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/eduprapedpromus-e00339-2021-01-ext-ead/)
1. Introdução
Seja bem-vindo! A partir deste momento, você iniciará o estudo do curso de
Extensão Universitária denominado Educamusicando: Práticas Pedagógicas
para Professores de Música na modalidade EaD do Claretiano. Teremos muita
satisfação em desenvolvê-lo com você!
2. Informações do Curso
Ementa
De�nição de Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais. Exploração dos três
princípios da educação musical. Músicas folclóricas. Escolha de repertório.
Práticas pedagógicas coletivas. Rearmonização: arranjos pedagógicos, des-
membramento de acordes e mudança de paradigma em instrumentos musi-
cais.
Objetivo Geral
Os participantes do curso de Extensão Universitária Educamusicando:
Práticas Pedagógicas para Professores de Música na modalidade EaD do
Claretiano, dado o Sistema Gerenciador de Aprendizagem e suas ferramentas,
aprenderão as diversas possibilidades de se trabalhar em suas aulas de músi-
ca com a metodologia do Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais. Além
disso, serão capazes de criar arranjos musicais pedagógicos que utilizam da
rearmonização de músicas populares e folclóricas, que observam a capacida-
de técnica de cada aluno envolvido e o instrumental disponível.
Objetivos Especí�cos
• Capacitar o aluno para trabalhar com práticas coletivas de ensino musi-
cal.
• Desenvolver habilidades de compor arranjos pedagógicos.
• Despertar a criatividade musical.
• Re�etir sobre as condições de trabalho do professor de música e sua atua-
ção no mercado de trabalho.
• Dialogar sobre a importância da formação continuada para o professor de
música.
O estudo do conteúdo poderá ser realizado com �exibilidade, nos dias e horári-
os que você desejar. Trata-se de uma perspectiva autônoma, na qual você dita
o ritmo de sua aprendizagem.
Lembre-se de que você poderá utilizar a ferramenta Correio para sanar eventuais dúvidas,
realizar comentários ou descrever suas sugestões.
Ao �nal do curso, será proposta uma avaliação �nal, composta por 10 questões
objetivas. Para ser aprovado e receber o certi�cado, será preciso alcançar o
aproveitamento mínimo de 60% (seis acertos).
Atenção!
Caso tenha dúvidas sobre a organização geral do curso, clique aqui (https://md.claretiano.edu.br
/ingprages-e00298-fev-2022-ext-ead/wp-content/uploads/sites/277/2022/03/canal-de-duvidas-ext.jpg)!
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00339-2021-01-ext-ead/)
Objetivos
• Conhecer o conceito de Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais.
• Conhecer os três princípios da Educação Musical, segundo Keith
Swanwick.
• Compreender a importância de observar o discurso musical dos estu-
dantes antes de planejar as práticas.
• Estabelecer conexões entre os conceitos teóricos e a realidade de um
professor de música.
Conteúdos
Introdução
Olá, seja bem-vindo! Vamos dar início ao curso Educamusicando: Práticas
Pedagógicas para Professores de Música apresentando, nesta primeira unida-
de, o conceito de Ensino Coletivo de Instrumentos Musicais, uma metodologia
difundida mundialmente, e os três princípios para a educação musical, desen-
volvidos por Keith Swanwick.
Após entender esses conceitos você conseguirá compreender com maior cla-
reza que, algumas das di�culdades enfrentadas pelo professor de música em
seu dia a dia de trabalho, podem ser amenizadas com: estudo, re�exão sobre
sua própria prática e criatividade. Muita criatividade! Aqui, você certamente
encontrará ferramentas de auxílio e se conscientizará de que a caminhada de
um professor de música será sempre repleta de desa�os, que podem ser trans-
formados em momentos de satisfação através do aprendizado dos seus alu-
nos.
Entendendo a música como um discurso, observando o discurso musical dos alunos e bus-
cando sempre manter a �uência no processo de ensino e aprendizagem, as aulas coletivas
de música tendem a ser muito prazerosas para os alunos e grati�cantes para o professor.
