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Projeto Caçapava do Sul

Estudo de Impacto Ambiental - EIA


Volume 2 - Diagnóstico
Tomo 1 - Meio Físico

Mineração Santa Maria Ltda.


Lavra de minério metálico a céu aberto com recuperação de área degradada
Caçapava do Sul - RS

Junho, 2016
Projeto Caçapava do Sul
Estudo de Impacto Ambiental - EIA

Volume 2 - Diagnóstico

Tomo 1 - Meio Físico


Sumário
1. Informações gerais.......................................................................................................... 17
1.1 Identificação do Empreendedor ........................................................................................... 17
1.2 Identificação do Empreendimento ....................................................................................... 17
1.3 Identificação da Empresa Consultora ................................................................................. 17
1.4 Identificação da Equipe e Responsáveis Técnicos ........................................................... 18

2. Clima ................................................................................................................................ 21
2.1 Clima e condições Meteorológicas ..................................................................................... 21
2.1.1 Clima no Brasil..................................................................................................................... 21
Massas Equatoriais ......................................................................................................... 21
Massas Tropicais ............................................................................................................. 22
Massa Antártica ............................................................................................................... 22
Massas Polares mP ......................................................................................................... 23
Massas Superiores mS ................................................................................................... 23
2.1.2 Clima no Rio Grande do Sul ................................................................................................ 24
2.1.3 Clima em Caçapava do Sul ................................................................................................. 26
2.1.4 Ventos .................................................................................................................................. 27
Ventos no Rio Grande do Sul .......................................................................................... 27
Anticiclone subtropical do atlântico sul ........................................................................................... 27
Anticiclone móvel polar ................................................................................................................... 27
Baixa pressão do Chaco................................................................................................................. 27
Direção ............................................................................................................................ 28
Velocidade ....................................................................................................................... 28
Constância ....................................................................................................................... 29
2.1.5 Temperaturas ...................................................................................................................... 29
Temperaturas Extremas .................................................................................................. 30
2.1.6 Umidade do Ar ..................................................................................................................... 30
2.1.7 Regime de Chuvas .............................................................................................................. 31
2.1.8 Balanço Hídrico ................................................................................................................... 32
2.1.9 Nebulosidade ....................................................................................................................... 34
2.1.10 Eventos Meteorológicos Extremos ...................................................................................... 35

3. Geomorfologia ................................................................................................................. 38
3.1 Metodologia de Análise Geomorfológica ............................................................................ 38
3.2 Geomorfologia do Rio Grande do Sul ................................................................................. 41
3.3 Compartimentação Geomorfológica Regional ................................................................... 42
3.3.1 Planalto Rebaixado Marginal ............................................................................................... 42
3.3.2 Planaltos Residuais Canguçu-Caçapava do Sul ................................................................. 42
3.4 Compartimentação Geomorfológica Local ......................................................................... 42
3.4.1 Compartimentação Topográfica das Áreas de Estudo........................................................ 43

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3.5 Processo Erosivos ................................................................................................................ 50
3.6 Movimentação de Massas .................................................................................................... 54
3.6.1 Análise de Movimentos de Massa na Área de Estudo ........................................................ 55
3.7 Inundações e Assoreamentos.............................................................................................. 56

4. Geologia ........................................................................................................................... 57
4.1.1 Histórico Mineiro .................................................................................................................. 58
4.2 Metalogenia ............................................................................................................................ 59
4.2.1 Mapa Metalogênico ............................................................................................................. 59
4.2.2 Gênese do Depósito Mineral ............................................................................................... 60
4.2.3 Tipologia do Minério ............................................................................................................ 61
4.2.4 Alteração Hidrotermal .......................................................................................................... 62
4.3 Pesquisa Mineral ................................................................................................................... 66
4.3.1 Levantamentos e Estudos Geofísicos ................................................................................. 66
4.3.2 Aerogeofísica CPRM ........................................................................................................... 66
Dados Aeromagnetometria/Gamaespectrometria – 810.168/2004................................. 66
IP Santa Maria ................................................................................................................. 70
4.3.3 Levantamentos e Estudos Geoquímicos – Amostragem de Superfície .............................. 73
Resultado Zn-Pb-Cu em Solo.......................................................................................... 73
Correlação Geoquímica ................................................................................................... 77
4.3.4 Integração de Dados de Geoquímica e Geofísica .............................................................. 77
4.3.5 Sondagens ........................................................................................................................... 79
4.3.6 Mineralogia e Composição Química.................................................................................... 85
Mineralogia da Rocha Total............................................................................................. 85
Mineralogia do Minério .................................................................................................... 88
4.4 Caracterização Geológica Regional .................................................................................... 88
4.4.1 Estratigrafia da Região ........................................................................................................ 91
4.5 Caracterização Geológica Local .......................................................................................... 94
4.5.1 Caracterização Geológica das Áreas de Influência ............................................................ 96
Área de Influência Indireta- AII ........................................................................................ 97
Área de Influência Direta- AID ......................................................................................... 97
Área Diretamente Afetada- ADA ..................................................................................... 98
Cava 1............................................................................................................................................. 98
Cava 2............................................................................................................................................. 99
Cava 3............................................................................................................................................. 99
Pilha de Rejeito ............................................................................................................................. 100
Pilha de Estéril Norte .................................................................................................................... 101
Pilha de Estéril Leste .................................................................................................................... 101
Unidade de Beneficiamento ......................................................................................................... 101

5. Geotecnia e Geologia Estrutural .................................................................................. 103


5.1 Geologia Estrutural ............................................................................................................. 103
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5.1.1 Estruturas Lineares ........................................................................................................... 104
5.1.2 Mapa de Lineações Estruturais ......................................................................................... 105
5.2 Caracterização Geotécnica e Geomecânica ..................................................................... 106

6. Pedologia ....................................................................................................................... 110


6.1 Tipos de Solo da Região ..................................................................................................... 110
6.2 Aptidão e Usos do Solo na Região .................................................................................... 112
6.3 Mapa de Solos...................................................................................................................... 112
6.4 Permeabilidade .................................................................................................................... 114
6.5 Susceptibilidade a Erosão .................................................................................................. 116
6.6 Perfil de Desenvolvimento dos Solos ............................................................................... 116
6.7 Estabilidade.......................................................................................................................... 117
6.8 Qualidade dos Solos e Concentração de Metais Traços ................................................ 117

7. Hidrogeologia ................................................................................................................ 122


7.1 Conceitos e Parâmetros Hidrogeológicos Fundamentais .............................................. 122
7.2 Características e Classificação dos Tipos de Aquíferos ................................................ 123
7.3 Hidrogeologia Regional ...................................................................................................... 125
7.4 Hidrogeologia Local ............................................................................................................ 126
7.4.1 Tipologias Aquíferas .......................................................................................................... 127
7.4.2 Identificação e Classificação de Aquíferos ........................................................................ 127
Área de Influência Indireta ............................................................................................. 129
Área de Influência Direta ............................................................................................... 132
Área Diretamente Afetada ............................................................................................. 134
7.4.3 Condutividade Hidráulica ................................................................................................... 137
7.4.4 Transmissividade ............................................................................................................... 140
7.4.5 Permeabilidade .................................................................................................................. 140
7.4.6 Capacidade de Infiltração .................................................................................................. 141
Porosidade Eficaz .......................................................................................................... 141
7.4.7 Coeficiente de Armazenamento ........................................................................................ 142
7.4.8 Limites Superior e Inferior de Aquíferos ............................................................................ 142
7.4.9 Medidas de Variações Sazonais do Nível Freático ........................................................... 148
7.4.10 Áreas de Contribuição e Exutórios .................................................................................... 150
7.4.11 Definição de Zonas de Recarga ........................................................................................ 152
7.4.12 Mapa de Potencial Hidrogeológico .................................................................................... 152
Caracterização da Qualidade da Água Subterrânea .................................................... 154
Conectividade das Águas Superficiais e Subterrâneas em Diferentes Aquíferos ........ 160
Localização dos Poços de Monitoramento de Água Subterrânea ................................ 163
7.4.13 Inventário de Pontos D’água ............................................................................................. 166

8. Hidrografia ..................................................................................................................... 177


8.1 Hidrografia Regional ........................................................................................................... 178
8.2 Hidrografia Local ................................................................................................................. 180
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8.2.1 Recursos Hídricos na Área Diretamente Afetada – ADA .................................................. 189
8.3 Disponibilidade Hídrica ....................................................................................................... 196
8.4 Qualidade das águas superficiais...................................................................................... 202
8.4.1 Pontos e parâmetros de amostragem ............................................................................... 202
8.4.2 Análise da qualidade das águas superficiais .................................................................... 209
8.4.3 Caracterização do Estado Trófico ..................................................................................... 214
8.5 Usos e Demandas hídricas ................................................................................................. 215
8.6 Produção e Transporte de Sedimentos ............................................................................ 219
8.6.1 Fator de erosividade da chuva (R) .................................................................................... 220
8.7 Fator de erodibilidade do solo (K) ......................................................................................... 221
8.7.1 Fator de suscetibilidade topográfica (LS) .......................................................................... 223
8.7.2 Fator de uso e manejo do solo (C) e práticas conservacionistas (P)................................ 225
8.7.3 Erosão potencial na área de estudo .................................................................................. 227
8.7.4 Transporte de sedimentos na calha .................................................................................. 231

9. AR ................................................................................................................................... 235
9.1 Metodologia.......................................................................................................................... 235
9.1.1 Amostragem e Determinação de Partículas Totais em Suspensão (PTS) ....................... 235
9.1.2 Mapeamento dos Pontos de Coleta .................................................................................. 235
9.2 Execução das Amostragens ............................................................................................... 238
9.3 Resultados ........................................................................................................................... 239
9.4 Condições Meteorológicas ................................................................................................. 241
9.5 Avaliação dos Resultados .................................................................................................. 245

10. Ruído .............................................................................................................................. 246


10.1 Metodologia.......................................................................................................................... 246
10.2 Procedimentos de Medição ................................................................................................ 246
10.3 Pontos de Monitoramento .................................................................................................. 247
10.4 Resultados das Medições ................................................................................................... 249
10.5 Avaliação dos Resultados .................................................................................................. 253

11. Parecer Paleontológico ................................................................................................. 255


11.1 Avaliação de Campo ........................................................................................................... 255

12. Coordenação do EIA/RIMA ........................................................................................... 259


13. Referências Bibliográficas ............................................................................................ 260
14. Anexos ........................................................................................................................... 262
15. Pranchas ........................................................................................................................ 263
16. Glossário ........................................................................................................................ 264

