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Ambiental para o
Ensino Fundamental
e Médio
Sônia Ribeiro Arrudas
Silma da Conceição Neves
Sônia Ribeiro Arrudas
Silma da Conceição Neves
Ecologia e Educação
Ambiental para o
Ensino Fundamental
e Médio
Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita do Editor.
EDITORA UNIMONTES
Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro
s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG)
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Ministro da Educação Chefe do Departamento de Ciências Biológicas
Fernando Haddad Guilherme Victor Nippes Pereira
Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes Coordenadora do Curso a Distância de Artes Visuais
João dos Reis Canela Maria Elvira Curty Romero Christoff
Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS Coordenadora do Curso a Distância de Letras/Português
Maria das Mercês Borem Correa Machado Ana Cristina Santos Peixoto
Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA Coordenadora do Curso a Distância de Pedagogia
Paulo Cesar Mendes Barbosa Maria Narduce da Silva
UNIDADE 1
Ecologia e Educação Ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
UNIDADE 2
O que é educação ambiental? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
UNIDADE 3
Principais problemas ambientais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
UNIDADE 4
Atividades de educação ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Anexo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo aos estudos dos conteúdos da disciplina de Ecologia e Educação Ambiental
para o Ensino Fundamental e Médio, do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Univer-
sidade Aberta do Brasil – UAB – Unimontes. Uma das grandes preocupações do mundo moderno
é a degradação ambiental, assim, como educadores, temos um papel fundamental nesse proces-
so, pois através da nossa prática pedagógica, devemos contribuir para educar, ambientalmente,
através da biologia. Neste volume, você encontrará referenciais teóricos acerca do debate relati-
vo à questão ambiental, inserção da educação ambiental no ensino formal e informal, as legisla-
ções e as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – sobre a Educação Ambien-
tal na educação brasileira, e uma breve discussão da construção do conhecimento pedagógico e
da sua utilização na formação dos nossos alunos, com ênfase na questão ambiental. Estaremos
aproveitando conceitos que você já trabalhou nas disciplinas que envolvem as questões de eco-
logia. No material, você encontrará, ainda, uma unidade especial de sugestões de atividades a
serem aplicadas na sala de aula com os seus futuros alunos. Conhecer essas atividades é muito
importante no dia a dia da prática escolar.
No quadro abaixo, você poderá conhecer a ementa da disciplina:
Estudo das propostas de ensino da Ecologia e de Educação Ambiental para o Ensino Fun-
damental e Médio. Análise de recursos e materiais para o ensino de Ecologia. Planejamento, ela-
boração, aplicação e avaliação de atividades e programas para o ensino da Ecologia no Ensino
Fundamental e Médio.
A fim de facilitar o entendimento, o conteúdo da disciplina foi dividido em 4 unidades. A
Primeira Unidade apresenta uma breve discussão sobre os problemas ambientais e a importân-
cia da educação ambiental nesse processo. A Segunda Unidade trata dos principais problemas
ambientais. A Terceira Unidade trata dos conceitos, características e histórico da educação am-
biental, apresentando o surgimento e a evolução do tema “educação ambiental”, além da apre-
sentação das correntes e tendências da educação ambiental. Por fim, a Quarta Unidade aborda
a operacionalização das atividades de educação ambiental e sugere diversas atividades práticas
da educação ambiental.
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
UNIDADE 1
Ecologia e Educação Ambiental
Sônia Ribeiro Arrudas
Silma da Conceição Neves
1.1 Introdução
Ernest Haeckel, em 1870, definiu ecologia
como o conjunto de relações entre os animais e
o meio ambiente. Nos cadernos de Ecologia de
Populações, Comunidades e Ecossistemas você
pode explorar e conhecer a complexidade e be-
leza dessas diversas relações existentes no meio
biótico e abiótico. É importante, neste momen-
to, que possamos estabelecer uma ponte entre a
ecologia e a educação ambiental. Afinal, o que é
educação? E educação ambiental?
A sobrevivência dos seres humanos, historica-
mente, sempre foi dependente do uso dos recursos
renováveis e não renováveis. No entanto, nas ulti-
mas décadas, com o aumento da população e a ace-
leração do desenvolvimento econômico, baseado
num modelo de uso intenso dos recursos naturais,
ocorreu uma série crescente de problemas ambien-
tais. Daí, a necessidade de discutir as relações am-
bientais e um novo modelo de desenvolvimento. ▲
O interesse pela preservação e a discussão sobre os problemas ambientais tiveram um gran- Figura 1: Educação e
Ecologia.
de crescimento nas últimas décadas. Os movimentos ambientalistas e a própria população, em
Fonte: Disponível em
geral, demonstram a preocupação e o despertar da consciência de que o modelo de desenvolvi- <http://advocaciaagro-
mento que não considera a preservação dos recursos naturais deve ser repensado. No entanto, ambiental.blogspot.
o conhecimento dessa questão não tem sido o bastante para reduzir os problemas ambientais. A com/ 2007/ 11/ educao-
-ambiental-x-legislao-
educação ambiental consiste em uma ferramenta de estudo das práticas educativas relacionadas -ambiental.html>.
à preservação do meio ambiente (UNESCO, 2007). Acesso em 07 de julho
A Carta das Responsabilidades Humanas foi apresentada em 2001, após seis anos de dis- de 2011.
cussão da rede internacional Aliança para um Mundo Responsável, Plural e Solidário, durante a
Assembléia Mundial dos Cidadãos, organizada pela Fundação Charles Léopold Mayer. Esse proje- DICAS
to surgiu para estimular um esforço internacional de renovação das reflexões a respeito das res- Caro acadêmico, para
ponsabilidades individuais e coletivas diante do futuro da humanidade e do planeta, além do iniciar, sugerimos a
leitura do artigo da
respeito aos direitos humanos e a conquista da paz. Para divulgação da Carta, foi criado o Comitê
revista Quaestio, Soro-
Internacional Facilitador. Neste sentido, espero que, com os nossos estudos, possamos compre- caba, SP, v. 12, p. 139-
ender o que está dito na Carta das Responsabilidades Humanas, 2002: “Os saberes e as práticas 153, nov. 2010: “Ciência
só fazem sentido quando compartilhados e usados em prol da solidariedade, da justiça e da cul- e Poesia em Diálogo:
tura da paz”. uma contribuição à
educação ambiental”.
Embora os problemas ambientais estejam na vivência do dia a dia das pessoas, a mudança
Disponível em:
de atitude de cada indivíduo e o desenvolvimento da consciência ambiental não são fatos co- <http://periodicos.
muns. Assim, o papel do professor na prática da educação ambiental, no ensino fundamental e uniso.br/index.php/
médio, é importante para o desenvolvimento de uma consciência de preservação, o que favo- quaestio/article/
rece a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas e a preservação do planeta para as futuras view/196/196>. Utiliza-
remos este artigo como
gerações, uma vez que a escola consiste no ambiente adequado para fomentar essas discussões.
uma fonte de estímulo
Cabe salientar que, ao desenvolvermos um tema de tamanha importância, é necessário que o fa- para o estudo desta
çamos com paixão, como cita Anthony J. D’Angelo (Figura 1): “Desenvolva uma paixão por apren- disciplina.
der. Se você fizer isso, nunca deixará de crescer.”