Agora vamos ver o que alguns renomados autores da educação musical têm a
dizer sobre o tema.
(https://mdm.cla-
retiano.edu.br
/eduprapedpromus-
e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content
/uploads/sites
/974/2020
/01/F1U1.jpg)
Figura 1 Joel Luís Barbosa
(http://www3.eca.usp.br
/cmu/eventos/masterclass-
com-prof-dr-joel-barbosa).
Quais re�exões você já pode fazer sobre o ensino de música e como o uso do
ensino coletivo pode te ajudar em suas aulas?
O ensino coletivo passa a ser uma possibilidade acessível para uma parcela maior de alu-
nos, já que não aborda o instrumento pelo viés técnico, mas sim, como um agente facilita-
dor da aprendizagem da música.
Para enriquecer seu conhecimento acerca desse tema, leia o artigo clicando
no botão ao lado.
A professora Ana Cristina Tourinho (2007, p. 1-2) postula que o ensino coletivo
é uma metodologia mais inclusiva. Segundo a autora, a maioria dos estudan-
tes inicia a prática pelo prazer de extrair sons do instrumento e poucos têm
interesse futuro em se pro�ssionalizar.
O ensino coletivo de instrumento musical pode ser uma importante ferramenta pa-
ra o processo de socialização do ensino musical, democratizando o acesso do cida-
dão à formação musical (CRUVINEL, 2008, p. 5).
(https://mdm.cla-
retiano.edu.br
/eduprapedpromus-
e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads
/sites/974/2020
/01/F3U1.jpg)
Figura 3 Flavia Maria Cruvinel
(https://www.isme.org/member/�avia-
maria-cruvinel).
Concordamos com a autora nesse sentido, uma vez que em nosso país ainda
prevalece o cenário de desigualdade social que tanto distancia as classes e o
acesso a que têm direito.
Para re�etir:
Você já parou para pensar sobre como o ensino de música do século XXI ainda segue premissas do século
XIX? Isso �ca claro ao analisarmos o pensamento de grandes educadores musicais críticos dos sistemas
convencionais de ensino de música.
Utilizados para nortear nossa prática, Swanwick (2003, p. 57) propõe três prin-
cípios para a educação musical. Segundo o autor, se compreendidos e tomados
com seriedade “podem informar todo o ensino musical, seja nas salas de aula
em escolas e faculdades, no ensino instrumental em estúdios ou em ambien-
tes menos formais”.
Figura 4 Keith Swanwick
(https://novaescola.org.br/conteudo
/1017/keith-swanwick-fala-sobre-
o-ensino-de-musica-nas-escolas).
Após essa leitura, podemos concluir o campo profícuo que é a educação musi-
cal e quão grande é a possibilidade de crescimento das atividades pedagógi-
cas musicais nas escolas brasileiras. Mas para isso é necessário estudo, dedi-
cação e prática, muita prática.
Podemos seguir adiante? Vamos então para o primeiro princípio para a educa-
ção musical proposto pelo educador e pesquisador inglês.
[...] o processo metafórico funciona em três níveis cumulativos. São eles: quando
escutamos “notas” como se fossem “melodias”, soando como formas expressivas;
quando escutamos essas formas expressivas assumirem novas relações, como se
tivessem “vida própria”; e quando essas novas formas parecem fundir-se com nos-
sas experiências prévias, ou para usar a frase de Susanne Langer, quando a música
“informa a vida do sentimento” [...] (SWANWICK, 2003, p. 28-29).
Para re�etir: separe um tempo para pensar sobre como podemos contextualizar um conceito teórico com-
plexo como esse com nossa prática de professores de música.
Pensou?
Importante: Ao longo dos anos, percebemos que quando damos voz ao aluno e quando permitimos que ele
participe integralmente do processo de construção do conhecimento musical, discutindo ideias e arranjos,
ouvindo e tocando, escolhendo o que tocar e como tocar, permitimos que ele seja um coautor da obra
quando essa é apresentada ao público.