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Lista de Figura

Figura 1: Zonas Climáticas predominantes sobre o território Nacional. (IBGE, 2002). .............. 24
Figura 2: Mapa Climático do Rio Grande do Sul, com a localização da área de estudo
destacada em vermelho. .......................................................................................................... 26
Figura 3: Gráfico com temperaturas mínimas e máximas no ano de 2014 registradas no
município de Caçapava do Sul. INMET. ................................................................................... 30
Figura 4: Balanço Hídrico Climatológico para o Município de Caçapava do Sul baseado no
banco de dados equivalente ao período de 1961 a 1990. INMET. ........................................... 33
Figura 5: Efeitos Globais do El Niño nos meses de inverno e evolução da Anomalia de
Temperatura da Superfície do Mar e do Índice de Oscilação Sul. Fonte: CPTEC, 2015........... 36
Figura 6: Mapa de Domínios Morfoestruturais e Morfoclimáticos do Brasil. Adaptação - IBGE,
2006. ........................................................................................................................................ 39
Figura 7: Unidades Geomorfológicas do Rio Grande do Sul, com a área de estudo destacada
em amarelo. ............................................................................................................................. 41
Figura 8: Área da Cava 1 (em laranja) e estrada Passo do Cação. Adaptado de Google Earth,
2015. Geoprospec,2015. .......................................................................................................... 44
Figura 9: Inclinação da área amostrada. Adaptado de Google Earth, 2015. Geoprospec,2015.44
Figura 10: Área da Cava 02 (em verde). .................................................................................. 45
Figura 11: Área da Cava 02 mostrando a declividade da área em ângulo transversal com vista
para o norte. ............................................................................................................................. 45
Figura 12: Vista do trajeto percorrido na área da Cava 03 (em amarelo) quando do
levantamento de campo. .......................................................................................................... 46
Figura 13: Vista o mergulho das vertentes. .............................................................................. 46
Figura 14: Vista da Pilha de Estéril Leste (em branco). ............................................................ 47
Figura 15: Vista noroeste da profundidade e direcionamento das drenagens. .......................... 47
Figura 16: Unidade de Beneficiamento (em rosa), entre a Pilha de estéril norte (em amarelo), a
Cava 3 (em azul), a Cava 2 (em verde) e a pilha de rejeitos (em vermelho); a leste tem-se
estrada Passo do Cação e a Pilha de Estéril Leste (em Branco), enquanto que a sul se observa
a Cava 1 (em laranja). .............................................................................................................. 48
Figura 17: Vista do perfil de elevação, relevo e topografia da área da Unidade de
Beneficiamento......................................................................................................................... 48
Figura 18: Pilha de Rejeitos. Adaptado de Google Earth, 2015. ............................................... 49
Figura 19: Vista da Pilha de Estéril com orientação para norte................................................. 50
Figura 20: Vista da Pilha de Estéril em ângulo inclinado para nordeste, onde se percebe a
declividade do terreno e mergulho das vertentes. .................................................................... 50
Figura 21: Pontos onde foram identificados processos erosivos na área (representados com
triângulos). A imagem ainda evidencia AII (em vermelho), AID (em amarelo) e ADA (em rosa),
sendo que AII e AID se sobrepõem. ......................................................................................... 51
Figura 22: Vista a Cava 1 em vertical. ...................................................................................... 56
Figura 23: Vista da diagonal Sul-Norte da Cava 1, demonstrando a inclinação do relevo e a
encosta oeste. .......................................................................................................................... 56
Figura 24: Vista da inclinação da encosta sul, destacando o ponto em interface com o limite
oeste da cava 1. ....................................................................................................................... 56

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Figura 25: Limites entre as províncias geológicas que constituem o estado do Rio Grande do
Sul (Porcher e Lopes, 2000). .................................................................................................... 58
Figura 26: Mapa metalogenético de ocorrências no contexto da Bacia do Camaquã –RS. ...... 60
Figura 27: Perfil esquemático dos principais depósitos/ocorrências no contexto da Bacia do
Camaquã.................................................................................................................................. 60
Figura 28: Diferentes tipos de minério no depósito Santa Maria. a) Minério Maciço (MS); b)
Minério Disseminado (DS); c) Minério Stringer (ST). ................................................................ 62
Figura 29: Zonação da alteração hidrotermal nos sistemas Santa Maria e Camaquã. ............. 63
Figura 30: Relação entre halos de alteração hidrotermal dominantes (ilitização e cloritização)
em seção da área 3.................................................................................................................. 63
Figura 31: Principais padrões de alteração hidrotermal. ........................................................... 64
Figura 32: Seção geológica de sondagem (alvará 810.168/2004), mostrando a distribuição do
Halo Ilítico. ............................................................................................................................... 65
Figura 33: Linhas de voo do aerolevantamento desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil
................................................................................................................................................. 66
Figura 34: Processamento da Derivada Vertical (DZ) para o levantamento aeromagnetométrico.
Tracejado em preto, os principais alinhamentos identificados em imagem semirregional. ........ 67
Figura 35: Amplitude do sinal analítico (ASA), extraído do levantamento aeromagnetométrico
para a área do processo 810.168/2004. ................................................................................... 68
Figura 36: Processamento de contagem total do levantamento aerogamaespectrométrico. .... 69
Figura 37: Fator F processado a partir do levantamento aerogamaespectrométrico. ............... 70
Figura 38: Linhas do Levantamento IP do depósito de Santa Maria. ........................................ 71
Figura 39: Grid de Cargabilidade obtido a partir do levantamento IP, clipado e seccionado na
cota 200. .................................................................................................................................. 72
Figura 40: Seção E-W mostrando a distribuição dos valores de cargabilidade, interpretadas
como associadas ao halo hidrotermal Ilítico. ............................................................................ 73
Figura 41:Amostras de solo e gridagem dos resultados para Zn. ............................................. 74
Figura 42: Amostras de solo e gridagem dos resultados para Pb. ............................................ 75
Figura 43: Amostras de solo e gridagem dos resultados para Cu. ............................................ 76
Figura 44: Correlação geoquímica de elementos analisados na amostragem de solos dentro do
processo 810.168/2004. ........................................................................................................... 77
Figura 45: Integração de dados de IP (grid), cortados na cota 200, com dados de geoquímica
de solo para Zinco e Chumbo................................................................................................... 78
Figura 46: Disposição espacial dos furos do depósito Santa Maria. ......................................... 82
Figura 47. Localização dos furos de sondagem da área 1........................................................ 83
Figura 48. Localização dos furos de sondagem da área 2........................................................ 84
Figura 49. Localização dos furos de sondagem da área 3........................................................ 85
Figura 50: Domínios geofísicos (unidades petrotectônicas) identificados por Costa (1997) na
região do ESRG. (Fonte: Hartmann et al., 2007). ..................................................................... 89
Figura 51: Mapa Geológico da Bacia do Camaquã (modificado de Fragoso-César, 2000). ...... 91
Figura 52: Mapa geológico local do Depósito Santa Maria e arredores. ................................... 94

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Figura 53: (a) Mapa geológico, mostrando a localização dos depósitos de Camaquã e Santa
Maria e (b) Coluna estratigráfica dos grupos que ocorrem na área, os quais pertencem ao
Supergrupo Camaquã. ............................................................................................................. 95
Figura 54. Mapa geológico das áreas de influência do empreendimento. ................................ 97
Figura 55. Sistema de falhas do Sistema Camaquã: as linhas mais espessas designam as
falhas de primeira ordem e as linhas mais finas são as falhas de segunda ordem. Na figura,
podemos observar que as áreas das futuras cavas situam-se entre sistemas de falhas de
primeira ordem. ...................................................................................................................... 105
Figura 56. Perfil esquemático representando as falhas da região e o posicionamento das
mineralizações (Projeto Caçapava do Sul em vermelho e as Minas Uruguai e São Luis em
roxo). Modificado de Rios (2012). ........................................................................................... 106
Figura 57: Mostrando redistribuição de tensões para seção longitudinal com ângulo geral de
65º e bancos s de 10.0m. ....................................................................................................... 107
Figura 58: Figura mostrando os fatores de segurança para os taludes da Cava com 65° de
ângulo geral e bancos de 10.0m ............................................................................................ 108
Figura 59: Mapa de Solos Local. (Fonte: GEOBANK, 2010)................................................... 114
Figura 60: Cálculo do ensaio de rebaixamento, conforme metodologia de RODIO, S.A. ........ 115
Figura 61: Localização dos pontos de coleta de solo para análises laboratoriais. .................. 118
Figura 62: Mapa hidrogeológico regional (Fonte: Mapa Hidrogeológico do Rio grande do Sul.
CPRM, 2005). ........................................................................................................................ 125
Figura 63: Mapa de dispositivos de monitoramento de nível d’água sujeitos ao slug test no
Projeto Caçapava do Sul. ....................................................................................................... 139
Figura 64: Aumento da poro-permeabilidade de aquífero poroso na zona de falha. Fonte:
Modificado de Lisboa et al. (2004). ......................................................................................... 144
Figura 65: Modelo esquemático explicativo do contexto geológico-hidrogeológico do depósito
Santa Maria. ........................................................................................................................... 147
Figura 66: Mapa potenciométrico e vetores de fluxo subterrâneo das áreas de influência do
Projeto Caçapava do Sul. ....................................................................................................... 153
Figura 67: Indicadores de nível d´água utilizados para coleta. ............................................... 155
Figura 68: Possíveis interações das águas subterrâneas com: A) cursos d’água; B)
reservatórios naturais ou artificiais; e, C) poços de bombeamento. ........................................ 163
Figura 69: Dispositivos de monitoramento presentes nas áreas de influência ........................ 165
Figura 70: Pontos de água (nascentes, olhos d’água e cisternas) cadastrados em campo. Nota:
Dados obtidos e medidas realizadas em campo realizado nos meses de janeiro e fevereiro de
2014 e junho e julho de 2015. ................................................................................................ 168
Figura 71: Uso da água. ......................................................................................................... 169
Figura 72: Mapa de localização da bacia hidrográfica do Rio Camaquã, destacando a região de
estudo. Fonte: (Adaptado de SEMA, 2008). ........................................................................... 179
Figura 73: Localização e distribuição das bacias hidrográficas definidas ............................... 181
Figura 74: Localização das bacias em relação às estruturas do empreendimento. ................ 183
Figura 75: Mapa de recursos hídricos contendo a rede de drenagem, reservatórios e
nascentes. .............................................................................................................................. 186
Figura 76: Hierarquização dos rios quanto a sua ordem de acordo com Strahler. .................. 188

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Figura 77: Recursos hídricos identificados na área da Cava 01. Adaptado de Google Earth,
2015. ...................................................................................................................................... 190
Figura 78: Em magenta a área da Pilha de Estéril Leste. OD – Olhos D’água identificados; NA –
Nascentes; Em Amarelo – Drenagem Efêmera; Em Ciano – Drenagem Intermitente; Em Azul –
Drenagem Perene. ................................................................................................................. 191
Figura 79: Cava 2 em vista aérea vertical............................................................................... 192
Figura 80: Cava 2 em visada inclinada, mostrando a vertente e a linha de drenagem efêmera
(em amarelo). ......................................................................................................................... 192
Figura 81: Cava 03 e corpos hídricos existentes. ................................................................... 193
Figura 82: Pilha de Rejeitos Oeste e rede hidrográfica identificada. ....................................... 194
Figura 83: Drenagens da área da Unidade de Beneficiamento. .............................................. 195
Figura 84: Pilha de rejeitos norte (em magenta) e corpos hídricos identificados..................... 196
Figura 85: Localização da área de estudo em relação a diferentes níveis hidrográficos. ........ 197
Figura 86: Gráfico do balanço hídrico mensal. Fonte: EMBRAPA. ......................................... 201
Figura 87: Deficiência, excedente, retirada e reposição hídrica, médias mensais ao longo do
ano. Fonte: EMBRAPA. .......................................................................................................... 202
Figura 88: Pontos de amostragem de qualidade de água....................................................... 203
Figura 89: Propriedades rurais isoladas e pecuária na área de influência direta. Geoprospec,
2015. ...................................................................................................................................... 218
Figura 90: Uso recreativo das águas do Rio Camaquã. Fonte: Édson Larronda/Jornal Folha do
Sul.. ........................................................................................................................................ 219
Figura 91: Erodibilidade da área de estudo ............................................................................ 222
Figura 92: Distribuição do fator LS. ........................................................................................ 224
Figura 93: Mapa de uso do solo para a área de estudo .......................................................... 226
Figura 94: Mapa de erosão potencial para os três cenários ................................................... 228
Figura 95: Mapa de erosão potencial média para cada bacia ................................................. 230
Figura 96: Curva chave descarga líquida/descarga sólida. ..................................................... 233
Figura 97: Localização dos pontos de amostragem no entorno da área de instalação de futuro
empreendimento. ................................................................................................................... 236
Figura 98: Localização dos pontos de monitoramento de ruído ambiental.............................. 247
Figura 99: Vista geral da área do empreendimento. ............................................................... 255
Figura 100: Mapa geológico da CPRM (2009). O quadrado azul indica a área avaliada e onde
se encontram rochas pertencentes ao Grupo Santa Bárbara (NP3sl) e Guaritas (02vz). ....... 258

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Lista de Fotos

Foto 1: Vista sudeste da Cava 1. Foto: Geoprospec, 2015. ...................................................... 44