11
UAB/Unimontes - 8º Período
Figura 3: Revolução ►
Industrial.
Fonte: Disponível em <
http://www.oreconca-
vo.com.br/2011/07/06/
darevolucao-industrial-a-
-praca-da-juventude-as-
-cidades-como-espaco-
-de-socializacao/>.
Acesso em 07 de julho de
2011.
12
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
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UAB/Unimontes - 8º Período
Figura 5: Lançamento ►
de gases na atmosfera.
Fonte: Disponível em
<http://360graus.
terra.com.br/ecolo-
gia/default.asp?did
=27524&action= geral>.
Acesso em 07 de julho
2011
Em muitos países o desmatamento é uma das principais causas de erosão do solo e da per-
da da diversidade biológica (Figura 6).
Figura 6: ►
Desmatamento.
Fonte: Disponível em
<http://www.revistarural.
com.br/edicoes/2006/
Artigos/ rev106_florestas.
htm >. Acesso em 07 de
julho 2011
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
Referências
BRASIL. Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola. Mi-
nistério da Educação. Coordenação Geral de Educação Ambiental. Ministério do Meio Ambiente.
Departamento de Educação Ambiental. Brasília: UNESCO, 2007.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. Editora Gaia Ltda., 5 ed. São Paulo: Glo-
bal, 1998.
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
UNIDADE 2
O que é educação ambiental?
Sônia Ribeiro Arrudas
Silma da Conceição Neves
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UAB/Unimontes - 8º Período
Durante o congresso promovido pela UNESCO, em 1975, foi escrita a Carta de Belgrado, a
qual define Educação Ambiental como um processo que visa:
Iniciamos esta unidade questionando: o que é educação ambiental? No entanto, nesta área
não podemos tentar generalizar. O tema educação ambiental é uma área do conhecimento onde
existem múltiplas e diferentes idéias, correntes e manifestações. Algumas se complementam, ou-
tras se contrapõem.
Guimarães (1995) afirma que se, inicialmente, era necessário dirigir esforços para a inclusão
da dimensão ambiental na educação, porque essa simplesmente desconsiderava o entorno bio-
físico, atualmente, com a dimensão ambiental já incorporada à educação, não é mais possível re-
ferir-se, genericamente, a uma mera Educação Ambiental, sem qualificá-la com a precisão que o
momento exige. Nesse sentido, diversas foram as conceituações referentes à educação ambien-
tal, a partir das décadas de 1980 e início da década de 1990, tais como: a alfabetização ecológica,
a educação para o desenvolvimento sustentável, a educação para a sustentabilidade, a ecopeda-
gogia ou, ainda, a educação no processo de gestão ambiental.
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
Surge assim, a necessidade de diferenciar esses termos, nas diversas áreas que tratam das DICAS
questões ambientais. Sorrentino (1995) identifica e apresenta a existência de quatro vertentes da Caros acadêmicos,
educação ambiental: conservacionista; educação ao ar livre; gestão ambiental e economia ecoló- sugerimos a leitura da
gica. Em 1997, a canadense Sauvé (1997) discute algumas delas, que podem ser complementares definição do termo
entre si, ao contrário das variações existentes sobre o ambientalismo: Educação Ambiental na
Agenda 21 - Capítulo 36.
Disponível no site Fun-
• Educação sobre o meio ambiente: trata-se da aquisição de conhecimentos e habilidades re- dação Estadual de Meio
lativos à interação com o ambiente, que está baseada na transmissão de fatos, conteúdos e Ambiente - FEAM, em:
conceitos, onde o meio ambiente se torna um objeto de aprendizado; <http://www.feam.br>.
• Educação no meio ambiente: também conhecida como educação ao ar livre, corresponde a
uma estratégia pedagógica onde se procura aprender através do contato com a natureza ou
com o contexto biofísico e sociocultural do entorno da escola ou comunidade. O meio am-
biente provê o aprendizado experimental, tornando-se um meio de aprendizado;
• Educação para o meio ambiente: processo através do qual se busca o engajamento ativo do
educando que aprende a resolver e prevenir os problemas ambientais. O meio ambiente se
torna uma meta do aprendizado.
Essas vertentes serão discutidas no item 2.5 deste caderno, à luz da opinião de Sauvé (1997).
Durante a Conferência de Tbilisi, em 1977, realizada na ex-União Soviética, foram estabele-
cidas as principais características da educação ambiental, conforme apresentado no quadro 01.
QUADRO 01
Características da Educação Ambiental - Conferência de Tbilisi
Processo Característica
Abrangente Extrapola as atividades internas da escola tradicional; deve ser oferecida, conti-
nuamente, em todas as fases do ensino formal,
Globalizador Considera o ambiente em seus múltiplos aspectos. Deve atuar com visão ampla,
de alcance local, regional e global.
Contextualizador Atua, diretamente, na realidade de cada comunidade, sem perder de vista a sua
dimensão planetária.
No Brasil, a educação ambiental é um dos temas transversais estabelecidos nos PCNs - Parâ-
metros Curriculares Nacionais, apresentando-se como mais uma característica, além das deter-
minadas em Tbilisi. Por tema transversal, compreende-se que as questões ambientais não sejam
tratadas como uma disciplina específica, mas que permeiem os conteúdos, objetivos e orienta-
ções didáticas em todas as disciplinas. Afinal, o que são PCNs – Parâmetros Curriculares Nacio-
nais? Estaremos estudando-os, nos próximos capítulos.
Ainda na Conferência de Tbilisi, foram estabelecidos princípios para direcionar os projetos e
programas ambientes, conforme descrito no quadro 02.
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UAB/Unimontes - 8º Período
QUADRO 02
Princípios da Educação Ambiental - Conferência de Tbilisi
Princípio
Examinar Examinar as principais questões ambientais, nas diversas escalas, para o conheci-
mento das condições ambientais de outras regiões geográficas;
Concentrar Concentrar-se nas situações ambientais atuais e futuras, como também na aborda-
gem histórica;
Fazer Fazer com que os alunos compartilhem suas experiências de aprendizagem, propi-
ciando oportunidade de tomada decisões e de acatar suas consequências;
Estabelecer Estabelecer uma relação entre os alunos de todas as idades, através da sensibiliza-
ção pelo ambiente, conhecimentos e capacidade de resolver problemas, buscan-
do, especialmente, os mais jovens sobre os problemas ambientais existentes em
sua própria comunidade;
Contribuir Contribuir para que os alunos aprendam sobre os efeitos e as causas dos proble-
mas ambientais;
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
▲
Figura 9: Modelos Interdisciplinares. (Adaptado de HUNGERFORD, Harold & Peyton, Robert B. Como construir un programa de
educación ambiental. Programa Internacional de Educación Ambiental UNESCO-PNUMA)
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20/12/96, existem poucas
menções à Educação Ambiental. Uma referência é feita no artigo 32, inciso II, segundo o qual se
exige, para o Ensino Fundamental, a “compreensão ambiental natural e social do sistema político,
da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade”; e outra, no artigo 36,
§ 1º, segundo o qual os currículos do ensino fundamental e médio “devem abranger, obrigato-
riamente, [...] o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especial-
mente do Brasil”.