Questões autoavaliativas
Agora é o momento de você se autoavaliar!
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu
desempenho e te dará respostas sobre a e�cácia do seu estudo até aqui. Você
encontrará algumas questões de múltipla escolha que estão diretamente rela-
cionadas aos conteúdos apresentados nesta unidade. Se tiver alguma dúvida,
retome a leitura dos conteúdos ou então entre em contato com o seu tutor!
Considerações
Nesta unidade você pôde estudar e compreender melhor alguns dos conceitos
teóricos que embasam as práticas pedagógicas Educamusicando. Esperamos
que agora você esteja consciente da importância de considerar a música como
um discurso impregnado de metáforas, esteja atento ao discurso musical dos
seus alunos, e que busque sempre a �uência nos procedimentos de educação
musical. A compreensão e interiorização desses conceitos podem te ajudar
em suas aulas de música.
Até mais!
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00339-2021-01-ext-ead/)
Objetivos
• Compreender a importância da utilização das músicas nas práticas
pedagógicas.
• Conhecer técnicas de rearmonização úteis para a prática do professor
de música.
• Re�etir sobre os paradigmas tradicionais da utilização de instrumen-
tos musicais.
Conteúdos
Introdução
Na unidade anterior estudamos conceitos importantes, tais como o Ensino
Coletivo de Instrumentos Musicais e os Três princípios para a educação musi-
cal. Investigamos o pensamento de educadores musicais in�uentes no Brasil
e no mundo, que mostram o quanto é importante dar voz aos estudantes, ob-
servando atentamente cada uma de suas potencialidades em prol das práticas
musicais.
Talvez você mesmo seja um desses professores e não há mal nenhum que se-
ja. Confesso que por muitos anos, antes de estudar a fundo sobre temas da
educação musical, eu mesmo iniciava as aulas com técnica instrumental.
Acreditava que uma base técnica era fundamental para o início em qualquer
atividade musical.
As respostas vieram quando optei por trazer a prática musical para o centro
das minhas atividades pedagógicas, e olhar profundamente para os anseios
musicais dos meus alunos procurando, dentro das limitações, ajudá-los em
seu caminhar.
Segundo Penna (2014, p. 174), tal renovação é marcada pela “participação ativa do aluno, pe-
la manipulação do material sonoro e atuação criativa”.
(https://mdm.cla-
retiano.edu.br
/eduprapedpromus-
e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads
/sites/974/2019
/11/F1U2.png)
Figura 1 Maura Penna (https://ufal.br
/ufal/noticias/2019/8/musica-como-
linguagem-e-tema-de-palestra-na-ufal)
Para pensar: Quais são os seus pressupostos como educador musical? Em que você verdadeiramente acre-
dita ao ensinar música?
Não podemos fazer nada diferente de música. Tudo o que será construído terá
signi�cado musical. É imprescindível que observar o que o aluno é capaz de
fazer. Por vezes, em uma mesma turma, você terá alunos de idades distintas,
níveis diferentes, credos e gostos particulares, alguns que possuem instru-
mentos e outros que possuem apenas o sonho de aprender música. Você pode
ter alunos com necessidades especiais dentro dessa mesma turma. E você
precisa ser um bom maestro para conduzir essa orquestra com muito cuidado
e sensibilidade.
Esse pressuposto deve ser levado ao extremo e caso o aluno seja capaz de to-
car apenas uma nota, essa será a nota que ele vai tocar para participar da mú-
sica. Caso seja um aluno iniciante em uma turma já avançada – não esqueça,
estamos falando das adversidades da escola brasileira – você vai aproveitar a
contribuição dele em prol do crescimento do grupo. Caso o contrário aconteça,
em que um aluno avançado seja parte uma turma iniciante, você pode traba-
lhar, concomitantemente, parâmetros técnicos e teóricos dentro da prática
musical enquanto o grupo se desenvolve em seu ritmo.
