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br/insmusvio-
g03189-dez-2021-grad-ead/)
1. Introdução
Querido(a) aluno(a), seja muito bem-vindo(a) ao nosso material da discipli-
na .
Antes de mais nada, é importante dizer que nosso foco principal é a sala de
aula. Dessa maneira, olharemos para o ensino e a aprendizagem coletivos de
Música, segundo as demandas curriculares a que se destina a Educação
Básica. Se você já atua ou pretende atuar enquanto licenciado nesse locus, es-
ta disciplina será ótima para sua formação; e, se pretende atuar em projetos
sociais, escolas especializadas de Música ou com aulas individuais, ainda as-
sim poderá se favorecer com este conteúdo.
Lembre-se: enquanto professor consciente e coerente com sua prática, você te-
rá de adaptar todos os conteúdos ao seu contexto de ensino e à sua realidade,
considerando as necessidades de aprendizagem de seus alunos. Então, é você
quem poderá tornar este conteúdo vivo, �exível e expansivo à medida que se
apropriar dele.
Assim, você terá a possibilidade de aprender a tocar (o básico) para utilizar co-
mo acompanhador em suas práticas de educação musical e, ao mesmo tempo,
de conhecer e praticar modos de ensino desse instrumento, caso deseje.
Nosso material foi organizado em cinco ciclos:
Não se limite ao que é dado; busque, investigue e avance com seu próprio co-
nhecimento no instrumento e em estratégias educacionais!
Bons estudos!
2. Informações da Disciplina
Ementa
A disciplina apresenta ao aluno, futuro
educador musical, as amplas possibilidades sonoras e pedagógicas do violão
como instrumento musicalizador; de�ne e contextualiza o instrumento, consi-
derando suas potencialidades sonoras e criativas na educação musical, justi�-
cando sua importância para a formação do educador; descreve técnicas e ha-
bilidades básicas necessárias ao desenvolvimento técnico-instrumental no
violão por meio de descrição de exercícios, como possibilidades posturais, uti-
lização das mãos, dedos e unhas para atingir sonoridade esperada, modos de
a�nação do instrumento; apresenta, ainda, acordes maiores básicos e possí-
veis acompanhamentos em diferentes formatos, como batidas e dedilhados,
valorizando a aprendizagem gradual do aluno, por meio de repertório musical
popular brasileiro e da discussão de métodos de ensino do instrumento consi-
derando seus aspectos didáticos. No tocante à formação do educador, instiga a
criação de diferentes ritmos, gravação de seus estudos e problematização do
ensino musical coletivo como potencial no cotidiano escolar, foco de atuação
do licenciado.
Objetivo Geral
Os alunos da disciplina , na modalidade
EaD do Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferra-
mentas, serão capazes de conhecer o violão como instrumento musicalizador,
bem como suas potencialidades para utilizá-lo como facilitador no ensino
musical. Para isso, contarão com o material na plataforma, bem como vídeos
complementares e links de outras referências bibliográ�cas eletrônicas.
Objetivos Especí�cos
• Apresentar o violão como um instrumento musicalizador para o educa-
dor musical, valorizando suas potencialidades e o ensino coletivo musi-
cal na educação escolar.
• Contextualizar o violão brasileiro.
• Relacionar diferentes escritas e leituras de códigos para o instrumento,
para além da partitura musical tradicional.
• Possibilitar o desenvolvimento de habilidades técnicas iniciais no instru-
mento.
• Apresentar repertórios adaptados para acordes e ritmos propostos.
• Problematizar métodos de ensino de violão, suas práticas na educação
básica e projetos sociais e adaptações pedagógicas.
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Objetivos
• Conceituar instrumento musicalizador.
• Conhecer a história e a do violão.
• Identi�car os principais aspectos para o estudo no violão: conscientiza-
ção corporal, organização e prática musical.
Conteúdos
• Conceito de instrumento musicalizador.
• História do violão.
• Organologia do violão.
• Partes do violão.
• Consciência corporal no violão.
• Posição e posicionamento das mãos.
• Como cuidar das unhas.
• Como se sentar.
• Organização de estudo instrumental.
• A�nação do instrumento.
Problematização
O que é instrumento musicalizador? O que você entende por violão? Qual a
capacidade musical desse instrumento para sua formação como educador(a)
musical? De que material o instrumento é feito? Para que serve? Por que seu
corpo deve se desenvolver de maneira consciente para a prática do instru-
mento? Quais alongamentos poderá fazer antes e depois de praticar violão?
Como lixar as unhas para uma boa ? Como a�nar o instrumento?
Para muitos, o violão será um instrumento novo a ser aprendido; então, paci-
ência e persistência são palavras-chaves se você está tendo seu primeiro
contato com ele.
Portanto, crie um ambiente motivador para seus estudos e marque esse com-
promisso com você mesmo.
1. Introdução
Musicalizar é um processo individual e coletivo ao mesmo tempo. Portanto,
exige interação entre professores e alunos, alunos e alunos, alunos e som.
Nessa última dinâmica, percebemos possibilidades de ampliação, no sentido
de que o som vem de muitas fontes: do corpo, dos objetos, dos instrumentos.
Assim, focaremos o conteúdo deste ciclo na compreensão do violão como ins-
trumento musicalizador no sentido de promover experiências sensório-
auditivas com o instrumento partindo de uma ação pedagógica e musical que
é necessariamente individual e precisa ser considerada na sua formação en-
quanto educador(a) musical.
Vamos começar?
Considere que vem do "sentir" a relação do indivíduo com a música (seus gos-
tos, suas práticas, sua interação com a arte). O mesmo se relaciona em peque-
nos grupos de acordo com o que sente culturalmente, ou seja, participa de gru-
pos vinculados a estilos musicais, como rap, funk, MPB ou de grupos em que
as pessoas são ecléticas no tocante a gêneros musicais e isso de�ne os lugares
que frequentam, as apresentações culturais que buscam assistir e o convívio
social. Desse modo, a música é sentida em sociedade, em pequenos grupos,
formando uma rede social de cultura, que vai se modi�cando ao longo do tem-
po e com os avanços tecnológicos.
Visto que o sentir estimula essas relações com a música, temos uma trajetória
estabelecida: pessoa -> grupo -> sociedade.
De acordo com Penna, em seu livro Música(s) e seu ensino, a realidade da mú-
sica a ser vivenciada deve ser expandida para além da música - só assim trará
criticidade para compreender essa vivência no mundo que a cerca. Mais uma
vez, vemos a relação indivíduo - grupo - sociedade.
Segundo a autora,
É nesse sentido que convidamos você a experimentar o violão, sentir, fazer, criar,
para então considerar as potencialidades que ele tem a lhe oferecer, tanto como ser
humano quanto como educador(a).
