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UNIVERSIDADE
ABERTA DO BRASIL
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Vice-Reitor da Unimontes
João dos Reis Canela
Pró-Reitora de Ensino
Maria Ivete Soares de Almeida
Coordenadora da UAB/Unimontes
Fábia Magali Santos Vieira
Projeto Gráfico
Andréia Santos Dias
Alcino Franco de Moura Júnior
Editoração
Andréia Santos Dias
Alcino Franco de Moura Júnior
Débora Tôrres Corrêa Lafetá de Almeida
Diego Wander Pereira Nobre
Jéssica Luiza de Albuquerque
Samyr Abdo Nunes Raim Barbosa
Revisão
Fábio Figueiredo Camargo
José França Neto
Maria Cristina Ruas Abreu
Wanessa Quadros
SUMÁRIO
Caro Acadêmico
Disciplinas CH
Metodologia Científica 40
Psicologia da Educação 90
História da Educação 45
05
Artes Visuais Caderno Didático - 2º Período
06
2º Período
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
AUTORES
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Unidade I: A pesquisa e seus instrumentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1 A investigação científica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.2 O processo de elaboração do projeto de pesquisa. . . . . . . . . . 19
1.3 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Unidade II: Tipos de trabalhos científicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1 A pesquisa de referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2 Artigos científicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.3 Resenha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.4 Outros tipos de trabalhos acadêmicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.5 Monografia, dissertações e teses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
2.6 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Unidade III: Normas para apresentação de trabalhos acadêmicos . 52
3.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
3.2 Citações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.3 Notas de rodapé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
3.4 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Referências básica, complementar e suplementar . . . . . . . . . . . . . . . 77
Atividades de aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
APRESENTAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a),
11
História Caderno Didático I - 2º Período
As autoras.
12
1
História
Apresentação Caderno Didático I - 2º Período
UAB/Unimontes
UNIDADE 1
A PESQUISA E SEUS INSTRUMENTOS
Você deve estar se perguntando: o que isso tudo tem a ver com meu
curso? Será que é necessário o domínio das Ciências em sua totalidade para
que eu seja considerado um professor e pesquisador? As respostas às
indagações dizem respeito às nossas opções ou escolhas junto à academia. É
importante lembrar que estas, muitas vezes, são questões essenciais que
permeiam o fazer da vida acadêmica e que nos faz refletir diariamente sobre
o lugar das Ciências nas nossas vidas.
Sabemos que os procedimentos (métodos, metodologias)
adotados para o trabalho da investigação científica ou para a garantia da
validade dos trabalhos científicos estão intimamente relacionados aos
propósitos das áreas do conhecimento.
São caminhos específicos que nos fazem, às vezes, muito próximos
ou bastante distantes dos objetos de estudos. Por exemplo: os cientistas
sociais (sociologia, antropologia, ciência política, economia e história)
muitas vezes estranham alguns aspectos privilegiados pelas Ciências
Naturais (física, química, astronomia e biologia). Entretanto, concordam
que ambas as áreas vêm se esforçando ao longo da história da humanidade
para garantir que os conhecimentos sejam válidos e confiáveis.
Também observamos que alguns caminhos são bastante
questionados pela comunidade científica, pelos religiosos, governantes,
poetas, filósofos e pelos homens e mulheres de modo geral, em função das
conseqüências advindas de projetos e pesquisas executadas. Vamos ilustrar
com um exemplo bastante conhecido: “A bomba Atômica”. O que ela
13
História Caderno Didático I - 2º Período
As bombas atômicas
Agora me tornei a Fonte: som-activo.blogspot.com
morte, a destruidora de mundos.
Com essa citação literária, o
físico estadunidense Robert
Oppenheimer saudou o
cogumelo de fogo que brilhou às
5h30 da manhã no deserto no
novo México, no dia 16 de julho
de 1945. A explosão assinalava o
sucesso da missão que
consumira todos os momentos
da vida do físico durante três Figura 1: Bomba atômica
anos: a produção da primeira
bomba atômica. Mas a frase sinistra, pinçada do livro religioso
hindu `Bahagavad Gita´, denunciava a mistura de sentimentos
entre os participantes do Projeto Manhattan, o programa de
armas atômicas que o governo norte-americano desenvolveu
durante a Segunda Guerra. O objetivo do projeto, que custou
US$ 20 bilhões e mobilizou 140 mil pessoas, era criar um
artefato tão destrutivo que fosse capaz de encerrar o conflito.
Em 6 e 9 de agosto de 1945, os dois protótipos construídos
foram jogados sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki. O
número de vítimas chegou perto dos 140 mil, o governo japonês
foi forçado a solicitar um armistício e a Segunda Guerra Mundial
realmente chegou ao fim. As duas explosões assinalaram
também um começo, o da era dos arsenais atômicos. Em 1949,
para contrapor-se ao poderio norte-americano, a URSS realizou
seu primeiro teste nuclear, e deu início a Guerra Fria. A partir de
1991, com o fim da URSS, Rússia e EUA deram início a um
processo de aproximação diplomática, e a confrontação ficou
para trás. Mas as armas atômicas ficaram.
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História Caderno Didático I - 2º Período
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
2 ELEMENTOS TEXTUAIS
Introdução
?
Problematização
?
Justificativa
?
Objetivos - geral e específico
?
Hipóteses
?
Referencial teórico
?
Metodologia
?
Cronograma de atividades
?
Recursos necessários
?
3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
Referências
?
Glossário
?
Apêndice (s)
?
Anexo (s)
?
Índice
?
Fonte: Elaborado com base em MORAIS NETO, et. Al., 2008.
20
Metodologia Científica UAB/Unimontes
Elementos pré-textuais
Capa
Elemento opcional. Apresenta as informações transcritas na
seguinte ordem:
a) nome da entidade para a qual deve ser submetido, quando
solicitado;
b) nome(s) do(s) autor(es);
c) título;
d) subtítulo (se houver, deve ser evidenciada a sua subordinação ao
título, precedido de dois-pontos (:), ou distinguido
tipograficamente);
e) local (cidade) da entidade, onde deve ser apresentado;
f) ano de depósito (entrega).
Lombada
Elemento opcional. (...)
Folha de rosto
Elemento obrigatório. Apresenta as informações transcritas na
seguinte ordem:
a) nome(s) do(s) autor(es);
b) título;
c) subtítulo (se houver, deve ser evidenciada a sua subordinação ao
título, precedido de dois-pontos (:), ou distinguido
tipograficamente);
d) tipo de projeto de pesquisa e nome da entidade a que deve ser
submetido;
e) local (cidade) da entidade onde deve ser apresentado;
f) ano de depósito (entrega).
NOTA Se exigido pela entidade, devem ser apresentados dados curriculares
do(s) autor(es) em folha(s) distinta(s) após a folha de rosto.
Lista de ilustrações
Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada
no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado
do respectivo número da página. Quando necessário, recomenda-se a
elaboração de lista própria para cada tipo de ilustração (desenhos,
esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos, mapas,organogramas, plantas,
quadros, retratos e outros).
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História Caderno Didático I - 2º Período
Lista de tabelas
Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada
no texto, com cada item designado por seu nome específico, acompanhado
do respectivo número da página.
Lista de abreviaturas e siglas
Elemento opcional. Consiste na relação alfabética das abreviaturas
e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras ou expressões
correspondentes grafadas por extenso. Recomenda-se a elaboração de lista
própria para cada tipo.
Lista de símbolos
Elemento opcional. Elaborada de acordo com a ordem apresentada
no texto, com o devido significado.
Sumário
Elemento obrigatório. Elaborado conforme a ABNT NBR 6027.
Quanto aos Elementos Textuais, apresentaremos todos os itens
separadamente. Lembramos que algumas instituições vêm adotando o
seguinte procedimento: organizam junto à introdução a problematização,
justificativa, objetivos e hipóteses.
Entretanto, apontaremos os elementos citados separadamente por
acreditar que dessa forma o trabalho tomará um aspecto mais didático e
mais fácil de ser elaborado. Tomaremos como exemplo o Projeto de
Pesquisa da acadêmica Alessandra de Melo Franco Amorim do curso de
Ciências Sociais da Unimontes apresentado em 2005 para ilustrar cada
etapa do projeto.
Elementos textuais
a) Introdução
Conforme França e Vasconcelos (2007), “apresenta uma
conceituação do tema e da delimitação do problema ou do objeto de estudo
possibilitando uma visão geral do trabalho a ser realizado.” (FRANÇA e
VASCONCELOS, 2007, p. 83).
O tema de pesquisa proposto pela acadêmica foi o seguinte: “O
Sistema de Reserva de Vagas para Afro-descendentes na Universidade
Estadual de Montes Claros – Unimontes nos anos de 2005 e 2006”.
b) Problematização
Elaborar um problema de pesquisa requer uma leitura mais
aprofundada acerca da temática delimitada anteriormente. O problema é
apresentado a partir das nossas inquietações ou indagações. Selltiz afirma:
Por se vincular estreitamente ao processo criativo, a
formulação de problemas não se faz mediante a observação
de procedimentos rígidos e sistemáticos. No entanto,
existem algumas condições que facilitam essa tarefa, tais
como: imersão sistemática no objeto, estudo da literatura
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
Quadro 2: ano 1
ATIVIDADES / Meses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 Levantamento e revisão de X X X X X X X X X X X X
literatura
2 Estruturação e escrita dos X X X X
Capítulos
3 Coleta de dados X X
h) Cronograma financeiro
Indica-se geralmente os recursos humanos e materiais que serão
utilizados durante a execução do projeto.
Tabela 1: Exemplo de material de consumo
a) Referências
Elemento obrigatório. Nas referências são apresentadas uma lista
em ordem alfabética das fontes efetivamente utilizadas durante a elaboração
do projeto.
b) Glossário
Elemento opcional. Elaborado em ordem alfabética.
c) Apêndice
Elemento opcional. O(s) apêndice(s) é(são) identificado(s) por letras
maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.
Excepcionalmente, utilizam-se letras maiúsculas dobradas na identificação
dos apêndices, quando esgotadas as letras do alfabeto.
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
Exemplos:
Apêndice A – Avaliação do rendimento escolar de alunos da Escola
Nossa Senhora das Graças
Apêndice B – Avaliação do rendimento escolar de alunos da Escola
Machado de Assis. (MANUAL DE TCC/UNIMONTES, 2008, p.16)
Outros elementos observados ainda:
d) Anexo(s)
Elemento opcional. O(s) anexo(s) é(são) identificado(s) por letras
maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.
Excepcionalmente, utilizam-se letras maiúsculas dobradas na identificação
dos anexos, quando esgotadas as letras do alfabeto.
Exemplos:
Anexo A – Constituição Federal
Anexo B – Constituição do Estado de São Paulo
e) Índice
Elemento opcional. Elaborado conforme a ABNT NBR 6034.
(MANUAL DE TCC/UNIMONTES, 2008, p.16).
Seguir uma estrutura e planejar a pesquisa é uma etapa
fundamental na elaboração do projeto. Tal aspecto contribuirá para o
sucesso das atividades e o ajudará na compreensão total da pesquisa.
REFERÊNCIAS
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2
História
Metodologia Científica Caderno DidáticoUAB/Unimontes
I - 2º Período
UNIDADE 2
TIPOS DE TRABALHOS CIENTÍFICOS
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História Caderno Didático I - 2º Período
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
2.1.2.2 Identificação
2.1.2.3 Localização
2.1.2.4 Compilação
2.1.2.5 Fichamentos
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
B) Crítica interna
Constata o valor do conteúdo, de acordo com os critérios:
De interpretação: Verifica o sentido exato que o autor quis
?
exprimir.
Do valor interno (conteúdo): Averigua o valor que o trabalho traz
?
ao tema.
Você também aprendeu no módulo anterior técnicas de análise e
interpretação de texto.
2.1.2.7 Redação
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História Caderno Didático I - 2º Período
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Cabeçalho (título, subtítulo, nome do autor(es)
?
Resumo na língua do texto
?
Resumo em língua estrangeira (opcional)
?
Palavras-chave na língua do texto
?
Palavras-chave em língua estrangeira (opcional)
?
ELEMENTOS TEXTUAIS
? Introdução (Revisão de literatura)
? Desenvolvimento (Material e método: resultados e
discussão)
? Conclusão
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
? Título e subtítulo em língua estrangeira (opcional)
? Notas explicativas (opcional)
? Referências
? Glossário (opcional)
? Anexos e/ou apêndices (opcional)
? Agradecimentos (opcional)
? Data de entrega (opcional)
Fonte: Adaptado e elaborado pelas autoras
A) Cabeçalho
Inclui os seguintes elementos:
Título do artigo: deve ser claro e objetivo. Pode apresentar um
?
subtítulo.
? Nome do autor e colaboradores: devem-se indicar o nome por
extenso, credenciais, vínculo institucional e endereço eletrônico. Estes
dados podem vir também no rodapé.
B) Resumo
É obrigatório um resumo escrito na língua do texto e contendo em
geral 250 palavras, no entanto as revistas comumente indicam em suas
normas de publicação o número de linhas. Algumas revistas também exigem
um resumo em língua estrangeira, que deve ser idêntico ao da língua do
artigo e tem por objetivo aumentar a divulgação. Esse resumo pode vir no
início do artigo ou no final, como elemento pós-textual.
C) Palavras-chave
Indicação de palavras que contemplam o conteúdo do artigo.
Devem ser separadas entre si por ponto. O número de palavras é indicado
nas normas de publicação da revista, algumas delas também exigem
palavras-chave em língua estrangeira.
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
2.3 RESENHA
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História Caderno Didático I - 2º Período
Franciele Marques
Acadêmica do 2º período do curso História/Unimontes
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
Fonte: Iniciação à História: revista dos acadêmicos do curso de História. Montes Claros: Unimontes, v4, n 1, 2005.
p 181-184.
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História Caderno Didático I - 2º Período
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
Fonte: Arquivo pessoal Renata Santos Maia – acadêmica do 8º período do curso de História/ Unimontes.
2.4.2 Ensaio
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2.4.5 O memorial
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REFERÊNCIAS
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3
História
História Caderno
Caderno Didático
Didático I - 2º Período
I - 2º Período
UNIDADE 3
NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
Edição;
?
Local de publicação;
?
Editora;
?
Data;
?
Descrição física;
?
Séries; e
?
Notas especiais.
?
Abaixo descrição detalhada desses elementos.
Fonte: webradiobrasilindigena.wordpress.com/
Autores pessoais
Inicia-se a entrada pelo último sobrenome do autor, em letras
maiúsculas, seguido pelo(s) nome(s) abreviado(s) ou não. Em documentos
com até três autores os nomes devem ser separados por ponto-e-vígula.
Quando existirem mais de três autores, indica-se apenas o primeiro,
acrescentando a expressão et. al. (= e outros). Os nomes podem ser
abreviados ou completos, o importante é padrozinar.
Ex: MAUSS, Marcel.
MARCONI, M. A ; LAKATOS, E. M.
PASSOS, L. M. M.; FONSECA, A ; CHAVES, M.;
SILVA, M. A M. et al.
Sobrenome composto
Sobrenomes Ligados por hífen, que indicam parentesco, composto
de um adjetivo + substantivo, que a forma composta é a mais conhecida e
sobrenomes espanhóis devem ser apresentados como mostra o exemplo:
Ex: DUQUE-ESTRATA, O
PRADO JÚNIOR, Caio.
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História Caderno Didático I - 2º Período
EÇA DE QUEIROZ, J. M.
GARCÍA MÁRQUEZ, G.
Organizador(Org.), coordenador(Coord.), compilador(Comp.),
editor(Ed.)
Quando o documento explicita a responsabilidade pelo conjunto
da obra, em coletânea de vários autores, a entrada deve ser feita pelo
sobrenome do responsável em CA (caixa alta = letra maiúscula), seguido da
abreviação do tipo de participação:
Exemplo
AZEVEDO, F. (Comp.)
DEL PRIORE, M. (Org.)
BASSANEZI,C. (Coord.)
MOORE, W.F. (Ed.)
Autor entidade
As obras de autoria de entidade (órgãos governamentais, empresas,
associações, congressos, seminários, etc.) têm entrada pelo seu próprio
nome, por extenso. No caso de órgãos governamentais (ministérios,
secretarias e outros) deve-se entrar pelo nome geográfico que indica a esfera
de subordinação.
