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Plano Terapêutico

• Nome: Sofia de Paula Dias


1. Impressão diagnóstica (CID 10):
• Respirador Oral (R 06.5)
• Transtorno Específico da Articulação da Fala (F 80.0)

2. Objetivos gerais:
Adequar às funções do sistema sensório motor oral e adequar o padrão de fala
eliminando o ceceio anterior durante a emissão dos fonemas /s/ e /z/ e a
interposição de língua nos fonemas /t/ /l/, /f/ e /ch/, /r/.

3. Objetivos específicos:
• Conscientização da respiração e da necessidade de sua correção;
• Estimular a respiração nasal;
• Promover o fortalecimento da musculatura de lábios e língua;
• Promover o vedamento labial e fortalecimento da musculatura facial;
• Estimular a percepção do ponto articulatório e adequar a posição da
língua para a produção correta dos fonemas alterados.
• Adequar à função de deglutição, eliminando a interposição de língua
em fonemas alvo.

4. Estratégias:
a) Conscientização da respiração e da necessidade de sua correção:
Realizar orientação e conscientização sobre estruturas do trato respiratório e
modo respiratório por meio de recursos visuais, livros, modelos anatômicos ou
materiais da web, mostrando como funciona o nariz, as funções de
umidificação, proteção e filtragem do ar pelo nariz e as consequências da
respiração pela boca.

b) Estimular a respiração nasal:


• Técnica de limpeza e massagem da região nasal: Aplicação do soro
fisiológico para auxílio da limpeza nasal, injetando-se 5 ml de soro em cada
narina (utilizar seringa sem agulha). Em seguida, fazer massagens circulares
para cima com o dedo indicador na região lateral do nariz, duas vezes cada
lado. Logo após, solicitar para a criança assoar uma narina por vez, retirando
toda a secreção.
• Alternância nasal: Vedação de uma das narinas seguidas de inspiração
profunda, logo após, expirar pela mesma narina que inspirou, a boca deve
permanecer ocluída durante todo o exercício. Fazer o exercício alterando as
narinas. Podem ser utilizados utensílios para exercícios respiratórios como bola
de sopro, língua de sogra e apitos.

c) Promover o fortalecimento da musculatura de lábios e língua:


• Acoplar a língua no palato: sugar a língua contra todo o palato mole e
duro e permanecer acoplado. Acoplar a língua ao palato, abrir e fechar a boca
lentamente. Realizar 3 minutos 1 vez ao dia.
• Rotação de língua: Rotação de língua no vestíbulo para direita e para
esquerda. Realizar 20 vezes para cada lado.
• Protrusão de língua: Protuir a língua e contar até 10 sem tocar nos
lábios.
• Exercícios de Contra resistência da língua: Empurrar a língua para
fora da boca com resistência da espátula. Lateralização de língua afilada fora
da boca com resistência da espátula (empurrar a língua contra a espátula para
lado direito e esquerdo). Com a língua empurrar a bochecha direita e esquerda,
realizar contra resistência com as mãos. Realizar 20 segundos em cada
posição 3 vezes ao dia.

• Exercício de contra resistência de lábios: Empurrar os lábios


fechados com resistência da espátula. Fazer bico fechado sustentado e logo
após, sorriso aberto sustentado. Realizar 3 minutos 1 vez ao dia.

d) Promover o vedamento labial e fortalecimento da musculatura


facial:
• Soprar balão: Inspirar pelo nariz, usando o diafragma e soprar o balão
com força, repetindo várias vezes até encher o balão, ao mesmo tempo
trabalhar na expiração com o diafragma. Manter o balão inflado na boca e
contração do músculo orbicular da boca e bucinador por 10 segundos. Realizar
3 minutos 1 vez ao dia.
• Soprar canudo: Inspirar pelo nariz e expirar soprando o canudo levando
a bolinha de isopor até o gol.
• Bochechas e lábios: com as mãos enluvadas, introduzir o dedo
indicador na mucosa interna da bochecha pressionando para fora, a criança vai
forçar a bochecha contra o dedo. Realizar: 10 contrações por 5 vezes cada
lado (50 vezes cada lado). Posteriormente, manter a contração durante 10
segundos cada lado.

• Palato mole: elevação do palato mole e abaixamento do dorso lingual.


