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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DEPARTAMENTO DE ARTES (DEART)


CURSO DE MÚSICA

PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS DA
PERFORMANCE MUSICAL

Prof. Me. Daniel Lemos Cerqueira

São Luís
2010
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
1. OBJETIVOS ................................................................................................... 3
1.1 Definição do contexto ............................................................................... 3
2. METODOLOGIA DE ENSINO ........................................................................ 4
2.1 Fundamentos ........................................................................................... 4
2.2 Material didático ....................................................................................... 5
2.3 Rotina de estudo ...................................................................................... 5
2.4 Ferramentas pedagógicas ........................................................................ 6
3. PRÁTICA PROFISSINAL ............................................................................... 8
3.1 Atuação na Performance Musical ............................................................. 8
3.2 Atuação Docente ...................................................................................... 9
3.3 Possibilidades diversas .......................................................................... 10
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 10
5. REFERÊNCIAS SUGERIDAS ...................................................................... 11

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata dos principais aspectos acerca da profissão de


músicos instrumentistas ou cantores, abordando suas fases de formação e exercício
profissional sob linhas mais gerais. As idéias aqui presentes permitem abarcar os
mais variados métodos de ensino da Performance Musical, orientando a elaboração
de metodologias adequadas aos objetivos pretendidos, para eficiência e adequação
do processo de formação musical.
Evidências arqueológicas revelam a existência de manifestações musicais
há pelo menos 40.000 anos, sendo uma das práticas sociais mais antigas do ser
humano. Contudo, ainda há diversos preconceitos da sociedade para com a área de
Música. É comum deparar-se com a falta de profissionalismo e reconhecimento
desta área como fundamental ao desenvolvimento da sociedade. Logo, é necessário
prover uma formação que conscientize os músicos de seus direitos e deveres para
que conquistem seu espaço social com respeito e dignidade, ressaltando a
importância a Música como patrimônio artístico e cultural da Humanidade.

1. OBJETIVOS

O primeiro passo para definição de uma metodologia adequada de ensino da


Performance Musical é ter em mente o objetivo geral da formação, e a partir dele,
elaborar estratégias visando ao perfil musical desejado. Há, por exemplo, atuações
em Iniciação Musical, Música Popular, Música Erudita – como acompanhadores ou
solistas, Produção Musical, Gestão de Eventos e Ensino de Instrumentos ou Canto,
em caráter particular ou em instituições de ensino musical. Cada um destes perfis
exige uma abordagem específica do conteúdo musical, em contextos de aula
individual e/ou coletiva que se apresentarem mais adequados.

1.1 Definição do contexto


As aulas individuais permitem a abordagem de conteúdos mais complexos,
sendo sua utilização indicada no ensino da Música Erudita e Popular instrumental,
quando a demanda de informações é alta. Quanto às aulas coletivas, elas assumem
duas funcionalidades. Em princípio, volta-se ao ensino de conteúdos elementares,
propiciando motivação, aprendizado em conjunto e baixo custo, sendo indicada em
contextos de Iniciação Musical ou ensino elementar da Performance. Em outro,
serve de complemento a conteúdos não abordados na aula individual, permitindo

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trabalhar aspectos de interpretação, execução e crítica, provendo espaço para
apresentação do trabalho das aulas individuais e preparando para a tensão em
momentos de apresentação pública, em formato de Oficina de Performance ou
Master-class.
Dessa forma, sugere-se definir primeiramente os contextos de ensino
(individual e/ou coletivo) que se apresentarem mais adequados ao perfil de formação
desejado.

2. METODOLOGIA DE ENSINO

Esta é a parte mais importante do trabalho. Os ideais que alicerçam o ensino


serão a base da formação musical, portanto, recomenda-se a busca por idéias
fundamentadas e constante reflexão crítica acerca do processo pedagógico. Maus
hábitos, idéias desmotivadoras e crenças mal fundamentadas trazem sérias
consequências à formação do músico, pois são incorporadas aos hábitos cotidianos
de estudo.

2.1 Fundamentos
Até hoje, a transmissão oral é a forma mais comum de transferência dos
conhecimentos de execução musical. Trata-se de um procedimento adequado,
considerando que a Performance Musical é um fenômeno complexo que requer
atenções diversas e abordagens interdisciplinares, entre elas composição,
organologia, percepção musical, história, antropologia, fisiologia, neurologia,
cognição, matemática, acústica, e o mais complexo dos aprendizados: a
sensibilidade artística. Nesta última, o processo empírico é essencial, permitindo ao
aluno assimilar o conteúdo a partir de suas experiências sensoriais e formar
personalidade musical própria. Logo, o papel do professor é guiá-lo de forma crítica
e atenta aos diversos aspectos da Performance, pois a execução musical é um
processo criativo baseado na tomada de decisões, não na obediência a regras e
indicações de partituras.
O ponto negativo da transmissão oral são os diversos mitos criados acerca
do ensino musical, passados de professor a aluno ao longo do tempo. O ensino
tecnicista dos Conservatórios é o exemplo mais evidente, fundamentando-se em
crenças do tipo “técnica é velocidade das articulações”, “tocar de ouvido é um erro” e
“dor é sinal de esforço” (no pain, no gain). Esta é uma questão delicada, pois a
adoção destas idéias pode trazer sérios problemas fisiológicos, ocasionando a

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utilização incorreta do corpo na rotina de estudo. Além disso, os procedimentos
metodológicos tecnicistas tendem a focar somente o desenvolvimento motor,
ignorando os diversos conhecimentos necessários ao aprendizado da Performance.
Desde o início do Século XX, vários músicos pesquisadores tem
questionado cientificamente os mitos do ensino tecnicista em seus trabalhos. Entre
eles temos Teoria da Aprendizagem Pianística (1987) de José Alberto Kaplan,
Técnica Pianística: uma abordagem científica de Cláudio Richerme (1996) e
Fundamentals of Piano Practice (2009) de Chuan Chang. Apesar de estarem
direcionados ao Piano (principalmente por ser este instrumento a maior vítima do
modelo tecnicista), várias de suas idéias aplicam-se a todos os instrumentos, como,
por exemplo, a concepção de técnica como a busca pelo maior resultado musical
com o menor esforço físico. Logo, trata-se de leituras fundamentais para guiar a
elaboração de estratégias pedagógicas adequadas, fornecendo acesso livre a uma
formação sem traumas e complexos.

2.2 Material didático


A escolha das peças e métodos adequados é resultado direto das idéias que
fundamentam a aprendizagem da Performance. Se a opção for adotar métodos, é
essencial observar atentamente à maneira na qual o conteúdo musical é abordado.
Diversos métodos baseiam-se na repetição exaustiva de exercícios, sob a idéia de
que técnica é adestramento muscular. Outros métodos concentram-se na leitura e
não na memorização, prejudicando a compreensão musical e o desenvolvimento da
memória. Ainda, há métodos construídos com peças musicalmente limitadas,
prejudicando trabalho de aspectos mais profundos como caráter e sensibilidade
musical.
Como recurso eficientemente comprovado, sugere-se o uso de obras
musicais como material didático, favorecendo uma compreensão ampla da Música e
evitando possíveis consequências provindas de métodos mal elaborados. Assim, o
professor deve analisar as peças antes de oferecê-las ao aluno, devendo sempre
adequá-las a sua capacidade momentânea. Em caso de equívoco, recomenda-se
substituir a peça o mais breve possível.