Exemplo:
MINAS GERAIS. Secretaria da Educação
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS,
Autoria desconhecida
Deve-se entrar diretamente pelo título, sendo a primeira palavra
impressa em letras maiúsculas.
Exemplo:
ANTOLOGIA latina. 6 ed. Madrid: Credos, 1968, 291 p.
54
Metodologia Científica UAB/Unimontes
Exemplo:
A grande transformação: as origens da nossa época
Lugar e trecho: gênero, migrações e reciprocidade em
comunidades camponesas do Jequitinhonha.
Título de Periódico
Quando se referencia um periódico no todo ou um número ou
fascículo integralmente, o título deve ser sempre o primeiro elemento da
referência, indicando o nome completo sem abreviatura e em CA.
Exemplo:
UNIMONTES CIENTÍFICA.
REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS
O título do artigo deve ser grafado em redondo, usando CA
somente para a primeira letra da primeira palavra, com exceção de nomes
próprios ou científicos. Palavras estrangeiras ou latinas são indicadas em
itálico.
O título do periódico vem logo após o título do artigo, e deve ser
grafado em itálico ou negrito, com CA na primeira letra de cada palavra.
Quando necessário, os títulos dos periódicos podem ser abreviados,
conforme a NBR 6032.
Exemplo:
As desigualdades de gênero no contexto do desenvolvimento
humano. Unimontes Científica
Os (des)caminhos da identidade. Revista Brasileira de Ciências
Sociais
3.1.1.3 Edição
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História Caderno Didático I - 2º Período
3.1.1.4 Local
3.1.1.5 Editora
3.1.1.6 Data
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
Exemplo:
[1981 ou 1982] um ano ou outro
[1989?] data provável
[1990] data certa, não indicada no item
[entre 1906 e 1912] use intervalos menores de 20 anos
[197-] data aproximada
[197-?] década provável
[18--] século certo
[18--?] século provável
Caso existam duas datas, ambas podem ser indicadas, desde que
seja mencionada a relação entre elas (Ex.: 1970 (impressão 1994).
Periódicos em curso de publicação indica-se apenas a data inicial
seguida de hífen e um espaço (ex.: 1985- ).
Em caso de publicação periódica, indica-se a data inicial e final do
período de edição, quando se tratar de publicação encerrada. (ex.: 1973-
1975).
Os meses devem ser indicados de forma abreviada, no idioma
original da publicação (ex.: abr./dez. 1991)
Página
¹ A folha é composta de
Quando a publicação for constituída de apenas um volume, deve-
duas páginas: anverso e
se indicar o número total de páginas ou folhas seguidos da abreviatura “p” ou
verso. Alguns trabalhos,
“f¹”.
como teses e dissertações,
EX.: 220p.
são impressos apenas no
190f.
anverso e, neste caso,
Quando referencia parte de publicações avulsas ou periódicos, o
indica-se f” (ABNT – NBR
número das páginas inicial e final devem ser indicadas precedidas da
6023:2000).
abreviatura “p”.
Ex.: p. 45-58
p.12-30
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História Caderno Didático I - 2º Período
Volume
Quando a publicação tem mais de um volume, indica-se o número
de volumes seguido da abreviatura “v.”. No caso de indicação de apenas um
volume, indica-se a letra “v.” e o número total de páginas do volume seguido
da letra “p.”.
Ex.: 2v.
v.3, 220p.
Quando a referência for de periódicos, indica-se sempre em
algarismo(s) arábico(s) precedido(s) da abreviatura “v.”, os números das
páginas inicial e final precedidos da abreviatura “p.” e o ano da publicação.
Usa-se vírgula para separar esses elementos.
Ex.: v.3, p. 20-31, 1999.
Quando for imprescindível para identificação da obra, indica-se o
fascículo, mês ou estação do ano. Neste caso esse elemento deve figurar
entre o volume e a página. O fascículo deve ser precedido da abreviatura
“n.”, ou mês abreviado, ou estação do ano por extenso.
Ex.: v.3, n.5, p.20-31,1999.
v.5, p.3-12, jan./jul. 2000.
v.6, n.esp., p.3-12, 2000.
Série ou Coleção
Indica-se no final da referência entre parênteses. O título da série
ou coleção é transcrito tal como figura na publicação. O número deve ser
indicado em algarismos arábicos, após o título, precedido por vírgula. As
expressões “coleção”, “série”, etc., são suprimidas.
Ex.: (Primeiros passos, 124)
(Repensando a história, 6)
58
Metodologia Científica UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
C) Folheto:
IBICT. Manual de normas de editoração o IBICT. 2.ed. Brasília,
DF,1993, 41P.
D) Dicionário:
BRUGGER, W. Dicionário de filosofia. Tradução de Antônio Pinto de
Carvalho. 4. ed. São Paulo: EPU, 1987
E) Catálogo:
UNB (Brasília, DF). Correio do livro da UnB: catálogo. Brasília, DF,
n.1. out. / dez. 2000, 47p.
F) Almanaque:
TORELLY, M. Almanaque para 1949: primeiro semestre ou
Almanaque d'A Manhã. Ed. Fac-sim. São Paulo: Studioma: Arquivo do
Estado, 1991. (Coleção Almanaques do Barão de Itararé). Contém
iconografia e depoimentos sobre o autor.
Exemplos:
A) Autor de capítulo diferente do responsável no todo
CHAYANOV. A V. Sobre a teoria dos sistemas econômicos não
capitalistas. In: GRAZIANO SILVA. J. ; STOLCKE V.(Orgs.) A Questão Agrária.
São Paulo: Brasiliense, 1981, p133-163.
SOUZA, J. V. Luzes e sombras sobre a história e a cultura do Vale do
Jequitinhonha. In: RIBEIRO, G. (Org.) Trabalho, cultura e sociedade no
norte/nordeste de Minas: considerações a partir das ciências sociais. Montes
Claros: Best comunicação e Marketing, 1997. p. 99- 144.
60
Metodologia Científica UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
Exemplo:
Convencional
UNIMONTES CIENTÍFICA. Montes Claros, Unimontes, 2001.
Semestral
Eletrônico
UNIMONTES CIENTÍFICA. Montes Claros, Unimontes, 2001,
semestral. Disponível em <www.ruc.unimontes.br>. Acesso em:
10/jan./2009.
Suplemento de periódico:
Exemplo:
PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIO. Mão-de-
obra e previdência. Rio de Janeiro: IBGE, v.7 1983. Suplemento.
Fascículo de Revista:
Exemplo:
DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo, Ed. Três, n.
148, 28 jun. 2000. 98 p.
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Metodologia Científica UAB/Unimontes
Eletrônico
MAIA, C.; LOPES, M. F. As desigualdades de gênero no contexto do
desenvolvimento humano. Unimontes Científica. Montes Claros, v.1, n.1, p.
75-88, 2001. Disponível em:
<http://www.ruc.unimontes.br/index.php/unicientifica/issue/view/1>.
Acesso em: 10/Jan./2009.
Artigo de Jornal
Os elementos essenciais, pela seqüência são: autor(es), se houver,
título do artigo, se houver, título do jornal, local de publicação, data de
publicação, seção, caderno ou parte do jornal e as páginas correspondentes.
Exemplo:
Convencional
CARVALHO, M. C. Céu & inferno de Gilberto Freyre. Folha de São
Paulo, São Paulo, 12 mar. 2000. Caderno Mais, n. 422, p. 6-8.
Eletrônico
ALONSO, A. Crítica e Constatação: o movimento reformista da
geração de 1870. Revista Brasileira de Ciências Sociais. São Paulo, v.15,
n . 4 4 , o u t . 2 0 0 0 . D i s p o n í v e l e m : < h t t p : / / w w w.
Scielo.br/cgiin/fball?got=all&pid=0102_6909&ust=fbpe&nm=isso&ss=1
&aut=719819847>. Acesso em: 20 abr. 2001.
ALENCAR, I. Estado vai fundir metrô e CPTM em 2001. Folha de
São Paulo. São Paulo, 20 de abr. 2001. Disponível em
<http://www.uol.com.br./fsp/cotidian/ff200118htm>. Acesso em 20 abr.
2001.
ARRANJO tributário. Diário do Nordeste Online. Fortaleza, 27
nov.1998. Disponível em:<http://www.Diariodonordeste.com.br>.
Acesso em: 28 nov. 1998.
63
História Caderno Didático I - 2º Período
Exemplo:
ROCHA, E. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1994,
95 p. (Primeiros Passos, 124).
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Coordenação Geral de
Bibliotecas, Editora UNESP. Normas para publicação da UNESP. São Paulo:
UNESP, 1994, 4v., v.2. Referências Bibliográficas.
Exemplo:
CABRAL, N. P. A violência contra as mulheres no início do século
XX. Itambacuri, 2001, 10f. (Projeto Pesquisa apresentado ao Departamento
de História, UNIMONTES, para conclusão da disciplina Métodos e Técnicas
de Pesquisa).
64
Metodologia Científica UAB/Unimontes
Exemplos:
Constituição Federal:
BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República
Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
Medida Provisória:
BRASIL, Medida provisória n.º 1.569-9, de 11 de dezembro de
1997. Estabelece multa em operações de importação, e dá outras
providências. Diário Oficial República Federativa do Brasil, Poder executivo,
Brasília, DF, 14 DEZ. 1997, Seção 1, p. 29514.
Decreto:
BRASIL, Decreto-lei n. 2423, 7 abr. 1988. Dispõe sobre critérios
para pagamento de gratificações e vantagens pecuniárias aos titulares de
cargos e empregados da Administração Federal direta e autárquica e dá
outras providências. Diário Oficial, Brasília, DF, v.126, n.66, p. 6009, 1998.
Seção 1, pt.1.
Para os formatos eletrônicos deve-se acrescentar o endereço onde
está disponibilizado e a data do acesso.
65
História Caderno Didático I - 2º Período
3.1.2.12 Entrevistas
66
Metodologia Científica UAB/Unimontes
3.2 CITAÇÕES
67
História Caderno Didático I - 2º Período
68
Metodologia Científica UAB/Unimontes
69
História Caderno Didático I - 2º Período
Ex:.
No texto:
?
A unidade familiar segundo Mingione (1991) deve ser vista como
um conjunto de relações sociais em transformações que estabelecem um
jogo de obrigações mútuas (basicamente, uma forma recíproca de
organização social) no sentido de ajudar seus membros a “sobreviver”, não
só no sentido rígido do termo, mas também incluindo estratégias para
promover bem-estar e possível mobilidade social. Os elementos básicos da
unidade familiar, segundo este autor, são: renda familiar, sobrevivência
como o fim de sua estrutura organizacional e reciprocidade ou obrigação
mútua como a forma organizacional principal para se manter enquanto
grupo social¹.
No rodapé:
?
______________
¹ “For my purposes, a household cannot be simply viewed as a
statistical or physical unit of co-residentiality, but must be seen as a set of
changing social relations which establish a set of mutual obligations (basically,
a reciprocal form of social organization) aimed at helping its members to
survive. Here, survival is not only intended in a strict sense but also includes
strategies for promoting welfare and possibly social mobility, both within the
same generation and from one to lhe next”. (MINGIONE,1991, p. 132)
70
Metodologia Científica UAB/Unimontes
71
História Caderno Didático I - 2º Período
72
Metodologia Científica UAB/Unimontes
REFERÊNCIAS
73
RESUMO
UNIDADE I
75
História Caderno Didático I - 2º Período
UNIDADE II
UNIDADE III
76
REFERÊNCIAS
BÁSICA
COMPLEMENTAR
77
História Caderno Didático I - 2º Período
SUPLEMENTAR
OLIVEIRA, Paulo Sales de. Metodologia das Ciências Humanas. 2ed. São
Paulo: Editora Hucitec, 2001. p. 17-26.
FILMES
78
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
- AA
79
História Caderno Didático I - 2º Período
80
Metodologia Científica UAB/Unimontes
81
2º Período
PSICOLOGIA
DA EDUCAÇÃO
AUTORES
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Unidade I: conceitos preliminares: objeto de estudo, visão filosófica,
histórica e científica da psicologia da educação. . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Unidade II: conceitos e concepções das teorias do desenvolvimento e
aprendizagem com suas repercussões na educação. . . . . . . . . . . . . 101
2.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Unidade III: Teorias psicológicas: suas implicações na educação . . . . 105
Unidade IV: Behaviorismo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
4.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
Unidade V: Teoria da Gestalt . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
5.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
Unidade VI: aprendizagem centrada no aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
6.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
6.2 Vídeos sugeridos para debate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
Unidade VII: O interacionismo sócio-histórico de Vygotsky. . . . . . . . 135
7.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Unidade VIII: A psicogenética de Jean Piaget . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
8.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
Unidade IX: Psicanálise: qual a sua validade para a educação?. . . . . . 169
9.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
Unidade X: Adolescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196
10.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204
Unidade XI: As interações sociais em sala de aula: suas implicações para o
processo de desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
11.1 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
Referências básica, complementar e suplementar. . . . . . . . . . . . . . . 223
Atividades de aprendizagem - AA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229
APRESENTAÇÃO
87
História Caderno Didático I - 2º Período
“o ser humano,
o gesto humano,
a aventura humana,
celebrando a imponência (in)visível do passado.” (G. Júnior)
Recomendação
88
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
89
1
UNIDADE 1
CONCEITOS PRELIMINARES: OBJETO DE ESTUDO, VISÃO
FILOSÓFICA, HISTÓRICA E CIENTÍFICA DA PSICOLOGIA DA
EDUCAÇÃO
Helda Maria Henriques R. Lopes
91
História Caderno Didático I - 2º Período
seus pais, não é mesmo? O que você sabe sobre eles? Namoro, a convivência
deles, encontros, desencontros, preparo ou não, para a sua chegada.
Aqueles que possuírem todas estas informações facilmente
resgatarão a sua história de vida, outros em um dado momento buscaram
estas informações e, provavelmente outros ainda não o fizeram e, alguns
certamente nem mais poderão fazê-lo. Neste caso perderam-se informações
com mudanças, perdas e falta de registro, etc...
Como pode comprovar que você é você? Que dados você possue
que podem comprovar a sua existência, a partir do dia do seu nascimento
até os dias de hoje? Com certeza são os Registros Oficiais ou aqueles não
oficiais que foram realizados pelos seus responsáveis diretos, ou você
mesmo, aniversários, festas, viagens, estudos, etc.
Com o conhecimento também é assim. Quanto mais informações
nós tivermos, através de registros existentes mais poderemos conhecê-los. E,
o conhecimento científico, existe, principalmente, por causa dos registros
elaborados e preservados através dos seus autores e das suas publicações. A
preservação destes registros é, portanto, fundamental para que a qualquer
momento tenhamos disponíveis informações passadas.
Os registros podem apresentar períodos marcantes, sejam datas,
fatos ou feitos, sobre as pessoas ou sobre o próprio conhecimento,
produzido por elas.
Constatamos que para nos apresentarmos recorremos a
documentos, registros diversos que comprovem a nossa existência, em
vários períodos e, em determinadas circunstâncias. Assim é com o
conhecimento científico, através de seus registros, em geral históricos,
identificamos a sua origem, como se desenvolveu e evoluiu e sobre os seus
estudiosos.
Trata-se, portanto, de uma retrospectiva dos estudos realizados por
alguns autores sobre a “história de vida” da Psicologia. É trabalhoso,
principalmente por que não é uma algo que fazia parte do cotidiano de
vocês estudar sobre este assunto. Mas, para clarear voltemos à questão da
História de Vida. A de vocês foi desvendada de que forma? Vocês recorreram
a registros, informações? Devemos fazer o mesmo se quisermos conhecer
um pouco sobre a origem e a evolução da Psicologia da Educação. Será que
temos registros que nos ajudam a conhecer sobre a Psicologia da Educação?
Onde encontrá-los? E, ao encontrá-los, as dúvidas apontadas permitiram
chegar a quais resultados? O que queremos saber? Temos muita ou pouca
informação? Se forem poucas de que nos servirão? Se forem muitas o que
fazer então?
Posso perguntar, também, porque estudar a história de uma
92
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
ciência?
História em geral é vista como um estudo tão cansativo!
Preciso ou sou obrigado a estudar sobre a origem da Psicologia da
Educação?