Emitir a vogal /a/ intermitentemente. A língua deve estar posicionada em
assoalho da boca, atrás dos dentes inferiores durante o exercício.
• Após dominar este primeiro passo, incluir ao anterior a elevação de
palato mole contínua, sem voz, ou seja, elevar o palato e permanecer elevado
sem som. Realizar 3 minutos 1 vez ao dia.
• Dorso da língua: forçar a parte posterior da língua para baixo, manter a
ponta da língua em contato com os dentes inferiores durante o exercício.
Permanecer nessa posição por 3 minutos 1 vez ao dia.
• Sopro: exercício de sopro, feito com grande pressão intraoral. A criança
deve inspirar pelo nariz e assoprar com o canudo uma garrafa contendo água,
repetir uma vez com a bochecha bem inflada e depois com a bochecha tensa.
Iniciar com 30 segundos e ir aumentando gradativamente até completar três
minutos de execução.

e) Estimular a percepção do ponto articulatório e adequar a posição


da língua para a produção correta dos fonemas alterados:
• Promover a percepção visual, tátil, auditiva e cinestésica dos
fonemas: a percepção visual deve ser trabalhada mostrando a articulação dos
fonemas em frente ao espelho, observar como a língua, lábios e dentes estão
se tocando, olhar para o terapeuta e ver como está a posição da língua. Para a
percepção tátil, pode ser usado chocolate em pó, doce de leite para mostrar o
ponto articulatório correto. Para aumentar a percepção auditiva, pode trabalhar
por meio de sites, (http://www.cefala.org/fonologia/fonetica_consoantes.php),
em que mostra a articulação de todos os fonemas do Português Brasileiro junto
com a produção (voz). Para a percepção cinestésica, colocar as mãos na
laringe para sentir a vibração do som, colocar a mão frente à boca e sentir o
sopro do som.
• Treinar os sons do /s/ e /z/: em frente ao espelho treinar por um minuto
a produção com a ponta da língua atrás dos dentes incisivos centrais inferiores.
Utilizar pistas cinestésicas. Em seguida, pode se utilizar jogos em que, toda vez
que a criança errar ela vai à frente do espelho treinar o ponto articulatório.
• Treinar os sons do /t/, /l/, / / e /ch/: em frente ao espelho treinar por um
minuto a produção com o ponto articulatório adequado para cada fonema.
Utilizar pistas cinestésicas. Em seguida, pode se utilizar jogos em que, toda vez
que a criança errar ela vai à frente do espelho treinar o ponto articulatório.
• Histórias: Utilizar diversas histórias com os sons do /s/ e z/ como, por
exemplo, som do /s/ “O Saci”, som do /z/ “Vida de Abelha” e logo após realizar
algumas atividades como, imitar o som da abelha (zzzz) e o som da cobra
(ssss), circular todas as palavras que tenha o som do /s/ ou som do /z/, e
posteriormente repeti-las frente ao espelho.
• Jogos: Utilizar jogos diversos como, software, bingo de figuras com
cartelas contendo os fonemas a serem trabalhados e adaptados á terapia,
durante o jogo a criança deve dizer o nome da figura corretamente e a
terapeuta pode ir perguntando “Que figuras você já conseguiu? Quais figuras
faltam para você? Quais figuras eu tenho?” Isso auxilia na nomeação
espontânea das palavras alvo. Jogo da memória com os fonemas alvo em que,
toda vez que a criança errar, deverá caminhar frente ao espelho e pronunciar o
som com posição articulatória adequada, poderá também, realizar exercícios
mio funcionais. Jogos como trilha, boliche e pescaria adaptados as
necessidades da criança também podem ser utilizadas nas terapias
fonoaudiológicas visando sempre à estimulação da produção articulatória
adequada e fortalecimento das estruturas orofaciais.
f) Adequar à função de deglutição, eliminando a interposição de
língua:
• Conscientização: na fase de conscientização, é apresentada a criança
o padrão normal de fala com ênfase na principal queixa de alteração dos
fonemas /r/ ; /ch/ ; /z/, em contraposição ao padrão fala realizada por ela. Neste
processo, podem-se realizar filmagens do próprio paciente e ilustrações por
meio de vídeos e/ou imagens.
• Trabalho da musculatura envolvida na fase oral da deglutição: deve
ser realizado o trabalho muscular prévio, com exercícios isométricos e
isotônicos da língua, lábios e bochechas apresentadas anteriormente, para
execução harmônica da função de deglutição.
• Treino do padrão normal de deglutição: solicita-se ao paciente que
introduza o alimento na boca, organizando o bolo na língua e ocluíndo os
lábios, sem contração excessiva, para garantir a formação do gradiente
pressórico que vai auxiliar na propulsão do alimento. Em seguida é solicitada a
respiração nasal e a deglutição com contato de língua contra o palato. O novo
padrão de deglutição aprendido deve ser colocado em prática no dia a dia, o
que consiste na fase de automatização.

Viçosa,20 fevereiro 2024

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