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Atividade Física,
Recreação e Jogos
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Ministro da Educação Chefe do Departamento de Ciências Sociais
Aloizio Mercadante Maria da Luz Alves Ferreira
Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Chefe do Departamento de Estágios e Práticas Escolares
Nárcio Rodrigues Rosana Cassia Rodrigues Andrade
Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Inglês
Maria das Mercês Borem Correa Machado Hejaine de Oliveira Fonseca
Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Português
Paulo Cesar Mendes Barbosa Ana Cristina Santos Peixoto
Apresentação
Prezado(a) Acadêmico(a),
O caderno didático da disciplina Atividade Física, Recreação e Jogos será objeto de suporte di-
dático para estudo da disciplina Fundamentos e Metodologia da Educação Física Escolar e tem
como principal objetivo ser uma referência teórica e prática durante sua trajetória acadêmica no
Curso de Pedagogia subsidiando sua prática durante o estágio supervisionado neste período.
Pelo fato das atividades físicas na escola, em suas várias manifestações (como os jogos e
brincadeiras,) estarem, principalmente, sob a responsabilidade da disciplina educação física, Na
unidade I, intitulada “Tendências pedagógicas de educação física escolar” estaremos discutindo
sobre os movimentos da educação física escolar ao longo da história. Nesta unidade você terá
a oportunidade de rever sobre a construção histórica das diferentes concepções sociais sobre o
corpo e ainda acompanhar a evolução histórica do conceito de Educação Física no mundo e no
Brasil o texto construído aborda ainda as diversas tendências pedagógicas da educação física na
escola, ao longo da história.
Na unida unidade II, intitulada “A importância da prática da atividade física: o papel da es-
cola” estaremos discutindo sobre a atividade física, saúde e a educação física na escola. Nesta
unidade você recordará conceitos estudados na disciplina Sociologia Geral com enfoque para a
função social da Educação Física na escola e as diferenças com o fenômeno esportivo. Também
será oportunizado a revisão sobre As tendências histórico-pedagógicas porém com enfoque na
Educação Física escolar no Brasil.
Na unidade III, intitulada “A recreação e o jogo como instrumentos educacionais” estaremos
discutindo sobre: a criança e o brincar; os jogos e brincadeiras na infância e a recreação e o jogo
no contexto pedagógico. Nesta unidade será discutido sobre o papel da prática da atividade fí-
sica dentro da educação física escolar, a partir de uma concepção ampla de educação física que
ultrapassa, em muito, o ensino do gesto motor. O material problematiza, também, a estreita rela-
ção entre brincar e jogar com o desenvolvimento da criança, destacando a importância do lúdico
no processo ensino-aprendizagem.
Durante o estudo da disciplina será abordado também sobre as diretrizes curriculares da
Educação Física Escolar; Os conteúdos da Educação Física escolar, a prática pedagógica e as im-
plicações metodológicas do professor; Saúde, cultura corporal e as capacidades físicas requisita-
das nas aulas de Educação Física escolar.
Todos os temas elencados acima pressupõem uma ampla discussão curricular, pois o que
está em debate é o teor das aulas, ou seja, o que deve ou não ser desenvolvido nas aulas de Edu-
cação Física na escola. Assim sendo, este caderno didático buscará refletir sobre os documentos
oficiais que norteiam a prática pedagógica (Parâmetros Curriculares Nacionais e Conteúdos Bási-
cos Comuns - MG).
Na unidade IV intitulada “Educação física escolar: currículo e metodologia de projetos” esta-
remos discutindo sobre: Currículo e educação física escolar; Os parâmetros curriculares nacionais
e os conteúdos básicos comuns/MG – Educação Física e ainda revendo conceitos sobre Metodo-
logia de projetos, assuntos amplamente estudados nas disciplinas Didáticas I e II.
Conscientes da amplitude da proposta e, também, do quanto já foi produzido por pesquisa-
dores diversos sobre os temas tratados neste caderno, não pretendemos esgotar o assunto, mas
apresentar reflexões iniciais que podem nortear o aprofundamento do estudo por você.
Bons estudos!
Maria Nadurce da Silva
Coordenadora do Curso de Pedagogia UAB/Unimontes
Sumário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Unidade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Tendências pedagógicas de educação física escolar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
A importância da prática da atividade física: o papel da escola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
A recreação e o jogo como instrumentos educacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Educação física escolar: currículo e metodologia de projetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
Apresentação
Prezado(a) Acadêmico(a),
Os autores.
9
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
UNIDADE 1
Tendências pedagógicas de
educação física escolar
Luciano Pereira da Silva
1.1 Introdução
Esta unidade trata das várias maneiras de abordar os conteúdos da educação física escolar.
Para isso, destaca os diversos tratamentos pedagógicos que a educação física recebeu ao longo
da história. A preocupação com a formação corporal da criança está presente em toda a história
da educação escolarizada no Brasil. Assim, compreender as maneiras de promover esta educa-
ção nos diferentes contextos históricos é imprescindível para entendermos, criticamente, as atu-
ais práticas pedagógicas da educação física.
11
UAB/Unimontes - 8º Período
padrão de beleza feminina, esse modelo foi construído ao longo da história, ou seja, não foi
sempre assim. Há alguns séculos atrás, magreza era sinônimo de fome, pobreza e doença
enquanto a gordura era o padrão de beleza feminina, tanto porque expressava o consumo
alimentar das elites, que tinham acesso ao açúcar, como por representar o poder feminino
de gerar filhos. Somente no século XX, com o surgimento de outras representações de be-
leza (como a boneca Barbie) e das academias de ginástica, quando se começou a vender a
idéia de que cada um pode modelar o corpo da maneira que quiser, as curvas fartas foram,
gradativamente, sendo substituídas por um corpo mais magro e ágil (DEL PRIORE, 2000).
Figura 1: Quadro do ►
Renascimento que
expõe a valorização de
um padrão de beleza
muito diferente do
atual.
Fonte: Disponível em
http://geofesta.blogspot.
com/2011/01/reflexao-so-
bre-o-que-e-beleza.html
acesso em 10 ago. 2011.
12
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
escola possa, com o tempo, ter impactado, positivamente, a qualidade de vida das pessoas,
importa, também, lembrar que ela foi gestada para servir aos interesses de quem desejava
que a escola formasse indivíduos preparados para o trabalho fértil (que gerava lucros aos
detentores do capital) e para os novos desafios que a vida moderna impunha.