Portanto, alunos que já têm um desenvolvimento maior, são mais exigidos
dentro da mesma música. Todos os arranjos são compostos em tempo real,
aproveitando o melhor de cada participante naquele dia, naquela música, na-
quela proposta. Há os que dominam melhor os acordes, há os que se saem
bem nas melodias. Há os que têm as divisões rítmicas correndo na veia e há
os que aprenderão com todos os outros.
Tomemos como exemplo uma turma iniciante em primeiro dia de aula. Como
desenvolver uma prática musical com alunos que nunca tiveram contato com
o instrumento sem trabalhar ao menos algum aspecto técnico? É possível?
A resposta é sim. Tem sido possível nesses anos atuando na educação musi-
cal em escolas livres e, surpreendentemente, em turmas maiores, na escola
pública.
O fato de observar e ser observado, ouvir e ser ouvido, tocar e ouvir ao mesmo tempo outros
instrumentos soando em partes iguais ou distintas, faz com que o aluno construa uma ideia
ampla do que é fazer música.
Vamos praticar?
Passaremos, daqui em diante, à parte prática de nosso curso. Faremos um pas-
so a passo das atividades desenvolvidas para que �que claro ao leitor a manei-
ra como ocorrem as aulas de música Educamusicando.
No entanto, o que deve �car claro é que, muito além dos conhecimentos teóri-
cos e técnicos, a chave do conhecimento musical está em experimentar, em
buscar o novo, em se arriscar e, principalmente, criar uma identidade sonora
com as práticas pedagógicas musicais.
O passo a passo
Passo 1
Como já falado anteriormente, a escolha do repertório é um ponto muito im-
portante para desenvolvermos a atividade.
Dentre as inúmeras músicas populares tocadas nas rádios, nas novelas e di-
fundidas na internet, conhecidas por nossos alunos, faça uma revisão e esco-
lha a mais simples que encontrar. Neste momento, entenda por músicas sim-
ples, aquelas que exigirão o mínimo possível de di�culdades técnicas em sua
execução. Pode ser uma música com uma melodia de poucas notas, ou com
uma harmonia formada por um número restrito de acordes. Os parâmetros es-
tabelecidos neste ponto, são delineados de acordo com o grupo que você está
trabalhando num determinado momento.
Passo 2
Nem sempre você conseguirá desenvolver exatamente a música do universo
de seus alunos, mas pode selecionar alguma outra que seja do mesmo artista
ou do mesmo gênero musical.
Dica do professor: A experiência docente de vinte anos nos mostra que é melhor o professor abrir mão ini-
cialmente de suas preferências musicais, dando ouvido ao repertório escolhido pelo aluno. Essa valoriza-
ção traz ao aluno uma sensação de pertencimento, muito importante para o bom desenvolvimento das
práticas musicais.
Após um tempo, você perceberá que uma relação de con�ança será estabelecida entre professor e aluno, o
que fará com que as suas escolhas musicais sejam aceitas com mais facilidade pelos estudantes. O resul-
tado pedagógico a médio e longo prazo será surpreendente.
Você impõe suas preferências musicais aos alunos? Como é estabelecida a re-
lação de con�ança entre professor e aluno nas suas aulas?
Passo 3
As minhas escolhas de repertório respeitam alguns fatores. O primeiro deles é
que sempre trabalho diretamente com violões, por ser o instrumento que te-
nho mais domínio, seguido de outros instrumentos de cordas dedilhadas ou
pinçadas como a guitarra, o cavaquinho e o baixo elétrico.
Você deve priorizar seu instrumento principal como ponto norteador do seu
trabalho coletivo, mas não precisa se prender a isso. A diversidade na escola
trouxe desa�os que me instigaram a tocar outros instrumentos como teclado,
percussões, bateria, �auta doce e �auta transversa.
Veja alguns exemplos de músicas brasileiras de sucesso e que podem ser utili-
zadas em sua prática, clique para ouvir:
Te ver – Skank
(https://www.youtu-
(https://www.youtu-
be.com/wat-
be.com/wat-
ch?v=NK88geNsUmQ)
ch?v=NK88geNsUmQ)
La bela Luna –
Paralamas do
Sucesso
(https://www.youtu-
(https://www.youtu-
be.com/wat-
be.com/wat-
ch?v=IDS3reWRVqM)
ch?v=IDS3reWRVqM)
Observe as partituras abaixo e logo após fazer uma breve análise da tonalida-
de, da melodia e dos acordes utilizados, assista a videoaula explicativa que de-
monstrará e explicará em detalhes o que foi feito.
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/11/F2U2.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 2 Partitura da versão original.
Agora, con�ra a partitura da versão adaptada pelas técnicas que estamos es-
tudando:
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/11/F3U2.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 3 Partitura da versão adaptada.
Você já consegue perceber o que mudou entre as duas versões? Ainda não?
Então con�ra o vídeo abaixo!
Versão adapta-
Versão original Técnica utilizada
da
Transposição um tom
Tonalidade Si Maior (B) Lá Maior (A)
abaixo
Reinterpretação da
função
subdominante no se-
gundo acorde
do sentido harmônico
original
instrumentos
Mudança de gênero
para facilitar
Gênero Reggae Balada
execução
Violão, cavaqui-
Guitarra, baixo Adequação à forma-
Instrumental nho e �auta do-
e percussão ção disponível
ce
Redução do anda-
mento para
Andamento 160 bpm 130 bpm
facilitar execução
1. Rearmonização.
2. Desmembramento dos acordes em partes separadas.
3. Mudança de paradigma.
Rearmonização
O conceito de rearmonização está ligado às diversas modi�cações possíveis
de serem feitas na harmonia original de uma composição, de modo a trazer
novos elementos sonoros à música em questão. Frequentemente, refere-se a
alterações com a intenção de dar um caráter mais rebuscado, mais so�sticado
às composições de um determinado gênero musical.
Dica do professor: Este é um momento muito importante, onde você deve revisitar seus conceitos sobre o
seu instrumento musical de domínio. Aqui eu falo para quem toca outros instrumentos, diferentes dos que
eu toco. Falo para �autistas, para contrabaixistas, pianistas, harpistas, bateristas e para todos os instru-
mentistas.
Mudança de paradigma
Um terceiro ponto importante e complementar ao parâmetro anterior é não se
prender ao paradigma dos instrumentos harmônicos serem utilizados somen-
te para harmonizar e os melódicos serem os responsáveis pela melodia das
músicas. No ambiente diversi�cado da escola, ocorre, frequentemente, de alu-
nos que participam com instrumentos harmônicos terem habilidade mais de-
senvolvida do que outros que utilizam instrumentos melódicos. Há turmas on-
de não há instrumentos melódicos e você deve aproveitar aquele aluno mais
habilitado e dar a ele a responsabilidade de conduzir a melodia, ou parte dela.
Em contrapartida, nem sempre os alunos que participam tocando instrumentos melódicos
estão habilitados musicalmente para tocar a melodia original das músicas. Neste caso, ela-
bore linhas melódicas simples, adequadas ao nível do aluno e que complementem o con-
texto harmônico da música selecionada.
Durante o ano letivo, alguns alunos evadem e outros entram na turma e o tra-
balho não pode parar, tampouco voltar ao começo. Saber lidar com essas in-
constâncias no grupo é realidade do educador musical brasileiro e o domínio
dessas três técnicas vai possibilitar a você desenvolver um trabalho constante
de educação musical, sempre utilizando as músicas de modo contínuo e inin-
terrupto.
Questões Autoavaliativas
Agora é o momento de você se autoavaliar!
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu
desempenho e te dará respostas sobre a e�cácia do seu estudo até aqui. Você
encontrará algumas questões de múltipla escolha que estão diretamente rela-
cionadas aos conteúdos apresentados nesta unidade. Se tiver alguma dúvida,
retome a leitura dos conteúdos ou então entre em contato com seu tutor!
Considerações
Nesta unidade você pôde compreender a importância da utilização das músi-
cas nas práticas pedagógicas. Ainda que tratar desse assunto possa parecer
uma redundância, há inúmeros casos de professores que não dedicam o tem-
po necessário em suas aulas para fazer música, recorrendo a exercícios técni-
cos e conceitos teóricos que, muitas vezes, afastam o aluno do objetivo primor-
dial das aulas de música, que é a prática musical e o desenvolvimento da mu-
sicalidade.
Além disso, você teve contato com uma proposta de rearmonização que coloca
o aluno no centro da prática pedagógica, uma técnica que observa as capaci-
dades individuais da turma com a qual você estará trabalhando e com a qual
poderá desenvolver trabalhos preciosos em conjunto.
/eduprapedpromus-e00339-2021-01-ext-ead/)
Objetivos
• Compreender as di�culdades de um aluno iniciante.
• Desenvolver novos pensamentos sobre o ensino de instrumentos mu-
sicais.
• Aprender técnicas de realização de arranjos com o uso de melodias
folclóricas.
Conteúdos
Introdução
Na unidade anterior estabelecemos a importância de mantermos o foco de
nossas práticas pedagógicas nos alunos, evitando todo e qualquer rótulo ou
classi�cação que possa criar barreiras que di�cultem os processos de ensino e
aprendizagem.
Serão propostas algumas atividades práticas que devem, dentro das possibili-
dades, serem realizadas para que você entenda perfeitamente como é o pro-
cesso de ensino e aprendizagem de um aluno iniciante. Tais atividades foram
desenvolvidas em ambientes reais de educação musical, com estudantes dos
mais variados níveis e condições.
Vamos em frente?
Para criar uma proposta que realmente funcionasse no ambiente das escolas
de educação básica, foi necessário despir-me da vestimenta de professor e
voltar a ser aluno. Arriscar-me a tocar outros instrumentos que não tocava e
pensar musicalmente neles, foi importante para desenvolver essa habilidade
de sentir como o aluno sente, suas di�culdades, angustias e satisfações.
Imagine um ambiente totalmente favorável para a prática musical. Uma sala confortável,
climatizada, acusticamente tratada. Alunos super dedicados e comportados, todos no mes-
mo nível de aprendizado e tocando o mesmo instrumento.
Visualizou?
Foi pensando nisso que surgiu a ideia de voltar a ser aluno. Olhar profunda-
mente para nossos alunos é fundamental para propormos atividades realmen-
te signi�cativas e que tenham bom resultado.
Dica do professor: Essa é uma proposta que você deve mesmo empreender. Lançar-se ao novo, ao desco-
nhecido, mas de uma maneira re�exiva, observando quais são as distintas di�culdades que existem ao se
aprender um novo instrumento.
Uma solução viável para estes casos é a utilização de melodias folclóricas. Por
serem frequentemente simples, de curta duração e de fácil memorização,
tornam-se uma ferramenta muito útil para as aulas de música.
Lembre-se: quando há sentido musical, o rendimento é sempre maior.
Não é que exercícios técnicos não possam ser utilizados nas aulas, porém,
quando tratamos de educação musical na escola, com vários alunos ao mes-
mo tempo, a utilização de músicas otimiza muito o nosso trabalho, pois há
uma identi�cação imediata do aluno com a atividade e com o seu próprio con-
ceito sobre a música. É mais um momento em que o professor deve se colocar
como um mediador do processo de ensino e aprendizagem, dando voz aos es-
tudantes e observando seus entendimentos sobre música.
