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O método Panlexia (Pamela Kvilekval) foi estruturado com o objetivo de

ensinar crianças com Transtornos Específicos de Linguagem, através do uso


de técnicas linguísticas estruturadas.

Não existe uma cartilha, uma receita, para trabalhar com alunos
disléxicos. Assim sendo, é preciso mais tempo e mais ocasiões para a troca de
informações sobre os alunos, planejamento de atividades e elaboração de
instrumentais de avaliação específicos;

· relutância inicial (ou dificuldade, mesmo) por parte de alguns


professores para separar o comportamento do aluno disléxico das suas
dificuldades;

· receio do professor em relação às normas burocráticas e conteúdos a


seguir, aos companheiros de trabalho, aos colegas do aluno disléxico,
familiares, etc.;

· angústia do professor em relação ao nível de aprendizado do aluno e


às suas condições para enfrentar o vestibular;
· tempo necessário para cada professor percorrer a sua trajetória pessoal em
relação a esta questão.

Panlexia – Histórico do método e da autora

Maria Cristina Bromberg 


O Método Panlexia é o primeiro método construído segundo as características
fonema x grafema do idioma português falado e escrito no Brasil. É um método
de orientação diagnóstica e um programa abrangente de assistência
pedagógica a pessoas com Dificuldades Específicas de Linguagem. É o
resultado de longos anos de pesquisas e experiências compartilhadas por
diferentes fontes de informação.
Dentre as primeiras influências que alicerçaram a construção progressiva do
Método Panlexia, destaca-se o trabalho de um professor de linguística da Yale
University, Leonard Bloomfield, cujo filho era disléxico. Bloomfield formulou o
conceito que “seria melhor ensinar leitura a estudantes disléxicos,
primeiramente, através da introdução de elementos consistentes do idioma
escrito e só então, depois de estabelecidas essas conexões, ir acrescentando,
aos poucos, os padrões menos comuns de soletração”. Essa forma de
abordagem pedagógica foi chamada de  “Linguística Estruturada”. Desde então
(1933), muitos pesquisadores vêm investigando os inúmeros aspectos da
Dislexia, e diferentes programas remediativos de ensino têm sido publicados
nos Estados Unidos.
Já na década de 1960, o Dr. Jesse Grimes, da Harvard University, foi
convidado pela rede pública de ensino da cidade de Newton, estado de
Massachusetts, EUA, para investigar qual seria o melhor dos três métodos de
iniciação à leitura utilizados em programas de ensino de leitura: fonético,
visuo/global, linguístico estruturado.
Essa pesquisa incluiu 30 salas de aula, envolvendo 10 classes em cada uma
das três abordagens, e foi desenvolvida com a seguinte orientação prognóstica:
bons leitores, leitores de nível médio, maus leitores. A avaliação dos resultados
da pesquisa deixou claro que a Leitura Linguística Estruturada obteve os
melhores resultados em todas as categorias. Entretanto, como nessa
abordagem foram incluídos métodos específicos de ensino desenvolvidos e
supervisionados pelo Dr. Grimes, e não somente a técnica de leitura
segmentada em elementos linguísticos, seus resultados foram ignorados na
época.
Como consequência, não ficou estabelecido o conceito de que o ensino da
leitura em séries linguísticas era mais eficiente em si, e por si mesmo. Ficou
evidenciado, porém, que os métodos de ensino de leitura desenvolvidos pelo
Dr. Grimes eram a chave-mestra do grande sucesso do Programa Estruturado
em Leitura Linguística. Baseado nas dificuldades de filho e neto disléxicos, o
Dr. Grimes havia desenvolvido métodos de ensino para ajudá-los no
aprendizado da leitura. Entre suas várias técnicas, está incluído o treinamento
para desenvolvimento da consciência fonológica, que somente nos últimos
anos tem sido reconhecido por pesquisadores respeitados como um
componente-chave do sucesso alcançado no aprendizado de leitura e
soletração. As técnicas pedagógicas com base em ensino terapêutico em
linguística estruturada, em que está alicerçado o Método Panlexia, tiveram
comprovada sua eficiência para ensinar o disléxico, mais uma vez, em
importante trabalho de pesquisa desenvolvido pela Dra. Sally Shaywitz e sua
equipe da Yale University.
Pamela Kvilekval, educadora especializada em Dificuldades de Aprendizado,
fez parte do primeiro grupo de profissionais treinados diretamente pelo Dr.
Grimes para desenvolver o programa de ensino diferencial para alunos com
Dificuldades de Aprendizado da rede pública de Newton, em 1968. Depois de
três meses engajada nesse trabalho, tornou-se sua assistente, supervisionando
diretamente os professores de Educação Especial. Após dois anos como
assistente do Dr. Grimes e supervisora do Curso de Instrução Terapêutica
ministrado por ele, assistindo a mais de 200 disléxicos durante o ano escolar e
em programas especiais de verão, Pamela foi nomeada dirigente do Programa
de Dificuldades de Aprendizado das Escolas Públicas de Andover, no estado
de Massachusetts, EUA. Essa indicação foi feita, por membros do
Departamento de Educação do Estado, depois que as técnicas de ensino das
escolas de Newton foram analisaram e avaliadas e o programa terapêutico
desenvolvido na rede de ensino declarado “Muito favorável”.
Em paralelo, o Dr. Grimes também capacitou seu grupo de educadores em
técnicas de desenvolvimento e uso de materiais, como recurso complementar
do seu programa. Desprendido, nunca teve interesse em formalizar o registro
escrito desse trabalho. Por isso, quando um manual de treinamento foi
requerido para as escolas de Andover, o Dr. Grimes autorizou e estimulou
Pamela a escrever o Manual Básico, com 70 páginas, para dar início ao
treinamento de 15 membros do corpo docente das escolas. Esses profissionais
não eram formalmente especializados, mas compunham um grupo
comprometido com o ensino diferencial, motivados por estarem diretamente
envolvidos no ensino de crianças com dificuldades de aprendizado. E por isso,
estavam determinados a desenvolver um eficiente programa de apoio
pedagógico aos estudantes disléxicos em suas escolas.
Àquela época, não havia nenhum programa de graduação universitária em
Massachusetts para formar esses especialistas. Com o passar dos anos, o
Programa de Treinamento com estrutura fundamentada nas características
fonema x grafema do idioma inglês organizado por Pamela evoluiu de 70 para
700 páginas, publicadas com o título: “Um Programa para Dificuldades
Específicas de Linguagem”. Programa abrangente, que se constitui, hoje, como
base na formulação de muitos outros programas de treinamento de
profissionais em Dificuldades de Aprendizado, em diferentes sistemas
escolares.
Depois de 4 anos como Supervisora em programas de Dificuldades de
Aprendizado e 10 anos como Administradora em Educação Especial,
responsável por todos os programas de Educação Especial em Andover, sob
Leis Estaduais e Nacionais, Pamela se tornou Consultora em Educação
Especial na Itália. Desde 1986, é consultora em escolas internacionais na Itália
e supervisora de ensino diferencial para estudantes disléxicos.
Visto que na Itália não existia, ainda, programas pedagógicos especializados
em Dislexia, muitos médicos e psiquiatras italianos encaminhavam crianças
disléxicas para serem assistidas pela equipe de Pamela. Por essa razão, ela
acabou se impondo um verdadeiro desafio: traduzir e construir seu programa
de ensino dentro da base estrutural fonética do idioma italiano. No início, teve
que estabelecer a estrutura linguística fonema x grafema do idioma o que foi
mais simples de ser feito do que estruturar o Programa em sua língua materna:
o inglês. Isso porque a língua italiana é pronunciada quase que exatamente da
mesma forma como é escrita. No início desse trabalho, Pamela desenvolveu
listas de palavras para as lições de cada dia. Na evolução progressiva da
formulação do método, as listas precisas de palavras e de exercícios de ditado
passaram a ser agrupadas em manuais. Só faltava criar histórias com o
componente essencial de adequar-se a cada uma das lições, seguindo as
características da estrutura linguística do idioma italiano.
Embora houvesse livros de leitura linguisticamente estruturados para serem
utilizados em programas em inglês, não existia nenhum livro semelhante em
italiano. Nelly Melone, mãe de um dos estudantes disléxicos de Pamela, se
propôs a criar as histórias. “Le Storie di Zia Lara” foi publicada como um
encarte do “Il Método Panlexia”. São esses livros que compõem o primeiro
programa educacional terapêutico de assistência pedagógica ao disléxico
publicado na Itália. Era o ano de 1998.
Hoje, a Itália está na segunda publicação do Programa IL MÉTODO
PANLEXIA, que continua sendo o único programa publicado naquele país.
Professores, psicólogos e terapeutas da fala têm sido treinados, através de
toda a Itália, nos seguintes cursos de Pamela Kvilekval: REABILITAÇÃO DA
DISLEXIA – IDENTIFICAÇÃO PRECOCE DAS DIFICULDADES DE
APRENDIZADO – REABILITAÇÃO DA DISCALCULIA – ORIENTAÇÃO PARA
PAIS DE CRIANÇAS COM DIFICULDADES POR DEFICIÊNCIA DE
ATENÇÃO.
Além do programa “Il Método Panlexia”, Pamela desenvolveu uma versão
italiana do “Preschool Screening System”, de Peter Hainsworth e Marian
Hainsworth, publicado em 2002. Trata-se de um programa de identificação
precoce de diferentes dificuldades em crianças entre 2½ a 6½ anos, através de
sintomas e sinais característicos que as predispõem a apresentar dificuldades
em seu aprendizado escolar. Crianças que, integradas precocemente em
adequado programa pedagógico preventivo, em sua maioria poderão vir a
superar essas dificuldades.
Com permissão dos autores, Pamela estruturou uma nova versão do Preschool
Screening System, publicado em língua portuguesa sob o titulo “Sistema de
Avaliação Precoce – o PSS” pela própria autora, em parceria com o Centro de
Neuropediatria do Hospital de Clinicas da Universidade Federal do Paraná.
Esse instrumento de avaliação está sendo validado e normatizado através de
duas pesquisas de mestrado e uma pesquisa de doutorado.
Nos últimos anos, Pamela Kvilekval foi eleita para o Conselho Diretor da
Associazione Italiana Dislessia. Essa organização está representada em mais
de 50 cidades da Itália e Pamela é o único membro do Conselho Diretor a não
ter nacionalidade italiana.  Em co-autoria com outros membros da
Associazione, escreveu dois pequenos livros estabelecendo fundamentação
teórico-prática para apoiar o trabalho do professor em sala de aula.
O Método Panlexia foi introduzido no Brasil, em Curitiba, Paraná, no ano de
2004, através de dois eventos patrocinados pelo Centro de Neuropediatria do
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, pela Secretaria
Municipal da Educação de Curitiba e pela Associação Brasileira de Apoio ao
Disléxico, de Curitiba.
O primeiro, foi um simpósio que contou com a presença de profissionais e
interessados vindos de todos os estados brasileiros. O segundo, um curso de
formação sobre o método para 90 profissionais das áreas da Educação e da
Saúde.  Durante a prática pedagógica do curso, foram trabalhados mais de 50
disléxicos, de diferentes idades e diferentes níveis de dificuldades. As
respostas, bastante positivas, confirmaram, também na língua portuguesa, a
eficiência já alcançada pela metodologia nas línguas inglesa e italiana.
Em 2010, com a colaboração de profissionais brasileiras, Pamela fez uma
revisão do material publicado em 2004 e publicou uma edição atualizada e
ampliada da metodologia, a que chamou de Panlexia Plus. Essa nova edição
levou em consideração a reforma na ortografia do português, assim como a
experiência acumulada pelos profissionais durante os anos de prática no Brasil.

POR QUE A PANLEXIA REALMENTE FUNCIONA?


A PANLEXIA INCLUI A ESTRUTURA, AS ATIVIDADES E OS MÉTODOS DE
ENSINO QUE SEGUEM OS PRINCÍPIOS PARA ENSINAR DISLÉXICOS A
LER E ESCREVER.
Aqui está a razão do sucesso: 1.  O método é fonológico, estrutural e
propicia bastante reforço para cada elemento da linguagem escrita, de modo a
assegurar respostas automáticas.
2.  As atividades utilizam todos os sentidos envolvidos na leitura e na
escrita: o visual, a motricidade fina, a percepção auditiva e a consciência
fonêmica, incluindo a consciência de sensações tácteis durante a pronúncia
dos sons.
3.  As listas estruturais de palavras promovem:
– a habilidade de decodificar, porque mudam apenas uma letra na palavra por
vez, induzindo a pessoa, portanto, a seguir cuidadosamente a sequência das
letras;
– um sentido de ritmo que desenvolve a habilidade de associar o som da sílaba
e a sequência dos símbolos (associação fonema-grafema) que representam as
letras;
– o reconhecimento da palavra devido às similaridades de cada palavra;
– o reforço da memória visual de cada novo elemento.
4.  Escrever cada palavra após a leitura da lista (adaptada para a idade e
capacidade):
– reforça o aprendizado da palavra.
– envolve a Memória Sinestésica, ajudando a desenvolver a escrita automática
de cada palavra.
– ajuda na compreensão da sequência das letras na palavra, porque as letras
devem ser escritas uma a uma dentro de uma sequência.  Isso dá à pessoa
tempo para perceber todas as sensações na boca e nas cordas vocais que se
tem durante a escrita da sequência de letras.
– visto que cada lista de palavras apresenta somente um novo elemento a ser
reforçado, a escrita repetida desse elemento induz a lembrança automática de
cada novo elemento.
– escrever as listas de palavras em colunas enfatiza o novo padrão/elemento
porque fica mais evidente que palavras escritas em linha.
5.  O exercício de mudar a letra reforça a consciência fonológica da
sequência de som que segue a sequência de símbolos.
6.  A leitura das sentenças :
A. Permite a prática da leitura das palavras
B. Ajuda na compreensão das palavras, porque elas são usadas em contexto.
C. Proporciona uma revisão das palavras já aprendidas.
D. Melhora a memória visual das palavras novas e das previamente
aprendidas.
7.  Escrever as sentenças:
A. Pratica usar a memória auditiva de curto prazo quando o aluno repete a
sentença.
B. Permite maior prática do novo elemento.
C. Melhora o vocabulário: o uso de novas palavras nas sentenças ajuda a
lembrar o significado da palavra.
D. Permite a prática das habilidades da escrita e proporciona oportunidade de
ensinar, se necessário, o motivo e a lógica dos sinais diacríticos e da
pontuação, como apóstrofe, vírgula, contrações, ponto de interrogação e as
palavras homófonas.
E. Ensina o aluno a verificar cuidadosamente cada palavra e pontuação na
sentença e a ler a sentença após escrevê-la, a fim de fazer as necessárias
correções antes de dizer que o trabalho está completo.  Resumindo, aprender a
revisar seu trabalho, uma prática valiosa para todos, mas essencial para
pessoas disléxicas e disgráficas.
8. A leitura de histórias:
A. Proporciona a prática de todos os elementos anteriores.
B. Proporciona a prática da leitura normal – horizontal, da esquerda para a
direita.
C. Proporciona uma razão para ler.
D. Melhora o vocabulário.  Ler as palavras em contexto ajuda a internalizar o
significativo básico, assim como a compreensão do significado das palavras em
diferentes contextos.
E. Induz a uma sensação de satisfação com a leitura, pois o aluno pode ler
sem dificuldade e pode entender tudo o que está lendo, porque cada história
contém elementos nas palavras que já estão automatizados ou, pelo menos,
ele pode decodificar.
F. Desenvolve o conceito de “Imagem Mental” para melhorar a compreensão
de material escrito.
9.  O resumo, oral ou escrito:
A. Melhora a habilidade em desenvolver um resumo oral de material escrito.
B. Proporciona a prática de desenvolver resumos escritos de material escrito.
C. Desenvolve a habilidade em extrair os pontos importantes de uma massa de
informações, essencial para tomar notas em sala de aula ou para tarefas de
casa.
10.  Os métodos de ensino são indutivos e não didáticos.  Ao invés de regras,
o aluno recebe muitos exemplos de cada novo elemento a ser aprendido, de
modo que a associação do som e do símbolo se torna automática – como o é
para leitores regulares.