A Lei nº 9.795, de 27/04/99, instituiu a PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental
(Anexo), reforçando e qualificando o direito de todos à Educação Ambiental, inDICASndo seus
princípios e objetivos, os atores e instâncias responsáveis por sua implementação, nos âmbitos
formal e não-formal, e as suas principais linhas de ação. Apesar de a inclusão da Educação Am-
biental como tema transversal no PNE – Plano Nacional de Educação, conforme a Lei nº 10.172,
de 09/01/01, representar uma conquista, apenas consta que ela deve ser implementada no En-
sino Fundamental e Médio, com a observância dos preceitos da Lei nº 9.795/99. Dessa forma, o
PNE deixa de obedecer ao que estabelece a PNEA, que exige a abordagem da Educação Ambien-
tal em todos os níveis e modalidades de ensino.
O Decreto nº 4.281, de 25/06/02, regulamenta a Lei nº 9.795/99, além de detalhar as com-
petências, atribuições e mecanismos definidos para a PNEA pela Lei nº 9.795/99. O Decreto cria
o Órgão Gestor, responsável pela coordenação da PNEA, constituído pela Diretoria de Educação
Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA), e pela Coordenação-Geral de Educação
Ambiental do Ministério da Educação (CGEA/MEC).
A educação brasileira é gerida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - LDB, Lei
nº 9394/1996, que normatiza os processos em todos os níveis da educação. Segundo o artigo 1º
da LDB (1996), a educação se desenvolve na vida familiar, na convivência humana, no trabalho,
nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil
e nas manifestações culturais, sendo que a educação pública é dever Federal, do Estado e dos
Municípios e direito de todo cidadão brasileiro.
Segundo Marcatto (2002), um ponto importante na questão ambiental foi a reafirmação dos
princípios da educação ambiental na LDB/1996: “a educação ambiental será considerada na concep-
ção dos conteúdos curriculares de todos os níveis de ensino, sem constituir disciplina específica.”
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
nutenção da vida, em termos de educação, evidencia o trabalho vinculado aos PARA SABER MAIS
princípios da dignidade do ser humano, da participação, da solidariedade e da
equidade. (PCNs, 1997, p. 19) Para complementação
de seu estudo, sugeri-
mos a leitura do artigo
“O perfil do Educador
2.4.3 Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA Ambiental do ensino
fundamental em São
Francisco do Sul – SC”,
A Educação Ambiental foi regulamentada através da Política Nacional de Educação Ambien- da Profª Edilene Soraia
tal – PNEA, instituída pela Lei nº 9795, de abril de 1999. Quanto à praticidade, a educação am- da Silva. Disponível
no site Monografias.
biental foi implementada pelo Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA. com, em: <http://
br.monografias.com/
Segundo a Lei nº 9.795, de 27/04/1999, entende-se por educação ambiental: trabalhos3/perfil-edu-
cador-ambiental/perfil-
[...] os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem -educador-ambiental.
valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas shtml>.
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (Art. 1º da Lei nº 9795/99).
De acordo com Berté (2004), a educação ambiental deve ser multidisciplinar, através da in-
teração com enfoque humanista, holístico, democrático e participativo. O artigo 4º da referida
legislação contempla, ainda, nos incisos II a VIII, os seguintes princípios básicos:
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UAB/Unimontes - 8º Período
gãos do governo federal, em constante exercí- brada das diversas dimensões da sustentabili-
cio de transversalidade, fundamentando-se no dade, resultando na melhora da qualidade de
princípio de internalizar a educação ambiental vida dos brasileiros.
nessa esfera. A Educação Ambiental constitui-se em
Dentre os princípios do ProNEA, estão o um dos elementos fundamentais da gestão
compromisso com a cidadania ambiental ati- ambiental, e o ProNEA cumpre a função de
va e a transversalidade construída a partir de orientar os agentes públicos e privados para
uma perspectiva inter e transdisciplinar. As a construção e consolidação das alternativas
ações do ProNEA buscam a integração equili- sustentáveis (BRASIL, 2005).
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
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UAB/Unimontes - 8º Período
Referências
ALVES, L. S. A educação ambiental e a pós-graduação: um olhar sobre a produção discente.
Rio de Janeiro: Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2006.
ASSIS, E. S. UNESCO e a Educação Ambiental. Em Aberto, Brasília, v. 10, a 49, jan./mar. 1991. Dis-
ponível em: < http://www.rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/761/682>. Aces-
so em: 12 set. 2011.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: introdução aos parâ-
metros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
DUAILIBI, M; ARAUJO, L. Oficina de Educação Ambiental para Gestão. Secretaria do Meio Am-
biente. Governo de São Paulo.
LAYRARGUES, P.P. (Re) Conhecendo a educação ambiental brasileira. In: LAYRARGUES, P.P.
(coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente,
2004-b. 156p.
MARCATTO, Celso. Educação ambiental: conceitos e princípios. Belo Horizonte: FEAM, 2002.
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Principais problemas ambientais
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
A principal forma de nitrogênio para os gânico entra na cadeia alimentar, ele passa a
produtores são os nitratos (NO3-), fruto da de- constituir moléculas orgânicas dos consumi-
composição de matéria orgânica, na qual o ni- dores da cadeia. As bactérias desses consumi-
trogênio do protoplasma é quebrado em uma dores mineralizam o nitrogênio, produzindo
série de compostos orgânicos e inorgânicos gás amônio e sais de amônio, completando a
por bactérias. Os nitratos podem ser obtidos, fase de amonificação no ciclo. O gás amônia e
também, pela ação de bactérias fixadoras de os sais de amônio são convertidos em nitritos
nitrogênio, ou através de descargas elétricas e, posteriormente, em nitratos, por meio do
na atmosfera. No ciclo de nitrogênio, observa- processo de nitrificação aerobicamente. Por
mos quatro mecanismos importantes, sendo fim, temos o retorno ao nitrogênio gasoso, a
eles: a fixação do nitrogênio atmosférico em partir de nitrato, através do processo de desni-
nitrato; amonificação; nitrificação e desnitrifi- trificação anaeróbico.
cação. A fixação do nitrogênio se dá por meio O ciclo equilibrado do nitrogênio depen-
de organismos simbióticos, fotossintéticos e de de um conjunto de fatores bióticos e abió-
de vida livre. ticos. O excesso de nitrogênio sintetizado, ar-
O nitrogênio fixado é dissolvido na água tificialmente, na composição dos fertilizantes,
do solo, ficando disponível para plantas na causa o desequilíbrio do ciclo, que se torna
forma de nitrato. As plantas transformam o ni- incapaz de assimilar o excesso de nitrogênio,
trato em moléculas de nitrogênio e em outras além de provocar o fenômeno denominado
moléculas nitrogenadas, iniciando o processo de eutrofização, que compromete a qualidade
de amonificação. Quando esse nitrogênio or- das águas.
