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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

PARAÍBA CAMPUS MONTEIRO


INSTRUMENTO MUSICAL

RAQUEL YASMYM DE JESUS SENA

ANSIEDADE NA PERFORMANCE MUSICAL: ANÁLISE DE EXPERIÊNCIA

MONTEIRO – PB

2021
RAQUEL YASMYM DE JESUS SENA

ANSIEDADE NA PERFORMANCE MUSICAL:


ANÁLISE DE EXPERIÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado à Coordenação do Curso Técnico em
Instrumento Musical Integrado ao Ensino Médio do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
da Paraíba, Campus Monteiro, como requisito
parcial para conclusão do Curso.

Orientadora: Ma. Marta Sanchís Clemente

Coorientadora: Bela. Letícia Lacerda Bailão

MONTEIRO- PB
2021
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP
Bibliotecária responsável Porcina Formiga dos Santos Salgado CRB15/204
IFPB, campus Monteiro.

S474a Sena, Raquel Yasmym de Jesus.


Ansiedade na performance musical: análise de experiência /
Raquel Yasmym de Jesus Sena – Monteiro . 2021.
19fls. :[s. il.]

TCC (Curso Técnico em Instrumento Musical Integrado ao


Ensino Médio) Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia da Paraíba – IFPB campus Monteiro.

Orientadora : Profª. Ma. Marta Sanchis Clemente.

1. Ansiedade - Performance 2. Música 3. Instrumento musical -


Curso I Título

CDU 616.89-008.441
-
RESUMO

O presente trabalho parte da experiência de uma aluna de teclado do curso em


Instrumento Musical do IFPB/MT. O objetivo principal é pesquisar sobre a ansiedade
na performance musical e relatar a experiência pessoal da aluna, assim como
especificar a diferença entre os termos ansiedade na performance e pânico de
palco. A sua metodologia foi desenvolvida através de pesquisas bibliográficas,
Auto-etnografia e relato de experiência. Onde analisamos os fundamentos da
ansiedade e a importância de saber sobre o seu impacto e respectivos sintomas
diante da vivência e experiência da aluna no curso de música no IFPB-Campus
Monteiro.

Palavras-chave: Ansiedade. Performance. Relato de experiência. Curso em


Instrumento Musical.
ABSTRACT

The present work is based on the experience of a keyboard student in the Musical
Instrument course at IFPB / MT. The main objective is to research about anxiety in
musical performance and report the student's personal experience, as well as to
specify the difference between the terms performance anxiety and stage panic. Its
methodology was developed through bibliographic research, Auto-ethnography
and experience report. Where we analyze the fundamentals of anxiety and the
importance of knowing about its impact and respective symptoms in view of the
student's experience and experience in the music course at the IFPB-Campus
Monteiro.

Key-words: Anxiety. Performance. Experience report. Musical Instrument Course.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 7

2 OBJETIVOS 8
2.1 Objetivo geral 8
2.2 Objetivos específicos 8

3 METODOLOGIA 9
3.1 Pesquisa bibliográfica 9
3.2 Auto-etnografia 10
3.3 Relato de experiência 11

4 DESENVOLVIMENTO DO TEMA 12
4.1 Definindo e Diferenciando Conceitos: APM e Pânico de Palco. 12
4.2 A Ansiedade e seus principais sintomas. 13
4.3 Relato de experiência pessoal com a ansiedade. 13

5 CONCLUSÃO 17

6 REFERÊNCIAS 18
1 INTRODUÇÃO

A Música é um meio de expressão onde muitos encontram refúgio. Através da


música somos capazes de nos conectar e vivenciar diferentes experiências. Mas,
assim como qualquer objeto de estudo e aplicação, ela tem suas dificuldades. Sejam
elas físicas ou psicológicas. Entre as patologias da psicologia nos deparamos com a
ansiedade, transtorno no qual apresenta sintomas que podem atrapalhar muitos
músicos na sua performance.
Contudo, é interessante observar que além de músicos de orquestras
profissionais e jovens estudantes, existem relatos de casos de ansiedade
entre músicos que alcançaram fama e renome no cenário musical
internacional como: Frédéric Chopin, Maria Callas, Enrico Caruso, Pablo
Casals, Luciano Pavarotti, Arthur Rubinstein e Sergei Rachmaninoff
(VALENTINE, 2002 apud BASTOS, 2012).