Ao entrar em sala de aula e perguntar aos alunos o que eles entendiam por
música, pude vê-los responderem em diversas oportunidades que música era
aquilo que escutavam no rádio ou até mesmo no celular. E os seus alunos, co-
mo de�nem música? As respostas podem dar bons direcionamentos ao seu
trabalho!
O critério utilizado para a organização foi partir do mais simples para o mais
complexo. Portanto, começamos com melodias de dois, três e quatro sons su-
cessivamente.
As partituras das músicas originais e das versões estão dispostas neste mate-
rial, e os vídeos com demonstrações e explicações podem ser acessados nos
links presentes abaixo de cada versão das músicas.
Música 1 – Lê lê lê
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F1U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 206).
Figura 1 Lê lê lê.
Letra
Lê lê lê lê lê lê
(https://mdm.claretiano.edu.br/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019/12/F2U3.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 2 Partitura da versão com cifragem de acordes.
Quer ver na prática como �cou o resultado? Assista ao vídeo abaixo para con-
ferir essa versão.
Música 2 - O leme me chamô
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F3U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 192).
Figura 3 O leme me chamô.
Letra
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F4U3.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 4 Partitura da versão para �auta doce e violão.
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F5U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 143).
Figura 5 Canção de desa�o.
Letra
Tá com medo tabaréu?
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F6U3.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 6 Partitura da versão para cavaquinho, �auta doce e violão.
Vamos ver como �cou o resultado? Assista a aula explicativa deste exemplo
no vídeo a seguir.
Veja que neste caso utilizamos todas as premissas abordadas nas unidades
anteriores. Foi preciso observar o grupo participante e o instrumental disponí-
vel, o que ainda não é o bastante. Recorremos, então, aos artifícios da rearmo-
nização e da mudança de paradigma sobre a função de cada instrumento na
música. A �auta, que normalmente executa a melodia, faz um complemento
harmônico em mínimas. O violão, que normalmente é o responsável pelo
acompanhamento harmônico, faz somente uma marcação nas cordas soltas
ré e sol, em semínimas. Já o cavaquinho, que, embora possa ser utilizado com
função solista, normalmente é o responsável pelo acompanhamento harmôni-
co com uma carga rítmica, foi pensado aproveitando que o arpejo das cordas
soltas representa exatamente a melodia da música folclórica em questão.
Veja que a tarefa de ensinar sempre utilizando músicas não é tão simples
quanto parece, exige do professor uma intensa e insistente atitude pesquisa-
dora para descobrir caminhos pedagógicos que funcionarão como atalhos no
processo de ensino e aprendizagem em música.
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019
/12/F7U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 207).
Figura 7 São João Batista.
Letra
Todos esses artifícios foram pensados com o intuito de promover uma prática musical in-
clusiva, onde em uma mesma música possam participar alunos em diferentes níveis de de-
senvolvimento musical.
(https://mdm.claretiano.edu.br/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-ext-
ead/wp-content/uploads/sites/974/2019/12/F8U3.png)
Fonte: Acervo pessoal do autor.
Figura 8 Partitura da versão para quarteto de violões.
Música 5 – Moçambique
(https://mdm.claretiano.edu.br
/eduprapedpromus-e00xxx-2021-01-
ext-ead/wp-content/uploads/sites
/974/2019/12/F9U3.png)
Fonte: Paz (2015, p. 378).
Figura 9 Moçambique
Letra
Todas as versões mostradas acima devem servir como embasamento para que cada profes-
sor crie suas próprias versões, observando sua realidade de trabalho. Podem ser aplicadas
para os instrumentos citados, mas experimentadas em qualquer outro a sua escolha. Foram
utilizados: violão, guitarra, cavaquinho, �auta doce e contrabaixo, pois são os instrumentos
que estão inseridos na minha realidade musical. Porém, não devem servir, de modo algum,
para restringir seu campo de trabalho. O objetivo principal é transmitir um modo de pensar
as aulas de música tendo a prática musical como centro das atividades pedagógicas e isso
deverá ser feito em qualquer ambiente onde se propõe a Educação Musical.