Os seres humanos, através das práticas de do solo e outras atividades, vêm acelerando o
mineração, desmatamento, uso inadequado processo de perda de fósforo do ciclo.
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UAB/Unimontes - 8º Período
Embora possua uma fase gasosa, o ciclo dos seres vivos. Em condições anaeróbicas e
do enxofre se apresenta sedimentar. A prin- na presença de ferro, o enxofre precipita, for-
cipal assimilação do enxofre pelos seres pro- mando sulfetos férricos e ferrosos, podendo
dutores se dá na forma de sulfato inorgânico. ser utilizado.
A fase biológica do ciclo de enxofre envolve A ação do homem pode interferir no ci-
microorganismos, com funções de redução clo, por meio da liberação de dióxido de enxo-
e oxidação. A figura 15 apresenta o ciclo sim- fre, em processos de queima de carvão e óleo
plificado do enxofre. Grande parte do enxofre combustível. O dióxido de enxofre, além de
assimilado é mineralizado, em um processo ser prejudicial ao organismo, pode provocar a
de decomposição, no entanto, em condições chuva ácida.
anaeróbicas, ele é reduzido a sulfetos, como
o sulfeto de hidrogênio, letal para a maioria
Figura 15: Ciclo do ►
Enxofre.
Fonte: BRAGA, 2005.
Ciclo hidrológico é o nome que se dá à sicos e os seres vivos, como mostra a figura 16.
circulação contínua da água, entre os meios fí-
Figura 16: Ciclo ►
Hidrológico
Fonte: Disponível em <
http://ga.water.usgs.gov/
edu/watercycleportugue-
se.html>. Acesso em 07 de
setembro 2011.
30
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
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UAB/Unimontes - 8º Período
podemos classificá-los em globais (envolvem ma. Para evitar o aquecimento global, devem
todo o espaço mundial) e local (em somente ser tomadas medidas para reduzir as emissões
uma região ou cidade). Os principais proble- dos gases de efeito estufa, evitar o desma-
mas globais de poluição do ar são o efeito tamento e as queimadas e buscar fontes de
estufa, a destruição da camada de ozônio e a energia limpas e renováveis.
chuva ácida. Situada na estratosfera, a camada de
O planeta Terra possui uma proteção ozônio tem a capacidade de bloquear as ra-
constituída por uma camada de gases que im- diações solares, principalmente a radiação
pedem o calor dos raios solares absorvidos de ultravioleta, impedindo que níveis excessivos
se dispersar totalmente, mantendo estável a atinjam a superfície terrestre. Na atmosfera, os
temperatura. No entanto, essa camada natural gases clorofluorcarbonos – CFCs reagem com
de gases, fenômeno considerado efeito estufa, o ozônio, destruindo e reduzindo essa cama-
vem sendo aumentada pelas atividades hu- da protetora; esse fenômeno ficou conhecido
manas, através da emissão de gases estufa na como buraco na camada de ozônio. Uma das
atmosfera (CO2, metano, óxido nitroso e CPFs - medidas mitigadoras para reduzir a destruição
clorofluorcarbonos), intensificando este efeito na camada de ozônio está na substituição dos
e elevando a temperatura no planeta, chama- CFCs presentes em aerossóis, extintores de in-
do de aquecimento global. cêndio, aparelhos de refrigeração e ar condi-
Como consequências do aquecimento cionado, por outros componentes.
global, podemos citar o derretimento de gelei- A chuva ácida (Figura 17) é resultado da
ras, a elevação do nível dos oceanos, a deser- precipitação dos gases nitrogenados e sulfo-
tificação, a perda de áreas para a agricultura, nados, produzidos por uma série de atividades
o desaparecimento da fauna e flora, além do da sociedade moderna.
aumento de catástrofes relacionadas ao cli-
As chuvas ácidas apresentam pH inferior emissão de uma determinada região pode ge-
a 5,6. Entre os danos causados pela chuva áci- rar deposição em outras.
da estão a destruição de construções civis e Os problemas locais de poluição do ar são
monumentos, acidificação da água para abas- observados em cidades e dependem dos po-
tecimento, perda na produtividade agrícola luentes que são gerados e das condições climá-
e mortandade de peixes. O controle das chu- ticas para sua dispersão. Os poluentes são clas-
vas ácidas passa por medidas de controle das sificados em dois tipos, smog industrial e smog
emissões de óxidos de nitrogênio e de dióxido fotoquímico, embora ambos possam ocorrer
de enxofre. O problema da chuva ácida deixa simultaneamente, ou separadamente, em dis-
de ser local e passa a ser global, uma vez que a tintas estações do ano, na mesma região.
32
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
O smog industrial é típico das regiões quentes, ensolaradas e de clima seco, onde os
frias e úmidas, onde os picos de concentração picos de poluentes ocorrem em dias quentes,
ocorrem, exatamente, no inverno, em condi- com muito sol. O principal agente poluidor
ções climáticas adversas para dispersão dos são os veículos, uma vez que gera poluentes
poluentes. A inversão térmica, fenômeno me- como óxidos de nitrogênio, monóxido de car-
teorológico, agrava o smog industrial quando bono e hidrocarbonetos. Esses gases sofrem
os picos de concentração de poluente ocor- reações na atmosfera, em presença da radia-
rem nas primeiras horas da manhã. ção solar, produzindo novos poluentes, daí o
O smog fotoquímico é típico de cidades nome fotoquímico (BRAGA, 2005).
A água está disponível em várias for- não significa, somente, quantidade, mas
mas no planeta, sendo encontrada, prin- também, qualidade.
cipalmente, no estado líquido, constituin- Do percentual de água existente no
do-se em um recurso natural renovável, planeta, 97% encontra-se nos oceanos e
através do ciclo hidrológico. Todos os 3% constituem-se de água doce. A água
organismos necessitam de água para so- doce se distribui em icebergs e glaciares
breviver, sendo sua disponibilidade um (69%), águas subterrâneas (30%) e água
dos fatores mais importantes a moldar um superficial (1%). Como demonstra a figura
ecossistema. Para a utilização do recurso 18, embora pequena a parcela referente
hídrico pelos organismos, é necessário que aos cursos d’água, ela se consiste no ma-
a água esteja em condições físicas e quími- nancial mais utilizado para o abastecimen-
cas adequadas. A disponibilidade hídrica to humano e lançamento de efluentes.
◄ Figura 18:
Disponibilidade Hídrica
Fonte: Disponível em <
http://ga.water.usgs.gov/
edu/watercycleportugue-
se.html>. Acesso em 07 de
setembro 2011.
A água doce é distribuída de forma hete- rações naturais do ciclo hidrológico, tem ocor-
rogênea, no espaço e no tempo. A distribuição rido alteração devido à intervenção humana,
heterogênea no espaço pode ser observada como por exemplo, a alteração da ocorrência
pela existência de desertos, com baixa umida- de vapor atmosférico devido à presença de re-
de, e de florestas tropicais, apresentando umi- servatórios, modificação da cobertura vegetal,
dade alta. Quanto à variabilidade temporal, alterações climáticas devido ao efeito estufa,
existe a variação da precipitação em função dentre outros. Tais modificações podem acarre-
das condições climáticas, de acordo com o mo- tar em mudanças no regime das precipitações,
vimento de translação da Terra. Além das alte- comprometendo a disponibilidade de água.
33
UAB/Unimontes - 8º Período
Os resíduos sólidos são classificados de acordo com a composição química, origem, riscos
potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, conforme a norma NBR 10.004 (ABNT, 2004):
As áreas de despejo e de disposição dos resíduos sólidos (lixões, aterros controlados e ater-
ros sanitários) consistem no método comum no Brasil, em virtude da viabilidade econômica na
sua execução e operação e dos menores investimentos em relação às demais alternativas. No en-
tanto, não podem ser consideradas como o ponto final para algumas das substâncias presentes
na composição dos resíduos, visto que a água percola através desses resíduos, carreando diver-
sas substâncias pelo chorume.
O chorume é um líquido escuro, de alto potencial poluidor, resultante da degradação dos
resíduos em aterros sanitários. O chorume apresenta substâncias altamente solúveis, hídricas su-
perficiais, podendo, porém, infiltrar-se no solo e atingir as águas subterrâneas, comprometendo
a qualidade e os usos dos corpos hídricos e das águas subterrâneas no entorno.
No aterro sanitário (Figura 19), o lixo é depositado sobre o terreno com revestimento imper-
meável de polietileno de alta densidade – PEAD, a fim de evitar o vazamento de material líquido
para o solo, e com um sistema de drenagem de gases, águas pluviais e chorume. Na operação do
aterro sanitário, o lixo é empilhado, compactado e coberto, diariamente, com uma camada solo.
◄ Figura 19: Esquema de
aterro controlado
Fonte: Disponível em
<http://www.recicloteca.
org.br/Default.asp?ID=7&
Editoria=2&SubEditoria=3
&Ver=1>. Acesso em 07 de
setembro 2011.
35
UAB/Unimontes - 8º Período
A destinação final do lixo deve considerar A compostagem, por sua vez, é um pro-
operações de tratamento, com a reutilização cesso biológico, aeróbio e controlado, a fim
ou o reuso, a recuperação e a reciclagem dos de produzir fertilizantes para aplicabilidade
materiais. Além do aterro controlado, as ou- na agricultura. A compostagem ocorre a par-
tras formas de tratamento dos resíduos são in- tir da decomposição biológica da matéria or-
cineração, compostagem, reciclagem e coleta gânica presente no lixo, através da ação dos
seletiva. microorganismos existentes nos resíduos, em
A incineração é um processo de trata- condições viáveis de aeração, umidade e tem-
mento térmico a uma temperatura entre 800 peratura, gerando um composto orgânico
a 1000ºC, na presença de excesso de oxigênio, biologicamente estável (Figura 20). A matéria
no qual os materiais à base de carbono são de- orgânica obtida no processo de compostagem
compostos, gerando um resíduo de cinzas e pode ser usada como adubo em vasos, jardins
liberando gases que devem ser tratados. e hortas.
Figura 20: Esquema ►
da compostagem.
Fonte: Disponível
em < http://semanade-
meioambiente.blogs-
pot.com/2008/03/
orientaes-sobre-
-compostagem.html>.
Acesso em 07 de setem-
bro 2011.
36
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
A energia elétrica, responsável pelo fun- pequena discussão sobre suas potencialidades
cionamento dos bens de consumo da socie- e impactos produzidos.
dade atual, pode ser obtida através de fontes A hidroeletricidade consiste em aprovei-
renováveis, como o vento e a água, ou por fon- tar a energia potencial ou cinética da água,
tes-não renováveis, como o petróleo. transformando-a em energia mecânica, pela
Com as mudanças nos padrões de vida, turbina, e, finalmente, em eletricidade (Figura
o homem utiliza cada vez mais as tecnologias 21). Esse tipo de energia é uma das mais efi-
para viver melhor, o que implica no consumo cientes e utilizadas no Brasil, correspondendo
maior de energia. Os números inDICASm que a 90% do total de energia elétrica gerada no
a crise energética deverá se intensificar no país, visto que o país possui um elevado po-
futuro, e a solução para essa crise é um dos tencial hídrico e a opção por essa matriz ener-
maiores desafios tecnológicos. Apresentare- gética dá sustentação ao desenvolvimento na-
mos um resumo das fontes de energia e uma cional.
◄ Figura 21:
Hidroeletricidade
Fonte: Disponível em
<http://eletricalider.com/
index.php?id=11&pagina=
noticia _completa>.
Acesso em 07 de setembro
2011.
37
UAB/Unimontes - 8º Período
sene, parafina etc. Trata-se de uma fonte de dos oceanos é através das usinas maremo-
energia não renovável e de origem fóssil, cuja trizes, as quais utilizam os desníveis criados
queima provoca a emissão de gases poluentes pelas marés, mas os projetos são quase expe-
na atmosfera. rimentais e são poucos os locais onde é viável
A biomassa corresponde à matéria de o aproveitamento econômico das marés. No
origem orgânica que pode ser convertida em Brasil, somente o nordeste apresenta esse tipo
combustível e empregada em usinas termelé- de aproveitamento.
tricas. As vantagens e desvantagens ambien- A energia eólica consiste em uma fonte
tais dependem do tipo da biomassa utilizada. de energia renovável e limpa, gerada pelo mo-
Uma das formas de aproveitar as águas vimento do vento (Figura 22).
Figura 22: Usina ►
de Energia Eólica
Fonte: Disponível
em < http://www.ecode-
bate.com.br/2009/06/29/
energia-eolica-tera-
-primeiro-leilao-em-no-
vembro-estado-do-rio-de-
janeiro-tem-dois-
-projetos-em-andamen-
to/>.
Acesso em 07 de
setembro 2011.
38
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Resíduos Sólidos – Classificação: NBR 10004.
Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 71p.
BRAGA, B. de et al. Introdução à Engenharia Ambiental. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2005.
_______. Resolução CONAMA Nº 275 de 25 de Abril de 2001. Conselho Nacional do Meio Am-
biente. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/cons-
tituicao/constitui%C3%A7ao.htm> Acesso em: 08 set. 2011.
39
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
UNIDADE 4
Atividades de educação ambiental
Sônia Ribeiro Arrudas
Silma da Conceição Neves
41
UAB/Unimontes - 8º Período
QUADRO 04
Estratégias de Ensino para a Prática de Educação Ambiental
Estratégia Definida Ocasião para Uso Vantagens / Desvantagens
Esta atividade busca promover a reflexão cada pessoa escolha dois elementos da biodi-
sobre a problemática da conservação de áreas versidade (árvore, flor, abelha etc.) e escreva o
naturais, trazendo a percepção da responsabi- nome escolhido em cada bexiga Solicitar dois
lidade de cada um nessa tarefa, além de esti- voluntários para serem os “vilões”, que muni-
mular o trabalho cooperativo na escola. dos de alfinetes tentarão estourar as bexigas,
e três para serem os “guardiões da biodiversi-
Materiais dade”, que devem tentar defendê-las dos ata-
ques dos “vilões”.
• 02 Bexigas para cada participante As táticas de defesa devem ser acordadas,
• Confetes previamente, com o grupo, onde não deve
• Alfinetes valer empurrão ou qualquer tipo de atitude
• Canetas coloridas para retroprojetor agressiva e a defesa deve ser realizada pela
obstrução da passagem do “vilão”. Os demais
Forma de realização participantes jogarão as bexigas (ou os ele-
mentos da biodiversidade) para o ar, sem dei-
Distribuir duas bexigas para os partici- xar cair no chão. Os “vilões” podem estourar
pantes e solicitar o enchimento. Pedir que tanto as bexigas que estiverem no ar como as
43
UAB/Unimontes - 8º Período
que estiverem caídas no chão. Os únicos que direcionada à importância e ao papel da socie-
podem recolocar as bexigas no jogo depois dade na conservação da biodiversidade, com
que estiverem caídas no chão são os “guardi- discussão sobre as causas da degradação da
ões da biodiversidade”. biodiversidade e as atitudes e comportamen-
Ao final, devem ser contadas as bexigas tos que cada pessoa deve ter para minimizar
estouradas, comparando com o número de esses impactos.
bexigas conservadas. A reflexão final deve ser
É uma atividade que ajuda os participan- vir outras pessoas, fator essencial para uma
tes a ampliarem a sua percepção auditiva, boa convivência humana.
percebendo os sons que os rodeiam. Eles con-
seguem até ouvir o som do vento, que, nor- Forma de realização
malmente, não é percebido pelas pessoas.
Distribuir para cada participante uma fo-
Materiais lha de papel branco com um “x” marcado no
centro, onde a folha é um mapa e o “x” inDI-
• 01 Folha de papel sulfite branca para CAS onde cada pessoa está sentada. Os par-
cada participante ticipantes deverão buscar um local para se
• 01 Lápis e borracha para cada participante sentar sem serem perturbados e, a cada som
• Pranchetas (pode ser pedaços de papelão que ouvirem, devem fazer no mapa um sinal
– apenas um anteparo para que os parti- que identifique o som, mostrando a direção e
cipantes possam escrever). a distância de onde veio.
Os participantes devem permanecer fa-
As atividades de sensibilização, como es- zendo o mapa por 5 a 10 minutos, dependen-
tratégia pedagógica, permitem a percepção do da capacidade de concentração e interesse
integrada dos sons e mensagens presentes no do grupo. Ao final, os participantes podem
nosso cotidiano, favorecendo uma aprendiza- comparar os seus mapas e o instrutor deverá
gem expressiva, através da emoção e da es- abordar questões relacionadas aos sons da na-
sência humana, como parte integrada em um tureza, horários de cada som, bem como sobre
processo educativo, além de possibilitar uma as dificuldades existentes no ato de ouvir, seja
atitude de respeito no que tange ao saber ou- a natureza ou as outras pessoas.
Essa atividade possibilitará aos partici- proporcionando cada uma dessas coisas aos
pantes uma reflexão sobre o equilíbrio natural animais e estes estarão procurando esses mes-
dos ecossistemas e os principais fatores que mos elementos no ambiente.
causam seu desequilíbrio. As filas se colocarão de costas para o cen-
tro e, ao sinal do professor, os participantes
Forma de realização fazem o gesto que escolherem, virando-se, ao
mesmo tempo, para o centro. Cada participan-
Os participantes devem se posicionar em te da “fila dos animais” deve correr imediata-
duas filas com o mesmo número de participan- mente para o participante da “fila do ambien-
tes, de frente uma para a outra, mas afastadas te” que estiver com o mesmo gesto que o seu,
cerca de 10 metros cada uma. Uma das filas re- sendo que a fila do ambiente não se movi-
presenta o ambiente e a outra fila representa os menta e cada elemento do ambiente só pode
animais que fazem parte desse bioma. suportar um animal de cada vez.
O professor apresenta os três gestos que Os participantes não podem mudar os
cada participante fará durante a brincadeira: gestos escolhidos inicialmente, portanto,
abrigo - os participantes devem erguer os dois quem não achar um participante com o gesto
braços, formando uma representação de te- igual ao seu, sai da atividade. Ao final, o pro-
lhado sobre a cabeça; alimento - as duas mãos fessor deverá reforçar conteúdos sobre con-
devem ficar sobre o estômago; água: as duas servação da biodiversidade, diminuição ou
mãos devem ficar em concha sobre a boca. extinção de uma população de animais ou
44
Os participantes da fila do ambiente estarão plantas, oferta e demanda de recursos etc.
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
A atividade ressalta a importância do sa- uma caixa e os dois subgrupos ficam em fila
neamento básico para conservação da saúde e indiana paralela uma a outra. A caixa com os
da qualidade ambiental no meio em que habi- cartões é colocada no meio e em frente das fi-
tamos, reforçando a relação de causa e conse- las. Com uma distância média de cinco metros
quência. da caixa de cartões, são colocadas duas outras
caixas: uma para as CAUSAS (falta de sanea-
Materiais mento) e outra para as CONSEQUÊNCIAS (do-
enças).
• Papeletas em branco A dinâmica segue como um jogo de fu-
• Canetas hidrográficas coloridas tebol de mãos, o primeiro da fila, com a bola
• 3 Caixas em uma das mãos, pega com a outra mão um
• 2 Bolas médias leves. cartão, lê em voz alta, corre até as duas outras
caixas, depositando-o na caixa correta (causas
Forma de realização x consequências). O participante deve retor-
nar até o final da sua fila e passar a bola com
O monitor divide o grupo em dois sub- as mãos levantadas por cima da cabeça do
grupos iguais, onde cada subgrupo elabora companheiro da frente. O subgrupo vencedor
ações que demonstram a falta de saneamento, será aquele que em menor tempo, retornar ao
os hábitos culturais inadequados, sanitaria- começo da fila o primeiro participante do iní-
mente, e doenças oriundas da falta de sanea- cio do jogo. O monitor deve lê com os partici-
mento, escrevendo cada uma em um cartão. pantes as papeletas das caixas “causas e con-
O número de cartões equivale ao número de sequências” contextualizando com o grupo
participantes de cada subgrupo. a importância do saneamento para a saúde e
Os cartões são colocados misturados em conservação ambiental.
• 10 Cartolinas ▼
• 10 Caixas de papelão, cortadas em vários
formatos e tamanhos
• Papel alumínio
• 02 Tesouras
• 02 Fitas crepe
• 02 Grampeadores
• 30 Vendas para os olhos
• 30 Pedaços de barbante (para amarrar as
mãos).
Forma de realização
Em local apropriado, os participantes de- de água. O monitor discute com o grupo a ex-
vem segurar os recipientes construídos para periência vivenciada, reforçando a necessida-
conservar o maior volume de água quando de da ação coletiva na preservação dos recur-
o monitor enchê-los com água de uma jarra. sos hídricos, principalmente os mananciais de
Será verificada a eficácia e estratégia do grupo abastecimento
para, coletivamente, reservar o maior volume
46
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
O boliche ecológico consiste em uma di- Confeccionar os pinos de boliche com no-
nâmica que busca a descontração e o desenvol- mes/figuras de animais (de preferência amea-
vimento de discussões sobre temas ambientais çados de extinção) ou plantas, resíduos secos
abordados em sala de aula ou para fixação de e orgânicos e outros, usando vasilhames de
nome de espécies vegetais e animais. produtos de limpeza e garrafas plásticas de re-
frigerante.
