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CAD ERNO DIDÁTICO UAB/U NIM ONTES
Editoração Revisão
Andréia Santos Dias Fábio Figueiredo Camargo
Alcino Franco de Moura Júnior José França Neto
Débora Tôrres Corrêa Lafetá de Maria Cristina Ruas Abreu
Almeida Osmar Oliva
Diego Wander Pereira Nobre Wanessa Pereira Fróes Quadros
Jéssica Luiza de Albuquerque
Samyr Abdo Nunes Raim Barbosa
Eduardo Simões
Gildete dos Santos Freitas
Valdirlen do Nascimento Loyolla
CDD 378.007
M inistro da Educação
Fernando Haddad
Vice-Reitor da Unimontes
João dos Reis Canela
Pró-Reitora de Ensino
Maria Ivete Soares de Almeida
Eduardo Simões
Graduado em Filosofia pela Universidade Estadual de Montes Claros
(Unimontes) e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar). Atualmente é professor das Faculdades Unidas do Norte de
Minas (Funorte) e da Universidade Presidente Antônio Carlos (Unipac). Autor
do livro “ Wittgenstein e o Problema da Verdade” , tem experiência na área de
Filosofia, com ênfase em Filosofia Contemporânea, atuando principalmente
nos seguintes campos: Lógica, Filosofia Analítica, Filosofia da Linguagem,
Ética e Wittgenstein.
Caro Acadêmico
Lógica ........................................................................................................ 9
Formal e Ética............................................................................................. 9
Apresentação da Disciplina ........................................................................ 9
Unidade 1 - Introdução à Lógica Formal ................................................... 15
1.1 O Nascimento da Lógica .................................................................... 15
1.2 Elementos da Lógica ........................................................................... 17
1.3 A Divisão da Lógica............................................................................ 30
1.4 Referências......................................................................................... 45
Unidade 2 - Por Dentro da Aplicação da Lógica Formal ............................ 47
2.1 Introdução .......................................................................................... 47
2.2 O Quadrado Lógico............................................................................ 56
2.3 Silogismo............................................................................................ 59
2.4 Sofisma............................................................................................... 69
2.5 Verdade e Evidência ........................................................................... 78
Sites Consultados...................................................................................... 83
2.6 Referências......................................................................................... 83
Unidade 3 - Ética ...................................................................................... 85
3.1 Introdução .......................................................................................... 85
3.2 A Ética Grega...................................................................................... 86
3.3 A Ética Medieval................................................................................. 92
3.4 A Ética Moderna ................................................................................. 95
3.5 A Ética Contemporânea ...................................................................... 99
3.6 Considerações Finais ........................................................................ 103
Sites Consultados.................................................................................... 104
3.7 Referências....................................................................................... 104
Bibliografia Complementar ..................................................................... 105
Bibliografia Suplementar......................................................................... 105
Bibliografia Básica ................................................................................. 105
LÓGICA
FORM AL E ÉTICA
Apresentação da D isciplina
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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1
U N ID AD E 1
INTRODUÇÃO À LÓGICA FORMAL
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
GLO SSÁRIO : Em lógica, em relação a uma proposição, o ato de julgar (assentir, negar,
discordar, afirmar, dar como falso ou verdadeiro) se constitui naquilo que denominamos de
JU ÍZO . Através do juízo o intelecto não só apreende o objeto, mas também se assente a ele
ou se dissente dele, sendo um ato que só diz respeito ao intelecto, já que só assentimos com o
intelecto naquilo que acreditamos ser verdadeiro ou só dissentimos daquilo que acreditamos
ser falso.
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
ATIVIDADES:
Identificar as premissas e conclusões nos seguintes trechos, cada
um dos quais contém apenas um argumento:
a) Foi assinalado que, embora os ciclos de negócio não sejam
períodos, são adequadamente descritos pelo termo “ ciclos” e, portanto, são
suscetíveis de medição. (JAMES A. ESTEY, Business cycles)
b) Desde que a filosofia política é um ramo da filosofia, até a
explicação mais provisória do que a filosofia política não pode dispensar uma
explicação, por mais provisória que seja, do que a filosofia é. (LEO STRAUSS,
What is political philosophy? And other studies)
c) Quer nossa discussão diga respeito aos negócios públicos ou a
qualquer outro tema, devemos conhecer alguns, ou todos os fatos sobre o tema
de que estamos falando ou a cujo propósito discutimos. Caso contrário, não
teremos os materiais de que os argumentos são construídos. (ARISTÓTELES,
Retórica)
d) Como a felicidade consiste na paz de espírito e como a duradoura
paz de espírito depende da confiança que tenhamos no futuro, e como
essa confiança é baseada na ciência que devemos conhecer da natureza de
Deus e da alma, segue-se que a ciência é necessária à verdadeira felicidade.
