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1 Índice

2 Agradecimentos .............................................................................................................................. 2
3 Introdução....................................................................................................................................... 3
4 Objectivos ....................................................................................................................................... 4
4.1 Gerais ...................................................................................................................................... 4
4.1.1 Específicos ....................................................................................................................... 4
5 Metodologia .................................................................................................................................... 4
6 Sequências Sedimentares ............................................................................................................... 5
6.1 Conceitos básicos de estratigrafia .......................................................................................... 5
6.2 Fácies sedimentares ................................................................................................................ 6
6.3 Fácies com conotação estratigráfica ....................................................................................... 7
6.4 Fácies sem conotação estratigráfica ....................................................................................... 7
6.5 Representações gráficas de fácies .......................................................................................... 8
6.6 Tipos de contactos sedimentares ........................................................................................... 9
6.7 Contactos sedimentares ......................................................................................................... 9
6.8 Ciclos sedimentares e sequências cíclicas ............................................................................ 10
7 Modelos geológicos e sistemas deposicionais .............................................................................. 11
7.1 Conceitos básicos .................................................................................................................. 11
7.2 Tipos de modelos deposicionais ........................................................................................... 12
8 Log sedimentar ............................................................................................................................. 12
9 Importância económica da geologia sedimentar ......................................................................... 13
10 Conclusão .................................................................................................................................. 15
11 Referências bibliográficas ......................................................................................................... 16

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2 Agradecimentos
Gostaríamos de expressar a nossa sincera gratidão a todas pessoas que contribuíram
para a realização deste trabalho. Primeiramente agradecemos ao docente Ernesto
Domingos Victorino pela escolha dos temas.

Também somos gratos aos nossos colegas e amigos, por suas contribuições valiosas e
discussões construtivas. Agradecemos ainda a universidade licungo, por fornecer
recursos e equipamentos para a realização deste trabalho.

Por fim, gostaríamos de agradecer as nossas famílias pelo apoio incondicional e


incentivo em todos os momentos das nossas vidas académicas.

Sem o apoio destas pessoas, este trabalho não seria possível. Muito obrigado.

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3 Introdução
As sequências sedimentares são pacotes de rochas sedimentares que se acumulam em uma
determinada área geográfica durante um determinado período de tempo. Essas sequencias são
formadas pela deposição de sedimentos, que podem ser transportados por rios, ventos, ou
ondas e se acumulam em camadas sucessivas ao longo do tempo. Cada camada representa um
Registro da história geológica da área, incluindo informações sobre as condições ambientais
da época em que foi depositada.

As sequências sedimentares são importantes para a geologia porque permitem aos geólogos
reconstruir a história da terra e entender como as condições ambientais mudaram ao longo do
tempo.

Além disso, as sequências sedimentares podem ser usadas para descobrir recursos naturais
importantes, como petróleo e gás natural. A análise das rochas sedimentares pode revelar
informações sobre a presença de hidrocarbonetos e ajudar na exploração destes recursos.

Os sistemas deposicionais são conjuntos de rochas sedimentares que se formam em


ambientes específicos, como rios, lagos, mares e oceanos. Cada ambiente tem suas próprias
características, influenciando na composição e na aparência das rochas sedimentares.

Os modelos geológicos são representações gráficas e conceituais que buscam descrever a


estrutura e a evolução geológica de uma determinada região. Eles são baseados em dados
obtidos através de diversas técnicas, como levantamentos geofísicos, amostragem de rochas
e sedimentos, estudos estruturais e analises petrografias.

Os logs sedimentares são registros geofísicos que fornecem informações sobre as


características das formações geológicas atravessadas por um poço de sondagem ou
perfuração. Eles são usados para identificar as camadas de sedimentos e rochas que compõem
o subsolo, bem como as suas propriedades físicas e químicas.

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4 Objectivos
4.1 Gerais
- Compreender a evolução dos processos sedimentares ao longo do tempo geológico.
- Identificar as mudanças ambientais que ocorreram na bacia sedimentar e reconstruir
a história da deposição dos sedimentos.
- compreensão dos processos cíclicos que controlam a deposição dos sedimentos
- compreensão da evolução geológica de uma determinada área.