Forma de realização
Esta atividade permite o trabalho com a Deitar a garrafa pet e cortar um dos la-
flora e a percepção das crianças em relação ao dos da “barriga” da garrafa, sem atingir o fun-
desenvolvimento da planta (Figura 28). do nem a boca. Fazer pequenos furinhos no
fundo e colocar terra. Plantar as sementes ou
Materiais as mudas e cultivá-las com cuidado. Pode-se
usar, como suporte, caixas de ovos para que
• Garrafas pet não fiquem diretamente no chão. De tempos
• Tesoura em tempos, esses suportes devem ser substi-
• Terra tuídos para não apodrecer com o excesso da
• Mudinhas ou sementes. água. Como o trabalho se estende por alguns
dias, permite o trabalho diário de anotações,
Forma de realização pelos alunos e professores, daquilo que é ob-
servado.
◄ Figura 28: Mini- horta
com garrafa pet.
Fonte: Disponível
em:< http://cmiclube-
deciencias.blogspot.
com/2010/06/7- encon-
tro-mini-horta.html>.
Acesso em 07 de julho
2011.
47
UAB/Unimontes - 8º Período
Discutir com os alunos sobre o que é de alunos por escola. Observar os resultados e
pesquisa de campo, como proceder e porque transpor as informações para a planta do bair-
fazer pesquisas de campo. Realizar uma pes- ro, aproveitando para identificar os agentes
quisa de campo e fazer o levantamento de da- transformadores desse espaço e pontuá-los na
dos pelos alunos, juntamente com os agentes planta (associação de bairro, escolas, igrejas,
transformadores integrantes do bairro (mora- comércio, indústria...).
dores, comerciantes, empresários, dirigentes Analisar os dados através da produção
de associação de bairro) a fim de qualificar as de cartogramas, podendo ser feito sobre uma
condições de vida no bairro. Realizar levan- maquete. Detectar pontos críticos e destacar
tamento de dados quantitativos, nos postos áreas de risco para a saúde dos moradores.
de saúde e escolas, para obter o número de Objetivar uma exposição das informações ob-
atendimento por tipo de doenças e número tidas para os demais alunos da escola.
Montar uma maquete sobre “O ciclo da ser feita com materiais simples e baratos (base
Água”, através de uma representação tridi- de isopor e massa de farinha, sal e água, pin-
mensional de como ocorre o ciclo natural e tada com guache ou tinta para tecido; base de
artificial da água. Propicia aos alunos a enten- papelão, modelado com massa de papel velho
derem quais os caminhos percorridos pela dissolvido em água e cola, ou ainda com base
água, sua relação com o relevo, solo, vegeta- de argila).
ção, energia solar e as ações antrópicas. Pode
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
Promove a reflexão dos alunos sobre a Apresentar aos alunos fotos do ambiente
importância de visitar ambientes para apren- a ser visitado. A cada cinco fotos, os alunos de-
der sobre Ecologia, além de possibilitar a com- vem escrever, resumidamente, sobre a impres-
paração das impressões sobre os ambientes são em relação ao ambiente. Realizar a visita
antes e depois da visita de campo. de campo com alunos ao ambiente apresenta-
do nas fotos. Ao retornar, em sala de aula, faça
Materiais perguntas sobre a sequência de fotos apresen-
tadas e proporcione uma discussão sobre os
• Questionário conceitos ecológicos e relações entre ecossis-
• Fotos dos ambientes que serão visitados. temas e o homem em dois momentos distin-
tos (antes e depois das saídas de campo).
Forma de realização
Possibilita uma interação entre os alunos por as roupas e o cenário. Após a preparação
com foco em temas ecológicos inseridos em de cada grupo, a ordem de apresentação das
trechos de músicas. músicas será sorteada. Não é necessário que
os participantes conheçam a melodia, uma vez
Materiais que será avaliada a interpretação da sua letra
e como isso será composto e distribuído, para
• Letra de música com tema da natureza que haja a participação de todos integrantes
• Acessórios para compor roupas e cenários. do grupo. Os participantes não poderão falar
qualquer palavra ou cantar a letra da música,
Forma de realização apenas ruídos incidentais dentro do contexto
da apresentação poderão ser emitidos, como
Cada grupo de, em média, seis alunos sons de animais, vento, ruído de chuva e ou-
Figura 29: Pufe com
receberá a letra de uma música e terá 20 mi- tros. No final de cada apresentação, uma pes- garrafa pet
nutos para preparar uma apresentação que soa de cada grupo fará uma rápida avaliação Fonte: Disponível em:<
retrate o texto, podendo improvisar para com- da apresentação e da mensagem passada. http://revistasobretudo.
blogspot.com/2010/05/
aprenda-fazer-um-puff-
Acesso em 07 de julho
4.3.6 Confecção de pufe com garrafa pet 2011.
▼
Materiais
Forma de realização
49
UAB/Unimontes - 8º Período
a união de 2 retângulos, formar um quadra- papelão com espuma, com ajuda da cola de
do. Cobrir o quadrado com papelão, unindo contato, e forrar o pufe com o tecido escolhido
as partes com ajuda da fita adesiva. Cobrir o (Figura 29).
Referências
ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação
Ambiental – SPVS. Disponível em: <http://spvs.org.br/clubedaarvore>. Acesso em: 30 ag. 2011
CONFECÇÃO DE MINI-HORTAS COM GARRAFAS PET. Rede da Juventude pelo Meio Am-
biente e Sustentabilidade - REJUMA. Disponível em: <http://www.rejuma.org.br/index.
php?option=com_content&view=article& id=194:mini-hortas-com-garrafa-pet&catid=43:leis-e-
-documentos-oficiais& Itemid=553>. Acesso em: 30 ag. 2011.
CONFECÇÃO DE PUFF DE GARRAFAS PET. Revista sobre Tudo. Disponível em: <http://re-
vistasobretudo.blogspot.com/2010/05/aprenda-fazer-um-puff-de-garrafa-pet.html?utm_
source=feedburner&utm_medium=feed&utm_ campaign=Feed%3A+RevistaSobreTudo+%28Re
vista+Sobre+Tudo%29>. Acesso em: 30 ag. 2011.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. Editora Gaia Ltda, 5 ed. São Paulo: Global,
1998.
O RIO DA MINHA RUA. Educação Ambiental – Sensibilização para o Futuro. Secretaria Munici-
pal do Ambiente. Prefeitura Municipal de Londrina, 2008.
