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Geomorfologia Fluvial
Universidade Save
Maxixe
2023
Walter Simione da Silva Malambane
Geomorfologia Fluvial
Geomorfologia Costeira
Universidade Save
Maxixe
2023
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Indice
1.Introdução ................................................................................................................................ 2
1.1.Objectivo Geral..................................................................................................................... 2
1.2.Objectivo Específico............................................................................................................. 2
1.3.Metodologia .......................................................................................................................... 2
3. Perfil Longitudinal.................................................................................................................. 4
Conclusão ................................................................................................................................. 11
1. Introdução
Os rios são corpos de água que desempenham um papel fundamental nos ecossistemas
terrestres, fornecendo água para as plantas e animais, além de serem fonte de alimento e meios
de transporte. Entender como os rios se formam e como evoluem é, portanto, fundamental para
compreender as dinâmicas naturais que ocorrem em diferentes regiões do planeta.
A geomorfologia fluvial é um ramo da geografia física que se dedica ao estudo dos rios e suas
características. Ela analisa a formação e a evolução dos rios, bem como as interações que eles
estabelecem com o meio ambiente em que estão inseridos.
Este trabalho de pesquisa enquadra-se na disciplina de Geomorfologia Costeira e tem como
tema Geomorfologia Fluvial. A Geomorfologia Fluvial representa um sector de destaque, pelo
seu carácter condicionante da própria vida humana, o que despertou o interesse dos
pesquisadores ao longo da história da ciência geomorfológica. Assim, é possível encontrar uma
grande produção científica acerca desta área de conhecimento (Souza e Muller, 2010).
Tendo em conta o destaque que a geomorfologia fluvial vem merecendo desde os tempos
passados, na presente pesquisa pretende-se fazer a abordagem desta temática olhando para os
seguintes aspectos: o conceito e histórico da geomorfologia fluvial; e; por fim depósitos
aluviais.
1.1. Objectivo Geral
✓ Reflectir sobre a geomorfologia fluvial
A geomorfologia fluvial também estuda os processos hidrológicos e sedimentológicos que
ocorrem nos rios, como a erosão, o transporte e a deposição de sedimentos, a dinâmica do fluxo
de água e a interação entre a água e as rochas. Esses processos são essenciais para a manutenção
da biodiversidade e para a preservação dos recursos hídricos.
1.2. Objectivo Específico.
✓ Conceituar e contextualizar a geomorfologia fluvial;
A geomorfologia fluvial também é importante para o estudo e para a gestão dos recursos
hídricos, uma vez que fornece informações sobre como os rios se comportam em diferentes
condições e como as atividades humanas podem afetar seus processos naturais. Assim,
compreender a geomorfologia fluvial é essencial para a tomada de decisões sustentáveis
relacionadas à gestão dos rios e seus ecossistemas associados respeitando a componente
ambiental.
1.3. Metodologia
Para a elaboração do presente trabalho recorrer-se-á a pesquisa bibliográfica, suportada pelas
técnicas de leitura, compreensão e interpretação dos escritos de autores que abordam sobre o
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tema em discussão com base nas referências citadas com intuito de trazer uma pesquisa
autêntica e que esteja dentro das Normas de Publicação de Trabalhos de pesquisa da UNISAVE.
3. Perfil Longitudinal
O perfil longitudinal de um rio está intimamente ligado ao relevo, pois corresponde à diferença
de altitude entre a nascente e a foz ou confluência com outro rio. Por isso, ao analisar o perfil
longitudinal, é possível constatar seu declínio ou gradiente altimétrico, pois se trata de uma
relação visual entre a altitude e o comprimento de um determinado curso de água.
4. Formas do rio
Em primeiro lugar, importa referir que o termo rio, geológica e geomorfologicamente, “aplica-
se exclusivamente a qualquer fluxo canalizado e, por vezes, é empregue para referir-se a canais
destituídos de água” (Christofoletti, 1980: 65). Portanto, os tipos ou formas de rios são definidos
a partir de diferentes classificações, das quais se destacam: o escoamento, o relevo e a
composição das águas.