Diante da ansiedade na performance musical, também nos deparamos com o


pânico do palco. Ambos, facilmente confundidos por terem aspectos muito
parecidos. A ansiedade, por sua vez, é designada como um problema para o
músico na sua performance. Pois, ela está presente em toda a experiência musical e
desenvoltura de muitos músicos. Esse trabalho tem como intuito relatar e informar
vivências no curso de Técnico Integrado em Instrumento Musical no IFPB de
Monteiro.
Para a elaboração do tema abordado e metodologia foi fundamental o
levantamento de questões pessoais e dificuldades no curso. Diante do primeiro
contato com o curso de música, eu já consegui perceber uma realidade acadêmica
diferente da minha diante do ensino e de suas formas abordadas. Uma das maiores
dificuldades foi conciliar as disciplinas de formação geral e formação técnica. Pois,
as matérias como Teoria Musical e Percepção Musical eram notoriamente diferentes
comparadas com de formação geral, e isso já causava uma pequena insegurança
devido às cobranças necessárias. E mesmo assim lidando com a ansiedade da
forma mais sutil possível. Me deparei com situações intensas de lidar, fazendo assim
muita coisa simples se tornar complexa. As metodologias aplicadas foram Pesquisa
bibliográfica, Etnografia e Relato de experiência.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Este trabalho visa aprofundar na compreensão do fenômeno da ansiedade na


performance musical e o medo de palco, a partir de uma pesquisa bibliográfica e do
relato da experiência da aluna/autora, no intuito de trabalhar com um problema
enfrentado pela mesma ao longo do curso técnico em instrumento musical.

2.2 Objetivos específicos


- Relatar as vivências de ansiedade e medo de palco da aluna ;
- Apresentar e diferenciar os conceitos ansiedade e medo de palco;
- Revisar trabalhos dentro da área de música sobre ansiedade e medo de
palco;
- Contextualizar o problema dentro do curso em Instrumento Musical do
IFPB/MT.

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3 METODOLOGIA

A metodologia abordada foi definida em conversas com a orientadora, a


profa. Marta Sanchís e com a co-orientadora Letícia Bailão, psicóloga do IFPB-
Campus Monteiro. Foi utilizado para além da pesquisa bibliográfica, a aluna
trouxesse experiências e percepções sobre o assunto a partir da sua própria
vivência com ansiedade diante da performance e do estudo de música. Assim, foi
necessário ler sobre as linhas metodológicas que abordam um discurso mais
pessoal, baseado na própria experiência, como é o próprio relato de experiência ou
a autoetnografia. Neste capítulo, falaremos brevemente de cada uma destas linhas
metodológicas.

3.1 Pesquisa bibliográfica

A Pesquisa bibliográfica é uma ferramenta de estudo de grande importância.


Pois, tem a utilidade de agregar pesquisas e introduzir ainda mais estudos teóricos
ou práticos diante da bibliografia. Tem como fundamento o estudo através dos
artigos científicos, livros, revistas especializadas e websites. A atividade básica na
pesquisa bibliográfica é a investigação por meio de materiais teórico sobre o assunto
então:
Ela precede o reconhecimento do problema ou do questionamento que
funcionará como delimitador do tema de estudo. Isso quer dizer que, antes
mesmo de delimitar o objeto de estudo, você já pode e deve ler sobre o
assunto, o que pode, inclusive, ajudá-lo nessa delimitação. (ALYRIO, 2009,
p. 80)

Dessa forma, na pesquisa atual a referência bibliográfica foi de total


importância, onde devemos levar em consideração aos trabalhos anteriores e sua
finalidade e com isso, a complementação didática e informativa de cada um. Na sua
estrutura também tem finalidade o uso de palavras chaves para o desenvolvimento
do tema por exemplo no trabalho abordado as essências para seu
desencadeamento foram Ansiedade e Performance Musical, pânico de palco e
ansiedade no instrumento, Análise de experiência. Seu uso foi fundamental para o
estudo na plataforma de pesquisa Google acadêmico onde foram encontradas as
principais referências do trabalho, onde foram priorizados trabalhos realizados na

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instituição e de Relato de experiência. Um dos principais trabalhos utilizados para
pesquisa, foi realizado dentro do IFPB-Campus Monteiro da aluna e autora Isabelle
Melo Do Nascimento. (NASCIMENTO, 2018).

