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Curso: Psicopedagogia Clínica e Institucional

Aluna: Vanessa dos Santos Bezerra

Título: A música como ferramenta pedagógica no ensino-aprendizagem de crianças


com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Tema: A utilização da música como ferramenta pedagógica e auxílio do professor ou


psicopedagogo no processo de ensino-aprendizagem de aprendentes com o Transtorno
do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), buscando a melhora em seu
rendimento e uma aprendizagem eficaz, além do aumento da concentração, entre outros
benefícios.

1 - Introdução
O presente projeto de pesquisa tem como foco investigar o processo de inserção
da música como ferramenta pedagógica multidisciplinar no processo de ensino-
aprendizagem de crianças com transtornos de desenvolvimento, em específico o
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), sendo o entendimento da
contribuição dessa ferramenta no contexto escolar, o âmago da pesquisa. Buscou-se
refletir sobre práticas docentes inclusivas em sala de aula de maneira apropriada como
aliada a promoção da educação de qualidade, visto que a criação de estratégias
educacionais é significativa para o processo de ensino-aprendizagem.
Somente a partir do diagnóstico, do planejamento e da preparação da turma é
possível engendrar as condições necessárias para atender ao propósito aventado. Assim,
é possível inovar, renovar, aprender, ressignificar, dinamizar e fugir às condições de
imprevisibilidade, tornando a aula envolvente para os aprendentes.
Além disso, é fundamental criar estímulos para contemplar a aquisição de
conhecimentos pelos alunos em geral, contudo mantendo um olhar especial para com
aqueles que possuem necessidades específicas, como os sujeitos com o transtorno do
déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
E em função do desenvolvimento das potencialidades destes, principalmente no
âmbito educacional, pretende-se discutir a temática da importância de subsumir a
música no contexto disciplinar e elaborar propostas para promover transformações no
cenário da inclusão de alunos com TDAH e melhor preparar os profissionais da
educação para atender a diversidade de especificidades dentro de um ambiente
heterogêneo como é a escola.
À vista disso, a relevância do projeto se justificou ao propor novas alternativas
de mediação do conhecimento, fugindo da iminente concepção arcaica de transmissão
do conhecimento passivo, garantindo ao aluno participação ativa, tornando-se o
protagonista do processo de aprendizagem, ou seja, um ser autônomo e consciente.
O objetivo geral da pesquisa é compreender como pode ser feita a aplicação da
música no ensino de disciplinas convencionais para alunos com Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade e a importância dessa ferramenta no processo de ensino-
aprendizagem da educação inclusiva.
E para que o objetivo específico seja alcançado foram traçados os seguintes
objetivos específicos:
 Descrever como a música deve ser utilizada no contexto escolar;
 Analisar a eficácia da aplicabilidade da música como recurso pedagógico para a
educação inclusiva;
 Traçar alternativas para formação inicial e continuada dos professores na busca
de novas formações de atuação inclusiva.
A pesquisa será fundamentada, principalmente, com base em 3 (três) teóricos
relacionados à temática, a saber: Antonio Nóvoa (2009), Beatriz Ilari (2003) e Elsa
Antunha (2010).
Antonio Nóvoa (2009) contribuiu com a temática ao elaborar estudos sobre a
importância da formação profissional no âmbito da educação e a necessidade da
reflexão sobre a prática como hábito constante e o quanto ela influencia no processo
educativo, provocando melhorias no próprio desempenho, bem como no rendimento dos
alunos, uma vez que adquirindo consciência da identidade profissional, é possível
promover mudanças comportamentais que, ao longo do tempo, tornam o ato de lecionar
mais seguro e confiante, tendo as experiências pessoais e o diálogo com os demais
colaboradores como fatores primordiais, encontrando nessas ações a necessidade de
valorização do profissional.
Beatriz Ilari (2003) propõe discussões acerca da função da música e a
importância no processo de desenvolvimento do cérebro, pois, segundo a autora, a
musicalidade acompanha as pessoas desde a vida intrauterina ao decorrer das fases e,
consequentemente, por estar presente no contexto da maioria dos indivíduos, pode ser
uma ferramenta de apoio para as questões de aprendizagem e cognição, contribuindo
para com o desenvolvimento não somente na educação inclusiva, mas no ensino em
geral.
E por fim, Elsa Antunha (2010) analisa a sensação musical que, ao estimular
regiões como o hipocampo, responsável por transformar a memória de curto prazo em
memória de longo prazo, o córtex pré-frontal, responsável pela atenção, memória de
trabalho, tomada de decisões, entre outras funções executivas, faz-se essencial para o
aprendizado, e, assim, promove um reforço das informações e a assimilação de
conteúdos e, consequentemente, é eficaz na construção dos conhecimentos.
A metodologia utilizada nesse trabalho será a pesquisa descritiva sobre o tema,
realizando-se a análise, a observação e os apontamentos das características da finalidade
da música para a educação e o ensino de alunos com TDAH, buscando propor
possibilidades de inovações no processo de mediação do conhecimento a partir dessa
ferramenta.
O que se pretendeu obter, à primeira vista, foram respostas que assegurassem a
diferenciação entre os resultados alcançados por aqueles que fazem o uso da música
como instrumento de auxílio no âmbito da educação inclusiva e do resultado obtido
pelos demais alunos dentro das classes regulares, que não a utilizam.
A partir do que foi traçado buscou-se responder aos seguintes questionamentos:
É possível integrar alunos da educação inclusiva em classes regulares de ensino e
utilizar a música como ferramenta pedagógica? Como os profissionais docentes podem
se preparar para a mediação do conhecimento disciplinar a partir da musicalidade? A
música é um instrumento adequado para atingir o objetivo proposto pela educação?
Quais atividades poderão ser aplicadas a partir da música? Em quais disciplinas ela se
faz eficaz? Quais aspectos cognitivos são desenvolvidos através da música?
Portanto, através desta proposição, será possível implementar novas ferramentas
pedagógicas para contribuir na atuação profissional e, com isso, esse recurso atingirá
diferentes atores envolvidos no processo educativo, como a escola, a família, o docente,
o aluno e, também a sociedade, visto que a educação de qualidade fornece os subsídios
necessários para a construção de uma sociedade justa e democrática.
2. Desenvolvimento
No desdobramento desta pesquisa buscar-se-á discorrer sobre as questões
relativas ao TDAH, caracterizando-o como um dos transtornos que podem implicar
negativamente no processo de aprendizagem, contudo, se respeitadas às indicações
normativas de inclusão, espera-se definir a apropriação de ferramentas e recursos que
ampliem o acesso dos aprendentes ao conhecimento de forma válida e eficiente, na
busca de seu desenvolvimento e autonomia.
2.1 – O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade no Brasil.

