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VIVIAN SCHWANER
CURITIBA - PR
2012
ESCOLA DE MÚSICA E BELAS ARTES DO PARANÁ
VIVIAN SCHWANER
CURITIBA – PR
2012
AGRADECIMENTOS
Aos professores Ms. Margareth Milani, Ms. Valéria Rosseto Nunes, Silvia
Marques Suss, Joyce Todeschini e Carlos Todeschini que contribuíram para a minha
formação musical e continuam contribuindo.
A prof° Dra. Rosane Cardoso Araujo pela orientação deste trabalho, que
contribuiu para o meu estudo.
1. Introdução ..............................................................................................................04
5. Considerações Finais.............................................................................................53
6. Referências............................................................................................................55
7. Anexos ...................................................................................................................59
4
1. INTRODUÇÃO
tácita que integra os elementos que não estão diretamente envolvidos, ela percebe a
configuração total do que está sendo ouvido; a interpretativa que é a interpretação
da mente, resultando em um novo signo que pode ser um pensamento, sentença ou
ação; a projetiva que é a percepção que pode ser orientada ou aperfeiçoada em um
processo de aprendizagem (GRANJA, 2006).
Gardner (apud ILARI, 2003) sugeriu que o ser humano possui diferentes
tipos de inteligência, dentre estas inteligências está a inteligência musical, podendo
ter diferentes formas manifestação, dentre estas formas está a percepção.
metodologia de ensino por não saber se esse treinamento faz com que o aluno
assimile e compreenda a linguagem musical. Para ela é preciso que além das notas
os alunos compreendam as relações musicais que nem sempre estão aparentes na
escrita musical. Ela parte do principio que se deve partir do todo para depois
entender as suas relações. Granja (2006) também acredita que a percepção
acontece entre o todo e as partes.
Gerling (1993), por meio dos testes e depoimentos concluiu que por mais
que os alunos estudem o instrumento há muitos anos em muitos casos a vivência
musical dos alunos é limitada. Por isso propõe que seja feito um programa que
resolva o problema de “analfabetismo musical”, que integre a execução, escuta,
reflexão e apreciação, apoiando-se no treinamento, aprendizagem e avaliação,
aliando o conhecimento ao treinamento de habilidades (GERLING, 1993).
16
Sobre a leitura musical Jordain (1998) afirma que pessoas que leem bem à
primeira vista percebem as partes mais importantes da música e quando não há
tempo de ler todas as notas eles preenchem os detalhes. Desta forma relaciona a
capacidade de ler música com a capacidade de entender a música.
pode ativar o córtex auditivo com uma intensidade semelhante à ativação causada
ao ouvir uma música.
Para Nascimento (2009) na percepção musical um fator que também deve ser
levado em consideração é a memória. O ser humano pode memorizar um trecho
musical, mas não é possível captar músicas completas. O individuo adquire memória
desde suas primeiras experiências e estas experiências são integradas à princípios
socioculturais de organização de conhecimentos.
Para cada nível o autor também estabelece outros subníveis. O nível chamado de
discriminação pode ser organizado através de processos de identificação e
comparação dos estímulos musicais, que são apresentadas através de atividades de
imitação e de pergunta e resposta. No subnível mais simples, chamado de aural/oral
o som é reconhecido e reproduzido vocalmente. No segundo subnível, chamado de
associação verbal os sons são associados com nome e altura das notas. O terceiro
subnível seria a síntese parcial em que há comparação de trechos de modos
diferentes (ex. maior ou menor). No quarto subnível está a associação simbólica que
transfere as informações orais para a escrita. E no último subnível da discriminação
chamada como síntese composta os modos seriam diferenciados através da escrita.
No nível determinado como interferência as principais características são a
aprendizagem através das descobertas do estudante e a transformação de
conhecimentos. Os subníveis da interferência são a generalização, em que a
aplicação de conceitos aprendidos no nível da discriminação são aplicados. Outro
subnível é a criatividade e improvisação em que ideias são elaboradas baseadas em
níveis anteriores. E no último subnível chamado de compreensão teórica trabalha
com conteúdos teóricos através de experiências auditivas.
Para Jordain (1998) ao falar ou cantar o som não caminha apenas da boca
para os ouvidos, mas também da cabeça para o ouvido interno e afirma que dessa
forma a pessoa escuta a si mesmo duas vezes, uma através do canal do ouvido e
outra através do osso (JORDAIN, 1998). Para o autor os músculos estão ativos
quando falamos para nós mesmos e até mesmo em sonhos.
Coelho (1990 apud SOBREIRA 2003) afirma que a educação musical na fase
adulta é mais difícil. Um dos motivos é que muitas pessoas deixam de cantar
21
quando crianças por não se sentirem capazes e permanecem sem cantar por causa
dos bloqueios adquiridos durante a infância. Topp (1987 apud SOBREIRA, 2003)
declara que os educadores musicais tem a tarefa de dar oportunidade aos
estudantes que não puderam aprender música na infância.
Otutumi (2009) observou em seu trabalho que um recurso que pode ser
utilizado nas aulas de percepção é a utilização de peças corais a fim de dinamizar o
solfejo e notou-se que as dificuldades do solfejo e afinação estão relacionadas com
a falta de técnica vocal ou problemas de colocação de voz.
Com relação ao canto coral Szönyi (1996) descreve o método Kodály como
um método de educação musical baseado no canto coral, ao ter como base o canto
o método democratiza o ensino da música, defendendo que desta forma a “música
pertence a todos.” Um dos princípios deste método é que:
22
A pesquisa foi feita com alunos que cursam o primeiro ano dos cursos de
Bacharelado em Instrumento/Composição e Regência, e Licenciatura em Música da
Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). Para este curso de
bacharelado em instrumento e Composição e Regência a disciplina de percepção
musical I é obrigatória a todos os alunos e a disciplina de canto coral I é optativa.
Para o curso de licenciatura em música tanto a disciplina de percepção musical I e
canto coral I são disciplinas obrigatórias.
Para a realização da pesquisa foi solicitada uma autorização para a direção
da EMBAP e os alunos receberam informações sobre a pesquisa e tiveram
24
3.3.1 Grupo A
28%
67%
94%
Estuda Percepção
Sempre 01
De vez em quando 07
Raramente 06
28
Nunca 04
Tabela 1: “Estudo da Percepção – GRUPO A”
Formas de estudo
Escutando músicas 1 01
Computador ou internet 6 06
Peças do repertório 1 01
Solfejo 1 01
Revisando a aula anterior 1 01
Piano 1 01
Tabela 3: “Formas de Estudo – GRUPO A”
Leitura fluente
Sim 7 07
Não 0 0
mais ou menos 11 11
Tabela 4: “ Fluência na Leitura – GRUPO A”
1,5
0,5
Gráfico 4: “ Dificuldades na Disciplina de Percepção dos alunos que já participaram de coral – GRUPO -A”
Não
8%
Não
17%
Sim Sim
92% 83%
Muita Dificuldade
1
Média Dificuldade
0 Pouca Dificuldade
Nenhuma Dificuldade
3.3.2 Grupo B
A seguir serão apresentados os gráficos relacionados aos cursos e faixa etária dos
participantes da pesquisa.
16
14
12
10
Estuda percepção
Sempre O2
De vez em quando 18
Raramente 10
nunca 01
Tabela 6: “Estudo da Percepção – GRUPO B”
Maneiras de estudo
Escutando músicas 01
Computador ou internet 04
Solfejo 01
Revisando a aula anterior 01
Piano ou teclado5 05
Não disseram como 21
Tabela 8: “Formas de Estudo – GRUPO B”
Leitura fluente
Sim 15
Não 02
mais ou menos 14
Tabela 9: “ Fluência na Leitura – GRUPO B”
35
Gráfico 8: “ Dificuldades na Disciplina de Percepção dos alunos que já participaram de coral – GRUPO
B”
sim Sim
88% 96%
Talvez
20%
Não Sim
24% 56%
Gráfico 12: “ Acreditar que o Canto Coral Contribuiu para a Melhoria do Desempenho da Percepção Musical –
GRUPO B”
Não
respondeu
4%
Talvez
12%
Não
24% Sim
60%
Talvez
20% Sim
32%
Não
48%
Talvez
19%
Sim
46%
Não
35%
Repetição 06
Ler cada linha separada sem auxilio do piano 01
Ensaio em grupo e pouca técnica 01
Canto e atividades com o corpo 01
Aquecimento e repertório 01
Tabela 11: “ Metodologia das aulas de Canto Coral”
7
6
5
4
3 1° semestre
2 2° semestre
1
0
muita dificuldade média dificuldade pouca dificuldade nenhuma
dificuldade
7
6
5
4
3 1° semestre
2 2° Semestre
1
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
3 1° Semestre
2 2° Semestre
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
3 1° Semestre
2 2° Semestre
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
9
8
7
6
5
4 1° Semestre
3 2° Semestre
2
1
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
4 1° Semestre
3 2° Semestre
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
4 1° Semestre
3 2° Semestre
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
7
6
5
4
3 1° Semestre
2 2° Semestre
1
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
Gráfico 23: “ Dificuldade de Escrever Corretamente Pequenos Trechos Melódicos por Meio de Ditados –
GRUPO A”
9
8
7
6
5
1° Semestre
4
2° Semestre
3
2
1
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
Gráfico 24: “ Dificuldade de Escrever Pequenos Trechos Rítmicos por Meio de Ditados – GRUPO A”
10
8
6
1° Semestre
4
2° Semestre
2
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
18
16
14
12
10
1° semestre
8
2° semestre
6
4
2
0
muita média pouca nenhuma Tem mas não
dificuldade dificuldade dificuldade dificuldade quantificou
16
14
12
10
8 1° semestre
6
2° Semestre
4
2
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
14
12
10
8
1° Semestre
6
2° Semestre
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
14
12
10
8
1° Semestre
6
2° Semestre
4
2
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
16
14
12