Uma de�nição de Odair Assad, muito importante e inspiradora para você que
lida com relações humanas, seja aluno-aluno, seja professor-aluno, é a seguin-
te:
E o que é tocar? [...] É estar ali e aproveitar aquele momento. Tocar ali e o que vier é
o melhor que pode vir e você aproveita aquele momento. Intuição, por exemplo, que
o brasileiro tem muito e de que se fala pouco. E a intuição é genial (ASSAD apud
TAUBKIN, 2004, p. 141).
Para obter êxito em seus estudos, em alguns momentos, você terá oportunida-
de de responder questões que avaliarão o seu aprendizado. Assim, vejamos se
está no caminho certo, respondendo à questão a seguir:
Há uma frase famosa que diz que "o violão é uma orquestra em miniatura" e
que tenha sido dita por Beethoven. O sentido é que o violão é um instrumento
rico em timbres, assim como a composição de uma orquestra de câmara, por
exemplo. E, para complementar a de�nição do instrumento, a seguir, apresen-
taremos depoimentos de consagrados violonistas brasileiros em atividade, a
�m de aguçar um pouco a sua vontade de aprender violão:
O violão está enraizado na cultura brasileira. E o principal: no Brasil, você não tem
como separar o violão erudito do popular. Isso é histórico, não sei se acontece em
outro país, mas a tradição do violão brasileiro é solista, com caráter popular
(ANTUNES in TAUBKIN, 2004, p. 130).
Acho que no Brasil temos o privilégio de não ter nenhuma barreira muita nítida en-
tre o violão popular e o violão clássico. A barreira não é tão nítida, se você pensar,
por exemplo, no Paulo Bellinati e no Marco Pereira. São pessoas que têm um treina-
mento clássico muito sólido, mas uma vivência com a música popular tão sólida
quanto. Então, acho que nessa área, o Brasil vai muito bem.
Badi Assad (in TAUBKIN, 2004, p. 123) considera o violão um instrumento vi-
vo, que possui contato corporal intenso:
[...] A madeira está viva. Ela respira. Se está frio, ela sente, se está calor, ela sente. E
é você que faz o som. Sua unha vai interferir, o modo com que você pega, a força.
Então, o violão possibilita uma parte física, que também contribui para que eu colo-
que a alma feminina. [...] Você vira uma coisa só com o que está tocando.
Com base nos conceitos mencionados, você pode notar como é vasta a gama
de possibilidades que esse instrumento nos apresenta. Isso faz do violão uma
ferramenta companheira e de fundamental importância no processo de musi-
calização.
Está preparado(a) para uma viagem histórica? Vamos saber de onde vem o vi-
olão, esse instrumento tão popular em nosso país e tão companheiro na cami-
nhada da educação musical.
Da mesma forma, o violão é projetado por partes para que o conjunto todo pos-
sa produzir os sons esperados e para que possa ter diversas possibilidades so-
noras, com seus timbres especí�cos.
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content/uploads/sites/1212/2020/01/C1-F3.png) elaborada pelas autoras.
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content/uploads/sites/1212/2020/01/C1-F6.png) elaborada pelas autoras.
Agora, convidamos você a pegar seu violão e falar os nomes de suas par-
tes em voz alta para que traga à consciência essa composição.
Se você ainda não tem seu violão, veja alguns vídeos em sites de busca,
como o YouTube, e vá olhando para o violão e repetindo suas partes.
Até a metade do século 18, a família dos alaúdes era a principal representa-
ção dos instrumentos de cordas beliscadas; ela esteve nos mais elevados
patamares da sociedade e da arte musical.
Com o surgimento do piano, desponta, também, uma nova maneira de enca-
rar a música, interpretá-la no cenário musical e social. Com isso, um novo
instrumento ganhou visibilidade: a guitarra mediterrânea (ou violão, como
nós a conhecemos).
Geralmente, suas laterais e fundo são feitos de madeira dura e sonora, como
o jacarandá. O tampo pode ser feito de pinho ou cedro, possibilitando dife-
rentes timbres e resposta sonora. No braço, para a escala, normalmente se
usa o ébano, uma madeira dura, capaz de re�etir o som. Os trastes de metal
separam as casas por semitons.
É importante que você ouça a explicação sobre o som real das notas no vio-
lão acompanhando o podcast "Instrumento Transpositor de oitava".
O historiador José Ramos Tinhorão (apud TAUBKIN, 2004) a�rma que esse
instrumento foi trazido para o Brasil pelos jesuítas, com a �nalidade de ca-
tequizar os índios. Hoje em dia, é um instrumento usado para um repertório
solo de concerto ou como acompanhador de canções, grupos de choro e até
mesmo práticas de ensino de música.
Vídeos complementares
Sempre que o som não lhe agradar, tente parar, observar seu corpo e veri-
�car o que poderá mudar para auxiliar na emissão de um som mais lim-
po.
Vamos mencionar algumas dicas que poderão ajudar. O som está intima-
mente ligado à forma como são lixadas e usadas as unhas.
A mão esquerda deve sempre estar com as unhas cortadas. Se elas esti-
verem compridas nessa mão, você terá problemas na digitação das notas
e no posicionamento para formação dos acordes.
Depois de lixar, se possível, use uma lixa de polimento para tirar todo ex-
cesso que �cou. A superfície deve �car lisa, para deslizar perfeitamente
nas cordas.
Com a prática, você será capar de observar se deve ter unhas um pouco
mais curtas ou ligeiramente mais compridas. Isso vai depender do for-
mato de sua mão e de como posicionará o instrumento na frente do cor-
po.
Ver a posição em que Alexandre Moschella coloca seu violão pode causar
até certo estranhamento, considerando as posições tradicionais que já vi-
mos. Porém, é importante que você caracterize o instrumento como uma
extensão do corpo, de modo que conforto, agilidade, relaxamento muscular
e sonoridades sejam possibilidades efetivas.
O músico a�rma:
A principal razão prática que me levou a adotar a postura foi a liberação do bra-
ço direito. Na posição tradicional, o braço direito do instrumentista permanece,
na maior parte do tempo, apoiado sobre o corpo do violão - o que pode ser um
conforto, mas também pode limitar a quantidade e o alcance dos movimentos
possíveis. Liberando-se o braço direito, pode-se obter uma gama maior de movi-
mentos. O impulso para a produção do som no violão não mais se limita ao ante-
braço e à mão. O som passa a resultar da força, do peso e dos movimentos do
braço inteiro, com a participação do ombro e do tronco. Na verdade, o som passa
a resultar de uma interação que envolve o corpo inteiro, uma vez que não existe
mais nenhum obstáculo físico entre o corpo e o instrumento (MOSCHELLA,
2015).
• Se você tem média ou baixa estatura, procure um violão que não tenha a cai-
xa acústica tão larga e extensa, assim, você conseguirá acomodá-lo melhor
ao seu corpo.
