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Geologia e métodos

4. A medida do tempo e a idade da Terra

• Datação relativa
• Datação absoluta
Geologia e métodos
A medida do tempo e a idade da Terra

Conceitos prévios

Estratigrafia – ramo da Geologia que estuda os estratos.

Paleontologia – ramo da Geologia que estuda os fósseis.

Estrato – conjunto diferenciado de rochas sedimentares com


características e com registos fósseis distintos de outras camadas que
as podem preceder ou suceder.

Fósseis – restos de organismos, como, por exemplo, ossos, troncos,


dentes (somatofósseis) ou vestígios da sua atividade, como, por
exemplo, pegadas, ovos, tocas, coprólitos (icnofósseis) que ficaram
preservados nas rochas ou noutros materiais naturais.
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•O que são fósseis?


Qualquer resto material de um ser vivo ou vestígio da sua atividade
encontrado, em materiais naturais (originalmente, em rochas
sedimentares), de épocas geológicas anteriores à atual.
O ramo da Geologia que se ocupa do estudo dos fósseis chama-se
Paleontologia.
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•O que são fósseis?

• Somatofósseis – restos integrantes do organismo, como, por


exemplo, dentes, ossos, carapaças ou folhas.
• Icnofósseis – vestígios de atividade de organismos do
passado, como, por exemplo, excrementos, ovos e pegadas.
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• Fossilização

Fossilização – conjunto de processos físico-químicos e biológicos que


conduzem à formação de fósseis.
Processo lento e complexo que consiste numa série de transformações
e que exige determinadas condições biológicas e físicas e químicas
do meio.
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• Quais são as condições necessárias à fossilização?

Condições biológicas
Existência de partes duras, tais como ossos, dentes e conchas. A
fossilização torna-se tanto mais provável, quanto mais rico em
substâncias minerais for o organismo.

Condições físicas e químicas do ambiente


Após a morte do organismo é necessário que ocorra o seu
soterramento rápido por sedimentos ou materiais vulcânicos finos
(cinzas) o que impede que o organismo fique exposto à ação da água, do
oxigénio e dos seres vivos e que sofra decomposição.

A fossilização é facilitada pela deposição de material fino e


impermeável, em ambientes aquáticos e de águas calmas.
4.1 Estudo dos Fósseis MISSÃO TERRA 7

Morte do
animal
4.1 Estudo dos Fósseis MISSÃO TERRA 7

Quais são as condições necessárias à fossilização?

Morte do Enterramento
animal do esqueleto
4.1 Estudo dos Fósseis MISSÃO TERRA 7

Quais são as condições necessárias à fossilização?

Morte do Enterramento Compactação e


animal do esqueleto fossilização
4.1 Estudo dos Fósseis MISSÃO TERRA 7

Quais são as condições necessárias à fossilização?

Morte do Enterramento Compactação e Erosão dos


animal do esqueleto fossilização estratos superiores
4.1 Estudo dos Fósseis MISSÃO TERRA 7

Quais são as condições necessárias à fossilização?

Exposição e
Morte do Enterramento Compactação e Erosão dos
descoberta do
animal do esqueleto fossilização estratos superiores fóssil
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• Tipos de fossilização
Moldagem

Processo mais frequente de fossilização, caracterizado pela ausência do


organismo, ficando preservada na rocha a sua morfologia.

Molde Externo Molde Interno


ficam representados, em relevo mostra a estrutura ou morfologia
negativo, nos sedimentos, os interna, em relevo positivo.
pormenores da morfologia externa do
indivíduo
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• Tipos de fossilização

Conservação
Processo pouco frequente, em que o organismo, ou parte dele, é
conservado por ação de materiais que o isolam do contacto com o meio,
impedindo a sua decomposição.
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• Tipos de fossilização

Mineralização
Processo frequente de conservação parcial, em que partes de um
organismo são substituídas por substâncias minerais.
Uma amonite morre e
deposita-se num fundo O corpo da amonite é O esqueleto da
marinho. enterrado sob camadas amonite é compactado
de sedimentos finos. e remineralizado sob
mais sedimentos.
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• Porque é importante estudar os fósseis?

Permite-nos:
• conhecer os seres vivos do passado, os ambientes em que viveram e
a sua evolução
• datar as rochas em que se encontram
• reconstituição da história da vida na Terra
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• Porque é importante estudar os fósseis?


Fósseis de idade
Permitem datar as rochas e os eventos geológicos e apresentam as
seguintes características:
• distribuição num curto intervalo de tempo geológico
• extensa área de dispersão geográfica
• grande abundância
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• Porque é importante estudar os fósseis?


Fósseis de fáceis ou de ambiente
Fornecem informações sobre as condições do meio (paleoambientes)
em que os seres que os originaram viveram e apresentam as seguintes
características:
• organismos com exigências de vida específicas e restritas
• dispersão geográfica limitada ao ambiente que permitia a
sobrevivência do ser vivo
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TIPOS DE FÓSSEIS
Fósseis de idade
Fósseis de ambiente
ou
ou de fácies
característicos

Fornecem dados sobre o ambiente


Fornecem dados que permitem
existente no momento em que
determinar a idade das rochas que
foram formados, tais como
os contêm; são fósseis
temperatura, salinidade, oxigenação,
correspondentes a espécies de
etc.; estes fósseis correspondem a
organismos que viveram durante
organismos que viveram apenas em
períodos de tempo geológico muito
determinados ambientes, ou seja,
curtos e ocuparam grandes áreas
em condições ambientais muito
dispersas pela Terra.
restritas.
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TIPOS DE DATAÇÃO

