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Junho 2021
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Índice
Introdução........................................................................................3
1. Conceito de Monoplegia...........................................................4
2. A música e as Necessidades Educativas Especiais................4
2.1. Benefícios de estudar um instrumento musical.......................4
2.2. A formação de professores na Educação Inclusiva................5
3. A relação entre a Monoplegia e a música...............................6
3.1. Benefícios e barreiras gerais..................................................6
3.2. Prática instrumental.................................................................7
3.3. Estratégias para o ensino do instrumento e possíveis
soluções para combater as limitações de aprendizagem de
crianças com monoplegia...............................................................8
Conclusão......................................................................................11
Referências bibliográficas............................................................13
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Introdução
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apresentadas algumas soluções ou estratégias que o professor pode adotar no sentido
de promover o sucesso da aprendizagem.
1. Conceito de Monoplegia
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originalidade interpretativa, a coordenação de várias tarefas em simultâneo e o
desenvolvimento de capacidades como a inteligência ou a sociabilidade.
Segundo Wagner e Hanon (citado por Garcia, 2003), existe uma maior
cooperação de hemisférios em músicos profissionais. Outros benefícios relacionados
com a aprendizagem musical dizem respeito ao aumento do QI, aumento da
concentração, atenção, interpretação, criatividade e ainda promoção ou estimulação
de capacidades como o esforço, compromisso e sentido crítico (Garcia, 2003).
A música, como pudemos verificar apresenta uma quantidade significativa de
benefícios não só para o ser humano, mas também para vários aspetos da sua
personalidade e da sua forma de estar na vida. Desta forma, a música desempenha
também um papel fundamental no que diz respeito à inclusão de alunos com
Necessidades Educativas Especiais já que apresenta grandes benefícios quanto ao fator
sociológico. Como sabemos, alunos que apresentam algum tipo de deficiência ou
limitação, normalmente precisam de um apoio especial. Nesse sentido e para que,
neste caso, a música seja um contributo positivo para a inclusão, é fundamental que o
próprio professor disponha das ferramentas e conhecimentos necessários que
permitam o processo de ensino- aprendizagem. O professor de um aluno com NEE irá
precisar de ajustar as suas estratégias e métodos de ensino e ainda procurar materiais
que se adequem às necessidades do próprio aluno (Pinto, 2013).
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lidar com as necessidades médicas, físicas e cognitivas dos seus alunos bem como os
procedimentos de emergência e por isso normalmente sentem-se incapazes de ensinar
alunos com NEE. (Correia e Martins, 2000, referido por Matos, 2013).
Torna-se muito difícil promover o sucesso e o progresso da escola inclusiva quando
os professores não estão devidamente formados e informados sobre as adversidades e
dificuldades que poderão encontrar neste tipo de escola e consequentemente do
processo de ensino-aprendizagem estabelecido na escola Inclusiva (Matos, 2013).
De acordo com a informação recolhida é possível compreender que já foi realizado
um grande progresso no que diz respeito à Inclusão dos alunos com Necessidades
Educativas Especiais nas escolas. Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer já
que a informação é incompleta e muito genérica.
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A musicoterapia também pode ser uma forma associada de tratamento para
crianças/jovens com monoplegia. Trata-se de uma técnica terapêutica que
recorre à música como estimulação ao desenvolvimento, preparando o
indivíduo para as exigências do quotidiano, cedendo-lhe ferramentas que
proporcionam o envolvimento social.
O apoio da família na aprendizagem musical é essencial. Mesmo sem
conhecimentos musicais, a participação dos pais demonstra a importância da
atividade. Podem mostrar apoio acompanhando o estudo individual ou até
assistindo às aulas. Na minha opinião, a participação dos pais nas aulas é
apenas benéfica quando são muito jovens. A partir dos 10 anos, considero que
a sala de aula deve ser um espaço que o aluno, com necessidades especiais
ou não, tem como seu, onde as situações do quotidiano ficam para trás e nos
concentramos na arte e na música. Neste sentido, a participação dos pais pode
ser prejudicial, condicionando até a liberdade expressiva do aluno,
especialmente na adolescência. No entanto, considero o apoio dos pais
imprescindível na motivação e desenvolvimento dos filhos, como também para
a sua autonomia e autoconfiança.
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3.3. Estratégias para o ensino do instrumento e possíveis soluções
para combater as limitações de aprendizagem de crianças com
monoplegia.