Parte da busca por transformações nas cidades, desde sua estrutura até os hábitos das
pessoas, no contexto do crescimento urbano, no final do século XIX e início do século XX, é
comumente chamada de movimento higienista e sanitarista. No período em questão, pauta-
dos no saber científico, profissionais liberais, sobretudo médicos, vão atuar em diversas es-
feras da vida social, determinando as mudanças que a sociedade devia adotar para que seus
indivíduos crescessem saudáveis, evitassem doenças e ficassem fortes, fisicamente e moral-
mente. Acerca das diferenças entre o movimento higienista e sanitarista, esclarece Scwarchz Para saber mais
(2001, p. 206): O Renascimento,
período compreen-
Caberia aos médicos sanitaristas a implementação de grandes planos de dido entre os séculos
atuação nos espaços públicos e privados da nação, enquanto os higienistas XIV e XVI, foi marcado
seriam os responsáveis pelas pesquisas e pela atuação cotidiana no com- por grandes transfor-
bate às epidemias e às doenças que mais afligiam as populações. No en- mações em diversos
tanto, essa divisão entre sanitaristas - responsáveis pelos grandes projetos campos da sociedade
públicos - e higienistas - vinculados diretamente às pesquisas e à atuação européia (como a
médica mais individualizada - funcionou, muitas vezes, de maneira apenas economia, a política, a
teórica. Na prática, as duas formas de atuação apareceram de modo indis- cultura e a religião).
criminado.
13
UAB/Unimontes - 8º Período
Figura 2: Homem ►
Vitruviano - Desenho
feito por Leonardo da
Vinci. por volta de 1490;
expressa o racionalismo
na análise do corpo
humano.
Fonte: Disponível em:
<http://construindo-
historiahoje.blogspot.
com/2010/04/o-homem-
-vutruviano.html> acesso
em: 02 set. 2011.
14
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
foi, também, legitimado pelo conhecimento médico-científico do corpo que referendava as pos-
sibilidades, a necessidade e as vantagens de tal intervenção sobre o corpo (BRACHT, 1999).
Sobre o contexto do surgimento da educação física escolar, resta ainda destacar a valori-
Dica
zação da escola como local adequado para preparar as futuras gerações. Não podemos relevar
que a escola, como temos hoje, é um fenômeno recente em nossa sociedade, com pouco mais sobre esse assunto, ver:
FARIA FILHO, Lucia-
de 100 anos. no Mendes de. Dos
Nos primeiros anos do século XX, houve todo um investimento para a transformação do pardieiros aos palácios:
ambiente escolar em um local para a promoção do indivíduo educado em sua plenitude, ou cultura escolar e urba-
seja, nos aspectos intelectual, físico e moral. Nessa lógica, os corpos das crianças, sobretudo as na em Belo Horizonte
mais pobres e assim vistas como mais distantes do desejado mundo civilizado, são os princi- na primeira republica.
Passo Fundo: UPF,
pais alvos das ações formadoras da instituição escolar. 1996, e DURÃES, Sarah
Jane (Org.). A escola
Escolarizados, os corpos das crianças – e mais ainda os corpos miseráveis e como lugar - grupos
toscos das crianças pobres – tornaram-se destino e suporte de inscrição dos escolares no Norte de
predicados esperados de um cidadão republicano, consagrando-se à escola a Minas Gerais (1906-
façanha de cultivá-los para neles plantar hábitos e condutas que os fizessem 1937). Montes Claros:
belos, saudáveis, ordeiros, robustos, vigorosos, atributos de uma estética cor- UNIMONTES, 2009.
poral ideada, mas ainda inexistente (VAGO, 2002, p. 88).
Com o crescimento das cidades, a adequação da vida para a nova realidade passa pela esco-
larização das crianças, a partir da aposta de que os hábitos antigos poderiam ser superados para
a construção de um novo homem. Nesse contexto, conforme Soares (2004), a escolarização con-
tribuiria, a médio prazo, para a reorganização disciplinar da classe trabalhadora, em que um dos
componentes didáticos era a educação física, pois acreditava-se que “a força física de uma nação
interfere em sua prosperidade” (SOARES, 2004, p. 33).
◄ Figura 3: Planta do
Grupo Escolar do
início do século XX. No
centro, o pátio onde
se realizavam as aulas
de ginástica.
Fonte: GUIMARÃES;
DURÃES, 2009, p. 6
15
UAB/Unimontes - 8º Período
Nas primeiras décadas da educação física escolar, dois setores da sociedade influenciaram
decisivamente sua dinâmica: os militares e a classe médica. No caso dos militares, sua influência
se deu pelo fato de que desde meados do século XIX as instituições militares já se preocupavam
com a sistematização e o ensino das atividades físicas. Prova disso é o fato de que a Escola de
Educação Física do Exército – ESEFEx foi a primeira instituição no Brasil a formar profissionais, em
nível superior, para a área. Já a classe médica influenciou a educação física, pois seus conheci-
mentos foram a base para o estabelecimento do conteúdo “exercício físico” nas escolas.
QUADRO 1
Movimento do pensamento da educação física escolar:
A educação física e seu conteúdo de ensino no tempo
16
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
Conforme exposto, a ginástica foi o primeiro conteúdo da educação física escolar brasileira
e foi preponderante nessa disciplina nas primeiras décadas do século XX. Dentre as várias esco-
las europeias, tiveram mais força no Brasil os métodos alemão, sueco e francês.
São características desses métodos, de acordo com Soares (2004):
Método Alemão
Método Sueco
Foi pensado para o fim primordial de extirpar os vícios da sociedade, entre eles o alcoolis-
mo, e criar indivíduos fortes e saudáveis. Entre os estudiosos suecos que desenvolveram o méto-
do, destaca-se Pehr Henrick Ling que, baseando sua proposta em uma análise anatômica do cor-
po, propôs uma série racional de movimentos de formação. Exemplo de uma lição do método
sueco, segundo Marinho (2000, apud SOARES, 2004, p. 58-59):
1º. Exercícios de ordem;
2º. Exercícios de perna ou movimentos preparatórios formando uma pequena série;
3º. Extensão da coluna vertebral;
17
UAB/Unimontes - 8º Período
Figura 4: Alunos do ►
Grupo Rio Branco em
exercício de ginástica
sueca (1916) – Arquivo
Público Mineiro –
Fundo Tipografia
Guimarães
Fonte: VAGO, 2002, p. 314.
