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br

/eduprapedpromus-e00339-2021-01-ext-ead/)

1. Introdução
Seja bem-vindo! A partir deste momento, você iniciará o estudo do curso de
Extensão Universitária denominado Educamusicando: Práticas Pedagógicas
para Professores de Música na modalidade EaD do Claretiano. Teremos muita
satisfação em desenvolvê-lo com você!

Muitos são os obstáculos que um professor encontra em sua prática cotidiana.


Na área das artes, especi�camente na música, há uma probabilidade signi�ca-
tiva desses desa�os se tornarem ainda maiores. Escassez de recursos e falta
de compreensão das diversas dimensões que envolvem o ensino de música
por parte da comunidade escolar estão entre algumas das di�culdades mais
citadas por professores de música, fazendo com que muitos cheguem a aban-
donar a pro�ssão nos primeiros anos de atuação no mercado de trabalho.
Quem nunca ouviu relatos de professores de música ou mesmo vivenciou si-
tuações como chegar no local de trabalho e não ter uma sala adequada para
trabalhar? Instrumentos padronizados para todos os alunos, então, pode ser
artigo de luxo em determinados locais. E as turmas com estudantes em níveis
diferentes de desenvolvimento musical? São di�culdades comuns a qualquer
professor de música brasileiro, principalmente àqueles que estão nas escolas
de educação básica.

No entanto, todas as situações apontadas acima podem ser amenizadas a par-


tir do estudo e re�exão sobre as obras de alguns autores consagrados da edu-
cação musical e que foram compiladas neste curso apresentado a você.

Educamusicando é um curso que propõe práticas de conjunto com ênfase na elaboração de


arranjos musicais por meio do uso de rearmonizações, que observam o nível de desenvolvi-
mento musical dos estudantes participantes e o instrumental disponível. É voltado para
professores de música em geral e estudantes de graduação da Licenciatura em música.
Nas próximas páginas, você encontrará um pouco da minha história como
professor de música, saberá das di�culdades que encontrei em ministrar as
aulas durante vinte anos de atuação pro�ssional, e a maneira como venho
conseguindo driblar as adversidades dentro da escola pública brasileira. Terá
também, acesso ao histórico da minha pesquisa de mestrado realizada no
PROEMUS, ao referencial teórico utilizado e, principalmente, às técnicas que
desenvolvidas nas aulas, tornam possível o improvável.

Ao �nal do curso, você aprenderá a colocar o foco no estudante em primeiro


lugar e, desta forma, planejar suas aulas com práticas musicais que observam
as capacidades de cada um dos alunos envolvidos, independente dos materi-
ais que disponíveis ao seu alcance. Mais do que técnicas musicais, o que pre-
tendemos é encorajar você a despertar sua criatividade e fazer do seu ambien-
te de trabalho um espaço profícuo de aprendizagem.

Lembre-se de que os exemplos apresentados podem ser amplamente desen-


volvidos, mas você não deve parar por aqui, pois o processo para uma forma-
ção de qualidade é contínuo.

Os exemplos musicais sugeridos neste material encontram-se escritos em


partituras nas versões originais, e com arranjos elaborados a partir das técni-
cas apresentadas. Todos os exemplos possuem links que direcionarão você
para os vídeos das músicas apresentadas.

Desejamos um ótimo curso e estaremos à disposição para tirar dúvidas e con-


versar a respeito de tudo que foi mostrado.

2. Informações do Curso
Ementa
De�nição de Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais. Exploração dos três
princípios da educação musical. Músicas folclóricas. Escolha de repertório.
Práticas pedagógicas coletivas. Rearmonização: arranjos pedagógicos, des-
membramento de acordes e mudança de paradigma em instrumentos musi-
cais.

Objetivo Geral
Os participantes do curso de Extensão Universitária Educamusicando:
Práticas Pedagógicas para Professores de Música na modalidade EaD do
Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas,
aprenderão as diversas possibilidades de se trabalhar em suas aulas de músi-
ca com a metodologia do Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais. Além
disso, serão capazes de criar arranjos musicais pedagógicos que utilizam da
rearmonização de músicas populares e folclóricas, que observam a capacida-
de técnica de cada aluno envolvido e o instrumental disponível.

Para isso, contarão com recursos técnico-pedagógicos facilitadores de apren-


dizagem como o Material Didático Mediacional, bibliotecas físicas e virtuais,
ambiente virtual, acompanhamento do tutor complementados por debates no
Fórum.

Objetivos Especí�cos
• Capacitar o aluno para trabalhar com práticas coletivas de ensino musi-
cal.
• Desenvolver habilidades de compor arranjos pedagógicos.
• Despertar a criatividade musical.
• Re�etir sobre as condições de trabalho do professor de música e sua atua-
ção no mercado de trabalho.
• Dialogar sobre a importância da formação continuada para o professor de
música.

Duração e carga horária


A carga horária do curso Educamusicando: Práticas Pedagógicas para
Professores de Música será de 60 horas e ele poderá ser concluído em até um
ano. Você terá todo esse período para o desenvolvimento do conteúdo e para a
realização da avaliação �nal.

3. Metodologia e sistemática de avaliação


O curso Educamusicando: Práticas Pedagógicas para Professores de
Música será realizado totalmente a distância, e deverá ser concluído em até 12
meses. No entanto, você poderá concluí-lo a qualquer momento mediante
aprovação na avaliação.

O estudo do conteúdo poderá ser realizado com �exibilidade, nos dias e horári-
os que você desejar. Trata-se de uma perspectiva autônoma, na qual você dita
o ritmo de sua aprendizagem.

Lembre-se de que você poderá utilizar a ferramenta Correio para sanar eventuais dúvidas,
realizar comentários ou descrever suas sugestões.

Ao �nal do curso, será proposta uma avaliação �nal, composta por 10 questões
objetivas. Para ser aprovado e receber o certi�cado, será preciso alcançar o
aproveitamento mínimo de 60% (seis acertos).

Atenção!
Caso tenha dúvidas sobre a organização geral do curso, clique aqui (https://md.claretiano.edu.br
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Unidade 1 – Princípios que embasam as Práticas


Pedagógicas Educamusicando

Objetivos
• Conhecer o conceito de Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais.
• Conhecer os três princípios da Educação Musical, segundo Keith
Swanwick.
• Compreender a importância de observar o discurso musical dos estu-
dantes antes de planejar as práticas.
• Estabelecer conexões entre os conceitos teóricos e a realidade de um
professor de música.

Conteúdos 

Introdução
Olá, seja bem-vindo! Vamos dar início ao curso Educamusicando: Práticas
Pedagógicas para Professores de Música apresentando, nesta primeira unida-
de, o conceito de Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais, uma metodologia
difundida mundialmente, e os três princípios para a educação musical, desen-
volvidos por Keith Swanwick.

Após entender esses conceitos você conseguirá compreender com maior cla-
reza que, algumas das di�culdades enfrentadas pelo professor de música em
seu dia a dia de trabalho, podem ser amenizadas com: estudo, re�exão sobre
sua própria prática e criatividade. Muita criatividade! Aqui, você certamente
encontrará ferramentas de auxílio e se conscientizará de que a caminhada de
um professor de música será sempre repleta de desa�os, que podem ser trans-
formados em momentos de satisfação através do aprendizado dos seus alu-
nos.

Entendendo a música como um discurso, observando o discurso musical dos alunos e bus-
cando sempre manter a �uência no processo de ensino e aprendizagem, as aulas coletivas
de música tendem a ser muito prazerosas para os alunos e grati�cantes para o professor.

Antes de darmos sequência ao conteúdo da unidade, gostaríamos de destacar


a importância de sempre observar a realidade ao seu redor e aplicar o conteú-
do aprendido na prática para que, desta forma, você crie suas próprias re�e-
xões, se desenvolva e enriqueça o debate em prol do seu crescimento e da edu-
cação musical brasileira.

Espero que você goste desse conteúdo inicial! Vamos lá?

O que é o ensino coletivo de instrumentos mu-


sicais?
Embora o nome possa parecer autoexplicativo e nesse momento o senso co-
mum possa te ajudar de alguma forma a pensar em de�nições, vamos ver co-
mo alguns dos autores mais renomados na área o de�nem cienti�camente.

Trata-se de uma abordagem que privilegia uma educação musical abrangente,


onde além da leitura, os participantes constroem o conhecimento musical
através da prática instrumental, da audição de gravações, da execução instru-
mental do professor e dos próprios alunos, transmitindo o conhecimento entre
si simultaneamente.

Agora vamos ver o que alguns renomados autores da educação musical têm a
dizer sobre o tema.

Segundo Joel Luís Barbosa (1996, p. 39-40), o Ensino Coletivo de Instrumentos


Musicais é um dos meios mais e�cientes e economicamente viáveis de se in-
serir o ensino da música instrumental na escola. O autor complementa esta
informação dizendo que o método desenvolve habilidades instrumentais, de
audição, leitura e entendimento musical.

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/uploads/sites
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/01/F1U1.jpg)
Figura 1 Joel Luís Barbosa
(http://www3.eca.usp.br
/cmu/eventos/masterclass-
com-prof-dr-joel-barbosa).