2.3 Rotina de estudo


Esta é a parte mais trabalhosa e delicada do processo. Com a adoção de
idéias saudáveis e opção por peças musicais interessantes, torna-se necessário
criar uma rotina de estudos para preparação do repertório e aquisição de habilidades

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performáticas, planejando um calendário regular – preferencialmente diário – que
contemple um tempo satisfatório de estudo. Para tal, algumas recomendações são
feitas: planejar um horário que não possua atividades exaustivas anteriormente,
evitar interrupções durante o estudo e fazer intervalos em sinal de cansaço.
A aquisição da técnica – aqui definida como o melhor aproveitamento dos
recursos corporais, caracterizando um processo psicológico e não fisiológico – é
semelhante ao que acontece com os músculos em exercícios físicos: ligações
nervosas são criadas entre os neurônios após o término da atividade, e não durante
sua realização. Logo, não adianta estudar continuamente por muitas horas, pois as
habilidades são incorporadas de fato apenas no intervalo do estudo. Ainda, pode
haver problemas musculares mais sérios caso não se tenha ainda um controle
técnico suficientemente desenvolvido.
Dessa forma, é essencial que o músico planeje hábitos saudáveis, fato que
refletirá tanto na prática musical quanto em sua qualidade de vida.

2.4 Ferramentas pedagógicas


Estes são recursos fundamentais à aprendizagem da Performance, visando
à solução dos diversos problemas que se apresentam no cotidiano de estudo. O
cérebro consegue apreender, através da concentração, um número limitado de
informações simultaneamente. Logo, ao estudar uma peça, o fluxo pode ser
complexo, sendo necessário utilizar recursos para sua redução, favorecendo o
processamento das informações e aumentando consideravelmente a eficácia da
aprendizagem musical.
Uma ferramenta essencial é estudar por seções da peça. Deve-se escolher
um período, frase ou membro de frase – buscando a menor estrutura musical
portadora de sentido – e estudá-lo por repetições, atento aos diversos aspectos
musicais: sonoridade, fraseado, dinâmica, tipo de ataque, movimento corporal
(buscando o mínimo de utilização muscular) e recursos fisiológicos – dedilhado,
digitação, golpe de arco, embocadura e impostação, entre outros, de acordo com o
instrumento praticado.
É fundamental ter em mente que o objetivo do estudo deve ser sempre a
memorização, para que o cérebro assimile as estruturas musicais (informações
lógicas) e os movimentos utilizados (informações cinestésicas). Há dois tipos de
memória: a memória curta (de duração breve) e a longa (de duração indefinida),
sendo esta última o tipo visado pela Performance Musical. Para transferência de

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informações da memória curta à longa, são necessários em média cinco minutos.
Logo, este é o tempo ideal para a memorização de um trecho, não sendo necessário
excedê-lo demasiadamente. Ainda, é importante alertar que um estudo desatento
aos movimentos poderá resultar na memorização de maus hábitos (vícios motores),
sendo sua substituição na memória por movimentos adequados um trabalho
extremamente cansativo e dispendioso. O acúmulo de vícios motores é o principal
responsável pelos problemas fisiológicos apresentados por músicos, sendo sua
solução não o tratamento médico, mas a reeducação da técnica performática.
Outra característica da memória é que o cérebro armazena informações por
associação. Portanto, quanto melhor a compreensão das estruturas musicais,
planejamento interpretativo, tipo de ataque e caráter musical, mais sólida será sua
memorização, pois o cérebro reúne todas estas informações e as associa aos
movimentos utilizados na execução musical, oferecendo maior segurança.
O estudo lento é outra forma de facilitar a assimilação das informações.
Entretanto, vários autores afirmam que andamentos demasiadamente lentos exigem
uma demanda muscular diferente, prejudicando o armazenamento das informações
na memória. Logo, recomenda-se um estudo pouco mais lento do que o andamento
pretendido, ou preservar conscientemente características dos movimentos utilizados
no andamento usual.
Outra ferramenta é o estudo por arranjo, modificando estruturas rítmicas,
tipos de ataque, intensidade e sonoridade. Trata-se de um recurso voltado à
aquisição de novas habilidades, devendo ser praticados com atenção aos demais
aspectos da execução.
Há ainda as ferramentas idiomáticas, que se aplicam a instrumentos
específicos. Sugere-se ter em mente um diagnóstico dos problemas apresentados,
observando se a ferramenta utilizada permite sua solução. O estudo de mãos
separadas no Piano, por exemplo, auxilia consideravelmente o processo de
aprendizado, reduzindo o fluxo de informações, facilitando a memorização e
permitindo estudar o movimento. Ainda, esta ferramenta pode ter outras funções,
como manutenção da memória e descoberta de novos aspectos musicais menos
aparentes no estudo com as duas mãos, entre outras.
A apresentação musical é um momento peculiar na profissão do músico.
Problemas de ordem psicológica – como a ansiedade na performance – podem
prejudicar consideravelmente o desempenho durante a apresentação. Assim,
sugere-se preservar o máximo de energia no dia da apresentação, evitando estudar,