• As cordas de nylon são mais macias se você estiver iniciando seus estudos;
por isso, indicamos que escolha estas, mas não há problemas em tocar em
um violão com cordas de aço, considerando que, nesta disciplina, não apro-
fundaremos técnicas especí�cas para violão erudito. Importante: se você
possui um violão de cordas de aço, não troque por cordas de nylon, pois pre-
judicará seu instrumento. Da mesma forma, não coloque cordas de aço em
um violão feito para cordas de nylon, pois poderá empenar o braço do seu
instrumento e comprometer até mesmo o cavalete.
• A espessura do braço do violão também pode ser grande para quem tem de-
dos curtos. Escolha o violão mais confortável para você tocar.
• Guitarra elétrica não é o mesmo instrumento que violão. Inclusive, a posição
corporal não é a mesma. Por isso, se você já toca guitarra, pedimos que, para
sua experiência na disciplina, utilize um violão.
• Você poderá tomar emprestado ou adquirir um violão. Se for comprar, bus-
que pelo instrumento que esteja dentro de suas possibilidades neste momen-
to. Há marcas muito boas de violões considerados "para iniciantes", com
bom custo-benefício.
• A única diferença entre os violões eletroacústico e acústico, é que o primeiro
tipo poderá ser captado e ampli�cado (em uma caixa de som ampli�cadora
ou uma mesa de som). Então, se tiver um violão eletroacústico ou acústico,
poderá utilizá-lo nesta disciplina.
• Lembre-se: você tem que gostar do instrumento - se for a alguma loja, não se
deixe levar por indicações de outras pessoas ou vendedores. Escolha o que
mais lhe agradar e for possível para você.
Agora você já tem os elementos para escolher seu violão e o que quer dele.
Será muito importante ter um violão à sua disposição, de madeira, se possí-
vel, não pintada (pois as madeiras não pintadas têm melhor som) e com
cordas de nylon. Há marcas brasileiras com ótima qualidade para inician-
tes. Sobre as cordas, as marcas importadas são mais indicadas. Use sempre
as com tensão alta, pois o som sairá melhor.
• Sentar-se com o corpo para frente, usando a metade direita de uma ca-
deira sem braço.
• Colocar o pé esquerdo em um banquinho (apoio) de, aproximadamente,
14 centímetros de altura (isso varia de acordo com a altura e o compri-
mento das pernas de cada pessoa, mas busque o equilíbrio entre colu-
na, braços, pernas e violão).
• A coluna deve ser o seu centro de atenção e sua base de apoio. Evite gi-
ros e tensões. Sua concentração e qualidade no estudo dependem, dire-
tamente, da posição que encontrar para estudar.
Porém, no seu dia a dia como educador, muitas vezes, você precisará se sen-
tar no chão, cruzar as pernas com o violão no colo e acompanhar as crian-
ças cantando, tocando �auta ou mesmo tocando todos juntos em roda.
Mesmo sentado no chão, você precisará adaptar-se e sentir a melhor ma-
neira de acomodar o instrumento em seu corpo. Veja uma forma de se sen-
tar quando estiver dando aulas para crianças ou bebês na Figura 10:
Agora, pensemos nas posições das mãos. Vamos iniciar pela mão direita -
pensando em um violonista destro; caso você seja canhoto(a), trataremos de
sua mão esquerda.
Assim como para a mão direita, você deve manter o posicionamento e rela-
xamento natural da mão esquerda. Novamente, de acordo com o professor
Henrique Pinto (1978):
Agora que �nalizamos o conteúdo deste tema, con�ra como está o seu
aprendizado, respondendo à questão a seguir:
5. Considerações
Neste ciclo de aprendizagem, você pôde conhecer e compreender o termo
"instrumento musicalizador", para então, relacioná-lo ao instrumento.
Aprender ou ensinar violão, como foi abordado, necessitará que você com-
preenda que a contextualização do instrumento e técnicas de estudo são
imprescindíveis para o processo musicalizador de cada indivíduo, inclusive
o seu.
Porém, não pare por aqui, pesquise! Um(a) professor(a) deve ter a investiga-
ção como sua aliada no sentido de compreender a in�nidade do saber e atu-
alizar seu conhecimento constantemente.
No próximo ciclo, estudaremos as técnicas básicas para que você possa uti-
lizar o violão como instrumento acompanhador em diferentes práticas de
ensino. Portanto, se este é seu primeiro contato com o instrumento, não se
cobre tanto em relação à sonoridade - com treino e persistência, você verá
que �cará cada vez melhor!
Vamos lá?!
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Objetivos
• Identi�car os aspectos principais a realizar no instrumento: melodia,
harmonia e ritmo.
• Conhecer e exercitar técnicas de mão direita e mão esquerda no violão.
• Conhecer, identi�car e treinar os primeiros acordes no instrumento: D
(Ré maior) e A (Lá maior).
• Identi�car as possibilidades rítmicas para o acompanhamento de can-
ções e cantigas.
Conteúdos
• Melodia no violão.
• Harmonia no violão.
• Ritmo no violão.
• Acordes de D (Ré maior) e A (Lá maior) em primeira posição, no violão.
• Exercícios técnico-instrumentais.
• Acompanhamento de canção e cantiga com violão.
Problematização
Quais as possibilidades no violão? O que é melodia, harmonia e ritmo no vio-
lão? Como fazer? Quais as técnicas e habilidades básicas necessárias para
tocar o instrumento? Como executar o acorde de D (Ré maior) e A (Lá maior),
em primeira posição, no braço do violão? Como acompanhar uma canção ou
cantiga no instrumento?
Orientação para o estudo
Caro aluno, o ciclo anterior convidou você a conhecer este instrumento tão
rico, que é o violão. Neste ciclo, convidamos você a praticar! Como futuro(a)
educador(a) musical, você poderá utilizar o violão de muitas maneiras e, para
iniciar essa jornada, deve conhecer as técnicas e habilidades básicas que de-
verá desenvolver.
Separe, ao menos, de 5 a 10 minutos por dia para sua prática; é preciso ser
diário, ok? Só assim você terá êxito e seu corpo criará a consciência necessá-
ria para as técnicas aqui abordadas.
De nada adianta você apenas ler este ciclo. Nosso desejo é que o pratique!
É essencial que você busque ler atentamente todos os materiais aqui forneci-
dos, para que possa se apropriar dos conteúdos estudados de forma autôno-
ma e consciente. Lembre-se de assistir aos vídeos complementares dispostos
ao longo deste ciclo.
1. Introdução
Todas as técnicas e habilidades necessárias para tocar um instrumento musi-
cal só podem ser desenvolvidas pelo próprio aprendiz, em seu processo de
, portanto, você é que se desenvolverá durante este estudo.
A melodia é uma sucessão de notas que pode ter ou não um ritmo de�nido,
mas o mais importante é que ela sonoriza uma ideia musical, com começo,
meio e �m; com perguntas e respostas. Na Música Ocidental, a melodia pode
conter tensões e relaxamentos e obedece a um campo harmônico existente.