Milena Caetano (2012, p. 41) corrobora estas a�rmações ao observar em sua


prática que: o Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais proporciona o desen-
volvimento de diversos elementos tais como a percepção musical, a musicali-
dade, a valorização da prática e da vivência musical, a exploração do caráter
lúdico, o uso do repertório variado, e a aplicação da teoria musical à prática
instrumental.
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/01/F2U1.jpg)
Figura 2 Milena Caetano (https://www.correio-
braziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte
/2016/04/18/interna_diversao_arte,527931
/brasiliense-milena-tiburcio-lanca-o-disco-
canto-de-mae.shtml).

Acredito que já estejam claras algumas das qualidades da utilização do Ensino


Coletivo de Instrumentos Musicais nas aulas de música, mas isso não é tudo!

Quais re�exões você já pode fazer sobre o ensino de música e como o uso do
ensino coletivo pode te ajudar em suas aulas?

O contato com um instrumento musical é um grande estímulo para o aluno


iniciante. No entanto, o ensino propriamente dito do instrumento, voltado à
aquisição de habilidades técnicas é, muitas vezes, excludente; por privilegiar
os poucos que podem pagar pelas aulas ou que possuem um ambiente propí-
cio à dedicação exaustiva no instrumento.

O ensino coletivo passa a ser uma possibilidade acessível para uma parcela maior de alu-
nos, já que não aborda o instrumento pelo viés técnico, mas sim, como um agente facilita-
dor da aprendizagem da música.

A questão social é latente em nosso Brasil, um país cheio de riquezas e, ao


mesmo tempo, com um alto nível de desigualdade. Devemos sempre pensar
em práticas pedagógicas inclusivas, que tenham a maior abrangência possí-
vel.

Pronto para saber mais?


O que você pensa sobre a maneira como o ensino de instrumentos musicais
foi difundido desde os séculos passados? Esse pensamento é de alguma forma
excludente?

Para enriquecer seu conhecimento acerca desse tema, leia o artigo clicando
no botão ao lado.

Clique Aqui (http://www.abemeducacaomusical.com.br/revistas/revistaabem


/index.php/revistaabem/article/view/464/388)

A professora Ana Cristina Tourinho (2007, p. 1-2) postula que o ensino coletivo
é uma metodologia mais inclusiva. Segundo a autora, a maioria dos estudan-
tes inicia a prática pelo prazer de extrair sons do instrumento e poucos têm
interesse futuro em se pro�ssionalizar.

O ensino coletivo torna-se, portanto, uma metodologia viável para atender a


uma demanda mais abrangente como a da rede escolar.

Vejamos o posicionamento da professora Flávia Maria Cruvinel sobre o ensino


coletivo:

O ensino coletivo de instrumento musical pode ser uma importante ferramenta pa-
ra o processo de socialização do ensino musical, democratizando o acesso do cida-
dão à formação musical (CRUVINEL, 2008, p. 5).
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ead/wp-content/uploads
/sites/974/2020
/01/F3U1.jpg)
Figura 3 Flavia Maria Cruvinel
(https://www.isme.org/member/�avia-
maria-cruvinel).

Concordamos com a autora nesse sentido, uma vez que em nosso país ainda
prevalece o cenário de desigualdade social que tanto distancia as classes e o
acesso a que têm direito.

Antes de prosseguir, clique aqui (http://www.abemeducacaomusical.com.br/revista_abem/ed3/revis-


ta3_artigo3.pdf) para aprofundar sua compreensão sobre o Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais.

Princípios que embasam a proposta pedagógica


Após aprofundarmos nossa compreensão sobre o que é o Ensino Coletivo de
Instrumentos Musicais, é hora de entendermos alguns dos princípios que ins-
piraram o surgimento das propostas pedagógicas que denominamos
Educamusicando.
O referencial teórico que sustenta nosso trabalho é formado pelas contribui-
ções de Keith Swanwick, professor do instituto de educação musical da
Universidade de Londres, educador mundialmente reconhecido, cujas propos-
tas estão entre as mais difundidas e valorizadas. É autor da Teoria Espiral do
Desenvolvimento Musical, uma teoria de aprendizagem de música onde o co-
nhecimento emerge intuitivamente e é nutrido pela análise (FONTERRADA,
2005, p. 51).

O autor é um crítico do sistema educacional tradicional, que privilegia a leitu-


ra musical e as técnicas instrumentais. Relata que tem visto a música ser en-
sinada de maneira não musical em espaços onde há disponibilidade de recur-
sos. (SWANWICK, 2003).

Para re�etir:
Você já parou para pensar sobre como o ensino de música do século XXI ainda segue premissas do século
XIX? Isso �ca claro ao analisarmos o pensamento de grandes educadores musicais críticos dos sistemas
convencionais de ensino de música.

Swanwick (1979), defende uma aproximação ao ambiente natural dos alunos e


propõe que sejam sempre observadas suas vivências e individualidades.
Propõe o modelo C(L)A(S)P, que segundo o autor, deve fazer parte das aulas de
música. O modelo informa cinco parâmetros a serem trabalhados nas aulas,
divididos em atividades centrais e periféricas.

Quadro 1 modelo C(L)A(S)P.


Fonte: Acervo pessoal do autor.

As atividades centrais C, A e P, são consideradas indispensáveis e estão liga-


das à experiência musical do aluno. Já as periféricas L e S, entre parênteses,
devem servir de suporte à experiência musical. (SWANWICK, 1979).

Todas as contribuições de Keith Swanwick são de signi�cativa importância


para a educação musical, e também há um outro modelo apresentado pelo au-
tor, que exerceu grande in�uência na composição das práticas pedagógicas
Educamusicando.

Utilizados para nortear nossa prática, Swanwick (2003, p. 57) propõe três prin-
cípios para a educação musical. Segundo o autor, se compreendidos e tomados
com seriedade “podem informar todo o ensino musical, seja nas salas de aula
em escolas e faculdades, no ensino instrumental em estúdios ou em ambien-
tes menos formais”.
Figura 4 Keith Swanwick
(https://novaescola.org.br/conteudo
/1017/keith-swanwick-fala-sobre-
o-ensino-de-musica-nas-escolas).

Tais princípios são:

1. Considerar a música como discurso.


2. Considerar o discurso musical dos alunos.
3. Fluência no discurso musical.

Antes de prosseguir, clique aqui (https://novaescola.org.br/conteudo/1017/keith-swanwick-fala-sobre-


o-ensino-de-musica-nas-escolas) e aprofunde seus conhecimentos sobre o pensamento de Keith
Swanwick sobre a educação musical.

Após essa leitura, podemos concluir o campo profícuo que é a educação musi-
cal e quão grande é a possibilidade de crescimento das atividades pedagógi-
cas musicais nas escolas brasileiras. Mas para isso é necessário estudo, dedi-
cação e prática, muita prática.

Podemos seguir adiante? Vamos então para o primeiro princípio para a educa-
ção musical proposto pelo educador e pesquisador inglês.

Considerar a música como discurso


A primeira pergunta que pode surgir ao adentrarmos nesse tema é: O que é
considerar a música como um discurso?

O primeiro passo é estabelecer uma ligação direta entre a música e a lingua-


gem falada. Pense em como um discurso falado é elaborado. Agora, pense no
modo de aquisição da linguagem falada, desde os primeiros fonemas que emi-
timos ainda bebês até a capacidade adulta de conectar letras, que se transfor-
mam em palavras, que ao serem conectadas com sentido lógico formam fra-
ses e assim sucessivamente até a composição de um discurso.

A partir desse entendimento, vamos ao pensamento de Swanwick sobre o dis-


curso musical.

A música é um discurso impregnado de metáforas e são os processos metafóricos que ocor-


rem em nossa mente que fazem com que ouçamos sons e os transformemos em música. É,
portanto, um processo mental quase simultâneo e imperceptível.

Veja o que Swanwick diz sobre os processos metafóricos do discurso musical:

[...] o processo metafórico funciona em três níveis cumulativos. São eles: quando
escutamos “notas” como se fossem “melodias”, soando como formas expressivas;
quando escutamos essas formas expressivas assumirem novas relações, como se
tivessem “vida própria”; e quando essas novas formas parecem fundir-se com nos-
sas experiências prévias, ou para usar a frase de Susanne Langer, quando a música
“informa a vida do sentimento” [...] (SWANWICK, 2003, p. 28-29).

Para re�etir: separe um tempo para pensar sobre como podemos contextualizar um conceito teórico com-
plexo como esse com nossa prática de professores de música.

Pensou?

A resposta está em propormos práticas musicais inspiradas na forma como


aprendemos nossa língua materna, ou seja, devemos percorrer musicalmente
o mesmo caminho que os indivíduos percorrem desde o nascimento até a fase
adulta.
Segundo o autor, o professor deve trazer a consciência musical do último para o primeiro
plano, logo, a menor unidade musical não deve ser um intervalo, o tempo ou o compasso,
mas uma frase ou gesto (SWANWICK, 2003, p. 57). O educador deve ter o cuidado de não
promover uma prática baseada em exercícios técnicos ou exageradamente teórica. É neces-
sário sentir o aluno, perceber o ambiente e dosar as atividades aplicadas, sempre com sen-
tido musical.

