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Educação
Organizadores
Tarcísio Jorge Santos Pinto
Marcus Vinicius da Cunha
Educação em Foco
ISSN: 0104-3293
Julho 2015 /
Ed. Foco Juiz de Fora V.20 n.2 p. 01-345
Outubro 2015
Reitor: Júlio Maria Fonseca Chebli
Vice-Reitor: Marcos Vinício Chein Feres
Diretor da Editora: Antenor Salzer Rodrigues
Diretor da Faculdade de Educação: Prof. Dr. André Silva Martins
Editora UFJF
Rua Benjamin Constant, 790
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Centro - Juiz de Fora - MG
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Ficha Técnica
Diagramação Bolsistas da Revista
Henrique de Abreu Oliveira Bedetti Larissa Oliveira
Mayara Helena Alvim
Arte e Diagramação da Capa
Carolina Cerqueira Revisão Geral
Henrique de Abreu Oliveira Bedetti Thenner Freitas da Cunha
Indexadores
http://www.geodados.uem.br
http://ibict.br/comut/htm
www.inep.gov.br
www.bve.cibec.inep.gov.br
Web Qualis: www.qualis.capes.gov.br
www.latindex.unam.mx
Ficha Catalográfica
Educação em Foco : revista de educação / Universidade Federal de Juiz de Fora,
Faculdade de Educação, Centro
Pedagógico – Vol. 20, n.2 (mar./jun. 2015) – Juiz de Fora : EDUFJF, 2015
345 p.
Quadrimestral
Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaedufoco/
ISSN 0104-3293
Eixo Temático
Outras Contribuições
Resenhas
Autores............................................................................. 329
Summary
Presentation...................................................................... 7
Eixo Temático
Outras Contribuições
Resenhas
Autores............................................................................. 329
Apresentação
Filosofia da Educação
É com grande satisfação que concluímos esta edição
temática especial, primeira edição de Filosofia da Educação
da revista Educação em Foco, que vem se consolidando como
uma das principais revistas qualificadas da área no Brasil e
que, gradativamente, vem aumentando seu reconhecimento
internacional. A publicação desta edição coincide com a
ampliação da área da Filosofia da Educação na FACED/UFJF
através da nomeação de novos professores nos últimos anos, o
que vem permitindo o enriquecimento da docência, da pesquisa
e da extensão neste campo, envolvendo mais estudantes e
professores em torno do estudo e do debate filosóficos e
filosófico-educacionais. Tudo isto tem possibilitado também o
fortalecimento de laços acadêmicos com colegas do campo da
Filosofia da Educação do Brasil e do exterior, laços estes que
ultimamente vêm gerando frutos significativos. Um primeiro
exemplo disto se manifesta nesta própria edição temática
que concretiza uma parceria entre a Faculdade de Educação
da UFJF e o Departamento de Educação, Informação e
Comunicação da USP de Ribeirão Preto por intermédio
dos dois professores que assinam a sua organização. Outro
exemplo pode ser associado à estruturação, há pouco tempo
compartilhada, entre professores da FACED/UFJF e da
UNESP de Marília, da 5ª edição do Simpósio Internacional
em Educação e Filosofia – V SIEF, que reuniu mais de 120
apresentações de trabalhos, contou com a participação de mais
de 250 pessoas e recebeu professores e pesquisadores brasileiros
e estrangeiros já reconhecidos na área.
Acreditamos que esta edição temática vem se acrescentar Educ. foco,
Juiz de Fora,
às iniciativas para o desenvolvimento da Filosofia da Educação, v. 20, n. 2,
p. 9-12,
sobretudo por poder divulgar trabalhos que certamente 9 jul. 2015 / out. 2015
poderão servir de referências para os estudos e pesquisas não
só aqui no Brasil, mas em todo o mundo.
Em síntese, esta edição temática se divide em dois
volumes que trazem um conjunto de textos relativos à
Filosofia da Educação, área de conhecimento considerada
essencial à prática pedagógica. Nos cursos de formação
de professores, a Filosofia da Educação integra o rol das
disciplinas de fundamentos, o que exprime a noção de alicerce
ou base, destinando-se, consequentemente, a conferir solidez
à construção da identidade docente. Embora a separação entre
saberes fundamentais e práticos seja questionável, é inegável
que as qualificações tradicionalmente atribuídas à Filosofia
da Educação transportam uma expectativa histórica: que os
conteúdos dessa área ofereçam sustentação, consistência e,
quiçá, solução para o enfrentamento dos problemas inerentes
ao fenômeno educacional. Essa expectativa pode ser
bem acolhida se posicionarmos sustentação e consistência no
campo dos recursos intelectuais próprios do labor filosófico,
e desvincularmos a palavra solução do terreno das fórmulas
prontas. Fórmulas que, diga-se de passagem, têm sido
frequentemente oferecidas por diversos autores empenhados
em dar à Filosofia feições menos complexas, em troca de sua
popularização.
Nesta edição temática da Educação em Foco, o leitor não
encontrará fórmulas, mas terá a oportunidade de conhecer
renomados pesquisadores brasileiros e estrangeiros discutindo
a educação, sob variadas perspectivas filosóficas, com o intuito
de oferecer alternativas para que a Filosofia figure de modo
significativo no rol dos fundamentos da Educação.
Os trabalhos que compõem os volumes desta edição
distribuem-se em dois agrupamentos temáticos. O primeiro busca
Educ. foco, compreender o status da Filosofia da Educação como área ou
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, campo disciplinar. O segundo focaliza contribuições individuais
p. 9-12,
jul. 2015 / out. 2015 10 de pensadores que participam na composição da referida área.
Integram o primeiro conjunto os seguintes autores e
respectivos textos: Antônio Joaquim Severino (Do estatuto
epistemológico da Filosofia da Educação: o embate entre reflexão
e criação de conceitos); Marisa Meza Pardo (¿Cómo podemos
comprender la Filosofía de la Educación?); Jim Garrison
(Individualidade e igualdade como chaves para a democracia
criativa); Tarso Mazzotti (Retórica, a ciência da educação);
Alfredo Veiga-Neto (Anotações sobre as relações entre teoria e
prática); Maximiliano Valerio López (Habitar poeticamente a
educação: notas sobre a relação entre potência e temporalidade);
Walter Omar Kohan (Um exercício que faz escola: notas para
pensar a investigação educacional a partir de uma experiência de
formação no Rio de Janeiro).
No segundo conjunto, temos os seguintes autores e
respectivos textos: Pedro Angelo Pagni (A (trans)formação
humana na perspectiva foucaultiana: interpelações à educação
escolar e à docência na atualidade); Márcio Danelon
(Intersubjetividade e educação: o estatuto do olhar nas relações
educativas. Uma reflexão a partir da fenomenologia existencial de
Sartre); Samuel Mendonça (Problemas e desafios para a produção
do conhecimento em educação: fundamentos filosóficos); Andrea
Díaz Genis e Sílvio Gallo (Filosofia da Educação, exercícios
espirituais e arte de existência); Gregorio Valera-Villegas (La
bildung de Simón Bolívar. Notas preliminares); Márcio Silveira
Lemgruber (Montaigne: filosofia e educação para a vida);
Hubert Vincent (Gênese da confiança e educação para o “estar
junto”); Ralph Ings Bannell (Razão e Educação Política de um
fragmento da ideologia liberal); Tarcísio Jorge Santos Pinto
(Filosofia e educação em Bergson); Marcus Vinicius da Cunha
(Experiência e afeto em Dewey: uma conexão orgânica).
Agradecemos mais uma vez a todos os colegas que
aceitaram com entusiasmo compor conosco este número
temático e a todos aqueles que, direta ou indiretamente, Educ. foco,
Juiz de Fora,
contribuíram para que ele fosse organizado e finalizado, v. 20, n. 2,
p. 9-12,
especialmente aos Profs. Drs. Marlos Bessa Mendes da Rocha e 11 jul. 2015 / out. 2015
Jader Janer Moreira Lopes, ex editor-chefe e atual editor-chefe
da revista, respectivamente, pelo acolhimento e viabilização da
proposta; ao Prof. Dr. Aimberê Quintiliano Rocha do Amaral,
editor da revista e responsável pela versão digitalizada da edição;
à Profa. Ms. Jane Aparecida Gonçalves de Souza, ex secretária
da revista, pelo apoio permanente; ao Prof. Dimitri Diniz da
Costa, que nos auxiliou na revisão normativa dos textos.
Finalmente, desejamos que esta coletânea possa de fato
trazer perspectivas interessantes e importantes para a reflexão
da Educação, relacionadas a diferentes dimensões de sua
experiência.
Tarcísio Jorge Santos Pinto e Marcus Vinicius da Cunha
Eixo Temático
A (TRANS) FORMAÇÃO A (TRANS) formação
humana na perspectiva
foucaultiana:
interpelações à
FOUCAULTIANA: INTERPELAÇÕES
À EDUCAÇÃO ESCOLAR E À
DOCÊNCIA NA ATUALIDADE
Pedro Angelo Pagni 1
Resumo
O tema da formação humana vem sendo objeto de uma
longa discussão no âmbito dos estudos em Filosofia da
Educação. O presente artigo procura abordar esse tema a
partir do pensamento de Michel Foucault e, ao privilegiar essa
perspectiva teórica, apresentar uma de suas faces mais radicais,
objetivando vistas a discutir as possibilidades da restituição
do sentido formativo da educação escolar e da docência na
atualidade. Para isso, recorremos à obra e aos últimos cursos
desse filósofo, particularmente, ao momento em que articula
sua ontologia crítica à estética da existência, ao seu retorno aos
gregos para problematizar no presente a filosofia e a pedagogia
e aos conceitos em torno dos quais sustenta o que chama de
pragmática de si. Dessa forma, procuramos contribuir para
o atual debate sobre o assunto, no campo da Filosofia da
Educação, e para uma reflexão acerca das possibilidades do
sentido (trans)formativo da educação escolar, no presente.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p. 15-44,
jul. 2015 / out. 2015 16
A (TRANS)FORMAÇÃO A (TRANS) formação
humana na perspectiva
foucaultiana:
interpelações à
FOUCAULTIANA: INTERPELAÇÕES
À EDUCAÇÃO ESCOLAR E À
DOCÊNCIA NA ATUALIDADE
A formação humana tem sido um tema corrente nos
estudos em Filosofia da Educação em nosso país. O que
tem potencializado a sua discussão mais recente, além das
preocupações presentes, são as possibilidades de pensá-lo a
partir de diversas perspectivas da Filosofia Contemporânea. Ao
meu julgamento, nesse debate, nenhuma perspectiva filosófica
parece ter sido mais radical ao pensá-lo do que aquela que, em
busca da transformação de si, postula um modo de fazer da
própria existência uma obra de arte.
Essa perspectiva inaugurada por Nietzsche teve, na
contemporaneidade, o seu delineamento, dentre outros, nas
primeiras obras de Gilles Deleuze e, principalmente, nas
últimas obras de Michel Foucault. Diferentemente de outros
filósofos contemporâneos, o problema desses dois últimos
filósofos ou o modo como problematizam o empobrecimento
da experiência formativa e a destituição da vida no cenário
biopolítico atual, é distinto, inclusive, entre eles. Em virtude
dos limites deste artigo, não me aterei a explicitar essas
diferenças, tampouco em aprofundar o pensamento de cada
um desses filósofos, mas privilegiar o pensamento de Foucault
de modo a propor um recorte de seus últimos livros e cursos
e uma interpretação sobre uma perspectiva que almejaria
uma reversão do olhar sobre a formação humana e que
poderia interpelar no presente as práticas compreendidas pela
educação escolar. Este é objetivo específico deste artigo que,
Educ. foco,
em um plano mais amplo, procura contribuir para elucidar o Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p. 15-44,
modo como essa perspectiva teórica aborda esse tema e para 17 jul. 2015 / out. 2015
Pedro Angelo Pagni
o debate produzido no campo da Filosofia da Educação, nos
últimos anos, no Brasil.
Para tais propósitos, no primeiro momento deste
artigo, analiso o modo como esse filósofo francês concebe a
relação entre a sua ontologia crítica e a estética da existência,
de modo a evidenciar em que pressupostos sustentam a
sua concepção de vida como obra de arte. Em seguida,
ao analisar tal concepção formativa a partir das noções de
subjetivação e experimentação, reconstituo brevemente a
importância que esse filósofo concede à filosofia como arte
de viver e a psicagogía como contrapontos às filosofias e
pedagogias modernas, respectivamente, problematizando
as formas como aquela disciplina e essa arte constituiu no
presente. Discuto algumas interpelações à educação escolar
e à atividade docente, por fim, que poderiam advir a partir
da interpretação da parresía e, sobretudo, da pragmática de
si na experiência da antiguidade greco-romana desenvolvidas
por Foucault, levantando algumas questões para que sejam
pensadas pelos educadores na atualidade e contribuam para
certo deslocamento do debate sobre a temática da formação
no campo da Filosofia da Educação.
DA ONTOLOGIA CRÍTICA À ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA: A
VIDA COMO OBRA DE ARTE
pedagogia.
Por sua vez, a transformação de si almejada tanto pela
arte de viver quanto pela psicagogía não dispensa uma relação
com o outro nem uma pragmática. Na relação com os outros,
a linguagem ou o discurso e sua pragmática ou circulação
aparecem como elementos importantes. Assim como entende
necessário recorrer ao conhecimento de si sobre o primado
do cuidado e às diversas tecnologias sob a tecnologia de si,
Foucault não deixa de insistir que só se dá a autotransformação
do sujeito pressuposta por essas práticas mediante o seu
trabalho de dizer o que se passa, o que lhe acontece e aquilo
que essa experiência inquieta, na relação com outro e com
a mediação da linguagem, do discurso e de sua enunciação.
Contudo, Foucault (2010), a pragmática da linguagem que
envolve essa relação com o outro não poderia ser aquela que
atualmente se concebe como tal e que busca apenas modificar
o sentido do discurso, em conformidade com os contextos
comunicacionais, porque ela se encontra sob a égide de
um dizer veraz, assentada no pressuposto da cognição, da
representação e da transmissão, o que lhe possibilita pensar
e produzir como diferenciação entre o um e o outro nela
compreendidos, assim como transformação de si.
Para Foucault, a “análise da pragmática do discurso é a
análise dos elementos e dos mecanismos pelos quais a situ-
ação na qual se encontra o enunciador vai modificar o que
pode ser o valor ou o sentido do discurso” (2010, p. 65). Na
parresía, continua ele,
O enunciado, o ato e enunciação vão, ao
mesmo tempo, afetar de uma maneira ou de
outra o modo de ser do sujeito e fazer pura e
simplesmente - |...| -, que aquele que aquele
que disse a coisa a tenha dito efetivamente, Educ. foco,
por um ato mais ou menos explícito, ao fato Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p. 15-44,
de tê-la dito. Essa retroação, que faz com 37 jul. 2015 / out. 2015
Pedro Angelo Pagni
que o acontecimento do enunciado afete o
modo de ser do sujeito ou que, ao produzir
o acontecimento do enunciado, o sujeito
modifique ou afirme, ou em todo caso
determine e precise, qual é o seu modo de
ser na medida em que fala, pois bem, é isso,
a meu ver, que caracteriza um outro tipo de
fatos de discurso totalmente distintos dos
da pragmática. E o que poderíamos chamar
vamos dizer - |...| - de “dramática” do
discurso é a análise desses fatos do discurso
que mostra como o acontecimento da
enunciação pode afetar o ser do enunciador.
(...) A análise da parresía é a análise dessa
dramática do discurso verdadeiro que revela
o contrato do sujeito falante consigo mesmo
no ato do dizer-a-verdade (FOUCAULT,
2010, p. 66).
Resumo
A educação é uma relação dialógica. Se é possível ao
homem auto-instruir, não é, de outra forma, possível a ele
auto-educar, pois a educação pressupõe uma alteridade que
apresente o mundo da cultura historicamente produzida para
o outro. À medida que a educação é relação intersubjetiva,
o olhar presente nessas subjetividades se encontra na arena
do mundo. Isso demarcado, constitui-se em nosso objetivo
demarcar uma fenomenologia do olhar a partir do referencial
teórico da filosofia existencial de Sartre, com a finalidade
de constituí-la como ferramenta na nossa apreciação da
educação como um momento privilegiado em que olhares
emergem no cotidiano das experiências educativas. A partir
da premissa de que olhar é apreender o outro, queremos
potencializar a educação como um momento em que
olhares se entrecruzam, conflitos aparecem, subjetividades
são produzidas, consciências se formam, enfim, pessoas
- educadores e educados – vivenciam, num horizonte de
infinitos olhares, a experiência existencial do olhar e educar.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p. 45-70,
jul. 2015 / out. 2015 46
INTERSUBJETIVIDADE E Intersubjetividade e
Educação: O Estatuto
do Olhar nas Relações
Educativas. Uma
em formosura. Esse era o seu principal atrativo e, por ser belíssima, tinha vários
pretendentes. Sabendo de sua beleza ímpar, Medusa tinha orgulho de si e de
seus cabelos. Como, então, se transformou numa Górgona, palavra cuja fonte
é o adjetivo gorgós, que significa “impetuoso, terrível, apavorante”? (Conforme
BRANDÃO, 1988) Na evolução do mito encontramos duas variantes. Uma
primeira possibilidade estaria ligada ao fato de Medusa competir em beleza
com Atenas que, como castigo para tal prepotência, transformou os cabelos
dela em serpentes. Uma segunda variante está ligada à paixão de Poseibon
por Medusa. Conta o mito que o deus dos mares se apaixonou por Medusa e,
transformando-se num pássaro, transportou-a para o templo de Atenas onde
a engravidou. (Conforme COMMELIN, 1993) Irritada com este fato, Atenas
teria transformado Medusa em Górgona. Transformada em monstro, Medusa
tinha a cabeça cheia de serpentes, um dente pontiagudo e olhos flamejantes que,
de tão penetrantes, tinham o poder de transformar todos que ousassem olhar
para ela em pedra. Aquele que olha para os olhos de Medusa se petrificaria.
8 Necessário se faz uma breve digressão a fim de pontuar a diferenciação de
subjetividade e subjetivação. Em nossa reflexão, a subjetividade caracteriza-se
Educ. foco, como um processo autônomo de construção de si por si mesmo enquanto
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p. 45-70,
singularidade, emergindo dessa tecnologia um território autárquico de sua
jul. 2015 / out. 2015 56 subjetividade e de seu ser. É, nesse caso, a subjetividade como produto do
Consoante interpretações psicologizantes do mito – Intersubjetividade e
Educação: O Estatuto
do Olhar nas Relações
por exemplo, a associação da figura de Medusa a uma pulsão Educativas. Uma
Reflexão a partir
espiritual, portanto, aquele que olha os olhos de Medusa da fenomenologia
existencial de Sartre
que o outro fez dele: “Nessas condições a liberdade não pode ser senão esta
nadificação. E através dela que o para-si escapa de seu ser como de sua essência;
é através dela que constitui sempre algo diverso daquilo que pode-se dizer
dele, pois ao menos é aquele que escapa a esta denominação mesmo, aquele
que já está além do nome que se dá ao da propriedade que se lhe reconhece”
(SARTRE, 1999, p. 543). Nesse sentido, em última instância, a objetivação
Educ. foco, do sujeito emergido do conflito é decantada pela liberdade do próprio sujeito
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p. 45-70,
que, se o seu projeto existencial assim o constitui, pode, a partir de si mesmo,
jul. 2015 / out. 2015 62 transcender a transcendência que o outro fez dele.
pela criança, coagulando-o em seu olhar sobre o mundo. Ora, Intersubjetividade e
Educação: O Estatuto
do Olhar nas Relações
parece-nos que é exatamente isto que nós, adultos, fazemos Educativas. Uma
Reflexão a partir
cotidianamente com as crianças: trazemos até elas a verdade da fenomenologia
existencial de Sartre
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p. 45-70,
jul. 2015 / out. 2015 70
PROBLEMAS E DESAFIOS Problemas e Desafios
para a Produção do
Conhecimento em
Educação: Fundamentos
CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO:
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS
Samuel Mendonça1
Resumo
Examinamos, neste artigo, a importância dos fundamentos
filosóficos para a produção do conhecimento em educação
perpassando aspectos do racionalismo, do empirismo
e de discussões em torno dos paradigmas, no sentido de
explicitar que a insegurança deve ser assumida, de forma
segura e rigorosa, nos tempos atuais, para a produção do
conhecimento educacional. A discussão sobre os problemas
e desafios para a produção do conhecimento educacional
reivindica que se questione, inicialmente, a própria
noção de conhecimento. No entanto, esta noção é tão
problemática que, por meio da interpretação, Friedrich
Nietzsche (1844-1900) enfatiza os riscos de se assumir a
verdade como universal e derradeira. O conhecimento,
a experiência e os paradigmas dizem respeito a aspectos
que fundamentam as discussões sobre os desafios para a
produção do conhecimento em educação. A interpretação,
em especial, o cuidado em não assumir a verdade como
dogmática, refere-se ao principal desafio e problema para a
produção do conhecimento em educação.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 71-94,
jul. 2015 / out. 2015 72
PROBLEMAS E DESAFIOS Problemas e Desafios
para a Produção do
Conhecimento em
Educação: Fundamentos
CONHECIMENTO EM EDUCAÇÃO:
FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS2
A discussão sobre os problemas e desafios para a produção
do conhecimento em educação, a partir de fundamentos
filosóficos, reivindica que se questione, inicialmente, a própria
noção de conhecimento. Em que pese o fato de que muito
já se produziu sobre o conhecimento ao longo da história
do pensamento humano, ao retomar as contribuições da
teoria do conhecimento do período clássico não se pode
preterir as correntes do racionalismo e do empirismo. A
revolução científica do século XVII foi fundamental para
a reconstrução do saber no momento em que se tinha a
definição do conhecimento de forma sectária, vertical e
cunhada pela tradição medieval. São os filósofos modernos
os protagonistas que passam a reconstruir o conhecimento
a partir da racionalidade e da experiência. No entanto, essa
construção é tão limitada quanto as objeções feitas à forma de
conhecimento do período medieval e será Friedrich Nietzsche
(1844-1900), o grande crítico da racionalidade e da ciência.
Se no primeiro período, inaugurado em 1872 com
a publicação da obra Der Geburt der Tragödie aus dem
Geiste der Musik (1999), Nietzsche se ocupa em discutir o
aspecto trágico do homem, suas relações de forças presentes
nas figuras de Apolo e Dionísio, é na obra intermediária,
Menschliches, Allzumenschliches. Ein Buch für freie Geister
(1999a) que o filósofo vai criticar a postura dos cientistas e
4 No original se lê: “Gegen den Positivismus, welcher bei dem Phänomen stehen
bleibt “es giebt nur Thatsachen”, würde ich sagen: nein, gerade Thatsachen giebt
es nicht, nur Interpretationen. Wir können kein Factum “an sich” feststellen:
vielleicht ist es ein Unsinn, so etwas zu wollen. “Es ist alles subjektiv” sagt ihr:
aber schon das ist Auslegung, das “Subjekt” ist nichts Gegebenes, sondern etwas
Hinzu-Erdichtetes, Dahinter-Gestecktes. — Ist es zuletzt nöthig, den Interpreten
noch hinter die Interpretation zu setzen? Schon das ist Dichtung, Hypothese. Educ. foco,
Soweit überhaupt das Wort “Erkenntniß” Sinn hat, ist die Welt erkennbar: aber Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
sie ist anders deutbar, sie hat keinen Sinn hinter sich, sondern unzählige Sinne p. 71-94,
“Perspektivismus”. (NIETZSCHE, 1988, KSA, 12, 7 (60)). 75 jul. 2015 / out. 2015
Samuel Mendonça
conceitual de terg qe mos relevantes, não
representatividade dos casos estudados,
inadequação das técnicas de análise
(estatística ou outras), incoerência na
argumentação etc. E, de fato, até mesmo sem
muito esforço é possível assinalar a presença
de uma ou mais falhas em pesquisa realizadas
em qualquer área, inclusive a educacional”
(AZANHA, 2011, p. 16)
4.1 O RACIONALISMO
6 Lê-se no original: “The most lively thought is still inferior to the dullest sensation.
We may observe a like distinction to run through all the other perceptions of the
mind. A man, in a fit of anger, is actuated in a very different manner from one
who only thinks of that emotion. If you tell me, that any person is in love, I easily Educ. foco,
understand your meaning, and form a just conception of his situation: but never Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
can mistake that conception for the real disorders and agitations of the passion”. p. 71-94,
(HUME, 1999, p. 96). 81 jul. 2015 / out. 2015
Samuel Mendonça
por ideia complexa a que não é simples, ou seja, a que tem em
sua estruturação abstrações ou ainda aglutinação de conceitos sem
uma base sensível correspondente. Por exemplo, a expressão
Deus existe é para o autor uma ideia complexa, na medida
em que não se pode oferecer uma comprovação simples e
objetiva para o vocábulo Deus, tratando-se de uma abstração.
Diz que esta ideia complexa de Deus, como qualquer outra
ideia complexa, tem sua origem na experiência. Pode parecer
estranho esse argumento em um primeiro momento, mas, se
observarmos mais de perto e de forma criteriosa, concluiremos
que Deus existe, de fato, como ideia e, nesse sentido, resta
investigar a sua origem, a qual, segundo o pensador, reside
tão somente na experiência humana. Ou seja, temos clareza
dos conceitos de bondade e de sabedoria formulados com
base da experiência no universo humano. Para formar a ideia
de Deus, basta aumentar em grau infinito esses conceitos e
chegaremos à ideia de um ser infinitamente bondoso e sábio.
Deus é criação do homem, o resultado da nossa faculdade
de aumentar a experiência vivida, não sendo, para Hume,
objeto da ciência, de modo que deve ser deixado de lado
por não oferecer elementos objetivos, pragmáticos para a sua
formulação. A respeito da proposição de que a origem das
ideias reside na experiência sensível, provoca o autor:
Os que desejam negar que esta proposição
seja universalmente verdadeira e mostrar que
ela comporta exceções, só têm um método,
aliás, bastante fácil, de refutá-la: basta
apresentarem uma idéia que, em sua opinião,
não derive desta fonte. Caberá então a nós,
se quisermos sustentar a nossa doutrina,
apontar a impressão ou percepção viva que
lhe corresponde (HUME, 1972, p. 135).7
7 Op. Cit., p. 135. No original se lê: “Those who would assert, that this position is
not universally true nor without exception, have only one, and that easy method
Educ. foco,
of refuting it; by producing that idea, which, in their opinion, is not derived from
Juiz de Fora, this source. It will then be incumbent on us, if we would maintain our doctrine,
v. 20, n. 2,
p. 71-94,
to produce the impression or lively perception, which corresponds to it”. (HUME,
jul. 2015 / out. 2015 82 1999, p. 98).
Esta provocação evidencia uma perspectiva aberta ao Problemas e Desafios
para a Produção do
Conhecimento em
diálogo e fortalece a teoria do autor, na medida em que não parte Educação: Fundamentos
Filosóficos
de uma perspectiva dogmática, fechada, mas abre espaço para
a interlocução e a possibilidade de revisão de seus argumentos.
O segundo argumento apresentado por Hume para
sustentar a tese de que todas as ideias complexas têm origem
nas ideias simples e que, por sua vez, toda ideia simples tem
origem em uma experiência sensível, assegura que uma pessoa
privada de um dos órgãos dos sentidos não consegue ter ideia
correspondente à experiência advinda daquele órgão. Um surdo,
por exemplo, que tenha nascido surdo, não tem ideia dos sons,
ou ainda um cego de nascença não consegue saber a diferença
entre as cores. Considerando o argumento válido, então, parece
possível afirmar que a sua teoria tem uma base de sustentação
razoável, pelo menos no que diz respeito ao que ela se propõe
demonstrar, a saber, que a origem das ideias está nas sensações
e a ausência de um dos sentidos interrompe a possibilidade de
sensação daquele sentido e, consequentemente, de formação de
quaisquer conhecimentos derivados dele.
Em relação ao fenômeno educacional, é possível falar de
conhecimento sem referência à dimensão da experiência? Quais
os desafios para se conceber a produção do conhecimento em
educação a partir da empiria?
O racionalismo e o empirismo, portanto, dizem respeito
às grandes construções da modernidade quanto à questão do
conhecimento e, em que pese o fato de que existem limites a
essas construções teóricas, é preciso enfatizar sua importância
em um contexto histórico determinado, contexto marcado por
bruxaria, por magos e por supostos cientistas que se utilizavam
de um discurso organizado e aparentemente rigoroso, mas,
em muitos casos, ilusórios. Há diversas construções teóricas
que poderiam ser aqui explicitadas, no entanto, o recorte
que realizamos parece suficiente para o que buscamos
questionar: quais os desafios e problemas para a construção do Educ. foco,
conhecimento em educação? Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 71-94,
Passemos à exposição de aspectos dos paradigmas. 83 jul. 2015 / out. 2015
Samuel Mendonça 4.3 A QUESTÃO DOS PARADIGMAS
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 71-94,
jul. 2015 / out. 2015 94
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO, Filosofia da Educação,
Exercícios Espirituais
e Arte de Existência
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
E ARTE DE EXISTÊNCIA
Andrea Díaz Genis1
Sílvio Gallo2
Resumo
Na última parte da obra de Michel Foucault, a partir do
curso A Hermenêutica do Sujeito e dos dois que se seguiram
a ele (O Governo de Si e dos Outros e A Coragem da Verdade),
aparece uma possível leitura da filosofia como exercício
espiritual e arte de existência. Tal leitura é influenciada,
entre outros, por Pierre Hadot, especialista no pensamento
antigo. A filosofia deixa de ser pensada como tendo seu foco
apenas na criação de conceitos, saberes e sistemas de ideias
ou pensamentos, como um exercício puramente racional.
Desta perspectiva, no coração mesmo da filosofia antiga,
encontramos a perspectiva educativa (ou formativa) do
gênero humano. Tudo isso nos leva a pensar uma filosofia
da educação mais abrangente, que entenderá a filosofia
como pedagogia do gênero humano, que ainda que não
descarte seu vetor teórico e conceitual, entende que filosofia
e educação identificam-se, tendo como foco problemático
a vida mesma.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 95-114,
jul. 2015 / out. 2015 96
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO, Filosofia da Educação,
Exercícios Espirituais
e Arte de Existência
EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS
E ARTE DE EXISTÊNCIA
3 Ver a análise deste diálogo feita por Andrea Díaz no Epílogo (“La enseñanza
socrática en tres actos: amor a la sabiduría, cuidado del alma, cuidado de la
vida”) em PUCHET, 2012.
4 “Me parece que ignoras que, si uno se halla cerca de Sócrates en una discusión
Educ. foco,
Juiz de Fora, o se le aproxima dialogando con él, le es forzoso, aún si empezó a dialogar
v. 20, n. 2,
p. 95-114,
sobre cualquier otra cosa, no despegarse, arrastrado por él en el dialogo, hasta
jul. 2015 / out. 2015 98 que lo sopese bien y suficientemente todo. Yo estoy acostumbrado a éste; sé
é: como passamos os dias, que fazemos com nossas vidas, Filosofia da Educação,
Exercícios Espirituais
e Arte de Existência
enfim, a pergunta pelo cuidado de si e dos outros, a partir da
inquietude consigo mesmo e do autoconhecimento.5
O mestre é o meio, básanos, isto é, a “pedra de toque”
(instrumento que, na antiga Grécia, era usado para saber se
uma pedra era ou não de ouro, roçando uma na outra). O
mestre é o musikos aner, diz Sócrates no Laques, o que significa
que ele possui uma espécie de “harmonia ontológica”, como
afirma Foucault ao comentar essa passagem. E tal harmonia
está dada por uma exigência que aparece vez ou outra em toda
esta tradição grega, helenística e romana do cuidado de si: que
o filósofo tenha uma coerência entre o que diz e o que faz.6
O núcleo da filosofia da educação socrática é, pois, ao menos
nesta tradição e a partir deste texto,7 o bios, a vida do sujeito
que deve ser examinada. A vida não está em função da escola,
mas é a escola que está – ou deve estar – em função da vida,
como nos dirá Sêneca posteriormente. Parece-nos que este é
o grande ensinamento desta filosofia da educação, ao menos
nesta releitura contemporânea (foucaultiana) da tradição
antiga.
O importante, pois, é começar a destacar uma visão
da filosofia, e especificamente da filosofia da educação, como
forma de vida e experiência de exame e autoexame de si mesmo
e do mundo, que tem como finalidade formativa o cuidado
de si mesmo e o cuidado dos outros. É claro que as ideias
filosóficas sobre a “escola” são parte da preocupação da filosofia
da educação como disciplina centrada em um saber. Mas, em
se tratando de ideias, não devemos levar conta apenas as ideias
que hay que soportar estas cosas, como también que estoy a punto de sufrir tal
experiencia personal” (Platón, Laques, 188c).
5 Amplos e diversos desenvolvimentos desta questão podem ser encontrados em
DÍAZ; PUCHET, 2010.
6 Este tema é bastante estudo por Foucault no curso de 1983, O Governo de Si e
dos Outros. Sugerimos ver especialmente a aula de 16 de fevereiro de 1983, na Educ. foco,
qual Foucault estuda a questão do érgon (a atividade) filosófico em Platão. Juiz de Fora,
7 No diálogo Alcebíades vemos, porém, outro rumo para esta tradição. Ver o v. 20, n. 2,
p. 95-114,
capítulo de Andrea Díaz em PUCHET, 2012. 99 jul. 2015 / out. 2015
Andrea Díaz Genis
Sílvio Gallo sobre a instituição escolar, sejam quais forem seus níveis, ou
sobre o ensino e/ou a aprendizagem na instituição escolar, a
educação formal ou informal etc. Mas o foco do pensamento
se ampla, abarcando toda a formação do humano enquanto
humano, a formação da humanidade inclusive como meta a
ser superada por uma humanidade melhor (o que não pode ser
desenvolvido aqui, mas que implica em uma mescla do ideal
kantiano da ilustração com a ideia nietzschiana de um além-
do-humano).8
Pensamos, pois, que a filosofia pode ser entendida como
muito mais que uma disciplina, uma tradição, mas como o
topos, o lugar a partir do qual a humanidade tem pensado
“pedagogicamente” a si mesma para possibilitar uma vida
melhor. E uma vida melhor é uma vida examinada, uma vida
inquieta consigo mesma, preocupada consigo mesma e com
os outros, uma vida que se pensa a si mesma para melhorar. E
uma tal filosofia, portanto, apresenta-se, de fato e de direito,
como uma filosofia da educação em seu próprio âmago.
Para compreender melhor essa filosofia da educação
como “arte de existência”, faremos uma breve incursão pela
ideia de “exercícios espirituais”, que Foucault empresta
de Pierre Hadot, uma vez que tais exercícios são a prática
cotidiana desta filosofia.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 95-114,
105 jul. 2015 / out. 2015
Andrea Díaz Genis
Sílvio Gallo
3. A FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO DESDE A POSIÇÃO DA
IGNORÂNCIA
Educ. foco,
12 Este tema é desenvolvido de forma detida por Andrea Díaz em PUCHET, Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
2012. p. 95-114,
13 A este respeito ver FOUCAULT, 1984. 111 jul. 2015 / out. 2015
Andrea Díaz Genis
Sílvio Gallo nossa compreensão, no resgate dessa tradição, também esta é a
matéria de uma filosofia da educação.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 95-114,
jul. 2015 / out. 2015 114
LA BILDUNG DE SIMÓN BOLÍVAR. La Bildung de Simón
Bolívar. Notas
Preliminares
NOTAS PRELIMINARES
Gregorio Valera Villegas1
Resumen
En este trabajo se realiza un estudio sobre el proceso formativo
de Simón Bolívar desde la perspectiva de su bildung; valga
decir, de su trayectoria, el ir de camino por los senderos
que transitó, en su llegar a ser el que llegó a ser. Para ello
hemos tomado como referentes fundamentales a sus viajes
de formación. Se trata, metodológicamente hablando, del
despliegue de una fenomenología hermenéutico crítica de
la bildung orientada por el viaje de formación; con miras,
entre otras cosas, a bocetar una relación de narración
/ formación, especialmente referida a la formación
intelectual de la persona / personaje llamado Simón
Bolívar. Entre los objetivos pueden destacarse: realizar un
análisis interpretativo, fenomenológico/hermenéutico, de la
invención histórica de un sujeto; desarrollar una mirada de
su bildung a partir de unos hitos referenciales conformados
por los viajes de formación realizados y la subsecuente
metamorfosis sufrida. Como uno de sus principales aportes
está la interpretación del viaje de formación como elemento
fundamental de la bildung de Bolívar.
Abstract
In this Work we make a study on the formation process of
Simón Bolívar from the perspective of bildung, in other words,
his trajectory, his pathings which he walked. To become
who he was. So, we‘ve taken as fundamental references his
upbringing trips. This means, methodologically speaking,
the deployment of a hermeneutic phenomenological critique
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 115-146,
jul. 2015 / out. 2015 116
LA BILDUNG DE SIMÓN BOLÍVAR. La Bildung de Simón
Bolívar. Notas
Preliminares
NOTAS PRELIMINARES.
PRESENTACIÓN
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, 1 Conocido como padre Francisco de Andújar, su nombre real era Francisco de
p. 115-146,
jul. 2015 / out. 2015 118 Paula Ravé y Berdura. Un sabio naturalista.
En la formación escolar de Bolívar hay que señalar La Bildung de Simón
Bolívar. Notas
Preliminares
también la militar. Ella se inicia a principios de 1797, en ese
año ingresa en el Batallón de Infantería de Blancos de los
Valles de Aragua. En la evaluación de su actuación se destaca
su aplicación, que es considerada de sobresaliente.
En este ámbito hay que destacar la relevancia para el
futuro Libertador que tiene su estancia, aunque breve, por el
Colegio Real de Sorèze (L’École de Sorèze) en el Sur de Francia,
en el departamento del Tarn, realizada durante su primer viaje
a Europa. Allí en aquella institución, de acuerdo con Zerega-
Fombona (s/f ), de gran prestigio, se orientará su formación
militar y su disciplina intelectual. Brevedad que no afectó la
formación alcanzada por poseer un talento e inteligencia fuera
de lo común, puede decirse que a él con poco le era suficiente
para hacer crecer su espíritu e intelecto.
Puede afirmarse que en su educación la presencia de
institutores particulares, tuvo una importantísima relevancia.
En la aristocracia de aquellos años de finales del siglo XVIII y
los primeros del siglo XIX, se acostumbraba que la educación
fuera principalmente conducida por institutores, práctica
educativa que se realizaba usualmente dentro del hogar
doméstico. El institutor era una persona, en muchas ocasiones,
de un alto nivel educativo, como fue el caso de los institutores
de Bolívar: Andrés Bello, el padre Andújar, Guillermo Pelgrón.
Sin embargo, ni la academia de matemáticas y ciencias
naturales, ni las lecciones de sus institutores, ni la escuela
militar resultaron suficientes para calmar su espíritu inquieto;
y el sueño que mantenía desde los 11 años se hizo realidad,
viajar a Europa para continuar formándose. Sus tíos Esteban
y Carlos Palacios, responsables de su educación y cuidado,
terminaron por aceptar que ese sueño lo hiciera realidad.
Irse de viaje, viajar, tuvo un significado fundamental en su
formación. Veamos este aspecto con más detalle.
La bildung de Bolívar podemos mirarla como la Educ. foco,
Juiz de Fora,
invención histórica de un sujeto, sujeto persona, sujeto v. 20, n. 2,
p. 115-146,
personaje. Esta perspectiva nos lleva a mirar su bildung a 119 jul. 2015 / out. 2015
Gregorio Valera Villegas
partir de unos puntos de mira, suerte de hitos referenciales,
como: el nombre propio, el nombre del personaje, la
narración histórica, la metamorfosis y la identidad personal.
Su bildung se va haciendo sin caminos previamente trazados
y como heredero de una tradición, herencia, que recrea, que
reinventa, y allí en un espacio y tiempo de situación, se genera
su metamorfosis, su identidad personal en la narración de lo
vivido, interpretado, asimilado. Su bildung es una invención
histórica que se expresa en una narración que es intercepción,
quiebre y ruptura entre el poder y la resistencia, entre la mal
venida y la bienvenida u hospitalidad, entre el extrañamiento
y el reconocimiento; cualquier orientación que pretenda
interpretarla desde cartografías hechas, sacralizadas, está
condenada a extraviarse.
Por tanto, en su bildung la presencia del viaje es
fundamental para su comprensión. Viaje, viajar, en el sentido
de viaje de formación, no puede entenderse como el mero
traslado de un lugar a otro, a una distancia larga o corta. El
viaje implica un cambio de situación que supone un tocar o
trastocar al viajero, valga decir, en el que se vive, se llega a
tener, o se tiene una experiencia que, de algún modo, llega a
cambiarlo. El viaje de formación, es, con mucho, este último.
En la bildung de Bolívar este tipo de viaje va a ser fundamental.
No es que las escuela, sus institutores de Caracas no fueran
importantes; sino que esta experiencia le va a representar
auténticos procesos de metamorfosis en la trayectoria, sinuosa,
confusa, contradictoria e irrepetible, de ese llegar a ser él que
se es. El viaje es vía, no preestablecida, de perfeccionamiento,
pero, principalmente de metamorfosis en su proceso de con-
formación. Viajar y narrar-se para con-formarse, para ser
distinto y el mismo a la vez.
Tres fueron, al menos, sus viajes de formación, nos
referimos a los realizados a Europa, a saber:
Educ. foco,
1. El primero, 1799, es un viaje de escuela e institutores en la
Juiz de Fora, España y la Francia de la época. En él llega a convertirse,
v. 20, n. 2,
p. 115-146,
jul. 2015 / out. 2015 120
siguiendo a Valera-Villegas (2012), en un lector inquieto, La Bildung de Simón
Bolívar. Notas
1 La ilusión debe ser entendida en el sentido dado por Marías; es decir, como
Educ. foco,
Juiz de Fora, aquella que tiene como condición lo futuriza, “…es decir, el hecho de que,
v. 20, n. 2,
p. 115-146,
siendo real y por tanto presente, actual, está proyectada hacia el futuro,
jul. 2015 / out. 2015 122 intrínsecamente referida a él en la forma de la anticipación y la proyección...”.
Él no sólo se despliega en las instituciones académicas La Bildung de Simón
Bolívar. Notas
Preliminares
a las que se pueda acudir, a los libros y autores que se puedan
estudiar, a los maestros y compañeros que se puedan encontrar;
sino también en las ciudades y pueblos, en el clima y en el
paisaje geográfico, en la gente, en la cultura, en los olores y
sabores, en la lengua, en la música, en las fiestas; y por qué
no en la llamada mala vida1. Este viaje hace posible el vivir/
formarse en una circunstancia; y, por tanto, es lugar y camino
que se recorre y habita; y que termina con-formando al viajero
desde la vivencia, la experiencia única e irrepetible.
La bildung y el viaje de formación. La bildung puede
ser entendida como un trayecto, un recorrido, con y sin camino
preestablecido, a través del cual una persona se inclina hacia
su propia con-formación. A ella, a la bildung, le acompaña lo
incierto, el desconcierto, lo referido, lo contado, lo vivido, lo
mostrado por un alguien, por un algo, que sirve de modelo.
En ella también está implicada una aventura.
Dos momentos fundamentales se presentan en la bildung,
a saber: el primero, un camino por hacer, inconcluso; envuelto
en la ventura, sin objeto claro, a lo que depare la suerte, a la
contingencia; y el segundo, el modelo o juego a la mimesis. Un
modelo que puede influir, no como copia fiel sino como influencia
y huella. Porque la bildung es búsqueda de una imagen, desde y
más allá de un modelo, de adentro afuera y de afuera adentro.
La bildung es tiempo e historia, valga decir, está situada
en una circunstancia, un yo y una circunstancia, al decir de
Ortega y Gasset. Ella es un llegar a ser de un ser humano. El
presente estudio está referido a la de Simón Bolívar, al cómo
llegó a ser sabio y virtuoso, educado según un modelo, bajo
unas influencias. Su camino es la experiencia, la vivencia, la
aventura, todas ellas reflejadas en el viaje de formación, en
sus viajes de formación. Su bildung, que tiene que ver aquí
1 La Campaña Admirable fue una acción militar liderada por Simón Bolívar
para la liberación de Venezuela, y comprendió el trayecto desde Cúcuta, 14
de mayo de 1813, hasta Caracas, a la cual arriba triunfal el 6 de agosto de
1813. En ella se le da su más grande apelativo, el de Libertador. Esta acción
comprendió varias batallas: la de Cúcuta, la de Niquitao, la de Los Horcones.
2 El Paso de Los Andes, 1819, fue una acción militar de altísimo valor estratégico
Educ. foco,
durante la Campaña de Liberación de la Nueva Granada. Esta acción es
Juiz de Fora, considerada una de las más resaltantes y una auténtica proeza si se toma en
v. 20, n. 2,
p. 115-146,
consideración los recursos de la época; en ella se muestra el genio político y
jul. 2015 / out. 2015 126 militar de Bolívar.
2. Se casará en María Teresa Rodríguez del Toro y Alaiza, el La Bildung de Simón
Bolívar. Notas
SIMÓN BOLÍVAR.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
1 La errancia, considerado por Rosenblat un neologismo de Picón Salas, debe
v. 20, n. 2,
p. 115-146,
ser entendida como más allá del hecho de ir de un lado a otro, para enfatizar el
jul. 2015 / out. 2015 132 carácter de itinerario espiritual que ella implica.
días después se separan para volver a encontrarse en París1. La Bildung de Simón
Bolívar. Notas
Preliminares
Al llegar el trashumante Rodríguez, deciden viajar juntos,
en compañía de Fernando Toro, por tierras francesas, suizas
e italianas, una buena parte a pie, suerte de peregrinos por
tierras extrañas. En este viaje, realizado en 1805, desarrollaran
una especie de curso de viaje/formación entre el institutor y su
discípulo. En él seguirán la ruta: “… de París a Lyon, luego a
Chamberry, en donde los romeros visitan y allí contemplan la
mansión de Juan Jacobo, en las Charmettes. En tierra italiana,
recorren poblaciones como Turín; en Milán asisten a los juegos
olímpicos, y en Monte-chiaro, cerca de Castiglione, presencian
la revista que pasó Napoleón en las llanuras de Marengo; de
Milán dirígense a Venecia y conocen Verona, Vicenza y Padua,
Fentara, Bolonia y Florencia (…) de donde se trasladaron a
Roma…” (CARBONELL, 1965, pp.314-315). Y en Roma2
es en donde realiza Bolívar el conocido Juramento del Monte
Sacro, en el monte Aventino. Desde Roma siguieron rumbo a
Nápoles (RUMAZO GONZÁLEZ, 2006). Viaje de vivencias
muchas, vividas a plenitud, de lecturas, de diálogos infinitos
con su institutor, que marcaran profundamente su bildung.
7.3 EL 3ER VIAJE
1 Para el momento se contaba con una coyuntura favorable puesto que España
y Gran Bretaña eran ahora naciones aliadas frente a Napoléón y sus apetencias
imperialistas. La idea era impedir una posible invasión de Francia o de la
Educ. foco,
España en poder de Napoleón.
Juiz de Fora,
2 Gran Bretaña le había dado ayuda militar a España, además la posición
v. 20, n. 2,
p. 115-146,
venezolana de negarse a aceptar la autoridad del Consejo de Regencia español,
jul. 2015 / out. 2015 134 entre otras razones.
beneficio de los intereses de Venezuela. Estos logros contaron La Bildung de Simón
Bolívar. Notas
Preliminares
con la participación de Francisco de Miranda, quien era
para la época una figura reconocida en aquel medio (GIL
FORTOUL, 1954 y POLANCO ALCÁNTARA, 2001).
Entre las vivencias más relevantes, y que, seguramente,
tocarán profundamente su proceso formativo, pueden
destacarse:
1. Bolívar en este viaje tiene la oportunidad de observar
con mucha calma, admiración y mirada crítica, la vida
institucional, política y cotidiana de la Gran Bretaña,
pueblo por el que siempre mostró admiración. Es un
Bolívar otro, distinto, a aquel del segundo viaje, el de la
vida bohemia por así llamarla.
2. Su formación política es especialmente tocada. De hecho
adquiere una perspectiva del pueblo inglés desde la
referencia de Venezuela y América. Así, llega a sentir el
deseo fundar en América repúblicas basadas en la libertad
y la democracia.
3. Aquí también es necesario destacar el con Francisco de
Miranda por su gran influencia en su formación.
1 Ubicada al final del siglo XVIII y el siglo XIX, especialmente su primera Educ. foco,
mitad; aun cuando su manifestación varía de país a país. Juiz de Fora,
2 Otra de especial estudio para Bolívar, además de las señaladas: Discurso sobre el v. 20, n. 2,
p. 115-146,
origen de la desigualdad entre los hombres. 137 jul. 2015 / out. 2015
Gregorio Valera Villegas
enrobustecer su espíritu mucho antes que logren digerir el
saludable nutritivo de la libertad.” En el Discurso es significativa
la influencia del ginebrino, especialmente en conceptos como:
república, soberanía del pueblo, libertad individual y colectiva,
ciudadanía, entre otros (BLANCO FOMBONA, 2007). Y en
una carta dirigida a Rafael Urdaneta, fechada el 28 de marzo
de 1827, dice: “¡Quién sabe lo que hará el congreso! Deseo
saber sus bellas resoluciones para juzgar desde luego si el país
se pierde o no. Lo mejor sería que no hiciera nada, porque
“En la ignorancia de lo que se debe hacer, dice Rousseau, la
sabiduría aconseja la inacción”.
Mi delirio sobre el Chimborazo como expresión de
un romántico. Bolívar en poco o en mucho es un romántico,
decíamos que en su escritura es muy frecuente la presencia de
Rousseau; y también, podemos agregar, en ella, en su estilo
escritural, hay expresiones claras del romanticismo. Sobre su
estilo se ha sostenido (BLANCO FOMBONA, 2007) que:
Este proceso de su estilo puede seguirse en
el Epistolario del Libertador, que es, quizás, lo
mejor de su pluma. También puede seguirse allí
el proceso mental del prócer y advertirse
que al optimismo de 1810 a 1824, mientras fue
menester vencer, sucedió hasta promedios de 1826 la
embriaguez del triunfo, y luego vino poco a poco el
pesimismo apoderándose de su espíritu hasta
que, en 1830, la desesperación lo aniquila. En aquel
hombre todo fue grande, hasta el dolor. (p. 23).
1 Esta carta, una obra literaria en el género epistolar, que se conoce con el nombre
de Elegía del Cuzco fue dirigida a Esteban Palacios, tío de Bolívar, y con quien Educ. foco,
se reúne en Madrid en su primer viaje de formación. Fue escrita en Cuzco, Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
Alto Perú, hoy Bolivia. Es sin duda una hermosa muestra de su romanticismo, p. 115-146,
combinación de nostalgia, dulzura y melancolía. 139 jul. 2015 / out. 2015
Gregorio Valera Villegas
desprendimiento. Mis enemigos abusaron
de vuestra credulidad y hollaron lo que
me es más sagrado, mi reputación y mi
amor a la libertad. He sido víctima de mis
perseguidores, que me han conducido a
las puertas del sepulcro. Yo los perdono.
(BLANCO FOMBONA, 2007, p. 300).
La fantasma desapareció.
Resumo
A partir de um levantamento em diversos livros de história da
educação, de autores nacionais e estrangeiros, procuro analisar
o lugar neles ocupado por Michel de Montaigne, ou seja, quais
os principais aspectos de suas ideias são enfatizados em cursos de
formação de professores. Concluo que as ideias mais estritamente
pedagógicas dos Ensaios, expressas nos capítulos Pedantismo e Da
educação das crianças, têm uma razoável divulgação. Entretanto,
outras formulações como as epistemológicas ou acerca da
diversidade cultural, que poderiam ser muito estimulantes para a
formação do futuro docente, pouca ou quase nenhuma presença
têm naquelas obras.
Abstract
Based upon a survey of publications on the history of
education, both national and international, I seek to analyse
the role assigned to Michel de Montaigne, that is, the main
aspects of his thinking that are emphasised in teacher training
courses. I conclude that the most strictly pedagogic ideas of
his Essays, particularly those expounded in the chapters Of
Pedantry and On the education of children, have reasonable
dissemination. Nonetheless, other conceptions, particularly
those of an epistemological nature or those on cultural
diversion, which could prove stimulating in training of future
teachers, have little or no presence in the works examined.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 147-168,
jul. 2015 / out. 2015 168
GÊNESE DA CONFIANÇA Gênese da confiança
e educação para
o “estar junto”
E EDUCAÇÃO PARA O
“ESTAR JUNTO”
Hubert Vincent1
Resumo
Este artigo é uma análise de dois parágrafos da Teoria da
Justiça de J. Rawls, § 70: A autoridade moral; § 71: A moral
do grupo. Estes parágrafos me pareceram importantes
porque há neles uma análise muito profunda e uma noção
bastante heterodoxa de autoridade. Pode-se dizer que
previamente não há nenhuma autoridade dada e sim uma
relação em que a autoridade é construída ou não. Se esta
relação depende de adultos, pode-se dizer que eles são
responsáveis; no entanto, é, em um sentido muito especial,
a noção de dependência. Finalmente, estes argumentos
são fixados a uma certa imagem da subjetividade e uma
reavaliação de passividade.
Abstract
This article is an analysis of two paragraphs of the Theory
of Justice by J. Rawls: § 70: The moral of authority; and
§ 71: The moral of the group. These paragraphs seemed
important because there is a very deep analysis and quite
heterodox notion of authority. There is no authority might
say, there is a relationship in which authority is built or not.
If this relationship depends adults, if one can say they are
responsible of it, however, it’s in a sense quite particular of the
notion of dependency. Finally, these arguments are fixed to
a certain image of subjectivity and a revaluation of passivity.
E EDUCAÇÃO PARA O
“ESTAR JUNTO”
Ao longo do texto, procuro fazer uma defesa da
subjetividade passiva, mostrando a importância desta temática
para o que chamamos de “estar junto” e para as problemáticas
relativas à educação para a cidadania.
Digo defesa, porque nada disso é evidente. No uso
comum do termo, como em seu uso educativo, o sentido é
quase sempre pejorativo. A pessoa passiva é aquela que espera,
que não faz nada, aguardando que os outros a assumam.
Também é assim a criança passiva por condição, no sentido
em que é dependente e supervisionada, sendo a finalidade da
educação fazê-la ultrapassar este estado.
Poderíamos dizer que a educação é o processo pelo
qual as crianças deixam de ser crianças e abandonam sua
passividade, enquanto qualidade e enquanto estado.
Ainda que faça sentido repreender alguém por sua
passividade, existem muitas ocasiões e situações em que não
prezamos particularmente o ser ativo, em que a passividade não
representa necessariamente um mal. É o caso, por exemplo,
das atividades que exigem uma espera e uma observação mais
meticulosas; daquelas em que devemos seguir certos hábitos
sem questionar em demasia suas razões (que parecem já ter
passado por demonstrações); daquelas em que devemos voltar
ao que sabemos, repensando-o de forma mais adequada,
tornando-o nosso e nos apropriando melhor dele; daquelas
ainda em que devemos “deixar brotar”, dizendo para nós
mesmos que, se precipitarmos as coisas, elas não acontecerão.
Se as palavras tiverem realmente um sentido, nada disso supõe
ou exige uma atividade. Educ. foco,
Juiz de Fora,
Sendo assim, podemos adiantar que, de forma alguma, v. 20, n. 2, p.
169-194,
a atividade é uma obrigação constante. 171 jul. 2015 / out. 2015
Hubert Vincent
Sem entrar na diversidade dos casos ou situações em
que a norma da atividade merece ser suspensa, gostaria de
identificar as características gerais da subjetividade passiva
e os seus objetos. Basicamente, o que requer de nós que
sejamos sujeitos passivos? O que exige passividade, no lugar de
atividade? Como delimitar melhor esta noção através daquilo
que a produz?
Para dar maior precisão a certos traços da subjetividade
passiva, me apoiarei em algumas análises de J. Rawls, mais
precisamente nos § 70-72 de sua Teoria da Justiça, que me
parecem muito fecundos para este ponto.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p.
169-194,
193 jul. 2015 / out. 2015
Hubert Vincent
REFERÊNCIAS
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p.
169-194,
jul. 2015 / out. 2015 194
RAZÃO E EDUCAÇÃO POLÍTICA: Razão e Educação
Política: Crítica de
um Fragmento da
Ideologia Liberal
CRÍTICA DE UM FRAGMENTO
DA IDEOLOGIA LIBERAL
Ralph Ings Bannell1
Resumo
Esse artigo desenvolve uma análise crítica da teoria do
liberalismo político de John Rawls, argumentando que
acaba legitimando a organização político e econômico
liberal, portanto sendo um fragmento da ideologia liberal.
Tenta explorar a tensão entre, de um lado, a defesa que Rawls
faz do liberalismo com uma forma política historicamente
constituída e, de outro lado, sua tentativa de vincular a
própria razoabilidade, um “poder moral” do cidadão, com
o liberalismo, portanto sugerindo que o liberalismo seja
a única forma racional da política. Analisa o papel que
Rawls dá à filosofia política, seu construtivismo político,
suas concepções da sociedade e da pessoa, bem como sua
análise do julgamento político e razão pública. Termina
com algumas reflexões sobre o papel da teoria de Rawls na
educação política.
Abstract
This article develops a critical analysis of John Rawls´
theory of political liberalism, arguing that it functions to
legitimise a liberal political and economic organisation of
society, thereby operating as a fragment of liberal ideology.
It tries to explore the tension between, on the one hand,
Rawls´ defence of liberalism as a historically instituted
political regime and, on the other hand, his attempt to link
1
Ralph Bannell é professor associado da Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro, onde trabalha também no Programa de Pós Graduação em Educ. foco,
Educação. Juiz de Fora,
v. 18, n. 2, p. 195-230,
Email: ralph@puc-rio.br 195 jul. / out. 2013
Ralph Ings Bannell
reasonableness, a “moral power” of citizens, with liberalism,
thereby suggesting that liberalism is the only rational form
of political organisation. The paper analyses the role Rawls
gives to political philosophy, his political constructivism,
his conceptions of society and the person, as well as his
analysis of political judgement and public reason. It ends
with some reflections on the role of Rawls´ theory in
political education.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 18, n. 2, p. 195-230,
jul. / out. 2013 196
RAZÃO E EDUCAÇÃO POLÍTICA: Razão e Educação
Política: Crítica de
um Fragmento da
Ideologia Liberal
CRÍTICA DE UM FRAGMENTO
DA IDEOLOGIA LIBERAL2
INTRODUÇÃO
5 Isto não significa que elas são verdadeiras. Para Rawls, legitimidade não é
associada à verdade e sim à razão pública. Mas isto será discutido posteriormente.
Educ. foco, 6 Isto inclui sua própria teoria de justiça como expressa no seu primeiro livro
Juiz de Fora,
v. 18, n. 2, p. 195-230,
Uma teoria da Justiça como equidade, que é fundamentada numa filosofia moral
jul. / out. 2013 198 específica.
de nenhum grupo a que qualquer cidadão possa pertencer 7. Razão e Educação
Política: Crítica de
um Fragmento da
Outro aspecto importante é que a teoria de Rawls se refere Ideologia Liberal
7 Entretanto, Rawls nomeia esta concepção de justiça como uma concepção Educ. foco,
Juiz de Fora,
“moral” – que quer dizer uma concepção de politica fundada numa consciência v. 18, n. 2, p. 195-230,
moral universal (RAWLS, 2001, p. 26). Retorno a esse ponto mais adiante. 199 jul. / out. 2013
Ralph Ings Bannell
econômica específica, bem como formas específicas de pensar
e agir, em nome da universalidade de razão.
Partirei do pressuposto de que quando pensamos
e agimos, fazemos isso por razões e que essas razões estão
embutidas nas tradições culturais nas quais estamos socializadas.
Isso se aplica as razões para pensar e agir politicamente tanto
quanto qualquer outra forma de pensamento e ação. Nesse
sentido, nos encontramos dentro de um espaco de razões8, a
“geografia” do qual, digamos assim, está formada pelas lutas
históricas dos grupos que convivem nesse espaço. Assim,
algumas razões vão se consolidar como razões fortes de pensar
e agir, enquanto outras vão se enfraquecer, dependendo das
forças sociais, econômicas e políticas prevalentes na sociedade
em questão.
Meu argumento principal será o de que Rawls confunde
razões hegemônicas nas sociedades liberais com as únicas razões
que são legítimas para cidadãos se organizarem politicamente
nessas sociedades. Assim, ele acaba privilegiando a posição da
classe social burgues como a posição universal da qual uma
sociedade justa e igual poderia ser vislumbrada e construida.
O PAPEL DA FILOSOFIA
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 18, n. 2, p. 195-230,
11 Não há espaço nesse artigo de desenvolver esse argumento. Ver Bannell,
jul. / out. 2013 212 2012, onde se encontra uma tentativa de analisar essas questões.
Os princípios da razão prática são expressos Razão e Educação
Política: Crítica de
nos pensamentos e juízos das pessoas um Fragmento da
Ideologia Liberal
razoáveis e racionais e aplicados por eles nas
suas práticas sócio-políticas. Estes princípios
não se aplicam a si mesmos, mas são usados
por nós para formar nossas intenções e
ações, planos e decisões e em nossas relações
com outras pessoas. Partindo-se desta
premissa, podemos nomear as concepções de
sociedade e de pessoa como “concepções da
razão prática”: elas caracterizam os agentes
que raciocinam e especificam o contexto dos
problemas e questões pelo qual os princípios
da razão prática se aplicam. Assim, a razão
prática tem dois aspectos: os princípios
da razão prática e do juízo, de um lado,
e pessoas, naturais ou corporativas, cuja
conduta é informada por estes princípios, do
outro (1993, ps. 107-8).