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fazer esforços físicos e intelectuais. Ainda, aconselha-se um contato anterior com o
ambiente da apresentação, ensaiando todo o repertório.

3. PRÁTICA PROFISSIONAL

Aqui, serão tratados diversos aspectos relacionados à profissão do músico,


indicando conhecimentos importantes de sua prática que nem sempre são discutidos
em sua formação.

3.1 Atuação na Performance Musical


O principal objetivo do músico – que transcende o próprio fato de tocar – é
ser responsável pela manutenção do patrimônio artístico-cultural da Humanidade.
Os intérpretes da Música Erudita, Popular e Folclórica estabelecem um diálogo entre
as atividades musicais do presente e do passado, oferecendo novas leituras sobre a
Música. Logo, é fundamental que o músico saiba a importância de seu trabalho,
atuando em conjunto para conquistar seu devido reconhecimento frente à
sociedade.
Há, na atualidade, inúmeras opções de atuação musical para cantores e
instrumentistas. Algumas delas são mais adequadas a determinados gêneros e
estilos, como casas de espetáculo para Música Popular, salas de concerto para
Música Erudita e boates para Música Popular Eletrônica, entre outras. Outras
oportunidades constituem acordos profissionais informais, como restaurantes, hotéis
e festas particulares. Apesar das diferenças, os procedimentos geralmente são os
mesmos: busca por patrocínio, agendamento de ensaio e apresentação, confecção
de cartazes, panfletos e programas para divulgação, preparação de iluminação,
acústica e instrumentação no local do evento, entre outros. Para músicos que não
possuem patrocínio e apoio financeiro, a inserção no meio cultural torna-se uma
tarefa árdua. Sendo assim, seguem alguns conselhos para orientar a organização de
apresentações:
 Pesquisar Editais de fomento à Cultura e empresas possivelmente
interessadas como possibilidade de patrocínio;
 Dar preferência a locais de eventos com público e apresentações cuja proposta
estética seja semelhante a de seu trabalho;
 Planejar quantitativamente o número de cartazes e programas, relacionando-os
com o número de lugares onde se pretende divulgar e número de lugares do
local;

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 Agendar o espaço com bastante antecipação, prevendo horários de ensaio,
organização do palco e apresentação;
 Testar iluminação, equipamentos e instrumentos musicais, a fim de se evitar
imprevistos no momento da apreesentação;
 Analisar a possibilidade de realizar gravações e vender material produzido no
local;
 Disponibilizar em meio digital uma página para que as pessoas possam ter fácil
acesso a seu trabalho.
Pesquisas atuais da área de Comunicação tem demonstrado o crescente
interesse social e econômico pelas apresentações ao vivo. O fácil acesso à
tecnologia tem permitido gravação, produção e distribuição autônoma dos músicos,
sem necessidade de recorrer a gravadoras. Ainda, o Estado tem se mostrado um
grande incentivador da produção cultural, através das Leis de Incentivo à Cultura.
Frente a este cenário, há a valorização da Performance Musical e da autonomia
artística, não estando mais os músicos restritos aos padrões musicais do mercado,
especialmente na área de Música Popular. Logo, faz-se necessário aos músicos ter
consciência deste novo contexto que se revela, buscando conhecimentos que
permitam sua inserção efetiva no campo profissional.

3.2 Atuação Pedagógica


Com relação à atuação como professor de instrumento ou canto, ele é, em
princípio, professor de Música, sendo o instrumento musical seu meio específico de
expressão musical. É notável a diversidade de áreas interligadas no ensino da
Performance, tratando-se de um profissional merecedor de grande mérito. Antigas
crenças da área atribuíam-lhe um papel inferior ao do intérprete, entretanto, os
conhecimentos necessários ao exercício da profissão são os mesmos, podendo ser
até maiores por parte do professor, considerando a amplitude de seu trabalho social.
Ainda, a atual conjuntura socioeconômica requer a atuação do músico nestas duas
áreas, fato que tende a derrubar esta crença.
A atual legislação educacional, através da LDB nº 9.394/96 e a Lei nº
11.769/2008, institui a Música como conteúdo obrigatório na disciplina de Artes em
escolas regulares. Cabe ao Licenciado em Música – profissional especializado para
o ensino neste contexto – assumir a responsabilidade de prover, após 40 anos de
carência, um contato mais sólido da sociedade com a Música. Este fato reforça a
excelente perspectiva futura para os professores de Instrumentos e Canto, podendo

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realizar trabalhos que complementem a Iniciação Musical, além de suprir a demanda
da comunidade interessada na prática instrumental. Neste contexto, nem todos
desejarão ser profissionais, cabendo ao músico-professor ter em mente o perfil
pretendido e planejar uma metodologia adequada a cada situação.
Com relação aos docentes universitários, seu papel é estabelecer um
diálogo permanente com a sociedade, analisando aspectos acerca da prática
musical e provendo ferramentas que contribuam à atuação dos músicos. Assim, a
pesquisa torna-se uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento artístico-
cultural da sociedade, seja na preservação do patrimônio cultural ou no provimento
de novas concepções ideológicas. Logo, é perceptível a grande responsabilidade
social deste profissional.

3.3 Possibilidades diversas


Devido à diversidade de papéis exigidos aos profissionais no mundo
contemporâneo, os músicos acabam usufruindo de conhecimentos não oferecidos
em sua formação tradicional. Entre eles temos: Gestão Cultural, que envolve a
organização de eventos musicais; Informática, voltada à Produção Musical e criação
de páginas na Internet para divulgação; Comunicação, para fornecer visibilidade a
seu trabalho; Legislação, para elaborar projetos às Leis de Incentivo à Cultura; e
Pesquisa, caminho adotado por músicos que se especializam em Universidades.
Logo, a postura que se mostra adequada é sempre buscar saberes que auxiliem sua
prática profissional, não se restringindo apenas ao conteúdo vivenciado em sua
formação.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esperamos, através das breves informações presentes neste trabalho,


prover orientações que possam conscientizar os músicos de questões acerca do seu
trabalho, podendo planejar de forma mais sólida suas atividades. Diversas idéias
aqui apresentadas são raramente discutidas, tanto no cotidiano profissional quanto
nas instituições de ensino musical, pelas mais variadas razões, que podem ir da falta
de referências ao corporativismo. Apesar disso, diversos trabalhos já reforçam a
necessidade de reavaliar as até então “inquestionáveis” bases pedagógicas da
Performance Musical. Contudo, mesmo na presença destas iniciativas, o cenário
pouco mudou, conservando diversas crenças do ensino tecnicista. Logo, são

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necessárias maiores iniciativas por parte dos músicos para que estes dogmas sejam
esquecidos por completo.
Por último, sabemos que a principal característica da Arte – e da Música – é
sua capacidade de transmitir emoções e vivências, tratando-se de uma linguagem
nobre e sofisticada. A Ciência muito se desenvolveu e ainda tem um longo percurso
a prosseguir, porém, a Arte é o que há de mais atual, pois é a mesma com as quais
nos comunicamos deste o surgimento do Homo Sapiens, e assim sempre será. É
com ela que um dia iremos compreender de fato a essência do ser humano.

5. REFERÊNCIAS SUGERIDAS

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