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A medida do tempo e a idade da Terra

O tempo em geologia
O tempo em geologia tem uma dimensão diferente daquela habitualmente usada por qualquer ser humano.

Muitas questões podem ser colocadas sobre o que aconteceu desde a origem da Terra (4600 M.a.)
Para conseguir responder a tudo isto é necessário determinar idades, logo precisamos de Relógios geológicos que são
as rochas e os fósseis. Daí surgiram dois conceitos a:

Datação relativa: Datação absoluta:


➢ Método que avalia a idade das formações ➢ Método que avalia a idade das formações
geológicas umas em relação às outras. Como? geológicas usando referências numéricas (M.a.).
Analisando a posição relativa dessas formações Como? Através de um complexo uso de
e averiguando acerca da existência de fósseis tecnologias e análises laboratoriais de amostras
(de idade) de rochas que se pretende datar.

Datação Relativa
Princípios litoestratigráficos:

Princípio da Horizontalidade Inicial:


Os sedimentos são depositados, em regra, segundo camadas
horizontais paralelas à superfície de deposição.
Princípio da Sobreposição de Estratos:
Se não ocorrerem deformações, a deposição ocorre por ordem cronológica, da base para o topo - uma camada é mais
recente que a que lhe serve de base e mais antiga que a que a cobre.

Exceções: Dobras deitadas (Este princípio nem sempre pode ser usado para datar os estratos de forma relativa. Se
ocorrerem determinadas deformações nas rochas a posição dos estratos será alterada e, às vezes, até invertida.),
Terraços fluviais (O rio, por erosão, escava um novo leito, provocando a formação de degraus onde deposita
sedimentos), Grutas (Os sedimentos depositados em grutas são mais modernos do que as camadas que lhe servem de
teto), Falhas (Blocos rochosos que fraturam (“partem”) e que se movimentam um em relação ao outro).

Princípio da Interseção:
Este princípio aplica-se a estratos afetados por estruturas
(falhas, intrusões magmáticas, etc…) A estrutura que
interseta é mais recente que aquela que é intersetada.
Magma invade as fraturas existentes nas rochas
encaixantes (mais antigas), preenchendo-as e, mais tarde,
solidificando.

Princípio da Inclusão:
Este princípio aplica-se, por exemplo, a rochas compostas
por fragmentos de outras.
Fragmentos ou porções de uma rocha que se encontram
incorporados (inclusão) noutra são mais antigos que as
rochas que os contêm. Antes desta rocha se formar (por
sedimentogénese e diagénese), os detritos já existiam e
pertenciam a uma outra, logo são mais antigos.
Princípio da Identidade
Paleontológica:
Estratos com os mesmos fósseis possuem a
mesma idade. Os fósseis são
contemporâneos das rochas onde se
encontram. O processo de fossilização
acompanha o processo de formação da
rocha, logo fóssil e rocha possuem a mesma
idade (datação relativa). Mas nem todos os
fósseis podem ajudar a datar litologias… apenas os fósseis de idade.

Fósseis de idade:
➢ São fósseis de espécies que não existiram durante muito tempo (à escala geológica) - CURTA DISTRIBUIÇÃO
TEMPORAL (pequena distribuição estratigráfica)
➢ São fósseis de seres que existiram em grande quantidade e que se expandiram numa grande área geográfica
(assim, permitem correlacionar estratos em diferentes pontos do globo) - AMPLA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

Fósseis de ambiente:
➢ Permitem caracterizar paleoambientes
➢ São fósseis de seres que apresentam uma reduzida distribuição geográfica pois habitam apenas em locais com
condições específicas
➢ São fósseis de seres que viveram durante muito tempo (à escala geológica)

Importância dos fósseis:


➢ Permitem compreender a evolução dos seres vivos, as adaptações e extinções ao longo da história da Terra;
➢ Permitem reconstituir os organismos numa dada época, o seu modo de vida, como é que interagiam entre si e
como se relacionavam com o meio ambiente onde viviam;
➢ Permitem reconstituir os ambientes do passado e assim reconstituir a geografia da Terra;
➢ Permitem reconstituir os climas do passado;
➢ Permitem efetuar a datação relativa dos estratos rochosos.

Datação Absoluta

O que é a radioatividade?
É uma das principais fontes de energia térmica interna da Terra.
Processo:
Os átomos fazem parte da constituição da matéria (de tudo o que existe)... Nas rochas também existem átomos.
Alguns deles (urânio, rádio, etc) são radioativos, isto é, ao longo dos tempos, e naturalmente, os seus núcleos vão-se
desintegrando espontaneamente para se tornarem mais estáveis. Quando isso acontece liberta-se energia.
Os seus núcleos desintegram-se espontaneamente formando um átomo de um elemento químico diferente, mais
estável.

Átomo inicial: ISÓTOPO PAI (instável)


Átomo formado após a desintegração: ISÓTOPO FILHO (estável)

➢ A velocidade de decaimento radioativo (desintegração dos isótopos-pai em isótopos-filho) é constante para cada
isótopo ( não varia com condições de pressão, temperatura ou outros aspetos associados a processos
geológicos)
➢ A desintegração é irreversível: o isótopo-pai não volta a adquirir as propriedades iniciais
➢ Quando a rocha se forma adquire elementos radioativos que se começam a desintegrar marcando o momento de
formação daquela rocha

Período de semi-vida:
Tempo decorrido para que metade do número de isótopos-pai radioativos sofra desintegração, transformando-se em
isótopos-filho.

No final de um período de semi-vida, 50% dos isótopos-pai já se transformaram em isótopos-filho… No final do segundo
período de semi-vida, metade da metade que restou (¼) do nº original de isótopos-pai ainda permanece na rocha… No
final do terceiro período de semi-vida, ⅛ e assim por diante.
Assim, sabendo que na altura em que a rocha se formou os isótopos ficaram incorporados nos minerais e, nesse
momento inicial, apenas existiam isótopos-pai e nenhuns isótopos-filho, então basta conhecer o período de semi-vida e
o nº de isótopos-pai e isótopos-filho existentes na rocha para que se possa calcular o tempo decorrido desde que o
processo de desintegração se iniciou.
Contras:
➢ Não permite datar rochas sedimentares (este método pressupõe que as rochas sejam sistemas fechados, não
existindo saída ou entrada de isótopos).
Mas, se as rochas sofrerem erosão ou meteorização, podem ocorrer perdas de isótopos (pai e filho) o que irá
influenciar a idade atribuída.
Cada grão de areia tem um relógio calibrado para uma data distinta, a qual remonta provavelmente a muito
antes de a rocha sedimentar se formar. Assim, em matéria de cronometragem, a rocha sedimentar é uma
confusão. Não serve.
➢ Não atribui uma idade ao metamorfismo
(Se tivermos em conta que as rochas metamórficas resultam de modificações, devidas a pressão e temperatura,
sofridas por outras rochas, o metamorfismo que as afetou não elimina os átomos-filho que elas possam conter
no momento e, dessa forma, obtém-se uma idade superior à que deveria corresponder à fase de metamorfismo.
➢ Apenas as rochas ígneas proporcionam bons relógios radioativos.

Eras
A escala de tempo geológica está dividida em unidades geocronológicas:

Divisões correspondem a marcos relevantes que estão associados a


acontecimentos importantes (índole paleontológica e tectónica).

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