É importante que você saiba que poderá combinar todos esses aspectos, mas
lançaremos um holofote sobre cada um para que você tenha consciência do
que, especi�camente, está desenvolvendo.
Denominamos "técnica de mão direita" a técnica responsável pela mão que irá realizar o
acompanhamento no violão. Se você é canhoto(a), será sua mão esquerda que fará essa função, então será
necessário inverter a posição do violão.
São muitas as opções para mão direita e, em cada uma delas, existem técnicas
para desenvolvimento motor. Você pode tocar por meio de palhetadas (utili-
zando uma palheta), tocar com dedilhado (utilizando os dedos polegar, indica-
dor, médio e anelar), por meio de puxadas nas cordas (cuja técnica se baseia
em puxar as cordas simultaneamente com os dedos que utilizamos na técnica
de dedilhado), e batida (na qual usamos, geralmente, polegar para baixo - nos
tempos fortes -, indicador e combinações entre indicador, médio e anelar para
dar movimento e sonoridades crescentes ou decrescentes).
Segundo o professor Henrique Pinto (1978), há alguns princípios aos quais de-
vemos nos ater:
Assim como para a mão direita, você deve manter o posicionamento e relaxa-
mento natural da mão esquerda. Novamente de acordo com o professor
Henrique Pinto (1978):
No ciclo 1, você conheceu quais cordas compõem o violão tradicional (de seis
cordas), mas vamos relembrar. As cordas do violão são contadas da mais agu-
da para a mais grave, ou seja:
• Mi 1ª corda (aguda).
• Si 2ª corda.
• Sol 3ª corda.
• Ré 4ª corda.
• Lá 5ª corda.
• Mi 6ª corda (grave).
Nosso convite é para que você pegue seu violão e compare as sonoridades pa-
ra a�nar, se for preciso.
Pela praticidade, hoje em dia há diversos aplicativos que você pode ter no celular,
de forma gratuita, para auxiliar nesse processo de a�nação.
Indicaremos dois:
Convidamos você a fazer o download de um deles para que esteja com o a�nador
em mãos quando for praticar violão.
Utilizando um diapasão:
Agora que você relembrou as notas das cordas soltas e a�nou seu instrumen-
to, vamos tocar?
Nele você utiliza os dedos separada ou simultaneamente, para tocar nas cor-
das do violão.
O exercício a seguir (Figura 3) envolve apenas tocar as notas das cordas soltas
do violão, sem uma duração estabelecida
Mariani (2002, p. 42).
Após tocar por três vezes, estabeleça um ritmo. Quanto tempo durará cada no-
ta? Toque com essa duração estabelecida.
Agora você terá uma terceira tarefa: crie uma célula rítmica e distribua as no-
tas como quiser. Você pode repetir uma ou mais notas, retirar da sequência,
diminuir o andamento. Neste momento, você já está criando uma canção, en-
tão execute essa atividade com o máximo de comprometimento que conse-
guir.
Feita essa criação, você pode escrevê-la e compartilhar com seus colegas no
correio da SAV (apenas se quiser, pois não é uma tarefa avaliativa).
O que queremos que você perceba é que já pode fazer música, apenas dando
ritmo às notas de cordas soltas do violão. Portanto, sim: em uma aula de
Música, de violão, de qualquer instrumento, precisamos fazer música, trans-
formar estudo técnico em música; caso contrário, perdemos o objetivo princi-
pal.
Vamos, agora, conhecer um outro padrão para estudar rítmica na mão direita
do violão: as palavras ou frases atreladas à duração.
Bom, vamos lá! Pratique a música Lero Lero, também do material O equilibris-
ta das seis cordas: método de violão para crianças.
Pode ser que surja uma dúvida sobre como abafar a nota para deixar de soar:
resumidamente, é só você apoiar novamente o dedo na corda, e a mesma ces-
sará a vibração e o som.
Vamos fazer agora uma pausa para um exercício autoavaliativo, para você ve-
ri�car se compreendeu os conteúdos tratados até aqui.
Esse exercício visa à dissociação dos dedos indicador, médio e anelar por
meio das cordas Sol, Si e Mi do violão.
Nos compassos 16, 17, 18 e 19, você poderá ver exemplos de puxadas nas cor-
das, ou seja, cordas que soarão simultaneamente.
Com essa batida, você poderá tocar músicas com ritmo binário. Observe a
Figura 6.
(https://mdm.claretiano.edu.br/insmusvio-g03189-2021-02-grad-ead/wp-
content/uploads/sites/1212/2019/11/C2-F6.png) elaborada pelas autoras.
Com essa batida, você poderá tocar músicas com ritmo ternário.
no caso de som crescente, o sentido das cordas a serem tocadas é das graves para as
agudas; no de som decrescente, é das agudas para as graves.
Observe a Figura 7.
(https://mdm.claretiano.edu.br/insmusvio-g03189-2021-02-grad-ead/wp-
content/uploads/sites/1212/2019/11/C2-F7.png) elaborada pelas autoras.
Com essa batida, você poderá tocar músicas com ritmo quaternário.
(https://mdm.claretiano.edu.br/insmusvio-g03189-2021-02-grad-ead/wp-
content/uploads/sites/1212/2019/11/C2-F8.png) elaborada pelas autoras.
Agora, veremos um ritmo com mais swing, o de balada. Assista ao vídeo a se-
guir:
Após assistir ao vídeo, perceba que a independência dos dedos é muito impor-
tante para você compreender o espaço entre as cordas em seu violão e desen-
volver sua coordenação, visto que, na mão esquerda, o movimento será de
"apertar", diferentemente dos movimentos que você fez com a mão direita.
Com os acordes, você poderá treinar essas técnicas de batidas (ver "Técnica
de mão esquerda para destros(as)", nosso próximo tópico).
Denominamos "técnica de mão esquerda" a responsável pela mão que irá realizar
a melodia e harmonia no violão. Se você é canhoto(a), será sua mão direita que fa-
rá essa função, então será necessário inverter a posição do violão.
(https://mdm.claretiano.edu.br/insmusvio-g03189-2021-02-grad-ead/wp-
content/uploads/sites/1212/2019/11/C2-F10.png) elaborada pelas autoras.
Da mesma forma como para a mão direita, você deve manter o posiciona-
mento e relaxamento natural da mão esquerda. Novamente, de acordo com
o professor Henrique Pinto (1978):
Assista ao vídeo a seguir e observe como deve ser o uso das duas mãos. Em
seguida, observe atentamente a Figura 11.
elaborada pelas autoras.
Agora vamos unir uma técnica de dedilhado com as notas de baixo Mi, Fá,
Sol, Lá, Si e Dó (nas cordas Mi e Lá) do violão.
Assista ao vídeo a seguir, "Arpejo 3 notas". Em seguida, observe a Figura 12,
que demonstra arpejo de 3 notas com baixo.