De acordo com a (DSM-5), o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade


(TDAH) é conceituado como condição inerente ao neurodesenvolvimento do indivíduo,
ou seja, são os aspectos que caracterizam a forma de interação do ser humano frente ao
meio em que está inserido nos âmbitos de faixa etária, do processo de crescimento
(maturação) e de fatores orgânicos (biológicos) e ambientais (sociais). Em outras
palavras, tudo aquilo que envolve os estágios desenvolvimento de uma pessoa.
Esse transtorno é definido por seus traços de manifestação frequentes de
desatenção, combinada com hiperatividade, bem como a predominância de um desses
sintomas, ocasionando angústia ao sujeito. Além disso, ele pode ser tipificado como
leve, moderado ou grave, a depender dos indícios e do grau de comprometimento no
desenvolvimento do ser humano. (CASTRO; De LIMA, p. 2, 2018)
O TDAH apresenta 18 (dezoito) sintomas que estão subdivididos em 3 (três)
grupos, a saber: 9 (nove) ligados à desatenção, 6 (seis) à hiperatividade e 3 (três) à
impulsividade. Sendo necessária a apresentação de, no mínimo, 6 (seis) desses sintomas
no período de 6 (seis) meses, identificados antes da idade dos 12 (doze) anos com
impactos negativos em, pelo menos, 2 (duas) áreas, para que, assim, seja diagnosticada
a queixa. (DSM – 5)
Alguns sintomas podem ser: dificuldade de concentração, falta de atenção,
desvio de compromissos que exigem esforço mental, esquecimentos contínuos,
insuficiência na gestão de tempo, perda de pertences, inquietação, tendência a vícios,
como jogos ou drogas lícitas e ilícitas, resistência a frustrações, atarefar-se em demasia,
temperamento explosivo, dificuldade de expressão, entre outros.
As causas podem estar associadas a fatores, como:

A etiologia do TDAH é multifatorial, uma vez que a manifestação de seus


sintomas consiste na combinação de fatores: genéticos, ambientais, sociais,
culturais, além de alterações na estrutura e/ou funcionamento cerebral 5.
Como ocorre com outros transtornos mentais, não é possível desconsiderar a
influência genética, de modo que o surgimento e a evolução dependerão da
ação de múltiplos genes entre si e suas respectivas interações com o
ambiente. (CASTRO; De LIMA, p. 2, 2018)

Desse modo, essas manifestações podem ocasionar dificuldades em diversas


esferas da vida do indivíduo, escolar e profissional, relação com o próximo e consigo
mesmo, resultando em baixo desempenho escolar, fracasso profissional e insucesso em
relações inter e intrapessoais, levando à evasão escolar, baixa autoestima, depressão,
entre outros fatores que geram o sofrimento da pessoa.
O transtorno não tem cura, no entanto, podem ser elaboradas intervenções no
quadro do indivíduo visando a redução dos sintomas e o entendimento das necessidades
de cada um para que assim possam viver de uma forma melhor. Sendo essa mediação
realizada por uma equipe multidisciplinar, entre eles: psicopedagogos, psicólogos,
psiquiatras, fonoaudiólogos e profissionais especializados no cuidado com esse público.
Alguns tipos de intervenções podem ser:

No âmbito das intervenções psicossociais, o primeiro passo deve ser


educacional, através de informações claras e precisas à família a respeito do
transtorno. Muitas vezes, é necessário um programa de treinamento para os
pais, a fim de que aprendam a manejar os sintomas dos filhos. [...] As
intervenções escolares devem ter como foco o desempenho escolar. Nesse
sentido, idealmente, as professoras deveriam ser orientadas para a
necessidade de uma sala de aula bem estruturada, com poucos alunos.
Rotinas diárias consistentes e ambiente escolar previsível ajudam essas
crianças a manterem o controle emocional. Estratégias de ensino ativo que
incorporem a atividade física com o processo de aprendizagem são
fundamentais. [...] Em relação às intervenções psicofarmacológicas, ... a
indicação de psicofármacos para o TDAH depende das comorbidades
presentes.18 A literatura apresenta os estimulantes como as medicações de
primeira escolha. (ROHDE et al, 2000, p. 3)

Ou seja, existem inúmeros caminhos para que seja possível lidar com essa
adversidade, contudo, faz-se necessário, primeiramente, o conhecimento para uma
abordagem coerente com as demandas as quais esses indivíduos exigirão em suas
especificidades cotidianas, conferindo-lhes o desenvolvimento qualitativo frente aos
desafios do transtorno. Para tanto, é imprescindível que o diagnóstico precoce seja
realizado.
Contudo, existem poucas bibliografias que atestem, em dados quantitativos, a
incidência total de casos do transtorno na população brasileira no ano vigente, porém, é
sabido que o resultado gire em torno de 2 (dois) milhões de habitantes. Dentro desses
casos, o Instituto Neurosaber informa:
Um estudo da Universidade Federal do Pará — A prevalência do transtorno
do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): uma revisão de literatura —
mapeou dados de 23 estudos de prevalência do TDAH realizados nos quatro
continentes. Os autores encontraram as maiores estimativas de prevalência
em crianças de 3 a 6 anos — uma média de 25%. Com base em artigos e
pesquisas, as amostras revelaram que, no Brasil, 7.6% dos estudantes
investigados, de 6 a 17 anos, apresentaram sintomas de TDAH. (UFPA, 2015
APUD Instituto Neurosaber)

Os resultados são alarmantes, todavia, ainda existe uma lacuna a ser preenchida
no que tange informações concretas acerca dos dados oferecidos, visto que são
estatísticas importantíssimas para o conhecimento, esclarecimento e a disseminação de
hipóteses sobre o transtorno e as formas corretas de intervenções a serem realizadas,
visto que muitos casos, sequer, são diagnosticados e criam visões estigmatizantes a
respeito do indivíduo acometido pela patologia, sobretudo na etapa da educação básica,
fundamental para a sua formação para a vida cotidiana e para o trabalho.
Ou seja, no Brasil, ainda há a necessidade de elaboração de novas pesquisas que
abranjam o tema de forma a conscientizar e criar alternativas, recursos e estratégias para
o enfrentamento e a minimização dos impactos negativos do Transtorno do Déficit de
Atenção, para que essas pessoas possam lograr de satisfatória qualidade de vida.

2.2- Um breve histórico sobre a música como ferramenta de aprendizagem


na educação e o papel do professor.

A música, de acordo com o dicionário, é uma combinação expressiva e


harmoniosa de sons conciliando ritmo, harmonia, melodia (Michaelis). Ela acompanha
os indivíduos ao longo de suas vidas, ainda aqueles que não são adeptos de escutar
música, contudo, tudo que os cerca são sons, desde a poluição sonora que acomete o
cotidiano das grandes cidades à gargalhada de uma criança. (Ilari, 2002). Deste modo,
pode ser uma aliada na formação das pessoas.
Quando se fala no desenvolvimento cerebral e a cognição de um músico, Ilari
informa:

Embora se diga que a percepção da música se localize primordialmente no


hemisfério direito do cérebro, sabe-se hoje que o aprendizado musical
depende dos dois hemisférios, uma vez que ele é interdependente de outras
funções cerebrais, como a memória, a linguagem verbal, a resolução de
problemas e a análise, entre outras. A propósito, sabe-se hoje que o cérebro
do músico treinado é diferente do cérebro do não-músico (Costa-Giomi,
2001). Enquanto o não-músico processa informação musical primordialmente
no hemisfério direito do cérebro, o músico treinado processa informação
musical nos dois hemisférios, e apresenta uma quantidade maior de conexões
entre os hemisférios durante as atividades de escuta musical (BEVER;
CHIARELLO, 1974), o que indica uma escuta musical analítica. (ILARI, p.
3, 2003)
A partir dessa informação não se pretende a formação de estudantes músicos ou,
necessariamente que os professores da educação obtenham essa formação para aplicar
essa ferramenta em sala de aula, mas compreender a música como recurso de ampliação
da comunicação dos neurotransmissores. Ou seja, a partir das sinapses, comunicação
entre os neurônios, o indivíduo pode melhor desenvolver sua capacidade de
aprendizado, pois o sistema nervoso processa informações e pode fortalecer a cognição,
a memória e o desenvolvimento, permitindo que a criança possa criar novas habilidades,
uma vez que afeta, diretamente, o neurodesenvolvimento (Ilari, 2003). E quando se fala
sobre a utilização da música, sabendo que ela afeta os dois hemisférios cerebrais,
através do equilíbrio entre deles, é possível atingir níveis mais eficazes de cognição.
Na compreensão dos fatores influenciadores do desenvolvimento e da
aprendizagem de um indivíduo, entre eles a vida familiar, o meio social, a saúde física e
a mental, entre outros, a emoção e a afetividade, a partir da musicalidade, são
características que também assumem essa responsabilidade, contribuindo positiva ou
negativamente para o bem-estar dos indivíduos (ILARI, 2003).
De acordo com Antunha:
A sensação musical começa na criança com uma emoção de prazer
puramente auditiva, a qual evolui integrando-se aos outros analisadores:
táctilcinestésico, visual e motor, compondo assim esquemas amplificadores
que envolvem regiões integrativas do cérebro, desde a cóclea [função
auditiva] até as áreas pré-frontais, aí incluída a participação subcortical do
hipocampo-memória, bem como os centros límbicos de recompensa:
amígdala, septo e nucleus accumbens, facilitadores da produção de
neurotransmissores como a dopamina, serotonina, noripinefrina e endorfina,
cujos efeitos podem levar à alegria, felicidade e ao êxtase. (p.2, 2010)

Ao estimular regiões como o hipocampo, responsável por transformar a memória


de curto prazo em memória de longo prazo, o córtex pré-frontal, responsável pela
atenção, memória de trabalho, tomada de decisões, entre outras funções executivas,
pode-se obter resultados benéficos para o aprendizado, havendo um reforço das
informações, a assimilação de conteúdos e, consequentemente, da eficácia na
construção dos conhecimentos.
A amígdala, diretamente associada ao quesito emocional e que, quando
estimulada, retém na memória aquilo que é considerado afetivamente relevante, podem
consubstanciar, através da música, um importante instrumento no direcionamento e
estímulo dessas áreas, como supracitado.
Beatriz Ilari propõe:
É importante que o educador utilize uma grande variedade de atividades e
tipos de música. Cantar canções em aula, bater ritmos, movimentar-se,
dançar, balançar partes do corpo ao som de música, ouvir vários tipos de
melodias e ritmos, manusear objetos sonoros e instrumentos musicais,
reconhecer canções, desenvolver notações espontâneas antes mesmo do
aprendizado da leitura musical, participar de jogos musicais, acompanhar
rimas e parlendas com gestos, encenar cenas musicais, participar de jogos de
mímica de instrumentos e sons, aprender e criar histórias musicais, compor
canções, inventar músicas, cantar espontaneamente, construir instrumentos
musicais; essas são algumas das atividades que devem necessariamente fazer
parte da musicalização das crianças. (p.8, 2003)

Nesse sentido, António Nóvoa (2009) contextualiza a função docente, afirmando


que as características para o bom desempenho são: a capacidade de conhecer o que se
ensina; a compreensão da cultura profissional, mantendo o aprendizado constante, com
auxílio dos mais experientes, realizando a prática, a reflexão e a autoavaliação, como
maneira de desenvolver o trabalho; o tato pedagógico, o saber se comunicar e conduzir
o processo de ensino, saber integrar as dimensões profissionais e pessoais; o trabalho
em equipe, o trabalhar de modo coletivo e colaborativamente, intervindo de maneira
conjunta nos processos; o compromisso social, contribuindo para que a criança
ultrapasse as fronteiras que, muitas vezes, lhes são impostas.
Enquanto profissional, torna-se necessário refletir sobre a prática como hábito
constante e o quanto ela influencia no processo educativo, provocando melhorias no
próprio desempenho e, consequentemente, no rendimento dos alunos, uma vez que
adquirindo consciência da identidade profissional, é possível promover mudanças
comportamentais que, ao longo do tempo, tornam o ato de lecionar mais seguro e
confiante, tendo as próprias experiências e o diálogo com os demais colaboradores
como fator primordial e que merecem ser valorizados. (Nóvoa, 2009)
Ademais, a importância da formação docente é ressaltada por Nóvoa que
assegura:
a importância de conceber a formação de professores num contexto de
responsabilidade profissional, sugerindo uma atenção constante à necessidade
de mudanças nas rotinas de trabalho, pessoais, colectivas ou organizacionais.
A inovação é um elemento central do próprio processo de formação. (p.5,
2009)