Datação relativa Datação absoluta

Permite avaliar a idade das


Permite atribuir uma idade
formações geológicas,
numérica a uma rocha ou
comparando umas com as
processo geológico.
outras.
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DATAÇÃO RELATIVA: PRINCÍPIOS DA ESTRATIGRAFIA

Princípio da Horizontalidade Inicial

Princípio da Sobreposição

Princípio da Interseção

Princípio da Inclusão

Princípio da Identidade Paleontológica


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PRINCÍPIO DA HORIZONTALIDADE INICIAL

© Fernando Correia

Exemplo ilustrativo da deposição de estratos em camadas na horizontal


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PRINCÍPIO DA SOBREPOSIÇÃO

© Fernando Correia

Aplicação do Princípio da Sobreposição de Estratos ao Grand Canyon (EUA).


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PRINCÍPIO DA INTERSEÇÃO
© Fernando Correia

Aplicando o Princípio da Interseção à figura, podemos estabelecer a


seguinte sequência cronológica para os factos que se observam:
1.º Deposição dos estratos A, B, C e D.
2.º Instalação/intrusão do filão H.
3.º Deposição dos estratos E, F e G.
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PRINCÍPIO DA INCLUSÃO

Mais antigo

Mais recente

A rocha que contém a inclusão é mais recente do que a rocha incluída.


Segundo este princípio, os fragmentos de uma rocha, tais como encraves ou
xenólitos, incorporados noutra rocha são mais antigos do que a rocha que os
engloba.
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PRINCÍPIO DA IDENTIDADE PALEONTOLÓGICA


© Fernando Correia

Relativamente à figura, podemos concluir que os estratos C, F e M terão a


mesma idade, pois apresentam o mesmo fóssil de amonite e, por sua vez, os
estratos J e P também têm a mesma idade, uma vez que ambos apresentam
um mesmo fóssil de trilobite.
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DATAÇÃO ABSOLUTA
Um determinado elemento químico é um isótopo de si mesmo, quando
possui o mesmo número atómico, mas diferente número de massa.
Alguns isótopos de um determinado elemento são estáveis e outros são
instáveis.

Desintegração radioativa

Nos isótopos instáveis, os núcleos decompõem-se, ou seja, há lugar à sua


desintegração e este processo espontâneo designa-se radioatividade
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Partindo de um número determinado de átomos-pai, metade destes transformam-


se em átomos-filho, ao fim de um período de tempo que é designado tempo de
semivida.
© Fernando Correia
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Os valores de semivida obtidos numa determinada rocha, até à atualidade,


permitem-nos datar radiometricamente a rocha, sendo que esses átomos
apresentam diferentes valores de tempo de semivida.
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© Fernando Correia
A figura seguinte representa a curva de semitransformação do átomo-pai em átomo-
filho

1. O que entende por tempo de semi-vida?


2. Considere que uma rocha possui átomos-filho e os átomos-pai, sendo que
este ultimo tem uma semi-vida de 65 M.a. Determine a idade da rocha se
esta contiver
2.1 50% de átomos-pai;
2.2 75% de átomos-filho.
3. Se a rocha tiver 195 M.a. de idade, qual a percentagem presente de:
3.1 Átomos-filho.
3.2 Átomos-pai.
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Limitações da datação absoluta


A determinação da idade absoluta de uma rocha ou mineral, será
tanto mais fiável se se verificarem algumas condições, como, por
exemplo:

• o sistema (rocha ou mineral) deve ter permanecido fechado, ou


seja, não deve ter ocorrido perdas ou ganhos do isótopo-filho e do
isótopo-pai por outros processos que não sejam o decaimento
radioativo;
• deve ser conhecido, com o máximo rigor possível, o tempo de
meia-vida do isótopo-pai;
• a concentração de isótopos-pai e isótopos-filho, na rocha ou
minerais que se pretende datar, deve ser em quantidade que permita
a sua determinação.
Escala do Tempo Geológico
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Em resumo…
© Fernando Correia
PARA PRATICAR

1. Selecione a opção que completa corretamente


a opção.

Para um mesmo isótopo radioativo, quando se comparam granitos mais antigos com

granitos mais recentes, é de esperar que

a. o período de semivida do isótopo-pai seja menor nos granitos mais recentes.

b. a razão isótopo-pai/isótopo-filho seja maior nos granitos mais antigos.

c. o período de semivida do isótopo-pai seja maior nos granitos mais recentes.

d. a razão isótopo-pai/isótopo-filho seja menor nos granitos mais antigos.


PARA PRATICAR

2. Selecione a opção que completa corretamente


a opção.

A presença de fósseis de trilobites em estratos sedimentares do período Ordovícico da era

paleozoica permite determinar a idade _________ dessas rochas, pois estes seres tiveram

uma reduzida distribuição _________.

a. absoluta […] geográfica

b. relativa […] geográfica

c. absoluta […] estratigráfica

d. relativa […] estratigráfica


PARA PRATICAR

3. Selecione a opção que completa corretamente


a opção.

Os isótopos-filhos

a. são menos radioativos do que os isótopos-pais.

b. decrescem com o tempo.

c. só são encontrados em rochas metamórficas.

d. são sempre mais pesados do que os isótopos-pais correspondentes.


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4. A medida do tempo e a idade da Terra

• Datação relativa
• Datação absoluta

FIM

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