Você pode treinar essa junção com outros padrões de dedilhados - aproveite para criar.
Uma boa dica de estudo é gravar no celular os treinos e ouvir para acompanhar a evolu-
ção sonora de seu desenvolvimento no instrumento.
Acordes
Você entrará agora no mundo do violão como instrumento acompanhador e
aprenderá a montar e tocar o acorde de Ré Maior (D).
Não se limite às canções apresentadas aqui. No Ciclo 3, você terá mais op-
ções de repertório, porém tente, com o material apresentado, harmonizar
novas canções do seu repertório pessoal ou pro�ssional. Lembre-se de que a
prática diária, com seu violão no colo, fará toda a diferença para melhorar
seu desempenho no curso e na vida de educador(a).
Nomeando os acordes
Podemos formar acordes a partir de cada nota musical. Os acordes são
identi�cados por letras do nosso alfabeto.
Como há sete notas musicais (Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si), usaremos sete le-
tras: A, B, C, D, E, F e G. A nota Lá é usada para a�nar e, por isso, ela corres-
ponde à letra A.
• A, acorde de Lá.
• B, acorde de Si.
• C, acorde de Dó.
• D, acorde de Ré.
• E, acorde de Mi.
• F, acorde de Fá.
• G, acorde de Sol.
• Am, Lá menor.
• Bm, Si menor.
• Cm, Dó menor.
• Dm, Ré menor.
• Em, Mi menor.
• Fm, Fá menor.
• Gm, Sol menor.
• F#m, Fá sustenido menor.
• Bbm, Si bemol menor.
(https://mdm.claretiano.edu.br/insmusvio-g03189-2021-02-grad-ead/wp-
content/uploads/sites/1212/2019/11/C2-F13.jpg) elaborada pelas autoras.
Figura 13 Acorde de D (Ré maior).
Observe que os dedos 1, 2 e 3 devem fazer uma pinça com o polegar e a mão
esquerda não toca no braço do violão.
Ouviu o acorde D? Todas as notas estão soando? Caso o som não esteja bom,
volte sua atenção para a mão esquerda e reposicione os dedos.
Cada um deles deve ser bem preciso ao apertar a corda, não podendo encos-
tar na corda de baixo, do contrário, impedirá que ela vibre e o som �cará
comprometido. A independência de cada mão e a coordenação entre as
mãos direita e esquerda devem ser seus objetivos neste momento.
Siga tocando e se ouvindo até seus ouvidos identi�carem cada nota do acor-
de de D.
Agora você já está apto a tocar e cantar Escravos de Jó. Vamos começar a
treinar com esse acorde? Observe a melodia de Escravos de Jó na Figura 14.
elaborada pelas autoras.
Veja que temos, entre parênteses, um acorde de A (Lá maior). Se você nunca
tocou acordes, pedimos que permaneça apenas em D (Ré maior), então
substitua o A pelo D.
• P - polegar.
• I - indicador.
• M - médio.
• A - anular.
Batida de marcha
Passe as unhas dos dedos I, M e A do grave para o agudo e volte a mão (do
agudo para o grave) com a unha do P uma vez forte e outra fraca.
Dedilhado
A partir dessas possibilidades, deixe sua mão direita inventar um novo rit-
mo. O importante é saber onde estão os tempos fortes. A partir daí, in�nitas
combinações rítmicas serão possíveis. Dê asas à sua musicalidade!
Aproveite essa cantiga para poder pesquisar seu sentido, contexto, criar
uma sonorização e até mesmo novas possibilidades de acompanhamento. É
nesse momento que você pode sair do estado de "estudante" para o de "pro-
fessor", no sentido de pensar quais potencialidades terá com essa cantiga,
quais habilidades poderá desenvolver ou propor aos seus alunos para utili-
zar o violão como um instrumento musicalizador etc.
Vamos encerrar este ciclo com um recado da Profª. Mariana Ament, assis-
tindo ao vídeo a seguir:
5. Considerações
Neste ciclo de aprendizagem, você pôde conhecer as técnicas básicas para
iniciar suas práticas no instrumento. Vimos o quanto o posicionamento das
mãos interfere na e o quanto o treino de repetição auxiliará a
emitir sons com menos ruídos e trastejos.
Vamos lá?!
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Objetivos
• Conhecer os possíveis usos do violão na sala de aula.
• Identi�car trocas harmônicas no repertório musical.
• Conhecer e explorar sonoridades não convencionais no violão.
• Conhecer repertório violonístico para estudo do violão.
• Aprender diferentes escritas para violão.
• Desenvolver prática musical no instrumento.
• Conhecer o sistema Caged.
Conteúdos
• Repertório musical.
• Prática musical.
• Criação musical.
• Repertório violonístico e suas diferentes escritas.
• Sistema Caged.
• Acordes no braço do violão.
Problematização
Quais as particularidades do violão em relação a repertório musical? Como
estudar esse repertório? Como identi�car trocas harmônicas no repertório
musical? Quais são as possibilidades de repertório para a sala de aula? Como
o violão também pode ser um instrumento sonorizador? Quais sonoridades
não convencionais podemos explorar no instrumento? Como memorizar
acordes no braço do instrumento? O que é e como utilizar o sistema Caged?
Desse modo, é importante que a prática seja sua aliada. Só assim, você pode-
rá assimilar os conteúdos, compreender as diferentes escritas para violão e,
ainda, formar seu próprio repertório musical.
Separe ao menos de 5 a 10 minutos por dia para sua prática – mas precisa ser
todo dia, ok? Só assim você terá êxito e seu corpo criará a consciência neces-
sária para as técnicas aqui abordadas.
De nada adianta você apenas ler este ciclo. Nosso desejo é que você o prati-
que!
Para que você possa construir sua jornada de aprendizado de forma autênti-
ca, é imprescindível explorar todos os materiais aqui disponíveis. Assista aos
vídeos indicados neste ciclo e acesse os links de navegação propostos.
Porém, na educação musical, repertório vai muito além: é preciso ter criticida-
de, autonomia e objetivos claros de por que estudar esse repertório, ensiná-lo
ou utilizá-lo.
Portanto, se for realizar uma brincadeira musical, como Escravos de Jó, con-
duza a brincadeira, mas toque a harmonia e cante com os alunos. Diversos
elementos, como tonalidade, arquitetura e progressões harmônicas, já podem
ser trabalhados por meio de uma brincadeira acompanhada pelo instrumento.
Se optar por gravações, evite aquelas muito sintéticas. Opte pelas que apresen-
tam sons reais dos instrumentos musicais, principalmente na primeira infân-
cia.
Por que escolhi essa cantiga ou essa canção? O que os alunos podem aprender
com ela?
