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Cinthya Santos Cerqueira

Heloisa de Lourdes Veloso Dumont

DESENHO III
ARTES VISUAIS

3º PERÍODO
Cinthya Santos Cerqueira
Heloisa de Lourdes Veloso Dumont

DESENHO III

ARTES VISUAIS

3º PERÍODO

Montes Claros - MG, 2010


Copyright ©: Universidade Estadual de Montes Claros

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES

REITOR IMPRESSÃO, MONTAGEM E ACABAMENTO


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VICE-REITOR PROJETO GRÁFICO E CAPA


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2010
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Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH


Mércio Coelho Antunes

Chefe do Departamento de Artes


Coordenadora do Curso de Artes Visuais a Distância
Maria Elvira Curty Romero Christoff
AUTORES

Cinthya Santos Cerqueira


Especialista em Arte-Educação Artística pela Faculdade de Educação São
Luiz e graduada em Educação Artística pela Faculdade de Belas Artes de São
Paulo. Atualmente é professora da Universidade Estadual de Montes Claros -
Unimontes e do Conservatório Estadual de Música Lorenzo Fernandes.

Heloisa de Lourdes Veloso Dumont


Especialista em Arte-Educação e em História da arte pela Universidade
Estadual de Montes Claros - Unimontes, graduada em Educação Artística
pela Unimontes. Professora do Conservatório Estadual de Música Lorenzo
Fernandez e unimontes.
SUMÁRIO
DA DISCIPLINA

Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
UNIDADE I – Estudo da cabeça humana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1 Elementos faciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.2 O estudo da cabeça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.3 Expressões faciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
UNIDADE II – Partes do corpo humano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1 As mãos e os braços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2 Pernas e pés . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.3 Membros inferiores e superiores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.4 Tronco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
UNIDADE III – O corpo humano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.1 Proporções do corpo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.2 O corpo em movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.3 Desenho de croquis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.4 Desenho do bebê e da criança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Referências básica, complementar e suplementar . . . . . . . . . . . . . . . 49
Atividades de aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
APRESENTAÇÃO

Prezado acadêmico,

Seja bem-vindo a mais esta etapa do conteúdo da disciplina


Desenho III, do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade
Aberta do Brasil - UAB – Unimontes.
Depois de ter concluído os primeiros módulos da disciplina de
desenho, neste momento nossa principal meta é mostrar para você como
desenhar a figura humana. Lembramos-lhe que, para melhor compreensão
do processo, estudaremos a figura humana parte a parte, para que você vá
treinando aos poucos, e, no final do módulo, esteja apto a desenhar a figura
inteira.
É preciso que tenha em mente que desenhar a figura humana é
como desenhar qualquer outra coisa, pois requer o mesmo processo de
observação que foi aplicado nos módulos anteriores. Portanto, caro
acadêmico, é preciso que continue treinando, dedicando-se bastante para
que tenha sucesso em mais uma etapa de seu aprendizado.
O desenho da figura humana, ao longo da história da arte, sempre
esteve em bastante evidência. Na Grécia Antiga, foram introduzidos os
primeiros estudos anatômicos, e o desenho obedecia a regras rígidas,
segundo os padrões estéticos estabelecidos naquela época. Tempos mais
tarde, no Renascimento, surge um trabalho mais sofisticado com uma
perfeição que dominou por séculos a forma de representar a figura humana.
Somente com o advento da fotografia o homem passou a interpretar o corpo
de uma forma mais estilizada.
A disciplina Desenho III propõe, em seu ementário, as bases
fundamentais do desenho da figura humana, a análise da estrutura da forma
e da proporção anatômica, e ainda, o movimento e a expressão da figura
humana partindo de um conjunto anatômico geral até a simplificação e
estilização.
A disciplina Desenho III tem como objetivos:
Geral:
? Propiciar condições para o desenvolvimento das habilidades de
observação, análise e construção do desenho da figura humana.
Instrumentalizar o aluno, fornecendo métodos e conhecimentos
?
que auxiliem na observação e na interpretação do corpo humano e sua
representação no plano bidimensional.

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Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

Específicos:
? Desenvolver a observação das diferentes relações existentes
entre o corpo estático (repouso), em movimento e em esforço.
Conhecer as proporções da figura humana, de forma a represen-
?
tá-las corretamente, utilizando-as adequadamente.
Analisar o aspecto formal do corpo humano, através da prática
?
do desenho.
Para facilitar o estudo do conteúdo, o mesmo será dividido em
unidades e subunidades:

Unidade I: Estudo da cabeça humana


1.1 Elementos faciais
1.1.1 Desenho do olho
1.1.2 Desenho da boca
1.1.3 Desenho do nariz
1.1.4 Desenho da orelha
1.2 O estudo da cabeça
1.2.1 A cabeça vista de frente
1.2.2 A cabeça de perfil
1.2.3 A cabeça meio de perfil
1.3 Expressões faciais

Unidade II: Partes do Corpo humano


2.1 As mãos e os braços
2.2 Pernas e pés
2.3 Tronco

Unidade III: O corpo humano


3.1 Proporções do corpo
3.2 O corpo em movimento
3.3 Desenho de croquis
3.4 Desenho do bebê e da criança

Treinem muito, abram espaços para a interação com os colegas,


para o questionamento e para a prática dos exercícios. Enfim, dediquem-se
ao máximo para que obtenham êxito em mais esta etapa.
Com carinho, torcemos para que tenham um bom aprendizado.

As autoras

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1
UNIDADE 1
ESTUDO DA CABEÇA HUMANA

Nesta unidade de estudo, mostraremos a cabeça e as suas partes, ou


seja, o rosto e as partes do rosto para que, ao final do módulo, você consiga
desenhar a figura humana completa.
Lembramos-lhes, portanto, que existe uma diversidade muito
grande de formatos de rostos, porém trabalharemos com medidas “pa-
drões”, que, de forma alguma, devem ser entendidas como padrões
inflexíveis de beleza, pois, na atualidade, estes conceitos de beleza são
contestados.
Para o autor Hallawell (2003), o conceito de beleza para o homem e
para a mulher sofreu alterações, em vista da maior liberdade feminina, a
partir da década de 60. Vale ressaltar que esses padrões de beleza a que nos
referimos aplicam-se principalmente às pessoas de pele branca, e não estão
incluídos os negros e orientais.
Portanto, os formatos “padrões” a que nos referimos em nosso
estudo são indicados para as pessoas de pele branca, e em nenhum momen-
to devem ser considerados padrões de beleza.
O que mais agrada o olhar é a regularidade dentro de um formato
irregular, ou seja, o rosto deve ser dividido em três partes iguais. De acordo
com Hallawell (2003, p. 86),

(...) um rosto que pode ser dividido em três partes iguais é


percebido como belo, assim como aquele que tem
aproximadamente o mesmo tamanho de nariz, de olho e do
espaço entre o olho e o nariz. Isso se aplica a qualquer grupo
étnico”.

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Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

Figura 1: Proporções do Rosto.


Fonte: acervo particular.

1.1 ELEMENTOS FACIAIS

A cabeça humana é formada por três camadas básicas que são:


pele, partes moles e partes fixas ou duras (esqueleto). Estamos lembrando
esse fato para alertá-lo quanto às mudanças sofridas pelo físico do ser
humano ao longo da vida:
A pele se altera ao longo dos anos, e os sinais do envelhecimento
?
marcam o rosto com rugas, marcas de cansaço e a perda da elasticidade.
As partes moles (cartilagens e músculos) também sofrem
?
modificações, pois passam a ficar mais moles com o passar dos anos, o que
causa um aumento do queixo, das orelhas e do nariz.
? A parte óssea sofre poucas modificações depois da idade adulta.
A diferença maior é com relação à criança, pois a parte inferior do esqueleto
é a que mais cresce. Na cabeça da criança, a maxila e a mandíbula são muito
menores que o crânio. A definição do formato da cabeça e do rosto acontece
na fase adulta.

