicology, the science of music.
This science has many branches. One of the most active of which is the psychology of music.
In view of this demand for and the new possibilities of a scientific foundations for musical
education and music theory in preparation for the teaching and study of music, it is time to
inquire: What can psychology do for music?”.
Hoje, apesar de mais de meio século ter se passado, e apesar do enorme avanço
científico alcançado nas últimas décadas, podemos afirmar que esta questão continua em
aberto, já que a maioria daqueles que trabalham em música (i.e. músicos, professores,
compositores, produtores, etc.) continuam afastados do conhecimento alcançado no
âmbito da Psicologia da Música.
Clarke por sua vez questiona, “o que é que podemos aprender do estudo cognitivo e
metódico da performance musical? Há diversas respostas a esta questão, dependendo da
perspectiva utilizada sobre o conceito de performance: para um psicólogo interessado nas
capacidades motoras, a performance oferece a oportunidade fascinante de se estudar uma série
de fenômenos incluindo o controle de movimentos, tempo e ritmo, notação de leitura e
coordenação em relação aos outros músicos. Para alguém interessado no desenvolvimento
musical, a performance oferece um procedimento musical evidente que pode ser observado e
avaliado de várias maneiras, durante um período considerável de mudanças contínuas. (Eric
Clarke)

Apesar de tudo, e mesmo tendo em conta todas estas limitações, é bastante evidente que a
performance proporciona o conhecimento complexo e profundo dos processos mentais,
atribuídos ao pensamento musical humano. (Clarke)

Clarke – Assim, a estabilidade das performances está intimamente relacionada com a


estabilidade da representação cognitiva que o performer tem da estrutura musical.

Clarke, nas suas considerações finais, diante da constatação de que a psicologia ainda está
muito pouco familiarizada com os processos envolvidos na performance musical, apesar dos
avanços em direção a uma pesquisa de aspectos mais concretos e de complexidades analíticas
mais familiares aos psicólogos em contraste com a “abstração excessiva de alguns trabalhos
anteriores”, afirma que Já a abordagem psicanalítica procura ocupar-se da
afetividade/subjetividade que se expressa no ser como um todo, em todos os aspectos da sua
vida cotidiana, enfim configurando aquele ser histórico, que se expressa da mesma forma no
momento da performance musical. Segundo Violeta, é possível através de uma performance
musical conhecer diversas características de personalidade do interprete e até mesmo através
de suas deficiências nesta inferir características de sua personalidade e possíveis formas de
trabalho musical para supri-las levando em conta seu funcionamento psicodinâmico.

Ansiedade

Ao considerarmos que, conforme Kenny (2003, p. 760), a performance

musical requer um alto nível de proficiência em uma extensa área de habilidades -

que inclui destreza motora fina, coordenação, concentração e memorização, estética

e habilidades interpretativas - e que obter proeminência musical requer execução

próxima à perfeição exigindo anos de treinamento, prática solitária com constante e

intensa auto-avaliação, vislumbramos a exigente tarefa que o músico se defronta no

processo de preparação e apresentação de uma obra musical. A conjugação de

todos esses elementos, a depender da pessoa, da tarefa e/ou da situação a ser

enfrentada pode resultar em estresse1 físico e psicológico, podendo afetar músicos

de diferentes níveis de proficiência (profissionais, estudantes e amadores).

Além disso, durante o processo de preparação e execução musical, o intérprete pode se


confrontar com

dificuldades técnico-interpretativas que, conjugadas ao contexto e finalidade da

apresentação, expectativas e desejos pessoais, entre outros elementos, podem


gerar ansiedade positiva ou negativa durante a performance musical.

O projeto deverá conter os seguintes itens:

Este estudo pretende pesquisar através de levantamento bibliográfico as possíveis


contribuições da Psicologia da Música para a performance violinística especificamente.
Diversas são as escolas psicológicas que se ocuparam deste tema...

1) Através do conhecimento já produzido relacionado aos processos cognitivos, de


memorização, emocionais, etc...pode contribuir de forma consistente para o
desenvolvimento da performance musical.

2) Seashore em seu livro Psychology of Music, trata especificamente de aspectos


violinísticos

3) Knut Guettler e Susan Hallan, tratan em seu artigo especificamente dos instrumentos de
cordas

4) Entrando em contato com a bibliografia disponível através da internet e da Biblioteca


da UDESC, pode-se rapidamente observar que as diversas correntes da psicologia
influenciam os estudos e pesquisas na área musical através de seus embasamentos
teóricos. Desta forma cada corrente psicológica trata a questão por um anglo e com um
interesse diferente. Percebemos que a maior parte das pesquisas realizadas tem o
embasamento teórico da psicologia cognitiva e comportamental, provavelmente em
função da grande produção acadêmica nessa área nos EUA, onde essas correntes são
preponderantes. Encontramos também um aporte psicanalítico onde o interesse esta
mais voltado para a compreensão daquele ser humano que está executando em termos
psicodinâmicos, interpretando que suas dificuldades técnicas estão muitas vezes ligadas
a questões da personalidade, as quais o professor, tendo conhecimento pode identificar
e dar encaminhamento para uma solução, muitas vezes não apenas técnica mas até
mesmo terapêutica através da forma de obordagem.

5) Violete Hemsy de Gainza, em seu livro “Estudos de Psicopedagogia musical” aborda a


questão da deficiência em performance através de um viés Psicanalítico, onde relaciona
questões da personalidade a estas dificuldades. Através desta abordagem acredita que é
possível identificar e orientar o estudo de acordo com as necessidades do performer.

O estudo da Psicologia da Performance, pode trazer luz para facilitar a performance,


informando o executante sobre aspectos importantes da vivência da performance

Segundo Arrais e Domingues, a psicologia da música pode contribuir para desmistificar


aspectos da prática da performance que foram relegados a mistificação...

Em nosso entender, a Psicologia da Música pode contribuir para o esclarecimento de

aspectos secularmente remetidos ao domínio da intangibilidade e da mistificação (caso, por


exemplo, de

algumas abordagens relativas ao talento e à expressividade musical), bem como ajudar a


desenvolver

modelos de actuação potenciadores de eficiência em diversas vertentes do ensino do


instrumento como o

desenvolvimento técnico e expressivo, motivação para a aprendizagem, eficácia em contexto


de concerto,

etc.

memória, emoção, percepção, motivação, ansiedade na performance, movimento corporal,


comunicação emocional, pratica, cognição,

Cita a dificuldade de comunicação entre estas áreas do saber, cada uma com uma linguagem
própria profissionais

− Justificativa
A conhecimento produzido pela Psicologia da Música ainda é muito pouco difundido e
conhecido pelos músicos.

− Revisão de literatura

− Metodologia

1 - A metodologia consiste no levantamento bibliográfico dos trabalhos já produzidos sobre a


Psicologia da música relativos a performance musical em especial voltadas para o violino.

2 – Leitura e fichamento dos trabalhos.

3- Seleção do material a ser utilizado separando por abordagem psicológica e por assunto.

4- Confecção do documento final.

− Referências

Hargreaves, David. The Developmental Psychology of Music, Cambridge: Cambridge


University Press, 1986.

Bibliografia
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