4.1.1 Específicos
- identificação das características litologicas e estratigráficas das sequencias
sedimentares .
-identificação dos tipos de ciclos sedimentares presentes nas sequências.
- Construção de modelos geológicos tridimensionais que representam com precisão a
geometria e distribuição dos corpos sedimentares.

5 Metodologia
Metodologicamente, o trabalho e de carácter qualitativo que se desenvolveu com base em
uma pesquisa bibliográfica através da consulta de dissertações, artigos científicos, links assim
como obras publicadas que tratem do tema em estudo.

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6 Sequências Sedimentares
6.1 Conceitos básicos de estratigrafia
Os conceitos básicos da estratigrafia deriva da das palavras latina stratum (estrato ou camada)
e grega graphein (descrição) foram, inicialmente, estabelecidos a partir de estudos em
bacias sedimentares relativamente calmas com sedimentação contínua. Portanto, os factores
primordiais que determinaram as propriedades das sequências sedimentares, tais como a
natureza da área-fonte, a topografia da bacia e das suas vertentes, as irregularidades do fundo
da bacia, etc., permaneceram mais ou menos constantes.

Mas a tectônica que se manifesta através de movimentos verticais, horizontais e oblíquos da


crosta terrestre, em tempos e espaços mais ou menos determinados, afecta a grande maioria
das sequências sedimentares. Essas actividades podem ocorrer durante ou após a
sedimentação, causando variações de espessura e atribuindo características caóticas e
originando contactos anómalos.

Alguns dos conceitos básicos estabelecidos há muito tempo ainda não estão ultrapassados,
não obstante os enfoques que introduziram os conhecimentos modernos (
magnetoestratigrafia, sismoestratigrafia, estratigrafia de sequências, estratigrafia isotópica,
etc.) e são os seguintes:

a) Lei de. Steno-Smith ou da superposição

Em qualquer sequência de rochas sedimentares ou de rochas ígneas extrusivas e derrames de


lavas), que não tenha sofrido deformações secundárias (pósforrnacionais), a camada mais
nova situa-se no topo e a mais antiga na base.

b) Lei da horizontalidade original

Segundo esta outra lei geral da geologia, estabelecida em 1669 por N. Stenon (1638-1687),
sedimentos depositados subaquaticarnente apresentam-se em camadas horizontais ou quase-
horizontais e paralelas ou quase-paralelas à superfície terrestre.

c) Lei da continuidade original

De acordo com esta lei geral da geologia, estabelec!da também em 1669 por N. Stenon, urna
camada depositada subaquaticarnente deveria estender-se, na época deposição. em todas as
direções até adelgaçar-se e desaparecer corno resultado da não-deposição ou por ter borda
original da bacia.

d) Lei de Walther (1893-1894)

Este princípio também denominado Lei de Correlação de Fácies estabelece que a sucessão
vertical de fácies, tanto em sequências transgressivas como regressivas, reflecte
essencialmente a ordem e ou sequência) da distribuição horizontal das mesmas fácies. Desse
modo, contanto que não tenham ocorrido perturbações, durante as fases de transgressão ou de
regressão, no primeiro caso, por subsidência muito rápida ou diferenciada e, no segundo caso,

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por flutuações marcantes no nível do mar, etc., segundo esta lei, seria possível diagnosticar a
distribuição horizontal de fácies com base em uma única seção colunar.

Além disso, quando as rochas sedimentares são fossilíferas, são muito importantes os
seguintes conceitos:

a) Lei da camada identificada por fósseis

Esta é urna lei fundamental da bioestratigrafia que foi apresentada por William Smith (1769-
1839) no início do século XIX (1816). Segundo esta lei, urna camada sedimentar pode conter
fósseis característicos, que permitem diferenciá-la das demais camadas superpostas ou
sotopostas e, além disso, correlacioná-la a camadas de mesma idade encontradas em outros
locais ou mesmo em outras bacias.