(LEIBNIZ, Prefácio à ciência geral )
e) A água tem um calor latente superior ao do ar: mais calorias são
necessárias para aquecer uma determinada quantidade de água do que para
aquecer igual montante de ar. Assim, a temperatura do mar determina, de um
modo geral, a temperatura do ar acima dele.
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
GLO SSÁRIO : definiremos falácia como uma forma de raciocínio que parece correta, mas que,
quando examinada cuidadosamente, não o é.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
ATIVIDADES:
Identificar as falácias nos seguintes trechos:
a) Jamais um sopro de escândalo tocou o Senador. Portanto, ele deve
ser incorruptivelmente honesto.
b) Claro que existe Papai Noel. Mas ele não traz presentes a meninos
que não acreditam nele.
c) Mas, podereis duvidar de que o ar tem peso, quando tendes o
claro testemunho de Aristóteles, ao afirmar que todos os elementos têm peso,
incluindo o ar e excetuando o fogo?
d) Pessoalmente, Nietzsche era mais filosófico do que sua filosofia.
Suas considerações sobre o poder, a severidade e a soberba imoralidade
eram o passatempo de um jovem escolar inofensivo e de um inválido mental.
e) Senhor James, meu marido, sem dúvida merece um aumento
de salário. Mal consegue alimentar, decentemente, as crianças com o que
o Senhor paga a ele. E o nosso caçula, precisa de uma operação se não
quisermos que algum dia ele ande de muletas.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
INFERÊNCIA
palavra ‘ O ra’ que articula as duas premissas, cujo conjunto funciona como
ponto de partida, o consequente é identificado pela introdução da palavra
‘ Logo’, e funciona como o ponto de chegada, e foi extraída das duas
premissas anteriores. A terceira parte é mais sutil e difícil de ser percebida
à primeira vista. Trata-se da RELAÇÃO que existe entre o antecedente e o
consequente: através dela, vemos que, partindo das duas primeiras premissas,
temos que chegar necessariamente à terceira. Algo nos empurra, nos conduz
obrigatoriamente do antecedente ao consequente. Este ‘algo’, esta relação
mental, intuitiva e de caráter imaterial recebe o nome de inferência.
GLO SSÁRIO : quando a relação realmente existe e de fato liga o antecedente ao consequente,
estamos diante do que se chama IN FERÊN CIA VÁLID A (então, o argumento é válido ou
correto). Q uando, porém, a relação é apenas aparente, não havendo uma efetiva condução do
antecedente para o consequente, estamos diante de uma IN FERÊN CIA N ÃO -VÁLID A. Neste
caso, o argumento é não-válido ou incorreto e constitui aquilo que já denominamos de falácia.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
Quadro 1
ANTECEDENTE CON SEQ UENTE INFERÊNCIA
1. verdadeiro verdadeiro válida
2. verdadeiro verdadeiro não-válida
3. falso falso válida
4. falso falso não-válida
5. falso verdadeiro válida
6. falso verdadeiro não-válida
7. verdadeiro falso não-válida
8. verdadeiro falso válida
Quadro 2
ANTECEDENTE CON SEQ UENTE INFERÊNCIA
1. verdadeiro verdadeiro válida
3. falso falso válida
5. falso verdadeiro válida
Podemos então, com base nesse novo quadro, fazer um elenco dos
vários tipos de argumentos que é possível construir de maneira válida:
1º tipo: suponhamos que sabemos que o antecedente é verdadeiro
e a inferência é válida (possibilidade 1). Neste caso, o consequente é
necessariamente verdadeiro e o argumento é válido, permitindo o avanço do
conhecimento;
2º tipo: suponhamos que sabemos que o consequente é falso
é a inferência é válida (possibilidade 3). Neste caso, o antecedente é
necessariamente falso e o argumento também é válido, permitindo o avanço
do conhecimento.