3.2 Auto-etnografia

A auto-etnografia, como metodologia, é classificada como pesquisa


qualitativa e tem como principal objeto de pesquisa o próprio pesquisador, que tem a
função de especificar e relatar conhecimento próprio, essa metodologia ainda não é
muito adotada. Sua finalidade através da antropologia é transcender conhecimento
semelhante a etnografia que . "No que se refere a pesquisa etnográfica,
reconhece-se que a observação participante é necessária porque parte do
comportamento das pessoas é baseado em conhecimento não-falado, o
conhecimento tácito" (PEREIRA e SANTOS, 2015, p. 157). Fazendo assim uma
relação estabelecida entre o autor e o leitor diante da sua própria vivência que seria
a forma de introduzir sua cultura semelhante a Auto-etnografia.
Lévi-Strauss (1970, p. 377), acrescenta: “A etnografia corresponde aos
primeiros estágios da pesquisa: observação e descrição do trabalho de
campo”. A etnologia, com relação à etnografia, seria “um primeiro passo em
direção à síntese” e a “antropologia''uma segunda e última etapa da síntese,
tomando por base as conclusões da etnografia e da etnologia. (STRAUSS,
1970, p. 370 apud PEREIRA e SANTOS, 2015 ,p. 153).

Devemos levar em consideração a importância dessa metodologia no campo


acadêmico que teve total influência para o desenvolvimento desse trabalho e de
outros. Neste, particularmente, esta metodologia nos permite aportar à área uma
uma vivência específica sobre a ansiedade na performance musical.

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3.3 Relato de experiência

O Relato de experiência é definido através de um estudo qualitativo com o


intuito de agregar estudos teóricos. Dessa forma, o relato de experiência podendo
ou não ter estrutura impessoal no intuito de informar como seria a visão da vivência
a partir do tema abordado (Site regras para TCC, 2020)
Características do relato de caso:
● Reúne considerações que são significativas para a área do conhecimento;
● Faz reflexões sobre uma determinada realidade, buscando amparo na teoria;
● Texto contextualizado;
● Linguagem objetiva;
● Impessoalidade e seriedade.
No trabalho essa metodologia foi aplicada através do relato de experiência
sobre a vivência no meio acadêmico e no curso de música com a ansiedade. Dessa
forma, foi estruturado através de perguntas e reflexões com o intuito de informar a
visão e vivência pessoal de como seria retratada a ansiedade, de modo em que as
situações mais marcantes fossem distinguidas da forma como a teoria foi exposta
para a realidade.

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4 ABORDANDO A ANSIEDADE E SUAS PARTICULARIDADES

4.1 Definindo e Diferenciando Conceitos: APM e Pânico de Palco.


Em primeiro lugar, vamos apresentar dois conceitos da psicologia muito
próximos a partir dos quais este texto se constrói: Ansiedade na Performance
Musical e Pânico de Palco.
A Ansiedade na Performance Musical classificada como (APM), é algo muito
comum diante dos músicos. Sejam, eles experientes ou não. Os sintomas da
ansiedade afetam de forma efetiva a apresentação, e também o processo de
aprendizagem do músico. Ao longo de leituras de alguns trabalhos científicos vemos
que na pesquisa realizada no IFPB- Campus Monteiro, podemos analisar como:
“Outro fator de relevância afirmado por cerca de 90% dos estudantes foi que a