Surgimento da Psicologia
93
História Caderno Didático I - 2º Período
94
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
95
História Caderno Didático I - 2º Período
96
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
A Psicologia da Educação
97
História Caderno Didático I - 2º Período
98
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
99
História Caderno Didático I - 2º Período
100
2
UNIDADE 2
CONCEITOS E CONCEPÇÕES DAS TEORIAS DO
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM COM
SUAS REPERCUSSÕES NA EDUCAÇÃO.
Objetivo Geral
Introdução
101
História Caderno Didático I - 2º Período
102
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
REFERÊNCIAS
103
História Caderno Didático I - 2º Período
104
3
UNIDADE 3
TEORIAS PSICOLÓGICAS: SUAS IMPLICAÇÕES NA EDUCAÇÃO
Objetivo Geral
Maria Márcia Bicalho Noronha
Introdução
105
História Caderno Didático I - 2º Período
106
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Marina Colassanti
107
4 UNIDADE 4
BEHAVIORISMO
GLOSSÁRIO
B GC
E
Objetivo geral
Objetivo específico
A F
Behavior é um termo do Compreender as implicações práticas desta teoria em sala de aula.
inglês que significa Este termo “Behaviorismo” foi usado pela primeira vez por John
comportamento. Watson (1878-1958), em artigo publicado em 1913, nos Estados Unidos. O
termo “Behaviorismo” significa comportamento. Watson tinha pretensão de
fazer da psicologia uma ciência empírica e notabilizou-se por definir o fato
psicológico, de modo concreto, a partir da noção de comportamento
(BOCK, 2000).
PARA REFLETIR
Ao definir o comportamento como fato possível de ser observado,
A partir da teoria mensurado e experimentado em laboratório e passível de ser reproduzido
Behaviorista, quais as
Fonte: NORONHA, M. B., 2009. em diferentes situações e sujeitos, Watson
implicações desta deu a psicologia o status de ciência que os
afirmação? psicólogos vinham buscando.
O Behaviorismo também foi
influenciado por Thorndike, americano, que
postulou a “lei do efeito”, segundo a qual
“um comportamento seguido
Figura 1: O comportamento
quando seguido imediatamente imediatamente de uma recompensa
de uma conseqüência agradável
agradável tende a aumentar a sua
tende a aumentar a sua freqüência
DICAS freqüência.” (ENDERLE, 1987).
Concepção de homem
Nesta abordagem, o
homem é estudado como Estes teóricos afirmam que todo conhecimento provém de
produto do processo de experiência, acredita-se que o fator determinante dos processos de
aprendizagem pelo qual desenvolvimento e de aprendizagem é o meio ambiente. Dessa forma, o ser
passa desde a infância, ou humano é resultante do condicionamento, ou modelagem, fruto de
seja, como produto das associações entre estímulos e respostas (E – R) ao longo da sua vida. Através
associações estabelecidas de tais associações são gerados comportamentos, atitudes, conceitos,
durante sua vida entre preconceitos e valores (Coutinho, 1992).
estímulos (do meio) e
respostas (comportamento).
o homem é produto do
meio.
108
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Acredita-se que:
É possível conhecer as cadeias comportamentais S-R-S-R.
?
É possível conhecer e controlar as variáveis ambientais.
?
Controlando-as é possível prever e controlar o comportamento.
?
109
História Caderno Didático I - 2º Período
Comportamento operante:
?
Os estudos de Skinner (1982) por meio da análise experimental do
comportamento se baseiam na formulação do conceito de comportamento
operante.
Segundo Bock (2000), o comportamento operante abarca um
amplo conjunto da atividade humana. Citando Keller, define o
comportamento operante.
PARA REFLETIR “inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se possa
dizer que, em algum momento, tem efeito sobre ou fazem algo ao mundo
A partir da observação do em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim
seu cotidiano, descreva d i z e r, q u e r d i r e t a , q u e r
Fonte: NORONHA, M. B., 2009.
alguns comportamentos e indiretamente.”
suas consequências. Segundo os estudos de
Skinner (1982) o que possibilita a
a p r e n d i z a g e m d o s
comportamentos é a ação do
organismo sobre o meio e o efeito
dela resultante.
DICAS A aprendizagem está na
relação entre uma ação e seu
Figura 3: Ao tocar um instrumento, a pessoa age
sobre o ambiente e obtém um efeito
efeito ou consequência.
Dessa forma, para controlar (conseqüência).
o comportamento do sujeito
é mais importante controlar O que é reforço?
?
as consequências (através Reforço é um conceito fundamental na teoria de Skinner. Um
de reforços). reforço é qualquer coisa que fortaleça a resposta. Segundo Bock (2000), é
toda consequência que, seguindo uma resposta (comportamento) aumenta
a probabilidade desta resposta (comportamento) continuar ocorrendo no
futuro.
PARA REFLETIR Vamos pensar no
Fonte: NORONHA, M. B., 2009
exemplo de uma pessoa que
A partir do exemplo citado ao tirar uma nota alta (95% do
(a birra da criança), reflita total da prova) é elogiada
sobre o contexto em que publicamente pelo professor.
uma correção, até mesmo Nas situações seguintes de
uma palmada pode ser avaliação, esta pessoa,
reforçador do continua tirando notas altas.
comportamento. Segundo os pressupostos
Conversando com os seus desta teoria, podemos pensar
colegas, observe se isto na hipótese de que o elogio
Figura 4: Não se pode definir, de início, uma
acontece em outras conseqüência como reforçadora. Precisamos foi uma consequência boa
situações. Quais? primeiro observar o seu efeito sobre o comportamento
em questão. (reforçadora), Desta forma, a
pessoa continuou tirando
110
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
O REFORÇO POSITIVO
O REFORÇO NEGATIVO
ATIVIDADES
111
História Caderno Didático I - 2º Período
112
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
113
História Caderno Didático I - 2º Período
A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo
rapidamente retirado pelos outros, que o surraram.
Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais
PARA REFLETIR subia a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o
primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.
Pensem nos Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e,
comportamentos do dia-a- finalmente, o último dos veteranos foi substituído.
dia e questionem-se porque
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos
estão agindo assim. Pensem
que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo
nos seus condicionamentos.
naquele que tentasse chegar às bananas.
É possível fazer diferente?
Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em
quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, as
coisas sempre foram assim por aqui...”
Conteúdos programáticos:
114
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Papel do Professor
? O professor tem
também a função de garantir a
eficácia da transmissão do
conhecimento, não importando
as relações afetivas e pessoais
dos sujeitos envolvidos no
processo ensino-aprendizagem.
Sua tarefa é modelar respostas
apropriadas aos objetivos Figura 7: O professor é transmissor do
conhecimento, não importando as relações
instrucionais, sendo que a afetivas dos sujeitos envolvidos no processo
principal é conseguir um ensino aprendizagem
comportamento adequado.
Antes de passar adiante vamos conhecer a história contada pelo
professor Rodolfo sobre, uma criança chamada Joãozinho.
115
História Caderno Didático I - 2º Período
(para alguns). Dali de sua favela ele pode ver bem de perto uma das
grandes Universidades onde se cultiva a inteligência e se conquista o
conhecimento. Naturalmente esse conhecimento e a ciência ali
cultivadas nada têm a ver com o Joãozinho e outros milhares de
Joãozinhos pelo Brasil afora.
Além de perambular por toda a cidade, Joãozinho, de sua
favela, pode ver o aeroporto internacional do Rio de Janeiro. Isso
certamente é o que mais fascina os olhos de Joãozinho. Aqueles grandes
pássaros de metal sobem imponentes com um ruído de rachar os céus.
Joãozinho, com seu olhar curioso, acompanha aqueles pássaros de
metal até que, diminuindo, eles desapareçam no céu.
Talvez, por freqüentar pouco a escola, por gostar de observar os
aviões e o mundo que o rodeia, Joãozinho seja um sobrevivente de
nosso sistema educacional. Joãozinho não perdeu aquela curiosidade
de todas as crianças; aquela vontade de saber os “como” e os “porquês”,
especialmente em relação às coisas da natureza; a curiosidade e o gosto
de saber que se vão extinguindo em geral, com a freqüência à escola.
Não há curiosidade que agüente aquela “decoreba” sobre o corpo
humano, por exemplo.
Sabendo por seus colegas que nesse dia haveria merenda,
Joãozinho resolve ir à escola. Nesse dia, sua professora se dispunha a dar
uma aula de Ciências, coisa que Joãozinho gostava. A professora havia
dito que nesse dia iria falar sobre coisas como o Sol, a Terra e seus
movimentos, verão, inverno, etc.
A professora começa por explicar que o verão é o tempo do
calor, o inverno é o tempo do frio, a primavera é o tempo das flores e o
outono é o tempo em que as folhas ficam amarelas e caem.
Em sua favela, no Rio de Janeiro, Joãozinho conhece calor e
tempo de mais calor ainda, um verdadeiro sufoco, às vezes.
As flores da primavera e as folhas amarelas que caem ficam por
conta de acreditar. Num clima tropical e quente como do Rio de Janeiro,
Joãozinho não viu nenhum tempo de flores. As flores por aqui existem
ou não, quase independentemente da época do ano, em enterros e
casamentos, que passam pela Avenida Brasil, próxima à sua favela.
Joãozinho, observador e curioso, resolve perguntar porque
acontecem ou devem acontecer tais coisas. A professora se dispõe a dar
a explicação.
- Eu já disse a vocês numa aula anterior que a Terra é uma
grande bola e que essa bola está rodando sobre si mesma. É sua rotação
que provoca os dias e as noites. Acontece que, enquanto a Terra está
girando, ela também está fazendo uma grande volta ao redor do Sol.
Essa volta se faz em um ano. O caminho é uma órbita alongada chamada
116
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
elipse. Além dessa curva ser assim alongada e achatada, o Sol não está
no centro. Isso quer dizer que, em seu movimento, a Terra às vezes passa
perto, às vezes passa longe do Sol. Quando passa perto do Sol é mais
quente: é VERÃO. Quando passa mais longe do Sol recebe menos calor:
é INVERNO.
Os olhos de Joãozinho brilhavam de curiosidades diante de um
assunto novo e tão interessante.
- Professora, a senhora não disse antes que a Terra é uma bola e
que está girando enquanto faz a volta ao redor do Sol?
- Sim, eu disse. - respondeu a professora com segurança.
- Mas, se a Terra é uma bola e está girando todo dia perto do Sol,
não deve ser verão em toda a Terra?
- É, Joãozinho, é isso mesmo.
- Então é mesmo verão em todo lugar e inverno em todo lugar,
ao mesmo tempo, professora?
- Acho que é, Joãozinho, vamos mudar de assunto.
A essa altura, a professora já não se sentia tão segura do que
havia dito. A insistência, natural para o Joãozinho, já começava a
provocar uma certa insegurança na professora.
- Mas, professora, insiste o garoto enquanto a gente está
ensaiando a escola de samba, na época do Natal, a gente sente o maior
calor, não é mesmo?
- É mesmo, Joãozinho.
- Então nesse tempo é verão aqui?
- É, Joãozinho.
- E o Papai Noel no meio da neve com roupas de frio e botas? A
gente vê nas vitrinas até as árvores de Natal com algodão. Não é para
imitar a neve?
- É, Joãozinho, na terra do Papai Noel faz frio.
- Então, na terra do Papai Noel, no Natal, faz frio?
- Faz, Joãozinho.
- Mas então tem frio e calor ao mesmo tempo? Quer dizer que
existe verão e inverno ao mesmo tempo?
- É, Joãozinho, mas vamos mudar de assunto. Você já está
atrapalhando a aula e eu tenho um programa a cumprir.
Mas Joãozinho ainda não havia sido domado pela escola. Ele
ainda não havia perdido o hábito e a iniciativa de fazer perguntas e
querer entender as coisas. Por isso, apesar do jeito visivelmente
contrariado da professora, ele insiste.
- Professora, como é que pode ser verão e inverno ao mesmo
tempo, em lugares diferentes, se a Terra, que é uma bola, deve estar
117
História Caderno Didático I - 2º Período
perto ou longe do Sol? Uma das duas coisas não está errada?
- Como você se atreve, Joãozinho, a dizer que a sua professora
está errada? Quem andou pondo essas suas idéias em sua cabeça?
- Ninguém, não, professora. Eu só tava pensando. Se tem verão
e inverno ao mesmo tempo, então isso não pode acontecer porque a
Terra tá perto ou tá longe do Sol. Não é mesmo, professora?
A professora, já irritada com a insistência atrevida do menino
assume uma postura de autoridade científica e pontifica:
- Está nos livros que a Terra descreve uma curva que se chama
elipse ao redor do Sol, que este ocupa um dos focos e, portanto, ela se
aproxima e se afasta do Sol. Logo, deve ser por isso que existe verão e
inverno.
Sem dar conta da irritação da professora, nosso Joãozinho
lembra-se de sua experiência diária e acrescenta:
- Professora, a melhor coisa que a gente tem aqui na favela é
poder ver avião o dia inteiro.
- E daí, Joãozinho? O que tem a ver isso com o verão e o
inverno?
- Sabe, professora, eu acho que tem.
A gente sabe que um avião tá chegando perto quando ele vai
ficando maior. Quando ele vai ficando pequeno é porque ele tá ficando
mais longe.
- E o que tem isso a ver com a órbita da Terra, Joãozinho?
- É que eu achei que se a Terra chegasse mais perto do Sol, a
gente devia ver ele maior. Quando a Terra estivesse mais longe do Sol,
ele deveria aparecer menor. Não é, professora?
- E daí, menino?
- A gente vê o Sol sempre do mesmo tamanho. Isso não quer
dizer que ele tá sempre da mesma distância? Então verão e inverno não
acontecem por causa da distância.
- Como você se atreve a contradizer sua professora? Quem
anda pondo “minhocas” na sua cabeça? Faz quinze anos que eu sou
professora. É a primeira vez que alguém quer mostrar que a professora
está errada.
A essa altura, já a classe se havia tumultuado. Um grupo de
outros garotos já havia percebido a lógica arrasadora do que Joãozinho
dissera. Alguns continuaram indiferentes. A maioria achou mais
prudente ficar do lado da “autoridade”. Outros aproveitaram a
confusão para aumentá-la. A professora havia perdido o controle da
classe e já não conseguia reprimir a bagunça nem com ameaças de
castigo e de dar “zero” para os mais rebeldes.
118
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
119
História Caderno Didático I - 2º Período
Fonte: arcanjo.blogs.sapo.pt/arquivo/2004_03.html
“Não é à toa o que se diz da
escola: um lugar onde as cabecinhas
entram “redondinhas” e saem quase
todas “quadradinhas.”
Processo de avaliação:
120
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
TEXTO COMPLEMENTAR
O eu e os outros
121
História Caderno Didático I - 2º Período
A questão do controle
Contracontrole
122
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
REFERÊNCIAS
COUTINHO, Maria Teresa da Cunha. Psicologia da Educação: um estudo
dos processos psicológicos de desenvolvimento e aprendizagem
humanos, voltado para a educação. Belo Horizonte, Editora Lê, 1992.
BOCK, Ana Mercês Bahia (org). Psicologias: uma introdução ao estudo da
psicologia. São Paulo, Editora Saraiva, 2000.
COLL, C. Salvador. Desenvolvimento Psicológico e educação. Porto
Alegre, Artes médicas, 1995.
SKINNER, B. F. Sobre o Behaviorismo. Trad. Maria da Penha Villalobos. São
Paulo, Cultrix/Editora da Universidade de São Paulo, 1982
SKINNER, B.F. Tecnologia do ensino. São Paulo: Herder, 1972.
SKINNER, B.F. Walden II; uma sociedade do futuro. São Paulo: Herder,
1972.
ENDERLE, C. Psicologia do desenvolvimento: o processo evolutivo da
criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987
GOULART, I.B. Psicologia da Educação: fundamentos teóricos,
aplicações à prática pedagógica. Petrópolis: Vozes,1987.
123
5
UNIDADE 5
TEORIA DA GESTALT
Objetivo Geral
Profa. Ms. Vera Lúcia Mendes Trabbold
Objetivos Específicos
Conhecendo a teoria
124
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
125
História Caderno Didático I - 2º Período
126
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
BREJO DA CRUZ
Chico Buarque ATIVIDADES
A novidade Mas há milhões desses seres
Que tem no Brejo da Cruz Que se disfarçam tão bem Vá ao Virtualmontes e
É a criançada Que ninguém pergunta converse com seus colegas
Se alimentar de luz De onde essa gente vem sobre a compreensão que
Alucinados São jardineiros cada um tem sobre a letra
Meninos ficando azuis Guardas-noturnos, casais da música “Brejo da Cruz”.