Foto 2: Vista sudoeste da Cava 1. Foto: Geoprospec, 2015. .................................................... 44
Foto 3: Vista da cobertura vegetal da Cava 2. .......................................................................... 45
Foto 4: solo na região côncava próxima ao centro da área. ..................................................... 45
Foto 5: Vista da rocha base exposta aos processos de intemperismo. ..................................... 46
Foto 6: Vista do erosão pluvial existente nas vias internas de acesso da área. ........................ 46
Foto 7: Vista cobertura vegetação da Pilha de Estéril Leste. .................................................... 47
Foto 8: Vista do afloramento rochoso. ...................................................................................... 47
Foto 9: Vista do relevo da Unidade de Beneficiamento. ........................................................... 49
Foto 10: Vista do relevo da Unidade de Beneficiamento. ......................................................... 49
Foto 11: Vista da erosão laminar por escoamento superficial difuso nas margens de via interna
na área da cava 03. Coord. X: 263.235 Y: 6.577.123. .............................................................. 51
Foto 12: Vista da erosão laminar por escoamento superficial difuso nas margens de via interna
na área da cava 03. Coord. X: 263.235 Y: 6.577.123 ............................................................... 51
Foto 13: Vista do processo erosivo acentuado em local de escoamento não controlado de
barramento na área da cava 03. Coord. X: 263.373 Y: 6.576.738 ............................................ 51
Foto 14: Vista do ravinamento e possível movimentação de massa na Cava 03. Coord. X:
263.373 Y: 6.576.738 ............................................................................................................... 51
Foto 15: Vista da erosão pluvial com ravinamento junto às margens de via interna na área da
Pilha de Estéril Leste. Coord. X: 263.894 Y: 6.576.322. ........................................................... 52
Foto 16: Vista da erosão pluvial com ravinamento junto às margens de via interna na área da
Pilha de Estéril Leste. Coord. X: 263.894 Y: 6.576.322 ............................................................ 52
Foto 17: Vista dos detritos rolados por ação de intemperismo físico na rocha-base exposta
(conglomerados de arenitos e cascalhos) no sentido do afloramento. Coord. X: 263.722 Y:
6.575.926. ................................................................................................................................ 52
Foto 18: Vista dos detritos rolados por ação de intemperismo físico na rocha-base exposta
(conglomerados de arenitos e cascalhos) no sentido do afloramento. Coord. X: 263.722 Y:
6.575.926. ................................................................................................................................ 52
Foto 19: Vista do ravinamento na lateral de via não pavimentada provocado por escoamento
superficial concentrado no Ponto 24. Coord. X: 263.680 Y: 6.578.217. .................................... 52
Foto 20: Vista do ravinamento na lateral de via não pavimentada provocado por escoamento
superficial concentrado no Ponto 24. Coord. X: 263.680 Y: 6.578.217. .................................... 52
Foto 21: Vista da Erosão acentuada em estrada vicinal a norte da Pilha de Estéril Norte,
causando ravinamento da via. Coord. X: 262.400 Y: 6.578.592. .............................................. 53
Foto 22: Vista da Erosão acentuada em estrada vicinal a norte da Pilha de Estéril Norte,
causando ravinamento da via. Coord. X: 262.400 Y: 6.578.592. .............................................. 53
Foto 23: Vista do foco erosão hídrica causada por falta de sistema de disciplinamento de
drenagens, dessa vez na Estrada do Cação, em ponto de alta declividade. Coord. X: 264.185
Y: 6.578.589. ............................................................................................................................ 53
Foto 24: foco erosão hídrica causada por falta de sistema de disciplinamento de drenagens,
dessa vez na Estrada do Cação, em ponto de alta declividade. Coord. X: 264.185 Y: 6.578.589.
................................................................................................................................................. 53

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Foto 25: Vista da erosão hídrica causada por falta de sistema de disciplinamento de drenagens,
também na Estrada do Cação. Coord. X: 264.041 Y: 6.579.344. ............................................. 53
Foto 26: Vista da erosão hídrica causada por falta de sistema de disciplinamento de drenagens,
também na Estrada do Cação. Coord. X: 264.041 Y: 6.579.344. ............................................. 53
Foto 27: Vista da erosão causada por canal de drenagem de 1ª ordem que corta a estrada
ERS/625 Coord. X: 264.531 Y: 6.580.414. ............................................................................... 54
Foto 28: Vista da erosão causada por canal de drenagem de 1ª ordem que corta a estrada
ERS/625 Coord. X: 264.531 Y: 6.580.414. ............................................................................... 54
Foto 29: Testemunhos de sondagem armazenados em caixas próprias e prontos para serem
avaliados e descritos pelo Geólogo do projeto. ........................................................................ 82
Foto 30: Visão geral da área da Cava 1, onde é observado um relevo montanhoso com
predominância de litologia constituída de arenitos finos. .......................................................... 99
Foto 31: Visão geral da área da Cava 2, com solo residual l oriundo da alteração in situ da
rocha arenítica sotoposta. ........................................................................................................ 99
Foto 32: Área da Cava 3, com predominância de litologia constituída por conglomerados. .... 100
Foto 33: Setor onde será implantada a pilha de rejeitos, com ocorrência de diversos
afloramentos do tipo lajeado, principalmente de conglomerados. ........................................... 100
Foto 34: Setor onde será instalada a Pilha de Estéril Norte, onde a litologia que embasa o local
é caracterizada por conglomerados e arenitos associados a Formação Guaritas. ................. 101
Foto 35: Área da Pilha de Estéril Leste, com ocorrência de rochas sedimentares areníticas e
conglomeráticas associadas à Formação Arroio dos Nobres. ................................................ 101
Foto 36- Área onde será instalada a futura Unidade de Beneficiamento, com litologia composta
por conglomerados e arenitos. ............................................................................................... 102
Foto 37: Açude construído por superficiário na área ADA através do barramento de drenagem.
............................................................................................................................................... 113
Foto 38: Execução de teste de permeabilidade do solo, conforme metodologia de ABGE, 2013.
............................................................................................................................................... 115
Foto 39: Lajeados de rocha aflorante. .................................................................................... 116
Foto 40: Perfil de solo pouco espesso e pedregoso sobre o maciço rochoso. ........................ 116
Foto 41: Perfil de solo pouco espesso e pedregoso sobre o maciço rochoso, situado a pouca
profundidade. ......................................................................................................................... 116
Foto 42: Perfil de solo pouco espesso e pedregoso sobre o maciço rochoso, situado a pouca
profundidade. ......................................................................................................................... 116
Foto 43: Amostra de solo sendo coleta com equipamento do tipo trado, previamente
esterilizado. ............................................................................................................................ 117
Foto 44: Amostra de solo sendo retirada do equipamento de coleta para ser acondicionada em
frascaria adequada e armazenada em caixa térmica com gelo até a chegada ao laboratório 118
Foto 45: Realização da coleta de água subterrânea. Fonte: Própria ...................................... 156
Foto 46: Coleta de água subterrânea. Fonte: Própria ............................................................. 156
Foto 47: Rio Camaquã na área de influência direta. ............................................................... 182
Foto 48: Paisagem da sub-bacia 3 da área de influência direta. Geoprospec, 2015. .............. 185
Foto 49: Rios perenes encontrados na área de influência direta. ........................................... 187
Foto 50: Rios perenes encontrados na área de influência direta. ........................................... 187

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Foto 51: Ponto 01 ................................................................................................................... 204
Foto 52: Ponto 02 ................................................................................................................... 204
Foto 53: Ponto 03 ................................................................................................................... 204
Foto 54: Ponto 04 ................................................................................................................... 204
Foto 55: Ponto 05 ................................................................................................................... 204
Foto 56: Ponto 06 ................................................................................................................... 204
Foto 57: Ponto 07 ................................................................................................................... 204
Foto 58: Ponto 08 ................................................................................................................... 204
Foto 59: Ponto 09 ................................................................................................................... 205
Foto 60: Ponto 10 ................................................................................................................... 205
Foto 61: Sedimentos presentes na calha do Rio Camaquã. Geoprospec, 2015. .................... 234
Foto 62: Ponto de Amostragem 01 (PMP1). ........................................................................... 236
Foto 63: Ponto de Amostragem 02 (PMP2). ........................................................................... 237
Foto 64: Ponto de Amostragem 03 (PMP3). ........................................................................... 237
Foto 65- Ponto de Amostragem 04 (PMP4). ........................................................................... 238
Foto 66: Ponto de medição de ruído 1 (PRD1). ...................................................................... 248
Foto 67: Ponto de medição de ruído 2 (PRD2). ...................................................................... 248
Foto 68: Ponto de medição de ruído 3 (PRD3). ...................................................................... 249
Foto 69: Ponto de medição 4 (P4). ......................................................................................... 249
Foto 70: Vista da área avaliada com cobertura vegetal .......................................................... 256
Foto 71: Vista da área avaliada com cobertura vegetal, cava Santa Maria ............................. 257
Foto 72: Exposição de rochas na área avaliada. .................................................................... 257

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Distribuição histórica da sondagem no Projeto Caçapava do Sul ............................. 79


Tabela 2: Mineralogia Modal da Amostra FSM0025. r = 0.5% e rr<0.1% em peso. .................. 86
Tabela 3. Mineralogia modal Amostra FSM0072. r = 0.5% e rr<0.1% em peso. ....................... 87
Tabela 4: Caracterização das Tipologias Aquíferas na ADA e Vazões Mínimas Associadas.. 136
Tabela 5: Balanços Hídricos - Disponibilidade versus Demanda e versus Consumo para a
Bacia Hidrográfica do Camaquã (%). Fonte: (ECOPLAN, 2007) ............................................ 216
Tabela 6: Definição dos valores dos parâmetros C e P. ......................................................... 225
Tabela 7: Distribuição da erosão potencial da área de estudo................................................ 227
Tabela 8: Dados das condições atmosféricas. ....................................................................... 242

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Lista de Quadros

Quadro 1: Normais Climatológicas do Brasil 1961-1990 - Direção Predominante do Vento


(pontos cardeais e colaterais). INMET ...................................................................................... 28
Quadro 2: Dados Climatológicos do período de 1961 a 1990. Estação de Encruzilhada do Sul.
INMET. Legenda: T=Temperatura; P=Precipitação; ETP=Evapotranspiração Potencial;
ARM=Nível Máximo de Armazenamento; ETR=Evapotranspiração Real; DEF=Deficiência
Hídrica; EXC=Excedente Hídrico.............................................................................................. 32
Quadro 3: Compilação dos resultados dos ensaios de permeabilidade realizados na área de
estudo, comparando os valores de condutividade hidráulica (K) para a classificação dos
materiais, conforme classificação de Feitosa e Manoel Filho (2000). ....................................... 34
Quadro 4: Anos considerados “secos” para o município de Bagé entre 1961-2009 (Silva, 2010).
................................................................................................................................................. 36
Quadro 5: Resumo de UTM dos pontos com focos de erosão identificados, identificando ainda
as áreas de influência nos quais eles se situam. ...................................................................... 54
Quadro 6: Especificações técnicas dos equipamentos utilizados na sondagem no Projeto
Caçapava do Sul ...................................................................................................................... 80
Quadro 7: Especificações das ferramentas utilizadas no Projeto Caçapava do Sul.................. 81
Quadro 8: Classificação litológica local na área do Depósito Santa Maria. ............................... 96
Quadro 9: Classes dos Neossolos e possível equivalência com denominações regionais do
Brasil (1973). .......................................................................................................................... 111
Quadro 10: Resultados dos testes de permeabilidade executados. ....................................... 115
Quadro 11: Informações acerca da localização dos pontos de coleta de solos realizadas. .... 119
Quadro 12: Resultados analíticos das amostras de solo. ....................................................... 120
Quadro 13: Relação entre Tipologias Aquíferas, porosidade efetiva para fluxo e vazão
específica associada. ............................................................................................................. 129
Quadro 14: Caracterização das Tipologias Aquíferas na AII e Vazões Mínimas Associadas. 131
Quadro 15: Caracterização das Tipologias Aquíferas na AID e Vazões Mínimas Associadas.133
Quadro 16: Valores de condutividade hidráulica (K) obtidos através do slug test. .................. 137
Quadro 17: Faixa de valores de permeabilidade intrínseca e condutividade hidráulica para
vários materiais não consolidados. ......................................................................................... 141
Quadro 18: Extensão de valores de capacidade de infiltração. .............................................. 141
Quadro 19: Extensão de valores de coeficiente de armazenamento (Ss). .............................. 142
Quadro 20: Dados de precipitação pluviométrica mensais medidos no Projeto Caçapava do Sul.
............................................................................................................................................... 148
Quadro 21: Indicadores de nível d’água presentes nos domínios das áreas de influência. .... 149
Quadro 22: Vazões de base e estimativas anuais das reservas renováveis e explotáveis
calculadas para as áreas de estudo. ...................................................................................... 151
Quadro 23: Características dos indicadores de nível d'água utilizados para coleta. ............... 157
Quadro 24: Parâmetros de análise das águas subterrâneas .................................................. 158
Quadro 25: Feições comparativas entre os recursos hídricos subterrâneos e superficiais. .... 160
Quadro 26: Indicadores de nível d’água presentes nos domínios das áreas de influência. .... 164
Quadro 27: Pontos d’água cadastrados na área do Projeto Caçapava do Sul. ....................... 170
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Quadro 28: Área e ordem associada a cada unidade hidrográfica estabelecida. .................... 184
Quadro 29: Classificação das Drenagens encontradas na Área de Estudo. ........................... 190
Quadro 30: Vazões médias, máximas e mínimas mensais a jusante do empreendimento. .... 200
Quadro 31: Parâmetros monitorados e a sua origem de definição ......................................... 206
Quadro 32: Resultados relacionados à análise da qualidade das águas superficiais. ............ 210
Quadro 33: Classificação do estado trófico dos pontos amostrais de qualidade de água. ...... 214
Quadro 34: Demandas Hídricas médias anuais e no mês de janeiro para bacia do Rio
Camaquã. Fonte: (SEMA, 2006) ............................................................................................ 215
Quadro 35: Consumos Hídricos médios anuais e no mês de janeiro para bacia do Rio
Camaquã. Fonte: (SEMA, 2006) ............................................................................................ 216
Quadro 36: Demandas da bacia do Camaquã no município de Caçapava do Sul por tipo de
uso. ........................................................................................................................................ 217
Quadro 37: Valores totais de erosão potencial por bacia........................................................ 229
Quadro 38: Estação utilizada para avaliação do transporte de sedimentos. ........................... 231
Quadro 39: Dados hidrossedimentológicos da estação. ......................................................... 232
Quadro 40: Dados de transporte de sedimento na seção de monitoramento. ........................ 233
Quadro 41: Cronograma das Campanhas de Amostragens. .................................................. 238
Quadro 42: Resultados das Amostragens (PTS em g/m3)................................................... 239
Quadro 43: Resumo dos resultados do Ponto 1. .................................................................... 250
Quadro 44: Resumo dos resultados do Ponto 2. .................................................................... 251
Quadro 45: Resumo dos resultados do Ponto 3. .................................................................... 251
Quadro 46: Resumo dos resultados do Ponto 3. .................................................................... 252
Quadro 47: Nível de Critério de Avaliação (NCA) para ambientes externos. .......................... 253
Quadro 48: Coordenadas da área encontrada percorrida....................................................... 256

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Lista de Gráficos

Gráfico 1: Dados de velocidade dos ventos em Caçapava do Sul. Fonte: INMET – Séries
Históricas, 1960 – 1990. ........................................................................................................... 29
Gráfico 2: Gráfico de Temperatura média anual mensal. Série Histórica 1960-1990. INMET. .. 29
Gráfico 3: Valor médio de umidade relativa do ar no município de Caçapava do Sul entre 1960-
1990. Série Histórica, INMET. .................................................................................................. 31
Gráfico 4: Variação mensal de precipitação entre 1960-1990 no município de Caçapava do Sul.
Fonte: INMET. .......................................................................................................................... 31
Gráfico 5: Nebulosidade média mensal em Caçapava do Sul para os anos de 1960 a 1990.
INMET. ..................................................................................................................................... 35
Gráfico 6: Distribuição química por minerais. ........................................................................... 86
Gráfico 7: Distribuição química por minerais. ........................................................................... 87
Gráfico 8: Gráficos relativos à porcentagem das áreas de ocorrência das tipologias aquíferas
na AII...................................................................................................................................... 131
Gráfico 9: Gráficos relativos à porcentagem das áreas de ocorrência das tipologias aquíferas
na AID. ................................................................................................................................... 133
Gráfico 10: Gráficos relativos à porcentagem das áreas de ocorrência das tipologias aquíferas
na ADA. .................................................................................................................................. 135
Gráfico 11: Distribuição das médias de chuva mensais para a estação 3053007, próxima à área
de estudo. Fonte: ANA, 2015 ................................................................................................. 198
Gráfico 12: Distribuição das médias de chuva mensais para a estação 3053010, próxima à área
de estudo. Fonte: ANA, 2015 ................................................................................................. 198
Gráfico 13: Curva de permanência das vazões médias mensais a jusante do empreendimento.
Fonte: ANA, 2015 ................................................................................................................... 199
Gráfico 14: Curva de permanência das vazões médias diárias a jusante do empreendimento no
período de 1973 a 2007. Fonte: ANA, 2015 ........................................................................... 200
Gráfico 15: Vazões médias mensais a jusante do empreendimento. ...................................... 200
Gráfico 16: Amostragens PMP1. ............................................................................................ 239
Gráfico 17: Amostragens PMP2. ............................................................................................ 240
Gráfico 18: Amostragens PMP3. ............................................................................................ 240
Gráfico 19: Amostragens PMP4. ............................................................................................ 241
Gráfico 20: Resultados das medições do Ponto 1. ................................................................. 250
Gráfico 21: Resultados das medições do Ponto 2. ................................................................. 251
Gráfico 22- Resultados das medições do Ponto 3. ................................................................. 252
Gráfico 23: Resultados das medições do Ponto 4. ................................................................. 253

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1. INFORMAÇÕES GERAIS

1.1 Identificação do Empreendedor

 Razão Social: Mineração Santa Maria Ltda.


 Número do empreendedor: 197238
 CNPJ: 10.267.829/0001-09
 Endereço: Avenida Eusébio Matoso, n° 1375, 10° andar, Bairro Butantã – São
Paulo/SP, CEP 05423-180.
 Responsável legal: Paul Cézanne Pinto
 E-mail: paul.cezanne@vmetais.com.br
 Telefone: (11) 3405 6125
 Página da internet: www.vmetais.com.br
 Direito minerário: A atividade de explotação mineral será realizada na poligonal de
mineração conformada pelos processos n° 810.125/1978, 810.126/1978.requeridos junto
ao Departamento Nacional Mineral – DNPM. Além dos processos citados, serão
impactados pelas demais atividades intrínsecas ao empreendimento os processos DNPM
n° 810.496/1995, n° 810.371/2005, n° 810.919/2006, n° 810.918/2008 e n° 810.168/2004.

1.2 Identificação do Empreendimento

 Empreendimento: Projeto Caçapava do Sul (processo n° 2190-05.67/14.0)


 Número do empreendimento: 214458
 Atividade: Lavra de Minério Metálico – a céu aberto e com Recuperação de Área
Degradada (CODRAM 530,03)
 Endereço: Estrada Passo do Cação, distando 3,9 Km do Km 18 da ERS-625, distrito de
Minas do Camaquã – Caçapava do Sul/RS.

1.3 Identificação da Empresa Consultora

 Razão Social: Geoprospec Geologia e Projetos Ambientais Ltda.


 CNPJ: 89.145.973/0001-22
 Inscrição Junta Comercial: 43200656550
 CREA: 56182
 CRBIO: 00.513-01-03
 IBAMA: 204.540
 Endereço: Avenida Farrapos, n 146, Conj. 62, Bairro Floresta – Porto Alegre/RS
 Telefone/Fax: (51) 3226 4456
 E-mail: geoprospec@geoprospec.com.br
 Representantes legais: Eduardo Centeno Broll Carvalho, Ivanor Antônio Sinigaglia.

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17
1.4 Identificação da Equipe e Responsáveis Técnicos

COORDENADOR DO EIA/ RIMA

 Nome: Eduardo Centeno Broll Carvalho


 Formação profissional: Geólogo
 CPF: 969.684.430-15
 Registro Profissional: CREA/RS 128.474-D
 CTF IBAMA: 483.008
 ART: CREA/RS 7145117

COORDENADORES TÉCNICOS

 Nome: Daniel Araújo


 Formação profissional: Biólogo
 CPF: 971.065.340-72
 Registro profissional: CRBio 041216-03
 CTF IBAMA: 5.510.140
 ART: CRBio 2015/01391

 Nome: Ivanor Antonio Sinigaglia


 Formação profissional: Engenheiro Agrônomo
 CPF: 615.990.930-49
 Registro Profissional: CREA/RS 9.7259-D
 CTF IBAMA: 100.468
 ART: CREA/RS 7145206

RESPONSÁVEIS TÉCNICOS

 Nome: Alexandre Pena Matos


 Formação profissional: Historiador
 CPF: 508.718.700-53
 CTF IBAMA: 5.670.308

 Nome: Cristiano Eidt Rovedder


 Formação profissional: Biólogo
 CPF: 993.799.960-04
 Registro profissional: CRBio 053903-03D
 CTF IBAMA: 599.511
 ART: CRBio 2015/07194

 Nome: Daniel Rodolfo Sosa Morcio


 Formação profissional: Engenheiro Ambiental
 CPF: 959494530-34
 N° CREA: CREA/RS 194334
 CTF IBAMA: 6.122.07
 ART: 8225911

 Nome: Eduardo Audibert


 Formação profissional: Sociólogo
 CPF: 423.694.440-53
 CTF IBAMA: 20511

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18
 Nome: Franciele Zanandrea
 Formação profissional: Engenheira Ambiental
 CPF: 012.068.440-35
 N° CREA: CREA/SC 119448-1
 CTF IBAMA: 5.473.020
 ART: 5606856-0

 Nome: Gisele Kimura


 Formação profissional: Geóloga
 CPF: 157.511.318-00
 N° CREA: 5060634182
 CTF IBAMA: 1.526.055
 ART: 14201500000002624264

 Nome: Gustavo Lara Canella


 Formação profissional: Biólogo
 CPF: 012.304.970-99
 Registro profissional: CRBio 069280-03D
 CTF IBAMA: 2952880
 ART: CRBio 2015/06071

 Nome: Philipy Alexandre Pereira Weber


 Formação profissional: Biólogo
 CPF: 002.344.731-18
 Registro Profissional: CRBio 095026-03D
 CTF IBAMA: 5.494.136
 ART: CRBio 2015/05718

 Nome: Ronaldo dos Santos Padilha


 Formação profissional: Biólogo
 CPF: 454.132.900-04
 Registro profissional: CRBio 25537/03D
 CTF IBAMA: 1.730.716
 ART: CRBio 2015/16705

EQUIPE TÉCNICA

 Nome: André Luís de Andrade Rodrigues


 Formação profissional: Geólogo
 CPF: 010.206.670-10
 Registro Profissional: CREA/RS 202133
 CTF IBAMA: 6.412.540

 Nome: Carlos Eduardo Velho Carvalho


 Formação profissional: Biólogo
 CPF: 803.862.020-87
 Registro Profissional: CRBio 069384-03
 CTF IBAMA: 4.579.548

 Nome: Gustavo Simon


 Formação profissional: Biólogo
 CPF: 008617840-73
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19
 Registro profissional: CRBio 88848-03
 CTF IBAMA: 5.858.276

 Nome: Ingo Salvador Kuerten


 Formação profissional: Geógrafo
 CPF: 804.520.190-87
 Registro Profissional: CREA/RS 161.374-D
 CTF IBAMA: 5.011.289

 Nome: Natália Cano Tedy


 Formação profissional: Bióloga
 CPF: 009.467.000-52
 Registro Profissional: CRBio nº 88.776-03-D
 CTF IBAMA: n° 5.031.854

EQUIPE DE APOIO

 Nome: Bruna Lima


 Formação profissional: Acadêmica de Engenharia Ambiental

 Nome: Luam Fernandes de Siqueira


 Formação profissional: Assistente Técnico - SIG

 Nome: Walter Wayerbacher


 Formação profissional: Acadêmico de Engenharia Ambiental

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20
2. CLIMA

2.1 Clima e condições Meteorológicas

A experiência tem nos mostrado que nenhum fenômeno da natureza pode ser
compreendido quando analisado isoladamente. Porém, se considerado em relação aos demais
poderá ser compreendido e justificado. Assim o é na climatologia. Por exemplo, a
predominância do desenvolvimento de determinada vegetação está diretamente ligado ao meio
atmosférico, ou seja, ao clima que o domina.
Basicamente, o clima é determinado por uma série de fatores, como a precipitação
atmosférica, a insolação, latitudes, influência das condições marítimas e continentalidade, etc.
A expressão maior do clima de determinada região está contida nas massas de ar que
o dominam. São elas que fazem o balanço energético do planeta, ditando as variações de
precipitação e temperatura, através do transporte de calor e umidade.