Desse modo, é de suma importância a compreensão das escolas na


implementação da música no contexto educacional e no aprimoramento profissional
para a utilização dessa ferramenta, assim como a conscientização do profissional sobre a
necessidade dessa prática.
Para tanto, ela deve ser utilizada não de forma aleatória, mas com um propósito
lógico, ampliando os conhecimentos do professor acerca da ludicidade e, para esse fim,
faz-se necessária a formação e a capacitação de professores como recurso para assegurar
o atendimento a esta demanda, sendo relevante o papel do bom profissional.

2.3 – Marcos legais que embasam a inclusão de pessoas com TDAH


De acordo com a LDB 9394/96, a inclusão de pessoas com necessidades
específicas, no decorrer da trajetória da educação, vem ganhando mais espaço e
discussões no que tange a temática, possibilitando que documentos normativos sejam
elaborados e debatidos em sintonia com a possibilidade de permitir que haja igualdade
em condições de acesso e permanência na escola. (BRASIL, 1996)
Incluir é o ato de proporcionar que algo ou alguém seja inserido em determinado
espaço. No caso de indivíduos, é garantir que eles sejam colocados dentro de um grupo
e tornar-lhes parte daquela comunidade. Ou seja, em casos específicos de pessoas que
apresentem algum tipo de dificuldade, incluir é oportunizar o acesso em igualdade de
condições àqueles que não apresentam uma necessidade pormenorizada.
Contudo, criar condições para o acesso é insuficiente quando se trata da
heterogeneidade humana, pois as pessoas, em geral, são seres humanos com
particularidades e, portanto, precisam de tratamentos diferenciados, desse modo, deve-
se haver atendimento as suas especificidades, entendendo que cada um deve ser
respeitado em sua individualidade.
Nesse sentido, é fundamental que hajam planos para garantir também a
permanência, que somente é feita mediante, principalmente, oportunidades educacionais
que permitam que o indivíduo seja reconhecido em sua integralidade, sentindo-se
pertencentes ao grupo na construção de sua identidade, possibilitada através da
autonomia em seu desenvolvimento.
Um marco de suma importância acerca dessa inclusão é a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional de 1996, a qual preconiza em seu artigo 58:

Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de


educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação. Haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela
de educação especial. (BRASIL, 1996)

Ou seja, todos devem ser colocados na mesma classe, sem que haja distinções,
devendo a escola estar preparada para atender a essas necessidades e não o contrário (o
aluno atender as necessidades da escola). Toda a equipe deve compreender quais serão
os desafios encontrados para a assistência de seus alunos e saná-los, de modo a
contribuir para com o seu desenvolvimento, independentemente das condições
apresentadas.
Para tanto, faz-se necessário à ampliação de uma abordagem efetiva com a
finalidade de abranger esse público e, com isso, a Base Nacional Comum Curricular
mostra a necessidade da composição de um currículo adaptado, reconhecendo a
multiplicidade de perfis atendidos na escola, bem com as diversidades existentes em
cada território.
Desse modo, ela garante “[...] requer o compromisso com os alunos com
deficiência, reconhecendo a necessidade de práticas pedagógicas inclusivas e de
diferenciação curricular, conforme estabelecido na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência.” (Lei nº 13.146/2015 APUD BNCC)
Embora o TDAH não seja considerado uma deficiência, mas sim um transtorno,
é fundamental dar ênfase que este necessita de práticas pedagógicas inclusivas, que
requerem adaptação nas estratégias de ensino e nos recursos que deverão ser
empregados para que o objetivo da aula e os alunos sejam alcançados.
Em consonância com o que sugerem esses documentos, as Diretrizes Nacionais
para a Educação Especial reconhecem:

A educação tem hoje, portanto, um grande desafio: garantir o acesso aos


conteúdos básicos que a escolarização deve proporcionar a todos os
indivíduos – inclusive àqueles com necessidades educacionais especiais,
particularmente alunos que apresentam altas habilidades, precocidade,
superdotação; condutas típicas de síndromes/quadros psicológicos,
neurológicos ou psiquiátricos; portadores de deficiências, ou seja, alunos que
apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais,
decorrentes de fatores genéticos, inatos ou ambientais, de caráter temporário
ou permanente e que, em interação dinâmica com fatores socioambientais,
resultam em necessidades muito diferenciadas da maioria das pessoas
(Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, p. 21,
2001)

Esse processo visa acordar o que os documentos supracitados uma vez


dispuseram: deve existir o acesso aos mesmos conteúdos educativos daqueles que não
possuem necessidades específicas e os que possuem, de maneira adaptada e de forma a
atingir a todos de maneira igualitária, sem qualquer tipo de discriminação.
Quando se fala em igualdade, não necessariamente utiliza-se, expressamente, o
conceito da palavra, cuja atribuição se dá em uma perspectiva de oferecer uma
uniformidade de maneira proporcional. Mas em um sentido de isonomia, tal qual
garante a Constituição Federal de 1988, no sentido de:
[...] b) que as situações ou pessoas desequiparadas pela regra de direito sejam
efetivamente distintas entre si, vale dizer, possuam características, traços,
nelas residentes, diferençados; c) que exista, em abstrato, uma correlação
lógica entre os fatores diferenciais existentes e a distinção de regime jurídico
em função deles, estabelecida pela norma jurídica; d) que, in concreto, o
vínculo de correlação supra-referido seja pertinente em função dos interesses
constitucionalmente protegidos, isto é, resulte em diferenciação de tratamento
jurídico fundada em razão valiosa – ao lume do texto constitucional – para o
bem público. (MELLO, p.35, 2005)

Deverão, portanto, levar em consideração quais são as reais necessidades de uma


pessoa ao aplicar as oportunidades na medida das suas diferenciações, sem que isso seja
caracterizado de uma maneira excludente, ou seja, sem que elas sejam excluídas ou que
sejam vistas apenas da perspectiva de suas limitações, mas que sejam percebidas em
suas potencialidades.
Além desses normativos, outro aparato legal que certifica a exigência de
preceitos para a realização de métodos e procedimentos para o atendimento de pessoas
com TDAH nas instituições de ensino é justamente a Lei de 14.254 de 2021, que dispõe
o acompanhamento dos educandos com o transtorno, entre outros.
O documento assevera em seu artigo terceiro:

Educandos com dislexia, TDAH ou outro transtorno de aprendizagem que


apresentam alterações no desenvolvimento da leitura e da escrita, ou
instabilidade na atenção, que repercutam na aprendizagem devem ter
assegurado o acompanhamento específico direcionado à sua dificuldade, da
forma mais precoce possível, pelos seus educadores no âmbito da escola na
qual estão matriculados e podem contar com apoio e orientação da área de
saúde, de assistência social e de outras políticas públicas existentes no
território.

Além disso:

Art. 5º No âmbito do programa estabelecido no art. 1º desta Lei, os sistemas


de ensino devem garantir aos professores da educação básica amplo acesso à
informação, inclusive quanto aos encaminhamentos possíveis para
atendimento multissetorial, e formação continuada para capacitá-los à
identificação precoce dos sinais relacionados aos transtornos de
aprendizagem ou ao TDAH, bem como para o atendimento educacional
escolar dos educandos.

Portanto, acompanhar um aprendente com algum tipo de transtorno de


aprendizagem é fundamental para que ele possa se desenvolver consistentemente e esse
tipo de assistência pode ser realizado mediante a inserção de ferramentas educativas
próprias para a aplicação dos conteúdos, de maneira lúdica e efetiva para o aprendizado,
como a música, entre outros recursos.
Igualmente, a equipe escolar deve se preparar para esse tipo de atendimento, a
capacitação faz-se fundamental para que seja possível lidar com as adversidades
encontradas e, por isso, é de suma importância que documentos legais sejam elaborados
visando o aumento e melhoria das condições e oportunização de propostas educativas
para a inclusão factual.

2.4 – O TDAH e a Música

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, como já sabido, remete ao


fato de que indivíduos com essa patologia são caracterizadas por sua falta de atenção,
dificuldade na organização, seja de objetos como da sua própria rotina, não finalizando
as tarefas no tempo determinado, inquietude, agitação, diferentes níveis de estresses
devido aos sintomas anteriormente citados, entre outros.
Esses aspectos são condicionados a partir da influência que as regiões cerebrais
exercem sobre o comportamento do ser humano. No caso, as pessoas que possuem esse
transtorno têm modificações, principalmente, nas áreas cerebrais conhecidas como
córtex pré-frontal, amígdala e hipocampo, como considera:

[...]existe uma disfunção da neurotransmissão dopaminérgica na área frontal


(pré-frontal, frontal motora, giro cíngulo); regiões subcorticais (estriado,
tálamo médiodorsal) e a região límbica cerebral (núcleo acumbens, amígdala
e hipocampo). Alguns trabalhos indicam uma evidente alteração destas
regiões cerebrais resultando na impulsividade do paciente. [...] as
insuficiências nos circuitos do córtex pré-frontal e amígdala, a partir da
neurotransmissão das catecolaminas, resultam nos sintomas de esquecimento,
distratibilidade, impulsividade e desorganização (Armsten e Li, 2005 APUD
COUTO, p. 4, 2010).

Ou seja, estas regiões estão diretamente ligadas à regulação de emoções e,


portanto, indivíduos com TDAH apresentam menos estabilidade em sua conduta, fato
determinado pelo atraso no desenvolvimento da maturação e, por esse motivo, é
essencial que sejam realizados estímulos para desenvolvê-los.
Nessa conjuntura, é fundamental reconhecer que esse processo resulta na
diferenciação do desempenho, principalmente escolar, entre indivíduos com TDAH e os
que não têm. Geralmente, aqueles têm dificuldade em manter o foco na continuidade da
aula, em seguir instruções, em manter-se no mesmo lugar por muito tempo, necessidade
de estar realizando outras tarefas em sua zona de interesse, distração com facilidade e
problemas de convivência com os companheiros, o que não significa desinteresse ou
desleixo, mas uma dificuldade de aprendizado condicionado por fatores
neurobiológicos, que necessitam de um cuidado específico.
À vista disso, devem ser empregados esforços múltiplos e em conjunto, entre
família, responsáveis, escola, psicopedagogos, entre outros profissionais, na busca de
estratégias e recursos atentando para a melhoria no desempenho pessoal e escolar das
pessoas com TDAH, visando à construção da independência e da autonomia delas, bem
como o seu desenvolvimento com um ser humano integral. E, nesse sentido, a música
poderá ser uma ferramenta empregada como auxiliar no processo de ensino-
aprendizagem.
Acerca da associação feita a partir da música sobre o cérebro, OCTAVIANO
afirma:

Pode-se afirmar que a atividade musical envolve quase todas as regiões do


cérebro e os subsistemas neurais. Quando uma música emociona, são
ativadas estruturas que estão nas regiões instintivas do verme cerebelar
(estrutura do cerebelo que modula a produção e liberação pelo tronco
cerebral dos neurotransmissores dopamina e noradrenalina), e da amídala
(principal área do processamento emocional no córtex). [...] O ato de
acompanhar uma música é capaz de ativar o hipocampo (responsável pelas
memórias) e o córtex frontal inferior. (p. 2, 2010)

Sendo assim, pode-se perceber que as áreas cerebrais afetadas pela música são,
basicamente, as mesmas atingidas pelo cérebro do TDAH, como por exemplo, a
amígdala e o hipocampo. Este importante na regulação de emoções e na memória,
aquela responsável pelo controle emocional e necessária à aprendizagem. Com isso,
verifica-se a possibilidade de associação desses dois aspectos na relação música e
aprendizagem, não somente no cérebro com transtorno, mas em geral.
A partir do momento em que é diagnosticado o TDAH no aprendente, a escola,
uma das principais responsáveis pela aprendizagem, tem função imprescindível na
criação de estratégias para beneficiar esse público, sendo o professor, principal contato
da criança na mediação ao ensino, fundamental para que seja proporcionado um
ambiente verdadeiramente inclusivo.
Essa inclusão deve ser iniciada desde a arrumação do espaço até a escolha dos
instrumentos que serão utilizados na mediação no conhecimento, como atividades
lúdicas, trabalhos em grupo, avaliações formativas, entre outros.
Com isso, o professor deve propiciar atividades que envolvam os alunos,
conferir o andamento e o desenvolvimento do processo, auxiliando-os quando
necessário, valorizar as potencialidades e minimizar as limitações.
E no reconhecimento do trabalho mediado através da musicalidade, sabe-se que
os aprendentes são beneficiados visto os proveitos que esse recurso oferece, como
envolvimento entre diversas estruturas cerebrais, linguagem, ritmo, movimentação,
emoção, memória e mais. (ROCHA, BOGGIO, 2013)
E as atividades musicais com o propósito educativo podem ser
direcionadas a diferentes finalidades, tais quais:

as atividades musicais na escola podem ter objetivos profiláticos, nos


seguintes aspectos: Físico: oferecendo atividades capazes de promover o
alívio de tensões devidas à instabilidade emocional e fadiga; Psíquico:
promovendo processos de expressão, comunicação e descarga emocional
através do estímulo musical e sonoro; Mental: proporcionando situações que
possam contribuir para estimular e desenvolver o sentido da ordem,
harmonia, organização e compreensão. (GAINZA, 1988 apud MOREIRA et
al, 2014)

E esse desenvolvimento deve buscar a compreensão pelo aprendente e sua


participação de maneira ativa, de modo a contribuir para o seu crescimento e minimizar
os impactos negativos causados pelo transtorno que os acomete.
Para tanto, os exercícios podem ser variados, como:

Além da possibilidade do uso da música na forma mais simplificada, através


de um simples aparelho reprodutor e o cd (mídia), acompanhado da letra e
um comentário previamente elaborado, a música permite que se utilize jogos
ou brincadeiras como ponto de partida para outras atividades. Jogos com
etapas marcadas pela música, ou então a utilização da música com letra
modificada numa espécie de paródia pode ser usada para auxiliar na fixação
de conteúdo. (MOREIRA et al, 2014)