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sempre por tocar com as mãos separadas, primeiro a esquerda e depois a
direita ou vice-versa. Para este aluno em especial, é necessária uma
adaptação do repertório para que este, mesmo com as suas dificuldades
motoras o consiga executar. Ou seja, através de várias experiências consegui
depreender que o aluno apenas consegue tocar uma nota de cada vez,
portanto, todas as obras e partituras que tenham notas em simultâneo na
mesma mão é necessário realizar uma análise prévia das mesmas para
conseguir perceber quais as notas musicais mais importantes e cortar as
menos audíveis. Relativamente a obras com andamentos mais rápidos, é claro
que o aluno não consegue acompanhar de forma coesa e constante a mesma
velocidade do início ao fim. Para solucionar este problema, podemos dividir a
obra/partitura em várias secções lógicas e o aluno executa cada secção numa
velocidade diferente como se fossem obras distintas. Para terminar cada aula,
encerramos com exercícios de alargamento dos dedos, ou seja, estes
exercícios consistem em esticar o máximo possível o indicador em relação ao
polegar, o indicador em relação ao médio, o médio em relação ao anelar e por
fim o anelar em relação ao mindinho.
Para manter uma boa relação entre o instrumento e o aluno, e para que
este não deixe de gostar de estar ao piano, normalmente associo histórias às
obras que o mesmo executa, estimulando assim a sua criatividade.
Frazier (2010) defende ainda o uso da improvisação, de forma a dar
liberdade ao aluno para exprimir as suas emoções e comunicar livremente.
Barbosa (2013) defende a associação dos diferentes conceitos às ações do
quotidiano e a explicação objetiva dos conteúdos. A mais básica associação é
a pulsação ao bater do nosso coração ou ao tique-taque do relógio. Também
no timbre podemos arranjar associações, como a outras músicas que o aluno
conheça ou até a sabores. A nível da altura sonora, especialmente na distinção
entre grave a agudo, sugere que se utilizem sons de animais. Numa segunda
fase, são inseridos os sons dos instrumentos e comparados com os sons de
animais que já conhecem. Na intensidade, aconselha a associação a cores ou
movimentos corporais. No entanto, defende que estas estratégias devem ser
estabelecidas individualmente, conforme as necessidades ou dificuldades dos
alunos.
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Ensinar é uma arte que precisa de muito tempo, disponibilidade e entrega.
Estes são os principais fatores a ter em conta antes de entrar no mundo do
ensino e do processo de aprendizagem. Claro, que os conhecimentos são
fundamentais. O professor precisa dos conhecimentos para os poder transmitir.
No entanto, o processo de ensino requer algumas estratégias e métodos já que
os alunos são todos diferentes e apresentam características distintas. O
professor deve ser capaz de se adaptar às várias fases e mudanças a que os
discentes estão sujeitos. A primeira mudança visível nos alunos é a idade. As
crianças têm certos comportamentos que se alteram significativamente com a
adolescência e que se alteram novamente quando a adolescência dá lugar à
adultez.
O ensino é uma arte que tem o seu lado de imprevisibilidade, isto porque,
por muito boa que seja a planificação que o professor faça, há sempre
variáveis em constante alteração, por exemplo: O estado de espírito, a
qualidade do sono, entre outros fatores que contribuem para uma diferente
reação do aluno a uma mesma situação.
Deste modo, o professor deve “(...) criar oportunidades em que o aluno
possa demonstrar suas aptidões e conhecimentos tendo assim um papel ativo
na aprendizagem (...)” (Ferreira, 2018).
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Conclusão
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a diferença poderá deixar de ser tão diferente e as estratégias a adotar
deixarão de ser tão estranhas e passarão a ser mais contributivas e orgânicas.
Como pudemos também observar, os benefícios da aprendizagem musical
são inúmeros. Sejam eles para o sistema cognitivo, como motor ou ainda um
contributo sociológico. Apesar das pequenas limitações ou dificuldades
impostas pela própria deficiência do aluno, a música poderá trazer grandes
benefícios, ex. musicoterapia.
O presente trabalho deu-me ainda a oportunidade de aprofundar os
conhecimentos que já tinha e aplicá-los num caso real, passando a conhecer
novos métodos e ferramentas que posso utilizar. Pretendo então envolver a
aprendizagem inclusiva nos meus métodos de ensino, personalizando sempre
consoante as necessidades.
O único obstáculo que encontrei foi a escassez de estudos existentes, ou
disponibilizados, sobre a música aplicada à monoplegia, tanto em português
como em inglês. No entanto, existem vários estudos referentes ao espectro do
Autismo, dos quais pude tirar algumas conclusões, cruzando com as
características específicas da tipologia em questão.
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Referências bibliográficas
HARTLEY, S., ILAGAN, V... QIU, Z. (Eds) (2011) Relatório Mundial Sobre a
Deficiência. Organização Mundial da Saúde. pp. 3-4.
Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44575/9788564047020
por.pdf?sequence=4&isAllowed=y
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