ansiedade interfere na performance musical, fazendo com o que o músico perca o


controle da situação e não faça uma boa apresentação” (NASCIMENTO, 2018, p.
23). Vemos então, que os estudantes de música têm contato gradual com a
ansiedade, fazendo com que seu desempenho possa ser comprometido. Por isso
devemos compreender a diferença que o termo (APM) sendo facilmente comparado
ao medo de palco. "Podemos, relacionar a diferença entre os termos, a partir de que
a ansiedade está presente desde a preparação dos estudos até sua execução da
apresentação, já o pânico ocorre apenas na sua execução" (NASCIMENTO, 2018, p.
15). Diante da uma visão analista, devemos levar em consideração uma explicação
mais abrangente. Freud (1973) realizou a seguinte distinção entre estas emoções:
"A ansiedade relaciona-se com a situação/condição e ignora o objeto, enquanto o
medo chama a atenção precisamente para o objeto. Podemos dizer, portanto, que a
pessoa se protege do medo pela ansiedade” (FREUD, 1973; 443 apud KENNY,
2011, 28 apud CUNHA, 2013 , p. 6).
Em Análise diagnóstica, segundo Craske & Barlow (1999):
Os “ataques de pânico” são episódios de temor ou medo intenso,
acompanhados por sintomas físicos e cognitivos apresentados no checklist
sobre os mesmos no Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos
Mentais (DSM-IV TR) (CRASKE & BARLOW apud , BASTOS, 2012, p.14).

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Então, podemos afirmar que tanto a ansiedade na performance quanto o
pânico de palco são condições emocionais que se convertem em físicas e cognitivas
que se estabelecem em fobia social e distúrbio de saúde mental.

4.2 A Ansiedade e seus principais sintomas.

Caracterizada por vários fatores psicológicos e físicos, como analisamos na


comparação do subcapítulo anterior, a ansiedade se estabelece a partir do anseio
do novo, ou da maneira que enxergamos o que vai acontecer no nosso futuro. Pode
ser estabelecida através da incerteza de situações que são acarretadas de
pensamento pessimista e um desespero amedrontador. Ela tem seus diferentes
tipos de proporção, sendo a mais grave delas seria a ansiedade intervindo de
maneira gradual no cotidiano do indivíduo se tornando assim uma patologia.
Devemos ressaltar:
Conforme Silva (2003), há uma diferença entre “ser ansioso” e “estar
ansioso”, haja vista que um caracteriza-se como um traço de personalidade
e o outro como uma reação momentânea a determinada situação,
respectivamente. Se as duas situações acontecem simultaneamente, ser e
estar ansioso, isso pode gerar estados severos de sofrimento e desconforto
e até mesmo os medos patológicos, considerados transtornos de
ansiedade.(SILVA, 2003 apud, NASCIMENTO, 2018, P. 15).

Diante das situações no qual a ansiedade ocasiona, devemos compreender


que "Seus principais sintomas são: coração acelerado, boca seca, tensão muscular,
tremor, sensação de inquietação, dificuldade de concentração, náuseas,
etc."(BASTOS, 2012, p. 15). Mas, os sintomas podem ocorrer não só como uma
resposta física e cognitiva do corpo, muitas vezes acontecem bloqueios.
Dessa forma, a ansiedade é algo que impacta de forma negativa a
performance musical. Para Clarke (2002),“a performance musical exige uma notável
combinação de habilidades físicas e mentais que podem ser prejudicialmente
afetadas pelos sintomas da APM" (BASTOS, 2012, p. 15). Podendo assim, acarretar
em uma má apresentação na performance.

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4.3 Relato de experiência pessoal com a ansiedade.