3º tipo: suponhamos que sabemos que o conseqüente é verdadeiro
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
ATIVIDADES:
Identificar o antecedente e o consequente nos argumentos abaixo:
a) Tomar antitérmicos contra a febre produzida por infecção
bacteriana não resolve o verdadeiro problema da doença, pois esta medida
combate os efeitos e não as causas da mesma.
b) Já que os ciclos de crise do Capitalismo Contemporâneo são
identificáveis, eles são passíveis, portanto, de uma descrição que os
caracterize.
c) Sempre que observamos um eclipse da Lua, vemos que a forma da
sombra nela projetada é curva. Ora, o corpo que projeta sua sombra na Lua é
a Terra. Por conseguinte, a forma da Terra deve ser redonda.
d) Uma explicação do que deve ser a ‘Filosofia da Ciência’ exige,
como condição prévia, um esclarecimento do que vem a ser ‘Filosofia’. Com
efeito, a primeira destas disciplinas se inclui nos domínios da segunda.
e) Maria se considera bela, mas pouca fotogênica, porque, apesar
de ser elogiada por todos, nunca obteve uma foto de si mesma com a qual
ficasse plenamente satisfeita.
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
ATEN ÇÃO : um dos erros mais comuns, no campo da lógica, é o de supor que os raciocínios
dedutivos partem do geral para o particular e que os indutivos partem de casos particulares
para o geral. Isso não é nenhum absurdo, mas simplesmente errôneo.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
ATIVIDADES
Distinguir os argumentos dedutivos e indutivos, identificando as
premissas e conclusões contidas nos seguintes trechos:
a) Jim disse que as abelhas não picariam idiotas; mas não acreditei
nisso, porque já experimentara uma porção de vezes e nunca me haviam
picado. (MARK TWAIN, As aventuras de Huckleberry Finn)
b) Como o homem é essencialmente racional, o reaparecimento
constante da metafísica na história do conhecimento humano deve ter
explicação na própria estrutura da razão. (ETIENNE GILSON, A unidade da
experiência filosófica)
c) Jânio Quadros renunciou à presidência em circunstanciais
excepcionais. Ora, todo aquele que renuncia à presidência em circunstanciais
excepcionais pretende ser reconduzido triunfalmente ao poder. Portanto, o
que Jânio pretendia era isso: ser reconduzido triunfalmente ao poder.
d) Parece que a vontade de Deus é variável. Pois o Senhor disse:
Porque me arrependo de ter feito o homem . Mas quem se arrepende do que
fez tem uma vontade variável. Portanto, Deus tem uma vontade variável.
e) Pelo exame dos dados anteriores, podemos concluir também que
a proporção de analfabetos fora da Europa é significativamente maior.
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
INFERÊNCIA VÁLIDA
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
O ctópode
Aracnídeo
Aranha
INFERÊNCIA NÃO-VÁLIDA
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Invertebrado
O ctópode
Aracnídeo
O ctópode
Invertebrado
Aracnídeo
INFERÊNCIA VÁLIDA
Humano
Aracnídeo
Aranha
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
INFERÊNCIA NÃO-VÁLIDA
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Humano
Aranha
Aracnídeo
Aranha
Humano
Aracnídeo
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O ctópode
Aracnídeo
Aranha
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
Se A é B. Se A é B.
Ora, A. Ora, não-B.
Logo, B. Logo, não-A.
Se A ou B. Se A ou B.
Ora, não-A Ora, B.
Logo, B. Logo, não-A.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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2
U N ID AD E 2
PO R D EN TRO D A APLICAÇÃO D A LÓ GICA FO RM AL
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
2.1.1 Dedução
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
Todo M é B;
I é M;
portanto, I é B.
E quais as consequências podemos tirar dessa forma que nos
proporciona caracterizar o que é um argumento dedutivo? Pelo menos,
quatro consequências podemos tirar dela:
1º) Que o argumento dedutivo parte do geral para o particular, ou
do mais geral para o menos geral, ou ainda, do universal para o particular.
Começamos com o todo (“ Todo mineiro é brasileiro”) e terminamos com o
indivíduo (“ Itamar é brasileiro”);
2º) Que o consequente (a última premissa: “ Itamar é brasileiro”) é
uma inferência necessária do antecedente (das duas primeiras premissas) –
o conteúdo do que foi dito no consequente é resultado do que foi dito no
antecedente;
3º) Que o conteúdo do consequente
não excede o do antecedente (no consequente
falamos de um indivíduo, enquanto no
antecedente falamos de um indivíduo
pertencente ao conjunto de todos os indivíduos);
4º) Que o consequente não leva
a um conhecimento novo, mas organiza o
conhecimento já adquirido (a última informação
sobre a nacionalidade de “Itamar” é uma
consequência do que já se sabia sobre ele).