Quando não houver instrumentos padronizados para todos, utilize os que es-
tão disponíveis. Quando não for possível o uso convencional dos instrumen-
tos, utilize-os de forma alternativa. Quando não houver instrumentos, cons-
trua alguns com materiais recicláveis. E quando não houver essa possibilida-
de, utilize das técnicas aqui apresentadas em arranjos para o corpo e a voz. A
ideia é que a metodologia seja expandida e que possa ser utilizada qualquer
fonte sonora, assim como já realizei diversas vezes em contextos reais.
Questões Autoavaliativas
Considerações
Nesta unidade você aprendeu a importância de retomar pensamentos acerca
da sua iniciação musical, revivendo anseios e di�culdades apresentadas
quando começou a estudar música. Essa proposta tem como objetivo primor-
dial colocar a sua atenção nos obstáculos enfrentados pela maioria dos estu-
dantes de música em seu contato inicial com um instrumento musical, e que
são, por vezes, ignorados pelos professores de música. Além disso, reiteramos
a importância de não perdermos o foco da prática musical e do estímulo à
musicalidade privilegiando a utilização de exercícios técnicos e a exploração
exagerada de conceitos teóricos.
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Objetivos
• Revisar os conceitos teóricos trabalhados durante o curso.
• Fixar os princípios que embasam o Educamusicando.
• Re�etir sobre o papel do professor de música como um agente que
contribui para a transformação da sociedade por meio da música.
• Exercitar as propostas pedagógicas Educamusicando.
Conteúdos
Introdução
Agora que você já está familiarizado com a proposta pedagógica
Educamusicando, é hora de exercitar.
Também é importante que você faça uma re�exão acerca da função do professor enquanto
agente facilitador das transformações necessárias, as quais carecem a sociedade. Neste es-
paço, gostaria de propor que você pensasse sobre o seu papel de educador e de que maneira
poderia contribuir para a transformação do mundo.
Mãos à obra?
Ao conduzir uma atividade musical observando os princípios
Educamusicando, certi�que-se dos seguintes passos:
1. Rearmonização.
2. Desmembramento dos acordes em partes separadas.
3. Mudança de paradigma.
Bom trabalho!
Questões Autoavaliativas
Agora é o momento de você se autoavaliar!
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu
desempenho e te dará respostas sobre a e�cácia do seu estudo até aqui. Você
encontrará algumas questões de múltipla escolha que estão diretamente rela-
cionadas aos conteúdos apresentados nesta unidade. Se tiver alguma dúvida,
retome a leitura dos conteúdos ou então entre em contato com seu tutor!
Considerações Finais
Querido estudante, parabéns pela realização do curso Educamusicando!
Espero que os conteúdos construídos aqui tenham contribuído para a sua
transformação, não só como professor, mas também como ser humano.
Desejamos profundamente um país mais justo e mais acessível àqueles que movem essa gi-
gantesca engrenagem, aqueles que acordam antes do dia clarear para acender as luzes, pa-
ra abrir as portas das fábricas, para ligar as máquinas, para conduzir os ônibus, para limpar
o chão, para conduzir o elevador, para assentar o tijolo, para pintar a parede, para capinar o
terreno e limpar o jardim. Todos aqueles que, quando mais precisam, têm seus direitos ne-
gados e são sabotados em prol das vontades de uma minoria.
É nesse contexto que o Educamusicando vem sendo lapidado, a cada novo dia
de trabalho, de novas descobertas, novas pesquisas e novas perguntas. Foi pa-
ra transpassar essas barreiras da escassez que, por necessidade, desenvolve-
mos uma estratégia de manter as aulas de música funcionando pelo maior
tempo possível em escolas onde há ensino musical.
Um grande abraço,
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Avaliação Final
Para ser aprovado e receber o certi�cado, será preciso alcançar o aproveitamento mínimo
de 60% (seis acertos).