E desencarnando São passageiros Observe o quanto tais
Lá no Brejo da Cruz Bombeiros e babás interpretações estão
Eletrizados Já nem se lembram relacionadas com as
Cruzam os céus do Brasil Que existe um Brejo da Cruz percepções e vivências de
Na rodoviária Que eram crianças cada pessoa.
Assumem formas mil E que comiam luz
Uns vendem fumo São faxineiros
Tem uns que viram Jesus Balançam nas construções
Muito sanfoneiro São bilheteiras
Cego tocando blues Baleiros e garçons
Uns têm saudade Já nem se lembram
E dançam maracatus Que existe um Brejo da Cruz
Uns atiram pedra Que eram crianças
Outros passeiam nus E que comiam luz
127
História Caderno Didático I - 2º Período
Fonte: http://www.ufrgs.br/faced/slomp
/edu01135/perfis-taca2.jpg Aprender é ter insights!
O que você vê na figura 12?
Você pode ver uma taça se considerar o
fundo preto ou poderá ver dois perfis se considerar
o fundo branco na figura 3.
Você teve um insight quando percebeu a
taça e depois os perfis.
A aprendizagem na Gestalt ocorre pela
PARA REFLETIR Figura 12: Arte produzida percepção daquele que está na experiência.
segundo a teoria da Gestalt.
Aprender é “perceber relações e não apenas
Os educandos dificilmente
registrar uma cadeia de respostas a estímulos específicos; aprender é reagir a
esquecem uma aula quando
situações totais significativas e não a elementos isolados; aprender é ter
vivenciam uma situação e
insights.” (COUTINHO e MOREIRA, 2001, p. 77).
compreendem o que está
Insight é uma compreensão que surge repentinamente e
acontecendo.
internamente na pessoa, devido ao modo como vai aprendendo com as
experiências e nas formas como percebe os estímulos oferecidos,
estabelecendo relações entre os elementos de uma situação vista dentro de
uma totalidade e não em suas partes.
A Gestalt tornou-se importante para a educação por demonstrar
DICAS que a aprendizagem se torna ineficaz se ocorre se ocorrer de forma
mecânica. Apenas as situações que ocasionam experiências ricas e variadas
levam o indivíduo ao amadurecimento e à emergência do insight.
Para saber mais sobre Cabe ao professor fornecer este ambiente experiencial estruturado,
Gestalt acesse o site onde o aprendiz é ativo na busca de soluçoesr os problemas. O professor
ocupa o lugar de um facilitador do processo, levando em consideração as
<http://www.ufrgs.br/faced/
possibilidades e as necessidades de cada aluno no processo de
slomp/psico.htm< ou
aprendizagem dando ênfase nas diferenças individuais e na maturação.
<http://www6.ufrgs.br/psic
oeduc/a-gestalt>
Nele você encontrará
muitas indicações de sites
REFERÊNCIAS
interessantes. BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes
Trassi. Psicologias: – Uma Introdução ao Estudo da Psicologia. 13 ed.
Reform. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2002.
CAMPOS, Dinah Martins de Souza. Psicologia da Aprendizagem.
Petrópolis: Vozes, 1987.
COUTINHO, Maria Tereza da Cunha & MOREIRA, Mércia. Psicologia da
Educação: Um estudo dos Processos psicológicos de Desenvolvimento e
Aprendizagem Humanos, voltado para Educação. Belo Horizonte: Editora
Lê, 2001.
RADFAHRER, Luli. Considerações sobre design de interfaces e
criatividade digital.
www.luli.com.br/2007/05/22/aprenda-gestalt-com-james-brown/
Acessado em abril de 2009.
128
6
UNIDADE 6
APRENDIZAGEM CENTRADA NO ALUNO
Objetivo Geral
Profa. Ms. Vera Lúcia Mendes Trabbold
Objetivos Específicos
Fonte: http://www.planetaeducacao.com.br/novo/ima
Conhecer os conceitos
? gens/artigos/literatura/ideias_pedagogicas_03.jpg
fundamentais da Abordagem
Centrada na Pessoa;
Compreender a aplicação
?
dos princípios da Abordagem
Centrada na Pessoa à Educação; e
? Refletir sobre atitudes a
serem desenvolvidas para uma
aprendizagem significativa. Figura 13: Carl Rogers
Bases conceituais
129
História Caderno Didático I - 2º Período
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
REFERÊNCIAS
133
História Caderno Didático I - 2º Período
134
7
UNIDADE 7
O INTERACIONISMO SÓCIO-HISTÓRICO DE VYGOTSKY
Objetivo geral
Maria Márcia Bicalho Noronha
Objetivo específico
Diante de mim
Geraldo Eustáquio de Souza
“Diante de mim
Tendo eu mesmo por testemunha
E sob pena de perder o respeito por minha própria palavra
Eu me comprometo a buscar e defender qualidade de vida
Em tudo o que faço e em todos os lugares onde eu esteja
E me comprometo a estar presente aqui e agora
A despeito do prazer ou dor que este momento me traz
Fazendo a parte que me cabe do melhor modo que eu sei PARA REFLETIR
Sem me queixar do mundo nem culpar os outros
O que você compreende
Por meus acertos e fracassos
lendo as palavras de
Mas antes me aceitando limitado imperfeito e humano
Geraldo Eustáquio?
Mesmo que tudo recomende o contrário
Qual a concepção de
Eu me comprometo a amar confiar ter esperança
homem o autor apresenta
Sem quaisquer limites nem condições
no poema?
E embora eu só possa fazer pequeno
Eu me comprometo a pensar grande
E a me preparar com disciplina e coragem
Para os ideais que ainda espero e vou alcançar
Sabendo que tudo começa simples e singelo
De corpo cabeça e coração
135
História Caderno Didático I - 2º Período
Concepção de desenvolvimento:
DICAS
Concepção de homem:
136
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
137
História Caderno Didático I - 2º Período
Fonte: <http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/outubro
Esta teoria busca
DICAS 2006/fotosju339-online/ju339pg20a.jpg>. Acessado em abril de 2009.
superar, os determinismos,
ambiental e inatista:
“procurando conhecer a
Desta interação decorre o
natureza social do fenômeno
desenvolvimento,
Psíquico” (BOCK, 2000).
dependendo, sobretudo do
Vy g o t s k y ( 1 9 8 4 )
tipo de experiências sociais
afirma que o homem se
– mediações – a que as
constitui no processo de Figura 23: O desenvolvimento decorre, sobretudo,
crianças se acham expostas.
contínua interação entre as dependendo das interações sociais.
condições sociais e a base biológica do comportamento humano.
Podemos dizer que, o “jeito de ser” de cada um, a subjetividade é
construída nas relações sociais. É relacionando com o outro que o homem
se faz homem.
Vygotsky (1984)
Fonte: Foto Pedro Bicalho
vê o homem como ser
ativo que interage e tem
uma ação no mundo. Ao se
relacionar com o outro, o
homem conhece o
mundo, o ambiente que o
cerca e a si mesmo. Na sua
ação, o homem transforma
o mundo e ao transformá-
lo é também transformado
DICAS por ele.
Figura 24: Interação Social
O homem tem participação “Na ausência do outro o homem não se constrói homem!”
ativa no seu processo de Ao dizer isso,Vygotsky está dizendo que a interação social é fator
desenvolvimento através das primordial de aprendizagem.
aprendizagens realizadas
nos processos de interação É na troca de experiências que as pessoas vão se construindo e
social. aprendendo.
Estamos, então, afirmando que segundo a teoria de Vygotsky:
O homem se constitui na interação sujeito-objeto;
?
O homem é sujeito ativo no seu processo de desenvolvimento.
?
O trabalho, enquanto ação social e histórica, é a atividade básica do
homem, a partir da qual o homem constrói sua existênciaÉ possível que você
esteja se perguntando neste momento:
Mas outras teorias também afirmam a existência da interação
sujeito-objeto e o papel ativo do sujeito na relação com o objeto na
construção do conhecimento. Então, qual a diferença entre a teoria de
Vygotsky e as outras teorias?
138
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
139
História Caderno Didático I - 2º Período
Mediação Semiótica:
?
Fonte: NORONHA, M. B., 2009 Segundo Coutinho
(1992), implica na intervenção
de signos na relação do homem
com o psiquismo dos outros.
B GC
GLOSSÁRIO E Vygotsky (1979) observa que as
A F formas superiores de relação do
Semiótica: estuda os modos homem com o ambiente através
como o homem significa o do pensamento, linguagem, das
que o rodeia. relações lógicas pressupõem a
Figura 29: É pela participação, através das intervenção de um terceiro
interações mediadas pelo “outro” que vamos elemento, ou seja, dos signos.
apreendendo o mundo
O sistema de signos formado pela linguagem, pelos gestos,
pela escrita, pelo desenho (...) da mesma maneira que os
instrumentos e ferramentas são criados pelos grupos sociais
(COUTINHO, 1992).
140
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Linguagem:
?
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História Caderno Didático I - 2º Período
142
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Figura 32: A criança ainda não Figura 33: O Jogo estimula a zona de
tem o desenvolvimento desenvolvimento proximal
suficiente para andar, mas com
a ajuda de outra pessoa, ela
consegue fazê-lo.
143
História Caderno Didático I - 2º Período
144
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
TEXTO COMPLEMENTAR
Fonte: http://g1.globo.com/Notici
Ninguém nasce feito: é experimentando- as/Ciencia/foto/0,,8095987,00.jpg
147
História Caderno Didático I - 2º Período
(...)
Não nasci, porém, marcado para ser um professor assim. Vim
me tornando desta forma no corpo das tramas, na reflexão sobre a ação,
na observação atenta a outras práticas ou à prática de outros sujeitos, na
leitura persistente, crítica, de textos teóricos, não importa se com eles
estava de acordo ou não. É impossível ensaiarmos estar sendo deste
modo sem uma abertura crítica aos diferentes e às diferenças, com
quem e com que é sempre provável aprender.
Uma das condições necessárias para que nos tornemos um
intelectual que não teme a mudança é a percepção e a aceitação de que
não há vida na imobilidade. De que não há progresso na estagnação. De
que, se sou, na verdade, social e politicamente responsável, não posso
me acomodar às estruturas injustas da sociedade. Não posso, traindo a
vida, bendizê-las.
Ninguém nasce feito. Vamos nos fazendo aos poucos na prática
social de que tomamos parte.
REFERÊNCIAS
COUTINHO, Maria Teresa da Cunha. Psicologia da Educação: um estudo
dos processos psicológicos de desenvolvimento e aprendizagem
humanos, voltado para a educação. Belo Horizonte, Editora Lê, 1992.
BOCK, Ana Mercês Bahia (org). Psicologias: uma introdução ao estudo da
psicologia. São Paulo, Editora Saraiva, 2000.
COLL, C. Salvador. Desenvolvimento Psicológico e educação. Porto
Alegre, Artes médicas, 1995.
DAVIS, Cláudia; OLIVEIRA, Zilma. Psicologia na Educação. São Paulo:
Cortez, 1991
GOULART, I.B. Psicologia da Educação: fundamentos teóricos,
aplicações à prática pedagógica. Petrópolis: Vozes,1987.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente; o desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Lisboa: Antídoto, 1979.
FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo, Cortez, 1993.
148
8
UNIDADE 8
A PSICOGENÉTICA DE JEAN PIAGET
149
História Caderno Didático I - 2º Período
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
Assimilação + Acomodação
Assim,
Adaptação
Fonte: http://www.prof2000.pt/users/esf_cnat/
volcan_ani.gif Equilibração: A função da
equilibração é produzir uma
coordenação entre a assimilação e a
a c o m o d a ç ã o . Pa r a Pi a g e t , o
desenvolvimento é uma equilibração
progressiva a partir de um estado inferior
até um estado mais elevado de equilíbrio
(In: PULANSKI, 1980, p. 25).
O que impulsiona a mente para
atingir níveis cada vez mais elevados de
Figura 41: Ao estabelecer uma troca
conhecimento é a busca desse equilíbrio.
com os objetos do mundo, a criança
vai aprendendo e construindo Coutinho e Moreira (1992) afirmam,
esquemas e estruturas novas e
sobre a equilibração que:
atingindo um equilíbrio cada vez
mais superior.
De todos os fatores apontados, esse é que o Piaget destaca
como fundamental para a explicação do processo de
estruturação da inteligência. A equilibração se refere às
trocas com o mundo não como uma simples busca de
equilíbrio, mas uma busca do melhor equilíbrio ou em busca
de equilibrações majorantes (COUTINHO e MOREIRA,
1992, p. 89).
152
História Caderno Didático I - 2º Período
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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Estágio Sensório-Motor
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Estágio Pré-Operatório
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
É uma fase muito bonita de nossa vida, você concorda? Mas para
que possamos ajudar a criança a usufruir o máximo de suas competências é
importante dar-lhe autonomia e permitir que ela se sinta livre e
independente para ajudar nas tarefas da casa, tomar banho e se alimentar
sozinha. (com a nossa discreta supervisão, é claro!)
160
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Estágio Operatório-Concreto
Esse estágio tem o seu início por volta dos sete anos, coincidindo
com o começo da escolaridade da criança, e vai até os onze/doze anos, na
entrada da puberdade.
Vimos no período anterior, chamado de pré-operatório, que o
desenvolvimento mental é caracterizado pelo egocentrismo intelectual e
social. Este período começa a ser superado quando a criança inicia uma nova
etapa, conhecida como a da construção lógica. Se antes o pensamento
estava centrado no seu próprio ponto de vista, agora ele já é capaz de
estabelecer relações, levando em conta pontos de vista diferentes. Piaget faz
as seguintes considerações a respeito deste período:
A essência de uma operação nesse nível está na
interiorização de coordenações que já existem no plano das
ações, mas agora, que já estão interiorizadas, existe a
possibilidade de reversibilidade – pode-se voltar ao passado
em pensamento. E mais: as operações são sempre
coordenadas em estruturas totais. Por exemplo, o sistema de
classificação ou uma série ordenada, ou uma série de
números naturais, ou correspondências de um-para-um, e
daí por diante. (PIAGET In: EVANS, 1980, pp. 58-59).
Reversibilidade: esta é a palavra chave do que acontece com a
criança neste período. Mas o que isto significa? Por que se diz que a criança
possui o pensamento reversível ou irreversível? Vamos tentar compreender
esta ideia: Piaget diz que a criança possui pensamento irreversível nos dois
primeiros períodos, o sensório-motor e o pré-operatório, ou seja, ela não é
capaz de focar o pensamento em outro ponto de vista que não seja o seu
próprio. Se você disser a uma criança que de Montes Claros a Belo Horizonte
161
História Caderno Didático I - 2º Período
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
Último período das fases estudadas por Piaget, esse estágio mostra
como o pensamento faz a passagem do nível concreto para o nível abstrato,
formal. Para melhor entendermos este raciocínio, recorremos às palavras do
próprio Piaget, que afirma que:
Por volta de onze a doze anos efetua-se uma transformação
fundamental no pensamento da criança, que marca o
término das operações construídas durante a segunda
infância; é a passagem do pensamento concreto para o
'formal', ou como se diz em termo bárbaro, mas claro,
'hipotético-dedutivo”. (PIAGET, 1967, pp. 62-63).
Nesse momento da vida, a criança está entrando na puberdade,
período que antecede a adolescência e que é marcado por grandes
transformações físicas e biológicas, além de todas as conquistas no campo da
cognição.
Fonte: http://www.amazonarium.com.br/blog/?cat=2
164
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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REFERÊNCIAS
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9
UNIDADE 9
PSICANÁLISE: QUAL A SUA VALIDADE PARA A EDUCAÇÃO?
INTRODUÇÃO
Maria Cleonice Mendes de Souza
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
Objetivos
Fonte: www.meiobit.com/files/meiobit-freud.jpg
Sigmund Freud nasceu em
Freiberg, uma pequena cidade da antiga
Morávia (hoje Pøíbor), em 6 de Maio de
1856, quando esta pertencia ao Império
Austríaco.