FIGURA 2 - Em 1880 o lógico Agora, caso queiramos, por exemplo,
inglês John Venn (1834-1923) pu-
blicou um artigo com o título “ So- certificar a validade desse argumento, uma
bre representação diagramática e boa técnica que pode ser utilizada para tal é a
mecânica de proposições e racio-
cínios” . Trabalhando na recém- técnica conhecida como diagramas de Venn.
-criada área de Álgebra de Boole Vejamos, ilustrativamente, como isso funciona:
e associando-a com a nova visão
da Teoria de Conjuntos desenvol-
vida por G. Cantor, Venn propôs
a idéia de representar as relações
entre conjuntos através de confi -
gurações de figuras no plano.
Fonte: www.wikimedia.org
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
Exemplo 2:
Todos os mineiros são brasileiros;
Itamar é brasileiro;
portanto, Itamar é mineiro.
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
ATIVIDADE:
Agora é com você! A partir do que foi apresentado até agora, construa
cinco argumentos dedutivos. Não é necessário que indique a validade ou
contravalidade dos mesmos; basta que fique atento(a) às características de
uma dedução apresentadas na página 49 .
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
2.1.2 Indução
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
GLO SSÁRIO : Casuística: em ética é a análise e classificação dos “ casos de consciência” ; dos
problemas que nascem da aplicação das normas morais e religiosas à vida humana. Acredita-
se que é possível, pela aplicação e efeito benéfico de determinada norma a um número
relativo de casos, estendê-la para todos os casos parecidos com os primeiros. Transferimos a
terminologia da Ética para a Lógica.
PARA REFLETIR: O que nessa disciplina é chamado por lógica formal, ou lógica clássica
aristotélica, é o que Aristóteles em seu O rganon, mais especificamente nos Primeiros
Analíticos (I, 24 a 10ss.), chama de disciplina que se prepara para investigar, como ciência
da demonstração e do saber demonstrativo, ou melhor, a lógica formal é um “ instrumento a
serviço da ciência” . Sua preocupação essencial é com a forma do argumento e não com o seu
conteúdo.
ATIVIDADE:
A partir do que foi apresentado sobre indução, construa cinco argumentos
indutivos levando em consideração como os mesmos se caracterizam.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
A CON TRÁRIAS E
I SU BCON TRÁRIAS O
Particulares Afirmativas Particulares Negativa
Alguns Homens são Mortais Alguns Homens não são Mortais
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
ATIVIDADE:
Indique os tipos das proposições abaixo (A, E, I, O) e posicione-as no quadrado
lógico (modifique o seu formato caso não saiba qual a posição da proposição
no quadrado) – desenhe o quadrado lógico, classificando-as:
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
PARA REFLETIR: Antes de tudo, precisamos distinguir duas coisas: no silogismo validade
não é a mesma coisa que correção (um argumento pode ser válido, mas incorreto). Quando
um argumento é válido? Um argumento é válido se qualquer circunstância que torna suas
premissas verdadeiras, faz com que sua conclusão seja automaticamente verdadeira. E,
quando um argumento é correto? Um argumento é correto se for válido e, além disso, tiver
suas premissas verdadeiras. M as, vejamos como isso funciona na prática!
Para isso, a primeira coisa que devemos fazer é constuir uma figura
de um silogismo (Preste atenção! Faremos isso passo-a-passo). Vejamos o
seguinte silogismo:
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
MU T
t U
M
t U
T
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
MU TP (A)
t U
M P
(A) - Todas essas premissas são do tipo universal
t U
TP
(A) afirmativa (tipo A) – vide o quadrado lógico.
Por fim, o que nos resta é saber se essa forma de silogismo é válida.
Para isso, aplicaremos algumas regras básicas (as oito regras do silogismo).
Mas, antes de qualquer coisa, vamos fazer alguns exercícios.
ATIVIDADE:
Apresentados os passos da construção da forma de um silogismo, agora é
com você! Desenhe a forma dos silogismos abaixo levendo em consideração
a posição dos termos (maior, menor e médio), a extensão do sujeito e do
predicado (particular ou universal) e o tipo de figura (A, E, I, O):
1- Nenhum ator dramático é um homem feliz.
Alguns comediantes não são homens felizes.