No Brasil, Rui Barbosa foi um grande defensor desse método, por basear-se em preceitos
científicos e expressar relação com o conhecimento médico. Sobre sua adoção no Brasil, assevera
Soares (2004, p. 60):
A sua divulgação no Brasil parte, portanto, da defesa que faz dela Rui Barbo-
sa, num primeiro momento, e Fernando de Azevedo, décadas mais tarde. Estes
pensadores atribuem à Ginástica Sueca uma adequação maior aos estabeleci-
mentos de ensino, dado o seu caráter essencialmente pedagógico. Esta defesa
por parte destes intelectuais de épocas subsequentes serviu para propagar a
Ginástica Sueca no Brasil (SOARES, 2004, p. 60).
Método Francês
18
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
◄ Figura 5: Aula de
educação física no
Colégio Estadual do
Paraná (1964).
Fonte: SILVA; SEBRENSKI;
CAPRARO, 2010, p. 50.
A adoção do esporte como principal conteúdo da educação física escolar transfere para a
escola os códigos das competições de alto rendimento. Dessa forma, a organização se dá como
um treino esportivo, sob grande influência dos conhecimentos da fisiologia.
19
UAB/Unimontes - 8º Período
Acerca do esporte como conteúdo da educação física escolar, informa Bracht (1999) que,
nesse processo, a intervenção sobre o corpo do aluno (visto como uma máquina) pautava-se no
conhecimento oriundo das ciências naturais, sobretudo a biologia e suas especificidades, além
da perpetuação da influência do conhecimento médico.
A penetração do esporte nas instituições educacionais foi incrementada em território brasi-
leiro pelo frequente uso político do esporte, mormente no período da Ditadura Militar. No regi-
me de exceção, as conquistas esportivas eram uma das formas de afirmar o potencial do país e
estimular o orgulho pela pátria e um consequente nacionalismo.
Figura 6: Propagandas ►
nacionalistas do
período militar.
Fonte: Disponível em:
<http://canelada.com.
br/wp-content/uploa-
ds/2010/06/Histoblog153.
jpg> acesso em 10 ago.
2011.
Mesmo com a redemocratização política, o uso político do esporte é uma prática que se
perpetua, haja vista, nos dias de hoje, a adoção da estratégia da realização de mega eventos es-
portivos (Copa do Mundo e Olimpíadas). Nessa estratégia, reside a crença que integrar o grupo
das grandes potências mundiais passa também pelo esporte, ou seja, pela transformação do país
em uma potência olímpica, pela venda da imagem de um povo e de um governo vencedor.
1.2.3 Psicomotricidade
A Psicomotricidade pode ser entendida como uma tendência pedagógica da educação fí-
sica a partir da década de 1970. A adoção de seus princípios foi justificada pelo fato de que a
educação física tradicional voltava-se demais aos aspectos físicos do desenvolvimento humano,
pautando seus valores na lógica do alto rendimento esportivo. Dessa forma, a Psicomotricidade
critica e propõe uma alternativa ao movimento esportivo (predominante a partir da década de
20
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
1940). Para Mello (1989), a emergência da motricidade na educação física escolar fundamentou-
-se no desejo de propiciar o desenvolvimento harmonioso da criança, através de uma proposta
que concebesse o movimento de forma integrada aos aspectos afetivos e sociais.
Soares (1996) afirma que, com a Psicomotricidade, a educação física perde a sua especifi-
cidade, pois passa a compor um movimento de formação integral da criança. A educação física
não possui então um conteúdo específico, mas, torna-se um meio para que o aluno se desenvol-
va, por exemplo, para que ele se socialize e aprenda Matemática, Língua Portuguesa, Geografia e
outras disciplinas.
A partir da análise do desenvolvimento humano, diversos pesquisadores desenvolveram te-
orias sobre a aprendizagem psicomotora e o papel da educação física escolar diante desse con-
teúdo. Para Le Boulch (1987), o desenvolvimento de uma criança se dá a partir da interação de
seu corpo com o ambiente, ou seja, com os objetos e pessoas de seu meio, com os quais estabe-
lece ligações afetivas e emocionais.
Para propiciar a aprendizagem e o desenvolvimento da criança, a psicomotricidade assume
diferentes dimensões: preventiva, educativa, reeducativa e psicoterapêutica. As experiências cor-
porais configuram-se como estímulos à experiência motora e, quando ricas, conduzem ao de-
senvolvimento satisfatório (FONSECA, 2004).
São elementos psicomotores:
• Esquema corporal - entendido como a “representação mais ou menos global, mais ou me-
nos específica e diferenciada que [a criança] tem do seu próprio corpo”, fundamental para a
formação da personalidade (WALLON, 1975, p. 105).
• Coordenação motora global - procede da harmonia de ações musculares e depende do con-
trole motor e da capacidade de equilíbrio postural (OLIVEIRA, 1997).
• Coordenação motora fina - relaciona-se à habilidade e destreza manual, resultando no de-
senvolvimento de formas variadas de pegar objetos e, no caso da destreza, em movimentos
precisos da mão e dos dedos (OLIVEIRA, 1997; HURTADO, 1991).
• Lateralidade – é a dominância lateral que permite a percepção consciente pelo indivíduo
dos lados direito e esquerdo. Relaciona-se com a organização espacial.
• Organização espacial - permite a tomada de consciência da situação do corpo no ambiente
e da situação entre as coisas, sendo, assim, necessária ao indivíduo para organizar-se peran-
te o mundo (DE MEUR; STAES, 1984).
• Organização temporal - “a capacidade de situar-se em função: da sucessão dos aconteci-
mentos, da duração dos intervalos, da renovação cíclica de certos períodos, do caráter irre-
versível do tempo” (DE MEUR; STAES, 1984, p. 15). O indivíduo deve ser capaz de organizar
suas ações, tendo como referência as dimensões do tempo.
O final dos anos 1980 e início dos anos 1990 é um período, no que diz respeito às tendên-
cias pedagógicas da educação física escolar, marcado pela tentativa de superar antigos modelos
balizados por uma perspectiva que adotava como meta a aptidão física. Nesse período, diversos
profissionais de educação física realizaram cursos de mestrado e doutorado em outras áreas do
conhecimento, como educação, psicologia e ciências sociais e ampliaram o referencial teórico
que sustentava as pesquisas e intervenções da educação física escolar. Via de regra, a ginástica,
o movimento esportivo e mesmo a psicomotricidade eram criticados por não centralizarem suas
ações no entendimento do movimento humano em uma perspectiva cultural.
Esse movimento, visto como renovador da educação física, teve diversos expoentes e foi
composto por várias propostas pedagógicas que aqui denominamos de movimentos culturais.
Na tentativa de entender essas novas manifestações pedagógicas, Valter Bracht (1999) as vincu-
la a uma teoria crítica da educação e elenca quatro abordagens que se destacaram. A seguir, é
apresentada a ideia principal de cada uma dessas abordagens no entender de Bracht.
