Você está na página 1de 9

Biologia

Transporte transmembranar e propagação do Impulso Nervoso


Na maioria das espécies animais, é o transporte transmembranar que garante
um fluxo de informação entre células e órgãos, permitindo a regulação
hormonal e nervosa. Desta forma, é garantida a homeostasia (manutenção do
equilíbrio do organismo, independentemente das variações do meio externo)
do organismo e a capacidade de reagir a estímulos externos.
Neurónios:
- São células especializadas em receber e enviar através da propagação de
impulsos nervosos.
- São a unidade básica e funcional do sistema nervoso.
- Corpo celular: onde se encontra o núcleo, citoplasma e os organelos celulares.
- Dendrites: ramificações do corpo celular e que recebem o impulso nervoso de
outros neurónios ou células sensoriais.
- Axónio: prolongamento mais longo e com ramificações terminais. Responsável
pela condução do impulso nervoso e pela sua transmissão a outros neurónios.

 O impulso nervoso é um exemplo de como diferentes tipos de transporte


ocorrem através da membrana celular.
O impulso nervoso propaga-se sempre no sentido dendrites (recebem
mensagens elétricas e químicas de outros neurónios)  corpo celular (recebe e
processa sinais/estímulos, enviando-os para o axónio)  arborização terminal
(contacta com outras células e transmite-lhes sinais).
Os neurónios são células especializadas em receber e enviar sinais através da
geração e propagação de impulsos nervosos. A propagação do impulso nervoso
é um exemplo da forma como se integram os diferentes tipos de transporte que
ocorrem através da membrana celular. Nem sempre os neurónios estão a
propagar estes sinais. Quando não o fazem, diz-se que os neurónios estão em
repouso.
o Em repouso não há transmissão de impulsos nervosos
- Nos neurónios há concentrações iónicas diferentes entre os meios intracelular
e extracelular. Num neurónio em repouso, esta diferença é particularmente
notória quanto aos iões sódio (Na+), que existem em maior quantidade no meio
extracelular do que no meio intracelular, e aos iões (K+), em que se verifica
exatamente o contrário. Apesar de estes iões se poderem deslocar, por difusão
facilitada, através de canais iónicos específicos, mediante certas condições a
célula pode controlar a abertura ou o fecho de grande parte deles. A
manutenção destes gradientes de concentração resulta basicamente da
atividade da bomba de sódio potássio, por transporte ativo, pois por cada três
iões Na+ que transporta para fora da célula, faz entrar dois iões K+. Na
sequência desta diferença de concentrações, a face externa da membrana de
um neurónio em repouso possui carga elétrica positiva, enquanto a face interna
apresenta carga elétrica negativa, na medida em que existem menos iões
positivos dentro da célula do que fora. A desigualdade na distribuição de cargas
entre os dois lados da membrana gera um potencial elétrico, denominado
potencial de membrana. Quando o neurónio está em repouso, este
potencial tem um valor de -70mV a -60mV » potencial de repouso. O sinal
“menos" reflete o excesso de cargas negativas na face interna da membrana do
neurónio.
 A bomba Na+/K+ mantém o potencial de repouso: -70mV.
 A face interna da membrana é negativa; a face externa é positiva.

Os neurónios podem responder, por exemplo, a estímulos exteriores, como os


neurónios sensitivos, ou a estímulos provenientes de outros neurónios.
Quando estimulado, um neurónio responde abrindo canais iónicos de Na+. Os
iões Na+ entram na célula a favor do gradiente de concentração. Com mais
cargas positivas na face interna da membrana, o potencial de membrana torna-
se menos negativo – despolarização. Se a entrada de iões Na+ levar o potencial
de membrana até -55mV, atinge-se o limiar de ação, limiar de excitabilidade ou
estímulo limiar, e desencadeia-se a abertura repentina de mais canais de sódio
– lei do tudo ou nada. Esta abertura dos canais de sódio gera um potencial de
ação, que origina um impulso nervoso que irá percorrer o neurónio. Há
estímulos de intensidade diferente, mas, desde que o limiar de excitabilidade
seja atingido, o impulso nervoso terá sempre o mesmo valor

Neurónio estimulado  os canis de Na+ abrem, e há entrada de iões Na+ no


neurónio  se a entrada de iões de Na+ levar o potencial de membrana até
----- -55mV – limiar de excitabilidade – gera-se um potencial de ação

Em repouso, quando não há transmissão do impulso nervoso:


- Existe maior concentração de iões sódio (Na+) no meio extracelular do que
no meio intracelular;
- Acontece o oposto com os iões potássio (K+);
- A manutenção deste gradiente é resultado da atividade da bomba sódio-
potássio;
- A desigualdade na distribuição de cargas entre os dois lados da membrana
gera um potencial elétrico, denominado potencial de membrana;
- Quando está em repouso, este potencial tem um valor de -70 mV a -60 mV
 potencial de repouso.
O potencial de ação tem um pico aos +30mV. Essa voltagem determina a
inativação dos canais de Na+ e a abertura de canais de K+, o que permite a
difusão de K+ para fora da célula. Com a saída de cargas positivas começa a
repolarização da membrana. Durante este período – período refratário -, este
local da membrana fica incapaz de reagir a estímulos porque os canais de Na+
estão inativos (+30mV a -70mV). O fecho dos canais de K+ acontece lentamente
e apenas quando a membrana atinge os -80mV, ou seja, ocorre uma
hiperpolarização da membrana. Nesta fase existem, localmente, mais iões Na+
no meio intracelular e mais iões K+ no meio extracelular, situação contrária à
que se verifica no potencial de repouso. A bomba Na+/K+ é que vai assegurar a
redistribuição desses iões, transportando mais iões Na+ para fora da célula do
que iões K+ para o seu interior. Então, o neurónio atinge novamente o potencial
de repouso e fica capaz de reagir a um novo estímulo.
Transmissão do impulso nervoso ao longo de um axónio
 O impulso nervoso propaga-se sempre no sentido dendrites  corpo
celular  axónio
 A velocidade de condução do impulso nervoso aumenta com o diâmetro
do axónio.
 Nos vertebrados muitos axónios possuem uma bainha de mielina que
tem um efeito de isolamento elétrico.
 Apenas existem canais de sódio nos intervalos da bainha de mielina
(nódulos de Ranvier).
 Nestes axónios mielinizados os potenciais de ação propagam-se por
saltos – condução saltatória.

A velocidade de condução do impulso nervoso


aumenta com o aumento do diâmetro do
axónio. Nos vertebrados, apesar de os axónios
terem um diâmetro reduzido, a velocidade de
propagação do impulso nervoso é bastante
superior ao que acontece nos invertebrados,
isto resulta do facto de muitos axónios dos
vertebrados terem uma bainha de mielina que
os envolve e que é de natureza lipídica, pelo
que tem um efeito de isolamento elétrico das
partes que reveste.
Apenas existem canais de Na+ nos intervalos da bainha de mielina (nódulos de
Ranvier) e, por isso, apenas aí é gerado o potencial de ação, que viaja
diretamente para o próximo intervalo sem mielina e que vai ser despolarizado, e
assim sucessivamente até à arborização terminal. Nos axónios mielinizados, os
potenciais de ação propagam-se por saltos – condução saltatória – e isso tem
como efeito ser um processo muito mais rápido do que nos axónios que não
têm mielina.

SABER: As células musculares, tal como os neurónios, também respondem a


estímulos. A arborização terminal de axónios motores estimula a contração dos
músculos através da libertação de acetilcolina (o primeiro neurotransmissor
descoberto). A região da membrana plasmática de uma fibra muscular onde se
dá o encontro com o axónio motor designa-se placa motora.
Transmissão do impulso nervoso entre neurónios
A passagem do impulso nervoso entre dois neurónios consecutivos faz-se
através de sinapses. A informação é conduzida da arborização terminal do
axónio do neurónio pré-sináptico para as dendrites ou para o corpo celular do
neurónio pós-sináptico.

Neurónios mielinizados: nestes neurónios, a propagação do impulso nervoso


faz-se por saltação entre os nódulos de Ranvier – condução saltatória – a uma
velocidade superior à que ocorre nos neurónios amielinizados.

As sinapses podem ser elétricas ou químicas. Nas sinapses elétricas, existem


pontos de contacto entre as membranas dos neurónios e o impulso nervoso é
transmitido de forma contínua, por despolarizações e repolarizações sucessivas
ao longo das suas membranas. Nas sinapses químicas, o neurónio pré-sináptico
e pós-sináptico encontram-se separados por um espaço – fenda sináptica. A
passagem do impulso nervoso entre os dois neurónios é garantida por
mensageiros químicos – neurotransmissores – formados no complexo de Golgi
do neurónio pré-sináptico e acumulados em vesículas sinápticas. A chegada do
impulso nervoso à parte terminal de axónio provoca a abertura dos canais de
cálcio aí existentes. A consequente entrada de cálcio leva à migração das
vesículas sinápticas em direção à membrana, até que se fundem com ela, por
exocitose, e os neurotransmissores são libertados na fenda sináptica. Por sua
vez, na membrana da célula pós sinápticas existem recetores específicos aos
quais se ligam os neurotransmissores, o que desencadeia a abertura de canais
de Na+ levando à despolarização da membrana da célula pós-sináptica e,
consequentemente, à propagação do impulso nervoso. A ligação dos
neurotransmissores aos recetores é temporária. Contudo, os
neurotransmissores permanecem na fenda sináptica muito pouco tempo, pois
geralmente são hidrolisados por enzimas. A transmissão do impulso nervoso ao
longo dos neurónios e entre neurónios pode ter uma natureza eletroquímica: é
elétrica ao longo de cada neurónio e química nas sinapses.

Sinapse química: abertura dos canais de cálcio  ligação do cálcio às vesículas


que se fundem com a membrana pré-sináptica  os neurotransmissores são
libertados na fenda sináptica por exocitose  os neurotransmissores ligam-se a
recetores de Na+ na membrana pós-sináptica  os canais de Na+ abrem e o
Na+ entra por difusão facilitada, provocando a despolarização da membrana
pós-sináptica.

Transmissão do impulso nervoso entre neurónios

 A passagem do impulso nervoso entre dois neurónios consecutivos faz-se


através de sinapse.
 A informação é conduzida da arborização terminal do axónio do neurónio
pré-sináptico para as dendrites ou para o corpo celular do neurónio pós-
sináptico.
 As sinapses podem ser elétricas, quando há pontos de contacto entre os
neurónios ou químicas quando há separação através da fenda sináptica.
 Neste caso, a passagem do impulso nervoso é garantida por mensageiros
químicos – neurotransmissores.

Você também pode gostar