Alguns atores dramáticos não são comediantes.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
PARA REFLETIR: Como o objetivo desse mólulo não é fazer de você um especialista em
silogismos, e sim, certificar que você entenda como se aplicam essas regras do raciocínio,
cremos ser suficiente a demonstração de tais regras e suas aplicações. Não seria o caso explicar
o porquê de cada uma das regras. Para maior aprofundamento, vide Keller & Bastos (2002, p.
23-108) – bibliografia básica do módulo.
ATIVIDADE:
Agora é com você! A partir dos exemplos por nós trabalhados, determine a
validade ou invalidade dos silogismos abaixo. Não esqueça de desenhar a
figura do silogismo, indicar a extensão do sujeito e do predicado e, por fim,
definir qual é o seu tipo (A, E, I, O):
1- Todos os atenienses são gregos.
Alguns atenienses são navegadores.
Alguns navegadores são gregos.
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2.4 SOFISM A
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
que nenhum mal lhe afligirá” ; “Para soluços, nada melhor do que três goles
d’água” .
• Causa comum : nesse argumento, afirma-se que um fato é causa
do outro sem levar em consideração um terceiro fator que é causa dos dois
primeiros. Exemplo: “ A fome no mundo é causada pela falta de hábito que o
homem tem de plantar”. Seria ideologicamente possível que um governante
assim justificasse a fome do mundo, inclusive o eximiria de qualquer
responsabilidade, mas o que se vê é que se trata de um argumento falacioso
justamente por ignorar outros fatores que justifiquem a fome.
• Generalização apressada: este argumento consiste em atribuir
ao todo o que é próprio de uma parte. O fato de um caso amoroso ter
decepcionado uma mulher, visto que o seu parceiro foi-lhe infiel, não
a autoriza estender a característica de infidelidade para todos os homens.
“ Porque um ou alguns fizeram ou cometeram este ou aquele ato, não se
segue que os outros indivíduos pertencentes a tal grupo ajam da mesma
maneira” (KELLER; BASTOS, 2002, p. 27).
FIGURA 9 - Falácia
Fonte: www.divulgarciencia.com
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
onde o réu teria matado a vítima com 26 facadas. Assim o seu advogado se
pronuncia em sua defesa:
“ Não há porque se impressionar com o fato de o réu haver
matado com 26 facadas, pois isto é irrelevante, uma vez que
nenhum laudo técnico ou médico poderá indicar qual a facada
foi letal. Se a primeira, as outras 25 já teriam sido dadas num
cadáver” .
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GLO SSÁRIO : Semântica: doutrina que considera as relações das palavras com os objetos a
que elas se referem, que é a relação de designação . Cada palavra designa um objeto.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
KELLER, Vicente; BASTOS, Cleverson L. Aprendendo Lógica. 11. ed. Rio de Janeiro: Vozes,
2002.
NAHRA, Cinara; WEBER, Ivan Hingo. Através da Lógica. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2001.
PINTO , Mário. Elementos da Lógica. 4. ed. Belo Horizonte: PUC/FUM ARC, 1986.
SIMÕ ES, Eduardo. W ittgenstein e o Problema da Verdade. Belo Horizonte: Argvmentvm, 2008.
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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U N ID AD E 3
ÉTICA
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3.2.1- Sócrates
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
GLO SSÁRIO : O s sofistas foram filósofos e mestres na arte da retórica e cultura geral que
exerceram forte influência sobre o clima intelectual grego entre os séculos. V e IV a.C. A
sofística não pode ser caracterizada como uma escola filosófica, trata-se muito mais de uma
orientação genérica dada ao modo de pensar e agir de certos filósofos, entre eles Protágoras
e Górgias.
D ICA D E ESTU D O : O diálogo Críton de Platão relata uma das últimas discussões de Sócrates
com seus discípulos antes de cumprir sua sentença de morte. À proposta de fugir de sua pena
injusta, Sócrates responde com uma apologia das Leis. Reflita sobre essa atitude de Sócrates e
o significado que ela tem em relação à sua filosofia.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
3.2.2 Platão
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
a cidade, de tal modo que só poderiam ocupar este lugar aqueles que
verdadeiramente houvessem entendido que a felicidade é constituída pela
perfeita comunhão entre o bem comum e o bem individual.
GLO SSÁRIO : A Teoria das Ideias é a principal doutrina platônica que pode ser apreendida na
Alegoria da Caverna da obra República. Segundo ela o mundo sensível nada mais é que uma
cópia do mundo inteligível constituído pelas ideias perfeitas de todas as coisas. Uma vez que
a alma já participou deste mundo lhe seria possível regressar a ele e, contemplando as idéias
perfeitas, encontrar a verdadeira ciência.
PARA REFLETIR: Platão propõe a constituição de uma cidade perfeita regida pelo
rei-filósofo como forma de realização do bem supremo. Para tanto propõe uma
educação comum que selecionaria os cidadãos desde o nascimento e determinaria,
segundo suas aptidões, seu status social na cidade. Reflita sobre o papel que Platão
atribuía à educação em vista do modelo atual.
3.2.3 Aristóteles
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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PARA REFLETIR A tira seguinte apresenta certa atitude da personagem perante o comportamento
do indivíduo. Leia e reflita sobre qual postura filosófica melhor lhe representa.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
GLO SSÁRIO : A patrística é nome que se dá ao pensamento desenvolvido na Alta Idade Média
e que constituiu as bases da Teologia Cristã. No campo da filosofia há uma forte influência de
Platão e do neoplatonismo sobre os teóricos cristãos.
GLO SSÁRIO : A escolástica é a filosofia mais própria da Idade Média. Seu problema
fundamental era levar o homem a compreender a verdade revelada por meio das Escrituras.
Consistia basicamente no uso da atividade racional ou de alguma filosofia determinada para
demonstrar ou ter melhor acesso à verdade revelada.
94
Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
sua lei nas suas criaturas, delimitando o bem e o mal, a virtude e o vício,
a conduta moral passa a fazer referência a uma obrigatoriedade antes não
conhecida. Esta obrigatoriedade será o ponto central das reflexões posteriores
sobre a moral.
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
PARA REFLETIR: Nossas atitudes podem acarretar bons ou maus encontros, serem motivo de
paixões alegres ou tristes. Leia a tirinha a seguir e reflita sobre isso.
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
PARA REFLETI R: Como mostra a figura abaixo, durante a II Guerra Mundial o Estado Nazista
foi responsável pela morte de mais de 6 milhões de judeus entre outras minorias. Reflita sobre
isso levando em consideração a segunda das três máximas da ética kantiana.
3.4.3 Hegel
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
os seres humanos são seres históricos e culturais. Isso significa que há dois
tipos de vontade: uma subjetiva, a vontade pessoal enfatizada por Kant e
Rousseau, e uma vontade objetiva, inscrita na cultura e em suas instituições.
A vontade objetiva é uma vontade coletiva e impessoal que cria a própria
moralidade e é constituída pelos costumes e valores da sociedade. Assim, “a
vida ética é o acordo e a harmonia entre a vontade subjetiva individual e a
vontade objetiva cultural”. Este acordo corresponde a uma interiorização da
Cultura quando assumimos e realizamos livremente os costumes e valores de
nossa própria Cultura.
Assim, não pode haver um imperativo categórico universalmente
válido para todos os homens, mas em cada época, em cada cultura, haverá
imperativos morais determinados. Cada sociedade define seus valores, o que
nela é tido como bom ou mau, correto ou incorreto, e ser moral consiste
somente em viver de acordo com as prescrições da própria Cultura, viver de
acordo com os próprios costumes.
3.5.1 Nietzsche
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
3.5.2 O existencialismo
100
Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
PARA REFLETIR: O filme “As horas” apresenta uma história sombria que nos leva
de volta a nós mesmos e traz consigo uma profunda reflexão em torno da angústia
heideggeriana e nos faz refletir acerca de nossa existência. Reflita sobre os discursos
proferidos pelas personagens e tente identificar os traços que as aproximam da ética
heideggeriana.
DICA: O canal Futura exibe aos domingos às 13:30 o programa ÉTICA apresentado
pelo filósofo Renato Janine Ribeiro. Os temas abordados são sobre comportamento,
filosofia e subjetividade. A série problematiza questões sobre a ética presente no
cotidiano através de uma reflexão sobre as responsabilidades e escolhas que guiam
a conduta dos brasileiros. Outra dica é o programa “ Café filosófico” exibido pela
TV Cultura, a programação para 2009 tem como principal objetivo refletir acerca
de questões que envolvem o comportamento do indivíduo frente às mudanças no
mundo contemporâneo, como o amor, o sexo, os excessos e as maneiras de criar e
recriar vínculos. O programa vai ao ar na segunda-feira, quarta-feira, quinta-feira e
sexta-feira sempre às 01:30. Vale a pena conferir.
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Lógica Formal e Ética U AB/U nimontes
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Pedagogia Caderno D idático I - 2º Período
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