Observamos neste ponto a importância do modelo C(L)A(S)P, que contribuiu


signi�cativamente com a proposta Educamusicando. Direcionamos nossa
prática para fazer um musical efetivo, dando prioridade aos parâmetros de
composição (em menor escala), Apreciação e Performance, atividades cen-
trais do modelo.

Considerar o discurso musical dos alunos


Swanwick (2003, p. 66-67) enfatiza que deve haver uma conversação musical,
não um monólogo. Os alunos trazem consigo sua compreensão musical e o
processo não ocorre ensinando música com história ou ditando tudo, mas sim
dando espaço para as escolhas e tomadas de decisões.

Considerar o discurso musical dos alunos é princípio fundamental adotado


pela Educamusicando.

Importante: Ao longo dos anos, percebemos que quando damos voz ao aluno e quando permitimos que ele
participe integralmente do processo de construção do conhecimento musical, discutindo ideias e arranjos,
ouvindo e tocando, escolhendo o que tocar e como tocar, permitimos que ele seja um coautor da obra
quando essa é apresentada ao público.

O resultado �nal é um processo de educação musical completo, onde o aluno


não apenas desenvolve sua habilidade no instrumento, mas se desenvolve co-
mo um todo, já que em todas as aulas está exposto à autoavaliação e a avalia-
ção dos colegas. Essa interação e o ato de se apresentar toda semana, cria uma
identidade com a música totalmente sonora e coletiva, ou seja, ele aprende
olhando, ouvindo, fazendo, aprendendo e ensinando.
Fluência no discurso musical
Ao comparar a música a uma forma de discurso, Swanwick estabelece uma li-
gação daquela com a linguagem, e a�rma que a �uência musical deve prece-
der a leitura e a escrita. Segundo o autor, a linguagem é adquirida após muitos
anos de contato com outras pessoas e na música, a �uência segue o mesmo
caminho sendo conquistada através do contato direto com outros músicos.
Esse processo ocorre “muito antes de qualquer texto escrito ou outras análi-
ses daquilo que já se sabe intuitivamente” (SWANWICK, 2003, p. 69).

Voltamos, portanto, à comparação entre a música e a linguagem falada para


compreender a importância de uma experiência musical prática e consisten-
te. De modo algum, descarta-se a necessidade de utilizar a leitura e a escrita
musical para compor o fato educacional musical, o que deve ser entendido, é
que tais atividades teóricas tem o seu devido lugar nas aulas de música.

Importante: Na prática Educamusicando, privilegiamos a �uência no discurso musical. A introdução à lei-


tura e à escrita musical ocorrem quando há o interesse e a necessidade do aluno em registrar de alguma
forma o conteúdo musical construído nas aulas. A partir dessa necessidade, introduzimos os conceitos
teóricos sempre de acordo com a prática musical executada naquela aula.

Questões autoavaliativas
Agora é o momento de você se autoavaliar!

A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu
desempenho e te dará respostas sobre a e�cácia do seu estudo até aqui. Você
encontrará algumas questões de múltipla escolha que estão diretamente rela-
cionadas aos conteúdos apresentados nesta unidade. Se tiver alguma dúvida,
retome a leitura dos conteúdos ou então entre em contato com o seu tutor!

Considerações
Nesta unidade você pôde estudar e compreender melhor alguns dos conceitos
teóricos que embasam as práticas pedagógicas Educamusicando. Esperamos
que agora você esteja consciente da importância de considerar a música como
um discurso impregnado de metáforas, esteja atento ao discurso musical dos
seus alunos, e que busque sempre a �uência nos procedimentos de educação
musical. A compreensão e interiorização desses conceitos podem te ajudar
em suas aulas de música.

Destaca-se como o Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais é uma forma e�ciente de se


trabalhar coletivamente com instrumentos na escola. Seu potencial não é excludente, pois
considera o instrumento não como um �m, mas como um meio, uma ferramenta facilitado-
ra da aprendizagem musical, possui um poder de socializar o ensino de música em todo o
país.

Na próxima unidade, veremos como colocar todos esses conceitos em prática.


Serão apresentadas algumas ferramentas práticas para montar arranjos peda-
gógicos e�cientes, desde a escolha mais interessante de repertório até um pas-
so a passo detalhado das técnicas utilizadas.

Até mais!
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Unidade 2 – Fazendo Música Musicalmente: Uma


Redundância Necessária

Objetivos
• Compreender a importância da utilização das músicas nas práticas
pedagógicas.
• Conhecer técnicas de rearmonização úteis para a prática do professor
de música.
• Re�etir sobre os paradigmas tradicionais da utilização de instrumen-
tos musicais.

Conteúdos 

Introdução
Na unidade anterior estudamos conceitos importantes, tais como o Ensino
Coletivo de Instrumentos Musicais e os Três princípios para a educação musi-
cal. Investigamos o pensamento de educadores musicais in�uentes no Brasil
e no mundo, que mostram o quanto é importante dar voz aos estudantes, ob-
servando atentamente cada uma de suas potencialidades em prol das práticas
musicais.

Nesta unidade, serão apresentadas algumas ferramentas pedagógicas importantes para o


bom desenvolvimento de práticas musicais em ambientes coletivos de ensino de música.
Além disso, você vai aprender o quão signi�cativo é acertar na escolha do repertório inicial
para suas aulas.
Iniciaremos com um pouco de teoria, mas logo passaremos à parte prática!
Vamos começar?
O subtítulo desta unidade é uma referência à tradução do título de um dos li-
vros de Swanwick, e é com ele que iniciaremos nossa prática
Educamusicando. Este livro abriu meus horizontes para um modo diferente de
pensar a educação musical. Às vezes, nossos questionamentos não são res-
pondidos, mas neste caso, as contribuições de Swanwick foram fundamentais
para despertar as respostas que estavam escondidas dentro de mim. Ensinar
música musicalmente pode parecer redundante, mas muitos professores ain-
da fogem da música para ensiná-la.

Você conhece algum professor de música que inicia o processo de educação


musical ou introdução a algum instrumento com exercícios técnicos?

Talvez você mesmo seja um desses professores e não há mal nenhum que se-
ja. Confesso que por muitos anos, antes de estudar a fundo sobre temas da
educação musical, eu mesmo iniciava as aulas com técnica instrumental.
Acreditava que uma base técnica era fundamental para o início em qualquer
atividade musical.

No entanto, o que ocorria é que muitos alunos se sentiam desmotivados com


essa prática pedagógica voltada inicialmente à técnica, pois, antes de tudo,
queriam fazer música!

Na verdade, o que ocorria era um equívoco nos pressupostos que eu conside-


rava como importantes para a construção do saber musical. Comecei, então,
um processo de questionamento sobre a minha própria prática, buscando in-
cessantemente por respostas que me ajudassem a fazer das aulas de música
um ambiente mais saudável possível. Foi esse caminho que me levou a fazer
pós-graduação, mestrado e, atualmente cursar um doutorado em educação
musical.

As respostas vieram quando optei por trazer a prática musical para o centro
das minhas atividades pedagógicas, e olhar profundamente para os anseios
musicais dos meus alunos procurando, dentro das limitações, ajudá-los em
seu caminhar.

A renovação da pedagogia musical do século XX aponta para um novo olhar


sobre a educação musical. Focar o estudo da música no aprendizado técnico
de um instrumento foi o objetivo dos conservatórios do século XIX.

Segundo Penna (2014, p. 174), tal renovação é marcada pela “participação ativa do aluno, pe-
la manipulação do material sonoro e atuação criativa”.

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ead/wp-content/uploads
/sites/974/2019
/11/F1U2.png)
Figura 1 Maura Penna (https://ufal.br
/ufal/noticias/2019/8/musica-como-
linguagem-e-tema-de-palestra-na-ufal)

Educar musicalmente signi�ca utilizar a música como agente educador,


transformador. Nosso objetivo não é desenvolver apenas habilidades técnicas,
mas educar através da música. Aqui, o instrumento musical não é um �m,
mas um meio para aprender música.

Para pensar: Quais são os seus pressupostos como educador musical? Em que você verdadeiramente acre-
dita ao ensinar música?

Cada um no seu quadrado


Antes de começar, lembre-se dos princípios que norteiam nossa prática peda-
gógica, compreendendo como fundamental fazer música musicalmente: con-
siderar a música como um discurso; observar o discurso musical do aluno e a
�uência no discurso musical.

Não podemos fazer nada diferente de música. Tudo o que será construído terá
signi�cado musical. É imprescindível que observar o que o aluno é capaz de
fazer. Por vezes, em uma mesma turma, você terá alunos de idades distintas,
níveis diferentes, credos e gostos particulares, alguns que possuem instru-
mentos e outros que possuem apenas o sonho de aprender música. Você pode
ter alunos com necessidades especiais dentro dessa mesma turma. E você
precisa ser um bom maestro para conduzir essa orquestra com muito cuidado
e sensibilidade.