50
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
51
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
Resumo
• A primeira unidade apresentou uma introdução sobre o tema ecologia e educação ambien-
tal, abordando um breve conceito de ambos. A ecologia é a ciência que estuda as relações
entre os animais e o meio ambiente; educação ambiental consiste em uma ferramenta de
estudo das práticas educativas relacionadas à preservação do meio ambiente. O panorama
e histórico das questões ambientais, com enfoque na crise ambiental e na necessidade de
um modelo sustentável. O papel da Educação Ambiental, bem como a relação desta com
o desenvolvimento sustentável, além da importância do professor na prática da educação
ambiental no ensino fundamental e médio para o desenvolvimento de uma consciência de
preservação.
53
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
Referências
Básicas
Conhecimento: Suas implicações na Educação Ambiental. Brasília: IBAMA. Série Meio Ambiente,
nº 12, 1997.
Complementares
ASSIS, E. S. UNESCO e a Educação Ambiental. Em Aberto, Brasília, v. 10, a 49, jan./mar. 1991. Dis-
ponível em: < http://www.rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/viewFile/761/682>. Aces-
so em: 12 set. 2011.
BRAGA, B. de et al. Introdução à Engenharia Ambiental. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2005.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: introdução aos parâmetros
curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.
________. Vamos cuidar do Brasil: conceitos e práticas em educação ambiental na escola. Mi-
nistério da Educação. Coordenação Geral de Educação Ambiental. Ministério do Meio Ambiente.
Departamento de Educação Ambiental. Brasília: UNESCO, 2007.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. Editora Gaia Ltda, 5 ed. São Paulo: Glo-
bal, 1998.
DUAILIBI, M; ARAUJO, L. Oficina de Educação Ambiental para Gestão. Secretaria do Meio Am-
biente. Governo de São Paulo.
LAYRARGUES, P.P. (Re) Conhecendo a educação ambiental brasileira. In: LAYRARGUES, P.P.
(coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente,
2004-b. 156p.
55
UAB/Unimontes - 8º Período
O RIO DA MINHA RUA. Educação Ambiental – Sensibilização para o Futuro. Secretaria Munici-
pal do Ambiente. Prefeitura Municipal de Londrina, 2008.
SORRENTINO, M. Educação ambiental e universidade: um estudo de caso. São Paulo: Tese de-
Doutorado, USP. 1995.
Suplementares
56
Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
CONFECÇÃO DE MINI-HORTAS COM GARRAFAS PET. Rede da Juventude pelo Meio Am-
biente e Sustentabilidade - REJUMA. Disponível em: <http://www.rejuma.org.br/index.
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CONFECÇÃO DE PUFF DE GARRAFAS PET. Revista sobre Tudo. Disponível em: <http://re-
vistasobretudo.blogspot.com/2010/05/aprenda-fazer-um-puff-de-garrafa-pet.html?utm_
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vista+Sobre+Tudo%29>. Acesso em: 30 ag. 2011.
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
Atividades de
Aprendizagem - AA
01 - Defina desenvolvimento sustentável.
03 - O que são ciclos biogeoquímicos? Defina o significado de bio, geo e químicos para este con-
ceito.
06 - O que são PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais)? Como a Educação Ambiental é garanti-
da nos PCNs?
08 - Qual a legislação recente sobre a Educação Ambiental? Escreva, sucintamente, sobre seus
princípios.
10 - Cite três correntes do ambientalismo e comente sobre, pelo menos, uma delas.
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
Anexo
Política Nacional de Educação Ambiental
LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999.
CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e
a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacio-
nal, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo
educativo, em caráter formal e não-formal.
Art. 3o Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação am-
biental, incumbindo:
I. ao Poder Público, nos termos dos arts. 205 e 225 da Constituição Federal, definir políti-
cas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em
todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e
melhoria do meio ambiente;
II. às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos pro-
gramas educacionais que desenvolvem;
III. aos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, promover ações
de educação ambiental integradas aos programas de conservação, recuperação e melho-
ria do meio ambiente;
IV. aos meios de comunicação de massa, colaborar, de maneira ativa e permanente, na disse-
minação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimen-
são ambiental em sua programação;
V. às empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas, promover programas
destinados à capacitação dos trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo so-
bre o ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no
meio ambiente;
VI. à sociedade como um todo, manter atenção permanente à formação de valores, atitudes
e habilidades que propiciem a atuação individual e coletiva voltada para a prevenção, a
identificação e a solução de problemas ambientais.
Art. 4o : São princípios básicos da educação ambiental:
I. o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II. a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência en-
tre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;
III. o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e trans-
disciplinaridade;
IV. a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V. a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI. a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII. a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais;
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UAB/Unimontes - 8º Período
CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Seção I
Disposições Gerais
Art. 6o. É instituída a Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 7o. A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação, além dos
órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - Sisnama, instituições
educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações não-governamentais com atuação em
educação ambiental.
Art. 8o As atividades vinculadas à Política Nacional de Educação Ambiental devem ser desen-
volvidas na educação em geral e na educação escolar, por meio das seguintes linhas de atuação
inter-relacionadas:
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Artes Visuais - Ecologia e Educação Ambiental para o Ensino Fundamental e Médio
Seção II
Art. 9o. Entende-se por educação ambiental na educação escolar, a desenvolvida no âmbito
dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando:
I. educação básica:
a. educação infantil;
b. ensino fundamental e
c. ensino médio;
II. educação superior;
III. educação especial;
IV. educação profissional;
V. educação de jovens e adultos.
Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada,
contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.
§ 1o A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo
de ensino.
§ 2o Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto metodológico
da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a criação de disciplina específica.
§ 3o Nos cursos de formação e especialização técnico-profissional, em todos os níveis, deve
ser incorporado conteúdo que trate da ética ambiental das atividades profissionais a serem de-
senvolvidas.
Art. 11. A dimensão ambiental deve constar dos currículos de formação de professores, em
todos os níveis e em todas as disciplinas.
Parágrafo único. Os professores em atividade devem receber formação complementar em
suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao cumprimento dos princí-
pios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 12. A autorização e supervisão do funcionamento de instituições de ensino e de seus
cursos, nas redes públicas e privadas, observarão o cumprimento do disposto nos arts. 10 e 11
desta Lei.
Seção III
Art. 13. Entendem-se por educação ambiental não-formal as ações e práticas educativas vol-
tadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e partici-
pação na defesa da qualidade do meio ambiente.
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UAB/Unimontes - 8º Período
CAPÍTULO III
Art. 14. A coordenação da Política Nacional de Educação Ambiental ficará a cargo de um ór-
gão gestor, na forma definida pela regulamentação desta Lei.
Art. 15. São atribuições do órgão gestor:
Art. 16. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na esfera de sua competência e nas
áreas de sua jurisdição, definirão diretrizes, normas e critérios para a educação ambiental, respei-
tados os princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental.
Art. 17. A eleição de planos e programas, para fins de alocação de recursos públicos vincu-
lados à Política Nacional de Educação Ambiental, deve ser realizada levando-se em conta os se-
guintes critérios:
Parágrafo único. Na eleição a que se refere o caput deste artigo, devem ser contemplados,
de forma eqüitativa, os planos, programas e projetos das diferentes regiões do País.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 20. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias de sua publica-
ção, ouvidos o Conselho Nacional de Meio Ambiente e o Conselho Nacional de Educação.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
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