Pare um pouco e re�ita sobre a �gura anterior. Com essa música, que você já
sabe tocar, você pode desenvolver com seus alunos aprendizados acerca:
Pois bem, somos seres criativos e necessitamos a�orar essas ideias e práti-
cas para nos constituirmos socialmente. Os próprios instrumentos musicais,
como o violão, são resultados de criações, modi�cações de instrumentos an-
tecessores, como o alaúde.
À medida que manipulamos um objeto (sonoro ou não), temos uma ação so-
bre ele e podemos interferir na produção, ou seja, no resultado sonoro.
Diante disso, você deve compreender o quão importante é irmos além das
convenções, seja no tocante ao instrumento musical, seja a qualquer outro
ensino. De acordo com Bueno (2011, p. 182):
Sugerimos, agora, que você faça uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua
aprendizagem, realizando a questão a seguir.
Caso você já toque violão e dê aulas, sugerimos que leia toda a monogra�a.
• Partitura
Visualmente, você poderá notar que, dentre as três opções de leitura, a que
descreve com detalhes o sistema rítmico da música é a opção com partitura.
As outras necessitam de que o instrumentista já saiba a música para conse-
guir "encaixar" o acompanhamento, considerando tempos fortes e caracte-
rísticas especí�cas. Ou, então, é necessário que haja sempre um(a) profes-
sor(a) compartilhando o ritmo e sendo observado pelo aluno para executar
corretamente.
Portanto, se uma canção tem os acordes de G/B (Sol maior com Si no baixo),
você poderá tocar G (Sol maior), apenas. Se tiver um D7/F# (Ré maior com sé-
tima com baixo em Fá sustenido), você poderá tocar apenas D7. E, aos pou-
cos, poderá ampliar seus aprendizados harmônicos e trazer mais re�namen-
to para o acompanhamento com o violão.
Neste momento, focaremos nas canções e cantigas cifradas, para que, você,
futuro(a) educador(a) musical, possa utilizar o violão em sala de aula, como é
previsto para sua formação acadêmica.
As cantigas podem ser trabalhadas com alunos de diferentes idades, porém, como é previsto que o pro-
fessor especí�co (como é o caso da formação que buscou neste curso) dê aulas em escolas, no Ensino
Fundamental, consideramos que as cantigas têm grande potencial na formação de um repertório coe-
rente com a prática didática esperada.
É sabido, que, para acompanhar uma cantiga ou uma canção em sala de au-
la, você poderá estudar previamente o repertório escolhido. Porém, no pro-
cesso de estudo, é importante que desenvolva sua percepção no instrumen-
to. Assim, identi�car trocas harmônicas e realizá-las deve fazer parte da-
quela sequência de estudos que propomos no ciclo anterior.
Vamos lá?
Após estudar, treinar e tocar essas últimas cantigas, convidamos você a co-
locar os acordes de D e A nas próximas que se seguem.
Neste momento, você seguirá o mesmo padrão de estudo das canções apre-
sentadas nos Ciclos 1 e 2. Porém, agora, vamos aprender o acorde de G (Sol
maior).
Vamos lá:
O acorde de Am
O acorde de Am é formado da seguinte maneira:
O acorde de Dm
Para formar o acorde de Dm, siga os passos:
O acorde de Em
Para formar o acorde de Em, siga os passos:
Desejamos que você pratique, pratique e pratique! Aos poucos, com persis-
tência, vai �cando mais fácil e seu som será cada vez mais limpo, você vai
ver!
Até aqui você aprendeu os acordes primários (que são feitos nas primeiras
casas do violão e aproveitam as cordas soltas para que o acorde soe) e per-
ceberá que, a partir deles, você conseguirá caminhar pelo braço do instru-
mento, fazendo outros acordes.
Vamos prosseguir, então, com o conteúdo sobre pestana. Esta nada mais é
do que um conjunto de cordas que precisam ser pressionadas ao mesmo
tempo, em uma mesma casa.
Se você quer saber alguns "truques" para desenvolver melhor sua pestana,
acesse a videoaula do professor Heitor Castro (2019), no YouTube, pois ele
compartilha dicas preciosas quanto a angulação do dedo que fará a pestana,
força e posição na casa.
Considerando a possibilidade de utilizá-la, você consegue realizar muitos
outros acordes partindo dos primários que aprendeu.
Porém, isso nem sempre é viável para tocar uma música inteira, porque �ca
difícil "correr" as casas para chegar no acorde desejado ou então não "com-
bina" com a altura da melodia, porque o acorde pode �car muito agudo ou
muito grave.
Compreendeu?
Compreendeu?
A ideia é que você utilize os desenhos dos acordes que estão nesta sequên-
cia - C, A, G, E, D - para construir qualquer acorde. Ou seja, se você quiser fa-
zer um acorde de Dó maior, poderá encontrá-lo, facilmente, no braço do ins-
trumento, com os desenhos de Lá maior, Sol maior e Ré maior, entendeu?
Na casa 3, temos uma nota Dó. Se você �zer uma pestana ali e realizar o de-
senho de Lá (segundo acorde do sistema Caged), terá o próximo dó maior, e
assim por diante, podendo realizar o acorde de Dó até o desenho de Ré mai-
or, desde que encontre a fundamental do acorde.
Além dos vídeos de Leandro Kasan, sugerimos que assista à aula do profes-
sor Faleiro (2019), na qual também se explica muito bem o sistema Caged.
Você não precisa saber todos os sessenta acordes possíveis no braço do vio-
lão, mas tente treinar pelo menos uma possibilidade diferente de cada um
dos acordes primários que aprendeu neste ciclo. Isso trará maior autonomia
para utilizar esse instrumento como acompanhador em suas práticas
educativo-musicais.
Sugerimos, agora, que você faça uma pausa na sua leitura e re�ita sobre sua
aprendizagem, realizando a questão a seguir.
5. Considerações
Neste ciclo de aprendizagem, você pôde conhecer possíveis usos do violão
no tocante ao repertório. Vimos que esse instrumento pode ser utilizado pa-
ra sonorizações, acompanhamento de cantigas e brincadeiras musicais,
além de ser um companheiro prático para seu dia a dia enquanto profes-
sor(a).
Imagine um adolescente querendo tocar uma música que faz parte do seu
nicho social de identidade, de sua banda preferida: essa vontade move todo
e qualquer obstáculo de técnica que ainda não tenha sido desenvolvida.
Esse adolescente "pula" os acordes que ainda não sabe, faz reduções de um
acorde D/F# para um D, simpli�ca o dedilhado porque ainda não tem agili-
dade para conseguir tocar o original e, ainda, aprende "aquela" parte do solo
que todos os seus amigos sabem (porque não consegue tocar todo o solo), só
para poder �car tocando milhões e milhões de vezes quando os encontra,
depois do almoço, antes de dormir... até conseguir!
É assim que você deve se imaginar! É assim que deve ser seu estudo: moti-
vado pela curiosidade e repleto de signi�cado.
Vamos lá?
