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ABSTRACT
Autistic Spectrum Disorders are conceptualized based on three main characteristics: dysfunctions in the
communicative process, inability or inefficiency in the development of social interactions, and restrictive
and/or repetitive behaviors. However, communicative alterations that appear early in autistic children are
one of the first concerns of parents/guardians due to the impossibility or great difficulty in interpersonal
communication between them. Aiming to provide a greater understanding of this aspect, this research
aimed to investigate the socio-educational progression of autistic students through the TEACCH® Autism
Program (Treatment aimed at pedagogical practice that seeks to create or apply individualized intervention
plans). This research was carried out with parents/guardians of autistic students of a public school in which
a questionnaire was applied using google forms in order to understand the communicative peculiarities of
autistic students and how the TEACCH® Autism Program can contribute to obtaining strategies for the
socio-educational progression of these students. The theoretical support was given in the works of LEON
(2016), LEON (2017), BRITO (2017), and GRANDIN (2019). As a result, we highlight the importance of
knowledge and understanding of the profiles of each student who presents ASD, thus, it is necessary to
apply the TEACCH® Autism Program and its communicative approach techniques to facilitate and enable
social interaction, enabling an alternative communication and /or augmentative through routines and tips
so that there is a socio-educational interaction.
1
Pós-Graduanda do Curso de Especialização em Educação Especial na perspectiva inclusiva da Universidade de
Pernambuco campus Mata Norte. tenelivania.cmr@gmail.com
2
Docente do Curso de Especialização em Educação Especial na perspectiva inclusiva da Universidade de
Pernambuco campus Mata Norte. mirtes.lira@upe.br
Keywords: Autistic Spectrum Disorders, communication, TEACCH® Autism Program.
1. INTRODUÇÃO
As neurociências não propõem uma nova pedagogia e nem prometem solução para
as dificuldades da aprendizagem, mas ajudam a fundamentar a prática pedagógica
que já se realiza com sucesso e orientam ideias para intervenções, demonstrando que
estratégias de ensino que respeitam a forma como o cérebro funciona tendem a ser
mais eficientes.
Quando se fala em comunicação, associa-se ao ato de falar, contudo essas nem sempre
são análogas. É verdade que normalmente a fala é utilizada para transmissão de uma
determinada mensagem, conceito básico de comunicação, entretanto não é a única forma de
consumá-la.
O ser humano iniciou o processo comunicativo através de gestos, sinais e pequenos sons,
sendo a fala concretizadora desse processo e ainda hoje, imagens, luzes, desenhos, sons, escrita
são utilizados para que a comunicação seja efetuada. Para Passerino (2015, p. 21-22):
Sabe-se que as disfunções cognitivas apresentadas por Leon, exigem do professor uma
apresentação diferenciada, única, já que o aluno TEA possui uma mente igualmente incomum.
Vale reiterar que a autora não apresenta uma incapacidade do grupo, apenas indica a aplicabilidade
de uma prática pedagógica adequada às peculiaridades de cada docente. Temple Grandin (2019, p.
19) compartilha uma memória onde diz: Quando o psicólogo que fazia o exame me dizia “Pare”,
eu via um sinal de parar. Quando dizia “Vá”, via um semáforo verde. Esse fato corrobora com a
ideia de Leon (2016, p. 13) que cada pessoa com TEA é única, e sua forma de aprender também
deverá ser singular.
4. METODOLOGIA DO ESTUDO
Este estudo se caracteriza como pesquisa qualitativa tendo como abordagem estudo de
caso. Segundo Hartley (2004, p. 323), o estudo de caso tem como característica “fornecer uma
análise do contexto e processos que iluminam as questões teóricas que estão sendo estudadas”.
Para compor a fundamentação teórica foi realizada uma discussão sobre as principais
disfunções cognitivas do TEA, comunicação e técnicas do método TEACCH® que facilitam a
interação social visando colaborar com o processo comunicativo para que esta pesquisa fosse
concluída, haja vista o objetivo principal deste trabalho em viabilizar materiais para um suporte
efetivo, produtivo e eficiente, capaz de colaborar com o desenvolvimento educacional dos autistas
em questão.
A pesquisa foi realizada em uma escola federal na cidade do Recife, em Pernambuco, na
qual participaram 04 pais∕responsáveis de estudantes autistas. A coleta de dados foi realizada pelo
Google formulário, com o objetivo de investigar elementos que contribuem com as inabilidades
e/ou déficits no processo comunicativo.
Segundo Lakatos (2006, p. 203), o questionário é um instrumento de coleta de dados,
constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a
presença do entrevistador. O nosso questionário foi composto por 20 questões mistas as quais
possibilitaram atender os objetivos desta pesquisa.
