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Luciano Fernandes Lourenço

HIDROLOGIA CONTINENTAL

Coimbra
Novembro de 1997

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Luciano Fernandes Lourenço

HIDROLOGIA CONTINENTAL

Relatório, programa, conteúdos e métodos de


ensino teórico e prático das matérias da
disciplina

Concurso para o lugar de Professor Associado da 2ª Secção,


6º Grupo, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Coimbra
Novembro de 1997

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Relatório do programa, conteúdos e métodos de ensino
teórico e prático das matérias da disciplina de Hidrologia
Continental, apresentado por Luciano Fernandes
Lourenço, na qualidade de candidato ao concurso
documental para provimento de três vagas de Professor
Associado da 2ª Secção (Ciências Históricas, Geográficas
e Filosóficas) do 6º. Grupo (Geografia), da Faculdade de
Letras da Universidade de Coimbra, nos termos do
disposto nos artigos 37° a 52°, Capítulo IV, Secção I, do
Estatuto da Carreira Docente Universitária, anexo à Lei
19/80, de 16 de Julho, e do Edital do Reitor da mesma
Universidade, Doutor Rui Nogueira Alarcão e Silva,
publicado no Diário da República nº. 177,
II Série, de 2 de Agosto de 1997.

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Sumário e Índice

1. Apresentação geral da disciplina .......................................................................... 5

1.1. Enquadramento curricular ......................................................................... 7


1.2. Âmbito e objectivos ................................................................................. 11

2. Plano de estudos ................................................................................................... 13

2.1. Apresentação geral do programa .............................................................. 15


2.2. Distribuição do programa no tempo ......................................................... 19

3. Linhas estratégicas ............................................................................................... 21

3.1.Organização do curso ................................................................................ 23


3.2. Avaliação de conhecimentos .................................................................... 25

4. Apresentação do programa detalhado e dos métodos de ensino ......................... 27

4.1. Ensino teórico ........................................................................................... 29


4.2. Aulas práticas ........................................................................................... 37

5. Bibliografia .......................................................................................................... 39

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1. Apresentação geral da disciplina

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1.1. Enquadramento curricular

A Geografia, por muitos considerada como uma ciência de síntese, desde


sempre tendeu, umas vezes com maior e outras vezes com menor incidência, em
função das situações conjunturais do momento, para uma certa separação entre as
áreas ditas de Geografia Física e de Geografia Humana e, dentro destas, para uma
certa especialização temática.
Nesta perspectiva, a Hidrografia aparece tradicionalmente como um dos ramos
da Geografia Física. Contudo, em Coimbra e mesmo em Portugal, nunca alcançou
grande desenvolvimento, apesar de alguns estudos, tanto de A. Amorim Girão como
de A. Fernandes Martins, se centrarem em bacias hidrograficas, Vouga e Mondego,
respectivamente, mas entendidas mais como unidades geográficas do que estudadas
no sentido hidrográfico. R. J. Chorley, em 1969, considera mesmo que a bacia
hidrográfica é a unidade geomorfológica fundamental. É, pois, sobretudo nesta
perspectiva que têm sido estudadas, uma vez que o ponto de vista hidrológico só
muito recentemente começou a merecer mais atenção por parte dos geógrafos.
Com efeito, na Universidade de Coimbra é só depois de Abril de 1974, na
reestruturação do curso de geografia, que a disciplina de Hidrografia aparece no
curriculum do curso de geografia, como opção oferecida aos alunos dos 4º e 5º anos.
No ano lectivo de 1974/75 foi leccionada pelo Prof. Doutor A. Fernandes Martins e
nos três anos seguintes (1975/76 a 1977/78), pela Prof. Doutora Fernanda Delgado
Cravidão.
Desde então, as sucessivas reestruturações do curso deixaram sempre a
Hidrologia numa posição marginal, comparada com outras especializações da
Geografia Física (Geomorfologia, Climatologia, Biogeografia) apesar da cada vez
maior importância da água. Durante este período, a leccionação de alguns aspectos
hidrológicos passou a estar inserida nos conteúdos de outras disciplinas do ramo da
Geografia Física.
Finalmente, com a entrada em vigor, no ano lectivo de 1993/94, do novo plano
curricular do curso de Geografia, a leccionação da Hidrologia passou a ser incluída
como disciplina autónoma, subdividida nas suas duas principais componentes:
Hidrologia marinha, de carácter obrigatório para todos os alunos do 2º ano,
ou seja, das três áreas de especialização da licenciatura em Geografia, com
início no ano lectivo de 1994/95 (1º semestre);
Hidrologia continental, de carácter obrigatório para os alunos do ramo de
Estudos Ambientais (3º ano) e disciplina opcional para os alunos das áreas
de Ensino e de Ordenamento do Território e Desenvolvimento (3º e 4º
anos), teve início no ano lectivo de 1995/96 (1º semestre).
A inclusão destas duas disciplinas no elenco das cadeiras curriculares,
imprimiu uma maior abrangência às áreas temáticas da Geografia Física, se bem que
não entendemos porque é que a Hidrologia Continental não aparece com carácter
obrigatório para todos os alunos da licenciatura de Geografia, como veremos a
seguir.

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Além disso, a inclusão destas disciplinas no primeiro semestre, não permite
tirar todo o partido que a sua leccionação no segundo semestre possibilitaria.Com
efeito, muita da dinâmica marinha é semelhante à da atmosfera, pelo que a sua
compreensão seria grandemente facilitada se fosse apreendida depois de conhecida a
dinâmica atmosférica, o que sucederia se a Hidrologia marinha fosse leccionada no
segundo semestre.
Mas, centrando-nos na Hidrologia Continental, as vantagens da sua colocação
no segundo semestre são óbvias, especialmente em termos de trabalho e de
reconhecimento de campo, não só porque as condições meteorológicas são,
normalmente, mais favoráveis, mas sobretudo porque o arco diurno é maior, logo o
período diário, com luz natural, para se poder realizar trabalho de campo fica
substancialmente dilatado.
O programa que propomos responderia melhor a esta segunda situação, mas é
possível adaptá-lo à primeira, da leccionação no 1º semestre, embora com alguns
inconvenientes para os alunos.
Quanto ao carácter da não obrigatoriedade de frequência da disciplina de
Hidrologia Continental pelos alunos de algumas áreas de especialização,
entendemos que é um erro grave que urge corrigir. E pensamos que é um erro grave
atendendo à importância crescente que a água tem vindo a assumir ao longo dos
últimos anos.
Neste final de milénio, não nos parece necessário fazer a apologia da água, tal
é a sua importância actual, bem patente na recente criação de Institutos da Água, de
diversas Associações, quer de Recursos Hídricos, quer de Ambiente, tendo por base
bacias hidrográficas e, ainda, a realização de Congressos da Água, cuja 4ª edição
está prevista para a FIL, nos dias 23 a 27 de Março de 1998.
Por estas razões, custa-nos a admitir que a Hidrologia Continental não esteja
incluída no leque de disciplinas que constituem o tronco comum do curso de
Geografia. Com efeito, a nível de Ordenamento do Território, muitas decisões são
fundamentadas e tomadas em função da existência ou não de água. Do mesmo
modo, com maior ou menor grau de desenvolvimento, a nível do Ensino, também a
água está presente em todos os níveis de aprendizagem em que é leccionada
Geografia, tanto no Ensino Básico (7º e 9º ano), como no Ensino Secundário (10º
ano).
Meramente a título de exemplo justificativo desta realidade, vejamos alguns
aspectos dos programas actualmente em vigor nestes três níveis de ensino, em que a
água faz parte integrante e obrigatória das matérias a leccionar:

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7º Ano

Tema - Uma Europa de contrastes espaciais

São analisados, entre outros assuntos, os seguintes aspectos:


- o problema do abastecimento de água potável às cidades,
- a poluição das águas causada pelos esgotos,
- a irrigação artificial,
- o ciclo da água,
- a rede hidrográfica europeia e
- os transportes fluviais.

Tema - Uma Europa de equilíbrio ambiental frágil

a) A propósito do impacte ambiental da actividade humana, nomeadamenteem


termos de utilização dos recursos renováveis (hídricos) e das componentes
ambientais naturais, em que a água é considerada como a principal dessas
componentes, na medida em que é indispensável a qualquer actividade humana;

b) Ao analisarem-se os riscos naturais e a prevenção de catástrofes, a água está


presente nas inundações, provocadas por cheias fluviais, sendo tidas como uma
das principais preocupações;

c) Ao considerar-se a necessidade de preservar e recuperar o ambiente: a gestão


de um património comum, a água está de novo em foco, sobretudo no que
concerne à sua qualidade, pois a poluição dos rios assume aqui um papel de
destaque.

9º Ano

Tema - A Terra, um planeta frágil

A protecção e gestão das águas merecem destaque suficiente, ao ponto de


constituirem uma unidade, a terceira, em que se analisam os problemas decorrentes
da escassez de água e se procuram soluções, pois a água é tratada como um
importante recurso a preservar.

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10º Ano

Tema - Conhecer o território: os recursos e as actividades

Muito provavelmente é no 10º ano que a água merece um tratamento mais


pormenorizado, que nãovamos aqui desenvolver detalhadamente. No entanto,
entendemos dever referir alguns dos tópicos que nos parecem mais relevantes:

a) Subtema - A água: irregularidades na sua distribuição

- a importância para a vida e para as actividades humanas


- as disponibilidades hídricas:
- cursos de água e variações de caudal
- lagoas e albufeiras
- águas subterrâneas
-os problemas na distribuição e utilização da água
- riscos na gestão dos recursos
- redes de abastecimento
- potencializar a disponibilidade dos recursos hídricos

b) Subtema - A energia: suporte da actividade humana

- os recursos energéticos
- hidroelectricidade

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1.2. Âmbito e objectivos

Na sequência do anteriormente exposto e considerando que a disciplina de


Hidrologia Continental pode ser frequentada por alunos das três áreas de
especialização do curso de Geografia, a elaboração do respectivo programa
científico deve, no nosso entender e na medida do possível, procurar dar resposta às
diferentes necessidades que os licenciados irão sentir ao ingressarem em mercados
de trabalho tão diversificados como sejam o ensino, o ordenamento e
desenvolvimento do território ou os estudos ambientais.
Por esse motivo, procurámos que o programa permitisse estabelecer uma sólida
formação científica que, sendo comum, interessará às três áreas, numa perspectiva
de sedimentar uma vasta panóplia de conhecimentos, suficientemente abrangente
mas, também, com a especificação necessária a permitir-lhes efectuar uma correcta
gestão dos recursos hídricos.
Com efeito, a água é uma matéria que tem a ver com o ordenamento e
desenvolvimento do território, do mesmo modo que interessa aos estudos ambientais
e, porque interfere com o futuro da humanidade, importa que também seja ensinado
aos alunos dos Ensinos Básico e Secundário, pelo que as matérias a leccionar serão
abordadas numa perspectiva de utilização e de utilidade futuras.
Deste modo, os conhecimentos apreendidos pelos estudantes durante as aulas
deverão ser depois facilmente adaptáveis à sua vida profissional, independentemente
da área temática em que os venham a aplicar, quer seja de planeamento e gestão dos
recursos hídricos, quer se destinem ao ordenamento, protecção e conservação dos
recursos hídricos ou, ainda à utilização da água tanto em usos domésticos, como em
actividades produtivas: agricultura, aquicultura, indústria e turismo.
Nesta conformidade, todos os alunos que concluirem com aproveitamento a
disciplina de Hidrologia Continental não possuem apenas mais uma habilitação
académica, mas devem antes ter ficado com o mínimo de conhecimentos sobre a
generalidade dos aspectos que se relacionam com a água, como sejam a origem,
distribuição à superfície do globo e problemas que ela encerra, usos e consequências
dessa utilização, etc.
Mais do que memorizarem um conjunto de conhecimentos, pretendemos que
os alunos apreendam a importância dessas noções e travem contacto directo com a
realidade, dando-lhes a conhecer e fomentando o seu relacionamento com
instituições, entidades e associações que têm responsabilidades no domínio da água.
Do mesmo modo, mais do que ter a preocupação de lhes ministrar muitos
conhecimentos sobre as diferentes matérias, é mais nosso objectivo colocá-los em
contacto com a realidade exterior, "abrir-lhes portas", ensinar-lhes os locais onde
poderão encontrar resposta para os problemas que se lhes depararão no futuro e
ensinar-lhes as metodologias correctas para os solucionar.

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Este relacionamento com instituições exteriores à Faculdade de Letras é
benéfico a vários níveis, sendo particularmente positivo no que se refere ao contacto
com metodologias próprias de outras ciências, o que lhes possibilita ensaiar novos
métodos, completando e enriquecendo os seus conhecimentos científicos, sempre
com o objectivo de habilitar os alunos a encontrarem, eles próprios, as soluções
adequadas aos problemas que lhes caberá resolver.
Aos futuros licenciados nas áreas de Estudos Ambientais e Ordenamento do
Território e Desenvolvimento, caber-lhes-á, muito provavelmente, integrar equipas
interdisciplinares. Os contactos ora estabelecidos, bem como esta experiência
"extra-muros", podem vir a ser determinantes na correcta gestão do papel
integrador da Geografia, como ciência de síntese, possibilitando-lhes assumir
destacado papel de relevo, gerador de consensos, em áreas tão diferentes como, por
exemplo, avaliação de impactes ambientais nos recursos hídricos, mais aplicável ao
primeiro caso, ou de correcta utilização e gestão da água, mais adequado à segunda
situação.
Quanto aos futuros Professores dos Ensinos Básico e Secundário, o seu
relevante papel de formadores de homens, passa também pelo ensino da importância
e da correcta utilização da água, um recurso natural que merece ser preservado,
porque dele depende a sobrevivência da humanidade.

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2. Plano de estudos

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2.1. Apresentação geral do programa

A proposta de plano de estudos que a seguir apresentamos pretende dar uma


resposta concreta aos objectivos antes enunciados, traçando uma panorâmica muito
geral e simplificada dos principais assuntos que interessam à Hidrologia
Continental, numa perspectiva geográfica, sem grande preocupação de tratamentos
exaustivos dos diferentes temas que, nem a diversidade da formação de base e dos
variados interesses dos alunos, nem o reduzido tempo para leccionar as matérias, de
apenas um semestre, permite.
Contudo, tendo em conta sobretudo este segundo aspecto, o plano poderá
parecer demasiado ambicioso, pois seria mais facilmente exequível num curso anual,
mas, no entanto, parece-nos justificável, porquanto resulta de uma dupla
necessidade.
Por um lado, importa fornecer uma quantidade mínima de informação,
considerada básica, necessária e fundamental para se entender a distribuição
dinâmica das águas continentais no globo terrestre e as implicações desta
distribuição, a nível global, regional e local.
Por outro lado, os aspectos hidrológicos interferem ou relacionam-se
directamente com outros fenómenos de natureza geográfica, pelo que nos pareceu
conveniente construir um programa que permita estabelecer pontes com outros
temas da ciência geográfica, não só de natureza física, mas também de ordem
humana, pois o homem cada vez mais utiliza a água e nem sempre o faz das formas
mais correctas.
Nesta conformidade, o programa, a par de uma organização interna que
procura ser coerente e de uma abordagem temática suficientemente ampla, visa
transmitir aos alunos uma noção global da ciência hidrológica em simultâneo com o
tratamento individual das suas três grandes áreas temáticas, fazendo-as corresponder
aos três capítulos que reputamos de fundamentais, versando, respectivamente, sobre
rios, lagos e águas subterrâneas, pois a água proveniente da precipitação ou se escoa
à superfície, através dos rios, ou se concentra em lagos ou, por último, se infiltra nas
rochas, armazenando-se em profundidade para, mais tarde, regressar à superfície e
alimentar o escoamento subaéreo.
Deste modo, numa breve introdução, começamos por clarificar alguns
conceitos, analisar as relações da Hidrologia Continental com outras ciências afins e
atentar nas suas principais subdivisões. Depois, passamos a relembrar o mecanismo
de funcionamento do ciclo hidrológico e a distribuição da água na Terra. Por
último, consideramos, já com mais pormenor, as propriedades físicas e as
características químicas das águas continentais, acompanhando a sua variação no
tempo e no espaço.
Posto isto, vamos considerar separadamente as três grandes divisões da
Hidrologia Continental, embora sem nunca perder de vista o carácter unitário e
integrador desta ciência, começando por estudar os rios, através da discussão dos
conceitos de bacia e de rede hidrográfica, e dando a conhecer os grandes sistemas

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fluviais, a nível mundial, europeu, ibérico e nacional, nomeadamente em termos da
sua localização no espaço terrestre.
Passamos, depois, à análise detalhada das características físicas das bacias de
drenagem, seguida da análise morfométrica, quantitativa, das bacias fluviais, com o
objectivo de relacionar essas suas características com o modo como se processa o
escoamento fluvial. Por último, aplicaremos a bacias hidrográficas portuguesas os
aspectos concretos estudados.
Os lagos, apesar de possuirem muito menor expressão geográfica do que os
rios, merecem tratamento adequado no segundo capítulo, começando por agrupá-los
em função da sua origem.
Abordam-se, depois, as características e os movimentos das águas lacustres,
muitas vezes apelando a conhecimentos que os estudantes aprenderam em
Hidrologia Marinha, de modo a permitir uma análise comparativa e,
simultaneamente, uma mais fácil e melhor compreensão destas matérias.
Segue-se a definição da tipologia dos lagos, primeiro nas suas relações com os
rios, relativamente ao seu posicionamento, e, depois, separadamente, a dos lagos de
água doce e de água salgada. Estabelece-se a classificação dos lagos de água doce
em função da variação da temperatura em profundidade, ao longo do ano, e, por
conseguinte, da existência ou não de circulação vertical, ou seja, da mistura ou não
das águas que formam as diferentes "camadas" lacustres.
No que concerne aos lagos salgados, apresentam-se as suas principais
características e discute-se o problema da renovação das suas águas profundas, para,
depois, se estabelecer uma classificação baseada essencialmente na composição
química das suas águas.
O capítulo dedicado aos lagos conclui-se com a apresentação das principais
lagoas e albufeiras portuguesas, tanto no que concerne à sua origem (natural e
artificial), como no tocante à sua distribuição geográfica. Dá-se particular ênfase às
albufeiras destinadas ao armazenamento de água para produção de energia eléctrica,
sobretudo pelas suas implicações, tanto a nível da regularização do regime dos rios
em que foram implantadas, como pelas alterações que, localmente, introduzem na
paisagem, em particular a nível do impacte ambiental.
Segue-se o estudo das águas subterrâneas, começando-se por apresentar a sua
origem e modo de jazida, passando, depois, à definição dos tipos de aquíferos e de
nascentes, bem como à consideração das relações entre ambos.
A referência às águas subterrâneas conclui-se com a identificação das grandes
unidades geológicas portuguesas, em termos de capacidade de armazenamento e de
circulação de águas subterrâneas, com particular destaque para as minero-
medicinais.
Mas, na nossa perspectiva, o estudo das águas continentais não poderia
terminar sem uma referência ao seu principal utilizador.
Com efeito, desde sempre existiram conflitos na gestão deste recurso natural,
mas os crescentes interesses que as águas continentais têm despertado nos últimos
tempos, não só emtermos de gestão, mas também em termos de posse, merecem ser

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analisados, pois, alguns deles são mesmo geradores de conflitos mais ou menos
graves, frontais ou latentes, entre países vizinhos. São disso exemplo a (não)retirada
de Israel dos Montes Goulã, o tão discutido Plano Hidrológico Espanhol com
transvases das bacias dos rios Douro, Tejo e Guadiana para as bacias costeiras
mediterrâneas.
Assim sendo, importa discutir a evolução sofrida ao longo do tempo na
utilização da água, para depois nos centrarmos no seu uso actual. Averiguadas
as necessidades, importa saber se a quantidade e qualidade são suficientes para fazer
face à crescente procura. Depois, interessa saber quais são os efeitos que decorrem
dessa utilização, seja agrícola, industrial ou doméstica, nomeadamente em termos de
contaminação.
De igual modo, importa averiguar até que ponto os sistemas fluviais e os
próprios aquíferos são aproveitados para descargas de efluentes das mais diversas
naturezas e qual o grau de contaminação que daí resulta. A poluição das águas
continentais é um tema em debate, cada vez com mais frequência, pelo que não pode
deixar de ser analisado.
Mas, porque acreditamos nas capacidades do ser humano para resolver os
problemas que, tantas vezes, ele próprio origina, discutiremos os problemas que se
colocam em termos de disponibilidade dos recursos hídricos no futuro, dando a
possibilidade aos alunos de, eles próprios, equacionarem o problema e tentarem
encontrar soluções alternativas às normalmente propostas, aproveitando também
para esta finalidade algumas das aulas práticas.

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2.2. Distribuição do programa no tempo

A calendarização da prática lectiva, nomeadamente no que respeita ao


desenvolvimento dos conteúdos programáticos das aulas teóricas e práticas, foi
baseada no pressuposto de que o primeiro semestre conta com 13 semanas lectivas,
não se tendo considerado eventuais feriados, tolerâncias de ponto ou outras
interrupções lectivas.
Além disso, consignou-se que cada tempo lectivo, independentemente de ser
teórico ou prático, seria de duas horas semanais, o que perfaz assim um total de
quatro horas por semana, sendo duas teóricas e duas práticas, como consta da
seguinte distribuição:

Tabela I - Calendarização das aulas teóricas e práticas

Semana Aula Natureza Tema Sub-tema Sub-tema


(Aulas teóricas) (Aulas práticas)
1 1 T 1.1. e 1.2.
2 T 1 1.3. e 1.4.
2 3 P 1.
4 T 2.1.
3 5 P 2.1.
6 T 2.2.
4 7 P 2.2.
8 T 2 2.3.
5 9 P 2.3.
10 T 2.4.
6 11 P 2.4.
12 T 2.5.
7 13 P 2.5.
14 T 3.1. e 3.2.
8 15 P 3.2.
16 T 3 3.3. e 3.4.
9 17 P 3.3.
18 T 3.5. e 3.6.
10 19 P 3.6.
20 T 4.1. e 4.2.
11 21 T 4 4.3. e 4.4.
22 P 4
12 23 T 5.1. e 5.2.
24 T 5 5.3.
13 25 P 5
26 P 5

Natureza das Aulas: T- Aulas Teóricas e P - Aulas Práticas


Temas das Aulas: 1 - Iniciação à Hidrologia Continental; 2 - Potamologia;
3 - Limnologia; 4 - Hidrogeologia e 5 - A Água e o Homem

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3. Linhas estratégicas

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3.1.Organização do curso

A legislação em vigor, bem como as características intrínsecas à disciplina de


Hidrologia Continental permitem a organização do curso tanto em regime de aulas
teórico-práticas, como a leccionação separada de aulas teóricas e de aulas práticas.
Contudo, os objectivos definidos e a prática corrente, resultante de alguns anos
de experiência de leccionação de matérias relacionadas com Hidrologia Continental,
levaram-nos a planificar o curso separando as aulas teóricas das aulas práticas.
No entanto, esta estruturação não é rígida e poderá vir a ser alterada, em
função de circunstâncias ou condicionalismos que tal aconselhem.
Nas actuais circunstâncias, as aulas teóricas serão essencialmente expositivas,
destinando-se a fornecer uma informação científica básica, sintetizada.
A narração será apoiada em meios audiovisuais, recorrendo-se à projecção de
transparências e de diapositivos, tanto de esboços e diagramas interpretativos dos
temas em tratamento, como de imagens ilustrativas e adequadas às situações em
análise.
Sempre que possível, a transmissão de conhecimentos deverá ser participativa,
motivando e interessando os alunos na equacionação e discussão de problemas
concretos, relativos aos assuntos em debate, de preferência com descrição de casos
concretos de seu conhecimento.
Outro aspecto que merece ser devidamente equacionado é o da interligação dos
assuntos a tratar nesta disciplina com outros relacionados com outras áreas do saber
geográfico (e não só), não apenas pela ligação directa da Hidrologia Continental
com outras ciências, mas, sobretudo, atendendo aos diferentes interesses científicos
dos alunos que frequentam esta disciplina.
Por este motivo, uma das nossas preocupações assenta na articulação das
matérias agora leccionadas com os conhecimentos que os estudantes já possuem ou
estão a adquirir noutras disciplinas, por forma a permitir a integração das diferentes
matérias, em áreas tão específicas como sejam os estudos ambientais ou o
ordenamento do teritório e desenvolvimento.
No que respeita às aulas práticas, a calendarização apresentada, mais do que
um plano rígido é uma proposta flexível, a adaptar às características da turma e aos
interesses dos alunos.
Com efeito, a aprendizagem de muitas das medições e técnicas de
representação gráfica usadas em Hidrologia Continental far-se-á em aulas isoladas
ou, preferencialmente em nosso entender, integradas em estudos mais abrangentes
que envolvam algumas dessas técnicas.
Por esse motivo, privilegiaremos uma aprendizagem em que as diferentes
técnicas sejam aplicadas a casos concretos do conhecimento dos alunos que, por
qualquer motivo tenham despertado o seu interesse.
Pensamos que este método, além de mais motivador para o aluno, permite uma
aplicação prática mais eficaz, na medida em que será este a investigar, óbvia e
devidamente orientado, asfontes a utilizar, não permanecendo estático, à espera que

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seja o Professor a fornecer-lhe os materiais que, durante duas horas, vai usar para
construir um gráfico ou um qualquer desenho e que, uma vez terminada a aula,
arquiva e, muito provavelmente, nunca mais volta a usar.
A execução de trabalhos continuados não exclui a realização daqueles
exercícios, antes os direcciona com vista à prossecução de objectivos bem
específicos, imprimindo, por essa razão, um dinamismo diferente às aulas práticas e
obrigando o aluno a relacionar as matérias que, sucessivamente, lhe vão sendo
apresentadas e que deve aplicar à situação concreta que está a analisar.
O plano contempla, também, a realização de algumas saídas de campo, duas
delas dentro da cidade e ocupando, respectivamente, apenas uma manhã ou uma
tarde, enquanto que as restantes implicam utilização de um dia completo para a sua
realização, motivo porque nem todas se poderão concretizar dentro dos tempos
lectivos, ficando a sua concretização dependente da disponibilidade e dos critérios
de opção dos alunos.
Pensamos que, tratando-se de uma disciplina de opção para a maioria dos
alunos, esta flexibilidade permite uma melhor adaptação do programa aos diferentes
interesses temáticos dos alunos que frequentam a disciplina, sem colocar em risco a
sua unidade nem deixar de tratar os aspectos considerados fundamentais.
Para melhor compreensão de alguns dos temas abordados e, sobretudo, para
mais fácil visualização de alguns aspectos pouco frequentes ou de difícil observação
nos local, algumas aulas práticas poderão ser ilustradas com a visualização de vídeos
ilustrativos de temas tratados, do mesmo modo que para apresentar algum tema mais
específico pode ser convidado um especialista da matéria..
Com o objectivo de orientar as tarefas escolares aos alunos e, simultaneamente,
de contribuir para que possam assimilar com mais facilidade as matérias leccionadas
em Hidrologia Continental, pensamos vir a editar, à semelhança do que fizemos
quando leccionávamos Geografia Física, um caderno onde constem os sumários
desenvolvidos, a bibliografia específica e exemplos dos mapas e diagramas mais
frequentemente usados nesta disciplina, bem como elementos estatísticos que
permitam a elaboração dos gráficos mais usuais.

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3.2. Avaliação de conhecimentos

A avaliação de conhecimentos dos alunos que frequentam a disciplina de


Hidrologia Continental rege-se pelo Regulamento de Avaliação de Conhecimentos
da Faculdade de Letras, aprovado pelo Conselho Pedagógico e ratificado pelo
Conselho Directivo.
Este regulamento contempla, no seu artº. 1º., três métodos de avaliação:
a) avaliação contínua
b) avaliação periódica
c) avaliação final
Ora, o número 1, do artº. 5º., determina:
a) que as turmas que funcionam neste tipo de avaliação não excedam 20 a
25 alunos por turma, consoante a natureza da cadeira;
Como os alunos inscritos na disciplina de Hidrologia Continental normalmente
duplicam aqueles valores, este tipo de avaliação está posto fora de causa.
Restam, todavia, mais dois. Contudo, porque esta disciplina é semestral, o
número de provas da avaliação periódica é igual ao exigido na avaliação final, pelo
que, na prática, elas confundem-se. Deste modo, a avaliação baseia-se na prestação
das seguintes provas (alínea b) do nº. 1, do artº. 9º.): uma prova escrita e uma prova
oral. Não haverá prova oral se a nota for igual ou superior a 10 valores.
Contudo, o número 2 do referido artigo 9º, determina que "mediante a
aprovação das Comissões Científica e Pedagógica do Grupo respectivo e de acordo
com os alunos, poderão substituir-se ou acrescentar-se às provas referidas […]
outras formas de avaliação, tais como trabalhos práticos (quer de campo, quer de
outra natureza) […].
Face ao exposto, a avaliação de conhecimentos está sempre condicionada pelo
que vier a ser acordado com os alunos no início de cada ano lectivo.
A experiência recomenda-nos incentivar os alunos à realização da prova
escrita, pois a sua realização implica um estudo mais aturado das matérias
leccionadas, complementada com a realização de um trabalho prático, curto e
preciso, de natureza facultativa, onde o aluno pode demonstrar as suas capacidades
para a investigação.
Atendendo à não obrigatoriedade da realização do trabalho, que decorre do
regulamento, a natureza facultativa deste assenta no pressuposto de que ele só é
contabilizado em termos de avaliação quando contribuir para melhorar o resultado
final do aluno.
Deste modo, sem prejudicar os alunos em termos de resultados finais, é
possível motivá-los a realizarem estudos que, além do interesse académico imediato,
lhes podem fornecer modelos para superarem algumas situações que a vida
profifssional se encarregará de lhes colocar num futuro que esperamos esteja
próximo.

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4. Apresentação do programa detalhado

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4.1. Ensino teórico

Pelas suas características e, sobretudo, para não tornar demasiada extensa a


apresentação do programa que propomos, optámos por fazê-la por tópicos,
indicando os principais assuntos a abordar dentro de cada sub-capítulo:

1. Iniciação à Hidrologia Continental


1.1. Noções, conceitos e subdivisões
- Climatologia, Hidrologia e Glaciologia
- Hidrologia e Hidrografia
- Hidrologia Marinha e Hidrologia Continental
- Potamologia, Limnologia e Hidrogeologia
1.2. A água na Terra
- o ciclo hidrológico
- evapotranspiração, precipitação, infiltração, escoamento
- as grandes unidades de distribuição da água existente no mundo
- extensão superficial e volume ocupado;
- irregularidades na sua distribuição
- tempos de residência;
- endorreísmo e exorreísmo
1.3. Propriedades físicas das águas continentais. Sua variação no espaço e no
tempo
- densidade
- fluidez e viscosidade
- velocidade e rugosidade
- turbulência
- temperatura
1.4. Características químicas e substâncias dissolvidas:
- composição química
- dissolução
- pH da água
- gases dissolvidos
- salinidade
- poluição
- transportes artificiais em dissolução
- tratamento das águas residuais
- qualidade da água

29
2. Potamologia (Hidrologia Fluvial)
2.1. Os conceitos
- bacia e de rede hidrográficas
- delimitação das bacias
- outras bacias:
- geológica
- topográfica
- de drenagem
- grandes bacias e redes fluviais:
- mundiais
- europeias
- ibéricas
- nacionais
2.2. Características físicas das bacias hidrográficas, como condicionantes do
escoamento
- geológicas:
- litologia e tectónica
- porosidade e permeabilidade
-topográficas:
- orografia e morfologia
- altitudes e curvas características
- curva hipsométrica
- curva das frequências altimétricas
- integral hipsométrica
- curva da distribuição dos declives
- perfil longitudinal do talvegue
- perfil tranversal do vale
- perfil tranversal dos leitos
- estiagem
- menor ou ordinário
- maior ou de inundação
- climáticas:
- precipitação
- tipos de chuvas
- quantidade de precipitação:
- precipitações normais
- valores extremos
- o risco de alagamento
- o risco de cheia
- precipitações sólidas
- precipitação média da bacia
- temperatura
- média anual
- médias mensais
- distribuição na bacia
- evaporação e evapotranspiração
- balanço hídrico (climatológico da água no solo)
- biogeográficas:
- pedológicas
- agrícolas e florestais
- alterações antrópicas, o papel hidrológico do homem

30
2.3. Morfometria. Análise quantitativa das bacias fluviais
- forma das bacias de drenagem
- índices de forma
- forma da bacia e caudal na foz
- organização interna das bacias hidrográficas
- orientação
- tipos de drenagem
- índice de assimetria
- hierarquização da rede fluvial
- elementos da morfometria fluvial
- ordem dos canais
- número de canais
- comprimento dos canais
- perímetro das bacias
- área das bacias
- relação de bifurcação
- relação de comprimento dos canais
- relação de áreas das bacias
- crescimento alométrico
- relação entre a área média de uma bacia e o comprimento médio (acumulado) do
respectivo canal
- caudal do rio e área da bacia hidrográfica
- relação entre o caudal do rio e a área da bacia
- densidade de drenagem e textura topográfica
- densidade hidrográfica e coeficiente de torrencialidade
- declive do talvegue e inclinação das paredes do vale
- relação de gradiente
- relação entre a inclinação média das paredes do vale e o declive médio
do leito
2.4.Escoamento fluvial
- ponderação e regularidade do escoamento
- factores que influenciam o escoamento
- litológicos
- orográficos
- relevo e precipitação
- relevo e escoamento
- morfológicos
- área e forma da bacia
- geometria do leito
- climáticos
- duração e intensidade da precipitação
- precipitação antecedente
- evaporação
- biogeográficos
- medidas e cálculos hidrométricos

31
- postos limnimétricos
- estações hidrométricas
- alturas de água
- velocidade
- caudal
- curva de vazão
- manifestações hidrológicas dos cursos de água
- abundância média e sua evolução no tempo:
- ao longo do ano
- de ano para ano
- módulo (escoamento, caudal)
- total (bruto)
- específico (relativo)
- classificação
- evolução para jusante
- característicos
- valores mensais
- QC 3 e QC 9 (quartis)
- QC 1 e QC 11
- QC 6 (caudal mediano)
- valores diários
- QM, caudal máx. absoluto (1 único dia ano)
- QMC ou Q10, caudal característico máximo ou
de cheia (10 dias ano)
- Q30, Q60 …Q300, Q330
- Qee ou Q345, caudal de estiagem equivalente
(345 dias ano)
- Qme ou Q355, caudal característico mínimo ou
de estiagem (355 dias ano)
- Qm, caudal mínimo absoluto (365 dias ano)
- balanço do escoamento
- variações estacionais
- estiagens
- cheias
- causas
- evolução
- potência
- frequência
- soluções
- o risco de inundação
- influência sobre os transportes sólidos
- regimes fluviais
- pluviais, térmicos e variáveis (J. LOUP)
- simples, complexos e cambiantes (M. PARDÉ)
2.5. Principais bacias hidrográficas portuguesas
- localização
- características físicas
- escoamento
- regime

32
3. Limnologia (Hidrologia Lacustre)
3.1. Origem e morfologia dos lagos
- estrutura
- escavamento
- barragem
- escavamento e barragem
3.2. Os grandes lagos
- mundiais
- europeus
3.3. Características das águas lacustres
- salinidade
- transparência
- temperatura
- tipos de estratificação
- normal ou directa
- isotermia
- inversa
3.4. Movimentos das águas lacustres
- flutuações de nível
- movimentos ondulatórios
- marés
- seiches
- ondas
- internas
- produzidas pelo vento
- de cheia fluvial
- correntes
3.5. Tipos de lagos
- associados aos rios
- emissão
- transmissão
- recepção
- de água doce (temperatura e convecção térmica)
- monomícticos
- quentes
- frios
- dimícticos
- amícticos
- oligomícticos
- polimícticos
- holomícticos
- meromícticos
- salgados
- composição das águas
- cloretados
- sulfatados
- carbonatados
- os sebka (salt pans)
- características e problemas de renovação das águas profundas
3.6. Lagoas e albufeiras portuguesas
- lagoas de origem natural
- as lagoas da Serra da Estrela
- as logoas do litoral
- albufeiras de origem antrópica
- distribuição geográfica

33
4. Hidrogeologia (Hidrologia subterrânea)

4.1. Origem das águas subterrâneas


4.2. Modo de jazida das águas subterrâneas
- águas de infiltração (zona de arejamento)
- zona das águas de infiltração
- zona intermédia
- auréola capilar
- águas de saturação ( zona de saturação)
- conceitos
- porosidade e permeabilidade
- coeficiente de permeabilidade
- nível freático, hidrostático, de saturação ou superfície piezométrica
- águas
- pelicular
- de capilaridade
- gravítica ou gravitacional
- descargas naturais de água de saturação
4.3. Toalhas subterrâneas (aquíferos) e nascentes
-tipos de aquíferos
- normal (toalhas freáticas)
- suspenso (águas epidérmicas)
- cativo (águas artesianas)
- a água nas rochas compactas
- tipos de nascentes
- perenes, temporárias e intermitentes (artesianas)
- subaéreas e subaquáticas
- de depressão, de contacto e de fractura
- termais e minerais
4.4. Hidrogeologia das grandes unidades geológicas de Portugal (Continente, Açores e
Madeira)
- características gerais
- águas minero-medicinais
- localização
- composição
- finalidade terapêutica

34
5. A água e o Homem

5.1. A água, como recurso natural


- interesse crescente das águas continentais
- uso da água
- utilização ao longo dos tempos
- principais usos na actualidade
- irrigação (agricultura)
- consumo doméstico (abastecimento urbano)
- utilização industrial
- produção de energia hidroeléctrica

5.2. A qualidade da água


- poluição das águas superficiais
- uso agrícola
- uso doméstico
- uso industrial
- contaminação das águas subterrâneas
- exemplos portugueses

5.3. Disponibilidade de recursos hídricos no futuro


- problemas e soluções

35
36
4..2. Aulas práticas

As aulas práticas servem essencialmente para aprofundar e clarificar os


conhecimentos apreendidos nas aulas teóricas, quer através da leitura e interpretação
de documentos-base, quer através da representação gráfica de diversas situações
apresenatadas de forma numérica, quer da discussão de temas da actualidade
relacionados com a água (secas, inundações, impactes ambeientais, gestão de
recursos hídricos, implicações da construção de barragens e criação de albufeiras,
…) quer, ainda, de reconhecimento e trabalho de campo.
As aulas práticas servirão também para orientação de trabalhos práticos, muito
concretos e objectivos, direccionados para aspectos directamente ligados às áreas de
especialização de cada um dos alunos intervenientes e, preferencialmente, sobre
temas actuais e que digam rspeito aos locais de naturalidade ou de residência dos
estudantes.
Estes trabalhos deverão ser curtos, com dez a doze páginas, redigidos em
forma de artigo de revista, com vista ao ensaio de técnicas específicas por parte dos
alunos e com envolvimento de investigação pessoal. Nestas circunstâncias, o
produto final deverá dar conta não só dos objectivos do trabalho, da caracterização
da área estudada, dos materiais e métodos usados, mas também deve apresentar os
resultados obtidos, passando pela eventual discussão dos mesmos e apresentar as
conclusões a que foi possível chegar.
Todos estes estudos são sempre de carácter facultativo, embora incentivemos
os alunos à sua realização com vista a uma melhor preparação individual para, no
futuro, poderem dar cabal e eficaz resposta aos problemas concretos com que se irão
debater quando começarem a sua actividade profissional.
Durante a realização destes trabalhos é-lhes dada a oportunidade de
contactarem directamenete com a realidade exterior à Faculdade, tanto a nível da
realização de trabalho de campo, como através do recurso a diversas instituições,
com vista ao fornecimento de elementos estatísticos ou outros necessários ao normal
desenrolar dos trabalhos, mas também no sentido de lhes dar a conhecer a quem
poderão recorrer no futuro, com vista à solução dos problemas com que vierem a ser
confrontados.
Este aspecto é, quanto a nós, particularmente importante, porque coloca os
alunos em contacto com o mundo exterior, retirando-os do "conforto" e segurança
que as paredes da Faculdade proporcionam, contribuindo assim para reduzir o
"efeito de choque" por que, terminado o curso, passarão ao entrarem no mercado de
trabalho.
Concluídos os relatórios, é altura de serem apresentados nas aulas, não só para
que os colegas possam ficar a conhecê-los, mas também para familiarizar os
intervenientes com este tipo de situações, a da apresentação em público, importante
sobretudo para os alunos da área de especialização em Ensino.
As matérias a abordar durante as aulas práticas estarão, pois, intimamente
associadas à respectiva componente teórica e à sua distribuição temporal,

37
procurando acompanhar, sequencialmente, a leccionação daquelas. A distribuição
temática será, por esse motivo, semelhante à das aulas teóricas. O seu tratamento,
atendendo ao pouco tempo disponível, consistirá na apresentação genérica das
matérias e o seu tratamento mais ou menos pormenorizado, irá ser feito de acordo
com as preferências dos alunos,dentro do seguinte contexto:

1. Iniciação à Hidrologia Continental


- Apresentação dos documentos-base usados em Hidrologia Continental
- cartográficos
- estatísticos
- Tipos de representações gráficas mais usados

2. Potamologia
2.1. Os conceitos de bacia e de rede hidrográficas
- Técnica de delimitação das bacias
- Desenho de mapas hidrográficos
2.2. Características físicas das bacias de drenagem
- Elaboração de mapas temáticos
- Cálculo das altitudes características
- Desenho das curvas características
- Tipos e características dos gráficos climatológicos mais usados em
Hidrologia
2.3. Análise quantitativa das bacias fluviais
- Modos de hierarquização da rede fluvial
- Medição do comprimento dos canais e do perímetro e área das
bacias
- Cálculo de índices de forma e de assimetria
- Tipos de relações e de coeficientes
2.4. Escoamento fluvial
- Medidas e cálculos hidrométricos
- Processos de determinação das alturas de água
- Técnicas de medição da velocidade da corrente
- Cálculo de caudais
- Representação gráfica das manifestações hidrológicas dos cursos
de água

38
5. Bibliografia

39
40
5. BIBLIOGRAFIA GERAL

5.1 TEMA 1 - INICIAÇÃO À HIDROLOGIA CONTINENTAL

CHORLEY, R. J. (1969b) - Geographical Hidrology. Methuen, Londres, 206 p.


CHOW, V. T. (1988) - Applied Hydrology. McGraw-Hill International Editions, New
York, 572 p.
COMISSÃO PORTUGUESA PARA O DECÉNIO HIDROLÓGICO INTERNACIONAL (1972) -
Vocabulário Inglês-Francês-Português de Hidrologia. Presidência do
Conselho, Lisboa, 70 p.
GIRÃO, A. (1960) - Geografia de Portugal. Portucalense Editora, Porto, 510 p. (3ª.
ed.).
GUILCHER, A. (1965) - Précis d'Hydrologie marine et continentale. Masson, Paris,
389 p.
LENCASTRE, A & FRANCO,F. M. (1984) - Lições de Hidrologia. Universidade Nova
de Lisboa, Lisboa, 415 p.
LOUP, J. (1974) - Les Eaux Terrestres. Masson, Paris, 174 p.
MARTONNE, E. DE (1953) - “Traité de Géographie Physique”. trad. port. in
Panorama da Geografia, Cosmos, Lisboa, vol. I, 954 p.
PARDE, M. (1968) - Fleuves et rivières. Colin, Paris, 245 p. (5ª. ed.).
QUINTELA, A. (1967) - Recursos de águas superficiais em Portugal Continental,
Lisboa, 276 p.
REMENIERAS, G. (1980) - L'hydrologie de l'ingénieur, Collection de la Direction des
Études et Recherches d'`Électricité de France, Eyrolles, Paris, 456 p. (2ª. ed.),,
STRAHLER, A. N. (1981) - Geografia Física. Ed. Omega, Barcelona, 767 p. + mapas
(5ª. ed.).

41
5.2. TEMA 2 - POTAMOLOGIA

ALCOFORADO, M. J. (1981) - Notas sobre a Geomorfologia da Arrábida Oriental.


Relatório nº. 12, Linha de Acção de Geografia Física, Centro de Estudos
Geográficos, Lisboa, 89 p.
ALMEIDA, A. P., CANHÃO, L. B., DAVID, T. S. & GOMES, A. A. (1990) - “Efeitos do
fogo sobre o regime hídrico e a erosão numa bacia hidrográfica revestida com
floresta”. Comunicações. II Congresso Florestal Nacional, Porto, II vol., p. 790-801
AMARAL, I. DO (1968) - “As inundações de 25/26 de Novembro de 1967 na região
de Lisboa”. Finisterra, Lisboa, III, 5, p. 79-84.
ANDRADE, A. N. OLIVEIRA E (1936) - “Relatório das cheias do Tejo no ano de 1935-
36”. Anuário dos Serviços Hidráulicos, Lisboa ,IV, p. 11-131.
BAULIG, H. (1952) - “L’érosion du lit fluvial par les basses eaux”. Comunicações
dos Serviços Geológicos de Portugal, Lisboa, t. XXXIII, p. 169-175.
CHORLEY, R. J. (1969) - Physical Hidrology. Methuen, Londres, 211 p.
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Notícia Geomorfológica, 9 (18), Campinas, p. 35-64.
CHRISTOFOLETTI, A. (1970) - “Análise hipsométrica de bacias de drenagem”.
Notícia Geomorfológica, 10 (19), Campinas, p. 68-76.
CHRISTOFOLETTI, A. (1981) - Geomorfologia fluvial, Edgard Blücher, S. Paulo, 313 p.
C.O.B.A. – CONSULTORES PARA OBRAS DE BARRAGENS E PLANEAMENTO (1979) -
Aproveitamento dos Recursos Hidráulicos do Maciço da Serra da Estrela
(Vertentes dos rios Mondego e Zêzere). Esquema geral. A – Inventário dos
Recursos Hídricos. Direcção Geral dos Recursos e Aproveitamentos
Hidráulicos, Lisboa,
vol. I - “Climatologia e Hidrologia. Águas superficiais”: Tomo 1.4. -
Memória, 82 p.; Tomo 2.4. - Quadros, 150; Tomo 3.4. - Quadros, 79;
Tomo 4.4 - Desenhos, 133.
vol. II - “Hidrogeologia. Águas subterrâneas”, 15 p. + 62 quadros + 7 figuras.
vol. III - “Geologia. Selecção de locais de Barragem”, 89 p. + 1 figura.
vol. IV- “Disponibilidades hídricas”, 11 p. + 172 quadros + 44 fig.s.
COELHO, C. A. (1984) - “Morfometria de bacias fluviais no Maciço Antigo: Norte
de Portugal”. Livro de Homenagem a Orlando Ribeiro, 1º. vol., Centro de
Estudos Geográficos, Lisboa, p .297-304.

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DAVEAU, S., COELHO, C., COSTA, V. G., & CARVALHO, L. (1977) - Répartition et
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——— (1968) - Études Hydrologiques et Géographiques. Mélanges offerts par ses
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5.3.TEMA 3 - LIMNOLOGIA

COLLET, L. W. (1925) - Les lacs; leur mode de formation, leurs eaux, leur destin.
Doin, Paris, 320 p.
DUSSART,B. (1966) - Limnologie. L'étude des eaux continentales. Gauthier-Villars,
Paris, 658 p.
HUTHINSON, G. E. (1957) - A treatise of limnology. J. Wiley and sons, New York, t.
1, 1015 p.

5.4.TEMA 4 - HIDROGEOLOGIA

DAVIS, S. N. & WIEST, R. J. M. (1966) - Hydrogeology, J. Wiley and sons, New


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FERREIRA, J. P. CÁRCOMO LOBO et al.. (1995) - Desenvolvimento de um inventário
das Águas Subterrâneas de Portugal. Laboratório Navional de Engenharia
Civil, Lisboa, 525+514+ 542 p. (3 vol.).
SCHOELLER, H. (1962) - Les eaux souterraines, Masson, Paris, 642 p.
TROMBE, F. (1969) - Les eaux souterraines, Col. "Que sais-je?", nº 455, Presses
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5.5. TEMA 5 - A ÁGUA E O HOMEM

DUVIGNEAUD, P. (1996) - A Síntese Ecológica. Instituto Piaget, Lisboa, , 787 p. (2ª. ed)
FURON, R. (1963) - Le problème de l'eau dans le monde, Payot, Paris, 251 p.
TERNISIEN, J. A. (1968) - Les pollutions et leurs effects, PUF, Paris, 188 p.

46
6. SÉRIES CARTOGRÁFICAS E ESTATÍSTICAS DE APOIO ÀS AULAS PRÁTICAS

6.1. MAPAS GERAIS

COMISSÃO NACIONAL DO AMBIENTE (1975 e seg.) - Portugal. Atlas do Ambiente.


Esc. 1/1 000 000, Lisboa.
GIRÃO, A. (1958) - Atlas de Portugal. Instituto de Estudos Geográficos, Coimbra,
40 estampas (2ª. ed.).

6.2. MAPAS TOPOGRÁFICOS

Carta Corográfica de Portugal, Esc. 1:50 000, Instituto Geográfico e Cadastral,


Lisboa.
Carta Militar de Portugal, Esc. 1:25 000, Serviços Cartográficos do Exército,
Lisboa.
Carta de Portugal, Esc. 1:100 000, Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa.
Carta de Portugal, Esc. 1:200 000, Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa. Folhas
nºs.: 3 Beira Litoral (1985) e 4 Beiras (1988)
Carta de Portugal (1968), Esc. 1:400 000, Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa.
Folha 2 (Centro).
Carta de Portugal (1974), Esc. 1:500 000, Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa.
Mapa Oro-Hidrográfico de Portugal (1965), Esc. 1:200 000, Centro de Estudos
Geográficos, Lisboa. Folhas: 13, 14, 16 e 17.

6.3. FOTOGRAFIA AÉREA


Fotografia aérea (1958), Voo Americano (USAF), Esc. Aprox. 1:26 000. Serviço
Cartográfico do Exército, Lisboa.
Fotografia aérea, Voos Especiais da Força Aérea Portuguesa para os Serviços
Florestais, Esc. Aprox. 1:15 000. Instituto Geográfico e Cadastral, Lisboa.
Ortofotomapas (hipsometria em transparente), Esc. 1:10 000, Instituto Geográfico e
Cadastral, Lisboa.

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6.4. SÉRIES CLIMATOLÓGICAS

CARVALHO, A. FERRAZ DE (1922) - Clima de Coimbra. Resumo das observações


feitas no Observatório Meteorológico da Universidade de Coimbra desde
1866. Imprensa Nacional, Lisboa, LXXIII+114 p.
DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS - Anuário
dos Serviços Hidráulicos. Udometeorologia (1975/76, 1976/77 e 1977/78).
FARIA, J. M. ROCHA, GODINHO, SILVÉRIO, ALMEIDA, M. J. & MACHADO, M. SOUSA
(1980) - “Análise estatística dos valores máximos do ano da quantidade diária
de precipitação em Portugal “. O Clima de Portugal, XIX, Instituto Nacional
de Meteorologia e Geofísica, Lisboa, 92 p.
FERREIRA, H. AMORIM (1942) - “Valores médios dos elementos climáticos no
período 1901-30”. O Clima de Portugal, I, Observatório Infante D.
Luiz, Lisboa, 18 p. + 20 mapas.
FERREIRA, H. AMORIM (1945) - “Valores mensais e anuais dos elementos climáticos
no período 1901-30”. O Clima de Portugal, IV, Observatório Infante D.
Luiz, Lisboa, 179 p.
FERREIRA, H. AMORIM (1946) - “Beira”. O Clima de Portugal, V, Observatório
Infante D. Luiz, Lisboa, 32 p. + 25 mapas.
FERREIRA, H. AMORIM (1956) - “Valores médios dos elementos climáticos no
território nacional em 1921-50”. O Clima de Portugal, IX, Serviço
Meteorológico Nacional, Lisboa, 32 p. + 64 mapas.
FERREIRA, H. AMORIM (1965) - “Normais climatológicas do Continente, Açores e
Madeira, correspondentes a 1931-60”. O Clima de Portugal, XIII, Serviço
Meteorológico Nacional, Lisboa, 207 p.
INSTITUTO GEOFÍSICO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA - Boletim Meteorológico
Mensal, 1974 a 1996.
MENDES, J. CASIMIRO & BETTENCOURT, M. L. (1980) - “Contribuição para o estudo
do balanço climatológico de água no solo e classificação climática de
Portugal”. O Clima de Portugal, XXIV, Instituto Nacional de Meteorologia e
Geofísica, Lisboa, 282 p. + 5 mapas.

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6.5. SÉRIES HIDROLÓGICAS

BRIGADA DE HIDROMETRIA DO BAIXO MONDEGO (1979) - Características físicas


das estações de medição de caudais das bacias hidrográficas do Vouga e
Mondego. Direcção dos Serviços de Hidrologia, DGRAH, MHOP, Montemor-
o-Velho, 239 p. (inédito).
DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS (1986) -
Dados pluviométricos 1900/01 a 1984/85. Portugal (Continente). Ministério
do Plano e Administração do Território, Lisboa, s/ paginação.
DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS (1986) -
Escoamentos até 1984/85. Portugal (Continente). Ministério do Plano e
Administração do Território, Lisboa, s/ paginação.
DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS - Caudais.
Portugal (Continente). (1978/79 a 1989/90).
DIRECÇÃO-GERAL DOS SERVIÇOS HIDRÁULICOS - Anuários dos Serviços
Hidráulicos. 1933 a 1941 e 1942/43 a 1970/71.
DIRECÇÃO-GERAL DOS RECURSOS E APROVEITAMENTOS HIDRÁULICOS - Anuário
dos Serviços Hidráulicos. Hidrometria (1976/77), 215 p.
ELECTRICIDADE DE PORTUGAL EDP/EP - Anuário Hidrológico (1976/77 a 1987/88).

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