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Objetivos
• Compreender o que é mediar a aprendizagem.
• Conhecer aspectos didáticos do violão.
• Identi�car o papel do professor em sala de aula.
• Conhecer e aplicar estratégias de ensino do instrumento.
Conteúdos
• Mediação da aprendizagem.
• Estratégias de ensino de violão.
• Didática do instrumento musical.
• Ensino e aprendizagem de instrumentos musicais.
Problematização
O que é mediar a aprendizagem? Qual o papel do educador musical na sala
de aula? Como posso ensinar violão mesmo não sendo violonista? Quais os
aspectos didáticos do violão na educação musical? Quais as possíveis estra-
tégias lúdicas para o ensino do instrumento? Como posso ampliar o conheci-
mento musical do(s) meu(s) aluno(s) utilizando o violão?
1. Sabendo seu papel enquanto professor, poderá ampliar sua visão sobre o
instrumento (para além do aprender acordes e acompanhamentos).
2. Poderá re�etir e criar estratégias de ensino de forma autônoma com o
violão.
Para a efetividade deste estudo, lembre-se de ler, ver e ouvir tudo o que for
proposto e manter a constância. Sempre que tiver dúvidas ou sentir necessi-
dade, retome os conteúdos dos outros ciclos para ajudar você a traçar raciocí-
nios esperados, pois tudo está interligado.
Vamos lá?
1. Introdução
Enquanto professores, nosso dever é mediar a aprendizagem de nossos(as)
alunos(as).
Para cada locus, é necessário olhar para a realidade, o contexto e, partindo de-
le, compreender seu papel e, então, traçar suas estratégias de ensino.
Aqui falaremos da escola, pois é previsto, por lei, que os licenciados em áreas
especí�cas assumam esse espaço em sua prática pro�ssional.
Parece um tanto romântica essa de�nição, mas não é. Pense comigo! Uma ati-
vidade de apreciação musical com objetivo de que os alunos reconheçam ins-
trumentos musicais da obra, o contexto histórico desta e possíveis relações
com outros gêneros e linguagens artísticas potencializa o desenvolvimento do
conhecimento:
Será que você compreendeu todo o conteúdo estudado neste tópico? Veri�que
sua aprendizagem, realizando a questão a seguir.
Ament (2015) aprofunda esse conceito e entende que não há uma de�nição es-
pecí�ca, a�rmando que "[...] um conjunto de características descreve o concei-
to e está intimamente ligada às qualidades [...] como respeito, convivência, au-
tonomia, diálogo, entre outras características que possibilitam o processo de
aprender e ensinar" (AMENT, 2015, p. 47).
Ou seja, não se trata de algo técnico, e sim de vivência, experiência. Cada pro-
fessor vai criando estratégias de ensinar de acordo com suas vivências.
Se você compreendeu isso, entenderá com maior clareza por que pode ensinar
violão mesmo não sendo violonista. A licenciatura em Música tem o papel de
"iniciar" experiências musicais diversas com todas as pessoas que se colocam
em situações de ensino e aprendizagem, principalmente na escola regular, na
Educação Básica. Então, um de seus papéis é oferecer a seus alunos experiên-
cias com instrumentos musicais, por meio de ampliações de repertório, escuta
ativa, criação musical e muitos outros conteúdos que já sabemos.
Nosso cérebro necessita de estímulos que nos façam querer estudar um ins-
trumento, conhecer uma música, tocar em conjunto e uma série de in�nitas
possibilidades que envolvem o fazer musical. Porém, é necessário que seja
atrativo, que proporcione prazer, que nos chame a atenção. Caso contrário, se-
rá uma experiência que "passa", que não �ca na memória, que não será carac-
terizada como um aprendizado efetivo. Desde crianças a idosos, todos preci-
sam de estímulos, de ludicidade.
Lydia Hortélio (2004) diz que o brinquedo desperta o lúdico. Nesse sentido, o
violão ocupa o espaço do brinquedo, que pode ser explorado, criado, modi�ca-
do, imaginado.
00:00 00:00
Talvez esteja pensando que esses conhecimentos sejam conteúdos que podem
ser trabalhados com qualquer instrumento musical. Sim, você está correto(a)!
Porém, como o violão é um instrumento acessível, ganha destaque para que
você, enquanto professor(a), possa ensinar todos esses conteúdos por meio de-
le.
Como exposto no podcast da questão autoavaliativa, são necessários �exibili-
dade de planejamento da parte do(a) professor(a), contextualização personali-
zada, de acordo com o desenvolvimento humano dos alunos e um certo fee-
ling - um pressentimento para aproveitar a reação, sugestões e situações que
os alunos oferecem durante o ato educativo, de modo que seu planejamento
possa ser todo modi�cado, mantendo-se, ainda, o mesmo objetivo de aprendi-
zagem, mas trazendo maior signi�cado às experiências que ocorrem no "aqui
e agora" da sala de aula, possíveis apenas com "aqueles" alunos. Percebe o
quanto a ação docente é uma mistura de saberes pedagógicos, experiência e
ação?
Como você viu, Ament desenvolveu essas estratégias ao longo de sua carreira
docente, observando e re�etindo sobre as necessidades dos alunos, as di�cul-
dades de aprendizado musical e os anseios, a �m de trazer mais sentido à prá-
tica desses alunos.
Ao classi�car diferentes métodos pedagógicos, Bru (2008, p. 38) a�rma que "to-
da pedagogia se articula sobre uma relação privilegiada entre dois de três ele-
mentos (o saber, o professor e os alunos)".
Para encerrar este ciclo de aprendizagem, vamos testar novamente nossos do-
mínios acerca do conteúdo respondendo a questão a seguir.
4. Considerações
Neste quarto ciclo de aprendizagem, você pôde compreender o que é mediar a
aprendizagem, conhecer os aspectos didáticos do violão, identi�car o papel do
professor em sala de aula e conhecer algumas das diversas estratégias de en-
sino utilizando o violão, apresentadas pela professora Mariana Ament.
Neste caminho, você irá construindo sua identidade docente. Esperamos que
o violão faça parte dela.
Vamos lá?
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Objetivos
• Compreender quais as possibilidades de atuar com educação musical
por meio do violão.
• Conhecer aspectos do ensino coletivo de violão.
• Identi�car potenciais e di�culdades do ensino coletivo de violão no
Brasil.
• Conhecer estratégias do ensino coletivo de violão.
Conteúdos
• .
• Estratégias de ensino de violão.
• Ensino coletivo de instrumentos musicais.
• Ensino coletivo de violão.
Problematização
Quais as possibilidades de atuar com educação musical por meio do violão?
Quais são os aspectos do ensino coletivo de violões? Quais as suas caracterís-
ticas principais? Quais são as potencialidades e di�culdades do ensino coleti-
vo de violão no Brasil? Quais as estratégias do ensino coletivo de violão? Qual
o papel do educador musical nesse tipo de ensino?