Contudo, essas práticas não devem ser realizadas de maneira aleatória, mas com
um propósito bem definido, na busca de resultados efetivos, sem que esses produzam o
resultado contrário daquilo que se almeja, uma vez que músicas lentas, por exemplo,
podem não afetar a criança, que tem o desejo de estar em movimento, além disso, a falta
de percepção do propósito daquela atividade pela criança pode não a tornar
significativa.
Portanto, para que essa prática seja efetiva e contribua para com o
desenvolvimento da pessoa com o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade no
processo de ensino aprendizagem, a intervenção deve ser feita com o intuito de
direcionar a atenção para o conteúdo específico, tornando-o interessante. Permitir o
contato com o assunto, fazendo com que o aprendente consiga fixá-lo e acessá-los em
práticas de sua vida cotidiana e, para isso, a música pode interferir, como menciona:

Além de atenuar os sintomas de desatenção e falta de concentração, a música,


por sua vez, também apresenta melhora nos relacionamentos sociais e na
comunicação, sendo a melhor forma de expressar e canalizar as emoções. A
música aumenta a tolerância à frustração e reduz a emissão de condutas
disruptivo. Algumas crianças com TDAH têm dificuldade em estabelecer e
manter relações com seus familiares, principalmente devido aos seus
comportamentos impulsivos. (PEÑALBA, 2010, p.4 APUD VASQUES;
PEREIRA, p.10, 2016)
Nesse sentido, as escolas e os professores devem aumentar o rol de atividades
utilizando a música como recurso pedagógico, entendendo a importância dessa
ferramenta no atendimento as necessidades de crianças com o TDAH e contribuindo
para que o ambiente realize a promoção da inclusão desses indivíduos em busca da
autonomia impreterível.
Conforme GAINZA especifica:

O processamento dos materiais sonoros e musicais se dá no interior do


sujeito, de tal forma que a energia proveniente da música absorvida
metaboliza-se em expressão corporal, sonora e verbal, engendrando
diferentes sentimentos, estimulando a imaginação e a fantasia, promovendo
enfim, uma intensa atividade mental. GAINZA, 1988, p. 30 apud VANZELA
et al, p.12, 2017)

Sendo assim, o aprendente que utiliza a música como ferramenta de estímulo


para a aprendizagem, garante que os seus processos mentais sejam entusiasmados em
direção ao conhecimento significativo e que aspectos fundamentais como a imaginação,
a curiosidade e a consciência sejam despertos em seu interior e promovam modificações
em seu exterior, resultando em alicerces para o seu desenvolvimento.

2.5 – Para o seu subitem 2.5, segue abaixo a sugestão.

Para enriquecer a sua pesquisa, eu sugiro que você faça um estudo de caso, para
fundamentar as contribuições da musicoterapia no desenvolvimento da criança com
TDAH.

3 – Considerações Finais

O presente artigo teve como objetivo apresentar as contribuições da música


como recurso para a mediação do conhecimento no processo de ensino-aprendizagem
para a inclusão de indivíduos com o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH) em classes regulares de ensino, tendo em vista a autonomia deles.
Para tanto, fez-se necessário contextualizar o transtorno, suas causas, sintomas,
diagnóstico e tratamento para o entendimento do funcionamento do cérebro e suas
implicações no comportamento da pessoa, além dos impactos que ele pode acarretar,
especialmente no desenvolvimento escolar.
Além disso, procurou-se abordar as questões normativas referentes ao processo
de inclusão, diretriz fundamental para o tratamento adequado das necessidades dos
educandos no que tange suas particularidades e essencial para a reflexão sobre o tema e
a garantia de condições para que todo indivíduo consiga ter acesso e permanecer na
escola.
Por fim, foi mostrada a importância da música e o papel que ela desempenha na
vida dos seres humanos, entendendo que a sonoridade faz parte do cotidiano de cada um
e que é possível inserir esta ferramenta no dia a dia escolar, de modo a garantir
dinamicidade e efetividade para a difusão de conhecimentos e apreensão dos conteúdos
pelos aprendentes.
Contudo, é necessário assegurar que a aplicação deste recurso no processo de
ensino-aprendizagem seja realizada de maneira precisa e, por isso, os profissionais
devem ser e estar preparados para a utilização de técnicas adequadas, atividades e
músicas em acordo, objetivando o alcance de uma finalidade específica.
Ademais, a família deve conhecer e cercar-se de profissionais competentes que
compreendam as peculiaridades que circundam o TDAH para o enfrentamento do
transtorno, sem que ele prejudique o desenvolvimento do indivíduo e, para isso, é
fundamental que diferentes ferramentas, como por exemplo, a música esteja à
disposição e funcionem como meio de transmissão de conhecimento significativo.

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