4.1. Tipos de rios quanto à forma de escoamento da água
✓ Rios intermitentes ou temporários: são aqueles que correm em apenas um período do ano,
ou seja, secam nas épocas de estiagem
✓ Rios perenes: são aqueles que correm o ano todo, ou seja, não apresentam interrupção no
fluxo de suas águas sobre nenhum período, seja ele de seca, ou de cheia.
✓ Rios efémeros; são aqueles que se manifestam apenas em ocasiões de grandes chuvas,
sendo do tipo pouco comum e de previsão pouco efectiva.
4.2. Tipos de rios quanto à forma de relevo
Quanto há forma de relevo, existem dois tipos de rios: os de planalto e os de planície.
✓ Rios de planalto: são rios que costumam apresenta-se em áreas de relevo mais acentuado,
possuindo um fluxo mais forte em razão dos muitos acidentes geográficos ao longo de seu
percurso.
✓ Rios de planície: são rios que apresentam um curso mais regular, mesmo com o relevo
menos acentuado.
4.3. Tipos de rios quanto a forma da água
Em relação à composição da água, geralmente observada pela sua coloração, permite distinguir
três tipos de rios.
✓ Rios de águas claras: são o tipo considerado mais puro e com um maior potencial turístico.
✓ Rios de águas brancas: são aqueles que apresentam uma grande quantidade de sedimentos,
estes oriundos de rochas como calcário, além de apresentar minerais, como o magnésio, em
abundância, o que confere uma tonalidade natural esbranquiçada às suas águas.
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✓ Rios de águas pretas: são rios que apresentam sedimentos mais antigos ou pigmentações
resultantes de reacções químicas e influência da vegetação.
cursos. Assim, segundo Riccomini et al. (2009) citado por Souza e Muller (2010) os rios que
estão em terrenos constituídos por rochas sedimentares podem ser classificados, em:
✓ Rios Consequentes: fluem segundo a declividade do terreno, em concordância com a
inclinação das camadas.
✓ Rios Subsequentes: têm seu curso controlado por descontinuidades do substrato, como
folhas, juntas e presença de rochas menos resistentes.
✓ Rios Obsequentes: apresentam fluxo no sentido oposto à inclinação das camadas e
normalmente são de pequena extensão, descem escarpas e desembocam em rios
subsequentes.
✓ Rios Insequentes: não apresentam controle geológico reconhecível e normalmente estão
relacionados à presença de rochas homogêneas ou de camadas sedimentares horizontais.
Fig. 2 Classificação dos Rios. (1) Consequente; (2) Subsequente; (3) Obsequente; (4)
Ressequente e (5) Insequente. Fonte: Souza e Muller
5.2. Os tipos de leitos fluviais
Os leitos fluviais compreendem os espaços que podem ser ocupados pelo escoamento das águas.
Conforme o perfil transversal das planícies de inundação, podemos distinguir quatro tipos de
leitos fluviais. CRISTOFOLETTI, (1980) citado por Souza e Muller (2010). A saber:
✓ Leito de vazante: inclui-se no leito menor e é utilizado para o escoamento das águas baixas.
Este tipo de leito constantemente serpenteia entre as margens do leito menor,
acompanhando o talvegue, que é a linha de maior profundidade ao longo do leito.
✓ Leito menor: é bem delimitado e encaixa-se entre as margens bem definidas. Ao longo do
leito menor constata-se a existência de irregularidades, com trechos mais profundos, as
depressões, acompanhadas de partes com menor profundidade, mais retilíneas e oblíquas
em relação ao eixo aparente do leito, designadas de umbrais.
✓ Leito maior periódico ou sazonal: é um tipo de leito regularmente tomado pelas cheias,
ao menos uma vez por ano.
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✓ Leito maior excepcional: corresponde àquele por onde ocorrem as cheias mais intensas,
no decorrer das enchentes.
Fig. 4 Os quatro tipos fundamentais de canais fluviais. Fonte: Souza e Muller (2010)
6. Leques aluviais e deltaicos
De acordo com Souza e Muller (2010) os leques aluviais são formados a partir de pontos em
que drenagens confinadas em regiões montanhosas cortam escarpas íngremes, convertem-se
em canais que se bifurcam ao invés de confluírem (distributários ou fluxos não canalizados),
atingem a planície da bacia, onde dispersam radialmente a carga de sedimentos transportada.
Nos casos em que os leques aluviais avançam diretamente para o interior de um corpo de água
(lago ou mar), eles são denominados de leques deltaicos.
Bigarella (2003), citado por Souza e Muller (2010) o leque aluvial “constitui um corpo de
sedimentos fluviais cuja forma aproxima-se de um segmento de cone, com ápice no sopé de um
relevo acidentado, de onde adquire um padrão radial divergente”. As condições climáticas e o
tectonismo são apontados como os principais fatores envolvidos na determinação da
sedimentação de leques aluviais.
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Fig. 5 O mega leque do rio Taquari, no Pantanal Mato-Grossense. Fonte: Souza e Muller (2010)
6.1. Os depósitos aluviais
Segundo Souza e Muller (2010) podemos dizer que os depósitos aluviais constituem um
importante componente da história geológica da Terra e ocorrem em contextos geotectônicos
distintos em diversos períodos. O estudo dos depósitos aluviais fundamentados na análise dos
depósitos recentes permite a caracterização dos processos hidrodinâmicos, bem com a
compreensão da evolução sedimentar dos depósitos antigos. Os geólogos, através do método
de fáceis, analisam e interpretam os depósitos aluviais, bem como seus processos geradores.
Este método baseiase na comparação de perfis verticais e seções em afloramentos com modelos,
sucessões e associações de fáceis. Segundo Riccomini et al. (2009) citado por Souza e Muller
(2010), “os modelos são elaborados para representar, em sua essência, a combinação de feições
de depósitos sedimentares recentes e antigos e permitir a caracterização dos diferentes sistemas
deposicionais”.
Souza e Muller citam Riccomini et al. (2009), onde diz que “os modelos são elaborados para
representar, em sua essência, a combinação de feições de depósitos sedimentares recentes e
antigos e permitir a caracterização dos diferentes sistemas deposicionais”. Devido à grande
variedade de fatores que controlam os diferentes tipos de rios e leques aluviais, é possível
elaborar uma grande quantidade de modelos deposicionais. Dentre eles podemos destacar: os
leques aluviais de climas áridos e úmidos, rios entrelaçados, meandrantes e anastomosados.
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Fig. 8 Depósitos em leques aluviais de clima árido. Fonte: Souza e Muller (2010)
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Conclusão
Durante a elaboração deste trabalho foi possível constatar que o interesse pelo conhecimento
na área da geomorfologia fluvial desde os tempos passados se afigura ser de extrema
importância, pois, considera-se uma área de tamanha relevância para a vida humana. A
Geomorfologia fluvial pelo facto de interessar-se pelo estudo dos processos e das formas
relacionadas com o escoamento dos rios, contribui para o melhor entendimento e uso dos
recursos hídricos por parte do Homem.
Por outro lado, o perfil longitudinal aparece como uma ferramenta de extrema importância para
a investigação do comportamento dos rios, pois ele dá uma visão generalista de um rio, da sua
nascente até a sua foz, servindo para um melhor entendimento das possíveis anomalias
instaladas nos canais dos rios.
Ficou clarificado ainda que, a compreensão das formas do rio é determinada pela forma de
escoamento das águas, forma do relevo e composição das águas.
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Referências Bibliográficas
Christofoletti, A. Geomorfologia. 2. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1980.
______. (1981). Geomorfologia Fluvial. São Paulo: Edgard Blucher.
Cunha, S. B. (2009). Geomorfologia Fluvial. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B.
Geomorfologia: uma actualização de bases e conceitos. 9. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Cunha, S. B. (2013). Geomorfologia fluvial: introdução e conceitos fundamentais. Oficina de
Textos.
Florenzano, T. G. (2008). Geomorfologia: conceitos e tecnologias actuais. São Paulo: Oficina
de Textos.
Guerra, A. T. e Guerra, A. J. T. (1997). Novo Dicionário Geológico-geomorfológico. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil.
Melo, O. A. G., et. al. (2009). Análise do perfil longitudinal do Rio Baiano Assis Chateaubriand
– PR – a partir da aplicação do índice de gradiente (RDE). Anais do XIII Simpósio Brasileiro
de Geografia Física Aplicada. Viçosa (MG).
Souza, A. J. e Muller, R. B. (2010). Geomorfologia. UNIASSELVI.