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Desenho III UAB/Unimontes

1.1.1 Desenho do olho

Os olhos são formados pelo globo ocular que se localiza abaixo do


osso frontal da cabeça. O olho possui uma forma delicada e expressiva, e
podemos destacar várias partes:
As pálpebras: Abrem e fecham sobre o globo ocular e revela
?
somente parte dele, e perto do nariz está a bolsa lacrimal.
A íris: De olhos abertos, geralmente a íris não pode ser vista
?
totalmente, pois a pálpebra superior a cobre, ficando pouco mais da metade
visível.
A pupila: Localizada no centro da íris.
?
Lembramos que, nas pessoas idosas, os olhos aparentam ser
menores porque a pele das pálpebras superiores torna-se flácida, ao mesmo
tempo em que bolsas se formam nas pálpebras inferiores. Mostramos na
Figura 2 o esboço do olho, destacando o seu formato.

Figura 2: Formato do olho


Fonte: acervo particular.

O olhar possui forma tridimensional porque pode ser visto de


ângulos e posições diferentes: para a frente, para o lado, para baixo, para o
alto e de perfil.
Quando direcionamos o olhar para a frente, a íris e a pupila se
localizam na posição central do globo ocular, a pálpebra superior ficará mais
rasa e achatada. Os dois olhos devem se direcionar para a mesma coisa, isto
é, olharem para a mesma direção, senão teremos a sensação de vesgos ou
estrábicos. Os cílios são obtidos por muitos pelos finos, mas podemos
representá-los com uma linha mais escura. A sobrancelha e o cantinho da
órbita ocular ficarão mais próximos do nariz.
Quando deslocamos o olhar para o lado, a perspectiva do olho nos
dá a impressão de que o olho mais distante na posição inclinada pareça
menor. Figura 2. O olho posicionado para baixo pode perceber que a
pálpebra cobre o globo ocular nos deixando perceber a borda da pálpebra
inferior. O olho direcionado para o alto nos permite ver a borda da pálpebra
superior, a íris e a pupila são vistas de cor mais acentuada, realçando o olhar.

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Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

Figura 3: posição do olhar


Fonte: Curso de desenho e pintura, p.78.

Lembramos, ainda, que os olhos das pessoas não são iguais, mesmo
parecendo idênticos, porque eles transmitem emoções, sentimentos
diferentes de pessoa para pessoa, sendo capazes de enviar mensagens e até
mesmo demonstrar o caráter das mesmas. As regras da estrutura do olho no
desenho são essenciais para captar o movimento, a expressão e as caracterís-
ticas de cada pessoa. Os olhos femininos geralmente são mais delicados,
possuem os cílios bem mais próximos e mais alongados dando volume, as
sobrancelhas são mais finas. Já os olhos masculinos possuem cílios mais
curtos e ralos, e é delineado com linhas mais espessas, com sobrancelhas
mais cheias e grossas.
Ao sombrear o desenho do olho, devemos atentar para os contor-
nos. A sombra das dobras das pálpebras, íris e pupila devem ficar com tons
variados, indo do claro ao escuro, proporcionando o volume desejado. O
brilho no olhar define o temperamento ou a emoção da pessoa, por isso é
importante o reflexo da luz no desenho do olho, pois contribui para dar a
impressão de umidade no globo ocular, dando a sensação de transparência e
nitidez na íris e na pupila, causando um contraste com a parte branca.
O exercício incansável de elementos faciais ajuda a aprimorar o
traçado do desenho da figura humana; deve-se praticar esse exercício,
afinal, são partes que, em um conjunto, definem a figura com uma aproxi-
mação do que é real.

Figura 4: posição do olhar


Fonte: Curso de desenho e pintura, p.80.

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Desenho III UAB/Unimontes

1.1.2 - Desenho da boca

A boca é formada pelos lábios, que são situados sobre a arcada


dentária. O lábio superior é projetado para fora, um pouco mais que o
inferior, e este, por sua vez (inferior), tem uma curvatura maior que a do lábio
superior. O lábio superior tem o formato de 02 triângulos sobrepostos, e o
lábio inferior o formato de um
triângulo trapézio. Figura 5:
Representar graficamente
a expressividade da boca no
desenho é algo fantástico, pois a
boca pode demonstrar o estado Figura 5: Formato geométrico da boca
Fonte: acervo particular
emocional da pessoa, que pode
estar sorrindo, chorando, com raiva, etc.
Podemos ver e desenhar a boca de vários ângulos, nas posições de
perfil e de frente. Quando observada de frente, será mais larga e maior; à
medida que vai mudando de posição, nos dá a impressão de que seu
tamanho vai diminuindo, pois não conseguimos vê-la no seu tamanho real.
O lábio superior possui três lobos musculares, e o inferior, dois; portanto, a
boca contém músculos que auxiliam na sua movimentação. É interessante
lembrar que a boca e os olhos são cúmplices nas mesmas expressões do
rosto.
Ao observar a forma da boca, é preciso atenção às linhas no
desenho pois, ao desenhar uma boca masculina, não devemos fazer todo o
contorno, porque poderá ficar artificial; já na feminina, devemos sombreá-la
sem linhas fortes ou contornos, principalmente na parte superior, pois é mais
delicada e, além disso, os cantos devem ser valorizados, pois indicam a
expressividade (raiva ou alegria), dependendo da linha, ou seja, quando
estiver para cima ou para baixo.
O importante é dar forma tridimensional ao seu desenho, e o DICAS
recurso de luz e sombra nos proporciona isso, através dos efeitos de claro e
escuro. Figura 6:
Ao sombrear a boca não deve
ignorar a luminosidade no lábio
inferior, que geralmente recebe
mais luz.

Figura 6: Desenhos da boca


Fonte: acervo particular.

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Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

1.1.3 Desenho do nariz

Para o autor Hallawell (2003. p.94), o osso nasal é responsável pela


definição da altura e da inclinação do nariz, e esse osso ocupa somente a
parte superior do nariz, sendo que as laterais e as pontas são definidas por
cartilagens.
O nariz é um dos elementos da face mais simples, porém é muito
marcante, sendo capaz de representar em um rosto as características
femininas ou masculinas, raciais ou até mesmo se a pessoa é jovem ou não. E
o seu formato varia dependendo do ângulo de visão: de frente, de perfil, de
cima para baixo, de baixo para cima ou, ainda, inclinado, dependendo do
ângulo no qual se encontra o observador.
Podemos notar que o nariz tem o formato de uma pirâmide com
base triangular e os dois lados iguais, e com a base mais curta. Figura 7:

Figura 7: Desenhos do nariz- Formato de triângulo.


Fonte: acervo particular.

Deve-se iniciar o
desenho do nariz pela
base, definindo a largura e
a altura como se estivesse
dentro de um triângulo,
como mostramos na
Figura 7; as linhas devem
ser suaves, as laterais
serão marcadas com
sombras, de maneira a
valorizar as formas,
lembrando que tudo deve
ser muito suave, e usar os
tons mais escuros
somente para realçar as
narinas e as curvas, de
forma a dar volume ao
desenho. Figura 8: Desenhos do Nariz
Fonte: acervo particular.

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Desenho III UAB/Unimontes

1.1.4 Desenho da orelha

Para se desenhar a orelha, é muito importante a observação dos


detalhes desse elemento que ajuda a compor o rosto. Muitas vezes, a orelha
fica oculta pela interferência dos cabelos ou numa determinada posição do
rosto que nos impede de vê-la.
De acordo com Hallawell (1994, p. 67), orelha possui um formato
cheio de contornos, linhas e sombras. Sua cartilagem interna é bastante
curva, o que deve ser delineado no desenho com sombras, para que possa
dar a impressão de profundidade. Alertamos que as sombras devem ser mais
claras próximas ao contorno externo da mesma. O formato deve ser
determinado pela presença do sombreado, proporcionando volume e
definindo a sua forma como mostramos na Figura 9.
Ainda de acordo com o autor Hallawell (1994, p. 68), a localização
da orelha no rosto deve ter como base a altura da sobrancelha indo até a
base do nariz.

Figura 9: Desenho da orelha


Fonte: acervo particular.

1.2 ESTUDO DA CABEÇA

1.2.1 A cabeça vista de frente

Nesta etapa do nosso aprendizado, agora que você já aprendeu a


desenhar as partes do rosto, mostraremos a cabeça humana como um todo.
A cabeça é considerada uma referência para a proporção do corpo humano;
ela é a base de iniciação da figura humana.
Ao iniciarmos o desenho de uma cabeça humana, deveremos
dividir a área correspondente à cabeça em quatro partes iguais, para
encontrarmos a altura, como mostramos na Figura 10. Existem ainda
literaturas que orientam a divisão em três partes e meia, como em Couto
(Ano: n/d, p. 82-83), porém não é tão preciso quanto a divisão em quatro
partes.

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Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

Figura 10: desenho da cabeça humana


Fonte: acervo particular.

De acordo com o autor Hallawell (2003, p. 165-166), veja,


portanto, como deverão ser feitas essas medidas. Figura 10.
1 - A primeira parte da divisão da cabeça humana deve ser reserva-
da para o traçado do “topo” da cabeça até a “raiz” do cabelo.
2 - A segunda vai do início da raiz até as pálpebras superiores ou
sobrancelhas.
3 - A terceira vai das pálpebras superiores até o início (base) do
nariz.
4 - A quarta vai da base do nariz até o queixo.
Não devemos considerar essa medida padrão, mas devemos ter
uma atenção especial, pois são condições oferecidas para se obter um
resultado satisfatório. Deverão ser consideradas essas medidas como um
guia estético e confiável na técnica do desenho da cabeça humana. Pois
Hallawell (2003, p.165), afirma que “cada pessoa tem proporções diferen-
tes, mas são bastante próximas das proporções básicas”.
DICAS Para definirmos a largura da cabeça, vista de frente, considerando
as quatro medidas iguais, usamos as medidas de três partes da altura. Isto
significa que a largura da cabeça é de ¾ da altura.
Ainda baseado em Hallawell (1994, p.67-69) deve-se iniciar o
O formato da cabeça é oval, o
rosto varia de cada pessoa. desenho da cabeça humana pelo nariz, pois a sua base serve de referência:

16
Desenho III UAB/Unimontes

1 - O espaço que tem do nariz até o olho usamos a medida da sua


base, já a largura do olho será menor.
2 - A narina também nos auxilia nas medidas, pois o canto do olho
onde fica a bolsa lacrimal inicia-se justamente onde está a parte externa da
narina.
3 - Se fizermos uma linha vertical, poderemos verificar essas
medidas. A distância entre os dois olhos é justamente a medida de um olho.
4 - A orelha vai do nível da sobrancelha até a base do nariz.
5 - Os olhos, as sobrancelhas, o nariz e as orelhas estão localizados
no espaço referente à metade da cabeça.
6 - A boca está localizada a 1/3 do espaço que vai da base do nariz à
base do maxilar, sua largura vai até a localização da pupila; se você fizer uma
linha vertical, poderá conferir a medida da boca tendo como referência a
localização da pupila. Figura 11:

Figura 11: Esquemas de desenho da face.


Fonte: SILVA (Ano: n/d, 01)

1.2.2 A cabeça, de perfil

Ao iniciarmos o desenho da cabeça, de perfil, ficará mais preciso se


você fizer um quadrado e dividi-lo em quatro partes iguais, no sentido do
comprimento do rosto:

17
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

1ª parte: Deverá ser reservada para o início da cabeça, terminando


na raiz do cabelo.
2ª parte: Vai desde a raiz do cabelo até o nariz, no nível dos olhos.
3ª parte: Vai desde a raiz do nariz, na altura dos olhos, à base do
mesmo.
4ª parte: Vai desde a base do nariz à base do queixo.
Inicie o desenho pela base do nariz, utilizando um formato triangu-
lar, e observando a distância da base do nariz e a sobrancelha. Essas medidas
deverão ser as mesmas entre a sua base (do nariz) e o queixo.

Quando desenharmos a cabeça, de perfil, a altura e a largura são


consideradas iguais, como se estivesse sendo traçada dentro de um quadra-
do. Os olhos estão situados na metade da cabeça, e a orelha está localizada
no meio da cabeça para trás. O nariz possui um formato mais estreito. A
colocação do nariz, do olho e da boca é baseada no mesmo critério da
cabeça, de frente, porém são vistos pela metade da sua largura.
Para traçar o pescoço, tome como referência a medida da altura
entre o nariz e o queixo.
O cabelo geralmente cobre parte da testa, principalmente nas
figuras femininas, isso dificulta a proporção das medidas. A testa possui uma
curva na altura dos olhos, causando a projeção da mesma; na figura femini-
na, essa curva é menos acentuada do que na figura masculina.
De acordo com Hallawell (1994, P. 68-69), a localização da boca é
no meio da base do nariz, lembrando que a parte superior dos lábios curva-
se para dentro, já a parte inferior curva-se para fora; com isso, o lábio
superior projeta-se
mais para fora em
relação ao lábio
i n f e r i o r, j á o
inferior projeta-se
mais para fora do
que o queixo. A
boca masculina é
localizada a 2/3 da
distância entre o
queixo e o nariz; já
na figura feminina,
a boca é localizada
um pouco acima
da metade dessa
distância. Observe
a Figura 12:
Figura 12: Cabeça, de perfil.
Fonte: acervo particular.

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Desenho III UAB/Unimontes

1.2.3 Cabeça, meio de perfil

Já vimos o rosto de frente e de perfil, mas existem posições interme-


diárias a essas. Contudo, as partes do rosto, o nariz, os olhos, a boca, as
orelhas possuem a mesma colocação no desenho. O desenho deve ser
iniciado pelo nariz, sendo esse o eixo principal; os outros elementos serão
acrescentados, alterando-se os tamanhos e as posições.
Quando o rosto aparece de meio perfil, um lado fica aparecendo
mais, enquanto que o outro lado não será visto totalmente. Um dos olhos
aparece e o outro se esconde, uma orelha pode ser vista enquanto que a
outra não, a boca também será vista parcialmente, e o nariz aparecerá em
posição inclinada.
No desenho, o eixo do meio do rosto será marcado pelo nariz. A
cabeça possui um formato oval, ela se posiciona para os lados, para cima e
para baixo. Por isso, deve-se ter uma noção das posições dos eixos que
comandam os movimentos. Isso não é uma regra, mas uma medida de
referência. Observe a Figura13.
Para Hallawell (1994, p. 70), através de eixos verticais e horizontais,
será mais fácil fazer a orientação do desenho:
1ª parte: vai desde a raiz do cabelo à raiz do nariz.
2ª parte: do nível das sobrancelhas à base do nariz.
3ª parte: da base do nariz à base do queixo.