No Educamusicando é importante aproveitar ao máximo toda e qualquer contribuição que o


aluno pode dar para a construção da música. Desta forma, todos participam, não havendo
exclusão, mas troca de informações, de aprendizado.

Esse pressuposto deve ser levado ao extremo e caso o aluno seja capaz de to-
car apenas uma nota, essa será a nota que ele vai tocar para participar da mú-
sica. Caso seja um aluno iniciante em uma turma já avançada – não esqueça,
estamos falando das adversidades da escola brasileira – você vai aproveitar a
contribuição dele em prol do crescimento do grupo. Caso o contrário aconteça,
em que um aluno avançado seja parte uma turma iniciante, você pode traba-
lhar, concomitantemente, parâmetros técnicos e teóricos dentro da prática
musical enquanto o grupo se desenvolve em seu ritmo.
Portanto, alunos que já têm um desenvolvimento maior, são mais exigidos
dentro da mesma música. Todos os arranjos são compostos em tempo real,
aproveitando o melhor de cada participante naquele dia, naquela música, na-
quela proposta. Há os que dominam melhor os acordes, há os que se saem
bem nas melodias. Há os que têm as divisões rítmicas correndo na veia e há
os que aprenderão com todos os outros.

Criação de um arranjo de música conhecida


A proposta é tocar uma música, preferencialmente, que todos do grupo conhe-
çam. Nem sempre isso é possível, no entanto, quando estamos em grupo cer-
tas normas são convencionadas e tudo é decidido pela maioria. É importante
ouvir a opinião deles acerca do repertório a ser trabalhado. As sugestões cos-
tumam funcionar muito bem. Uma vez que o aluno conhece a música que vai
praticar, ele se abre para um estudo mais detalhado da mesma e, quando reco-
nhece que está tocando a música de que gosta, ou que sugeriu, seu rendimento
aumenta signi�cativamente.

Na prática, em todo início a escolha do repertório é um pouco difícil. Os uni-


versos são distintos, as tendências musicais mudam com muita rapidez e mú-
sicas que o professor considera recentes, podem ser tratadas como muito anti-
gas pelos alunos. Portanto, é necessário estar aberto a negociações e manter
um bom diálogo. Com o tempo, o desenvolvimento da compreensão musical e
o resultado obtido nas aulas, fazem com que o grupo tenha con�ança no tra-
balho desenvolvido e, consequentemente, nas suas sugestões de repertório.

Tomemos como exemplo uma turma iniciante em primeiro dia de aula. Como
desenvolver uma prática musical com alunos que nunca tiveram contato com
o instrumento sem trabalhar ao menos algum aspecto técnico? É possível?

A resposta é sim. Tem sido possível nesses anos atuando na educação musi-
cal em escolas livres e, surpreendentemente, em turmas maiores, na escola
pública.

Dependendo dos alunos inscritos, da idade, do estágio de desenvolvimento


musical, do instrumental disponível, entre tantos outros fatores, pode-se tra-
balhar desde alguma melodia conhecida, até alguma música com uma
sequência harmônica pequena, com dois acordes, por exemplo. Esse contato
inicial com as aulas de música é muito importante e utilizando de músicas
que o aluno reconheça, que faça sentido para ele, pode-se de�nir um trajeto de
sucesso em sua educação musical.

A importância de se trabalhar a música coletivamente desde o princípio é ob-


servada ao longo do processo de educação musical dos alunos. A interação e
as relações estabelecidas fazem com que outras habilidades se desenvolvam
além das musicais.

O fato de observar e ser observado, ouvir e ser ouvido, tocar e ouvir ao mesmo tempo outros
instrumentos soando em partes iguais ou distintas, faz com que o aluno construa uma ideia
ampla do que é fazer música.

Trabalha-se desde o primeiro dia a percepção musical, a ideia de tempo, de


compasso, de tocar em grupo, de respeitar o volume, a dinâmica e a importân-
cia de cada participante dentro do grupo. Além disso, as relações sociais esta-
belecidas fazem com que o aluno crie vínculos e permaneça nas aulas por
mais tempo.

Barbosa destaca que o ensino coletivo aumenta signi�cativamente o percen-


tual de permanência dos alunos nas aulas.

Pronto para saber mais?


A introdução do ensino coletivo na cidade de Nova Odessa – SP, reduziu a eva-
são de 85% no ensino tradicional para 22% (BARBOSA, 1996, p. 44).

Con�rmamos em nossa prática no município de Resende - RJ, resultado se-


melhante em pesquisa realizada no ano de 2014, início dos trabalhos com o
ensino coletivo de instrumentos musicais na escola. No entanto, o resultado
foi ainda mais expressivo aumentando o número de alunos que concluíram o
ano letivo.
Para saber mais sobre essa experiência, clique no botão ao lado.

Clique Aqui (http://abemeducacaomusical.com.br/conferencias/index.php


/xregsd/regsd2016/paper/viewFile/1653/1045)

E você, já teve alguma experiência com práticas coletivas de educação musi-


cal? Já conseguiu estabelecer re�exões sobre vantagens, desvantagens, di�-
culdades e facilidades de se trabalhar com esse modelo de ensino de música?

Vamos praticar?
Passaremos, daqui em diante, à parte prática de nosso curso. Faremos um pas-
so a passo das atividades desenvolvidas para que �que claro ao leitor a manei-
ra como ocorrem as aulas de música Educamusicando.

Para o desenvolvimento das atividades é necessário ter conhecimento de har-


monia e uma noção básica de arranjo, além da curiosidade em pesquisar o re-
pertório mais adequado à sua realidade e, ainda, não ter medo de explorar no-
vos instrumentos e fontes sonoras alternativas.

No entanto, o que deve �car claro é que, muito além dos conhecimentos teóri-
cos e técnicos, a chave do conhecimento musical está em experimentar, em
buscar o novo, em se arriscar e, principalmente, criar uma identidade sonora
com as práticas pedagógicas musicais.

O passo a passo
Passo 1
Como já falado anteriormente, a escolha do repertório é um ponto muito im-
portante para desenvolvermos a atividade.

Dentre as inúmeras músicas populares tocadas nas rádios, nas novelas e di-
fundidas na internet, conhecidas por nossos alunos, faça uma revisão e esco-
lha a mais simples que encontrar. Neste momento, entenda por músicas sim-
ples, aquelas que exigirão o mínimo possível de di�culdades técnicas em sua
execução. Pode ser uma música com uma melodia de poucas notas, ou com
uma harmonia formada por um número restrito de acordes. Os parâmetros es-
tabelecidos neste ponto, são delineados de acordo com o grupo que você está
trabalhando num determinado momento.

Passo 2
Nem sempre você conseguirá desenvolver exatamente a música do universo
de seus alunos, mas pode selecionar alguma outra que seja do mesmo artista
ou do mesmo gênero musical.

Essa é uma grande di�culdade do professor de música. Encontrar um repertó-


rio adequado, que atenda às necessidades pedagógicas do professor e, ao mes-
mo tempo, seja atrativo para os alunos.

Dica do professor: A experiência docente de vinte anos nos mostra que é melhor o professor abrir mão ini-
cialmente de suas preferências musicais, dando ouvido ao repertório escolhido pelo aluno. Essa valoriza-
ção traz ao aluno uma sensação de pertencimento, muito importante para o bom desenvolvimento das
práticas musicais.
Após um tempo, você perceberá que uma relação de con�ança será estabelecida entre professor e aluno, o
que fará com que as suas escolhas musicais sejam aceitas com mais facilidade pelos estudantes. O resul-
tado pedagógico a médio e longo prazo será surpreendente.

Você impõe suas preferências musicais aos alunos? Como é estabelecida a re-
lação de con�ança entre professor e aluno nas suas aulas?

Passo 3
As minhas escolhas de repertório respeitam alguns fatores. O primeiro deles é
que sempre trabalho diretamente com violões, por ser o instrumento que te-
nho mais domínio, seguido de outros instrumentos de cordas dedilhadas ou
pinçadas como a guitarra, o cavaquinho e o baixo elétrico.

Você deve priorizar seu instrumento principal como ponto norteador do seu
trabalho coletivo, mas não precisa se prender a isso. A diversidade na escola
trouxe desa�os que me instigaram a tocar outros instrumentos como teclado,
percussões, bateria, �auta doce e �auta transversa.

O segundo fator é a escolha de uma música com harmonia simples, a mais


simples que puder encontrar. Utilizo na minha prática, frequentemente, músi-
cas brasileiras que já foram muito executadas e com uma harmonia simples,
com, no máximo, dois acordes. Caso você encontre uma música popular con-
sagrada, conhecida dos alunos e com uma harmonia formada apenas por um
acorde, utilize-a.

Veja alguns exemplos de músicas brasileiras de sucesso e que podem ser utili-
zadas em sua prática, clique para ouvir:
 Te ver – Skank
(https://www.youtu-
(https://www.youtu-
be.com/wat-
be.com/wat-
ch?v=NK88geNsUmQ)
ch?v=NK88geNsUmQ)

Pra não dizer que

 não falei das �ores –


Geraldo Vandré
(https://www.youtu-
(https://www.youtu-
be.com/wat-
be.com/wat-
ch?v=1KskJDDW93k)
ch?v=1KskJDDW93k)

La bela Luna –

 Paralamas do
Sucesso
(https://www.youtu-
(https://www.youtu-
be.com/wat-
be.com/wat-
ch?v=IDS3reWRVqM)
ch?v=IDS3reWRVqM)

Como você pôde observar, existem várias possibilidades de escolhas de reper-


tório para uma prática introdutória em educação musical. O importante é de-
senvolver uma postura de professor pesquisador, sempre em busca de materi-
ais úteis à sua prática. Essas músicas foram apenas alguns exemplos que fa-
zem sentido em determinados contextos, que podem não ser exatamente os
seus. Aí que está o grande segredo. O que queremos aqui é despertar em você
um tipo de raciocínio para que siga seus próprios caminhos, utilizando das
ferramentas que fazem sentido em seu contexto social.

O passo a passo na prática


Tomemos como exemplo hipotético uma música popular conhecida dos alu-
nos, composta na tonalidade de si maior e que utilize os acordes do I e II graus
da tonalidade - Si Maior (B) e Dó sustenido menor (C#m). A escolha da música
pode ser boa na ocasião, por ser conhecida pelos alunos, mas a tonalidade não
é adequada, pois certamente causará problemas de execução para alunos ini-
ciantes. São necessárias alterações que adequem a música ao grupo partici-
pante.

Observe as partituras abaixo e logo após fazer uma breve análise da tonalida-
de, da melodia e dos acordes utilizados, assista a videoaula explicativa que de-
monstrará e explicará em detalhes o que foi feito.

Partitura da versão original:

(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/11/F2U2.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 2 Partitura da versão original.

Agora, con�ra a partitura da versão adaptada pelas técnicas que estamos es-
tudando:

(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/11/F3U2.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 3 Partitura da versão adaptada.

Você já consegue perceber o que mudou entre as duas versões? Ainda não?
Então con�ra o vídeo abaixo!

Visualizou? Conseguiu ver na prática como funciona a proposta? Observe no o


que mudou entre as duas versões:
Quadro 1 Quadro demonstrativo.

Versão adapta-
Versão original Técnica utilizada
da

Transposição um tom
Tonalidade Si Maior (B) Lá Maior (A)
abaixo

Reinterpretação da
função
subdominante no se-
gundo acorde

para facilitar a execu-


Sequência ção dos
B, C#m A9, D7M(9)
Harmônica
mesmos sem compro-
metimento

do sentido harmônico
original

Todos tocam os dois


acordes de
forma desmembrada.
Guitarra, cava-
Cada um
Harmonia Guitarra quinho e �auta
doce
faz o que é possível
em seu nível
Melodia passa para
voz por ser
de difícil execução em
Melodia Guitarra Violão todos os

instrumentos

Não houve necessida-


de de
Compasso 4/4 4/4
alteração neste caso

Mudança de gênero
para facilitar
Gênero Reggae Balada
execução

Violão, cavaqui-
Guitarra, baixo Adequação à forma-
Instrumental nho e �auta do-
e percussão ção disponível
ce

Redução do anda-
mento para
Andamento 160 bpm 130 bpm
facilitar execução

Fonte: Acervo pessoal do autor.

O principal é compreender que as mudanças propostas tiveram como ponto


norteador facilitar a execução e inserir instrumentos que possam participar
da prática. A ideia será sempre incluir os estudantes e nunca excluí-los!

Mas como fazer?

Você pode estar se perguntando agora como as adaptações foram feitas e


quais elementos técnicos foram utilizados.
Para as adaptações nas músicas, utilizamos, neste ponto, as seguintes técni-
cas:

1. Rearmonização.
2. Desmembramento dos acordes em partes separadas.
3. Mudança de paradigma.

Vamos aprofundar nosso estudo em cada uma delas?

Rearmonização
O conceito de rearmonização está ligado às diversas modi�cações possíveis
de serem feitas na harmonia original de uma composição, de modo a trazer
novos elementos sonoros à música em questão. Frequentemente, refere-se a
alterações com a intenção de dar um caráter mais rebuscado, mais so�sticado
às composições de um determinado gênero musical.

No entanto, nas práticas Educamusicando, nossa intenção será sempre a de


realizar a rearmonização com a intenção de deixar as músicas do repertório
mais acessíveis aos alunos.

Nesse sentido, serão feitas alterações na tonalidade e, principalmente, na for-


mação dos acordes.

Dica do professor: Este é um momento muito importante, onde você deve revisitar seus conceitos sobre o
seu instrumento musical de domínio. Aqui eu falo para quem toca outros instrumentos, diferentes dos que
eu toco. Falo para �autistas, para contrabaixistas, pianistas, harpistas, bateristas e para todos os instru-
mentistas.

Sabe aquelas posições conhecidas dos acordes em instrumentos como violão,


guitarra, cavaquinho e teclado? Elas podem ser recon�guradas para se adap-
tarem ao nível dos seus alunos.

Utilize esse conceito no seu instrumento de domínio. Sempre há maneiras de


simpli�car as partes que serão tocadas e, através de uma simples rearmoniza-
ção, conseguimos uma versão muito acessível de músicas conhecidas que po-
dem ser utilizadas por iniciantes em seu primeiro contato com o instrumento.

Lembre-se de que nosso objetivo aqui é promover práticas de educação musi-


cal que façam sentido para o aluno, mesmo que ele seja um iniciante.
Portanto, objetivos de especialização técnica e re�namento harmônico terão
sua devida hora e obedecerão um processo longo de contato com a música e
com os instrumentos musicais.

Mas isso ainda não é tudo...

Desmembramento dos acordes em partes se-


paradas
Pode acontecer que mesmo que você rearmonize a música estabelecendo no-
va tonalidade e novas disposições dos acordes, ainda não seja possível para
alguns alunos a executarem nos primeiros contatos com as aulas de música.
Como estamos falando, primordialmente, de ambientes de ensino coletivo de
música, tire proveito desse fator. Conseguimos isso desmembrando os acordes
em pequenas partes. O conceito seria semelhante, guardadas as devidas pro-
porções, a uma orquestra onde cada instrumento faz seu desenho melódico e o
conjunto forma o desenho harmônico. Cada aluno deve fazer o que é possível
a ele e haverá ocasiões em que para garantir sua participação no conjunto, as
partes tenham que ser simpli�cadas até o limite.

Mudança de paradigma
Um terceiro ponto importante e complementar ao parâmetro anterior é não se
prender ao paradigma dos instrumentos harmônicos serem utilizados somen-
te para harmonizar e os melódicos serem os responsáveis pela melodia das
músicas. No ambiente diversi�cado da escola, ocorre, frequentemente, de alu-
nos que participam com instrumentos harmônicos terem habilidade mais de-
senvolvida do que outros que utilizam instrumentos melódicos. Há turmas on-
de não há instrumentos melódicos e você deve aproveitar aquele aluno mais
habilitado e dar a ele a responsabilidade de conduzir a melodia, ou parte dela.
Em contrapartida, nem sempre os alunos que participam tocando instrumentos melódicos
estão habilitados musicalmente para tocar a melodia original das músicas. Neste caso, ela-
bore linhas melódicas simples, adequadas ao nível do aluno e que complementem o con-
texto harmônico da música selecionada.

Durante o ano letivo, alguns alunos evadem e outros entram na turma e o tra-
balho não pode parar, tampouco voltar ao começo. Saber lidar com essas in-
constâncias no grupo é realidade do educador musical brasileiro e o domínio
dessas três técnicas vai possibilitar a você desenvolver um trabalho constante
de educação musical, sempre utilizando as músicas de modo contínuo e inin-
terrupto.

Desenvolva, a partir de agora, em outras músicas, os conceitos que foram mos-


trados. É um exercício difícil no início, mas com a prática, �ca natural e o re-
sultado musical é muito satisfatório.

Aprimore seus conhecimentos


Muitas são as práticas pedagógicas existentes. Cabe ao educador musical
conhecê-las bem para compor seu repertório de técnicas e práticas que serão
utilizadas nas aula. No entanto, também é tarefa do educador musical re�etir
criticamente sobre as práticas existentes, observar sua própria realidade e rea-
lizar as modi�cações necessárias diante de seu contexto.

Para saber mais, leia Música(s) e seu ensino (https://www.academia.edu


/40062407/Maura_Penna_M%C3%9ASICA_S_e_seu_ensIno) de Maura Penna.
Além disso, aprimore também seus conhecimentos acerca da Harmonia e dos
processos de rearmonização em Cadernos de Harmonia (http://fasts-
trings.com/marco-pereira-cadernos-de-harmonia-volume-1.html) de Marco
Pereira, necessários para compor arranjos pedagógicos.

Questões Autoavaliativas
Agora é o momento de você se autoavaliar!
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu
desempenho e te dará respostas sobre a e�cácia do seu estudo até aqui. Você
encontrará algumas questões de múltipla escolha que estão diretamente rela-
cionadas aos conteúdos apresentados nesta unidade. Se tiver alguma dúvida,
retome a leitura dos conteúdos ou então entre em contato com seu tutor!

Considerações
Nesta unidade você pôde compreender a importância da utilização das músi-
cas nas práticas pedagógicas. Ainda que tratar desse assunto possa parecer
uma redundância, há inúmeros casos de professores que não dedicam o tem-
po necessário em suas aulas para fazer música, recorrendo a exercícios técni-
cos e conceitos teóricos que, muitas vezes, afastam o aluno do objetivo primor-
dial das aulas de música, que é a prática musical e o desenvolvimento da mu-
sicalidade.

Além disso, você teve contato com uma proposta de rearmonização que coloca
o aluno no centro da prática pedagógica, uma técnica que observa as capaci-
dades individuais da turma com a qual você estará trabalhando e com a qual
poderá desenvolver trabalhos preciosos em conjunto.

Finalizamos essa unidade re�etindo sobre os paradigmas tradicionais da uti-


lização de instrumentos musicais e você pôde observar como uma visão dos
instrumentos musicais distinta da hegemônica pode auxiliar em sua prática
como professor de música.

Na próxima unidade, abordaremos essencialmente a parte prática do nosso


curso e você terá acesso a arranjos pedagógicos ilustrados em partituras, além
de videoaulas que demonstram em detalhes como podemos pensar as aulas
de música a partir dos conceitos Educamusicando.
(https://mdm.claretiano.edu.br

/eduprapedpromus-e00339-2021-01-ext-ead/)

Unidade 3 – Voltando no Tempo

Objetivos
• Compreender as di�culdades de um aluno iniciante.
• Desenvolver novos pensamentos sobre o ensino de instrumentos mu-
sicais.
• Aprender técnicas de realização de arranjos com o uso de melodias
folclóricas.

Conteúdos 

Introdução
Na unidade anterior estabelecemos a importância de mantermos o foco de
nossas práticas pedagógicas nos alunos, evitando todo e qualquer rótulo ou
classi�cação que possa criar barreiras que di�cultem os processos de ensino e
aprendizagem.

Aprendemos que a utilização de músicas do cotidiano dos alunos é funda-


mental para estabelecer uma relação de con�ança entre professor e estudante
e, além disso, entendemos que o objetivo primordial é a prática musical em de-
trimento de um estudo técnico instrumental.

Nesta unidade serão estudadas práticas pedagógicas com o uso de músicas


folclóricas como ferramenta útil ao professor que trabalha em ambientes de
ensino musical coletivo.

Serão propostas algumas atividades práticas que devem, dentro das possibili-
dades, serem realizadas para que você entenda perfeitamente como é o pro-
cesso de ensino e aprendizagem de um aluno iniciante. Tais atividades foram
desenvolvidas em ambientes reais de educação musical, com estudantes dos
mais variados níveis e condições.

Vamos em frente?

Invertendo os papéis: sentindo como o estu-


dante sente
Esse princípio é muito importante para que se compreenda como é aprender
música. Como todo professor de música, certamente já tocamos um instru-
mento há, pelo menos, alguns anos. Já sabemos com facilidade as escalas, al-
terações, modos e acordes. No entanto, nossos alunos chegam, normalmente,
com pouca ou nenhuma habilidade desenvolvida em algum instrumento e,
frequentemente, sem saber nada da parte teórica.

Para criar uma proposta que realmente funcionasse no ambiente das escolas
de educação básica, foi necessário despir-me da vestimenta de professor e
voltar a ser aluno. Arriscar-me a tocar outros instrumentos que não tocava e
pensar musicalmente neles, foi importante para desenvolver essa habilidade
de sentir como o aluno sente, suas di�culdades, angustias e satisfações.

Imagine um ambiente totalmente favorável para a prática musical. Uma sala confortável,
climatizada, acusticamente tratada. Alunos super dedicados e comportados, todos no mes-
mo nível de aprendizado e tocando o mesmo instrumento.

Visualizou?

A aula de música seria perfeita, todos aprenderiam e desenvolveriam um lin-


do trabalho musical. No entanto, desconstrua essa imagem, pois ela ainda não
é nossa realidade. E mesmo assim, você vai ser cobrado para desenvolver um
ótimo trabalho.

Qual é a sua realidade de trabalho?


Você tem boas condições de trabalho?
Quais são suas atitudes diante da sua realidade?

Foi pensando nisso que surgiu a ideia de voltar a ser aluno. Olhar profunda-
mente para nossos alunos é fundamental para propormos atividades realmen-
te signi�cativas e que tenham bom resultado.

Mas, o que é voltar a ser aluno?

Voltar a ser aluno é começar do zero. Portanto, pegue agora um instrumento


que nunca tocou e faça música com ele. Toque, crie, acompanhe músicas.

Dica do professor: Essa é uma proposta que você deve mesmo empreender. Lançar-se ao novo, ao desco-
nhecido, mas de uma maneira re�exiva, observando quais são as distintas di�culdades que existem ao se
aprender um novo instrumento.

No �nal, você entenderá a importância dessa proposição e conseguirá aplicar


as próximas técnicas com seus alunos de qualquer nível.

Criação de um arranjo com um instrumento


que não seja do seu domínio
Se você tentou desenvolver o passo anterior, certamente esbarrou nas di�cul-
dades de começar a se desenvolver em um instrumento novo. , precisei dar
um passo atrás, no sentido de encontrar temas ainda mais simples do que os
veiculados normalmente nas rádios, TVs e internet. O processo de promover
aulas práticas torna-se, às vezes, complexo e podem surgir di�culdades de re-
alização da estratégia com músicas populares conhecidas dos alunos.

Uma solução viável para estes casos é a utilização de melodias folclóricas. Por
serem frequentemente simples, de curta duração e de fácil memorização,
tornam-se uma ferramenta muito útil para as aulas de música.
Lembre-se: quando há sentido musical, o rendimento é sempre maior.

Durante as aulas percebemos no ato a diferença de receptividade a uma ativi-


dade proposta quando ela é trabalhada por meio de uma música. Há uma dis-
tância considerável entre o entendimento sobre música do professor e o de
seus alunos, e na ânsia de capacitá-los podemos incorrer no erro de exagerar
nos conceitos teóricos e exercícios técnicos, o que nos afasta enquanto seres
sociais e afetivos em sala de aula.

Não é que exercícios técnicos não possam ser utilizados nas aulas, porém,
quando tratamos de educação musical na escola, com vários alunos ao mes-
mo tempo, a utilização de músicas otimiza muito o nosso trabalho, pois há
uma identi�cação imediata do aluno com a atividade e com o seu próprio con-
ceito sobre a música. É mais um momento em que o professor deve se colocar
como um mediador do processo de ensino e aprendizagem, dando voz aos es-
tudantes e observando seus entendimentos sobre música.

Ao entrar em sala de aula e perguntar aos alunos o que eles entendiam por
música, pude vê-los responderem em diversas oportunidades que música era
aquilo que escutavam no rádio ou até mesmo no celular. E os seus alunos, co-
mo de�nem música? As respostas podem dar bons direcionamentos ao seu
trabalho!

A escolha deste repertório é, primordialmente, pedagógica. Tiradas do livro 500 Canções


Brasileiras de Ermelinda Paz, estas melodias foram selecionadas por serem de curta dura-
ção, de divisões rítmicas simples e com poucas notas, possibilitando o desenvolvimento de
um trabalho em qualquer atividade musical utilizando ou não instrumentos.

O critério utilizado para a organização foi partir do mais simples para o mais
complexo. Portanto, começamos com melodias de dois, três e quatro sons su-
cessivamente.

As músicas estão escritas na tonalidade de dó maior, mas devem ser utiliza-


das na tonalidade que mais se adeque ao grupo participante.
Preparados e preparadas para a prática? Então vamos lá!

Deixamos agora sugestões de cinco canções folclóricas com arranjos pedagó-


gicos explicados em partitura e videoaula para você iniciar seu trabalho. A
partir daí, voe o mais alto que puder, pois são centenas de melodias que po-
dem ser trabalhadas nas aulas de música, das mais variadas formas.

As partituras das músicas originais e das versões estão dispostas neste mate-
rial, e os vídeos com demonstrações e explicações podem ser acessados nos
links presentes abaixo de cada versão das músicas.

Música 1 – Lê lê lê

(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F1U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 206).
Figura 1 Lê lê lê.

Letra

Lê lê lê lê lê lê

Tudo nois já sabe lê

Partindo de uma melodia de dois sons, podemos trabalhar com facilidade na


maioria dos instrumentos. A proposta é que todos iniciem tocando a melodia
para conhecer a música e, a medida em que o grupo for se desenvolvendo, a
atividade vá ganhando corpo e novas partes sejam criadas.
Enquanto os alunos executam a melodia e vão criando intimidade com o ins-
trumento, o professor deve conduzir uma harmonia e, ao longo da prática, ir
variando os acordes, reinterpretando as funções e rearmonizando o trecho, pa-
ra que os alunos sintam o diferente colorido das variações harmônicas en-
quanto tocam a melodia.