Mudou-se para Viena ainda
criança e lá viveu até 1938, quando imigrou
para a Inglaterra, em função da perseguição
aos judeus. (Freud era judeu). Formou-se
médico (psiquiatra) em 1882. Freud
Figura 52: Sigmund Freud nasceu morreu em 1939, em Londres, vitimado
em 1859 e morreu em 1939. por um cancêr na boca e na mandíbula.
Você deve estar se perguntando: qual a contribuição da Psicanálise
para a educação? Pois bem, vejamos: Freud no início de sua carreira se
preocupa com o estudo das doenças nervosas, já que nessa época pouca
atenção era dada a esse tema. Em 1885, três anos após ter-se graduado
médico psiquiatra, Freud se interessa pelos trabalhos de Charcot, médico
francês que fazia pesquisas no campo da histeria, aplicando a hipnose em
seus pacientes. Freud começa então a utilizar essa mesma técnica em seus
pacientes adultos e neuróticos. Estes ao relatar, sob o efeito da hipnose, as
suas experiências infantis, possibilitaram a Freud perceber que estes relatos
possuiam um grande conteúdo sexual. A partir dessas experiências com
seus pacientes adultos, ele vai desenvolvendo a sua Teoria Psicanalítica,
quer dizer, de forma pioneira e mesmo sabendo os riscos que corria, de ser
combatido pelos canônes da Academia Médica e pela sociedade vitoriana
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Base conceitual
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Mecanismos de ajustamento
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Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Formação Reativa: Imagine uma pessoa que odeie uma outra, mas
que, por algum motivo, não pode demonstrar esse sentimento. O que
acontece? Instintivamente, ela camufla esse ódio e o substitui por uma
motivação diametralmente oposta: o amor. Essa pessoa passa a manifestar,
então, uma bondade e um carinho excessivos para com o indivíduo que ela
não suporta. Isso é formação reativa, um mecanismo de defesa que inverte,
de forma inconsciente, um desejo, quando este gera ansiedade e angústia.
Vejamos um exemplo, para ficar mais claro: uma mãe tem uma verdadeira
aversão por um de seus filhos (sim, isso é possível!), mas esse sentimento é
rejeitado por ela porque seria um comportamento inadequado uma mãe
não amar o seu filho (aprendemos isso desde que nascemos, pois é um
código socialmente transmitido). O que essa mãe faz? Ela passa a demonstrar
por esse filho um amor até maior do que o que ela sente pelos outros filhos e
passa a super-protegê-lo. Parece incoerente, não é mesmo? Mas a nossa
mente possui mecanismos que nem nós mesmos conseguimos entender,
agindo assim com a finalidade de nos proteger e nos livrar de angústias. Esse
mecanismo pode apresentar efeitos colaterais negativos nos
relacionamentos da pessoa, pois quanto mais ela nega seus verdadeiros
sentimentos, mais terá que ocultá-los, e isso se transmuta em rigidez e
extravagância.
Reação de Conversão: Se você é um bom observador ou
observadora, já deve ter percebido algumas pessoas sentirem-se mal, ou até
mesmo você, após receber, por exemplo, notícias ruins. Dor de cabeça,
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História Caderno Didático I - 2º Período
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O Ego
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O Superego
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História Caderno Didático I - 2º Período
PARA REFLETIR
Sobre a importância da
relação dos pais
(principalmente a mãe) com
seus filhos pequenos. O que Figura 60: O ato de amamentar, Figura 61: Na fase oral, o prazer está centrado
se der a eles é o que eles associado a outros fatores positivos da na região da boca e a criança vive, segundo
relação mãe/bebê, pode gerar na criança Freud, um narcisismo primário. (um mundo
terão pela vida afora. Você um sentimento positivo em relação ao exclusivamente seu)
já pensou que, de uma mundo que o cerca. Este sentimento que
ocorre nas primeiras relações do bebê
certa forma, temos uma com a mãe, pode ser um dos responsáveis
grande responsabilidade pela estabilidade emocional e a
auto-estima do adulto.
sobre “aquilo” em que se
tornarão as crianças que Todos os autores psicanalíticos afirmam que os primeiros anos de
passam pela nossa vida da criança são fundamentais para a sua constituição psíquica.
educação?
Fase Anal: Você já teve oportunidade de observar como uma
criança, entre o segundo e o quarto anos de vida, lida com suas fezes? Se não
teve, procure observar. Nessa fase a criança dá muita importância às suas
fezes, pois, na concepção dela, as fezes representam o primeiro bem
material que o seu corpo produz. Se na fase oral o prazer estava concentrado
na região da boca, agora ele se desloca para a região anal. De acordo com
Freud, isso acontece devido à própria maturação fisiológica.
Aos pais cabe a tarefa de educar a criança para o controle dos
esfíncteres, de forma natural, tendo o cuidado de não exagerar em suas
exigências quanto à higiene, pois um dos problemas que Freud observa é
exatamente este: os adultos que cuidam das crianças exigem delas um
controle muito rígido e de forma muito precoce. Qual o risco desta atitude?
186
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
Fase Fálica: Por volta dos três anos, a criança está entrando na fase
fálica. Para Freud, é o momento em que a criança passa a notar seu pênis ou
a falta dele (no caso das meninas). É a percepção das diferenças sexuais.
Bettelheim (1982) analisa o termo “complexo de Édipo”, criado por
Freud, da seguinte maneira:
Freud criou o termo “complexo de Édipo” para descrever a
profusão de idéias, emoções e impulsos, todos em grande
parte ou inteiramente inconscientes, que gravitam em torno
das relações que uma criança forma com seus pais.
(BETTELHEIM, 1982, p. 34)
Esse autor diz ainda que o significado do termo “complexo de
DICAS
Édipo” é simbólico e que não se deve pensar que os meninos querem matar
o pai e se casar com a mãe. O que esse termo sugere é a angústia e a culpa da
criança por ter desejos parricidas e incestuosos, assim como as consequências
Antes de prosseguirmos
de agir de acordo com esses desejos (BETTELHEIM, 1982, p.36). Para Freud,
com o nosso estudo,
conhecer e enfrentar nossos sentimentos e desejos inconscientes, equivale a
procure conhecer a história
“purgá-los” e seria esta a maneira de se proteger contra aquilo que ele chama
completa da tragédia grega
de catástrofe edipiana. Segundo Freud, crianças que se sentem amadas e
de Sófocles - Édipo Rei.
protegidas por seus pais, jamais “agiriam” como Édipo.
Para Diniz (1998), autora psicanalista, esse momento é o da
passagem do sujeito do estado da natureza ao estado da cultura. O Homem,
como nos diz Kupfer (2007), não nasce pronto para a sociedade e Diniz
(1998:208) diz que “a cultura intervém na natureza para discipliná-la e
regularizá-la.” Essa autora diz ainda que pagamos um preço por essa
“conquista” e esse preço é “uma perda, uma falta que põe o sujeito a
desejar.” Vamos ver o que essa autora nos diz sobre o Édipo, que segundo
ela, “é a operação proposta por Freud para ilustrar essa entrada do sujeito na
ordem simbólica-rompimento com a natureza, inserção na cultura.” Nas
palavras dessa autora:
Tanto o menino quanto a menina têm como primeiro objeto
de amor a mãe. O desejo da mãe, em seu duplo sentido, é
que irá possibilitar a operação edípica, pois a lei de
interdição do incesto faz a separação criança-mãe. Essa
operação se dá de forma assimétrica no menino e na menina.
O menino deverá renunciar à mãe e identificar –se ao pai,
buscando aí o traço que o faz homem. O pênis é presença
que mostra uma certeza imaginária de unidade e potência.
Os meninos serão tomados da convicção de que todas as
pessoas são dotadas de um órgão como o seu. A ameaça de
perdê-lo põe o menino nessa renúncia através do Complexo
de Castração. Já não se pode dizer o mesmo da menina, pois
a constatação da diferença dos sexos determina o
surgimento da inveja do pênis. (DINIZ, 1998, p. 208)
O Superego, que está em fase de desenvolvimento, tem a tarefa de
reprimir e condenar esse “desejo” incestuoso. A falta do pênis na menina,
torna esse processo de identificação com o pai mais complicado, “pois
188
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
mesmo submetida à lei fálica – falo enquanto falta – a menina não se encontra
em um traço de identificação propriamente feminino, pois não há
representação do feminino no inconsciente.” (DINIZ, 1998, p. 209). A
mulher há então que se “tornar mulher.”
São comuns, nessa fase, perguntas relativas à sexualidade e
brincadeiras com explorações sexuais mútuas. Os adultos devem encarar
com naturalidade, evitando castigar a criança por manipular seus órgãos
genitais e dialogar francamente, de acordo com a capacidade de
entendimento da criança, respondendo as suas perguntas de modo natural e
verdadeiro; nem mais, nem menos do que elas desejam saber. A forma como
Fonte: <http://www.reflexaodevida.com.br/111fig1.jpg>.
Acessado em abril de 2006. os pais agem em relação à
sexualidade da criança nesse
momento definem, para
Freud, a sua constituição
psíquica e a sua identificação
sexual quando adulta.
P e r í o d o d e
Latência: Freud dá o nome de
latência ao período que
separa a sexualidade infantil
Figura 63: De acordo com os autores psicanalistas,
a relação mãe/filho é fundamental na constituição
do amadurecimento físico
psíquica do sujeito e na formação do seu auto-conceito sexual. Para ele, esse período
não caracteriza uma fase no
sentido dito sexual, pois não há erotização de nenhuma zona no corpo, pelo
contrário, a criança desvia seus instintos para atividades exteriores como a
socialização, a alfabetização, a amizade fora da família e outras atividades
Fonte: SOUZA, Maria Cleonice M, 2009.
que envolvam companheiros com
interesses semelhantes. A idade provável
que marca este período vai dos 5, 6 anos
de idade até por volta dos 11, 12 anos. Os
desejos sexuais não resolvidos da fase
fálica são reprimidos com sucesso pelo
Superego que absorveu dos pais apenas
as funções punitivas.
189
História Caderno Didático I - 2º Período
190
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
191
História Caderno Didático I - 2º Período
Qualquer coisa
Tenho essa atração irresistível pelas coisas infinitas,
esse sentimento largo de eternidade.
E é por isso que sou assim
- triste como um boi –
incapaz de comer pipoca sem pensar em Deus.
Apesar disso, não vejo em mim o despojamento
dos místicos,
dos loucos,
dos miseráveis,
o desapego e as visões febris dos profetas,
dos iluminados
e não saio de casa sem estar muito bem composto,
abotoados todos os botões da camisa,
os vincos impecáveis,
como um homem normal,
que vai pra rua de manhã cedinho,
preocupado com as oscilações da bolsa de valores.
.......................................................................
192
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
193
História Caderno Didático I - 2º Período
194
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
REFERÊNCIAS
BETTELHEIM, Bruno. Freud e a alma humana. Trad. Álvaro Cabral. São
Paulo: Ed. Cultrix, 1982.
BOCK, Ana Mercês Bahia. FURTADO, Odair e TEIXEIRA, Maria de Lourdes
Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de Psicologia. 13 ed.
Reformada e ampliada. São Paulo: Saraiva, 2002.
CHARLOT, Bernard. O sociólogo, o psicanalista e o professor. In.:
MRECH, Leny Magalhães (org.) O impacto da psicanálise na educação.
São Paulo: Editora Avercamp, 2005.
COUTINHO, Maria Tereza e MOREIRA, Mércia. Psicologia da Educação:
um estudo dos processos psicológicos de desenvolvimento e aprendizagem
humanos, voltados para a educação:ênfase na abordagem construtivista.
Belo Horizonte: Ed. Lê, 1992.
DINIZ, Margareth. De que sofrem as mulheres-professoras? In.: LOPES,
Eliane Marta Teixeira Lopes (org.). A psicanálise escuta a educação. Belo
Horizonte: Autêntica, 1998.
ERIKSON, Erik. Identidade, Juventude e Crise. Rio de Janeiro, RJ.: Editora
Guanabara S.A., 1987.
FREUD, Sigmund. O Mal-Estar na Civilização. Trad. José Octávio de Aguiar
Abreu. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1997.
KUPFER, Maria Cristina Machado. Educação para o futuro: psicanálise e
educação. 3ª. ed. São Paulo: Editora Escuta, 2007.
LAJONQUIÉRE, Leandro de. De Piaget a Freud: para repensar as
aprendizagens. A (psico) pedagogia entre o conhecimento e o saber. 14ª. ed.
Petrópolis, RJ.: Editora Vozes, 2007.
LAPLANCHE, Jean. Vocabulário da Psicanálise.3ª. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
LOPES, Eliane Marta Teixeira Lopes. O professor é um mestre? In.:
MRECH, Leny Magalhães (org.) O impacto da psicanálise na educação.
São Paulo: Editora Avercamp, 2005.
PEREIRA, Marcelo Ricardo. Subversão docente: ou para além da “realidade
do aluno”. In.: MRECH, Leny Magalhães (org.) O impacto da psicanálise na
educação. São Paulo: Editora Avercamp, 2005.
Sites Consultados:
www.educabrasil.com.br – Entrevista com Leandro Lajonquiére fornecida a
Ebenézer de Menezes, em 06 de dezembro de 1999.
195
10
UNIDADE 10
ADOLESCÊNCIA
Objetivo Geral
Profa. Ms. Vera Lúcia Mendes Trabbold
Objetivos Específicos
196
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197
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198
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199
História Caderno Didático I - 2º Período
200
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
confundido com crises e estados patológicos” (KNOBEL, 1992, p.13), e que PARA REFLETIR
dependerá do adolescente ir elaborando os lutos, tornando-se mais
fortificado em seu mundo interno. Isto faz com que a adolescência para Os adolescentes passam a
alguns seja muito turbulenta e sofrida, e para outros um momento mais ter comportamentos e
suave mesmo diante de alguns conflitos. sentimentos pouco
O contexto sócio cultural é enfocado pelo psicanalista Erik Erickson entendidos pelos adultos,
(1976). Erickson considera a adolescência um período fundamental no em decorrência das
desenvolvimento do eu, onde as mudanças biopsicossociais levarão o mudanças na auto-imagem
adolescente a uma crise de identidade, que colaborará para a formação da corporal e da formação de
personalidade adulta. Denomina de “moratória social”, um tempo de uma identidade. Passam
espera que nossa sociedade oferece aos jovens, enquanto se preparam para muito tempo no banheiro
exercerem o papel de adultos. ou no quarto, ouvindo
Fonte: http://www.sxc.hu/pi
músicas, se olhando no
A puberdade e a adolescência para Erickson c/s/e/em/emuman/1044093
_just_watching.jpg
espelho, ou em atividades
(1976) correspondem ao estágio de identidade versus
masturbatórias. Sentem-se
confusão de identidade.
desajeitados com o corpo
A identidade é um conceito que tem vários
que muda, as meninas
entendimentos. Aqui, identidade se refere ao Figura 74: Uma das
podem tentar esconder os
reconhecimento da pessoa como um ser único, que tarefas principais da
adolescência é busca seios em roupas largas, os
responde a pergunta “quem sou eu”?, e nos da identidade, que
meninos podem andar de
apresentamos ao mundo através disto. A formação da responderá a pergunta:
“quem sou eu”? forma curvada pela altura.
identidade se dá desde a infância, através do contato
Uma espinha pode ser o
com outras pessoas. Uma criança de cinco anos sabe seu nome e dos seus
motivo de muito choro
familiares, qual seu sexo biológico, reconhece sua imagem no espelho,
antes da festa, e o namoro
coisas que dizem respeito a sua identidade.
desfeito aos prantos hoje,
Mas com as grandes mudanças físicas da puberdade, incluindo a
com juras de amor eterno,
maturidade genital e consciência sexual, este adolescente não se percebe
já estará esquecido na
mais como fora outrora. A imagem mental que tem de si (como criança,
semana seguinte. Passam
incluindo seu corpo) terá que ser refeita, para aceitar as novas mudanças
mais tempo com a turma do
físicas e sentimentos libidinais como parte de si, mudando seu
que com a família. Vestem-
comportamento e sentimentos.
se como seu ídolo
No início desse processo, o adolescente passaria por uma difusão
preferido.
de papéis, identificando-se excessivamente com ídolos, lideres de grupos,
parecendo perder sua identidade própria, ao mesmo tempo em que se
rebela contra os pais na tentativa de separar sua identidade da de seus pais.