Lembre-se de que, durante o estudo deste ciclo, você deve aprofundar seus
conhecimentos nos conteúdos, lendo, ouvindo e assistindo aos materiais au-
diovisuais dispostos para a maior efetividade de seus estudos. Retome os
conteúdos quando achar necessário e mantenha a constância nos estudos.
Vamos lá?
1. Introdução
Para cada locus de atuação, é necessário um olhar atento para a realidade, ou
seja, para o contexto. Esse ato responsável tem a ver com respeito aos educan-
dos. De acordo com Paulo Freire (1996), o rigor e a criticidade docente envol-
vem esse exercício:
Não é possível respeito aos educandos, à sua dignidade, e seu ser formando-se, à
sua identidade fazendo-se, se não se levam em consideração as condições em que
eles vêm existindo, se não se reconhece a importância dos "conhecimentos de ex-
periência feitos" com que chegam à escola. O respeito devido à dignidade do edu-
cando não me permite subestimar, pior ainda, zombar do saber que ele traz consigo
para a escola (FREIRE, 1996, p. 64).
Nesse sentido, sejam quais forem as indicações apresentadas neste ciclo, você
precisa adaptá-las a seu contexto educativo.
Seja qual escolher, você poderá criar ações pedagógicas coletivas com o vio-
lão. O termo "ensino em grupo" ou "ensino coletivo" podem ser encontrados
em pesquisas e publicações como as de Cruvinel (2003), Galindo (2000), Leme
(2012), Tourinho (1995), Braga (2009) etc.
De acordo com Braga (2009, p. 40), "uma aula coletiva de instrumento requer
um professor competente em organizar situações de aprendizagem de modo a
propiciar que todos participem das atividades realmente em conjunto".
Apreciação musical
Veja o solista Yamandu Costa falando e participando do projeto "A�nando a vi-
da - Brejeiro" - Orquestra de Violões da Fundação Nova Vida, um projeto de en-
sino e prática coletiva musical.
Ensinar por meio do violão pode ser uma experiência de escuta, apreciação
musical e formação de público que você pode desenvolver na escola.
Imagine que você poderá ampliar o acesso de seus alunos a grupos musicais,
repertórios e experiências auditivas antes distantes, se não fosse sua media-
ção.
Pequenos arranjos
Realizar pequenos arranjos, seja para tocar uma nota ou uma melodia curta,
ou mesmo um ostinato melódico durante a música é interessante para que vo-
cê consiga que todos os seus alunos, independentemente do nível de conheci-
mento musical, toquem juntos.
Estratégias da fala
Como já falamos desde o início do material, o objetivo principal é ensinar mú-
sica com sentido e de forma sensível. Naturalmente, a fala é algo conhecido
pelos alunos, principalmente os da Educação Básica. Por que não aproveitá-la
no processo de ensino musical? Crie melodias partindo de histórias, textos ou
palavras que os alunos indicarem. Isso fará com que as composições musicais
sejam autênticas e os alunos se sintam artistas de seus próprios processos e,
ainda, trará possibilidades de utilizar o violão como base rítmica, melódica e
harmônica.
Este foi um exemplo de como ensinar melodia e ritmo melódico por meio de
frases do dia a dia ou de uma história. Observe que o professor fez a harmonia
como acompanhamento. Essa prática pode ser facilmente desenvolvida com
um grupo de alunos, construindo um arranjo pedagógico.
Será que você compreendeu todo o conteúdo abordado neste tópico? Teste
seus conhecimentos, respondendo à questão a seguir.
Conhecendo mais a fundo o ensino coletivo de violão no Brasil, você, com cer-
teza, poderá re�etir e desenvolver outras possibilidades de atuação com o vio-
lão em sala de aula. Sigamos, então!
Cruvinel (2005) aponta que o ensino coletivo pode ter se originado na Europa e
nos Estados Unidos. Oliveira (1998) corrobora esse apontamento, informando
que professores que viajavam ensinando cantos religiosos o faziam de manei-
ra coletiva, nas cidades por que passavam, e alguns professores, que tinham
conhecimento e prática com instrumentos de corda, passaram a ensiná-los
além do canto. Assim, o ensino coletivo de instrumentos musicais surgiu.
Vejamos:
Segundo a autora,
Nesse sentido, a maioria das práticas de ensino coletivo que conhecemos vai
ao encontro da formação inicial dos alunos no instrumento, como é o caso de
projetos como o Projeto Guri (https://www.youtube.com/watch?v=6Mo2qQl9-
zY), da Orquestra de Violões, do Neojiba (https://www.youtube.com
/watch?v=UT--RutttY8) (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis
da Bahia) etc.
Importante!
Figura 1 Exemplo de atividade que engloba aspectos de ritmo, melodia e acompanhamento de fácil compreensão,
Todas essas três estratégias precisam ser inclusivas, ou seja, todos os alu-
nos devem estar participando da aula por inteiro, sejam iniciantes ou não. O
repertório é uma consequência das práticas coletivas, de modo que assume
papel de material didático.
Mesmo que o aluno não esteja tocando todas as notas ou cifras no violão,
está conseguindo acompanhar uma partitura, tablatura etc., ouvindo o todo,
desenvolvendo sua compreensão das partes da música, das vozes, da rítmi-
ca, observando e tentando imitar seus colegas, desenvolvendo crítica musi-
cal. O importante é dosar e trazer desa�os, para que os alunos avancem em
seus aprendizados.
Após estudar o artigo de Sousa (2018), convidamos você a realizar uma au-
toavaliação para mensurar se compreendeu sua leitura. Caso tenha dúvi-
das, retome o artigo, pois, a partir da experiência relatada no mesmo, você
poderá construir novas percepções de como o ensino coletivo de violões po-
de ser uma ferramenta de educação musical potencial e quais di�culdades
ainda precisam ser superadas.
4. Considerações
Neste quinto ciclo de aprendizagem, você pôde compreender diferentes atu-
ações com o violão, considerando o ensino coletivo de violão como potenci-
alidade na educação musical - uma educação musical que deve valorizar o
indivíduo na coletividade, trazendo para o(a) professor(a) o desa�o de adap-
tar materiais, criar metodologias e desenvolver práticas musicais com o vi-
olão, valorizando, assim, a técnica como um meio para atingir o objetivo
musical.
Com certeza, esta disciplina pode lhe abrir "portas" para novas práticas de
atuação pro�ssional, considerando o violão como parte do processo ou co-
mo o objetivo de educação musical de seus alunos e alunas.
Você não precisa ser um especialista para ensinar violão de forma musica-
lizadora. Novamente, aprendamos com Freire (1996), nos formamos en-
quanto professores, em nossas ações educativas.
É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá �cando cada vez
mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao
formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É nesse sentido que
ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual
o sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não
há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das dife-
renças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem
ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender (FREIRE, 1996, p.
23).