Veja a versão modi�cada. Foram usadas técnicas de rearmonização e criação


de arranjo pedagógico.

(https://mdm.claretiano.edu.br/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019/12/F2U3.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 2 Partitura da versão com cifragem de acordes.

Quer ver na prática como �cou o resultado? Assista ao vídeo abaixo para con-
ferir essa versão.
Música 2 - O leme me chamô

(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F3U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 192).
Figura 3 O leme me chamô.

Letra

O leme me chamô de frade

Sou frade mas não sou ninguém


A proposta é semelhante à trabalhada na música anterior. Os alunos começam
tocando a melodia, mas desta vez, há uma evolução ao longo da música para
exempli�car uma das possibilidades. A formação utilizada será a de �auta do-
ce e violão, e o tom escolhido para aproveitar as facilidades destes instrumen-
tos foi o de Lá maior. A melodia será responsabilidade da �auta que tocará as
notas lá e si, bem fáceis de serem tocadas, e o violão fará o acompanhamento
nas cordas soltas do instrumento, também muito simples de ser tocado.

As técnicas utilizadas foram as de rearmonização, mudança de tom, mudança


de paradigma sobre a função do violão na música. Nesta versão, a �auta exer-
ce o seu papel primordial, que é a execução da melodia. O violão, no entanto,
não executa os acordes, como de costume, mas pontua a harmonia apenas
com a execução de baixos. É uma maneira muito simples e prazerosa de se co-
meçar a tocar o instrumento.

(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F4U3.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 4 Partitura da versão para �auta doce e violão.

Antes de prosseguir, veja no vídeo como �cou o resultado na prática.


Música 3 - Canção de desa�o

(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F5U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 143).
Figura 5 Canção de desa�o.

Letra
Tá com medo tabaréu?

Minha pipa é de papel

Neste exemplo, a melodia da música é, aparentemente, mais complexa.


Perceba que executar arpejos em determinados instrumentos não é uma tare-
fa tão simples, o que di�cultaria a utilização da música como material pedagó-
gico para uma aula de música com foco em iniciantes.

No entanto, a melodia será tocada pelo cavaquinho para aproveitarmos as fa-


cilidades que a sua a�nação proporciona. O Arranjo será pensado a partir dele,
pois para tocarmos essa melodia basta dedilhar suas cordas soltas. Será feito
na tonalidade de Sol Maior e, então, desmembrado para os outros instrumen-
tos. Utilizaremos nesta versão o cavaquinho, o violão (também utilizando so-
mente cordas soltas), e a �auta doce tocando as notas sol, si e ré.

(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F6U3.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 6 Partitura da versão para cavaquinho, �auta doce e violão.

Vamos ver como �cou o resultado? Assista a aula explicativa deste exemplo
no vídeo a seguir.

Com base nas partituras e no vídeo, você pode descrever os pressupostos


Educamusicando que foram utilizados na música anterior?

Veja que neste caso utilizamos todas as premissas abordadas nas unidades
anteriores. Foi preciso observar o grupo participante e o instrumental disponí-
vel, o que ainda não é o bastante. Recorremos, então, aos artifícios da rearmo-
nização e da mudança de paradigma sobre a função de cada instrumento na
música. A �auta, que normalmente executa a melodia, faz um complemento
harmônico em mínimas. O violão, que normalmente é o responsável pelo
acompanhamento harmônico, faz somente uma marcação nas cordas soltas
ré e sol, em semínimas. Já o cavaquinho, que, embora possa ser utilizado com
função solista, normalmente é o responsável pelo acompanhamento harmôni-
co com uma carga rítmica, foi pensado aproveitando que o arpejo das cordas
soltas representa exatamente a melodia da música folclórica em questão.

Veja que a tarefa de ensinar sempre utilizando músicas não é tão simples
quanto parece, exige do professor uma intensa e insistente atitude pesquisa-
dora para descobrir caminhos pedagógicos que funcionarão como atalhos no
processo de ensino e aprendizagem em música.

Música 4 - São João Batista

(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F7U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 207).
Figura 7 São João Batista.

Letra

São João Batista Batista João

Batizou a Cristo no rio Jordão

Para o desenvolvimento desse arranjo pedagógico, será explorado somente o


violão.

O que pretendo ilustrar aqui é a possibilidade de atingirmos um resultado mu-


sical satisfatório, desmembrando as partes harmônicas e melódicas e as dis-
tribuindo aos quatro violões. Colocaremos os conceitos estudados anterior-
mente com a intenção de explorar as facilidades do instrumento. Para isso, se-
rá composto um arranjo para quatro violões explorando as cordas soltas e, no
máximo, utilizando dois dedos da mão esquerda para executar a música.

Todos esses artifícios foram pensados com o intuito de promover uma prática musical in-
clusiva, onde em uma mesma música possam participar alunos em diferentes níveis de de-
senvolvimento musical.

O tom utilizado será o de Mi maior.

Ao pensarmos o violão da maneira como é normalmente utilizado, �caria


muito difícil executar a música. Para adequar essa melodia à proposta peda-
gógica, foi preciso mudar o paradigma acerca da maneira como o violão pode
ser utilizado.

Veja como �cou a partitura da versão para quarteto de violões.

(https://mdm.claretiano.edu.br/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019/12/F8U3.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 8 Partitura da versão para quarteto de violões.

Será que �cou interessante? Con�ra o resultado sonoro e as explicações sobre


essa atividade no vídeo baixo.

Música 5 – Moçambique

(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-
ext-ead/wp-content/uploads/sites
/974/2019/12/F9U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 378).
Figura 9 Moçambique
Letra

Andandu pelo mundo oi nois viemo comandá

Até agora realizamos adaptações sempre pensando em práticas inclusivas,


que atendam estudantes de música em distintos estágios de desenvolvimento
musical, mas que não excluam aqueles que são iniciantes.

No entanto, as práticas pedagógicas Educamusicando propõem caminhos cri-


ativos e diversos, que podem servir até mesmo aos alunos em estágio avança-
do.

É exatamente para esses casos que desenvolvemos o modelo a seguir.

Faremos neste último exemplo um caminho inverso para mostrar as in�nitas


possibilidades de trabalharmos as aulas utilizando os conceitos até aqui abor-
dados.

Partiremos de uma música de melodia e harmonia simples para um arranjo


mais elaborado com in�uência jazzística, que utiliza guitarra e contrabaixo,
além do violão. Esse padrão de arranjo deve ser utilizado quando encontrar-
mos, em um mesmo grupo, alunos com níveis muito diferentes de desenvolvi-
mento musical.

O tom foi mantido em Dó maior, mas houve alteração na fórmula original do


compasso, que passou de binário para quaternário e ainda, na completa rear-
monização da música.

Veja a partitura da versão para guitarra semi-acústica, violão e baixo elétrico.


(https://mdm.claretiano.edu.br/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019/12/F10U3.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 10 partitura da versão para guitarra semi-acústica, violão e baixo elétrico.

Antes de seguir adiante, veja em detalhes todo o procedimento de criação e


execução desta atividade.
Observe como são múltiplas as possibilidades de desenvolvimento de práticas
pedagógicas, a partir dos pressupostos do Educamusicando.

No entanto, há um detalhe muito importante a ser levado em conta.

Todas as versões mostradas acima devem servir como embasamento para que cada profes-
sor crie suas próprias versões, observando sua realidade de trabalho. Podem ser aplicadas
para os instrumentos citados, mas experimentadas em qualquer outro a sua escolha. Foram
utilizados: violão, guitarra, cavaquinho, �auta doce e contrabaixo, pois são os instrumentos
que estão inseridos na minha realidade musical. Porém, não devem servir, de modo algum,
para restringir seu campo de trabalho. O objetivo principal é transmitir um modo de pensar
as aulas de música tendo a prática musical como centro das atividades pedagógicas e isso
deverá ser feito em qualquer ambiente onde se propõe a Educação Musical.

Quando não houver instrumentos padronizados para todos, utilize os que es-
tão disponíveis. Quando não for possível o uso convencional dos instrumen-
tos, utilize-os de forma alternativa. Quando não houver instrumentos, cons-
trua alguns com materiais recicláveis. E quando não houver essa possibilida-
de, utilize das técnicas aqui apresentadas em arranjos para o corpo e a voz. A
ideia é que a metodologia seja expandida e que possa ser utilizada qualquer
fonte sonora, assim como já realizei diversas vezes em contextos reais.

Aprimore seus conhecimentos


Tratamos dos arranjos pedagógicos e abordamos no �nal possibilidades de
construção do conhecimento musical em ambientes onde não há instrumen-
tos musicais. Tal característica exige do professor um aprofundamento sobre
o fenômeno sonoro e suas possibilidades.

Para entender mais sobre o assunto e compreender melhor sobre as potencia-


lidades dos sons cotidianos, deixamos aqui duas sugestões de leitura, ambas
de Murray Schafer: A A�nação do Mundo: uma exploração pioneira pela histó-
ria passada e pelo atual estado do mais negligenciado aspecto do nosso ambi-
ente: a paisagem sonora; e Educação Sonora, onde o autor apresenta uma série
de exercícios auditivos, muito funcionais para trabalharmos em sala de aula.
Esse conhecimento será muito útil para enriquecer suas aulas de música.