13 Os princípios de justiça de Rawls são: “a) cada pessoa tem o mesmo direito
de um mesmo esquema de liberdades básicas, que é compatível com o mesmo
esquema de liberdades para todos; e b) desigualdades sócio-econômicas devem
satisfazer a duas condições: primeiro, todas as posições a serem preenchidas em
Educ. foco, órgãos públicos ou privados devem ser abertas a todos os sujeitos em igualdade
Juiz de Fora,
v. 18, n. 2, p. 195-230,
de oportunidades; e segundo, desigualdades sócio-econômicas devem trazer
jul. / out. 2013 214 maiores benefícios aos membros mais em desvantagem da sociedade.”
que outros também façam o mesmo. Não Razão e Educação
Política: Crítica de
seria razoável não ser pronto para propor um Fragmento da
Ideologia Liberal
estes princípios, assim como não honrar
termos justos de cooperação que outros
estejam preparados para aceitar; é mais do
que irrazoável fingir honrá-los mas estar
pronto para violar acordos em vantagem
própria quando a situação permitir (...).
O senso comum normalmente percebe o
razoável mas não, em geral, o racional como
uma ideia moral no sentido de sensibilidade
moral (ibid., p. 7).
14 Claro, o que faz com que seja um absurdo é o fato de que os ricos são capazes
de satisfazer suas necessidades, enquanto os pobres não o são. Para que isso
seja importante precisaria ser fundamentado numa teoria de necessidades e Educ. foco,
Juiz de Fora,
capacidades (capabilities). Ver Sen, op cit, e Nussbaum, 2011, para uma análise v. 18, n. 2, p. 195-230,
de capacidades (capabilities) da perspectiva liberal. 217 jul. / out. 2013
Ralph Ings Bannell
concebido como o horizonte e rede de “avaliações fortes” que
definem as normas éticas, motivações e princípios de um
grupo social e cultural particular. Se isso é verdadeira, então a
busca por uma identidade moral em comum é uma quimera;
o que existe é uma ética social de grupos específicos. Ora, se
aceitamos essa caracterização de nossa identidade moral, não
há razão para incorporar uma determinada concepção da
identidade moral às pressuposições de posição original. Ao
fazer isto, Rawls está se apossando de uma identidade ética
liberal dentro de uma suposta posição original neutra.
Um importante aspecto desta identidade moral de
Rawls é o conjunto de virtudes políticas que um sujeito
razoável deve adotar, que inclui tolerância, respeito mútuo,
senso de justiça e civilidade. Rawls afirma que estas virtudes
não são construídas e sim “fatos sobre as possibilidades de
construção” (ibid., p. 123). A maneira como compreendo
esta afirmação é que ele quer dizer que sem estas virtudes não
conseguiríamos construir uma concepção política que passasse
em certos testes de objetividade, como discutirei um pouco
mais tarde. Ora, parece que ele coloca estas virtudes na base da
fundação do conceito de justiça. São essas virtudes que fazem
com que uma concepção de justiça seja construída, que, por
sua vez, fornece “princípios e preceitos que identificam quais
fatos são ponderados como razões”, o que, por sua vez, fornece
“uma estrutura de raciocínio que pode ser identificada dentro
dos que são relevantes do ponto de vista apropriado e que
determinam seus pesos enquanto razões” (ibid., p. 122). Volta
a uma analise dessa estrutura de racicionio mais adiante.
Incluindo concepções de sociedade e de pessoa como
“ideias da razão prática”, Rawls privilegia concepções
específicas como tão básicas que as fazem inquestionáveis.
Para ele, como ideias da razão elas não podem ser construídas
e sim “colecionadas e montadas”. Rawls se refere a elas como
ideias que são compartilhadas por todos, “ideias fundamentais
Educ. foco, implícitas na cultura política pública” (ibid). Entretanto,
Juiz de Fora,
v. 18, n. 2, p. 195-230,
218 a tradição de cultura política pública na qual Rawls baseia
jul. / out. 2013
sua análise é heterogênea mesmo dentro dos moldes liberais. Razão e Educação
Política: Crítica de
um Fragmento da
Se incluirmos outros fios ideologias principais, tais como Ideologia Liberal
parecidas.
i. É preciso poder distinguir entre um ponto de vista
objetivo (o de agentes racionais e razoáveis) como
diferente daquele de indivíduos ou de grupos.
ii. Deve valer para acordos e juízos entre os agentes razoáveis.
iii. Finalmente, deve ser possível explicar os motivos para
desacordos, o que Rawls faz com o conceito de pesos do
julgamento.
quem?
Não é dificil ver, então, que Rawls identifique o
razoável e, por conseguinte, o ponto de vista objetivo com o
ponto de vista liberal. Em outras palavras, a “base pública de
justificação para cidadãos” (ibid., p. 115) – o acordo entre os
julgamentos que permite uma discussão pública – deve ser as
razões reconhecíveis de uma posição específica num espaço de
razões, portanto excluindo assim outras razões reconhecíveis
de outras posições. Rawls está certo ao rejeitar ao “ponto de
vista vindo de lugar nenhum”, quando ele articula a noção
de ponto de vista objetivo, insistindo que “deve sempre ser
de algum lugar”. Entretanto, o “lugar” que Rawls invoca é
um lugar social e politico bastante específico, ou seja, o da
burguesia.
A IDEIA DE RAZÃO PÚBLICA
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 18, n. 2, p. 195-230,
229 jul. / out. 2013
FILOSOFIA E EDUCAÇÃO Filosofia e Educação
em Bergson
EM BERGSON
Tarcísio Jorge Santos Pinto1
Resumo
O presente artigo tem o intuito de refletir em que sentido o
pensamento de Henri Bergson se apresenta como original e
revolucionário diante da tradição filosófico-científica de sua
época a partir da criação do conceito de duração. Além disto,
deseja ressaltar a importância do método da intuição em
sua filosofia e alguns dos seus principais desdobramentos,
especialmente no campo da educação. A partir daí,
procura discutir, em conclusão, em que sentido a filosofia
bergsoniana continua sendo capaz de trazer importantes
contribuições para a reflexão de algumas questões de nosso
tempo, iluminando-as de forma profunda e criadora.
Abstract
This article is intended to reflect in what sense the thought
of Henri Bergson presents itself as unique and revolutionary
on the philosophical-scientific tradition of his time from
the creation of the concept of duration. In addition, wish
to emphasize the importance of intuition method in his
philosophy and some of its main outcomes, especially in the
area of education. From there, try to discuss in conclusion,
in what sense the Bergsonian philosophy continues to be
able to make important contributions to the reflection of
some issues of our time, illuminating them profoundly and
creatively.
FILOSOFIA E EDUCAÇÃO
EM BERGSON
AS ORIGENS DO PENSAMENTO BERGSONIANO: A CRÍTICA
À TRADIÇÃO E UMA NOVA FILOSOFIA DA TEMPORALIDADE
Educ. foco,
se desenvolve à maneira de um sistema que estende seus tentáculos hipotético-
Juiz de Fora, dedutivos, mas seguindo o método do biologista que observa, experimenta,
v. 20, n. 2,
p. 231-250,
coloca hipóteses diretivas, sempre pronto a precisar o confuso, a enriquecer o
jul. 2015 / out. 2015 234 contorno de seu universo” (BARTHÉLEMY-MADANTE, 1967, p. 97).
Mostrando-se insatisfeito com a filosofia positivista de Filosofia e Educação
em Bergson
seguinte:
Não negamos a utilidade, a necessidade
mesmo de um ensino moral que se dirija à
pura razão, que defina os deveres e os ligue
a um princípio do qual siga, no pormenor,
as diversas aplicações. É no plano da
inteligência, e nele somente, que a discussão
é possível, e não há moralidade completa
sem reflexão (...). Mas se um ensino que
se dirija à inteligência é indispensável para
dar ao senso moral garantia e sutileza; se ele
nos torna plenamente aptos para realizar
nossa intenção quando nossa intenção for
boa, seria preciso que houvesse primeiro
intenção, e a intenção assinala uma direção
da vontade tanto ou mais que da inteligência
(BERGSON, 1991, p. 1057).
1 Entre as considerações de Bergson sobre o assunto, além das que estão presentes
no texto Le bon sens, são relevantes sobretudo as que ele faz durante uma
discussão na “Sociedade Francesa de Filosofia”, em 18 de dezembro de 1902,
sobre “O lugar e o caráter da filosofia no ensino secundário” (in Mélanges, p.
Educ. foco,
568 a 571). Ainda a respeito desse modo de Bergson entender a formação
Juiz de Fora, educacional, é bastante esclarecedor o que escreve TREVISAN,1995, p. 139
v. 20, n. 2,
p. 231-250,
ss., citando fragmentos de textos de Bergson e dos principais comentadores do
jul. 2015 / out. 2015 244 tema da educação em sua obra.
certa capacidade de lucidez, que se torna um hábito, com o Filosofia e Educação
em Bergson
1 Bento Prado Júnior, num artigo publicado na Folha de São Paulo procura
defender exatamente isso. Nele, Bento Prado apresenta uma série de
argumentos procurando defender que “o pensamento do intelectual francês
(Bergson) antecipou e pode revitalizar o atual debate filosófico”. Entre outras Educ. foco,
coisas, ele afirma que “o pensamento contemporâneo, percorrendo linhas Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
diferentes, encontrou em seu limite último algumas das ideias fundamentais p. 231-250,
de Bergson”. 247 jul. 2015 / out. 2015
Tarcísio Jorge Santos Pinto
REFERÊNCIAS
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 231-250,
249 jul. 2015 / out. 2015
EXPERIÊNCIA E AFETO EM DEWEY: Experiência e afeto
em Dewey: uma
conexão orgânica
Resumo
Experiência é uma das noções mais importantes da
concepção educacional desenvolvida no século XX, e John
Dewey é o autor mais citado quando o assunto é experiência.
Este trabalho analisa a noção de experiência na filosofia de
John Dewey, focalizando especialmente o livro Experiência e
educação. Esse exame é complementado por reflexões de Jim
Garrison em Dewey and Eros e por alguns excertos de Arte
como experiência de Dewey.
Abstract
Experience is one of the most important notions of the
educational conception developed in 20th century, and
John Dewey is the most mentioned author when the issue
is experience. This work analyses the notion of experience
in John Dewey’s philosophy, focusing specially the book
Experience and education. This exam is complemented by
reflections of Jim Garrison in Dewey and Eros and by some
excerpts of Art as experience de Dewey.
PROBLEMA E SOLUÇÃO
OU SOBRE A FORMAÇÃO
DE PROFESSORES NOS
CURSOS DE PEDAGOGIA
1
Geysa Spitz A. de Abreu
Jilvania Lima dos S. Bazzo2
Resumo
Este trabalho está inserido em uma pesquisa mais ampla
que vem discutindo a formação de professores da educação
infantil e anos iniciais do ensino fundamental em nível
superior. Considerando as contribuições conceituais e
analíticas de Bourdieu (1978; 1983; 2001) relativas à
formação cultural de estudantes advindos de distintas
classes sociais, visa-se refletir acerca dos componentes
curriculares para a formação de professores da educação
básica. Valendo-se da abordagem qualitativa (MEKSENAS,
2003; CANDAU, 2000) como horizonte epistemológico,
discute-se sobre a relação entre currículo, educação e
cultura, compreende-se o perfil dos ingressantes dos cursos
de licenciatura e busca-se entender os espaços e os tempos
destinados à ampliação cultural dos graduandos. Para tanto,
debate-se sobre uma experiência de formação inicial, no
curso de Pedagogia de uma Universidade Pública do Estado
de Santa Catarina, mediante a apreciação de algumas ações
curriculares: atividades complementares, programas de
curso/ensino e práticas de estágio curricular supervisionado.
A partir dessa discussão, concebe-se a formação cultural
Abstract
This paper is part of a wider research that has been
discussing the training of teachers from kindergarten to
college. From Bourdieu’ contributions (1978, 1983, 2001)
about concerning cultural education of students coming
from different social classes, we try to reflect on the essential
curriculum components to the basic teachers’ training.