Como destacado, em conversas com a orientadora e com a psicóloga do


IFPB/MT, que seria importante para a realização desse trabalho a intersecção da
área da pesquisa, entre aprendizagem de instrumento musical e psicologia, trazer
um relato da experiência pessoal da autora. Assim, as linhas seguintes são extraídas
das minhas memórias pessoais.
A ansiedade sempre esteve presente na minha vida, mesmo sem eu saber da
existência dela. Ela esteve presente nos momentos mais relevantes como
apresentação de trabalho de escola e em momentos mais simples do dia a dia. Para
Angélico (2009), “a ansiedade é um estado de humor focado em eventos negativos
imprevisíveis no futuro, para os quais não existe a crença da possibilidade de
controle” (BASTOS, 2012 , p. 24).
Ela aflora sim, sensações que é capaz de fazer as coisas mais naturais
parecerem muito mais complicadas. Quando se trata de não saber se tudo vai sair
conforme planejado e saber que tudo está sob o seu controle, pode sair do controle
em um piscar de olhos.
Meu primeiro contato com a ansiedade no palco foi quando participei de um
musical anual na minha cidade no qual eu participava do corpo coreógrafo, foi ali
pela primeira vez que tive contato com outros sintomas além do suor excessivo e
mãos geladas que já era do meu convívio. Foi naquele instante que quando tudo
estava sob controle, veio uma maré de sentimentos e sensações até então
desconhecidas como enjoo, agonia corporal e a vontade que os 7 minutos de
apresentação se transformasse em 7 segundos. Após, o final da apresentação eu
percebi o quanto aquilo me consumiu. pois, foi algo ao qual eu me preparei muito,
parecia irrelevante ao ponto de eu não querer apresentar. mas, não porque eu não
queria e sim porque eu nem sabia por que eu estava tão agoniada. Depois desse dia
em diante eu fiquei muito aflita. pois, não queria passar por aquilo de novo e eu
passei a ter novamente quando comecei a ter aulas de instrumento, eu vi que
aquelas sensações não eram sobre o cotidiano e sim sobre mim. Foram pequenas
ou grandes coisas incontroláveis quando se trata do corpo. A ansiedade é sobre

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terminar uma prova e o professor recolher, sem entender o por que tanta mancha de
água devido o suor excessivo das mãos.
Uma das memórias mais marcantes foi no ano de 2020 antes da pandemia,
quando me vi chorando sem motivo algum diante da nova professora de
instrumento. Para mim, foi uma situação constrangedora, porque foi algo nada
comum, onde a ansiedade me consome por alguns segundos e eu chorei, e foi muito
difícil explicar o que estava acontecendo é difícil explicar algo para os outros,
quando a gente não consegue explicar nem para nós mesmos. Ela é algo que
atrapalha, e que poucas pessoas realmente sabem compreender, e na verdade a
sociedade ainda vê como algo fútil. São sentimentos e sensações incontroláveis e
não somos responsáveis por isso, sofremos sempre com antecedência em qualquer
situação e às vezes nem sabemos o porquê. Na minha vida onde ela prevalece é no
contato com o público, são eles apenas alunos da minha convivência ou público de
fora da instituição. O fato de sair da zona de conforto entre esse contato do recital e
o público já é um ato desesperador para alguém que tem um visão de cotidiano
diferente, uma coisa satisfatória se torna algo insatisfatório em minutos. Pois, muitas
vezes não conseguimos controlar, seja a ansiedade dentro da sala de aula, na vida
ou ela na hora da performance. Sempre teremos que lidar com ela, seja de forma
intensa ou não, e nós alunos que convivemos com a ansiedade controlar ela e as
vezes falta um apoio maior em relação aos professores. pois, muitas vezes as
pessoas veem isso como algo irrelevante, algo que a gente pode controlar e não é
assim que funciona, os bloqueios são enormes e a frustração ainda mais. Quando
se trata do contato com o instrumento e a pressão de nós mesmos sob aquilo por
querer tudo perfeito e aceitar que se der errado tá tudo bem, ou seja é uma mistura
de sentimentos negativos com a perspectiva de se sentir incapacitado por conta de
algo que não controlamos. Ser uma pessoa ansiosa não é uma escolha, e nem uma
falta de capacidade, ansiedade não é de longe uma bobagem. Ansiedade é saber
que algo simples vai se tornar um grande problema, é passar às vezes noites de
insônia por conta de algo que vai acontecer dali a um mês ou no dia seguinte,
querendo ou não é um fardo que consome, nossa mente e nossa vida.
Diante de toda minha experiência vivida no ambiente acadêmico e no
cotidiano até a realização deste trabalho, eu aprendi que não importa quantas

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dificuldades apareçam na sua vida. Sempre vai haver alguém que te ajude a lidar
com elas e que de forma alguma a ansiedade lhe torna uma pessoa inferior, e que
jamais devemos nos sentir subestimados por conta dela. Somos capazes de realizar
qualquer coisa, só precisamos compreender nosso próprio tempo e que nem tudo
depende de nós.