2.1.1 Clima no Brasil


No Brasil, as massas de ar que condicionam os diversos tipos de clima são as
seguintes: Equatorial atlântica (mEa), Equatorial continental (mEc), Equatorial pacífica (mEp),
Equatorial norte (mEn), Tropical atlântica (mTa), Tropical continental (mTc), Antártica (mA),
Polar atlântica (mPa), Polar pacífica (mPp) e Superior (mS).

Massas Equatoriais
Podem-se distinguir quatro massas de ar, alimentadas por fontes marítimas (03) e
continentais (01), conforme segue.

MASSA EQUATORIAL PACÍFICA (MEP) E EQUATORIAL NORTE (MEN):


A mEp origina-se na zona dos ventos alísios de sudeste, do anticiclone do Pacífico Sul,
enquanto a mEn forma-se a partir dos ventos alísios de nordeste, que sopram a partir do
anticiclone do Atlântico Norte. Caracterizam-se como zonas aquecidas e compostas por
florestas e savanas, onde predominam as calmarias do regime depressionário continental.

MASSA EQUATORIAL ATLÂNTICA - MEA:


Constituída pelos ventos alísios de SE que sopram do Oceano Atlântico (anticiclone
semiestacionário do Atlântico Sul). Compõe-se de duas correntes, uma inferior fresca e
carregada de umidade oriunda da evaporação do oceano e outra superior quente e seca, de
direção idêntica, mas separadas por uma inversão de temperatura, a qual não permite o fluxo
vertical de vapor, que sendo barrado, assegura um bom tempo. Entretanto, em suas bordas a
descontinuidade térmica se eleva e enfraquece bruscamente, permitindo a ascensão de ambas

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21
as camadas, tornando a massa instável, causando as fortes chuvas equatoriais e da costa
leste do continente, essas ainda agravadas pela orografia.

MASSA EQUATORIAL CONTINENTAL – MEC:


Se forma sobre o continente aquecido, onde dominam as calmas e ventos fracos do
regime depressionário, sobretudo no verão. É alimentada pelos ventos oceânicos de leste e
norte, oriundos da massa mEn, mais fria. A umidade relativa é elevada, sendo característica a
formação de nuvens de tempestade (cumulonimbus) e precipitação abundante.

Massas Tropicais
Formadas por zonas de ventos variáveis e divergentes das calmarias subtropicais, ou
seja, dos anticiclones semiestacionários dos oceanos Atlântico e Pacífico. Limitam-se ao sul
com as massas polares e, ao norte, se estendem até a zona dos ventos alísios de sudeste.
Essas massas de divergência anticiclônica possuem subsidência superior, a qual favorece a
mistura lateral e impede a vertical, dando-lhe maior homogeneidade.

MASSA TROPICAL ATLÂNTICA – MTA:


Forma-se na região quente do oceano atlântico sul, recebendo muito calor e umidade
próximo à superfície. O movimento do ar é dominado pelo anticiclone subtropical. O ar é
uniforme, com bastante umidade e calor, porém, não se estende a grandes alturas, pois na
parte leste dessa alta pressão subtropical há uma forte subsidência. Assim, a umidade
absorvida do oceano se limita à camada superficial. Já na parte oeste há um ligeiro movimento
ascendente, com grande mobilidade vertical do ar. Assim, a umidade absorvida do oceano
torna o setor ocidental da massa tropical marítima mais sujeita a instabilidade que o setor
oriental. Essa é uma das explicações para os menores índices pluviométricos entre a costa
oeste da África (desertos - influência do setor leste – menor precipitação- da mTa) em relação
à costa leste do litoral brasileiro (que sofre maior influência do setor oeste da mTa, mais
úmido).

MASSA TROPICAL CONTINENTAL – MTC:


Exerce maior influência do final da primavera ao início do outono. Originada na zona
quente e árida a leste dos Andes e ao sul do trópico de capricórnio. Constituída por uma zona
de baixa pressão, tem ventos de circulação ciclônica de forte convergência. Dificulta a
formação de nuvens, sendo responsável por tempo quente e seco.

Massa Antártica
Sua fonte é a região polar de superfície gelada, constituída pelo continente antártico e
pela banquisa fixa. Seu limite coincide com a isoterma de 0º (zero grau Celsius) na superfície

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do mar. A circulação atmosférica é dominada por um anticiclone permanente com inversão
superior muito baixa, o que torna essa massa bastante estável. O ar é distribuído em todas as
direções, sempre com desvio para oeste (devido ao efeito de rotação da Terra).

Massas Polares mP
Originam-se na zona subantártica e são caracterizadas pela transição entre o ar polar e
o tropical. Dessa zona originam-se os anticiclones subpolares que, periodicamente, invadem a
América do Sul com ventos predominantes de sudoeste a oeste (frentes frias), associados a
quedas de temperaturas e aumento na pluviosidade.

Massas Superiores mS
Formam-se nos centros de ação. Entre 900 e 2.000 metros de altitude, sobre os
anticiclones polares e sobre a zona dos alísios em ambos os hemisférios, contendo ar seco
que se aquece em subsidência, podendo atingir o solo principalmente no verão. São
importantíssimos, pois sua presença assegura tempo seco e estável.
Estas são as principais massas de ar que determinam o clima e as condições
meteorológicas no Brasil. A partir da interação dessas massas de ar e de sua predominância
sobre o território brasileiro, o IBGE (2002) estabelece 05 zonas climáticas predominantes:
Clima Equatorial, Clima Tropical da Zona Equatorial, Clima Tropical do Nordeste Oriental,
Clima Tropical do Brasil Central e Clima Temperado. A Figura 1 ilustra a distribuição destas
zonas climáticas no território nacional.

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Figura 1: Zonas Climáticas predominantes sobre o território Nacional. (IBGE, 2002).

Falando especificamente sobre a área de estudo, o estado do Rio Grande do Sul, assim
como o sul do Brasil, encontra-se na zona de Clima Temperado, que será melhor explicado no
próximo título.

2.1.2 Clima no Rio Grande do Sul


O Estado do Rio Grande do Sul situa-se no extremo meridional do país, entre as
latitudes de 27º e 34º Sul (S) e as longitudes de 50º e 57º Oeste (W). Fenômenos relacionados
à dinâmica da atmosfera (frentes meteorológicas) e fatores geográficos como a orografia, a
continentalidade e a maritimidade são os determinantes das principais características
climáticas do extremo sul do Brasil.
O clima predominante no território gaúcho é o subtropical, sendo que na região do
Planalto da Serra Geral o clima é subtropical de altitude, com temperaturas médias inferiores a
20º C e chuvas abundantes, regularmente distribuídas. Na região do Pampa Gaúcho, as
médias térmicas anuais são predominantemente inferiores a 18º C. A Região Lagunar do litoral
caracteriza-se pela eventual escassez de chuvas, principalmente nos meses de verão.
As massas de ar que influenciam na gênese do clima do sul do Brasil são as seguintes:
- Massa Tropical Marítima (Tm): Tem origem no anticiclone do Atlântico (30ºS),
caracteriza-se como quente e úmida e atua durante todo o ano no território rio-
grandense;
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- Massa Polar Marítima (Pm): Tem origem em latitudes subpolares, caracteriza-se
como fria e úmida e atua no Rio Grande do Sul durante todo o ano, porém de forma
mais ativa no inverno;
- Massa Tropical Continental (Tc): Originária da região do Chaco, penetra no Rio
Grande do Sul pelo oeste, caracterizando-se como quente e seca e de atividade mais
intensa no verão;
- Massa Equatorial Continental (Ec): Massa quente e úmida, penetra no Estado
pelo noroeste, especialmente no verão, tendo como origem a planície amazônica;
Entre os aspectos estáticos, a orografia influi particularmente no regime de chuvas, e a
continentalidade e a maritimidade, no regime térmico.
Pelo sistema internacional de classificação climática de Köppen, o Rio Grande do Sul
enquadra-se na zona fundamental temperada (C), tipo fundamental úmido (Cf), com duas
variedades específicas: subtropical (Cfa) e temperado (Cfb).
As características do clima rio-grandense conforme a variedade são as seguintes:
- Variedade subtropical (Cfa): Clima subtropical úmido, com chuva bem distribuída
durante o ano (nenhum mês com menos de 60 mm) e temperatura média do mês mais
quente superior a 22,0º C;
- Variedade temperado (Cfb): Clima temperado úmido, com chuva bem distribuída
durante o ano (nenhum mês com menos de 60 mm) e temperatura média do mês mais
quente inferior a 22,0º C.
As variedades climáticas foram divididas em subtipos individualizados a partir da
isotermia anual de 18° C como segue abaixo e pode ser visualizado na Figura 2:
• cfa1 - isotermia anual inferior a 18°C;

• cfa2 - isotermia anual superior a 18°C;


• cfb1 - isotermia anual inferior a 18°C.

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25
53º
54º
55º 52º
51º
26º
Sa 50º
56º nt
MARCELINO RAMOS
a
Ca
tar
Cfa ina
Cfa
28º SANTA ROSA PALMEIRA DAS MISSÕES

II1a LAGOA VERMELHA


PASSO FUNDO Ia
57º
NA
SANTO ÂNGELO
SÃO LUIS GONZAGA
TI
Cfb1
VACARIA
CRUZ ALTA
EN

AI

SÃO BORJA QUAPORÉ


G

QU

SOLEDADE
AR

RU
U

Cfa
IO
R
A

29º Cfa
IC

II2a BENTO GONÇALVES


BL

CAXIAS DO SUL

ITAQUI SANTIAGO JULIO DE CASTILHOS

II1c
RE

TÔRRES
II2b
SÃO FRANCISCO DE PAULA

Cfa
TAQUARA
SANTA MARIA SANTA CRUZ DO SUL

TAQUARÍ Cfa
URUGUAIANA

30º CACHOEIRA DO SUL


PORTO ALEGRE

SÃO GABRIEL II1c Cfa

ICO
CAÇAPAVA DO SUL

NT
ENCRUZILHADA DO SUL
Cfa Cfb1 TAPES


SANTANA DO LIVRAMENTO Ib

AT
31º RE II2c II1d
DOM PEDRITO

L
BL

SU
IC BAGÉ
Cfa
A
DO

NO
UR

EA
PELOTAS
UG

C
Cfa

O
UA
32º I RIO GRANDE

JAGUARÃO

33º

SANTA VITÓRIA DO PALMAR

CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO
ZONA FUNDAMENTAL TIPO FUNDAMENTAL TIPO FUNDAMENTAL VARIEDADES ESPECÍFICAS

''C'' ''Cf'' ''Cf'' ''Cfa'' A TEMPERATURA DO MÊS MAIS QUENTE É SUPERIOR A 22º c A

CLIMA SUBTROPICAL
OU VIRGINIANO A DO MÊS MAIS FRIO OSCILA ENTRE -3º E 18º c

CLIMA TEMPERADO CLIMA TEMPERADO CLIMA TEMPERADO


A TEMPERATURA DO MÊS COM CHUVAS TODOS COM CHUVAS TODOS ''Cfbl" A TEMPERATURA DO MÊS MAIS QUENTE É INFERIOR A 22º c A
CLIMA TEMPERADO
FRIO OSCILA EMTRE -3º E 18º c OS MESES OS MESES OU DAS FAIAS A DO MÊS MAIS FRIO OSCILA ENTRE -3º E 18º c

PARTICULARIDADE REGIONAL: OS CLIMAS ''Cfb'' COM AS TEMPERAS EXTREMAS COMPREENDIDOS ENTRE

10º c E 20º c SÃO REPRESENTADOS PELA FORMULA ''Cfbl''

SUBDIVISÃO REGIONAL E CARACTERÍSTICAS DAS VARIEDADES ESPECÍFICAS


TEMPERAT. MÉDIA TEMPERATURA TEMP. MÉDIA DO MES TEMPERAT. MÉDIA
FORMULA CONVENÇÃO DENOMINAÇÃO SUBDIVISÃO ÁREAS MORFO CLIMÁTICAS DO MES MAIS MAIS QUENTE DA
QUENTE (JANEIRAO) MÉDIA ANUAL REGIÃO (JANEIRO) ANUAL DA REGIÃO

CLIMA
a
''Cfbl'' I
PLANALTO BASÁLTICO SUPERIOR (ALTITUDE ACIMA DE 600 m ) 20,6 15,9
TEMPERADO INFERIOR A 22º c INFERIOR A 18º c
OU DAS FAIAS b ESCUDO SUL-RIOGRANDENSE - URUGUAIO (ALTURA 400 m E SUPERIORS ) 21,5 16,4
a PLANALTO BASÁLTICO INFERIDO ( ALTITUDE ENTRE 400 E 600 m )
CLIMA INFERIOR 22,7 17,6
b
1 PERIFERIA DO BORDO ERODIDO DO PLANALTO BASALTICO SUPERIOR 22,3 17,3
c A
SUB - ESCUDO SUL-RIOGRANDENSE - URUGUAIO (ALTITUDE INFERIOR A 400 m ) 23,2 17,4
d

''Cfa'' TROPICAL II a
PLANÍCIE SEDIMENTAR LITORÂNEA LAGUNAR (ALT. INFERIOR A 100 m ) A 18º c

SUPERIOR
22,7

24,8
17,6

19,3
PLANÍCIE DO VALE DO URUGUAI E PARTE DO PLANALTO BASÁLTICO INFERIOR 22º c
OU A 24,7 19,1
2 b PENEPLANÍCIE SEDIMENTAR PERIFÉRICA ( ALT. INFERIOR A 400 m )
VISINAL 23,2 18,2
c VALE DO CAMAQUÃ ( ALT. INFERIOR A 400 m ) 18º c

Figura 2: Mapa Climático do Rio Grande do Sul, com a localização da área de estudo destacada em
vermelho.

2.1.3 Clima em Caçapava do Sul


O município de Caçapava do Sul, onde está inserido o empreendimento objeto de
estudo, encontra-se em área de transição dos tipos climáticos Subtropical, do tipo CfaII1c e
estreita faixa característica de Clima Temperado Cfb1, estando o empreendimento quase
totalmente inserido em zona de clima CfaII1c. Este se caracteriza como subtropical úmido, sem
estação seca definida, com verões quentes e temperatura média anual de 17,4°C, segundo a
classificação de Köppen (apud MORENO, 1961).

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2.1.4 Ventos
A Circulação Atmosférica é o processo de movimentação do ar ou das massas de ar,
ocasionado pelas diferenças de pressão e temperatura existentes na atmosfera terrestre. Os
ventos são, em resumo, um agente da circulação atmosférica que busca equilibrar o balanço
energético do planeta, levando ar frio e umidade dos locais mais frios para os mais quentes.
Sofrem influência direta dos efeitos de rotação e translação da Terra, além da força de coriólis.
Apesar da aparente imprevisibilidade, o vento traduz uma contínua movimentação da
atmosfera, resultante da circulação de massas de ar provocada pela energia radiante do Sol e
pela rotação da Terra. Entre os principais mecanismos atuantes, destaca-se o aquecimento
desigual da superfície terrestre, que ocorre tanto em escala global (latitudes e ciclo dia-noite)
quanto local (mar-terra, montanha-vale). Assim, é natural que as velocidades e direções de
vento apresentem tendências diurnas e sazonais dentro de seu caráter estocástico (SEMC,
2002).

Ventos no Rio Grande do Sul


A fim de se entender a dinâmica atmosférica que domina o sistema de ventos no estado
do Rio Grande do Sul, elencaram-se os principais sistemas de circulação atuantes no estado e
os ventos resultantes.
Portanto, são 03 os principais sistemas de pressão que influenciam a dinâmica de
ventos no estado: O Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul, o Anticiclone Móvel Polar e a
Depressão Barométrica do Nordeste da Argentina (baixa pressão do Chaco).

ANTICICLONE SUBTROPICAL DO ATLÂNTICO SUL


Célula de alta pressão, caracterizada por elevado calor e umidade provenientes da
região das baixas latitudes tropicais. É o principal formador dos ventos dos quadrantes leste e
nordeste e exerce maior influência no território do Rio Grande do Sul principalmente nos meses
de primavera e verão.

ANTICICLONE MÓVEL POLAR


Origina-se na região polar de superfície gelada constituída pelo Continente Antártico e
pela banquisa fixa. Invadem o Rio Grande do Sul com ventos de Oeste/sudoeste, defletindo
para sul/sudeste ao se aproximar do trópico. É o responsável pelos ventos do quadrante
sudoeste, associados às frentes frias, conhecidos no estado como “vento minuano“. Sua
frequência é regular durante o inverno, chegando a aproximadamente uma entrada de “frente
fria” por semana (IBGE, 1990).

BAIXA PRESSÃO DO CHACO


A Depressão Barométrica do Nordeste da Argentina (ou baixa pressão do Chaco, nome
como é conhecida esta região) parece ter sua gênese ligada ao movimento ondulatório da

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frente polar em contato com o ar quente da zona tropical. Este sistema exerce alguma
influência principalmente durante o verão, ocasionando aumento da umidade relativa do ar,
chuvas e sensação de “abafamento”, associado a ventos quentes dos quadrantes noroeste e
norte.

Direção
Tomando como base os sistemas de pressão anteriormente apresentados, temos uma
alternância de direção dos ventos predominantes, sendo que os ventos dos quadrantes
nordeste/leste e sul/sudoeste são os mais significativos e predominam nos meses de
primavera/verão e outono/inverno, respectivamente. Os ventos da direção nordeste/leste são
mais significativos de uma maneira geral, com maior frequência nos meses de primavera e
verão e estão associados à influência do Anticiclone subtropical do Atlântico Sul, enquanto os
ventos de direção sul/sudoeste estão associados à chegada de frentes frias e passagens de
frentes polares, tendo predominância nos meses de outono/inverno. Secundariamente ocorrem
ventos de noroeste/norte, associados à baixa pressão do Chaco, com maior frequência durante
o verão.
Apesar da alternância de ventos, a análise dos valores da série histórica do INMET
mostra que os ventos são mais constantes do quadrante leste em todos os meses do ano
(Quadro 1) demonstrando a predominância do Sistema de Alta Pressão do Atlântico Sul sobre
os demais sistemas geradores de ventos que atuam na região.

Quadro 1: Normais Climatológicas do Brasil 1961-1990 - Direção Predominante do Vento (pontos


cardeais e colaterais). INMET
Nome
Jan Fev. Mar Abr. Mai Jun. Jul. Ago. Set Out Nov. Dez Ano
Estação
Caçapava
E E E E E E E E E E E E E
do Sul

Velocidade
Analisando a série de dados históricos do Instituto Nacional de Meteorologia (1960 –
1990) conclui-se que os ventos são constantes, com velocidades variando entre 2,5 e 3 m/s
(metros por segundo) e velocidade média anual de 2,81 m/s. Os meses com maiores
intensidades de ventos são Agosto (3,05 m/s), Setembro (3,21 m/s) e outubro (2,97 m/s). O
Gráfico 1 ilustra melhor os dados apresentados.

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Gráfico 1: Dados de velocidade dos ventos em Caçapava do Sul. Fonte: INMET – Séries Históricas,
1960 – 1990.
3.5 3.21
3.05 2.97
2.79 2.89 2.89 2.81
3 2.66 2.60 2.68 2.65 2.66 2.73
2.5
2
1.5
1
0.5
0

Constância
Apesar da alternância de ventos, a análise dos valores da série histórica do INMET
(Gráfico 1) mostra que os ventos são constantes em todos os meses do ano, não havendo
períodos significativos de calmas.

2.1.5 Temperaturas
Conforme já apresentado, Caçapava do Sul encontra-se em ambiente com Clima
subtropical com verões quentes (Cfa). Os dados de temperaturas médias absolutas podem ser
analisados no Gráfico 2 a seguir.

Gráfico 2: Gráfico de Temperatura média anual mensal. Série Histórica 1960-1990. INMET.
3.5 3.21
3.05 2.97
2.79 2.89 2.89 2.81
3 2.66 2.60 2.68 2.65 2.66 2.73
2.5
2
1.5
1
0.5
0

Como podemos ver na análise dos dados compilados na série histórica, Caçapava do
Sul apresenta uma temperatura média anual de 16,9º C, tendo o mês mais quente (Fevereiro)
uma temperatura média de 22,0º C enquanto o mês mais frio (Julho) apresentou temperatura

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média de 12,1ºC. Ainda, os meses com temperaturas médias mais elevadas são Dezembro,
Janeiro e Fevereiro, enquanto os meses com temperaturas mais baixas são Junho, Julho e
Agosto.
Para o ano de 2014, a temperatura máxima registrada em Caçapava do Sul foi de 30ºC
no dia 06/02, enquanto a temperatura mínima foi de 6,0ºC registrada em 25/07, como mostra
aFigura 3.

Figura 3: Gráfico com temperaturas mínimas e máximas no ano de 2014 registradas no município de
Caçapava do Sul. INMET.

Temperaturas Extremas
Segundo dados da estação meteorológica 83959, localizada em Caçapava do Sul, a
temperatura mensal máxima para Caçapava do Sul entre os anos de 1960-1990 ficou em torno
de 22,2° C. Os meses de janeiro e fevereiro apresentaram temperatura mensal máxima de
28,5° C, em média, enquanto o mês de junho apresentou uma média de temperatura máxima
de 16,1° C. A temperatura máxima absoluta se deu em fevereiro de 1965, quando os
termômetros alcançaram a marca de 39,5° C.
Já as temperaturas mínimas, para o mesmo período, ficaram em torno de 12,5° C,
sendo os meses de julho e agosto os mais frios, com mínimas em torno de 8,6° C, enquanto o
mês de fevereiro apresentou temperaturas mínimas em torno de 17° C. A temperatura mínima
absoluta registrada no período de 1960-1990 ocorreu em junho de 1967, quando os
termômetros marcaram -2,4° C.

2.1.6 Umidade do Ar
A umidade relativa do ar para Caçapava do Sul é regular, tendo média anual de 79,2%,
com maior umidade nos meses de junho (85,3%) e julho (84,9%) e ar mais seco nos meses de
dezembro (71,5%) e janeiro (73,8%), como mostra o Gráfico 3.

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30
Gráfico 3: Valor médio de umidade relativa do ar no município de Caçapava do Sul entre 1960-1990.
Série Histórica, INMET.

Umidade Relativa do Ar - Caçapava do Sul


85.3 84.9
82.8
80.9 81.4 81.4
79.3 79.2
76.6 77.5
73.8 75
71.5

2.1.7 Regime de Chuvas


A precipitação é tipicamente subtropical, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano.
Para os anos de 1960 a 1990 a precipitação média mensal foi de 143 mm e anual de
aproximadamente 1700 mm, como mostra o Gráfico 4.

Gráfico 4: Variação mensal de precipitação entre 1960-1990 no município de Caçapava do Sul. Fonte:
INMET.

Valor Mensal de Precipitação -Caçapava do Sul


174.7 177 176.6 175.5
152.7
138.4 135.4 143.1
110.7
91.6 98.1

0 0

As maiores precipitações médias se verificaram nos meses de Julho (177,0 mm),


setembro (176,6 mm) e outubro (175,5 mm), enquanto choveu menos nos meses de abril (91,6
mm) e maio (98,1 mm).
Por falha na captação de dados não foi possível apresentar os registros para os meses
de agosto e novembro, portanto, os dados foram extrapolados para apresentar-se a média
anual.

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Analisando o acumulado de chuvas para o mês de agosto/2014, captado através da
Estação Meteorológica nº A812 (INMET – Caçapava do Sul), chegou-se a um acumulado de 62
mm, enquanto para o mês de novembro/2014 o acumulado de precipitação foi de 89 mm.

2.1.8 Balanço Hídrico


O balanço hídrico climatológico, desenvolvido por Thornthwaite & Mather (1955) é uma
das várias maneiras de se monitorar a variação do armazenamento de água no solo. Através
da contabilização do suprimento natural de água ao solo, pela chuva (P), e da demanda
atmosférica, pela evapotranspiração potencial (ETP), e com um nível máximo de
armazenamento ou capacidade de água disponível (CAD) apropriada ao estudo em questão, o
balanço hídrico fornece estimativas da evapotranspiração real (ETR), da deficiência hídrica
(DEF), do excedente hídrico (EXC) e do armazenamento de água no solo (ARM), podendo ser
elaborado desde a escala diária até a mensal (Camargo, 1971; Pereira et al., 1997).
O balanço hídrico climatológico é mais frequentemente apresentado na escala mensal e
para um ano médio, ou seja, o balanço hídrico cíclico, elaborado a partir das normais
climatológicas de temperatura média e chuva do local. De acordo com Camargo & Camargo
(1993), o balanço hídrico climatológico é um instrumento agrometeorológico útil e prático para
caracterizar o fator umidade do clima, sendo sua utilização indispensável na caracterização
climática. Neste trabalho é considerado o balanço hídrico do município de Encruzilhada do Sul,
pois o clima e relevo são semelhantes ao de Caçapava do Sul, e também porque esta é a
estação meteorológica mais próxima (82 Km), com dados suficientes para realizar este tipo de
análise.
O Quadro 2 sintetiza os dados climatológicos para análise do balanço hídrico mensal,
considerando valores médios assumidos a partir dos dados compilados na série histórica de
1960 a 1990 (INMET) para a estação de Encruzilhada do Sul.

Quadro 2: Dados Climatológicos do período de 1961 a 1990. Estação de Encruzilhada do Sul. INMET.
Legenda: T=Temperatura; P=Precipitação; ETP=Evapotranspiração Potencial; ARM=Nível Máximo de
Armazenamento; ETR=Evapotranspiração Real; DEF=Deficiência Hídrica; EXC=Excedente Hídrico.
Mês T (ºC) P (mm) ETP ARM (mm) ETR (mm) DEF (mm) EXC (mm)
Jan 22,1 118 114 92 114 0 0
Fev 21,9 137 101 100 101 0 28
Mar 20,4 128 93 100 93 0 35
Abr 17,4 97 63 100 63 0 34
Mai 14,8 113 45 100 45 0 68
Jun 12,2 149 29 100 29 0 120
Jul 12,2 157 30 100 30 0 127
Ago 12,7 151 34 100 34 0 118
Set 14,3 141 43 100 43 0 98
Out 16,5 127 62 100 62 0 65
Nov 19,5 122 87 100 87 0 35

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Dez 21,7 101 113 88 113 1 0
TOTAIS 206 1.541 815 1.181 814 1 727
MÉDIAS 17,1 128 68 98 68 0 61

Percebe-se que apenas os meses de janeiro e dezembro não apresentaram excedente


hídrico, sendo que os maiores índices foram apresentados nos meses de junho (120 mm), julho
(127 mm) e agosto (118 mm). Em condições normais o balanço hídrico apresenta saldo
positivo (61 mm), pois a precipitação é muito maior do que a evapotranspiração ao longo do
ano.
Segundo Silva (2010) a tendência atual para a região é de níveis normais de
pluviosidade, sendo que entre os anos 1990 e 2010 foram registrados apenas 04 anos (1996,
1999, 2005 e 2006) com períodos de seca (relação pluviosidade versus temperatura
apresentando balanço menor do que 6mm / 01°C ao mês). Esta relação é melhor apresentada
no Item 2.1.11 Eventos Meteorológicos Extremos.
Como discutido anteriormente, o balanço hídrico informa sobre a variação do
armazenamento de água no solo, ou seja, fornece informações sobre a água que integra e que
deixa um sistema, contabilizando o balanço das águas nos solos. Sendo assim, a análise do
histórico do balanço hídrico climatológico (Figura 4) auxilia no entendimento sobre o
comportamento do escoamento superficial na cidade foco do estudo em questão.

Figura 4: Balanço Hídrico Climatológico para o Município de Caçapava do Sul baseado no banco de
dados equivalente ao período de 1961 a 1990. INMET.

A Figura 4 evidencia o cenário de excedente hídrico predominante durante todo o ano


no Município em questão. Excedente hídrico equivale à água gravitacional drenada em
profundidade, uma vez que o solo não consegue retê-la. Este também pode ser descrito como

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a diferença entre a água oriunda de precipitação e evapotranspiração que é armazenada no
solo fazendo com que esse atinja sua máxima capacidade de retenção.
Adicionalmente, considerando que os solos da região são classificados como Neossolos
Regolíticos húmicos, e que estes são tipicamente solos jovens, rasos e consequentemente de
menor capacidade de retenção de água, tem-se a intensificação do escoamento superficial.
Outra forma de entender o comportamento do escoamento superficial na área de estudo
é através dos resultados dos ensaios de permeabilidade (teste de rebaixamento) realizado no
local. O Quadro 3 seguir resume os resultados encontrados.

Quadro 3: Compilação dos resultados dos ensaios de permeabilidade realizados na área de estudo,
comparando os valores de condutividade hidráulica (K) para a classificação dos materiais, conforme
classificação de Feitosa e Manoel Filho (2000).
Ponto Condutividade Hidráulica (K) Material
TP1 6,43E-05 Silte; silte arenoso/ areia argilosa
TP2 2,41E-05 Silte; silte arenoso/ areia argilosa
TP3 3,21E-04 Silte; silte arenoso/ areia argilosa
TP4 3,68E-05 Silte; silte arenoso/ areia argilosa
TP5 3,01E-04 Silte; silte arenoso/ areia argilosa
TP6 1,77E-04 Silte; silte arenoso/ areia argilosa
TP7 9,64E-05 Silte; silte arenoso/ areia argilosa
TP8 8,02E-06 Silte; silte arenoso/ areia argilosa
TP9 9,64E-05 Silte; silte arenoso/ areia argilosa
TP10 2,49E-04 Silte; silte arenoso/ areia argilosa.

Embora a condutividade hidráulica, bem como permeabilidade e capacidade de


infiltração sejam discutidos em detalhe respectivamente nos tópicos 6.4. Permeabilidade e
7.4.3. Condutividade Hidráulica os resultados indicam um solo síltico, silto arenoso ou areno
argiloso, caracterizando o escoamento superficial como alto, uma vez considerada a baixa
condutividade hidráulica do material em questão, uma vez considerado o baixo tamanho de
grão implicando em baixa permeabilidade e capacidade de infiltração.

2.1.9 Nebulosidade
Nebulosidade é a razão da cobertura de nuvens existente sobre determinada fração do
território, determinada a partir da visualização de um observador. Geralmente é expressa em
décimos. Por exemplo, a partir da observação do seu entorno um observador determina que o
céu esteja 05 décimos encoberto (ou seja, apresenta 50% de cobertura de nuvens).

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Gráfico 5: Nebulosidade média mensal em Caçapava do Sul para os anos de 1960 a 1990. INMET.

Nebulosidade Média Mensal - Caçapava do Sul


0.35
0.3 0.3 0.3 0.3 0.3 0.3
Cobertura de Nuvens

0.3
0.25
0.2 0.2 0.2 0.2 0.2 0.2 0.2
0.2
0.15
0.1
0.05
0

Percebe-se que há pouca nebulosidade, mantendo-se em torno de 20 % durante todo o


ano, com ligeiro acréscimo (30%) no período de inverno até o meio da primavera. Portanto, o
tempo é predominantemente ensolarado.

2.1.10 Eventos Meteorológicos Extremos


A ocorrência de ventos extremos ocasionada por ciclones é pouco provável, uma vez
que sua ocorrência é condicionada à existência de uma área fonte de baixa pressão
atmosférica sobreposta a uma superfície de águas aquecidas, o que não ocorre nessa latitude.
Ainda que eventualmente algum centro de baixa pressão possa formar ciclones próximos à
costa do litoral gaúcho, estes não chegam a atingir a área de estudo com intensidade capaz de
provocar muitos danos.
Os principais eventos meteorológicos extremos que podem ocorrer na área são
eventuais excessos de precipitação associados a frentes frias e/ou estiagens prolongadas.
Estes eventos podem ser potencializados pela influência do Aquecimento (El Niño) ou
Resfriamento (La Niña) anormal das águas do Oceano Pacífico. Eventos de El Niño e La Niña
tem uma tendência a se alternar cada 03 e 07 anos. Porém, de um evento ao seguinte o
intervalo pode mudar de 1 a 10 anos.
Em termos técnicos, o fenômeno El Niño é conhecido como ENOS – El Niño Oscilação
Sul. O ENOS representa de forma mais genérica um fenômeno de interação atmosfera-oceano,
associado a alterações dos padrões normais da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e
dos ventos alísios na região do Pacífico Equatorial.
Os principais impactos relacionados ao fenômeno El Niño que podem afetar a área de
estudo são o aumento da temperatura média e dos índices pluviométricos nos meses de
inverno e primavera, enquanto o fenômeno La Niña pode provocar secas severas e estiagem
durante os meses de verão. Isso porque em anos de El Niño a corrente de jato represa as

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frentes frias na região sul do Brasil, ocasionando chuvas abundantes nos meses de inverno e
primavera. Já em períodos de La Niña a atmosfera se mantém mais fria, fazendo com que as
frentes frias ocorram mais próximas ao oceano e à costa brasileira, fazendo com que a região
sul do Brasil como um todo tenha tempo mais seco.

Figura 5: Efeitos Globais do El Niño nos meses de inverno e evolução da Anomalia de Temperatura da
Superfície do Mar e do Índice de Oscilação Sul. Fonte: CPTEC, 2015.

Atualmente a região sul vem sofrendo influência do fenômeno El Niño, o que pode ser
visto com as altas pluviosidades registradas para 2015, com registros de alagamento no estado
do Rio Grande do Sul em diversas regiões. Como pode ser visto na Figura 5, este fenômeno
iniciou-se em abril de 2014 e vem se mantendo até os dias atuais, sendo que se intensificaram
a partir de maio de 2015.

SECAS E ESTIAGENS
Considerando a necessidade de se estudar os períodos de secas ou estiagens na área
de interesse do empreendimento, buscou-se nos estudos de Silva (2010) apresentar os anos
com ocorrência de estiagens na região. A referida autora compilou dados de precipitação
acumulada e temperatura média mensal da Estação Meteorológica do município de Bagé entre
os anos de 1961 e 2009, entre outras referências. Através de uma correlação entre a
precipitação e temperatura média, apresenta como resultado um índice mensal de estiagem, o
qual considera meses secos todos aqueles que apresentaram índice de precipitação menor do
que 6mm para cada 1°C de temperatura registrada para o respectivo mês.
Em síntese, apresenta uma tabela com os anos considerados mais secos dentro desta
série histórica, com os dados de precipitação anual acumulada, temperatura média, índice de
anomalia anual é o número de meses considerados “secos” (Quadro 4).