Figura 13: Esquemas de construção do rosto.


Fonte: À mão livre 1 - A linguagem do desenho, p. 71.

19
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

1.3 EXPRESSÕES FACIAIS

De acordo com Desenho e Pintura (1985, p. 422-424), as expres-


sões do rosto se devem a contrações musculares provocadas por estímulos
nervosos. A expressão humana é um assunto que deve merecer uma atenção
especial porque, por meio das expressões, temos condições de perceber os
sentimentos. Devemos lembrar que o ser humano tem alma, e esta aparece
através dos elementos e da expressão do rosto. Figura 14:

Figura 14: Exemplos de expressões.


Fonte: CANTELE (Ano n/d, V. 1, P.64).

20
Desenho III UAB/Unimontes

REFERÊNCIAS

CANTELE, Bruna R. Arte, etc. e tal. São Paulo: Editora IBEP, v.1, Ano: n/d.

Curso de Desenho e Pintura. Rio de Janeiro: Coleção Globo, 1996.

Desenho e Pintura. São Paulo: Abril SA,1985

HALLAWELL, Philip. À mão livre - a linguagem do desenho. São Paulo:


Círculo do livro Ltda, 1995.

HALLAWELL, Philip. Visagismo: harmonia e estética. São Paulo: Editora


SENAC, 2003.

HARRISON, Hazel. Técnicas de desenho e pintura. RS: Edelbra Ind.


Gráfica e Editora Ltda.

SILVA, Eli Renato. A arte de desenhar a figura em movimento. Rio de


Janeiro: Conquista, Ano: n/d

WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

http://artesvisuaisnaescolaclasse4.blogspot.com/2009_05_01_archive.html
acesso: 23/07/2009 - 11h36

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UNIDADE 2
PARTES DO CORPO HUMANO

Prezado acadêmico,
Para sua melhor compreensão e treino, e depois de ter exercitado
bastante o desenho da cabeça, iniciaremos com o desenho das partes do
corpo humano. Nesta unidade mostraremos como construir um desenho
passo-a-passo dos braços, das mãos, das pernas, dos pés e do tronco.
Geralmente, mesmo os artistas mais experientes podem encontrar
certa dificuldade para desenhar essas partes do corpo e, muitas vezes, até
usam do recurso do disfarce, como encobrir os pés com calçados, por
exemplo, ou mesmo deixar as mãos fora do alcance visual, para não ter que
reproduzi-los. Portanto, para que você não tenha de utilizar esses truques,
mostraremos de maneira bem clara como obter um desenho correto, por
meio de exercícios práticos.
Proporções de referência no desenho de figura humana de pé:
Em uma figura de proporções medianas, a altura (abrangendo a
?
cabeça) deve ter a proporção de sete cabeças e meia.
A proporção ideal da figura humana deverá ser de correspon-
?
dente a oito cabeças, pois obteremos uma figura elegante e que transmita a
idéia de nobreza.
? Uma figura com dimensões exageradas é aquela que correspon-
de à medida de oito cabeças e meia. Em desenhos com proporções exagera-
das, o resultado geralmente transmite a impressão de heroísmo, padrão
bastante utilizado em desenhos de deuses e super–heróis. Geralmente estas
proporções mudam quando o modelo assume outras posições.

2.1 AS MÃOS E OS BRAÇOS

Devemos começar pela mão, lembrando que os dedos equivalem à


metade do comprimento total da mão. E esta mesma medida deve corres-
ponder à largura da mão na altura das juntas. Primeiro, observe bastante as DICAS
suas mãos, pois estas proporções, às vezes, podem variar de pessoa para
pessoa. Portanto, use as suas mãos como modelo para iniciar os exercícios.
Mas não se esqueça de algo muito importante: o tamanho da mão
Use as suas mãos como
sempre é maior do que parece. Você poderá ter como referencia a medida modelo de observação.
do rosto, isto é, a proporção da mão é menor, a sua medida corresponde a ¾
do rosto.

23
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

A mão é composta de três partes: O polegar, os demais dedos e a


palma.
Para iniciar o desenho, usaremos o padrão formado por dois
quadrados, que é uma das maneiras mais práticas para garantir a proporção.
Vamos lá:
1 - Comece traçando dois quadrados.
2 - Em seguida, trace a mão dentro destes quadrados, de forma que
o lado comum dos mesmos coincida com as articulações da mão na altura
das primeiras falanges dos dedos. Lembramos, portanto, que os dedos da
mão possuem diferentes tamanhos, como mostramos nas figuras 15, 16 e
17.

Figuras 15, 16, 17: Desenhos da mão


Fonte: acervo particular.

3 - O mesmo processo dos dois quadrados poderá também ser feito


quando for desenhar a mão, de perfil. Figs. 18 e 19. É necessário, portanto,
que você treine bastante.

Figuras 18 e 19: Desenhos da mão


Fonte: acervo particular.

24
Desenho III UAB/Unimontes

Portanto, partindo desse princípio, torna-se fácil desenhar as mãos


em outras posições, pois basta lembrar que a parte referente à palma da mão
corresponde em tamanho à parte dos dedos.
De acordo com Desenhe & Pinte (1997, 108-112), desenhar mãos
é, sem sombra de dúvida, um dos exercícios mais importantes no aprendiza-
do das partes da figura humana, pois se trata de algo bastante complexo, já
que existe uma multiplicidade de formas e de representações das mãos. Exi-
stem mãos fortes, leves, expressivas, mãos que articulam, acariciam e até
agridem.
É necessário, portanto, uma grande dedicação neste estudo, pois
somente com bastante treino é que as dificuldades vão sendo superadas,
pois desenhar mãos pode ser eventualmente mais difícil que o desenho da
cabeça humana. Para facilitar o seu estudo mostramos, na Figura 20, alguns
exemplos para que você possa treinar.

Figura 20: exemplos de movimentos das mãos.


Fonte: acervo particular.

25
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

Para que um desenho de mão


fique o mais natural possível, é
necessário que você observe alguns
detalhes:
? Repare bem como os
dedos se dobram rumo ao centro da
palma da mão quando fazemos um
movimento de “garra”. Figura 21:
Nunca desenhe os dedos
?
esticados quando a mão estiver em
repouso, lembre-se que eles devem
ficar levemente flexionados, como Figura 21: Mão em forma de garra
Fonte: acervo particular
demonstra a Figura 22:

Figura 22: Mão em repouso


Fonte: acervo particular

Repare, ainda, na diferença entre as mãos masculinas e femini-


?
nas. Figura 23:

Figura 23: Mão feminina e mão masculina.


Fonte: acervo particular.

26
Desenho III UAB/Unimontes

Para que os dedos fiquem


?
bem desenhados, esboce-os como se
fossem cilindros. Figura 24:

2.2 PERNAS E PÉS

Anatomicamente, o pé é B GC
GLOSSÁRIO E
dividido em: Tarso: calcanhar do pé,
metatarso: peito do pé e a sola do pé, e A F
os dedos. Tarso: parte posterior do pé.
Alertamos que o principal Metatarso: parte do pé entre o
tarso e os dedos.
aspecto no desenho do pé deverá ser no Fonte: Pequeno dicionário
volume, para que sejam destacadas as Figura 24: Esboços de dedos (Cilíndricos) brasileiro da Língua
Fonte: acervo particular. portuguesa. V. 3. Gamma
partes importantes como: o peito, a
sola, o calcanhar e os próprios dedos. Ainda devemos dar grande destaque
às sombras, para que seja reforçado cada plano e cada elemento do pé,
possibilitando o estudo da anatomia e das formas.
De acordo com CURSO DE DESENHO E PINTURA (1996, P.55),
mostraremos, a seguir, algumas etapas importantes para o desenho do pé:
1 - Prestar bastante atenção entre o lado de dentro e de fora de cada
um dos pés, a diferença dos lugares dos dedos e os relevos. Figura 25. As
etapas do desenho dos pés devem ser as mesmas do desenho das mãos:
primeiro lembrar do esboço das linhas auxiliares e do sombreamento para
dar os relevos. Figura26:

Figura 25: Desenho do esboço do pé direito. Figura 26: Desenho acabado.


Fonte: acervo particular.

2 - Quanto ao desenho do peito do pé, Figura 27, devemos colocar


linhas auxiliares marcando os relevos que iremos sombrear. No desenho já
com efeitos de sombra, é fácil perceber os músculos através dos relevos do
peito do pé, e os relevos dos ossos no tornozelo e no calcanhar. Observe,
ainda, os detalhes dos dedos e das unhas. Figura 28:

27
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

Figura 27: Esboço do pé esquerdo, e Figura 28: Desenho com sombreado.


Fonte: acervo particular.

3 - Ao desenharmos a vista lateral interna do pé, devemos usar o


mesmo processo das linhas auxiliares. Figura 29. Você pode perceber, no
desenho final, que os relevos e os músculos são diferentes e menos salientes
do que os dos desenhos mostrados na Figura 30:

Figura 29: Esboço do pé direito. Figura 30: Pé direito com luz e sombra.
Fonte: acervo particular.

4 - O desenho da lateral externa do pé (esquerdo) necessita, além


das linhas auxiliares, marcar onde devem ser colocadas as sombras que farão
as formas e os relevos dos ossos do tornozelo. Figura 31. Observe que o
sombreamento deve ser feito da mesma maneira como foi realizado no pé
direito, lembrando que a posição dos dedos é a principal diferença entre os
dois dedos. Figura 32:

Figura 31: Esboço do pé esquerdo, e Figura 32: desenho com sombreamento.


Fonte: acervo particular.

28
Desenho III UAB/Unimontes

5 - Ao realizarmos o desenho do pé esquerdo em arco, em uma


posição típica de quem está acabando de dar um passo (pé esquerdo), é
preciso dar atenção à curvatura da sola do pé, onde as linhas são mais
curvas, os músculos estão em ação, causando relevos. Figura 33. No pé
direito, os músculos se comportam da mesma maneira que no pé esquerdo,
apresentando relevos e os dedos esticados pelo movimento. Figura34:

Figura 33: Pé esquerdo em arco, e Figura 34: Pé direito em arco.


Fonte: acervo particular.

6 - No desenho das Figura 35 e 36, podemos observar o pé com


detalhes elaborados no esboço, mostrando as falanges dos dedos bem
marcadas. Os dedos são a parte mais delicada do desenho, pois possuem
mais detalhes que o restante do pé: unhas, dobras e falanges. Lembre-se de
observar bem para que o desenho não tenha dedos muito grandes e com
falanges demais.

Figura 35: Esboço do pé com linhas auxiliares, e Figura 36: Falanges


e dedos bem definidos.
Fonte: acervo particular.

29
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

2.3 MEMBROS INFERIORES E SUPERIORES

Para desenhar os membros superiores, é preciso que você se lembre


que eles estão divididos em 03 partes:
Braço: vai da junção da clavícula, no ombro, até o cotovelo, cuja
?
medida corresponde a 1 ½ cabeça.
Antebraço: vai da junção do cotovelo até o pulso, medindo 1
?
cabeça.
As mãos: medem ¾ da altura da cabeça.
?
Diante disso, concluímos que os membros superiores, quando
esticados e com as mãos abertas, têm a medida de 3 ¼ da cabeça, e que as
partes são separadas nos pontos onde acontecem as articulações. Figura 37:

Figura 37: Membros superiores


Fonte: acervo particular.

Para desenhar os membros inferiores, lembramos que também


estão divididos em 03 partes:

B GC A Coxa: vai da junção do quadril até a rótula, no joelho, e recebe


?

GLOSSÁRIO E a linha axial do fêmur, e tem a medida de 02 cabeças.


A F Perna: vai da junção do joelho até a junção do tornozelo,
?

Axial: relativo ao eixo. Que medindo aproximadamente 1 ¾ da cabeça.


serve de eixo. Pé: mede, na posição frontal, ½ cabeça e, de lado, 1 cabeça.
?
Fonte: Pequeno dicionário
Lembramos, portanto, que, para o desenho dos membros inferio-
brasileiro da Língua
portuguesa. 3V. Gamma res, é muito importante a perspectiva, porque as partes do corpo irão sofrer
mudanças caso estejam sendo vistas de baixo ou de cima. Veja a Figura 38:

Figura 38: Membros superiores.


Fonte: acervo particular.

30
Desenho III UAB/Unimontes

2.4 TRONCO

O tronco é a parte que compreende o tórax e o quadril, recebendo


a linha da coluna (correspondente à medida de 03 cabeças). Para a constru-
ção e desenho do tronco, devemos marcar a altura da cabeça como referên-
cia.
Na Figura 39, podemos observar diversos esboços mostrando o
desenho do tronco em vários movimentos.

Figura 39: Movimentos do tronco.


Fonte: acervo particular.

REFERÊNCIAS
Curso de Desenho e Pintura. Rio de Janeiro: Coleção Globo, 1996.

HALLAWELL, Philip. À mão livre - a linguagem do desenho. São Paulo:


Círculo do livro Ltda, 1995.

HALLAWELL, Philip. Visagismo: harmonia e estética. São Paulo: Editora


SENAC, 2003.

HARRISON, Hazel. Técnicas de Desenho e Pintura. Erechim:


Edelbra, 1994.

WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

31
3 UNIDADE 3
O CORPO HUMANO

Caro acadêmico,
Depois de você ter treinado bastante as partes do corpo humano, é
o momento de aprender a desenhar a figura humana toda, bem como os
seus movimentos e expressões.
Para que você consiga um bom desenho da figura humana, é
necessário que as partes do corpo estejam nas proporções corretas. Isso, em
princípio, pode não ser muito fácil, pois nossos olhos podem nos enganar e
tendermos a enxergar algumas partes maiores ou menores. Portanto, a
solução é que você “calcule” cuidadosamente cada uma. Para tanto,
mostraremos nesta etapa como podemos estabelecer essas proporções
usando a cabeça como unidade padrão de medida.
De acordo com o Curso de desenho e pintura (1995, v.1,P. 52), a
figura ideal na arte renascentista tem a altura equivalente a 8 cabeças, e as
demais medidas do corpo eram relacionadas a essa medida padrão. Na
realidade, as pessoas medem de 7,5 a 8 cabeças; portanto, usaremos essa
medida como padrão, para que o seu desenho pareça mais real. Alguns
artistas trabalham com a deformação, usando a medida de até 10 cabeças,
como foi o caso de El Greco, que dava uma elegância exageradamente
escultural às suas figuras.
É importante destacar que as proporções do corpo adulto são
basicamente as mesmas, independente do modelo e da forma como você irá
desenhá-lo.
Portanto, vamos exercitar!

3.1 PROPORÇÕES DO CORPO DICAS

O desenho da proporção humana surgiu pela necessidade expressi-


va. Na renascença a figura humana
foi definida com altura
Na civilização Grega, o homem era visto como o centro do univer- equivalente a oito cabeças e as
so, e seus deuses tinham semelhanças com os humanos. Na Grécia clássica, demais medidas do corpo
o corpo humano tinha como medidas oito vezes a cabeça. No Renascimento relacionadas a esta medida
padrão. Na atualidade, para
séc.XV-XVI, Leonardo da Vinci fez o desenho de um homem em um que os desenhos parecessem
quadrado e em um círculo. Figura 40: mais reais, esta regra sofreu
mudanças e as pessoas
passaram a ser desenhadas com
7,5 a 08 cabeças.

33
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

Figura 40: Homem Vitruviano - Leonardo da Vinci. Desenho baseado nas proporções
matemáticas do arquiteto romano Marco Vitruvio Polião.
Fonte: www.interconect.com.br/.../biografia/vinci.htm - acesso em 18/08/2009 - 9h42min

Podemos analisar a medida padrão da figura humana como na arte


renascentista, de oito cabeças, sendo essa referência para outras medidas do
corpo.
Quando a figura humana se posiciona de frente ou de costas, ela se
encaixa num retângulo, cujas medidas são: a altura de toda a figura corres-
ponde à medida de oito vezes a altura da cabeça. A base do retângulo
(lembrando que o retângulo é desenhado na posição vertical) corresponde a
duas vezes a altura da cabeça.
Para conseguirmos um bom desenho da figura humana, é necessá-
rio que as partes do corpo tenham as proporções adequadas. No início
parece difícil, pois temos muitos vícios na forma de olhar, e muitas vezes
variam de tamanhos, parecem maiores ou menores do que realmente são.
Por isso, devemos “calcular“ minuciosamente essas medidas com técnicas já
conhecidas, como é o caso da medida usando lápis, mesmo o polegar ou um
pedacinho de madeira, que você já utilizou anteriormente nos desenhos de
observação.
As proporções da figura humana são basicamente as mesmas, a
medida de oito cabeças de altura é ideal para o corpo humano, dando ao
desenho uma forma clássica e funcional. Normalmente, o corpo feminino é

34
Desenho III UAB/Unimontes

menor do que o corpo masculino, é mais harmonioso em suas formas, mais


larga nos quadris e nas coxas. O pescoço e a cintura são mais finos.
O corpo feminino (Figura 41) possui algumas diferenças do
masculino:
1 - Altura às vezes menor que a masculina, estimada em uns 10 cm.
2 - Os ombros femininos são mais delicados e estreitos.
3 - Os seios ficam abaixo da linha que define a medida marcada na
segunda parte.
4 - O umbigo, na mulher, se posiciona um pouco mais baixo que o
da figura masculina.
5 - A medida da cintura é bem mais estreita.
6 - Os quadris são mais largos que na figura masculina.
No corpo masculino (Figura 41), o tamanho do tronco equivale a
três cabeças, iniciando do queixo até o púbis, e pode ser dividido em três
partes iguais (nos mamilos, no umbigo e no púbis). A coxa e a canela medem
duas cabeças.
De acordo com Desenho & Pinte (1997, V.7, P.99), as proporções
da figura masculina são diferentes da feminina; vejamos algumas compara-
ções:
1 - A posição dos ombros é de 1/3 do espaço da segunda parte.
2 - A posição dos mamilos coincide com a linha que marca a
segunda parte.
3 - O umbigo fica um pouco abaixo da linha que define o início da
terceira parte.
4 - O púbis está localizado no meio do corpo, na linha inferior da
quarta parte.
5 - A dobra inferior das nádegas situa-se 1/3 abaixo da linha de
definição do púbis.

Figura 41:
Fonte: Desenhe e pinte – Curso Prático Larousse, p.99.

35
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

3.2 O CORPO EM MOVIMENTO

No desenho do corpo humano, devemos registrar as ações, que se


definem por movimentos por meio da postura dos ombros, do tronco, dos
quadris, e pela posição da coluna, ou seja, sua curvatura.
De acordo com Desenhe & Pinte (1997, V.7, P. 97-98), a estrutura
do corpo humano possui elementos com várias funções. O nosso corpo tem
cerca de duzentos ossos, mas consideramos só seis partes rígidas, que são
unidas por articulações. Figura 42:

Figura 42: Articulações do corpo humano.


Fonte: CANTELE. R. Bruna. Arte etc. e tal... v.4 p. 215. Ed. IBEP

A cabeça é articulada com o pescoço: nº 1.


?
O tronco movimenta-se pela coluna vertebral: nº. 2.
?
Os braços são articulados nos ombros: nº. 3.
?
Os antebraços são articulados nos cotovelos: nº. 3.
?
As mãos e os antebraços são articulados nos pulsos: nº. 3.
?
As pernas, as coxas e o quadril são articulados na virilha: nº. 4.
?
As coxas e as pernas são articuladas nos joelhos: nº. 4.
?
As penas e os pés são articulados nos tornozelos: nº. 4.
?
Existem movimentos contínuos, instantâneos, etc. Segundo
Desenhe & Pinte (1997, V.7, P. 97-98), é importante que o desenhista
transmita o dinamismo e a ação. Para esse resultado, é ideal que se esboce,
de forma rápida, percebendo e registrando o movimento. Depois de várias
tentativas, selecione os esboços mais fieis para dar acabamento, definindo as
formas com mais rigor.

36
Desenho III UAB/Unimontes

Para aperfeiçoar o desenho da figura humana, é aconselhável que


pratique e realize muitos esboços, pois o resultado é apenas uma questão de DICAS
prática.
Quando desenhamos o corpo masculino em movimento, devemos
registrar toda a musculatura de forma marcada, definida, rígida, pois é a Quando a posição do corpo está
musculatura que caracteriza o formato do corpo masculino. em movimento devemos captar
O corpo feminino possui curvas bem delineadas, mesmo em mais que a forma, o ritmo e as
curvas, pois tudo faz parte de
movimento, cujas formas e posições relatam sensualidade e expressão, não um conjunto. O volume
deixando de ser fiel às proporções. anatômico, a musculatura não
deve ser deixada de lado.
Podemos fazer um desenho de observação da figura humana por
meio do “modelo vivo”, ou seja, contamos com a presença de uma pessoa
fazendo poses, facilitando ao desenhista a aproximação do real.
Devemos fazer esboços rápidos, registrando as posições em que se
encontra o "modelo-vivo” quando está em movimento, isso facilita ao
observador registrar ações e movimentos desejados.
Sabemos que é difícil conseguirmos um “modelo vivo” para posar
nu, ou até mesmo para ficar em posições nas quais poderemos registrá-los
em proporções reais. Portanto, contamos com o manequim articulado, que
é um boneco feito de madeira e que possui articulações, proporcionando-
nos posições parecidas com as da figura humana. Figura 43:

Figura 43: Manequim articulado de madeira.


Fonte: http://www.emporiomichelangelo.com.br/
imagens/manequim.jpg acesso 18/08/2009- 9h38min

37
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

Podemos contar com o manequim articulado como instrumento


DICAS das aulas de desenho da figura humana, em posições variadas, facilitando ao
desenhista exercitar o seu lado observador, em virtudes das articulações do
manequim, em algumas posições.
Sabemos que não é fácil fazer o esboço de uma pessoa em movi-
Você poderá comprar o
manequim articulado em lojas mento, mas devemos registrar, por meio de linhas, o movimento pré-
do ramo, para facilitar o seu estabelecido. Com isso, estaremos facilitando o início do trabalho.
aprendizado.
Assim que traçamos o esboço linear com linhas leves e suaves,
devemos definir as formas dando volume ao desenho.
Observe na Figura 44 as posições variadas, os esboços de movimen-
tos rápidos da figura humana.

Figura 44:
Fonte: Desenhe e pinte - Curso Prático Larousse, p.362.

38
Desenho III UAB/Unimontes

Figura 45:
Fonte: A arte de desenhar a figura em movimento, p.6.

39
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

Figura 46:
Fonte: A arte de desenhar a figura em movimento, p.7.

B GC 3.3 DESENHO DE CROQUIS


GLOSSÁRIO E
A F
Quando iniciamos um desenho rápido ou inacabado, geralmente o
Croqui: De acordo com
Pequeno dicionário brasileiro caracterizamos como um esboço; esse esboço também é conhecido como
da Língua portuguesa. v.3 croqui ou rascunho.
Gamma, é o esboço de um
desenho ou de uma pintura. De acordo com Livro eletrônico (2006, p.23), o desenho de croquis
tem como objetivo representar graficamente uma cena sem se preocupar
em dar acabamento gráfico, pois é feito de forma rápida, em um tempo
curto. O desenhista deve ser objetivo ao representar um desenho linear
descompromissado.

40
Desenho III UAB/Unimontes

Devemos ser bons observadores, pois não existem regras formais


para elaboração de um desenho de croqui. O ideal é que o desenhista o faça
de forma descontraída, afinal não é um desenho refinado graficamente.
Ao observar uma pessoa e desenhá-la em alguma situação, você
deve ser objetivo ao traçar o seu desenho, utilizando as linhas, esboçando e
registrando a cena, de forma instantânea e precisa.
Ainda de acordo com Livro eletrônico (2006, p.23), os croquis são
traços “nervosos” aleatórios os quais o desenhista utiliza de forma prática e
automática. É uma técnica bastante usada quando se dispõe de um tempo
curto; é indicada para traçar o desenho de observação da figura humana.
Ao observar um “modelo vivo”, você não terá um tempo extenso
para desenhá-lo, portanto é ideal que se esboce ou faça um croqui para
traçar o desenho registrando, dando um efeito bastante expressivo.
No desenho da figura humana em movimento, é indicada a técnica
do croqui, pois esta tem o objetivo de desenvolver uma forma gestual
variando as espessuras das linhas, exercitando o domínio do traçado,
realizando, assim, um desenho gestual e espontâneo.
Em sua simplicidade e despojamento, o croqui mostra a essência da ATIVIDADES
forma representada. O croqui é o estágio de desenvolvimento da capacida-
Exercitar a técnica do croqui,
de de desenhar formas, de maneira sintética e aprimorada. Podemos dizer
observando as pessoas ao seu
que o desenhista que faz, por exemplo, uma figura humana em pouquíssi- redor.
mos traços e manchas, sem se aprofundar em detalhes, é capaz de expressar
toda a complexidade da forma humana de maneira essencial; diríamos que
expressa não a coisa, mas o espírito da coisa representada. Figura 47:

Figura 47: Croqui.


Fonte: Livro eletrônico – Metodologia do ensino do
desenho básico. Cap. 2, p. 23.

41
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

3.4 DESENHO DO BEBÊ E DA CRIANÇA

De acordo com Couto (Ano: n/d, p. 85), o desenho de bebês e de


crianças é uma tarefa ainda mais difícil do que o desenho de adulto, isso
porque a estrutura física é diferente; além disso, existe uma grande diferença
com relação à textura da pele, às dobras, à suavidade, aos movimentos, às
expressões do corpo e do rosto, ao olhar, enfim tudo o que faz dos bebês e
crianças tão peculiares. Figura 48:

Figura 48: Desenho de bebê


Fonte: acervo particular.

Na medida em que vai crescendo, a criança vai sofrendo alterações


em suas proporções, até chegar à adolescência. Nos bebês, a face é mais
redonda e, na medida em que vai crescendo, sua definição se torna mais
acentuada. A Figura 49 mostra o desenho da criança aos 3, 8 e 12 anos,
respectivamente.

Figura 49: Crianças – 3, 8 e 12 anos.


Fonte: acervo particular.

42
Desenho III UAB/Unimontes

Abaixo, daremos algumas dicas que vão facilitar o seu aprendizado:


1 - Ainda de acordo com Couto (Ano: n/d, p. 85), nos primeiros
anos de vida, devemos utilizar um retângulo mais achatado (Ex: proporção
de 5 x 7 cm) e dividi-lo ao meio. A maior parte da face ocupará a parte
inferior do retângulo, a cabeça ocupará a outra arte. Figura 50:

Figura 50: Desenho de bebê.


Fonte: acervo particular.

2 - Como essas proporções vão se modificando gradativamente, à


medida que a criança cresce, voltaremos a utilizar o retângulo como base
para o desenho. Figura 51:

Figura 51: Desenho de bebê


Fonte: acervo particular.

43
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

3 - Observe que o retângulo de referência do desenho vai se


alongando, e a cabeça passa a ocupar um espaço bem menor, enquanto que
a face ocupará outro bem maior. Figura 52:

Figura 52: Desenho de crianças.


Fonte: acervo particular.

Para que você não represente a criança como se fosse um homem


pequeno mostramos, na figura 53, uma evolução das proporções da figura
humana, pois sabemos que, ao nascer, a barriga e a cabeça são maiores e os
membros são curtos; a cabeça do homem é o membro que menos cresce.
No bebê, a cabeça corresponde à quarta parte de seu corpo; o tórax e a
barriga ocupam quase duas outras quartas partes; os braços e as pernas são
proporcionalmente menos curtas.
No desenho 1, as proporções da criança com a idade de 8 a 12
?
meses.
No desenho 2, as proporções da criança com, aproximadamen-
?
te, 18 meses a 2 anos de idade. Nessa idade, as pernas já ocupam um
espaço maior, assim como os braços, correspondendo ao alargamento do
tórax e do abdômen.
? No desenho 3, proporções da criança entre 2 a 7 anos de idade,
quando a medida do corpo (se tomarmos como base a medida da cabeça)
passa para 6 alturas.
O desenho 4 mostra o ser humano na fase adolescente, quando
?
a medida fica em torno de 7 cabeças, pois o crescimento torácico e o
crescimento dos membros aproximam suas proporções das do adulto.
E, finalmente, no desenho 5, as proporções da fase adulta.
?

44
Desenho III UAB/Unimontes

Figura 53: proporções da Figura humana.


Fonte: Curso de desenho e pintura.(1996, p. 100)

REFERÊNCIAS

CANTELE. R. Bruna. Arte etc. e tal... Sâo Paulo: IBEP, Ano: n/d

COUTO, Mozart. Curso básico de desenho. São Paulo: Editora Escala, Ano:
n/d.

Curso de Desenho e Pintura. Rio de Janeiro: Coleção Globo, 1996

Desenhe e Pinte – Curso Prático Larousse. Rio de Janeiro: Altaya, 1997.

HALLAWELL, Philip. À mão livre - a linguagem do desenho. São Paulo:


Círculo do livro Ltda, 1995.

HALLAWELL, Philip. Visagismo: harmonia e estética. São Paulo: Editora


SENAC, 2003.

HARRISON, Hazel. Técnicas de Desenho e Pintura. Erechim: Edelbra


Ind.1994

Livro eletrônico – Metodologia do ensino do desenho básico. São Paulo:


Editora SENAC, 2006.