Therefore, we chose a qualitative approach (MEKSENAS,
2003; CANDAU, 2000) as an epistemological horizon
and we discuss about relationships among curriculum
components, education and culture. We tried to understand
the undergraduates’ cultural background and we also want
to know about the learning situations have been promoting
the expansion of the students’ cultural background.
Therefore, we discuss about an experience of initial training
at the Faculty of Education at, a public university in the
state of Santa Catarina – Brazil, through assessment of some
curricular actions: complementary activities, teaching plans
and practices and supervised training. From this discussion,
we conceived cultural training of future professionals
of education as a continuous action. We think when the
pedagogy courses intended time and space to expand
the cultural repertoire of undergraduates, they have been
contributing to promotion and development the human
person and, ultimately, strengthening basic education.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 269-288,
jul. 2015 / out. 2015 270
“CURRÍCULO E CULTURA” “Currículo e Cultura”
ou sobre a formação
de professores nos
cursos de pedagogia
OU SOBRE A FORMAÇÃO
DE PROFESSORES NOS
CURSOS DE PEDAGOGIA
INTRODUÇÃO
A guisa de conclusões
O que trocam os professores e alunos quando estão em
uma relação de ensino e de aprendizagem? Possivelmente, as
concepções e os modos de relacionar e ser/fazer compartilhados
– quer sejam através de suas ações quer sejam pela explicitação
das escolhas teóricas e metodológicas – portanto, cultura (ou
seriam culturas?).
Considerando que a arte não é um dom, como muitos
ainda acreditam, e que as práticas escolares não devem ser
pautadas na imposição do padrão estético de belo do adulto
e/ou do artista consagrado, ressaltou-se, ao longo do texto, a
necessidade de oportunizar o contato dos acadêmicos do curso Educ. foco,
Juiz de Fora,
de Pedagogia com material oriundo das diferentes linguagens v. 20, n. 2,
p. 269-288,
artístico-culturais, que lhes possibilite distintas leituras da 285 jul. 2015 / out. 2015
Geysa Spitz A. de Abreu
Jilvania Lima dos S. Bazzo realidade e que promova outras reflexões e outras práticas
criativas nas instituições de educação básica.
Acredita-se que vivenciar experiências estéticas pode,
sim, estimular os acadêmicos a perceber a necessidade de
também investirem na sua própria formação cultural, o que
certamente será um diferencial no exercício de sua função
social: ser professor de crianças, jovens e adultos.
Algumas questões, contudo, ainda estão em aberto e
necessitam de outras análises e outros estudos de maior fôlego
para serem respondidas, dentre elas: Quais são as repercussões
de uma formação docente que priorize a ampliação do
repertório cultural dos professores da educação infantil e anos
iniciais do ensino fundamental?
Há uma aposta na constituição de sujeitos pela imersão
em espaços propiciadores do “livre criar” em conexão
com as diferentes formas de manifestação de ser, de viver
e de produzir dos povos em geral – arte, ciência, tradições,
costumes, culinária, moda, valores, regras etc. Existe uma
crença também na partilha dessas diferentes formas de vida,
isto é, das diferentes culturas – conforme destacou Homi
Bhabha no seu livro “O local da cultura” – como possibilidade
de abrir um caminho farto de possibilidades a ponto de os
estudantes irem além do reconhecimento e do acolhimento
das diversidades culturais, bem como das críticas aos racismos,
às discriminações e às exclusões.
Nesse sentido, outra questão que se apresenta é: os
professores egressos dos cursos de Pedagogia têm conseguido
nas suas práticas pedagógicas, oportunizar aos seus alunos a
experiência com diferentes linguagens artísticas e a vivência em
espaços educativo-culturais, para além dos muros da escola?
REFERÊNCIAS
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. 269-288,
jul. 2015 / out. 2015 288
DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA Docência Universitária
a Distância: Um Estudo
sobre o Processo de
Ensino-Aprendizagem
SOBRE O PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM NA
MODALIDADE SEMIPRESENCIAL
Walteno Martins Parreira Júnior 1
Silvana Malusá 2
Guilherme Saramargo de Oliveira 3
Resumo
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa sobre
docência universitária a distância, em cursos de formação
de professores que adotam a modalidade semipresencial.
Teve como objetivo compreender como ocorre o olhar
do professor universitário sobre sua prática pedagógica.
Utilizou-se como instrumento de pesquisa um questionário,
construído nas abordagens quanti e qualitativa, composto
por três partes: identificação/qualificação docente, conteúdo
programático e questões abertas. Os docentes atuam em
dois cursos de uma Instituição do Ensino Superior do
Triângulo Mineiro, Minas Gerais Ele foi aprovado sob o
Abstract
This paper presents the results of an investigation into
the university pedagogical practices of professors who
adopt the semipresential modality in education teaching
courses. Aimed to understand how this professional looks
upon his own practice As a survey instrument, it was
used a questionnaire, built on quantitative and qualitative
approaches, consisting of three parts: identification /
teaching qualification, syllabus and open questions. He
was approved under no. 638/11 the Ethics and Research
Committee of the Federal University of Uberlândia –
UFU. The teachers belong in two courses of a Higher
Education Institution in Minas Gerais State. The results
showed that these professionals make use of Information
and Communication Technologies –ICTs – in the process
of teaching and learning, for interaction, organization,
development of syllabuses and evaluating activities.
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p.
289-314,
jul. 2015 / out. 2015 290
DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA Docência Universitária
a Distância: Um Estudo
sobre o Processo de
Ensino-Aprendizagem
SOBRE O PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM NA
MODALIDADE SEMIPRESENCIAL
INTRODUÇÃO
recursos digitais.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2, p.
289-314,
jul. 2015 / out. 2015 314
Resenhas
CONVERSAS: HISTÓRIA Conversas: História
do Currículo e da
História da Educação
DO CURRÍCULO E DA
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Douglas Tomácio Lopes Monteiro1
EM DIÁLOGO: CONVERSAS
E ENTRECRUZAMENTOS
NOS CAMPOS DA HISTÓRIA
DO CURRÍCULO E DA
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Educ. foco,
Juiz de Fora,
v. 20, n. 2,
p. page 273-326,
325 jul. 2015 / out. 2015
Autores
Pedro Angelo Pagni
Possui livre-docência em Filosofia da Educação e
doutorado em Educação pela Universidade Estadual Paulista
(UNESP), com pós-doutorado na Universidad Complutense
de Madrid. Atualmente é professor adjunto do Departamento
de Administração e Supervisão Escolar, onde leciona a
disciplina Filosofia da Educação, e do programa de Pós-
graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências
da UNESP, Campus de Marília. Coordena o Grupo de Estudos
e Pesquisas em Educação e Filosofia (GEPEF). Atualmente
é pesquisador do CNPq e coordenador do GT-Filosofia da
Educação da Anped.
Email: pagni@terra.com.br
Márcio Danelon
Doutor em Educação (Filosofia e História da Educação)
pela Unicamp e professor Adjunto na Faculdade de Educação
da Universidade Federal de Uberlândia, atuando na Licenciatura
em Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação em Educação
da UFU, onde orienta dissertações com a temática da Filosofia
da Educação. Possui como linhas de pesquisa: 1) Fenomenologia
de expressão francesa e sua interface com a Educação; 2) Ensino
de Filosofia. É pesquisador do CNPq, desenvolvendo projeto de
pesquisa sobre o ensino de filosofia.
Email: danelon@faced.ufu.br
Samuel Mendonça
Doutor em Educação (Filosofia da Educação) -
Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é Professor
Pesquisador e Coordenador do Programa de Pós-Graduação
Stricto Sensu em Educação da PUC Campinas, Consultor
do Comitê Assessor Especial da Coordenação Geral de
Cooperação Internacional da CAPES e Assessor Científico
da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de 329
São Paulo. É presidente da Associação Latinoamericana de
Filosofia da Educação (ALFE), membro do GT 17 - Filosofia
da Educação - da ANPED - Associação Nacional de Pós-
Graduação e Pesquisa em Educação, do INPE - International
Network of Philosophers of Education, do PES - Philosophy
of Education Society e da SOFIE - Sociedade Brasileira de
Filosofia da Educação. Autor de Projeto e Monografia Jurídica.
4.ed. Campinas: Millennium, 2009. É orientador de Mestrado
e de Iniciação Científica nos seguintes temas: filosofia da
educação, formação do educador, fundamentos da educação,
metodologia da pesquisa, ética, teoria do conhecimento,
política educacional e emancipação.
Email: samuelms@gmail.com
Andrea Díaz
Doutora em Filosofía pela Facultad de Filosofía y
Letras de la Universidad Autónoma de México (Suma Cum
Laude), Diretora do Departamento de Historia e Filosofía
da Educação da Faculdade de Humanidades e Ciências
da Educação, Universidad de la República, no Uruguay.
Professora Agregada de Filosofia da Educação em dedicação
exclusiva. Investigadora do Sistema Nacional de Investigadores
nivel I(ANII). Autora de diversos livros: La construcción de la
identidad en América Latina. Una aproximación hermenéutica
(2004); El eterno retorno de lo mismo o el terror a la Historia
(2008); organizadora junto a E. Puchet do livro Inquietud
de sí y educación. Hacia un replanteo de la Filosofía de la
educación (2010). Tem sido conferencista e professora
convidada em diversos países de Europa e América Latina. Pós
doutorado pela Universidad Autónoma de Madrid. Presidiu
o II Congresso Latinoamericano de Filosofia da educação
que se realizou na Universidad de la República, Montevideo,
Uruguay, entre 21 e 23 de março de 2013.
Email: diazgena@gmail.com
330
Sílvio Gallo
Professor Associado da Faculdade de Educação da
Universidade Estadual de Campinas desde 1996. Entre
junho de 2006 e junho de 2010 atuou como Coordenador
do Programa de Pós-Graduação em Educação desta
universidade. Pesquisador do CNPq. Graduado em Filosofia
(PUC-Campinas, 1986); Mestre em Filosofia da Educação
(UNICAMP, 1990); Doutor em Filosofia da Educação
(UNICAMP, 1993); Livre Docente em Filosofia da Educação
(UNICAMP, 2009). Foi professor na Universidade Metodista
de Piracicaba entre fevereiro de 1990 e fevereiro de 2005, onde
exerceu os cargos de Chefe do Departamento de Filosofia;
Coordenador do Curso de Filosofia e Diretor da Faculdade
de Filosofia, História e Letras. Pesquisador do anarquismo e
da pedagogia libertária, procura organizar sua prática docente
universitária segundo estes referenciais. Publicou dezenas de
artigos como resultado de suas pesquisas neste campo, além
de quatro livros. Atualmente, desenvolve pesquisas na área
de filosofia francesa contemporânea e suas interfaces com
a educação, estudando autores como Deleuze e Foucault,
além de dedicar-se a investigações concernentes ao ensino
da filosofia. Sobre estes temas, publicou dezenas de artigos e
alguns livros, sendo os mais recentes Subjetividade, Ideologia
e Educação (Ed. Alínea, 2009) e Metodologia do Ensino de
Filosofia (Ed. Papirus, 2012).
Email: silvio.gallo@gmail.com
Gregorio Valera-Villegas
Pesquisador do Centro de Estudios Latinoamericanos
Rómulo Gallegos. Membro do Programa de Promoción
del Investigador (PPI-3) do Ministério de Ciência e
Tecnologia da Venezuela. Membro do Programa de Estímulo
a la Investigación y la Innovación (PEII Nivel C) del
Ministerio del Poder Popular para a Ciencia, Tecnologia.
Prêmio Municipal de Literatura 2010, Menção Ensayo del 331
Municipio Libertador del Distrito Capital, Caracas. Tem sido
conferencista convidado en universidades venezuelanas y do
exterior. Editor-Chefe de Ensayo y Error (Revista de Educación
y Ciencias Sociales). Possui varios artigos publicados em
revistas especializadas. Entre seus trabalhos pode-se destacar:
Pedagogía de la alteridad. Una dialógica del encuentro con el otro
(2002); Tiempo, relato y formación. Una lectura antropoética del
paria (2006); El lector inquieto. Formación, tiempo y cuerpo,
(2012); Una hermenéutica de la formación de sí. Lectura,
escritura y experiencia, com Gladys Madriz (2006); Las letras en
el tejido de la vida, também com Gladys Madriz, na coletânea
Literatura del yo y educación organizada por Jorge Larrosa
y Carlos Skliar; Entre Pedagogía y Literatura (2005); Entre
filosofía y filosofar. Pensamiento, infancia y ciudadanía (2009),
organizado junto com Gladys Madriz e Arleny Carpio;
Formación de la sensibilidad. Filosofía, arte, pedagogía (2011),
organizado também com Gladys Madriz e Arleny Carpio;
El Silencio y los juegos de la memoria (2003); Del habla, del
silencio, del otro. Cuaderno de Poesía (2006).