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5 CONCLUSÃO

Diante do tema abordado, podemos compreender a importância do


conhecimento sobre a ansiedade na performance, pois, através do desenvolvimento
do trabalho, conseguimos entender do que se trata esse problema que pode
atrapalhar a execução do músico na sua performance e que pode acompanhá-lo em
toda sua trajetória. Compreendemos que a ansiedade não é algo que solucionamos
instantaneamente, e que podemos facilmente nos confundir entre os termos
ansiedade na performance e pânico de palco. Valendo ressaltar que o campo de
pesquisa sobre a ansiedade na performance ainda é um pouco escasso de
informação, pois, ainda falta mais notoriedade sobre o assunto na preparação
performática dos músicos.
Sobre a experiência vivida no IFPB-Campus Monteiro, seria de total
importância que os estudantes de música tivessem mais diálogo com os professores
do curso e com os profissionais da psicologia, com o intuito de que não houvesse
barreiras para desabafar sobre a ansiedade presente nas apresentações. O diálogo
é fundamental e ajuda para que os desconfortos não se tornem um bloqueio.

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6 REFERÊNCIAS

ALYRIO, Rovigati Danilo. MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA EM


ADMINISTRAÇÃO. volume único / Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2009.
Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/1nMhnFp21yVyiCVGeW0wWSZ5h4n7YRBzt/view?us
p=drive sdk >. Acesso em 18/02/21

BASTOS, Elaine Tainá de Azevedo. ANSIEDADE EM PERFORMANCE MUSICAL:


investigação e análise da realidade dos alunos de música da Universidade Federal
da Paraíba. 2012. 96p. Dissertação (Mestrado) - Pós-Graduação em Música -
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, BR-PB, 2012.

CUNHA, Andre Sinico. ANSIEDADE NA PERFORMANCE MUSICAL: causas,


sintomas e estratégias de estudantes de flauta. 2013. 116p. Dissertação (Mestrado) -
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Instituto de Artes, Programa de
pós-graduação em Música, Porto Alegre, BR-RS, junho de 2013.

MARQUES, Valéria; SATRIANO, Cecilia. NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA DO


PRÓPRIO PESQUISADOR COMO FONTE E FERRAMENTA DE PESQUISA. 386p. 2017.

NASCIMENTO, Isabelle Melo. ANSIEDADE E O MEDO DE PALCO NA


PREPARAÇÃO DOS RECITAIS DE CONCLUSÃO DE CURSO DOS ALUNOS DO
CURSO TÉCNICO DE INSTRUMENTO MUSICAL INTEGRADO AO ENSINO
MÉDIO DO IFPB - CAMPUS MONTEIRO. 2018. 41p. Curso técnico em instrumento
de música - IFPB, Monteiro. 2018.

PEREIRA, Gardênia; SANTOS, Patrícia. ANTROPOLOGIA E MÉTODO


ETNOGRÁFICO: uma contribuição para a compreensão das culturas. 159p. 2015.

Regras para TCC, 2020. Relato de Experiência: o que é, como escrever e modelos.
Disponível em:
<https://regrasparatcc.com.br/formatos-de-trabalhos-academicos/relato-de-experienc
ia/>. Acesso em: 01 de março de 2021.

18
SILVA, José Washington Florencio. ANSIEDADE NA PERFORMANCE MUSICAL –
SIMULAÇÕES DE PERFORMANCE PARA CONSTATAÇÃO DE EFEITOS: Uma
análise através da experiência-ação no âmbito da Escola De Música da UFRN.
2019. 195p. Pós-Graduação em Música - Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal.2019.

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