10
8 1° Semestre
6 2° Semestre
4
2
0
Média Dificuldade Muita Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
16
14
12
10
8 1° Semestre
6 2° Semestre
4
2
0
Muita Média Pouca Nenhuma Tem mas não
Dificuldade Dificuldade Dificuldade Dificuldade quantificou
16
14
12
10
8 1° Semestre
6 2° Semestre
0
Muita Dificuldade Média Didiculdade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
14
12
10
8
6 1° Semestre
4 2° Semestre
2
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
Gráfico 33: “ Dificuldade de Escrever Corretamente Pequenos Trechos Melódicos por Meio de Ditados –
GRUPO B”
18
16
14
12
10
8 1° Semestre
6 2° Semestre
4
2
0
Muita Média Pouca Nenhuma Tem mas não
Dificuldade Dificuldade Dificuldade Dificuldade quantificou
Gráfico 34: “ Dificuldade de Escrever Pequenos Trechos Rítmicos por Meio de Ditados – GRUPO B”
20
15
10 1° Semestre
5 2° Semestre
0
Muita Dificuldade Média Dificuldade Pouca Dificuldade Nenhuma
Dificuldade
No Grupo B a maioria dos alunos afirmou ter média ou muita dificuldade nos
itens “ouvir intervalos internamente”, “definir intervalos harmônicos”, “cantar à
primeira vista melodias de solfejos”, “cantar de forma afinada melodias de solfejos”,
“memorizar melodias” e “escrever melodias por meio de ditados”. Nó item “afinar
intervalos” e “perceber intervalos melódicos” os alunos que tem média ou muita
dificuldade é mais equilibrado com os alunos que tem pouca ou nenhuma
dificuldade. Os itens que os alunos do grupo A afirmaram ter nenhuma ou pouca
dificuldade foram ”escrever trechos rítmicos por meio de ditados” e “executar
estruturas rítmicas à primeira vista”.
52
Muitos dos alunos não falaram sobre a metodologia, mas os que falaram
citaram a repetição, passar cada linha separada sem auxilio do piano, ensaio em
grupo e pouca técnica, canto e atividades com o corpo e aquecimento e repertório. E
alguns doa alunos afirmaram não haver metodologia.
53
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguns fatores que não foram previstos no inicio da pesquisa podem ter
influenciado o desenvolvimento dos alunos, tais como: a) ambos os grupos não
tiveram os mesmos professores no primeiro bimestre; b) ao iniciar o segundo
semestre tiveram a troca de professores e c) os alunos de Licenciatura em música e
Bacharelado em instrumento não tem a mesma duração de aula, os alunos de
Licenciatura em música foram divididos em dois grupos por não haver espaço na
sala de aula e por isso cada grupo tem uma aula por semana de 50 minutos
enquanto o curso de Bacharelado em instrumento tem uma aula por semana de 1h e
30 minutos.
Observa-se também que uso de repertório coral pode ter sido mais uma
estratégia positiva utilizada pela docente no segundo semestre, pois a maioria dos
alunos afirmou ter percebido melhora no seu desempenho entre o primeiro e
segundo semestre. Sobre os desempenhos de alunos que tinham prática paralela de
54
canto coral e aulas de percepção com alunos sem esta prática, no entanto, não
foram observadas diferenças significativas.
55
6. REFERÊNCIAS
SLOBODA, JOHN A., Ilari, Beatriz e Ilari, Rodolfo (Trad.) A Mente Musical:
Psicologia Cognitiva da Música. Londrina: EDUEL, 2008.
7. ANEXOS
60
1. Idade: ___________
2. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
3. Com que idade você começou a estudar música?_______________
4. Curso superior cursado na EMBAP:
( ) Canto
( ) Instrumento. Qual?_____________
( ) Composição e Regência
( ) Licenciatura em Música
4. Você cursa a disciplina de canto coral?
( ) Sim ( )Não
6. Já participou ou participa de algum coral, além da disciplina da EMBAP?
( ) Sim ( ) Não
a.Se você respondeu sim, especifique por quanto tempo vocês participa ou
participou da prática Coral:_________________
b.Se você participou de algum coral você acredita que o canto coral contribuiu
para a melhora da sua percepção musical?
( ) Sim ( ) Não ( ) Não Sei
7. Você tem alguma dificuldade com relação à disciplina de percepção
musical?
( ) Sim ( ) Não
Se você respondeu sim nesta questão 7, especifique assinalando quais são
suas dificuldades e qual o grau de dificuldade:
a. ( ) Afinar intervalos
Muita dificuldade ( ) Média dificuldade( ) Pouca dificuldade( )
61
( ) sim ( ) não
( ) sim ( )não
Se você respondeu “sim”, identifique em quais dos aspectos da percepção musical você
apresenta dificuldade:
a. Afinar intervalos
( ) Sim ( ) Não
a. Você acredita que o canto coral contribuiu para o seu desempenho na disciplina de
percepção musical?
d. Você acredita que a prática do coral melhorou sua capacidade de memorizar trechos
musicais?