Quando a criança inicia o processo de leitura e escrita pode ocorrer algumas


falhas na associação de letras e sons, na compreensão das palavras e de
textos e mesmo sendo inteligente e sem apresentar deficiências neurológicas,
porém, poderá apresentar um obstáculo associado a uma deficência de
aprendizado que afeta o desenvolvimento adequado: a dificuldade específica
de leitura.
Ao falar a língua portuguesa acontecem diferenças estruturais entre a língua
falada, linguagem escrita e entre a estrutura da língua a ser aprendida, por
exemplo, a presença do n ou m troca o som da vogal anterior. Uma das
maiores dificuldades de uma criança que apresenta dificuldade específica em
leitura é fazer a associação entre a letra e o som.
Medidas preventivas e práticas pedagógicas remediativas precoces deveriam
ser aplicadas para evitar dificuldades específicas de linguagem e para tratar de
problemas perceptivos já no início da vida escolar a fim de evitar ameaçar a
auto-imagem do aluno e de desenvolver problemas emocionais e sociais
desnecessários que poderão marcar negativamente a vida escolar.
Vários pesquisadores buscam alternativas para minimizar os efeitos deste
distúrbio e quando Pamela Kvilekval esteve no Brasil pela primeira vez em
2004, um grupo seleto de profissionais tiveram a oportunidade de conhecê-la e
receber formação para aplicação de seu método, chamado de Método Panlexia
– Reeducação das Dificuldades Específicas de Leitura e Escrita. Eu tive o
privilégio de participar desta formação e ser uma das capacitadoras do método
(com autorização assinada pela autora) para desenvolver sua metodologia.
Por vários anos Pamela pesquisou e aplicou o seu método em escolas
americanas, inglesas e italianas na reabilitação de pessoas com dificuldades
de aprendizagem em leitura e escrita e à partir de 2004 pesquisou e aplicou
esse Programa Remediativo de Ensino para as Dificuldades Específicas de
Linguagem em: Leitura, Escrita, Soletração, Compreensão e Composição de
um Texto, aqui no Brasil, em Curitiba/PR. Seu método foi embasado nos
trabalhos do Dr. Jesse Williams Grimes que por muitos anos teve a Pamela
como assistente e coordenadora do seu Programa de Dificuldades de
Aprendizagem das Escolas Públicas Newton, em Massachusetts (EUA).
Pamela foi beneficiada com a oportunidade de observar, desenvolver e inteirar-
se, na prática, de toda organização do programa nas Escolas Públicas de
Andover, em Massachusetts, aplicando o programa do Dr. Grimes. Partindo
desta experiência organizou seu próprio Programa para Dificuldades de
Aprendizagem. Pamela valoriza a necessidade da integração dos sentidos,
para um processamento efetivo da informação. Para ela, “a informação nova
tem que se relacionar com a previamente apreendida e integrar-se àquela, para
que possamos utilizá-la.” (Kvilekval, 2005, p.08) Para processar a informação
utilizam-se os canais sensórios e cada canal pode ser usado em maior ou
menor extensão. Para uma pessoa ter condições de decodificar um símbolo
escrito, necessita estar consciente de que a letra (grafema) está associada a
um som (fonema) específico e ela necessita ter a consciência de toda
sensação dos movimentos que a boca e a língua realizam quando se emite um
determinado som. Essa associação tem de ser percebida conscientemente
para posteriormente automatizar. As pessoas que não apresentam dificuldades
perceptivas conquistam facilmente essa habilidade sem treinamento explícito, o
que não ocorre de maneira geral com uma grande porcentagem de crianças.
Sabe-se que há crianças que conseguem aprender a ler sozinhas e de forma
natural. A falta de habilidade para aprender “naturalmente” a ler, escrever,
soletrar e compreender a linguagem escrita ocorre quando falta o
processamento eficiente da informação sensória. Cada vez mais se observa a
preocupação de professores que se sentem impossibilitados diante do “aluno
problema” por não conseguirem “diagnosticar” adequadamente o que está
ocorrendo com seu aluno e este acaba sendo rotulado de “preguiçoso”,
“hiperativo” e “desmotivado”, quando, na verdade, o que apresenta é uma
dificuldade específica de linguagem e a angústia aumenta no que tange ao
processo de reabilitação desta dificuldade.
Quando a criança não consegue corresponder adequadamente à construção
de um conhecimento, sente-se frustrada e pode desenvolver problemas
emocionais, comportamentais e relacionais por não poder entender a sua
incapacidade e de ser bem-sucedida, como em outras áreas da sua
aprendizagem, resultando em atitudes não muito adequadas socialmente.
Sabe-se que são alunos inteligentes, espertos, mas apresentam uma
dificuldade específica em: leitura, escrita e soletração; na organização de seus
pensamentos ou de transcrevê-los no papel; na extração das idéias principais
de uma comunicação escrita; na tarefa de se lembrar de instruções ou de
informações seqüenciais.
Para Pamela, o professor poderia favorecer-se se tivesse uma formação capaz
de habilitá-lo a realizar uma avaliação diagnóstica (conhecer o nível de
instrução que seu aluno se encontra) e uma proposta pedagógica orientada
com treinamento para aplicar técnicas pedagógicas específicas diferenciadas a
fim de favorecer todos os tipos de alunos. E complementa que, há necessidade
de modificar essa situação já que em todo mundo cinqüenta por cento da
população apresenta algum sintoma que pode ser classificado como “problema
perceptivo”. (Kvilekval, 2005) Portanto, ao identificar precocemente problemas
de aprendizagem de uma criança, problemas perceptivos, pais e professores
poderão fazer muito para ajudar seus filhos e alunos a não sofrerem no seu
dia-a-dia escolar. Os benefícios de se utilizar um programa efetivamente bem
estruturado para auxiliá-los, diminuirão as incidências de dificuldades na
aprendizagem.
Conheça o Método Panlexia para favorecer os seus alunos e a sua prática
pedagógica.

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