• Abordagem desenvolvimentista
O objetivo é oferecer à criança oportunidades de experiências de movimento para garan-
tir o seu desenvolvimento normal, ou seja, suas necessidades de movimento. A proposta funda-
menta-se na psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. Principais autores: Go Tani e
Edison de Jesus Manoel, da USP, e Ruy Jornada Krebs, da UFSM (BRACHT, 1999).
21
UAB/Unimontes - 8º Período
• Abordagem crítico-superadora
A ideia central fundamenta-se na pedagogia histórico-crítica desenvolvida por Dermeval
Saviani e colaboradores. Defende que o objeto da área de conhecimento da educação física é
a cultura corporal que se concretiza nos seus diferentes temas: o esporte, a ginástica, o jogo, as
lutas e a dança. É a proposta sistematizada pelo Coletivo de Autores (1992) que propõe que o
conteúdo da educação física escolar seja tratado de forma historicizada, de maneira a ser apre-
endido em seus movimentos contraditórios.
• Abordagem crítico-emancipatória
Tendo como principal propagador o professor Elenor Kunz, é influenciada pela pedagogia
de Paulo Freire e pelas análises fenomenológicas do movimento, partindo de uma concepção de
movimento que o autor denomina de dialógica.
Referências
ACCIOLY, A. R. Adolph Spiess e a ginástica nas escolas alemãs. Rio de Janeiro: Brasileira de Edu-
cação Física, 1949. In: SOARES, C. L. Educação física: raízes européias e Brasil. 3 ed. Campinas:
Autores Associados, 2004.
BRACHT, V. A constituição das teorias pedagógicas da educação física. Cadernos Cedes, Campi-
nas, v. 19, n. 48, p. 69-88, Ago. 1999.
COLETVO DE AUTORES. Metodologia do ensino de educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
DE MEUR, A.; STAES, L. Psicomotricidade: educação e reeducação. São Paulo: Manole, 1984.
DEL PRIORE, Mary. Corpo a corpo com a mulher: pequena história das transformações do corpo
feminino no Brasil. São Paulo: Editora SENAC, 2000.
LE BOULCH, Jean. Educação psicomotora na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
MARCONDES, D.; JAPIASSÚ,H. Dicionário Básico de Filosofia. 3 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2001.
22
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
MARINHO, I. P. Sistemas e métodos de educação física. 5 ed. Rio de Janeiro: DEF-MÊS In: SOARES,
C. L. Educação física: raízes européias e Brasil. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2004.
MELLO, A. M. de. Psicomotricidade, educação física e jogos infantis. 3. ed. São Paulo: IBRASA,
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SCHWARCS, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-
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SILVA, J. D. S.; SEBRENSKI, R. M. B.; CAPRARO. A. M. Imagens iconográficas e a educação física mili-
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SOARES, C. L. Educação física: raízes européias e Brasil. 3 ed. Campinas: Autores Associados,
2004.
VAGO, Tarcisio Mauro. Cultura escolar, cultivo dos corpos: educação physica e gymnastica
como práticas constitutivas dos corpos de crianças no ensino público primário de Belo Horizon-
te. Bragança Paulista: EDUSF, 2002.
23
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
UNIDADE 2
A importância da prática da
atividade física: o papel da escola
Wellington Danilo Soares
2.1 Introdução
Esta unidade versa sobre a prática da atividade física dentro da educação física na escola.
Abordamos os conceitos básicos de atividade física, saúde e aptidão física, assim como os be-
nefícios da prática da atividade física. Posteriormente, norteados pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais – PCNs, apresentamos a educação física na escola como a unidade responsável por fo-
mentar a prática dessa atividade física e ao mesmo tempo instigar a cultura para essa prática,
além de uma reflexão, no final, sobre discussões acerca do papel da educação física, atualmente
dividido em duas matrizes: ciência e prática pedagógica.
25
UAB/Unimontes - 8º Período
• Aptidão física é conceituada como um estado dinâmico de energia e vitalidade que per-
mite a cada um, funcionando no pico de sua capacidade intelectual, realizar as tarefas do
cotidiano, ocupar ativamente as horas de lazer, enfrentar emergências imprevistas sem
fadiga excessiva, sentir uma alegria de viver e evitar o aparecimento das disfunções hi-
pocinéticas (BOUCHARD et al., 1990). Nessa definição, distingue-se a aptidão física rela-
cionada à saúde da aptidão física relacionada à capacidade esportiva. A primeira reúne
os aspectos bio-fisiológicos responsáveis pela promoção da saúde, e a segunda refere-se
aos aspectos promotores do rendimento esportivo. Corbin (1987), entretanto, ressalta
que a aptidão física passa a ser percebida como um construto que representa um estado
multifacetado de bem-estar resultante da participação na atividade física.
Os benefícios da prática da atividade física para a saúde são reconhecidos desde a antigui-
dade clássica:
Atualmente, existe uma crescente produção cientifica, comprovando que a falta de ativida-
de física é um fator preponderante no desenvolvimento de doenças, como obesidade, osteopo-
rose, hipertensão e doenças coronarianas. Já com a prática da atividade física é possível reduzir o
risco de adquiri essas patologias, melhorar a qualidade de vida e aumentar a longevidade (MAT-
SUDO et al., 2002).
De acordo com Nahas (2001), a atividade física pode reduzir o risco de morte prematura por
todas as causas, inclusive por doenças cardíacas, diabetes e hipertensão, auxiliando no controle
da pressão arterial e no controle do peso. Também é importante para o desenvolvimento e ma-
nutenção de ossos, músculos e articulações saudáveis e no tratamento de depressão e ansieda-
de, promovendo o bem-estar psicológico e a auto-estima.
O mesmo autor afirma que as atividades anaeróbicas, ou seja, as atividades que necessitam
de um esforço intenso em um curto período, trazem benefícios para a saúde. Mas o fortaleci-
mento do músculo cardíaco e dos demais componentes do sistema cardiorrespiratório ocorrem,
principalmente, através de atividades aeróbicas, que incluem atividades de média e longa dura-
ção (mais de 10 minutos, como corrida e caminhada) e intensidade moderada.
Em relação ao controle do peso, Costa, Cintra e Fisberg (2006) afirmam que a alteração mais
favorável na composição corporal ocorre nas seguintes situações:
1. Exercícios de baixa intensidade e longa duração (aeróbicos);
2. Exercícios aeróbicos combinados com treinamento de resistência de muitas repetições;
3. Programas de exercícios combinados com componentes de modificação;
4. Comportamental (como o controle alimentar, por exemplo).
26
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
Guedes e Guedes (1995), também, afirmam que a prática de exercícios físicos, de forma sis-
tematizada, vai além da promoção da saúde, possibilitando, inclusive, a prevenção das patolo-
gias que possuem forte associação no incremento dos níveis de morbidade e mortalidade. Os
autores ressaltam ainda que exista uma forte correlação entre exercício físico, qualidades físicas e
aptidão física relacionadas à saúde.