Vale ressaltar que os dados coletados pelo questionário foram organizados em cinco
categorias, são elas: Categoria 01 - Diagnóstico e acompanhamento, composta pelas questões 01
e 05; Categoria 02 - Entrada na escola – Alfabetização composta pelas questões 03, 04, 06 e 07;
Categoria 03 - Aspecto qualitativo da interação social composta pelas questões 15, 16, 17 e 18;
Categoria 04 - Aspectos qualitativos da comunicação composta pelas questões 02, 08, 09, 10,
12, 13 e 14; Categoria 05 - Padrões restritos e repetitivos de comportamentos composta pela
questão 11.
Caminha (2016, p. 48) afirma que o TEA pode se manifestar já nos primeiros meses de
vida ou se apresentar após período inicial de desenvolvimento, com isso, ressalta-se a
dificuldade e/ou falta de conhecimento de toda a sociedade (pais, profissionais da área de saúde
e educação) quanto às características sintomatológicas desses transtornos, visto que, a primeira
pergunta evidencia o atraso nos diagnósticos desses jovens.
Quando observamos os dados relacionados à idade, percebemos o quão tardio foi o
reconhecimento das características dos Transtornos do Espectro Autista nessas crianças. Com
idade de 10 anos (02 alunos), 12 anos (01 aluno) e 17 anos (01 aluno), estes jovens com
autismo não receberam acompanhamento especializado nos TEA na primeira infãncia, fato que,
provavelmente, corrobora com as peculiaridades apresentadas por esses.
Nos dados evidenciados nesta pesquisa, vimos que dois alunos ainda não receberam
nenhum tipo de intervenção terapêutica; um recebeu apenas alguns atendimentos não
descriminados e outro jovem, apenas o atendimento realizado na Seção de Atendimento
Educacional Especializado da referenciada instituição de ensino. Embora, não tenhamos dados
quanto os motivos do diagnóstico tardio, sabe-se da importância dos tratamentos precoces.
Caminha (2016, p. 49) assegura que, assim como o processo de diagnóstico e identificação
precoce de crianças com indícios de autismo, o início de acompanhamento terapêutico é
essencial.
Leon (2016, p.16) afirma que dentre os sintomas dos TEA está o déficit na reciprocidade
emocional, ou seja, a aproximação social é anormal, ou há falhas em conversações normais com
reduzido compartilhamento de interesses (grifo da autora), a partir dessa premissa, nossa
pesquisa corrobora com essa assertiva, já que 100% dos pais/responsáveis informaram que os
jovens com autismo apresentam algum problema de socialização, relataram ainda que seus/suas
filhos/as possuem poucos ou nenhum amigo.
O déficit supracitado pode-se ampliar com base no grau sintomatológico de cada pessoa
com autismo, segundo relatos de um dos responsáveis, um desses jovens apresenta objeção ao
toque de pessoas fora do ciclo familiar. Ainda sim, os responsáveis reiteraram a interação desses
jovens com outras pessoas, através de conversas, brincadeiras, gestos ou até desenhos.
Mello (2004, p. 21) destaca essa problemática quando afirma: Dificuldade de
sociabilização - este é o ponto crucial no autismo, e o mais fácil de gerar falsas interpretações.
Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, a incapacidade de compartilhar
sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas.
Passando para a Categoria 04 “Aspectos qualitativos da comunicação” compreende as
questões 02, 08, 09, 10, 12, 13 e 14, como segue a descrição abaixo:
Quadro 04: Questões da Categoria 04 – Aspectos qualitativos da comunicação
2. Com quantos anos iniciou a comunicação verbal, a fala?
8. Cite uma ou mais dificuldades apresentadas na comunicação com seu/sua filho/filha nos
primeiros anos.
9. Atualmente, você possui alguma dificuldade de comunicar-se com seu filho(a)?
10. Durante a fala, seu/sua filho/a apresenta troca ou mau uso dos pronomes
pessoais? Exemplo: Se chama pelo nome. (Robinho gosta de bicicleta.)
12. Apresenta dificuldade de compreensão de termo, expressões e gírias?
13. Compreende linguagem figurada, por exemplo: Estou morrendo de fome?
14. Compreende a polissemia (vários significados de uma mesma palavra)?
Exemplo: Manga (parte da camisa) e Manga (fruta).
Um dado significativo surge quando 75% dos pais demonstram confiar no ambiente
escolar, assim como as terapias especializadas, para a evolução socioeducacional desses jovens,
reforçando o papel da instituição nesse procedimento. E para tal, esse educador deverá buscar
conhecimentos para que possa captar as peculiaridades do autismo e, com conhecimento e
compreensão da aplicabilidade do Método TEACCH®, os profissionais da área de educação,
saúde, pais/responsáveis, familiares e toda a sociedade podem contribuir com o desenvolvimento
dessas pessoas através da organização e planejamento que esse Método proporciona.
Leon (2018, p.8) ratifica que:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS