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Rochas sedimentares – um arquivo da história da Terra

As rochas sedimentares formam-se, como já se referiu, na superfície ou muito


próximo da superfície e resultam dos processos geológicos e da sua interação
da biosfera e atmosfera, como tal, são testemunhos da história da Terra.
Fornecem-nos pistas sobre as condições ambientais em que se formaram
(paleoambientes) e os seres vivos que viveram noutras épocas geológicas
(fósseis).

A estratificação consiste na disposição característica das rochas sedimentares,


em camadas ou leitos sobrepostos, na horizontal.
Subida do nível do mar: transgressão
Na base – sedimentos grosseiros
No topo – sedimentos finos
- Sequência sedimentar transgressiva
- Sequência granulométrica positiva

Descida do nível do mar: regressão


Os materiais mais grosseiros depositam-se sobre os mais finos.
- Sequência sedimentar regressiva
- Sequência granulométrica negativa

Fósseis
Fóssil do latim fossilis, tirado da terra. São restos, marcas ou vestígios de seres
vivos que viveram em épocas muito recuadas e que ficaram preservados nos
sedimentos em que viveram.
As marcas e vestígios são designados por Icnofósseis, por exemplo: moldes,
pegadas, ovos, cropólitos (excrementos), túneis escavados pelos seres vivos.
Quando se tem restos de seres vivos, como por exemplo: restos de troncos,
ossos, conchas, folhas, dentes, designa-se por Somatofóssil.

Os icnofósseis são muito importantes para reconstituir paleoambientes, pois


representam o comportamento dos seres vivos e o fóssil é encontrado no local
onde se formou. Os somatofósseis são muito importantes para conhecer a
espécie mas não tão importantes para o conhecimento do paleoambiente, pois
quando ascende à superfície e sofre erosão podem sofrer transporte e não se
encontrarem no local onde foram formados. Por exemplo: uma pegada de
dinossauro é encontrada onde se formou, mas um dente, por exemplo, pode ter
sofrido transporte.
Existem dois tipos de fósseis que nos permitem fazer estes estudos:
-Fósseis característicos ou de idade
Fóssil característico ou de idade: é um fóssil que nos fornece indicações quanto
à idade dos sedimentos.
Tem de ter vivido num curto espaço de tempo e com uma grande distribuição
geográfica, grande abundância.
-Fósseis de ambiente ou de fácies
-Fornecem-nos informações sobre as características do ambiente em que
viveram - (Paleoambientes) e do ambiente de formação das rochas que os
contem. Permitem fazer reconstituições geográfica (onde estava o oceano, os
continentes…)

Os fósseis de fácies dão-nos o ambiente de formação das rochas sedimentares


que se dividem em três domínios: marinhos, continentais e de transição.
 Os marinhos são: Neríticos ou de plataforma continental, batiais ou de
talude continental e pelágicos ou oceânicos.
 Os continentais são: Deltaicos, Estuarinos, Lagunares e litorais
 Os de transição são: Fluviais; Lacustres; Desérticos; Glaciares e
Cavernícolas.

Processo de fossilização:
O processo de formação de um fóssil – fossilização – é longo e requer um
conjunto de condições, nomeadamente:
- Ambientes anaeróbios (sem oxigénio) e com temperaturas baixas (para não
aumentar a atividade bacteriana);
- Corpo com partes duras;
- Rápido enterramento após a morte do organismo, a cobertura do organismo,
por sedimentos preferencialmente finos, protege-o de predadores, de
decompositores e de ambientes ricos em oxigénio.

Etapas da fossilização:
1. O organismo morre;
2. As partes moles do organismo são decompostas;
3. Os sedimentos finos, que cobrem e preservam o esqueleto, sofrem diagénese,
tornando-se rochas consolidadas. O esqueleto fica mineralizado (os minerais
presentes no meio substituem a matéria orgânica.
4. Os movimentos tectónicos permitem o afloramento da rocha que contém o
fóssil.
5. A erosão da rocha permite a exposição do fóssil à superfície.

Processos de fossilização:
- Mineralização
Os sedimentos que envolvem o ser vivo sofrem compressão. A matéria que
constitui o ser vivo é substituído gradualmente por minerais.
- Moldagem
Não se conservam quaisquer partes do organismo, ficando apenas uma
reprodução ou molde das suas partes.
Marca/forma do corpo:
- molde externo
- molde interno
- Mumificação ou conservação total
Todo ou quase todo o corpo fica conservado até mesmo as partes moles, ocorre
em âmbar ou em gelo. Exemplos de mumificação:
Insetos conservados em âmbar.
 Mamutes conservados no gelo.
Princípio do atualismo: as causas que provocaram determinados fenómenos
são idênticas às que provocaram os mesmos fenómenos no presente.
Princípio da sobreposição: os sedimentos mais antigos ficam por baixo dos
mais recentes.
Princípio da continuidade lateral: em diferentes pontos da Terra pode haver
a mesma sequência estratigráfica, mesmo faltando um elemento. É a
correlação entre estratos distanciados lateralmente.
Princípio da identidade paleontológica: se os estratos possuírem os mesmos
fósseis, então formaram-se mais ou menos ao mesmo tempo e em áreas
com ambientes semelhantes.
Princípio da intersecção: Sempre que uma estrutura é intersectada por outra,
a que intersecta é mais recente.
Princípio da inclusão: o estrato que apresenta a inclusão é mais recente que
os fragmentos do estrato incluído.
Princípio da horizontalidade: os sedimentos depositam-se em camadas
horizontais, pelo que, qualquer fenómeno que altere essa horizontalidade é
sempre posterior à sedimentação. Ex: dobras

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