A escola tem sido reconhecida como a instituição em melhor posição para estimular e aten-
der as necessidades de prática de atividade física dos jovens (GUEDES; GUEDES, 2001), principal-
mente na atualidade, pois a sociedade moderna apresenta para crianças e jovens, através da mí-
dia, uma infinidade de atividades lúdicas que induzem ao sedentarismo. Os jogos eletrônicos,
nas suas mais diversas modalidades, ocupam o tempo livre desses jovens, desestimulando e im-
possibilitando a prática de qualquer atividade física.
A atividade física faz parte dos programas educacionais há muito tempo, pois as ciências de
educação têm demonstrado que é necessário estimular as crianças mediante um processo orga-
nizado e pedagógico dessas atividades. A educação física escolar tem um papel preponderante
no desenvolvimento da aptidão física das crianças e dos jovens, propiciando, também, o aprimo-
ramento de habilidades úteis para a vida, criando hábitos culturais de higiene e influenciando na
formação de qualidades morais e sociais da personalidade.
◄ Figura 7: Atividade
física.
Fonte: Disponível em:
<http://www.2.bp.blogs-
pot.com> acesso em 02
Jun. 2011.
27
UAB/Unimontes - 8º Período
A educação física escolar constitui um meio educativo privilegiado para desenvolver, pesso-
al e socialmente, as crianças e os jovens. Isso significa considerar prioritária a aprendizagem da
prática esportiva, não só como o desenvolvimento de capacidades de interação positiva com o
meio, mas orientada por valores.
Valores esses trabalhados em torno da dinâmica de grupo, intrínseca às atividades despor-
tivas, incluindo, entre outros, o humanismo (a pessoa primeiro que o adversário), a verdade e a
honestidade (dizer e assumir a nossa verdade, tolerar a verdade dos outros e aceitar a verdade
do jogo), a solidariedade (ajuda aos colegas, coesão no trabalho em grupo, auxílio a um adversá-
rio lesionado etc.), o respeito e a lealdade (em relação a si mesmo, aos colegas, ao adversário, ao
árbitro, e às regras, na vitória e na derrota), a disciplina (como meio de potenciar a participação
em grupo) e a coragem (de reconhecer os próprios erros, de assumir riscos controlados e de não
pôr em risco os adversários a fim de ganhar).
Existem características educativas da educação física escolar. Para Pina (1997), “a educação
física escolar representa um dos aspectos centrais da escola ao visar o desenvolvimento de com-
portamentos como: a autonomia; responsabilidade; sentido crítico; cooperação; criatividade;
sentimentos de prazer, emoção, risco, competição e superação.”
De acordo com Silva (1999, p.23),
• Principio da inclusão
• Principio da diversidade
• Categorias de conteúdos
Os conteúdos são apresentados segundo sua categoria conceitual (fatos, conceitos e princí-
pios), procedimental (ligados ao fazer) e atitudinal (normas, valores e atitudes).
28
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
Os conteúdos atitudinais apresentam-se como objetos de ensino e aprendizagem e apon- Para saber mais
tam para a necessidade de o aluno manter uma intima relação com os mesmos durante seu coti- Estude os Parâmetros
diano escolar. Curriculares Nacionais
A educação física escolar possibilita uma interação e socialização entre seus alunos, visando para a educação física
uma vida saudável e, dentro da atualidade do espaço escolar, possui uma identidade de com- em: BRASIL. Ministério
ponente curricular integrado ao projeto político-pedagógico da escola (KUNZ, 2001). Uma vez da Educação. PCN – Pa-
râmetros Curriculares
que se mostra, nesse espaço, como uma estrutura pedagógica de uma área de conhecimento, Nacionais – Educação
“ela é uma propriedade e um produto do ambiente escolar: a ele pertence por ele se define nele Física. Brasília: Secreta-
se constitui e se realiza – é então que se pode falar de uma cultura escolar de Educação Física” ria de Ensino Funda-
(KUNZ, 1991, p.11). mental, 1998.
Verifica-se que, realmente, a escola abriu pouco espaço para a educação física, especialmen-
te nos níveis de formação superior. Nos níveis inferiores, ela se apresenta, ou se apresentou, mais
como treinamento através de exercícios mecânicos. Assim, pode-se dizer que a escola abriu para
a educação física apenas as portas do fundo, ao cedê-la, com raras exceções, somente os espa-
ços e os horários rejeitados pelas outras disciplinas(SANTIN,1987).
Se aceitarmos que a educação física é parte da escola e reconhecermos que existe uma cul-
tura escolar de movimento, como uma das “entidades culturais” que a estrutura, será possível
assumir sua participação no ambiente escolar, autenticada pela sua expressão pedagógica de
práticas corporais tidas como manifestações do movimento humano e construídas a partir das
inter-relações estabelecidas em diferentes momentos e contextos sócio-históricos (KUNZ, 2001).
▲
Figura 8: Educação
2.3.1 Educação física: ciência ou prática pedagógica? Física Escolar.
Fonte: Disponível em:
<http://www.pedagogia-
Atualmente, a educação física no Brasil é identificada em duas matrizes, como ciência aopedaletra.com> acesso
em 27 Jun. 2011.
e como prática pedagógica. Em relação à educação física como ciência, Tani (1988) e Sérgio
(1991) consideram a educação física como uma ciência autônoma, ou relativamente autôno-
ma, que possui seu próprio objeto de estudo (motricidade humana, ação motora, movimen-
to humano etc.) e caracteriza-se por ser uma área de conhecimento interdisciplinar. Existem
outras denominações propostas para essa área, como “Cinesiologia”, “Ciência da Motricida-
29
UAB/Unimontes - 8º Período
É claro que os autores citados, nas duas “matrizes”, têm diferentes concepções sobre
o que é educação, homem, sociedade etc. Não podemos nos alongar aqui a respeito disso.
Cada uma destas matrizes e seus representantes oferecem importantes contribuições, mas
também esbarram em seus próprios limites. É o que passaremos a apontar, mesmo que rapi-
damente.