Questões Autoavaliativas

Considerações
Nesta unidade você aprendeu a importância de retomar pensamentos acerca
da sua iniciação musical, revivendo anseios e di�culdades apresentadas
quando começou a estudar música. Essa proposta tem como objetivo primor-
dial colocar a sua atenção nos obstáculos enfrentados pela maioria dos estu-
dantes de música em seu contato inicial com um instrumento musical, e que
são, por vezes, ignorados pelos professores de música. Além disso, reiteramos
a importância de não perdermos o foco da prática musical e do estímulo à
musicalidade privilegiando a utilização de exercícios técnicos e a exploração
exagerada de conceitos teóricos.

Observamos que em determinadas ocasiões, será difícil encontrar músicas co-


nhecidas pelos alunos para realizarmos nossas práticas musicais, mas, para
essas ocasiões, encontramos nas melodias folclóricas um extenso material de
trabalho. Com a elaboração de arranjos pedagógicos, como os que foram de-
monstrados neste curso, que visam a capacidade individual de cada integran-
te e o instrumental disponível, você será capaz de promover práticas pedagó-
gicas profícuas e agradáveis à você, professor, e aos seus alunos.

Na próxima unidade, faremos uma revisão de todos os conceitos estudados


até aqui, para que você conclua o curso com uma signi�cativa compreensão
de tudo o que foi estudado.
(https://mdm.claretiano.edu.br

/eduprapedpromus-e00339-2021-01-ext-ead/)

Unidade 4 – Revisão e Aplicação

Objetivos
• Revisar os conceitos teóricos trabalhados durante o curso.
• Fixar os princípios que embasam o Educamusicando.
• Re�etir sobre o papel do professor de música como um agente que
contribui para a transformação da sociedade por meio da música.
• Exercitar as propostas pedagógicas Educamusicando.

Conteúdos 

Introdução
Agora que você já está familiarizado com a proposta pedagógica
Educamusicando, é hora de exercitar.

Gostaríamos de convidá-lo a colocar em prática tudo o que aprendeu até aqui.


É muito importante que o conhecimento construído neste curso seja aplicado,
para que você possa experimentar todas as ferramentas pedagógicas compar-
tilhadas e, principalmente, para que possa �xar todo o conteúdo.

Também é importante que você faça uma re�exão acerca da função do professor enquanto
agente facilitador das transformações necessárias, as quais carecem a sociedade. Neste es-
paço, gostaria de propor que você pensasse sobre o seu papel de educador e de que maneira
poderia contribuir para a transformação do mundo.

Na nossa área, particularmente, temos uma ferramenta incrível que é a músi-


ca! Você já pensou no potencial transformador que a arte possui e em como
você pode fazer parte dessa transformação? Já se perguntou sobre o cenário
artístico musical atual e como você pode intervir nele com propostas musi-
cais? Pois então é hora de mergulhar nesse oceano e fazer parte dessa trans-
formação que a sociedade precisa! A arte e, no nosso caso, a música, tem o po-
tencial de trabalhar e despertar a sensibilidade individual e a percepção, ca-
racterísticas muito importantes para o estímulo da criatividade. Desse modo,
estimulando a criatividade de nossos alunos, estaremos contribuindo para
formar cidadãos críticos e atuantes no mundo, dispostos a transformar a reali-
dade.

Particularmente, acreditamos que essa é a função do professor, a de educar


para a liberdade e para a transformação.

E você, em que acredita?

Mãos à obra?
Ao conduzir uma atividade musical observando os princípios
Educamusicando, certi�que-se dos seguintes passos:

1. Observe o grupo participante.


2. Certi�que-se do instrumental disponível.
3. Extraia o melhor que cada um pode oferecer às atividades.
4. Dê valor a todos os participantes.

Não se esqueça dos princípios que norteiam as práticas Educamusicando:

1. Considerar a música como um discurso.


2. Considerar o discurso musical dos alunos.
3. Fluência no discurso musical.

Após escolher as músicas que serão trabalhadas, utilize as técnicas de:

1. Rearmonização.
2. Desmembramento dos acordes em partes separadas.
3. Mudança de paradigma.

Bom trabalho!

Questões Autoavaliativas
Agora é o momento de você se autoavaliar!

A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu
desempenho e te dará respostas sobre a e�cácia do seu estudo até aqui. Você
encontrará algumas questões de múltipla escolha que estão diretamente rela-
cionadas aos conteúdos apresentados nesta unidade. Se tiver alguma dúvida,
retome a leitura dos conteúdos ou então entre em contato com seu tutor!

Considerações Finais
Querido estudante, parabéns pela realização do curso Educamusicando!
Espero que os conteúdos construídos aqui tenham contribuído para a sua
transformação, não só como professor, mas também como ser humano.

O fazer pro�ssional do educador exige muito estudo, dedicação e compromis-


so com o próximo. Além disso, o afeto é uma das condições para o desenvolvi-
mento do nosso trabalho, independente de estarmos lidando com crianças,
adolescentes, adultos ou até mesmo com idosos.

É nesse sentido que o Educamusicando foi desenvolvido, primeiro como um


método de trabalho e, posteriormente, como um curso que compartilha pensa-
mentos e práticas pedagógicas em educação musical. Portanto, tem-se como
princípio, estabelecer um olhar afetivo com o próximo, sem intenções de rotu-
lar ou classi�car, mas, principalmente, acolher todos aqueles que, como nós,
amam a música e dela querem fazer parte.

Do ponto de vista pedagógico, acreditamos que o professor deve buscar sem-


pre estabelecer uma prática embasada nos preceitos da pesquisa cientí�ca e
da crítica, pois só assim conseguirá potencializar os efeitos de sua prática do-
cente. O professor de música deve ser, antes de tudo, um pesquisador em bus-
ca do novo, do que ainda não foi descoberto, e deve estimular essa qualidade
em seus alunos para que esses, munidos de um despertar criativo, sejam
agentes da transformação social da qual nosso país tanto precisa.

Educamusicando é uma proposta pensada, experimentada e aperfeiçoada no ambiente da escola pública


brasileira, precisamente, no interior do estado do Rio de Janeiro.

Foi em busca de respostas a muitos questionamentos surgidos durante a prá-


tica pedagógica de música nessa escola carioca, que desenvolvi as estratégias
aqui compartilhadas com outros educadores que, assim como eu, lutam por
uma educação mais digna, que sonham com um Brasil melhor e que tentam,
por meio da música, contribuir para a inserção daqueles que estão à margem
da sociedade.

Vivenciar dia após dia a falta de condições, de recursos e de comprometimen-


to daqueles que conduzem as políticas públicas no Brasil, nos desperta um
sentimento de revolta. Mas, não é um sentimento negativo, e sim uma ânsia
por mudança.

Desejamos profundamente um país mais justo e mais acessível àqueles que movem essa gi-
gantesca engrenagem, aqueles que acordam antes do dia clarear para acender as luzes, pa-
ra abrir as portas das fábricas, para ligar as máquinas, para conduzir os ônibus, para limpar
o chão, para conduzir o elevador, para assentar o tijolo, para pintar a parede, para capinar o
terreno e limpar o jardim. Todos aqueles que, quando mais precisam, têm seus direitos ne-
gados e são sabotados em prol das vontades de uma minoria.

É nesse contexto que o Educamusicando vem sendo lapidado, a cada novo dia
de trabalho, de novas descobertas, novas pesquisas e novas perguntas. Foi pa-
ra transpassar essas barreiras da escassez que, por necessidade, desenvolve-
mos uma estratégia de manter as aulas de música funcionando pelo maior
tempo possível em escolas onde há ensino musical.

Esperamos que a semente plantada agora seja cultivada, cresça e se transfor-


me em uma frondosa árvore cheia de frutos. Que pássaros conduzam as se-
mentes desses frutos para lugares cada vez mais longínquos e, assim, num
movimento cíclico, possamos, quem sabe, contribuir para um Brasil melhor.

Um grande abraço,

Prof. Me. Gustavo Rapozeiro França.


(https://mdm.claretiano.edu.br

/eduprapedpromus-e00339-2021-01-ext-ead/)

Avaliação Final

Nesse momento, faremos a avaliação do nosso curso

 de Extensão Universitária denominado


Educamusicando: Práticas Pedagógicas para
Professores de Música.

Chegou o momento de você veri�car se o conteúdo abordado foi assimilado.


Para tanto, responda atentamente às dez questões objetivas propostas, clican-
do no ícone indicado.

Para ser aprovado e receber o certi�cado, será preciso alcançar o aproveitamento mínimo
de 60% (seis acertos).

Caso você não consiga a aprovação na primeira oportunidade, você poderá


tentar novamente outras vezes, desde que esteja dentro do prazo para a con-
clusão do curso.

 Acesse a Avaliação (https://portaleducacional.redeclaretiano.edu.br


/avaliacoes)

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