b) Lei da sucessão faunística

Esta é urna regra pela qual os fósseis eventualmente contidos em camadas sedimentares
sucessivas mudam da base para o topo, cujo reconhecimento por William Smith (1769-
1839) foi muito importante para a correlação de unidades bioestratigráficas.

c) Lei da assembleia faunística

Segundo esta lei, assembleias semelhantes de organismos fossilíferos (paleofauna ou mesmo


paleoflora) indicariam idades semelhantes às rochas que as contêm. Naturalmente, o conjunto
de fósseis deve representar uma biocenose (zoocenose ou fitocenose), isto é, urna associação
de organismos que viveram em estado de dependência mútua e não urna tanatocenose, que é
ligada à associação após a morte, originada por mecanismos não-vitais.

d) Lei da evolução ascendente

Esta é urna das 24 leis da evolução de Petronievics (1921, in Comissão de Redação do


Dicionário da Sociedade de Pesquisas de Geociências, 1970). Segundo esta lei, durante a
evolução progressiva de um grnpo de organismos, enquanto algumas características
progridem, outras regridem. Um exemplo é a evolução humana, na qual o desenvolvimento
do cérebro foi acompanhado pela degeneração da mandíbula e ou dos dentes).

e) Lei da evolução ilimitada

Esta é também uma das 24 leis da evolução de Petronievics e op. cit.)' segundo a qual, uma
espécie pode sofrer transformações ilimitadas, podendo sempre dar origem a novas espécies.

6.2 Fácies sedimentares


Este termo foi originalmente usado por N. Stenon, em 1669 e após isso tem sido usado
amplamente com várias acepções (Teichert, 1958). A palavra fácies corresponde ao
aportuguesamento do termo latino fácies e substantivo feminino)’ que significa aparência
ou aspecto.

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Segundo Mendes (1984), ela é empregada em estratigrafia com diversos sentidos,
aparecendo com prefixo qualitativo (litofácies, biofácies e tectofácies, etc.) ou associada a um
djectivo (fácies fiuvial,fácies marinha, etc.) ou, ainda, a um substantivo (fácies de folhelhos
negros,fácies de camadas vermelhas, etc.), que traduzem as naturezas genética e/ou
estratigráfica das referidas fácies.

6.3 Fácies com conotação estratigráfica


De acordo com Mendes (1984), cinco são os tipos de fácies com conotação estratigráfica:
fácies estratigráficas ,fácies sedimentares, litofácies, magnafácies e fácies operacionais.

 A denominação fácies estratigráfica é atribuída a Weller (1958) que, em princípio,


distingue-se pela forma, natureza do contato e relações intrínsecas. No caso, o aspecto
a composição teriam papéis secundários.
 fácies sedimentar definida por Moore (1949), distingue-se do resto pelos atributos
litológicos e paleontológicos particulares.
 A litofácies com conotação estratigráfica está relacionada somente aos atributos
litológicos distintos e não deve ser confundida com a fácies sedimentar de Moore
(op. cit.).
 O termo magnafácies, devido a Caster (1934), foi originalmente empregado para
designar sedimentação homogénea ocorrida durante um ciclo regressivo,
caracterizada por exibir grande persistência lateral (McGugan,1965).
 fácies operacional corresponde a urna concepção prática de fácies que foi
estabelecida em termos quantitativos por Krurnbein & Sloss (1963). Segundo esses
autores, a fácies operacional baseia-se em dados provenientes de numerosos pontos e,
além do significado paleoambiental, propõese a ilustrar outras características, corno o
seu interesse para a geologia do petróleo.

6.4 Fácies sem conotação estratigráfica


Algumas das variedades de fácies admitidas -por Mendes (1984), neste grupo, são: as fácies
ambiental e petrografia, além da tectofácies

Fácies ambiental ( environrnental facies) ou ecológica e ecologic facies) é uma designação


genética proposta por Weller (1958). Ela estaria relacionada exclusivamente ao provável
ambiente de sedimentação como, por exemplo,fácies eólica,fiuvial, marinha rasa, etc.

A fácies petrográfica (petrographic facies) teria sido proposta também por Weller (op. cit.),
baseada no aspecto e/ou na composição. Exemplos: fácies de camadas vermelhas (red bed
facies), fácies de folhelhos negros (black shale fácies),etc.

 As fácies de camadas vermelhas referem-se mais a arenitos e folhelhos e mais


raramente a calcários com cores tipicamente avermelhadas. São consideradas, em
geral, indicativas de ambientes continentais de extensas bacias intermontanas, com
amplas planícies aluviais, submetidas a um clima normalmente seco e com estações
úmidas, favorecendo a exposição subaérea periódica dos sedimentos. Embora
ocorram em vários períodos geológicos , são mais frequentes no Carbonífero superior
e no Mesozóico.
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 As fácies de folhelhos negros são representadas por rochas sedimentares pelíticas
ricas em matéria orgânica e substâncias radioativas, com conspícua laminação
submilimétrica. A cor é devida ao material carbonoso (carbono fixo ou
hidrocarbonetos betuminosos), além de pirita ou marcassita finamente disseminadas.
Podem ser de origem marinha ou não-marinha, mas invariavelmente estão
relacionadas a ambientes euxínicos e euxinic environments), que são tipicamente
anaeróbios

As tectofácies, segundo Sloss et al. (1949), caracterizariam as variações espaciais (laterais)


das unidades litoestratigráficas por causas essencialmente tectônicas. O termo serve para
designar as fácies peculiares a um determinado tectótopo (tectotope) ou sítio tectônique. por
sua vez, representa um ambiente geotectônico particular, como o de urna bacia intracratônica.
Podem também se referir a cada urna das fácies presentes em uma unidade estratigráfica
diferenciadas entre si por suas propriedades, que refletem distintos ambientes tectônicos de
sedimentação. Exemplos: fácies de "fiysch" ou de molassa.

6.5 Representações gráficas de fácies


As fácies são, em geral, representadas por seções colunares, seções geológicas e mapas
faciológicos. As seções colunares (ou colunas litológicas) são uma representação gráfica de
uma sequência e das relações estratigráficas das unidades rochosas de um local.

Em coluna vertical, as litologias são representadas por símbolos padronizados, e as


espessuras das unidades são desenhadas em escala apropriada.

As seções geológicas ou perfis geológicos correspondem à representação gráfica em corte da


distribuição subsuperficial dos tipos litológicos, bem como a suas relações espaciais e
estruturais, construídos com base em dados de geologia de superfície (surface geology). Para
se ter maior precisão, podem ser usados dados de geologia de subsupeefície, provenientes de
sondagens mecânicas ou geofísicas, contanto que estejam disponíveis.

Os mapas faciológicos mostram as distribuições dos diferentes tipos de fácies sedimentares


que ocorrem dentro de uma unidade estratigráfica como, por exemplo, os mapas de litofácies
(lithofacies maps) de urna formação. Os mapas de entropia (entropy maps) ou mapas
isentrópicos (isentropic maps) são baseados nas, intensidades ou graus de mistura de três
membros extremos e end members) das rochas componentes de urna unidade estratigráfica,
representando casos particulares de mapas faciológicos.

As seções colunares fornecem idéias sobre as variações faciológicas locais e as seções


geológicas dão informação sobre essas mudanças ao longo de um perfil. Entretanto, somente
os mapas faciológicos oferecem um cenário mais objetivo das variações desses atributos no
espaço. Entre alguns dos atributos faciológicos mapeáveis, têm-se: litofácies, biofácies,
tectofácies, etc. Além disso, as representações desses atributos podem ser meramente
qualitativas ou até quantitativas. Nesse caso, usam-se comumente os isovalores (ou isolinhas)
relacionados ao atributo escolhido .corno, por exemplo, os mapas de isópacas. Esses mapas
são construídos por isolinhas que unem pontos de igual espessura real de uma unidade
estratigráfica.

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6.6 Tipos de contactos sedimentares
Antes de tratar dos tipos de contactos sedimentares, torna- se necessário definir a expressão
geométrica dos corpos sedimentares (litossomas), pois ela varia muito, tanto em composição
como em geometria.

Quanto à composição, o litossoma pode ser homogêneo e composto de litologia única, sendo
então designado de monogenético ou de mais de um tipo liotológico, quando é chamado de
poligenético

Em relação à geometria, pode-se pensar em geometrias externa e interna. A geometria


externa dos corpos sedimentares (tabular; lenticular; cuneiforme, mantiforme, em lençol, em
lobo, etc.), juntamente com a geometria interna (estruturas sedimentares), constitui urna das
feições sedimentares essenciais na definição da arquitetura deposicional (depositional
architecture). A geometria interna é expressa pelo padrão de associação de litofácies, de
superfícies de contato, etc.

6.7 Contactos sedimentares


Denominam-se contatos (ou limites) as superfícies que separam corpos sedimentares
contíguos (por exemplo: arenito e folhelho) ou as interfaces entre unidades estratigráficas
(por exemplo: duas formações). Este termo é bastante empregado em mapeamentos
geológicos (geological mappings) e pode ser classificado segundo vários critérios.

Desse modo, quanto à posição espacial, distinguem-se os contatos verticais, horizontais e


inclinados (ou oblíquos). Quanto aos graus de definição (ou de nitidez), tem-se os contatos
gradacionais (gradativos ou transicionais) e bruscos (ou abruptos).

Além disso, os contatos laterais podem exibir acunhamentos (pinchouts) ou interdigitação


(intertonguings ou interfingerings). As zonas de contatos interdigitados causarão repetição
vertical de litossomas, originando o fenômeno de recorrência defácies (ou de litofácies), que
é sugestivo de oscilações nas condições paleoambientais, como acontece comumente em
regiões litorâneas.

Finalmente, dependendo dos graus de certeza nas observações dos contatos, têm-se contatos
observados, inferidos, encobertos, etc.

Os contatos horizontais caracterizam-se por acompanhar, grosso modo, o plano tangente


à superfície equipotencial gravitacional em um ponto. Por exemplo, os depósitos lacustres
indeformados apresentam, em geral, contatos horizontais.

Os contatos inclinados (ou oblíquos) correspondem a planos delimitantes inclinados entre


duas litologias ou unidades litoestratigráficas. Esses contatos podem ou não apresentar
implicações tectônicas.

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Os contatos gradativos são encontrados na situação em que a passagem de um litossoma
para outro se faz através de uma zona de gradação de espessura variável. A passagem (ou
transição), por exemplo, de um arenito para folhelho caracteriza-se freqüentemente por
enriquecimento progressivo em silte e argila e redução cada vez mais acentuada no teor de
areia.

Neste caso, segundo Mendes (1984), tem-se uma gradação mista (mixed gradation). Em
outros casos, ocorre a gradação contínua (continuous gradation), que consiste em redução
progressiva de diâmetro das partículas, desde areia até argila. Porém, comumente a mudança
litológica é abrupta e ou brusca), representada por uma superfície bem delineada.

Os contatos laterais com acunhamento correspondem a um fenômeno pelo qual uma


determinada camada (ou unidade litológica) diminui gradualmente de espessura até o seu
completo desaparecimento e substituição por outras litologias.

Os contatos laterais com interdigitação representam uma situação na qual as camadas


sedimentares de determinada litologia adelgaçam-se, até o seu desaparecimento total e
substituição por outros tipos de rochas. Neste caso, a porção terminal das camadas não
constitui uma única cunha, mas várias cunhas que se interpenetram com as litologias
adjacentes.

6.8 Ciclos sedimentares e sequências cíclicas


Os ciclos sedimentares e sequências cíclicas referem-se a etapas sucessivas de preenchimento
sedimentar de uma bacia, que termina com o retorno às condições iniciais. Em termos
concretos, os ciclos sedimentares (sedimentary cycles) são representados por uma repetição
ordenada de dois ou mais termos litológicos e, neste caso, poderia ser quase sinónimo de
ritmos sedimentares (sedimentary rythms).

Embora para Duff & Walton (1962) e Duff et al. (1967) ciclo e ritmo sejam praticamente
sinónimos, parece preferível que a primeira denominação seja reservada às sequências
repetitivas de pelo menos três tipos de litologia.

Desta maneira, os varvitos representam uma sucessão cíclica de dois componentes


fundamentais (arenito fino ou siltito e argilito), mas há casos em que se repetem mais de dez
variedades litológicas como, por exemplo, nos ciclotemas do Pensilvaniano (Carbonífero) dos
Estados Unidos.

Cada conjunto de componentes litológicos de uma seqüência cíclica é denominado de ciclo


sedimentar (sedimentary cycle) ou simplesmente de ciclo (cycle).

Cada termo componente dos ciclos sedimentares é conhecido como fase ou litofase
(lithophase), embora cada litofase não seja representada necessariamente por uma única
litologia, mas, por exemplo, por um ritmito de calcário e folhelho. Em geral, o termo ritmito
refere-se a uma rocha sedimentar composta por repetição rítmica e alternada de dois tipos
litológicos diferentes, embora possa referir-se ao par de lâminas rítmicas ou a uma camada

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gradacional única. Analogamente, quando se tratam de mudanças faunísticas ou fiorísticas,
são chamadas de biofases (biophases).

Segundo Duff & Walton (1962), o ciclo sedimentar é representado por um grupo de termos
litológicos que ocorre em uma certa ordem, no qual um deles repetese com frequência através
da sucessão.

Deste modo, as sucessões de depósitos que representam uma transgressão marinha, seguida
de uma regressão marinha, também constituem ciclos sedimentares. Na acepção
sedimentológica,

segundo Schwarzacher (1975), os ciclos sedimentares referem-se às oscilações ou


flutuações em sistemas quase periódicos, enquanto os ciclos matemáticos relacionam-se a
processos essencialmente periódicos.

As sequências compostas por mais de dois componentes raramente exibem repetições


perfeitamente ordenadas. Deste modo, representações do tipo ABCBA, por exemplo, são
designadas de ciclos ideais (ideal cycles), já que constituem verdadeiras abstrações.

Os ciclos ideais correspondem a inferências baseadas em um modelo teórico de


sedimentação que, em geral, foge das situações verdadeiras. Na natureza há frequente
interferência de factores aleatórios, como acontece, por exemplo, nos ciclotemas. Os ciclos
modais (modal cycles), segundo Duff & Walton (1962), correspondem a grupos de tipos de
rochas que ocorrem com maior frequência em qualquer sucessão.

Nas análises de sequência sedimentares cíclicas, são, em geral, empregados os três conceitos
acima referidos: ciclos ideais, ciclos modais e sequência composta.

7 Modelos geológicos e sistemas deposicionais

7.1 Conceitos básicos


Os modelos geológicos e sistemas deposicionais são conceitos básicos da sedimentologia,
que é o estudo dos sedimentos e das rochas sedimentares. Segundo Kentiro Suguio em seu
livro "Introdução à Sedimentologia", os modelos geológicos se referem aos processos físicos,
químicos e biológicos que atuam na superfície da Terra e que resultam na formação de
diferentes tipos de rochas sedimentares. Já os sistemas deposicionais são as associações de
rochas sedimentares que se formam em um determinado ambiente deposicional, como um rio,
lago, mar ou deserto.

Para entender os modelos geológicos e sistemas deposicionais, é necessário compreender


como ocorre a sedimentação dos sedimentos transportados pela água, vento ou gelo. A
sedimentação pode ser influenciada por diversos fatores, como a velocidade do fluxo de água,
a profundidade do corpo da água, a presença de organismos vivos e as condições climáticas.
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Os modelos geológicos e sistemas deposicionais são importantes para a interpretação dos
registros geológicos do passado e para a reconstrução das condições ambientais em que esses
sedimentos foram depositados. Através da análise dos modelos geológicos e sistemas
deposicionais, é possível inferir informações sobre as mudanças climáticas, tectônicas ou
biológicas que ocorreram ao longo do tempo geológico.

7.2 Tipos de modelos deposicionais


1. Modelo fluvial-lacustre: Esse modelo deposicional ocorre em ambientes fluviais e
lacustres, onde a sedimentação ocorre pela ação da água. Os rios transportam sedimentos que
são depositados no fundo do rio ou lago, formando camadas de sedimentos. A sedimentação
fluvial é influenciada pelo clima, topografia, vegetação e atividades humanas. Já a
sedimentação lacustre é influenciada pela profundidade do lago, a presença de organismos
vivos e a taxa de sedimentação.

2. Modelo eólico: Esse modelo deposicional ocorre em ambientes desérticos, onde a


sedimentação ocorre pela ação do vento. Os sedimentos são transportados pelo vento e
depositados em dunas ou planícies de areia, formando camadas de sedimentos que podem ser
preservadas por milhões de anos. A sedimentação eólica é influenciada pela velocidade do
vento, o tipo e tamanho dos sedimentos e as condições climáticas.

3. Modelo marinho: Esse modelo deposicional ocorre em ambientes marinhos, onde a


sedimentação ocorre pela ação das correntes marinhas e das marés. Os sedimentos são
transportados pela água e depositados no fundo do oceano, formando camadas de sedimentos
que podem se fossilizar ao longo do tempo. A sedimentação marinha é influenciada pela
profundidade do oceano, a temperatura da água, o tipo de organismo vivo presente e as
condições climáticas.

4. Modelo glaciar: Esse modelo deposicional ocorre em ambientes glaciais, onde a


sedimentação ocorre pela ação dos glaciares. Os sedimentos são transportados pelo gelo e
depositados no fundo dos vales ou lagos glaciais, formando camadas de sedimentos que
podem ser preservadas por milhões de anos. A sedimentação glaciar é influenciada pela
temperatura, humidade, topografia e tamanho do glaciar.

5. Modelo vulcânico: Esse modelo deposicional ocorre em ambientes vulcânicos, onde a


sedimentação ocorre pela acção das cinzas e dos materiais vulcânicos. Os sedimentos são
transportados pelo ar e depositados em camadas sobre o solo, formando rochas sedimentares
vulcânicas que podem ser preservadas por milhões de anos. A sedimentação vulcânica é
influenciada pelo tipo de erupção vulcânica, a composição química dos materiais e as
condições climática.

8 Log sedimentar
Logs sedimentares são registros de medições feitas em poços de petróleo, que fornecem
informações sobre as camadas de rochas sedimentares atravessadas pelo poço. Essas

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informações incluem a composição e a porosidade das rochas, bem como a presença de
fluidos, como água, óleo e gás natural. Os logs sedimentares são usados para ajudar na
exploração e produção de petróleo e gás , permitindo que ao engenheiros identifiquem as
melhores áreas para perfurar poços, avaliem a produtividade de reservatório e monitorem a
produção ao longo do tempo.

Existem vários tipos de logs sedimentares utilizados pelos geólogos para obter informações
sobre as rochas sedimentares e sua história geológica. Alguns exemplos incluem:

 Registro de poços: e um tipo de log que fornece informações sobre a profundidade, a


estrutura e a composição das rochas sedimentares em um poco de perfuração
 Perfilagem eléctrica: e um tipo de log que mede a resistividade eléctrica das rochas
sedimentares, o que pode ajudar a identificar camadas de rocha porosas, onde podem
ocorrer reservatórios de petróleo e gás.
 Perfilagem acústica; e um tipo de log que usa utiliza ondas sonoras para medir a
velocidade com que as ondas se propagam nas rochas sedimentares, o que pode
fornecer informcaoes sobre a porosidade e a permeabilidade das rochas
 Perfilagem nuclear: e um tipo de log que utiliza que utiliza fontes radioactivas para
medir as propriedades físicas das rochas sedimentares como porosidade e densidade.
 Perfilagem de imagem: e um tipo de log que utiliza tecnologia de imagem para obter
uma visão tridimensional das camadas de rocha sedimentar em um poço, o que pode a
ajudar a identificas características como fraturas e falhas.

Os logs tem uma vasta importância, uma delas e na construção de modelos geológicos. Ao
analisar as informações obtidas com esses logs, os geólogos podem construir modelos
tridimensionais das camadas de rocha em uma determinada região. Esses modelos ajudam a
entender melhor a história geológica da área e podem ser usados pra prever como as camadas
de rochas serão afectadas por actividades humanas, como perfuração de poços ou mineração.

9 Importância económica da geologia sedimentar


A geologia sedimentar é um ramo da geologia que estuda a origem, transporte, depósito e
transformação dos sedimentos que compõem as rochas sedimentares. Essas rochas são
importantes porque muitas vezes contêm recursos naturais valiosos, como petróleo, gás
natural, carvão e minerais metálicos. A compreensão da geologia sedimentar é fundamental
para a exploração e produção desses recursos.

A extracção de petróleo e gás natural é uma das actividades económicas mais importantes do
mundo. A maioria das reservas desses recursos está localizada em rochas sedimentares,
especialmente em bacias sedimentares. A geologia sedimentar ajuda a identificar as áreas
mais promissoras para a exploração desses recursos, bem como a entender como eles foram
formados e onde podem ser encontrados.

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O carvão é outro recurso importante encontrado em rochas sedimentares. Ele é usado
principalmente para gerar eletricidade e aquecimento. A geologia sedimentar ajuda a
identificar as áreas onde o carvão pode ser encontrado em grandes quantidades e como ele
pode ser extraído de forma eficiente e segura.

Os minerais metálicos, como o ferro, cobre e zinco, também são encontrados em rochas
sedimentares. Esses minerais são usados na fabricação de uma ampla variedade de produtos,
desde automóveis até eletrônicos. A geologia sedimentar ajuda a identificar as áreas onde
esses minerais podem ser encontrados em quantidades comerciais e como podem ser
extraídos de forma eficiente.

Além disso, a geologia sedimentar também é importante para a construção civil e a indústria
de agregados. Muitos materiais de construção, como areia, cascalho e pedra britada, são
encontrados em rochas sedimentares. A compreensão da geologia sedimentar ajuda a
identificar as áreas onde esses materiais podem ser encontrados em grandes quantidades e
como podem ser extraídos de forma eficiente.

Em resumo, a geologia sedimentar é fundamental para a economia global. Ela ajuda a


identificar e explorar recursos naturais valiosos, bem como a compreender como eles foram
formados e onde podem ser encontrados. Sem esse conhecimento, muitas das atividades
econômicas que dependem desses recursos não seriam possíveis.

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10 Conclusão
Em conclusão, o estudo de sequências sedimentares, sistemas deposicionais, modelos
geológicos, contactos sedimentares e modelos geológicos e sistemas deposicionais é essencial
para a compreensão da história da Terra e seus recursos naturais.

Através do estudo das sequências sedimentares, podemos identificar as mudanças ambientais


que ocorreram ao longo do tempo e entender como essas mudanças afetaram a deposição de
sedimentos. Isso pode ser útil na exploração de recursos como petróleo, gás natural e
minerais metálicos.

Os sistemas deposicionais nos permitem entender os processos que ocorrem durante a


deposição de sedimentos em ambientes diferentes, como rios, lagos, mares e oceanos. Isso é
importante para a gestão ambiental e prevenção de desastres naturais.

Os modelos geológicos nos ajudam a entender a estrutura da crosta terrestre e como ela
evoluiu ao longo do tempo. Isso pode ser usado na exploração de recursos naturais, bem
como na prevenção de desastres naturais.

O estudo dos contactos sedimentares nos permite entender as relações entre diferentes
camadas de rochas sedimentares e identificar possíveis falhas geológicas. Isso é importante
para a exploração de recursos naturais e para a prevenção de desastres naturais.

Por fim, o estudo dos modelos geológicos e sistemas deposicionais é importante para o
turismo geológico. A compreensão desses conceitos pode ajudar a explicar como as
formações rochosas foram formadas e torná-las mais interessantes para os visitantes.

Em resumo, o estudo de sequências sedimentares, sistemas deposicionais, modelos


geológicos, contactos sedimentares e modelos geológicos e sistemas deposicionais é
fundamental para entender a história da Terra e seus recursos naturais. Esses conceitos são
úteis em muitas áreas, desde a exploração de recursos até a gestão ambiental e o turismo
geológico.

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