Aqui cresce, pela necessidade de pertencer a um grupo social, a importância
da turma ou do grupo de iguais, que ajuda o individuo a encontrar sua
identidade num contexto social.
Jean Piaget, como vimos nas teorias interacionistas, elaborou a
teoria do desenvolvimento cognitivo, que acontece em uma seqüência de
estágios universais que vão desde a imaturidade inicial do recém nascido até
o final da adolescência. Acreditava que com o acesso a idade adulta
terminariam as grandes mudanças evolutivas, o que hoje se contesta, pois
201
História Caderno Didático I - 2º Período
202
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
valorizadas por aquilo que têm e, não pelo que são Fonte: http://www.sxc.hu/pi
c/s/r/rr/rrruslan/1023366_m
(virtudes e valores). Aliado a isto, vivemos em uma eet_ruslan.jpg
203
História Caderno Didático I - 2º Período
REFERÊNCIAS
204
11
UNIDADE 11
AS INTERAÇÕES SOCIAIS EM SALA DE AULA: SUAS
IMPLICAÇÕES PARA O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
Objetivo Geral
Maria Márcia Bicalho Noronha
Objetivo específico
Arcos e aviões
205
História Caderno Didático I - 2º Período
206
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Inventário de habilidades
207
História Caderno Didático I - 2º Período
Quadro 1:
208
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Fonte: Adaptado pelo NORONHA (2009), através do material constante do curso habilidades consultivas do contabilista,
do programa contabilizando sucesso, SEBRAE-Brasília, 2005.
209
História Caderno Didático I - 2º Período
A sala de aula
Figura 81: A qualidade das interações realizadas em sala de aula irá repercutir no processo
de desenvolvimento das crianças.
210
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
Dinâmica de grupo
211
História Caderno Didático I - 2º Período
Figura 83
212
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
PARA REFLETIR
A dinâmica externa do grupo
Faça uma pequena relação
dos grupos dos quais você
Todo grupo existe dentro de um contexto. No caso em questão, a participa. Agora pense na
sala de aula, se situa dentro de uma instituição escolar. Para compreender a qualidade das trocas que
dinâmica do grupo da sala é preciso localizá-la dentro deste contexto e você tem estabelecido
compreender as forças externas atuantes nas suas interações. A instituição nestes grupos. É possível
escolar sofre a influência dos valores da sociedade a que pertence.As fazer algum nível de
expectativas da comunidade, os valores institucionais, o controle, a aproximação da sua
competição existente dentro da própria instituição, prestígio e posição social vivência em grupo com as
são forças externas que influem na dinâmica da sala de aula: na motivação, ideias expressas pela
nos objetivos, nos meios e nas atividades. poetisa?
213
História Caderno Didático I - 2º Período
O funcionamento do grupo
214
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
215
História Caderno Didático I - 2º Período
deve ter uma boa capacidade de escuta dos desejos do grupo. O seu papel
também é de regulador , no sentido de ser “representante da lei que regula as
relações entre os membros, criando, dessa forma, um sistema autônomo,
democrático e auto-gestivo.” (PEREIRA, 1990).
Deve ficar atento as transferências, as identificações e suas
projeções, (rever conceitos da teoria psicanalítica) que os alunos depositam
na sua pessoa. Segundo Pereira 1990, o líder deve ficar atento a sua postura
no grupo, pois facilmente ele pode se desviar da sua verdadeira função e
tornar-se:
O líder autêntico
Justifique o impacto
favorável das estratégias
didáticas utilizadas por Este líder é o REPRESENTANTE DA LEI
professores democratas no Figura 87:O líder sedutor. no grupo. Uma lei que foi construída no
contexto do coletivo. Ele lembra ao grupo o “combinado”
desenvolvimento. por todos. Ele tem consciência do seu papel enquanto coordenador das
interações grupais, propulsionador do desenvolvimento do grupo, como
também tem conhecimento das suas limitações. O seu envolvimento com o
grupo é real, verdadeiro. Este líder tem maior compreensão da dimensão
afetiva e do seu papel no desenvolvimento do ser humano. É um líder que
consegue aliar a competência técnica à competência interpessoal. A
consequência deste tipo de liderança é a construção de um grupo sujeito.
Um grupo preparado para lidar com as dificuldades, como também capaz
de desfrutar o prazer e a alegria proporcionado pelas relações com as outras
pessoas.
216
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217
História Caderno Didático I - 2º Período
218
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
REFERÊNCIAS
219
RESUMO
221
REFERÊNCIAS
BÁSICA
BOCK, Ana Maria Bahia; Odair; TEIXEIRA, Maria. 1995. Psicologias: uma
introdução ao estudo da psicologia. 13.ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
COMPLEMENTAR
CAMPOS, Regina Helena de Freitas. Notas para uma história das idéias
psicológicas em Minas Gerais. In: CRP-4ª. Região –MG/ES. Psicologia
possíveis olhares outros afazeres. Belo Horizonte: CRP, 1992.
223
História Caderno Didático I - 2º Período
224
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
225
História Caderno Didático I - 2º Período
SKINNER, B.F. Walden II; uma sociedade do futuro. São Paulo: Herder,
1972.
SUPLEMENTAR
226
Psicologia da Educação UAB/Unimontes
227
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
- AA
1) PROPOSTA DE AVALIAÇÃO
RESUMO ANALÍTICO
Identificação do trabalho
Disciplina: _____________________________________________________
Professor (es):___________________________________________________
Aluno (a): ______________________________________________________
Matrícula: __________ Período: __________ Data: __________
229
História Caderno Didático I - 2º Período
2) Por todos os argumentos que o Curso oferece, por toda a coerência que
devemos manter numa proposta de EaD, você terá liberdade para estruturar
uma linha de tempo sobre a Psicologia da Educação que lhe possibilite de
forma autônoma, produzir uma análise sobre os pressupostos filosóficos até
chegar ao entendimento da perspectiva da Psicologia científica. Estamos
cobrando o mínimo necessário a fim de averiguar sua aprendizagem,
permitindo, desta forma, que você se dedique ao máximo na realização do
trabalho. Dada a riqueza desta bibliografia, estamos abertos, para que todos,
se não alguns de vocês que queiram e possam se dedicar, apresentem como
proposta de conclusão da disciplina, um estudo realizado em sua cidade
sobre a Psicologia da Educação como disciplina de formação de professores
e que contribui ou não para a atuação deste profissional na perspectiva de
melhoria da aprendizagem dos seus alunos.
4) Observe o seu cotidiano e escolha uma situação social para ser analisada
de acordo com os pressupostos da teoria Behaviorista. Defina o
comportamento observado e o que mantém este comportamento
acontecendo.
230
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231
História Caderno Didático I - 2º Período
11) Quais as atitudes que um facilitador deve desenvolver para que haja a
aprendizagem significativa?
232
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233
2º PERÍODO
HISTÓRIA DA
EDUCAÇÃO
AUTORES
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239
Unidade I: A educação antiga e medieval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
1.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 244
1.2 Povos primitivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 245
1.3 Educação egípcia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 249
1.4 Educação grega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252
1.5 Educação romana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260
1.6 Educação medieval . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265
1.7 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273
Unidade II: A educação no período do renascimento . . . . . . . . . . . . 274
2.1 O Renascimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275
2.2 O renascimento cultural, científico e artístico. . . . . . . . . . . . . . 276
2.3 O renascimento humanista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 278
2.4 A reforma e a contra-reforma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279
2.5 O iluminismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282
2.6 O pensamento pedagógico renascentista iluminista . . . . . . . . . 284
2.7 O surgimento dos sistemas escolares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 286
2.8 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289
2.9 Vídeos sugeridos para debate . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 290
Unidade III: Brasil: a educação no período colonial . . . . . . . . . . . . . 292
3.1 Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292
3.2 Para um começo de história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 293
3.3 Período Jesuítico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294
3.4 A Influência Jesuítica na Educação Brasileira . . . . . . . . . . . . . . 295
3.5 A educação no Brasil na era pombalina . . . . . . . . . . . . . . . . . . 300
3.6 A educação brasileira no Brasil imperial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 300
3.7 Educação no Brasil Colônia: fim da visão iluminista?. . . . . . . . . 308
3.8 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 310
Unidade IV: A educação no Brasil: o período republicano . . . . . . . . . 311
4.1 A reforma educacional de Bejamim Constant. . . . . . . . . . . . . . 312
4.2 A educação na 2º república . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 317
4.3 A educação superior no Brasil pós LDBEN 9.394/1996 . . . . . . . 324
Referências básica e complementar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327
Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331
APRESENTAÇÃO
Experiências de aprendizagem
239
História Caderno Didático I - 2º Período
(Referências)
Para aprofundamento de subtemas,
serão indicadas obras ou páginas na
Internet.
240
História da Educação UAB/Unimontes
241
1
UNIDADE 1
A EDUCAÇÃO ANTIGA E MEDIEVAL
243
História Caderno Didático I - 2º Período
Figura 1
B GC
GLOSSÁRIO E 1.1 INTRODUÇÃO
A F
Ideologia: Para entendermos a História da Educação é importante conhecer a
Ciência que trata da educação no contexto histórico.
formação das idéias e da Na verdade, faz-se necessário compreender que o homem é
sua origem; conjunto de resultante de sua prática social dentro de determinado contexto histórico,
idéias, crenças e doutrinas, social.
próprias de uma sociedade, É a partir das relações sociais que os homens criam padrões,
de uma época ou de uma instituições e saberes. Portanto, é a educação
classe, e que são produto de que mantém viva a memória de um povo e dá condições
para sua sobrevivência. Por isso dizemos que a educação é
uma situação histórica e das
uma instância mediadora que torna possível a reciprocidade
aspirações dos grupos que entre indivíduo e sociedade. (ARANHA, 1998, p.15).
as apresentam como A educação está envolvida nas relações sociais que os homens
imperativos da razão; estabelecem e sofre influência ideológica por estar ligada com a política.
sistema organizado e Portanto, o fenômeno educacional não é neutro, está ligado as questões
fechado de idéias que serve culturais, políticas e sociais de seu tempo (FILHO, 2002).
de base a uma luta política.
A escola faz parte de um mundo marcado por desigualdades e lutas
Dicionário da Língua sociais, neste sentido, devemos refletir que a escola é um instrumento de
Portuguesa On Line. transformação da sociedade.
www.priberam.pt/ DLPO Nesta perspectiva, é importante entender que as transformações
políticas, econômicas e sociais contribuem para a constituição dos sistemas
públicos de ensino na Antiguidade e na Idade Média.
244
História da Educação UAB/Unimontes
1.2.1 A escrita
245
História Caderno Didático I - 2º Período
ATIVIDADES
Acesse o site: Homens e mulheres utilizam figuras para representar cada objeto.
Esta forma de expressão é chamada pictográfica.
www.webeduc.mec.gov.br/
midiaseducacao/modulo4/e A fase pictórica apresenta
1_assuntos_a1.html. Assista uma escrita bem simplificada dos
o vídeo: A Evolução da objetos da realidade, por meio de
Escrita: do Pictograma ao desenhos que podem ser vistos nas
Texto Digital. inscrições astecas presentes em
cavernas, ou nas inscrições de
Faça uma análise da história
cavernas do noroeste do Brasil.
da Escrita
Primeiro surgiram os
silabários, conjunto de sinais
específicos para representar as
sílabas, isto é, os sinais representa-
vam sílabas inteiras em vez de letras
individuais. Os fenícios inventaram
um sistema reduzido de caracteres
que representavam o som conso-
nantal, característica das línguas
Figura 4: Escrita Ideográfica
246
História da Educação UAB/Unimontes
Fonte: www.webeduc.mec.gov.br/
semíticas encontrada hoje na escrita
midiaseducacao/modulo4/e1_assuntos_a1.html
árabe e hebraica.
Em seguida, os gregos
adaptaram o sistema de escrita
fenícia agregando as vogais e
criando assim a escrita alfabética.
(Alfabeto, palavra derivada de alfa e
Figura 5: Escrita Alfabética beta, as duas primeiras letras do
alfabeto grego.)
Fonte: www.webeduc.mec.gov.br/
midiaseducacao/modulo4/e1_assuntos_a1.html Posteriormente, a escrita
grega foi adaptada pelos romanos,
constituindo-se o sistema alfabético
greco-romano, que deu origem ao
nosso alfabeto. Esse sistema
representa o menor inventário de
símbolos que permite a maior
possibilidade combinatória de
caracteres, isto é, representação dos
ATIVIDADES
sons da fala em unidades menores
que a sílaba. Acesse o site:
Com a invenção da escrita http://www.webeduc.mec.g
o processo educativo é mais ov.br/midiaseducacao/modu
formalizado, exigindo uma classe lo4/e1_atividades-2.html.
Figura 6: Escrita Alfabética de especialista, neste caso, a Debata com seus colegas no
transmissão e a escrita fica entregue Fórum sobre A Escrita e a
a responsabilidade da casta sacerdotal. Leitura no Hipertexto e
Esta casta tem a função de transmitir a tradição coletiva, os costu- responda as questões da
mes, os hábitos, valores e o estilo de vida da sociedade. atividade 2.
Assim a casta sacerdotal, implantou o primeiro sistema de ensino
formal, para a formação do sacerdote escriba, que era considerado o Fonte: www.mec.gov.br
guardião da ordem religiosa e responsável pela administração da sociedade.
Este período se caracteriza pela teocracia absolutista onde não
existia diferença entre a esfera política e religiosa.
A formação era centrada nos rituais e tinha o templo como centro
controlar da distribuição dos alimentos. O sacerdote era o mediador entre os
deuses e o homem.
Entretanto, o novo sistema escolar não era universal, destinava-se
somente aos filhos dos detentores de poder.
Neste contexto surgem às primeiras bibliotecas com escritos de
mitologia, história, astronomia, astrologia, magia, poesia e gramática.
Como o sacerdote era o mediador entre o homem e os deuses, a
formação será centrada nos rituais. Portanto, o processo educativo se destina a
247
História Caderno Didático I - 2º Período
Acesse o site:
http://www.hyperhistory.co
m/online_n2/History_n2/a.h
tml
Localize as primeiras
civilizações.
DICAS
248
História da Educação UAB/Unimontes
Figura 8: Egito
249
História Caderno Didático I - 2º Período
ATIVIDADES
Acesse os sites:
Figura 9: Alfabetização (escrita chamada hieróglifo)
Google Earth -
www.earth.google.com
O processo educativo egípcio caracteriza-se pela palavra escrita.
Cartographic - www.henry-
Assim, a capacidade de ler e escrever conferiu aos que detinham esse saber
davis.com/MAPS/carto.html
certo mistério, pois, apoiada pela religião a autoridade da palavra escrita se
Osshe Historic Atlas
torna inviolável (GILES, 1987).
Resource Library –
A escrita egípcia também foi algo
www.uoregon.edu/~atlas Fonte: www.suapesquisa.com/egito/
importante para este povo, pois permitiu a
Geohistory –
divulgação de idéias, comunicação e
www.geohistory.com
controle de impostos. Existiam duas formas
Atlas of the biosphere –
de escrita: a demótica (mais simplificada) e
www.sage.wisc.edu/atlas
a hieroglífica (mais complexa e formada
Maps of world –
por desenhos e símbolos). As paredes
www.mapsofworld.com
internas das pirâmides eram repletas de
Procure nos sites os mapas
textos que falavam sobre a vida do faraó,
da localização e
Figura 10: Hieróglifos: rezas e mensagens para espantar possíveis
coordenadas geográficas do
a escrita egípcia saqueadores. Uma espécie de papel
Egito. Copie as imagens
chamado papiro, que era produzido a partir de uma planta de mesmo nome,
para seu trabalho.
também era utilizado para registrar os textos.
Depois elabore um álbum,
A presença da religião configura-se também como uma
em texto ou virtual,
característica marcante da educação e de todos os aspectos da vida egípcia.
utilizando imagens que
O faraó era o sumo sacerdote dos cultos oficiais e chefe de Estado.
retratem as cidades do
Este Estado apoiava-se na forma teocrática de governo, onde a
Egito.
administração burocrática era ligada a casta sacerdotal.
Discuta com seus colegas no
Pode-se observar que, a flexibilidade da sociedade egípcia se deu
Fórum
pelo fato de que qualquer menino talentoso poderia ser um escriba.