Para Betti (1998), as limitações que atingiram o desdobramento das propostas de cientifi-
zação da educação física, originárias dos EUA e Europa nos anos 60, causaram fragmentação e
especialização crescentes, em decorrência do desenvolvimento de subáreas, com linhas de in-
vestigação bastante específicas, verificando-se, assim, um espaço entre a ciência e o mundo
profissional (definido como prática). Interpretamos esse fenômeno como um “deslocamento
de foco” de uma prática historicamente situada (“Educação Física”), cabendo um entendimento
cientifíco da educação física, na sua perspectiva tradicional, possibilitando maior compreensão
no que diz respeito ao aspecto real e concreto da motricidade humana sob a ótica das diversas
ciências da natureza e do homem. Isso levou os pesquisadores da educação física a se identifi-
carem, de forma mais evidente, nas suas áreas e sub-áreas (aprendizagem motora, fisiologia do
exercício etc.), com as respectivas disciplinas-mães (psicologia, biologia, etc.). A partir daí, o ob-
jeto científico já não é mais o mesmo - uma conclusão que colhemos em Bracht (1992). A matriz
científica perde, assim, o objeto da educação física.
Vejamos agora outra perspectiva. Hoje em dia, ninguém mais faz “aula de educação físi-
ca”, mas de aeróbica, hidroginástica, musculação, esporte, dança. A terminologia “educação
física” só subsiste na escola, onde, todavia, já é quase sinônimo de “esporte”.
Isso foi considerado uma perda dos verdadeiros objetivos da educação física, que deve-
ria ser entendida como uma área que trata de um tipo de conhecimento denominado cul-
tura corporal de movimento, tendo como temas o jogo, a ginástica, o esporte, a dança, a
Para saber mais capoeira e outras temáticas que apresentarem relações com os principais problemas dessa
cultura corporal de movimento e o contexto histórico-social dos alunos.
Leia mais em BETTI,
Mauro. A janela de Para os PCNs (1998), a introdução das abordagens psicomotora, construtivista, desen-
vidro: esporte, televi- volvimentista e crítica, no espaço do debate da educação física, proporcionou uma amplia-
são e educação física. ção da visão da área, tanto no que diz respeito à natureza de seus conteúdos quanto no que
Campinas/SP: Papirus, se refere aos seus pressupostos pedagógicos de ensino e aprendizagem. Reavaliaram-se e
1998 enfatizaram-se as dimensões psicológicas, sociais, cognitivas, afetivas e políticas, conceben-
do o aluno como um ser humano integral. Além disso, foram englobados objetivos educa-
cionais mais amplos, que pudessem sustentar a atividade intelectual e não apenas voltados
para a formação do físico, e conteúdos mais diversificados, não só restritos a exercícios gi-
násticos e esportes.
30
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
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UAB/Unimontes - 8º Período
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32
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
UNIDADE 3
A recreação e o jogo como
instrumentos educacionais
Wellington Danilo Soares
3.1 Introdução
Nesta unidade, buscamos apresentar a estreita relação entre o brincar e o jogar e o desen-
volvimento da criança, como, também, a importância da recreação e o jogar para o aprimora-
mento dos aspectos físicos, motores, cognitivos e afetivos da criança, e, por fim, sua interfase
com o processo educacional: papel do lúdico e sua importância dentro do processo ensino-
-aprendizagem.
33
UAB/Unimontes - 8º Período
De acordo com Isidro e Almeida (2003), as regras de um jogo ou brincadeira estão, direta-
mente, ligadas ao conhecimento que as crianças têm da realidade social que vivenciam, pois,
brincando e jogando, a criança reproduz as suas vivências, transformando o real de acordo com
seus desejos e imaginação. É ¨através do ato de brincar, ela vai compondo uma infinita abertu-
ra de possibilidades que lhe permitirão desenvolver-se integralmente como sujeito engajado no
processo de construção de si mesmo¨. (FREIRE, 1994, p.102).”
O desenvolvimento da criança está intimamente ligado às experiências vivenciadas por ela
no meio social onde está inserida. Nas brincadeiras e jogos, a criança participa da construção do
mundo e, progressivamente, vai adquirindo conhecimentos e experiências, pois o jogo, mais que
simples diversão, é um poderoso instrumento para aprendizagem das regras da boa convivên-
cia, como afirma KISHIMOTO:
Não só a criança se exercita brincando (WEISS, 2001), mas também, conforme enfatiza Frie-
dmann (1996), jogos e brincadeiras são atividades ricas em estímulos e capazes de propiciar às
crianças a oportunidade de se desenvolverem em todas as dimensões da formação integral. Bra-
sil (1998) salienta que, no convívio, a criança amplia os laços afetivos entre elas e adultos, promo-
vendo o reconhecimento do outro, aprendendo a respeitar as origens socioculturais, as religiões,
etnias, costumes, hábitos e valores. E, de acordo com BRUHNS:
Para Carneiro e Dogde (2007), o brincar favorece a descoberta, ajudando a criança na con-
centração, observação, memorização, imaginação, linguagem, percepção e análise, entre outros
34
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
aspectos indispensáveis ao convívio, proporcionando que descortine o mundo a sua volta e ad-
quira competências e habilidades.
Podemos perceber que atualmente vivemos em um mundo totalmente dinâmico, onde os
contextos históricos e culturais se encontram em constante modificação. A criança está inserida
nesse contexto e acabam sendo transformadas a partir das experiências que vivenciam.
Bujes ressalta ainda que:
[...] a criança nos desafia porque ela tem uma lógica que é toda sua, porque ela
encontra maneiras peculiares e muito originais de se expressar, porque ela é
capaz através do brinquedo, do sonho e da fantasia de viver em um mundo
que é apenas seu. Outro desafio que as crianças nos fazem enfrentar é o de
perceber o quanto são diferentes e que essa diferença não deve ser despreza-
da e nem levar-nos a tratá-las como desiguais (BUJES, 2001, p.12).
▲
Segundo Brasil (1998), por meio dos jogos e brincadeiras é possível ao docente observar e
Figura 10: A criança e o
ter um diagnóstico do aluno, em grupo ou individualmente, e, assim, poder avaliar seu grau de brincar.
desenvolvimento, valores, interesses, cultura, necessidades, conflitos e problemas. O professor é Fonte: Disponível em:
responsável em propiciar um ambiente lúdico prazeroso, saudável e agradável, organizando as <http://www.educandoe-
brincadeiras de maneira diversificada, e, também, como afirma Rizzo (2001), é necessário que o brincando.blogspot.com>
acesso em 24 out. 2011.
profissional esteja seguro e conheça com antecedência cada jogo, seus objetivos e suas regras,
pois disso depende o trabalho mental do aluno. Afinal, o jogo tem por fim o papel de estimular
e construir. O professor, porém, deve proporcionar às crianças a oportunidade de escolherem os
temas, os papeis, os objetos e os colegas com quem querem brincar, pois, assim, os mesmos de-
senvolvem suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais. Entretanto, no momento
lúdico, cabe sempre a intervenção do professor para orientar os alunos, ampliando suas capaci-
dades e conceitos sociais.
Atualmente, pode se observar que a utilização e a essências dos jogos, brinquedos e brin-
cadeiras tradicionais vêm se perdendo, uma vez que as indústrias têm buscado fabricar brinque-
dos informatizados e eletrônicos, tornando-os, assim, mais atraentes ao consumidor mirim. Os
vídeos-games, televisores, computadores e a própria internet vêm se tornando cada vez mais
presentes no dia a dia das crianças. Tal perda da identidade dos jogos e brincadeiras no contexto
da educação física é lamentável, pois jogos e brincadeiras contribuem, também, para a aprendi-
zagem, no sentido de incentivar a motivação, da qual depende, em grande parte, qualquer aqui-
sição de conhecimento (Silva et al., 2005).
Sampaio (2004) entende que o papel assumido pela escola, hoje, no processo de socializa-
ção, ou direito à autonomia e equilíbrio emocional da criança e do jovem, é uma das principais
ações sociais contemporâneas. Essas mudanças das condições de vida da população infantil im-
plicam, como consequência, uma revisão do papel da escola e das políticas educativas e orienta-
35
UAB/Unimontes - 8º Período
ções gerais da vida em sociedade. A escola precisa dar oportunidade a todos os alunos para que
desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimora-
mento como seres humanos. Além disso, esse ambiente escolar deve ser criado com o intuito de
estimular o aparecimento das potencialidades da criança, que deve ser estimulada e motivada
no momento certo, sempre respeitando o tempo necessário para seu amadurecimento.
36
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
ce, substituindo-a, rapidamente, com a vontade e a paixão pelo ensino e pela aprendizagem e Dica
possibilitando que a imaginação e a criatividade despertem da interdisciplinaridade enquanto Leia mais em BRENELLI,
atitude. Sente, então, a liberdade por meio da alegria e do afeto, que cada professor traz consigo R.P. O jogo como
como possibilidade de poder contribuir com o aprendizado do outro, buscando despertar para o espaço para pensar: a
valor dos conteúdos das temáticas trabalhadas, o que permite que o aprendiz consiga sentir von- construção de noções
tade e prazer em aprender (SNYDERS, 1988). Devemos despertá-los para, com sabedoria, poder- lógicas e aritméticas.
Campinas: Papirus,
mos exteriorizá-los na nossa vida diária, pois a alegria, a fé, a paz, a beleza e o prazer das coisas 1996.
estão dentro de nós.
◄ Figura11: Jogos e
brincadeiras na
Infância.
Fonte: Disponível em:
<http://
www.ensa.org.br> acesso
em 02 Jun. 2011.
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UAB/Unimontes - 8º Período
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38
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
UNIDADE 4
Educação física escolar: currículo e
metodologia de projetos
Luciano Pereira da Silva
4.1 Introdução
Os temas tratados nas unidades anteriores articulam-se na medida em que procuram de-
senvolver reflexões sobre os conteúdos da educação física escolar e suas possíveis abordagens.
Até aqui, tratou-se dos conteúdos da educação física escolar (Unidade 1), abordou-se a impor-
tância da atividade física no cotidiano dos alunos (Unidade 2) e destacou-se um dos conteúdos
da Educação Física Escolar: o jogo (Unidade 3). Nesta quarta unidade, vamos aprofundar o estu-
do sobre o currículo da educação física escolar, discutir sobre os principais documentos oficiais
que norteiam a ação pedagógica da educação física escolar, os Parâmetros Curriculares Nacio-
nais e os Conteúdos Básicos Comuns, e ponderar sobre a estratégia de se trabalhar com projetos.
39
UAB/Unimontes - 8º Período
nos textos e nas salas de aula de uma nação. Ele é sempre parte de uma tradi-
ção seletiva, resultado da seleção de alguém, da visão de algum grupo acerca
do que seja conhecimento legítimo. É produto das tensões, conflitos e conces-
sões culturais, políticas e econômicas que organizam e desorganizam um povo
(APPLE, 2000, p. 59).
Já entre os britânicos, sob a liderança de Michael Young, os estudos sobre o currículo inau-
guram uma tendência que recebe o nome de Nova Sociologia da Educação - NSE. A proposta des-
sa tendência consiste em estabelecer as bases de uma Sociologia do Currículo, com o objetivo
de destacar o caráter socialmente construído das formas de consciência e de conhecimento,
bem como suas estreitas relações com estruturas sociais, institucionais e econômicas. Com isso,
uma perspectiva curricular inspirada pelo programa da Nova Sociologia da Educação busca um
currículo que reflita as tradições culturais e epistemológicas dos grupos subordinados e não ape-
nas dos grupos dominantes (MOREIRA; SILVA, 2000). Em suma, entende-se que o currículo não é
um elemento neutro na transmissão do conhecimento, mas um objeto que possui determinações
sociais e que está implicado em relações de poder.
Estabelecendo diálogo, novamente, com as tendências pedagógicas da educação física es-
colar, podemos afirmar que os Movimentos Culturais do final dos anos 1980 (Unidade 1) pro-
põem conteúdos para a aula de educação física dentro da lógica das tradições culturais da popu-
lação em geral e não apenas dos grupos dominantes.
Desdobramentos das discussões apresentadas acima levam o currículo a ser visto sob uma
perspectiva processual e prática, ou seja, o currículo é composto não somente pelo que está es-
crito, mas também pelo contexto em que ele se insere e pela maneira como ele é trabalhado.
Para Sancristán (2000), o currículo deve ser interpretado como algo construído no cruzamento
de influências e campos de atividades diferenciadas e inter-relacionadas, o que possibilita anali-
40
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
sar o curso de objetivação e concretização do currículo em vários níveis, assinalando suas múlti-
plas transformações. Dessa forma, o autor foca a atenção para os condicionantes administrativos,
institucionais e pedagógicos que afetam o desenvolvimento do currículo nas escolas.
Podemos então, de acordo com Menezes (2000), entender currículo atualmente como artefato
cultural, à medida que traduz valores, pensamentos e perspectivas de uma determinada época ou
sociedade. Para a autora, o termo passa a ser compreendido como todas as experiências e conhe-
cimentos proporcionados aos estudantes no cotidiano escolar, através tanto do currículo explícito
quanto do currículo oculto. Não tem sentido, portanto, dentro dessa acepção, usar o termo ativi-
dades extracurriculares. Dessa forma, o que constitui o currículo não são parcelas pré-existentes de Para saber mais
conhecimentos, mas o conhecimento que é produzido na interação educacional. Currículo oculto:
esse termo se refere
aos conteúdos não
escritos, mas presentes
41
UAB/Unimontes - 8º Período
Após poucos anos de implementação, o documento foi revisto e, para a área da educação
física, valorizou-se a capoeira (que deixou de ser conteúdo complementar e passou a ser con-
teúdo pertinente), o lazer e os estudos sobre o corpo (que deveriam, então, estar presentes em
todos os eixos temáticos).
As propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais e dos Conteúdos Básicos Comuns/MG
baseiam-se, pelo menos em parte, na ideia da interdisciplinaridade. Tal ideia é o principio dos
Temas Transversais, que abordam “questões urgentes que devem necessariamente ser tratadas,
como a violência, a saúde, o uso de recursos naturais, os preconceitos [...]” (BRASIL, 1997, p. 23).
Multidisciplinaridade e interdisciplinaridade são expressões cada vez mais presentes no cotidia-
no dos profissionais de educação.
Para Almeida Filho (1997), a multidisciplinaridade é a justaposição de disciplinas, cada uma
cooperando dentro do seu saber para o estudo do elemento em questão. Por exemplo, em um
estudo sobre a pobreza no Brasil, a história pode contribuir sobre as causas da concentração de
renda no país e a matemática sobre a maneira de se calcular os índices que revelam a desigual-
dade social (como o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH). Assim, haveria um estudo sob
diversos ângulos, mas com a manutenção das especificidades de cada disciplina. Morin (2000)
argumenta que nessa proposta, destaca-se a dificuldade de estabelecer uma via de articulação
entre as diferentes áreas.
Já a interdisciplinaridade, esclarece Saviani (2003), baseia-se em um conhecimento integra-
do, quando as disciplinas interagem entre si, trocando informações e métodos. Segundo Boch-
niak (1992), é na interdisciplinaridade que reside a possibilidade de superação da fragmentação
do saber instituída pelo currículo formal.
Em outra perspectiva, ao se trabalhar com projetos, visa-se uma educação autônoma e cria-
tiva, baseada na interação entre o sujeito (estudante) e o objeto do conhecimento (conteúdo tra-
balhado). Dessa forma, o contato reflexivo com as situações reais é constante e a aprendizagem,
significativa. Moura e Barbosa (2006, p. 12) explicitam o que são os projetos trabalhados nesta
proposta pedagógica:
Na área da educação física escolar, a metodologia de projetos apresenta-se como uma es-
tratégia fértil para a valorização dessa disciplina e para a busca do diálogo com outros conteúdos
curriculares. Por trabalhar com os conteúdos contextualizados, os conteúdos abordados, direta
43
UAB/Unimontes - 8º Período
ou indiretamente, pelos projetos são elementos culturais; no caso da educação física, elementos
da cultura corporal do movimento.
Isso não quer dizer que aspectos de outras culturas não possam fazer parte da aula de um
projeto de educação física (a vivência de elementos do rúgbi, por exemplo, esporte de origem
inglesa, pode compor um projeto), mas significa entender que o conhecimento se dá a partir
do referencial de análise de cada grupo, que poderá ser ampliado com a vivência de ativida-
des novas.
A seguir são apresentados diversos exemplos de projetos que podem ser desenvolvidos
na educação física escolar. Os exemplos escolhidos envolvem, sempre, uma ou mais disciplina,
além da educação física.
Exemplo 1:
O projeto trataria dos diversos padrões corporais valorizados ao longo da história e da re-
lação entre esses padrões e a saúde. O modelo que temos de beleza corporal e de corpo sau-
dável atualmente não era seguido em outras épocas. Além disso, mesmo que a preocupação
com a saúde esteja presente já há muito tempo na sociedade, o que é entendido como um
comportamento saudável também se modifica ao longo da história.
A disciplina de história poderia contribuir nesse projeto para a compreensão de que um
padrão corporal (modelo) é estabelecido como adequado a partir de características culturais
que variam no tempo. Conforme foi abordado na Unidade 1, há alguns séculos atrás, o mode-
lo de beleza feminina era associado a uma porcentagem de gordura corporal que nos padrões
atuais caracterizaria uma pessoa obesa. Já a disciplina de biologia poderia abordar a quanti-
dade de calorias presentes em cada alimento e quais alimentos eram mais consumidos em di-
ferentes épocas, enquanto que a disciplina de educação física trataria da importância da in-
gestão de carboidratos para a prática de atividade física e do gasto energético que diferentes
atividades físicas proporcionam.
Figura13: Alimentos ►
ricos em carboidratos
Fonte: Disponível em
<http://www.dicasde-
saude.info/alimentacao/
alimentos-ricos-em-car-
boidratos> acesso em 02
ago 2011.
44
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
Exemplo 2:
Exemplo 3:
45
UAB/Unimontes - 8º Período
Exemplo 4:
Figura 16: Apresentação
do Saruê – Grupo
Tema: O folclore como expressão da riqueza cultural
Parafolclórico da
Unimontes
Fonte: Disponível em O respeito à diversidade cultural é uma máxima presente nos documentos contemporâneos
<http://www.unimon- que norteiam a ação pedagógica nas instituições de ensino. A promoção desse respeito passa,
tes.br> acesso em 02 necessariamente, pelo conhecimento das manifestações culturais que representam tradições
ago 2011.
que compõem a identidade de grupos sociais.
▼
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Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
Resumo
Unidade 1
Unidade 2
Unidade 3
Unidade 4
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Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
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54
Pedagogia - Atividade Física, Recreação e Jogos
Atividades de
Aprendizagem - AA
1) Quais as principais tendências pedagógicas da educação física escolar e quais as suas princi-
pais características?
2) A partir do estudo das tendências pedagógicas da educação física escolar, reflita sobre a sua
vivência com essa disciplina durante a vida escolar e procure identificar se o seu professor de
educação física se encaixa em algumas delas. Explique por que.
4) De acordo com Nahas (2001), a atividade física pode reduzir o risco de morte prematura. Expli-
que por que.
7) Após a leitura da unidade 3, responda quais os benefícios dos jogos e brincadeiras para o pro-
cesso de ensino-aprendizagem?
8) Elabore, com suas palavras, uma definição para currículo. Posteriormente, a partir das discus-
sões da unidade 4, analise se a definição construída se aproxima de uma concepção moderna ou
tradicional de currículo.
55