SILVA, Eli Renato. A arte de desenhar a figura em movimento. Rio de


Janeiro: Conquista, Ano: n/d

45
Artes Visuais Caderno Didático - 3º Período

WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

http://www.interconect.com.br/.../biografia/vinci.htm - acesso em
18/08/2009 - 09h42min

http://www.emporiomichelangelo.com.br/imagens/manequim.jpg - acesso
18/08/2009- 9h38min

46
RESUMO

Na Unidade I, abordamos o estudo da cabeça humana e todos os


seus elementos faciais. Tratamos separadamente o desenho de cada uma
dessas partes, ou seja: os olhos, abordando todas as suas divisões, como: as
pálpebras, a íris e a pupila; a boca, o nariz e a orelha. Somente depois de
apresentarmos como se desenham as partes do rosto é que mostramos como
se desenha a cabeça humana como um todo, sempre enfatizando que a
cabeça é considerada uma referência para a proporção do corpo humano, e
a base de iniciação da figura humana. Ainda mostramos a cabeça, de perfil e
de meio perfil e, finalmente, as expressões faciais.
Na Unidade II, enfatizamos o desenho de todas as partes do corpo
humano, e mostramos como construir um desenho passo a passo dos braços,
das mãos, das pernas, dos pés e, finalmente, do tronco.
Na Unidade III, enfocamos o corpo humano, lembrando que, para
se conseguir um bom desenho da figura humana, é necessário que as partes
do corpo estejam nas proporções corretas. E, para efetivar o aprendizado
relatamos, nessa etapa, como estabelecer essas proporções usando a cabeça
como unidade padrão de medida. Essas medidas mostradas são medidas
padrão, que vêm sendo utilizadas desde a Renascença, pois as proporções
do corpo adulto são basicamente as mesmas, independente do modelo e da
forma como você irá desenhá-lo.
Ainda na unidade III, explicitamos como se desenhar o corpo
humano em movimento, e o desenho do bebê e da criança, que difere do
desenho da figura adulta, pois o desenho de bebês e de crianças é uma tarefa
ainda mais difícil do que o desenho de adulto, porque a estrutura física é
diferente, além de existir grande diferença com relação à textura da pele, às
dobras, à suavidade, aos movimentos, às expressões do corpo e do rosto, ao
olhar, enfim tudo o que faz dos bebês e crianças tão peculiares.

47
REFERÊNCIAS

BÁSICAS

Curso de Desenho e Pintura. Rio de Janeiro: Coleção Globo, 1996.

HALLAWELL, Philip. À mão livre - a linguagem do desenho. São Paulo:


Círculo do livro Ltda, 1995.

HALLAWELL, Philip. Visagismo: Harmonia e estética. São Paulo: SENAC,


2003.

HARRISON, Hazel. Técnicas de desenho e pintura. Erechim: Edelbra, 1994.

WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

COMPLEMENTAR

CORTEZ, Jaime. Curso completo de desenho artístico. São Paulo:


Divulgação artística, Ano 2005.

Desenhe e Pinte – Curso Prático Larousse. Rio de Janeiro: Altaya, 1997.


CANTELE. R. Bruna. Arte etc. e tal... Sâo Paulo: IBEP, Ano: n/d

EDWARDS, Betty. Desenhando com o lado direito do cérebro. Tradução


Ricardo Silveira. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

ESCOLA DE ARTE. Aprenda a desenhar. Desenho, estudo e ensino, Rio de


Janeiro: Globo, 1999.

Livro eletrônico – Metodologia do ensino do desenho básico. São Paulo:


Editora SENAC, 2006.

OSTROWER, Fayga. Universos da arte. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1983.

SILVA, Eli Renato. A arte de desenhar a figura em movimento. Rio de


Janeiro: Conquista, Ano: n/d.

WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

http://www.interconect.com.br/.../biografia/vinci.htm - acesso em
18/08/2009

http://www.emporiomichelangelo.com.br/imagens/manequim.jpg - acesso
18/08/2009

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ATIVIDADES
DE
APRENDIZAGEM

1) Cite os elementos faciais e as suas funções no rosto.


______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________

2) Elabore o desenho da cabeça humana vista de frente. Tendo como base o


que foi estudado, divida-as em 4 partes, localizando os olhos, o nariz e a
boca.

51
Artes Visuais Caderno Didático - 3º período

3) Analise o enunciado abaixo e marque V – verdadeiro ou F – falso para a


afirmativa.
Deve-se iniciar o desenho do nariz pela base, definindo a largura e a altura
como se estivesse dentro de um triângulo, depois acrescentar as linhas que
devem ser suaves. As laterais serão marcadas com sombras, de maneira a
valorizar as formas, lembrando que tudo deve ser muito leve. Usar os tons
mais escuros somente para realçar as narinas e as curvas, para darmos
volume ao desenho.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

4) Elabore um desenho de uma mão segurando um objeto, depois trabalhe


aplicando luz e sombra.

52
Desenho III UAB/Unimontes

5) O que devemos observar no desenho do corpo humano para registrar


ações que se definem por movimentos?
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6) Analise o enunciado abaixo e marque V – verdadeiro ou F – falso para a


afirmativa.
Os croquis são traços “nervosos” aleatórios os quais o desenhista utiliza de
forma prática e automática. É uma técnica bastante usada quando se dispõe
de um tempo curto, e é indicada para traçar o desenho de observação da
figura humana. No desenho da figura humana em movimento, utilizamos a
técnica do croqui, pois esta tem objetivo de desenvolver uma forma gestual,
variando as espessuras das linhas, exercitando o domínio do traçado
realizando, assim, um desenho gestual e espontâneo.

( ) Verdadeiro
( ) Falso

7) Descreva como deve ser executado o desenho de um bebê em seus


primeiros meses até um ano de vida.
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8) Analise e enumere de acordo com as características de cada parte do


corpo.

As pernas e os pés ( ) São articulados na virilha.


Os antebraços ( ) Movimenta-se pela coluna vertebral.
As pernas e as coxas ( ) Articulados nos cotovelos.
O tronco ( ) São articulados nos tornozelos.

53
Artes Visuais Caderno Didático - 3º período

9) Na Renascença, a figura humana foi definida com altura equivalente a


oito cabeças, e as demais medidas do corpo relacionadas a esta medida
padrão. Na atualidade, para que os desenhos parecessem mais reais, esta
regra sofreu mudanças e as pessoas passaram a ser desenhadas com 7,5 a 8
cabeças.
Analise as alternativas abaixo, com referência ao desenho da figura humana.
Todas estão corretas, EXCETO:

a) ( ) As proporções do corpo adulto são basicamente as mesmas,


independente do modelo e da forma como você irá desenhá-lo.
b) ( ) Para que você consiga um bom desenho da figura humana, é
necessário que as partes do corpo estejam nas proporções corretas.
c) ( ) O artista El Greco trabalhava com a deformação, usando a medida
de até 10 cabeças, que dava uma elegância exageradamente escultural às
figuras.
d) ( ) As proporções da figura masculina não são diferentes da feminina

10) Com relação ao desenho das mãos, analise as alternativas abaixo; todas
estão INCORRETAS, Exceto:

a) ( ) Os dedos não devem se dobrar rumo ao centro da palma da mão


quando fazemos um movimento de “garra”.
b) ( ) Os dedos esticados quando a mão estiver em repouso devem ficar
levemente flexionados.
c) ( ) Para que os dedos fiquem bem desenhados, esboce-os como se
fossem cubos.
d) ( ) Não existe nenhuma diferença entre as mãos masculinas e as
femininas.

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