Email: gregvalvil@yahoo.com
332
Hubert Vincent
Ex-aluno da École Normale Supérieure de Paris na rue
d’Ulm, é professor “agrégé” de Filosofia na Universidade de
Rouen, Departamento de Ciências da Educação. Doutor
em Filosofia e Ciências da Educação, autorizado a orientar
pesquisas de graduação e pós-graduação, trabalha desde
1990 com questões filosóficas relacionadas com a educação
e tem publicado livros e artigos sobre o assunto, tais como O
ceticismo em Montaigne e Educação, Arte e verdade em Nietzsche,
Le “peuple enfant” chez Alain . Tem ainda se esforçado para
pensar as condições de produção filosófica do ponto de vista
pedagógico e da alteridade, a construção de um diálogo fora
da Europa, incluindo pensadores e professores na África,
em Taiwan e no Brasil. Dirigiu, entre outros, dois livros em
torno dessas questões: Cidadania Global: questões, conceitos,
problemas e Experiências de dialogo e cruzamentos de fronteira.
No Brasil, em 2013, trabalhou como professor convidado
da UNICAMP e, no mesmo período, desenvolveu, durante
7 dias, atividades acadêmicas na Faculdade de Educação da
UFJF.
Email: huvinc@gmail.com
Ralph Bannell
Doutor em Teoria Social e Política pela Universidade de
Sussex, Inglaterra. Pós-doutorado pelo Institute of Education,
Universidade de Londres. Orienta trabalhos de mestrado e
doutorado nas áreas de filosofia da educação. Publicou o livro
Habermas e a Educação (Belo Horizonte: Autêntica, 2006) e
organizou o livro Formação para a Cidadania e os Limites do
Liberalismo (Rio de Janeiro: 7 Letras/ FAPERJ, 2011).
Email: ralph@puc-rio.br
333
Tarcísio Jorge Santos Pinto
Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo,
Mestre em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro e Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de
Juiz de Fora. Publicou pela Editora Loyola o livro O método da
intuição em Bergson e a sua dimensão ética e pedagógica e vem
publicando capítulos de livros e artigos nas áreas da Filosofia
e da Filosofia da Educação. Atualmente é coordenador do
GEFILE – Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia e
Educação.
Email: tarcisio.pinto@ufjf.
Silvana Malusá
Doutora em Educação pela Universidade Metodista de
Piracicaba – Unimep, professora da Faculdade de Educação da
UFU, coordenadora do grupo de pesquisa "Desenvolvimento
profissional e docência universitária: saberes e práticas
educativas" PPGEd-UFU.
E-mail: malusa@faced.ufu.br
335
Geysa Spitz Alcoforado de Abreu
Doutora em Educação pela PUC/SP (2007) e mestre em
Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(2003). É graduada Pedagogia pela Universidade Federal do
Paraná (1999), com habilitação em Educação Infantil, séries
iniciais do Ensino Fundamental, Supervisão e Orientação
Educacional. Atualmente é professora adjunta do Centro de
Ciências Humanas e da Educação - FAED, da Universidade
do Estado de Santa Catarina - UDESC. Tem experiência
na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes
temas: formação de professores, fundamentos da Educação,
planejamento educacional, Supervisão Escolar, Educação
Infantil, Ensino Secundário e Linguagem.
E-mail: geysa.abreu@uol.com.br
336
Permutas
1. Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus Bauru
- Ciência e Educação
2. UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba) -
Comunicações – Caderno do programa de P.G.
3. Ministério da Educação (MEC) Secretaria de Educação
Especial - Integração MEC – Sec. Educação Especial
4. CEUC (Centro Universitário de Corumbá) UFMS –
Seção Biblioteca.
5. UFG (Universidade Federal de Goiânia)- Cadernos de
Educação.
6. UNIC (Universidade de Cuiabá) - Cadernos De
Educação.
7. USJT (Universidade São Judas Tadeu) - Integração –
Ensino pesquisa.
8. FAESA (Faculdades Integradas Espírito-Santenses) -
Revista de Educação da FAESA.
9. UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) - Revista
Educação Pública UFMT.
10. UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) - Núcleo
de Estudos Sobre Trabalho e Educação.
11. UFV (Universidade Federal de Viçosa) – DEBATE.
12. FAEEBA (Faculdade de Educação do Estado da Bahia) -
Revista da FAEEBA.
13. Universidade do Oeste Paulista (UNOESTE) - Biblioteca
Conselheira Nair Fortes Abu-Merhy.
14. Editora UaPÊ Espaço Cultural Barra - Espaço Cultural
Barra.
15. Cibec (Centro de Informação e Biblioteca em Educação).
16. Ibero-Amerikanisches Institut (IAI) Preußischer
Kulturbesitz. 337
17. Unitins (Fundação Universidade do Tocantins).
18. UPE (Universidade de Pernambuco).
19. USP (Universidade de São Paulo) - Serviço de Biblioteca e
Documentação.
20. Uneb (Universidade do Estado da Bahia).
21. Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso).
22. UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais).
23. Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina).
24. UEA (Universidade do Estado do Amazonas).
25. UEPA (Universidade do Estado do Pará).
26. UEPB (Universidade Estadual da Paraíba).
27. UNEAL (Universidade Estadual de Alagoas).
28. Unicamp (Universidade de Campinas) - Faculdade de
Educação.
29. UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) -
Educação e Sociedade – CEDES.
30. UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana).
31. UEM (Universidade Federal de Maringá).
32. UEG (Universidade Estadual de Goiás).
33. UEL (Universidade Estadual de Londrina).
34. Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros).
35. UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).
36. UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa).
37. UERR (Universidade Estadual de Roraima) - Multiteca.
38. UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz).
39. UEAP (Universidade do Estado do Amapá).
40. UECE (Universidade Estadual do Ceará).
41. Unicentro Paraná (Universidade Federal do Centro-
Oeste).
338
42. UEMA (Universidade Estadual do Maranhão).
43. UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná).
44. UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense) -
Biblioteca.
45. Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná).
46. Fecilcam (Faculdade Estadual de Ciências e Letras de
Campo Mourão).
47. UESPI (Universidade Estadual do Piauí).
48. UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro).
49. UESB (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia).
50. UERGS (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul).
51. UERN (Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte).
52. URCA (Universidade Regional do Cariri).
53. Uvanet (Universidade Estadual Vale do Acaraú).
54. PUC Paraná (Pontifícia Universidade Católica do Paraná)
- Revista Diálogo Educacional PUC-PR.
55. PUC Campinas (Pontifícia Universidade Católica de
Campinas).
56. PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo)
Campus Perdizes.
57. PUC-SP Campus de Consolação.
58. PUC-SP Campus de Santana.
59. PUC-SP Campus de Sorocaba.
60. PUC-SP Campus de Barueri.
61. PUC-SP.
62. PUC Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro).
63. UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense.
64. UNESP / Botucatu.
339
65. FAPA (Faculdade Porto Alegrense) -Revista Ciências &
Letras.
66. UNESP Bauru.
67. UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) - Série de
estudo periódicos do mestrado em Educação da UCDB.
68. PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul) - Revista Diálogo Educacional PUC-PR.
69. PUC-RS / Revista FAMECOS.
70. UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba).
71. UFBA (Universidade Federal da Bahia – Campus
Ondina) / Gestão em Ação.
72. UFBA (Universidade Federal da Bahia) - Revista do
Núcleo política e Gestão da Educação.
73. UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos -
Revista Entrelinhas.
74. UNESP (Universidade Estadual Paulista) Campus de
Presidente Prudente - Nuances.
75. PUC Minas Gerais (Pontifícia Universidade Católica de
Minas Gerais) - Cadernos de Educação.
76. UFU (Universidade Federal de Uberlândia) - Revista
Educação Popular.
77. UNESP Marília - Educação em Revista.
78. UFPR (Universidade Federal do Paraná) - Revista de
Textos e debates.
79. UFPA (Universidade Federal do Pará) - Revista ver
educação.
80. UFMA (Universidade Federal do Maranhão) - Revistas de
Políticas Públicas.
81. UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) -
Revista educação em questão.
82. USP (Universidade de São Paulo) - Revista Educação e
Pesquisa.
340
83. UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Revista Horizontes Antropológicos.
84. UFSM (Universidade Estadual de Santa Maria) Revista
Educação.
85. UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) - Revista
Educação Especial.
86. UEL (Universidade Estadual de Londrina) - Boletim –
Centro de Letras e ciências Humanas.
87. UCS (Universidade de Caxias do Sul) - Revista Métis.
88. UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) -
Revista Rascunhos Culturais.
89. UFV (Universidade Federal de Viçosa) - Revista Ciências
Humanas.
90. UFV - Revista Educação em Perspectiva.
91. UCB (Universidade Católica de Brasília) - Revista
Diálogos.
92. UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) -
Educação em Revista.
341
Normas para publicação
O envio dos artigos para a Revista Educação em Foco deverá
ser feito obedecendo as seguintes orientações:
1. O texto deverá ser original, comprometendo-se o articulista
em termo que estabelece a sua responsabilidade na garantia
da originalidade, bem como do compromisso de não
enviá-lo a outro meio de publicação enquanto estiver se
processando o aceite.
2. Os procedimentos do aceite são o parecer favorável
dedois membros do conselho cientifico nacional ou
internacional,ou dois pareceristas ad hoc, indicando ou
nãoreformas possíveis no texto. O texto modificado ou
contra-argumentado sobre as retificações sugeridas, caso as
tenha, será re-enviado aos pareceristas para o aceite final.
3. Quanto à formatação:
A-Página de rosto:
a) Título do artigo;
b) Resumo do artigo em Português (05 linhas) ou
Espanhol,conforme a língua original do artigo;
c) Resumo do artigo em inglês;
d) Nome e titulação do(s) autor(es);
e) Endereço e telefone de contato do autor responsável
pelo encaminhamento do artigo. E-mail do autor,
instituição que trabalha.
B- Corpo do trabalho:
a) Título: Em maiúscula e em negrito, separado do texto
por um espaço;
b) Digitação: Programa Word para Windows;
C-Formatação:
a) Papel tamanho A4;
b) Margem superior com 3,0 cm;
342 c) Margem inferior com 2,5 cm;
d) Margem esquerda com 3,0 cm;
e) Margem direita com 2,0 cm;
f) Fonte Times New Romam;
g) Tamanho da letra 12 pontos;
h) Espaçamento justificado;
i) Espaçamento entrelinhas 1,5;
j) Páginas numeradas;
k) Referências Bibliográficas: ao final do texto, de
acordocom as normas da ABNT em vigor.
l) Citações e notas: devem ser observadas as normas
daABNT em vigor.
m) Quantidade de páginas:
- Mínimo de 12 páginas;
- Máximo de 20 páginas.
4. Resenhas:
A revista Educação em Foco também publica resenhas,
que devem atender às seguintes orientações: a) devem
referir-se à obra relacionada Educação; b) devem ser
redigidas em língua portuguesa ou espanhola. No
caso de serem redigidas em língua inglesa ou francesa,
devem ser acompanhadas da respectiva tradução; c)
devem ser inéditas, conter a identificação completa
da obra e ter extensão de até 18.000 caracteres (com
espaços), incluindo, se houver, citações e referências
bibliográficas; d) devem se estruturar a partir de uma
descrição do conteúdo da obra, com fidelidade a
idéias principais, fundamentos, metodologia, bem
como análise crítica, ou seja, um diálogo do autor da
resenha com a obra; e) devem apresentar qualidade
textual em termos de estilo e linguagem acadêmica.
As etapas para avaliação das resenhas são as mesmas
usadas para artigos. 343
5. Encaminhamento:
- Pelo cadastro no site da revista no endereço
eletrônico: http://educacaoemfoco.ufjf.emnuvens.
com.br/edufoco
- Dúvidas: revista.edufoco@ufjf.edu.br
Formato: 16 x 23 cm.
Mancha: 12,8 x 18,4 cm.
Tipologia: Adobe Garamond Pro – Garamond – Alberta extralight – Miniom Pro.
Papel: Offset 90 g/m² (miolo) – Cartão Supremo 250 g/m² (capa) com laminação fosca.
Tiragem: 300 exemplares. 345