Fonte: www.mec.gov.br
250
História da Educação UAB/Unimontes
Fonte: www.suapesquisa.com/egito/
251
História Caderno Didático I - 2º Período
Fonte: http://www.suapesquisa.com/grecia/
252
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253
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254
História da Educação UAB/Unimontes
255
História Caderno Didático I - 2º Período
PARA REFLETIR costumes e privilégios. Pode-se dizer que essa educação dividiu-se entre
antigo (Idade Homérica) e novo período (educação espartana e ateniense).
O período clássico- séculos Entre a educação grega o fator dominante que irá prevalecer em
V e IV a.c , considerado o todos os períodos, é o aspecto social, institucional e o aspecto individualista.
apogeu da civilização grega,
observa-se na política o O novo período compreende as idéias educacionais, religiosas e
ideal grego de democracia morais, neste momento se desenvolve o novo pensamento filosófico e as
representado por Péricles. novas práticas educativas.
Além disso, as artes, No segundo período estende-se desde a conquista da Macedônia
literatura e filosofia IV século a.c até a fusão completa da cultura grega com a vida romana;
contribuíram compreende principalmente as escolas filosóficas e a vida intelectual
definitivamente para cosmopolita.
herança cultural do mundo
fonte: http://www.suapesquisa.com/grecia/
ocidental.
PARA REFLETIR
O ideal cosmopolita
expansionista de Alexandre
era o ideal de que uma
única cultura abarcasse todo
o mundo civilizado. Este
ideal foi importante para
transmissão da cultura da
Grécia Antiga às futuras
gerações e civilizações.
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História da Educação UAB/Unimontes
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História Caderno Didático I - 2º Período
Fonte: www.paginas.terra.com.br/arte/mundoantigo/roma/
Figura 13
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História da Educação UAB/Unimontes
263
História Caderno Didático I - 2º Período
Com doze anos de idade, o aluno vai para a escola gramatical, que
DICAS se dividia no estudo de língua e de literatura grega e no estudo do latim e da
literatura romana.
Observa-se nessa escola uma réplica das escolas helenistas e a
tentativa de salvaguardar as tradições romanas.
A educação por obra de
Essas escolas gramaticais tinham a finalidade de dar ao aluno uma
escravos e libertos. O
instrução geral e mínima e prepará-los para os estudos superiores
escravo pedagogo e mestre
profissionais.
na própria família ou seja o
Em 140 a.c existiam mais de 20 escolas, que estudavam Virgílio,
escravo libertus que ensina
Horácio, Salusto, Cícero, e tradição latina através do texto gramatical de
na sua própria escola.
Dionísio.
Assim, como na Grécia estes
escravos pedagogos foram A Retórica latina adaptada do grego ganha importância, estudava-
na sua maioria estrangeiros ' se também da geografia, música, matemática, geometria e astronomia.
bárbaros', isto é falavam mal Entretanto, somente os meninos estudam na escola gramatical, as meninas
o grego, como também em estudavam no lar.
Roma estes escravos foram O processo educativo romano caracteriza – se pela independência
gregos que falavam ou não do Estado e a falta de controle. Entretanto, a necessidade de formar uma
o latim, ensinaram a própria burocracia faz com que o Estado envolva-se gradativamente no processo
língua e transmitiram a educativo, fazendo com que as escolas assumem a forma do sistema estatal.
própria cultura aos A organização dos estudos e métodos de ensino utilizados em Roma
romanos. provinha das escolas helenistas.
Em Roma, com o Os romanos conseguiram assimilar o essencial do modelo grego.
desenvolvimento da Assim esse modelo foi transmitido aos períodos posteriores.
sociedade patriarcal a Porém com a transição do principado ao império, com a criação de
educação se torna um ofício um Estado Despótico, aumenta o controle imperial no sistema escolar.
exercido inicialmente por Agora os mestres das escolas elementares são contratados e pagos
escravos dentro da família, com dinheiro público é criada várias escolas de todos os níveis, tornando o
e, posteriormente por ensino quase universal.
libertos na escola.Estas são Com a crise do império, Roma é saqueada pelos visigodos e depois
as origens da profissão de pelos vândalos. Essa situação erradia para o processo educativo.
educador em Roma. Neste momento, a escola elementar transforma em centro literário,
sem qualquer preocupação na formação do aluno.
A escola gramatical, na sua última fase restringia o programa de
estudos e o conteúdo.
ATIVIDADES
As escolas de retórica foram limitadas, uma vez que não tinha mais
abertura para o exercício da oratória política.
O processo educativo volta-se para a sala de aula e não para a vida
Quais são as características
real.
da educação romana?
Com o declínio do Império Romano, a educação reduz-se ao
aprendizado de memória do conteúdo dos compêndios (material neutro),
que estão sujeitos ao controle por parte da burocracia imperial.
Esses compêndios tinham conteúdos das artes liberais que se
dividiam no trivium (gramática, retórica, filosofia) e quadrivium (aritmética,
264
História da Educação UAB/Unimontes
A transição do principado
não Império é marcado por
Agora: turbulências políticas, mas
O que mais caracteriza esta decadência é o fato desta também é marcado por ser
educação ser limitada à classe mais elevada. A educação já
um período de cultura
não se destinada a ser a educação prática de todo o povo,
mas o ornamento de uma sociedade oca, superficial e ímpar na história de Roma.
geralmente corrupta; já não é um estádio de Houve construção de
desenvolvimento possível para um povo inteiro, ou para monumentos colossais
indivíduos de dada categoria, mas a simples obtenção ou
como Panteão e o Coliseu.
mesmo mera insígnia de distinção de uma classe
favorecida.Quando o antigo vigor político e as Houve grande interesse pela
oportunidades para as atividades políticas desapareceram, o ciência e pela atividade
governo municipal se tornou mera máquina para coletar literária.
impostos, quando o exército se encheu de bárbaros, a classe
superior, agora mais numerosa do que nunca, voltou-se para
o único traço remanescente da primitiva Roma imperial- a
cultura. (MONROE, 1976). ATIVIDADES
Para tanto, na educação romana prevaleceu um sistema modificado
que incluía elementos gregos e romanos.
Assista aos filmes:
A cultura e literatura grega chegaram às classes superiores, na qual
O Império Romano- SBJ
se organizou um sistema de escolas de gramática e de retórica, fundaram-se
Produções
então universidades e bibliotecas.
Ou
Mas com tempo, essa educação se fez formal e irreal e perdeu sua a
Roma Antiga – 3 filmes/
importância social. Surge então uma nova educação ministrada pela Igreja.
Videopéia Britânica
Ou
1.6 EDUCAÇÃO MEDIEVAL
A Queda o Império Romano
Ou
1.6.1 A Europa medieval
Ben- Hur
265
História Caderno Didático I - 2º Período
266
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267
História Caderno Didático I - 2º Período
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História da Educação UAB/Unimontes
que a verdade é uma experiência pessoa que está dentro de cada um.
Na procura de ativar as idéias inatas, o aluno recebe assistência
especial de Deus, independente da iluminação divina. Trata-se de perceber
o reflexo das idéias eternas nas coisas materiais deste mundo.
269
História Caderno Didático I - 2º Período
vida monástica.
DICAS Os mosteiros foram os grandes depositários da literatura e do saber,
principalmente da literatura dos antigos.
Os monges produziram materiais se destacando as discussões das
O nome Escolástica, surge
sete artes liberais (trivium - gramática, retórica, filosofia - e quadrivium -
por ser a filosofia ensinada
aritmética, geometria astronomia e música), que significava o conjunto do
nas escolas.
saber.
1.6.3 A escolástica
ATIVIDADES
270
História da Educação UAB/Unimontes
1.5.4 As universidades
271
História Caderno Didático I - 2º Período
272
História da Educação UAB/Unimontes
REFERÊNCIAS
Sites:
http:// portal.mec.gov.br
www.cervantesvertical.com
www.dominiopublico.gov.br
http//rived.mec.gov.br
www.webeduc.mec.gov/educacionais
www.ibge.gov.br
273
2
UNIDADE 2
A EDUCAÇÃO NO PERÍODO DO RENASCIMENTO
274
História da Educação UAB/Unimontes
DICAS
2.1 O RENASCIMENTO
275
História Caderno Didático I - 2º Período
A classe burguesa: O Renascimento surgiu na Itália, que era o principal pólo comercial
A maneira de pensar do daquele momento. Ricos e poderosos membros da sociedade italiana
humanismo associa-se às despertaram-se primeiramente, para a necessidade de superar a
transformações econômicas mentalidade feudal. Surgem diversos mecenas, patrocinando artistas,
que vinham ocorrendo intelectuais e cientistas, no aprimoramento de sua cultura. As cidades
desde o final da Idade italianas acabam por atrair inúmeros sábios bizantinos, que por terem
Média, com o preservado muito da cultura greco-latina, acabam por contribuir para o
desenvolvimento das desenvolvimento renascentista.
atividades artesanais e Partindo da Itália, o Renascimento difundiu-se por diversas nações
comerciais dos burgueses, européias, sendo grandemente favorecido pelo rápido fortalecimento
que eram os amigos servos comercial e urbano, que atingiu grande parte da Europa Ocidental entre os
libertos. séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco-
A Revolução Comercial do romana, ou seja, da cultura clássica. Esse momento é considerado como um
século XVI se caracteriza importante período de transição envolvendo as estruturas feudo capitalistas.
pelo novo modo de
produção capitalista, que 2.2 O RENASCIMENTO CULTURAL, CIENTÍFICO E ARTÍSTICO
acentua a decadência do
feudalismo, cuja riqueza era No campo da produção cultural esse movimento atingiu a elite das
baseada na posse de terras cidades prósperas mudando a qualidade da obra intelectual e o aumento da
(ARANHA, 1996, p. 87) produção cultural. O desenvolvimento quantitativo foi favorecido pela
276
História da Educação UAB/Unimontes
277
História Caderno Didático I - 2º Período
278
História da Educação UAB/Unimontes
matemática e a eloqüência.
DICAS
Os humanistas, portanto, tentavam abolir a tradição intelectual
medieval e construir uma nova cultura inspirada na cultura antiga que
valorizava o individuo, os feitos históricos, a vontade e a capacidade de ação
do homem, sua liberdade de atuação e de participação na vida das cidades Sugestão de filme:
(antropocentrismo). O Nome da Rosa
Dentro do humanismo houve inúmeras correntes diferentes que se Diretor: Jean Jacques
distinguiam de acordo com a prática a que se dedicavam a temática que Annaud
abordavam e a tradição filosófica da Antiguidade a que se ligavam. Data: 1986
Homens e entidades encarregados de preservar a cultura Inspirado na obra
tradicional se opuseram aos humanistas e passaram a
homônima de Umberto
persegui-los, Dante e Maquiavel foram exilados,
Campanella e Galileu foram presos e torturados, Thomas Eco. Na península Itálica
Morus foi decapitado, Giordano Bruno e Dolet foram medieval, um monge
queimados pela Inquisição, entre outros. Esse clima de investiga uma sucessão de
insegurança vivido pelos humanistas fez com que se
crimes em um mosteiro
estabelecesse entre eles um laço de solidariedade
internacional através de toda a Europa. Eles trocavam benetitino. A partir dessa
informações, livros, idéias, hospitalidade e assim, eram trama, o filme mostra as
estimulados e suas teorias se espalhavam. diversas posições e
Na cidade de Florença surgiu o platonismo, uma das mais correntes de pensamento da
significativas correntes do pensamento humanista, que consistia no Igreja às vésperas do
conhecimento rigoroso das leis e propriedades da natureza para transpô-la
com a máxima harmonia nas obras de arte mediante a elaboração
matemática precisa.
A cidade de Pádua, ligada a corrente aristotélica, tornou-se um
centro de estudos voltado principalmente para a medicina e os fenômenos ATIVIDADES
naturais, desligado de preocupações teológicas.
No norte da Europa desenvolveu-se a corrente chamada de
humanismo cristão, que condenava a ganância da Igreja, a exploração das Diferencie as três correntes
imagens e relíquias, o formalismo vazio dos cultos e a venda de indulgências. humanistas.
Os utopistas eram outra corrente do pensamento humanista. Eles
concebiam uma comunidade ideal, puramente imaginária, onde os homens
vivem e trabalham felizes, com fartura, paz e mantendo relações fraternais.
Os utopistas desejavam o fim da imprevisibilidade da História e dos conflitos
sociais.
279
História Caderno Didático I - 2º Período
Fonte: http://www.luteranos.com.br/
PARA REFLETIR contentimages/LUTERANOS/quemso
mos/Martim%20Lutero%2003.jpg posto como centro das atenções e o pensamento
científico começa a questionar algumas afirmações
A criação de uma rede de vigentes até então, e dentre elas, as religiosas. Existia
ensino público foi planejada naquele contexto a necessidade de uma nova
pelos reformadores religião mais sensível e que não fosse tão mal
luteranos a pedido de compreendida e mal conhecida como o
governantes que catolicismo.
perceberam a urgência de Figura 15: Lutero
oferecer instrução ao povo. Muitos dos pensadores da época apesar de
O interesse dos príncipes replicarem muitos aspectos do sistema vigente e até mesmo da igreja
era fortalecer seus domínios ocidental eram religiosos e tinham fé. Uma vertente do pensamento
num tempo de constantes humanista leva a uma maior reflexão do papel da igreja e das verdades que
hostilidades entre os ela pregava. A Europa se vê envolta numa efervescência contestadora, o que
Estados. "Lutero argumentou acaba chegando às bases da Igreja Romana.
que o dinheiro investido em Tradicionalmente diz-se que a Reforma Protestante foi iniciada por
educação seria menor que o Martinho Lutero, monge agostiniano alemão (1483 – 1546), cujo
gasto com armas e traria pensamento sofreu profunda influência de São Paulo de Tarso.
mais benefícios" Foi Lutero, especialmente, quem deu impulso prático e força
política à programação de um novo sistema escolar, voltado
(ALTMANN, 1994).
também à instrução de meninos destinados não à
continuação dos estudos mas ao trabalho. “Mesmo se não
existisse nem alma nem inferno – escrevia ele -, deveríamos
ter escolas para as coisas deste mundo”. (MANACORDA,
2004, p. 196).
Em 1517, Martinho Lutero expôs em Wittenberg suas famosas "95
Teses Contra a Venda de Indulgências", sendo excomungado e correndo o
risco de ser martirizado pela Igreja. Lutero encontrou terreno fértil à sua
pregação nas regiões em que era interessante aos nobres se apoderarem das
terras da Igreja Católica. Aliando-se aos príncipes, conseguiu principalmente
o apoio do Imperador do Sacro Império Romano-Germânico Carlos V. As
doutrinas luteranas causaram grande agitação, principalmente sua idéia
subversiva de confiscar os bens da Igreja.
“(...) as classes destinadas à produção são consideradas não
mais como os principais destinatários da catequese cristã,
mas também como participantes ativos no processo comum
da instrução; Lutero se põe o problema da relação instrução
– trabalho. Se a necessidade de ler as Sagradas Escrituras e a
capacidade de cada um interpretar a palavra divina nelas
contida está na base desta nova exigência da cultura popular,
é porém o desenvolvimento das capacidades produtivas e a
participação das massas na vida política que exigem este
processo”. (MANACORDA, 2004, p. 198).
A reforma teve implicações relevantes na educação, Martinho
Lutero insistia em suas pregações que o ensino deveria ser ministrado a
todos, nobre, plebeu rico e pobre. Defendeu que a educação não devia por
mais tempo ser pela religião e pela igreja.
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2. 5 O ILUMINISMO
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História Caderno Didático I - 2º Período
B GC
GLOSSÁRIO E uma revisão geral para não omitir nada.
A F Descartes distingue três tipos de idéias: inatas, adventícias e
Humanismo: inicia-se no
factícias. As idéias adventícias são aquelas que nos chegam a partir dos
século XV com a idéia
renascentista da dignidade sentidos, as factícias são provenientes da nossa imaginação, uma
do homem como centro do combinação de imagens fornecidas pelos sentidos e retidas na memória cuja
Universo. O humanismo não combinação nos permite representar (imaginar) coisas que nunca vimos.
O nosso primeiro desejo é que todos os homens possam ser
separa homem e Natureza,
educados plenamente para poderem alcançar a
mas considera o homem um humanidade plena. (João Amos Comenius).
ser natural diferente dos
Nesse contexto, João Amos Comenius em 1638, na Suécia,
demais, manifestando essa
organiza um sistema de ensino para a escola do país, publicando a Didática
diferença como ser racional
Magna considerada como método pedagógico para ensinar com rapidez.
e livre, agente ético, político,
Dizia que a escola ao invés de ensinar palavras, deveria ensinar o
técnico e artístico.
conhecimento das coisas. Seu fundamento é o sistema dos colégios, que
Humanistas:
inicialmente foram apenas de ordem religiosa (católicos e protestantes), mas
Os humanistas eram homens
depois adquiriram caráter leigo.
letrados, profissionais,
(...) Comenius tinha como pressuposto uma nova
normalmente oriundos da sistematização de todo o saber. Seu projeto foi voltado para
burguesia ou do clero, que temas práticos, pela experimentação concreta das coisas e
através de suas obras pelo uso mecânico e prático das ciências. Na prática didática
a pesquisa e a valorização de todas as metodologias que hoje
exerceram grande influência
são chamadas de ativas. (MANACORDA, 2004, p.221).
sobre toda a sociedade que
John Loke combateu o inatismo, dizendo que nada existe em nossa
rejeitavam os valores e a
mente que não tenha origem em nossa mente.
maneira de ser da Idade
Média. Eles foram Francis Bacon divide as ciências e ainda diz que saber é poder sobre
responsáveis por conduzir tudo. Francis Bacon, divide as ciências e ainda diz que saber é poder sobre
modificações nos métodos tudo.
de ensino, desenvolvendo a A educação escolar, a partir da era moderna, não pode ser desligada
análise e a crítica na da sociedade. Uma vez que essa sociedade tem a escola como parte do
investigação científica. mecanismo de sua reprodução, sendo reproduzida através da escola. A
Reforma protestante: economia e a educação andam juntas, e é através da escola que se procurará
consistiu num movimento manter ou implantar o tipo de sociedade que o regime político impõe.
religioso de renovação da A sociedade moderna usa a
Igreja, iniciado no séc. XVI escola como parte do mecanismo de sua
por Martinho Lutero, monge reprodução. Através da escola ocorre a
alemão pertencente à manutenção do tipo de sociedade
Ordem dos Frades imposto pelo regime político se utilizan-
Agostinhos e que conduziu à do, para isso, os conteúdos fragmentados
cisão da Igreja Cristã e distribuídos entre as diversas disciplinas
ocidental que passou a estar que compõem a estrutura curricular dos
dividida em Igreja Católica diversos níveis e modalidades de ensino.
Romana, por um lado, e em
Figura 17: Tirinha
várias igrejas reformadas ou
protestantes (Igreja Luterana,
Igreja Calvinista e Igreja
Anglicana), por outro.
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Sites
http://www.panaceadesign.com.br/downloads/transicoesmedievais.pdf
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/descartes
Lancelot – O Primeiro Cavaleiro
Diretor: Jerry Zucker
Nacionalidade: EUA – 1995
Duração: 133 min
Versão livre do clássico triângulo amoroso envolvendo o lendário rei Artur,
sua amada Lady Guinevere e seu primeiro cavaleiro, Lancelot. O filme
aborda a existência apaixonante, mas fictícia, dos heróis da Távola Redonda,
exaltados nos romances de cavalaria do final do século XII e começo do
século XIII. É possível observar também a política de vassalagem da
sociedade feudal.
Lutero (Luther), Alemanha, 2003, 121 min., direção de Eric Till, Casablanca
Filmes; Título Original: Luther; Gênero: Aventura, Drama, Épico; Diretor:
Eric Till; Duração: 12; Lançamento: Fevereiro/2005
Elenco: Bruno Ganz, Uwe Ochsenknecht, Joseph Fiennes, Alfred Molina,
Claire Cox, Sir Peter Ustinov; Dublado e Legendado
Após quase ser atingido por um raio, Martinho Lutero acreditou ter recebido
290
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O Nome da Rosa
Diretor: Jean Jacques Annaud; Data: 1986; Inspirado na obra homônima de
Umberto Eco. Na península Itálica medieval, um monge investiga uma
sucessão de crimes em um mosteiro benetitino. A partir dessa trama, o filme
mostra as diversas posições e correntes de pensamento da Igreja às vésperas
do Renascimento (século XIV)
Agonia e êxtase
Diretor: Carol Reed; Nacionalidade: EUA – 1960; Duração: 140 min
Narra a história do conflituoso relacionamento entre o grande pintor do
renascimento cultural, Michelangelo, e seu patrocinador, o Papa Júlio II.
Produção meticulosa e envolvente, com a preocupação de mostrar as
características do período de transição do feudalismo para o capitalismo.
291
3
UNIDADE 3
BRASIL: A EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL
3.1 INTRODUÇÃO
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ATIVIDADES
Em 1808 com a chegada da família real portuguesa a estrutura
educacional Brasileira passa por modificações para adequar-se as
Qual foi a principal necessidades da Corte que aqui se instala.
conseqüência da expulsão A primeira medida que D. João VI toma ao chegar ao Brasil foi o de
dos jesuítas do Brasil, no instituir o ensino superior não-teológico visando atender essa demanda.
terreno da educação? Porém em 1808 surgem cursos profissionalizantes em nível médio e
300
História da Educação UAB/Unimontes
em nível superior, pois a primeira medida tomada por D. João VI, assim que
chegou ao Brasil, no que diz respeito a educação, foi criar escolas de nível
superior.
Observa-se que a educação brasileira desde os seus primórdios
busca atender as classes dominantes e aos interesses políticos do governo,
pois D João VI ao criar as primeira escolas de ensino superior visava formar
oficiais do exército e da marinha, com o objetivo de defender a colônia.
Foram então criadas no Brasil Império universidades para formar
engenheiros, médicos e militares,
Foi no ano de 1808 que, na Bahia que implantou-se o Curso de
Cirurgia e no mesmo ano na cidade do Rio de Janeiro o Curso de Cirurgia e
Anatomia.
Ainda no ano de 1808, na cidade do Rio de Janeiro, implanta-se o PARA REFLETIR
Curso de Medicina.
Tão logo a corte se instala no Brasil toma uma série de medidas
A Constituição de 1824,
visando criar as condições para o exercício do governo.
outorgada pela Assembléia
Cria, assim, a imprensa Régia, a Biblioteca Nacional e o Jardim
Constituinte, dizia, no seu
Botânico.
artigo 179, que a instrução
No que se refere à educação e à cultura de uma forma mais geral,
primária era gratuita a todos
um momento marcante foi a transferência da família real para o Brasil.
os cidadãos.
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Pública.
· Os alunos matriculados nas Observando essa discussão apresentada por Silva (1969) vemos que
escolas correspondem a o ideal iluminista da educação ainda neste período, estava longe de se tornar
12% da população em uma realidade no Brasil.
idade escolar. Segundo Aranha (1996, p 94) as idéias iluministas presentes no
século XVIII defendia o poder da razão e a capacidade do homem de
ATIVIDADES discernir o próprio destino e observamos que através de uma educação
oferecida apenas para decifrar e escrever símbolos, desenvolvido pela escola
primária está longe de possibilitar tal realização.
Comente no Fórum: Uma
das características que
marcou a história do Brasil, 3.7.1 Principais pedagogos deste período
ao longo do século XIX, foi
o seu caráter elitista e Pestalozzi: considerado um dos defensores da escola popular
excludente. extensiva a todos. Reconhece firmemente a função social do ensino, que
não se acha restrito à formação do gentil-homem.
B GC Froebel: privilegia a atividade lúdica por perceber o significado
GLOSSÁRIO E funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor e
A F inventa métodos para aperfeiçoar as habilidades.
Tibieza congênita: Herbart: segundo o qual, a conduta pedagógica segue três
procedimentos básicos:
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REFERÊNCIAS
310
4
UNIDADE 4
A EDUCAÇÃO NO BRASIL: O PERÍODO REPUBLICANO
presidente da república
com imediata efetividade,
Unidade IV: A educação no Brasil: o período republicano
ou seja, logo após publicada
4.1 A reforma educacional de Bejamim Constant
passa a organizar a
4.2 A educação na 2º república
administração publica.
4.3 A educação superior no Brasil pós LDBEN 9.394/1996
Demonstra centralização de
poder nas mãos do
Segundo Romanelli (1983), em 1888 o Brasil contava com apenas presidente.
250.000 alunos matriculados para uma população de 14 milhões de
habitantes. A autora afirma ainda que: PARA REFLETIR
...dos liceus provinciais, em cada capital de província dos
colégios particulares em algumas cidades importantes,
O caráter elitista da
alguns cursos normais (que formavam os professores), os
Liceu de Artes e Ofícios, criado na Corte, em 1856, e mais educação era denunciado:
alguns cursos superiores, que foram enriquecidos com a - pela composição do
transformação da antiga Escola Central em Escola Politécnica corpo docente, nomeado
(p. 40).
pelo governo e formado por
Percebe-se, a partir desta afirmativa a preocupação com a formação
intelectuais de reconhecida
superior em detrimento da formação elementar da população, fato que
capacidade nos meios
caracterizava a elitização do ensino.
acadêmicos;
Outro fato importante a se registrar do período é a falta de dados
- pela seletividade do corpo
precisos do número de matriculados na educação elementar.
discente, revelada pelos
Como a educação ainda tinha um caráter elitista, frases como a do exames de admissão e
Senador baiano João José de Oliveira Junqueira, senador entre 1873 e 1887, promocionais e pelo
ficaram famosas: “certas matérias, talvez, não sejam convenientes para o pagamento das anuidades;
pobre; o menino pobre deve ter noções muito simples”.
- pelos programas de
Esta frase demonstra a falta de uma preocupação política no Brasil ensino, de base clássica e
para a formação de uma cultura educacional que atendesse aos interesses de tradição humanística;
toda a sociedade.
- pela disciplina rígida,
A educação popular do período era meramente “propedêutica”, imposta pelos
voltada para o exercício de funções, nas quais “ a retórica tem o papel mais Regulamentos. Essas
importante do que a criatividade” (ROMANELLI, 1983, p. 41). medidas deram ao ensino
A primeira república no Brasil inicia-se no governo do presidente secundário oficial, uma
Marechal Deodoro da Fonseca, que governou em 1889 e 1891 como função formativa dirigida às
governo provisório. elites, através da preparação
Deodoro governou por decretos-leis, até que fosse promulgada a dos alunos para o ensino
superior.
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Fonte: (CPDOC/FGV/Arquivo
Lourenço FIlho/LF foto 96-1)
desvinculasse totalmente dos dogmas da igreja
católica, intelectuais do período, lançaram, em
1932 o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
Tal documento, escrito por Fernando de
Azevedo e assinado por vários intelectuais da
época, como Hermes Lima, Carneiro Leão, Afrânio
Peixoto, e, certamente, Anísio Teixeira, grande
amigo de Fernando de Azevedo.
Afirmava o documento que se a
Figura 21: Lourenço Filho,
evolução do sistema cultural de um país
um dos signatários do
Manifesto. depende de suas condições econômicas, é
impossível desenvolver as forças econômicas e
produtivas, sem o prepara intensivo das forças culturais e o desenvolvimento
das aptidões, aos fatores fundamentais do acréscimo de riqueza de uma
sociedade, a educação seria, portanto, fundamental tanto para o processo
de desenvolvimento, quanto o definiria numa ordem dialética (apud
Romanelli, 1983).
Alegavam os intelectuais que a educação do período privilegiava as
elites – área onde atuava a igreja católica com cursos pagos – e que a
educação popular necessitava de maior atenção estatal.
Além disso, a classe média ascendente do período clamava por
melhoria do ensino médio, seguidos pelos anseios das classes populares que
reivindicavam escolas com ensino primário de boa qualidade. Fazia parte
das propostas:
Educação de qualidade, pública, gratuita e totalmente laica;
?
Direitos de todos à educação: assegurados que homens o
?
mulheres deveria ter acesso às mesmas oportunidades educativas;
? Educação posta para o desenvolvimento econômico, financeiro
e intelectual de toda nação;
No início da escolarização, escolas pré-primárias e ensino
?
primário se configurariam num único bloco; -
O ensino primário deveria ser articulado ao ensino secundário;
?
O ensino superior deveria ser diversificado, proporcionando
?
formação em cursos para as carreiras liberais e para as profissões técnicas.
Afirmava o documento:
“em nosso regime político, o Estado não poderá, de certo,
impedir que, graças à organização de escolas privadas de
tipos diferentes, as classes mais privilegiadas assegurem a
seus filhos uma educação de classe determinada; mas está
no dever indeclinável de não admitir, dentro do sistema
escolar do Estado, quaisquer classes ou escolas, a que só
tenha acesso uma minoria, por um privilegio exclusivamente
econômico. Afastada a idéia do monopólio da educação
pelo Estado num país, em que o Estado, pela sua situação
financeira não está ainda em condições de assumir a sua
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ser mais autônoma, porém para isso era necessário o investimento do capital
estrangeiro que se instalava no país, trazendo junto consigo influências nos
vários outros setores, como o político e o social. A educação novamente foi
considerada meio para se estabelecer a ordem e o progresso, ou melhor,
para promover o desenvolvimento que dependia de uma modernização dos
meios de comunicação. Esta preocupação foi precursora do slogan
"Educação direito de todos. Escola para todos”. Esse slogan fez com que as
exigências de reestruturação educacional, sob a ótica do projeto de
educação do MEC-USAID, fossem incorporadas na lei 5692/71, segunda lei
de diretrizes e bases d educação. Esta traz a idéia de escola única, com a
justificativa de profissionalização universal do ensino de 2º grau. Assim
DICAS
sendo, o ensino primário, antes organizado em: 1º ao 4º ano primário e 1ª a
4ª série ginasial, se unifica no chamado 1º grau de 1ª a 8ª série; o 2º grau se
profissionaliza e o currículo é reorganizado tendo como principal objetivo a
formação do cidadão nacionalista, que vive na ordem e que produz para o
Número de Constituições
progresso. Essa reforma trouxe um grande esvaziamento da qualidade de
no Brasil
ensino.
Além disso, por se tratar de uma lei promulgada durante o regime
Constituição de 1824;
militar, continha fortes pressões às inovações educacionais que trouxessem
qualquer tipo de ameaça para o regime ditatorial. Fortaleceu-se, no período, Constituição de 1891;
a criação de instituições particulares que atendiam plenamente aos ditames Constituição de 1934;
dos militares (CARVALHO, 2008). Constituição de 1937;
Constituição de 1946;
4.2.6 Da constituição de 1988 à lei nº 9.394/1996 Constituição de 1967;
Constituição de 1969 (que
No ano de 1988, é promulgada a atual Constituição que traz no alterou partes do texto da
artigo 3º "... educação é um direito de todos e dever do Estado e da C.F de 1969) e
família..."(BRASIL, 1988) para o estabelecimento do pleno Constituição de 1988.
desenvolvimento. Depois desta data, vários outros documentos são criados,
em âmbito nacional, para fazer valer os seus ideais para a educação,
vejamos:
? em 24 de novembro de 1995, foi aprovada a Lei 9.131,
dispondo sobre as atribuições do Conselho Nacional de Educação. Este
órgão vinculado ao MEC tem funções normativas, deliberativas e de
assessoramento ao Ministro de Estado da Educação, no desempenho das
funções e atribuições do poder público federal em matéria de educação,
cabendo-lhe formular e avaliar a política nacional de educação, zelar pela
qualidade do ensino, velar pelo cumprimento da legislação educacional e
assegurar a participação da sociedade no aprimoramento da educação
brasileira (MEC, 2008);
? em 1996, é criada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, Lei nº 9.394/1996. Segundo Segundo Saviani (1997), a LDBEN
surge da mobilização do grupo de educadores que lutaram durante todo o
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REFERÊNCIAS
BÁSICA
COMPLEMENTAR
CATANI, Afrânio Mendes & OLIVEIRA, João Ferreira de. Educação superior
no Brasil: reestruturação e metamorfose das universidades públicas.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.
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______. História das Idéias Pedagógicas. 5 ed. São Paulo, Editora Cortez,
2001.
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PETTA, Nicola Luiza de, História - Uma Abordagem Integrada. São Paulo:
Moderna, 1999.
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
40602008000100006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 20 nov. 2008. doi:
10.1590/S0104-40602008000100006.
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ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
- AA
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