Quadro 4: Anos considerados “secos” para o município de Bagé entre 1961-2009 (Silva, 2010).
Precipitação Temperatura Índice de anomalia
Ano Classificação Nº meses secos
anual (mm) média (ºC) anual (mm)
1962 Seco 886,10 18,2 -2,36 10
1964 Seco 796,50 17,9 -3,06 11

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Precipitação Temperatura Índice de anomalia
Ano Classificação Nº meses secos
anual (mm) média (ºC) anual (mm)
1968 Seco 1033,90 19,1 -2,17 9
1969 Seco 953,50 18,9 -2,3 10
1970 Seco 1210,10 18,8 -1,01 8
1971 Seco 1096,00 18,2 -1,64 7
1974 Seco 1192,80 18,1 -0,96 7
1975 Seco 1126,20 18,4 -0,87 7
1978 Seco 959,70 18,7 -2,19 10
1979 Seco 995,00 18,2 -1,92 9
1980 Seco 1300,10 18,9 -0,91 7
1981 Seco 975,20 18,8 -2,15 8
1982 Seco 1092,40 18,8 -1,68 7
1988 Seco 1051,80 18,2 -1,74 9
1989 Seco 798,90 19,4 -3,29 10
1996 Seco 1148,00 18,3 -1,68 9
1999 Seco 976,30 18,1 -1,85 8
2005 Seco 1149,50 18,4 -1,06 7
2006 Seco 1084,30 18,4 -1,72 8

Como pode ser visto, de um total de 48 anos, 19 foram considerados “secos”, sendo
que os anos de 1964 e 1989 apresentaram os menores índices pluviométricos do período.
Ainda, em sua análise de resultados, Silva (2010) constatou que os meses menos
úmidos para a região e o período analisado foram dezembro (4,51 mm), março (4,81 mm),
janeiro (4,93 mm) e novembro (5,53 mm). Ainda assim, constata que houve incremento no
regime de chuvas a partir da metade do período analisado, com diminuição dos períodos de
estiagens ao longo dos anos.

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3. GEOMORFOLOGIA

A geomorfologia é um conhecimento específico, sistematizado, que tem por objetivo


analisar as formas do relevo, buscando compreender os processos pretéritos e atuais de
transformação da paisagem. O modelado do relevo é resultado do jogo de forças antagônicas,
sistematizadas pelas atividades tectogenéticas (endógenas) e mecanismos morfoclimáticos
(exógenos), responsáveis pelas formas resultantes (CASSETI).
A fim de sistematizar o estudo geomorfológico, Ab’Saber individualizou a análise em 3
níveis: a compartimentação morfológica, o levantamento da estrutura superficial e o
estudo da fisiologia da paisagem.
A compartimentação morfológica inclui observações relativas aos diferentes níveis
topográficos e características do relevo, que apresentam uma importância direta no processo
de ocupação. Nesse aspecto a geomorfologia assume importância ao definir os diferentes
graus de risco que uma área possui, oferecendo subsídios ou recomendações quanto à forma
de ocupação e uso.
A estrutura superficial, ou depósitos correlativos se constitui importante elemento
na definição do grau de fragilidade do terreno, sendo responsável pelo entendimento histórico
da sua evolução, como se pode comprovar através dos paleopavimentos. Sabendo das
características específicas dos diferentes tipos de depósitos que ocorrem em diferentes
condições climáticas, torna-se possível compreender a dinâmica evolutiva comandada pelos
elementos do clima considerando sua posição em relação aos níveis de base atuais,
vinculados ou não a ajustamentos tectônicos.
A fisiologia da paisagem, terceiro nível de abordagem, tem por objetivo compreender
a ação dos processos morfodinâmicos atuais, inserindo-se na análise o homem como sujeito
modificador. A presença humana normalmente tem respondido pela aceleração dos processos
morfogenéticos, como as formações denominadas de tectogênicas, abreviando a atividade
evolutiva do modelado. Mesmo a ação indireta do homem, ao eliminar a interface representada
pela cobertura vegetal, altera de forma substancial as relações entre as forças de ação
(processos morfogenéticos ou morfodinâmicos) e de reação da formação superficial, gerando
desequilíbrios morfológicos ou impactos geoambientais como os movimentos de massa,
boçorocamento, assoreamento, dentre outros, chegando a resultados catastróficos, a exemplo
dos deslizamentos em áreas topograficamente movimentadas.

3.1 Metodologia de Análise Geomorfológica

Neste estudo serão utilizados os conceitos abordados por IBGE (2009) para
compartimentação e análise do relevo. Conforme esta proposta, o relevo é individualizado em
05 táxons principais: Domínios Morfoestruturais, Regiões Geomorfológicas, Unidades

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Geomorfológicas, Modelados e Formas de relevo, abrangendo as diferentes áreas de influência
do empreendimento.

A. Domínios Morfoestruturais
Compreendem os maiores táxons na compartimentação do revelo. Ocorrem em escala
regional e organizam os fatos geomorfológicos segundo a geologia de seu substrato e a
tectônica que atua sobre elas. A natureza das rochas base, aliada a influência de efeitos
climáticos variáveis, geraram amplos conjuntos de relevos com características semelhantes.
Para o Brasil, foram definidos quatro domínios morfoestruturais: Depósitos Sedimentares
Quaternários, Bacias e Coberturas Sedimentares Fanerozoicas, Cinturões Móveis
Neoproterozoicos e Crátons Neoproterozoicos. A Figura 6 ilustra a espacialização destes
domínios sobre o território nacional, apresentando também a correlação com os seis domínios
morfoclimáticos apresentados por Ab’Saber (1965), sintetizados por formas padronizadas de
relevo e cobertura vegetal.

Figura 6: Mapa de Domínios Morfoestruturais e Morfoclimáticos do Brasil. Adaptação - IBGE, 2006.

B. Regiões Geomorfológicas
Segundo nível hierárquico na classificação do relevo, representa os compartimentos
inseridos nos conjuntos litomorfoestruturais os quais, sob ação de fatores climáticos pretéritos

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e atuais, resultam em agrupamentos de feições semelhantes, associadas às formações
superficiais e às fitofisionomias.

C. Unidade Geomorfológica
Este terceiro nível taxonômico é definido como um arranjo de formas altimétrica e
fisionomicamente semelhantes em seus diversos tipos de modelados.
Os conjuntos de formas de relevos que compõem as unidades geomorfológicas são
identificados como planícies, depressões, tabuleiros, chapadas, patamares, planaltos e serras.

D. Modelados
Quarta ordem de compartimentação, o modelado abrange um padrão de formas de
relevo que apresentam definição geométrica similar em função de uma gênese comum e dos
processos morfogenéticos atuantes, resultando em materiais superficiais correlativos.
Segundo IBGE (2009), são identificados quatro tipos de modelados: Modelado de
Acumulação, de Aplanamento, de Dissolução e de Dissecação.
Os modelados de acumulação são resultantes da conjugação ou atuação simultânea
de processos diversos. São diferenciados em função de sua gênese, em: fluviais, lacustres,
marinhos, lagunares, eólicos e/ou mistos.
Os modelados de aplanamento são caracterizados por sua gênese e funcionalidade
combinadas ao atual estado de conservação ou degradação imposto por episódios erosivos
posteriores a sua formação.
Os modelados de dissolução ocorrem em rochas carbonáticas e podem ser
classificados de acordo com sua evolução a partir de sua identificação em superfície ou
subsuperfície.
Os modelados de dissecação são os mais comuns na paisagem brasileira.
Diferenciam-se em dissecados homogêneos, estruturais e em ravinas. Os dois primeiros são
definidos pela forma dos topos e pelo aprofundamento e densidade da drenagem. As feições
de topo do relevo são classificadas em: convexas, tabulares ou aguçadas.
Além das formas de topos, dados morfométricos da densidade e aprofundamento das
drenagens, o fator declividade também é largamente utilizado na identificação e caracterização
das unidades geomorfológicas.

E. Formas de Relevo
Quinto táxon adotado, as formas de relevo simbolizadas abrangem feições que, devido
a sua dimensão espacial, só podem ser representadas por símbolos lineares ou pontuais.
Estas compartimentações geomorfológicas serão melhores apresentadas quando da
individualização e classificação do relevo na área de estudo.

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3.2 Geomorfologia do Rio Grande do Sul

O estado do Rio Grande do Sul apresenta cinco unidades geomorfológicas bem


definidas: ao norte o Planalto Meridional, a oeste a Cuesta de Haedo, ao centro e sudoeste a
Depressão central ou periférica, no centro-sul do estado o Escudo sul-rio-grandense e, por
fim, limitando-se com o oceano atlântico a leste a Planície Costeira.
A área de estudo encontra-se no município de Caçapava do Sul, inserido na unidade
geomorfológica Escudo sul-rio-grandense, mais precisamente no distrito de Minas do
Camaquã, como pode ser visto Figura 7.

Figura 7: Unidades Geomorfológicas do Rio Grande do Sul, com a área de estudo destacada em
amarelo.

O Escudo Sul-rio-grandense é composto por rochas ígneas do período Pré-


Cambriano e, por isto mesmo, muito desgastadas pela erosão. Sua altitude não
ultrapassa os 600 metros.

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3.3 Compartimentação Geomorfológica Regional

De acordo com o Mapa Geomorfológico da Região (IBGE, 2003), a área de estudo


insere-se no domínio morfoestrutural de Embasamentos em Estilos Complexos, composto por
unidades pertencentes à região geomorfológica do Planalto Sul-Rio-Grandense.
IBGE (1986) define o Planalto Sul-Rio-Grandense como composto por duas estruturas
básicas que são Planaltos Residuais Canguçu-Caçapava do Sul e os Planaltos Rebaixados
Marginais.
O Planalto Rebaixado Marginal é composto pelas superfícies muito dissecadas que
estão normalmente próximas das cotas de 200 m.

3.3.1 Planalto Rebaixado Marginal


Composto por uma superfície dissecada, posicionada altimetricamente entre 100 e 200
m, podendo atingir até 450 m. O relevo encontra-se bastante dissecado, configurando colinas,
com encostas geralmente íngremes. Destacam-se relevos alongados de topo plano ou
convexo, com vertentes de forte declividade. Os rios que passam por esta unidade muitas
vezes se adaptam às linhas de fratura, originando vales ou sulcos estruturais.

3.3.2 Planaltos Residuais Canguçu-Caçapava do Sul


Os Planaltos Residuais compreendem superfícies elevadas muito aplainadas,
praticamente não gastas pelos processos erosivos. Estes formam superfícies muito antigas
com bordas muito conservadas e lisas. Estão distribuídas nas cotas superiores a 400 m.
De forma geral, estas unidades geomorfológicas compreendem modelos de dissecação
fluvial homogênea, sendo definidas pela combinação densidade (pode variar de muito
grosseira a muito fina) e aprofundamento das drenagens (que pode variar de Muito fraco a
Muito forte).
A área de estudo apresenta drenagens com densidade entre grosseira e média, e
aprofundamento muito fraco, com média predisposição à erosão.

3.4 Compartimentação Geomorfológica Local

O relevo compreende as diferentes formas e aspectos da superfície da crosta terrestre,


ou seja, o conjunto de desnivelamentos da superfície do globo. Em topografia, o relevo é
definido como a diferença de cota ou altitude existente entre um ponto e outro, porém, na
geologia e na geomorfologia, é um termo descritivo, sujeito à explicação e interpretação de sua
formação e de sua paisagem (GUERRA, 2006).
De maneira geral, a área de estudo é composta por relevo ondulado, em forma de
coxilhas e morros testemunhos. Estes são compostos por conglomerados de arenitos

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recobertos por clastos provenientes de rochas cristalinas, em geral cascalhos. Apresentam
estratificação, denotando retrabalhamento fluvial pretérito.
Os topos em geral são convexos, entalhados por sulcos e cabeceiras de drenagens de
primeira ordem. Maiores detalhes serão apresentados a seguir.

3.4.1 Compartimentação Topográfica das Áreas de Estudo


São estudadas especificamente sete áreas que serão diretamente afetadas pelo
empreendimento. Serão três cavas para extração do bem mineral, uma área de
beneficiamento de minério, duas pilhas de rejeito e uma pilha de estéril. A Cava 1 e parte
da pilha de rejeito oeste encontram-se sob domínio da unidade geomorfológica Planalto
Rebaixado Marginal, enquanto as demais áreas encontram-se na unidade geomorfológica
Planaltos Residuais Canguçu-Caçapava do Sul, como pode ser visto na Prancha 01- Mapa
Geomorfológico e na Prancha 02- Mapa Planialtimétrico (em anexo).
Apresenta-se a seguir uma análise da paisagem de cada uma das áreas, para melhor
entendimento do ambiente e das suas características morfológicas.

CAVA 1
Ponto mais ao sul dentre as áreas em estudo, a cava 01 fica no centro de uma vertente,
com orientação N-S e leve inclinação para sudoeste, a aproximadamente 700 metros da
Estrada Passo do Cação.
Esta vertente forma-se em vale encaixado entre duas elevações, uma colina (a oeste)
com inclinação mais abrupta (aproximadamente 30% próximo à base e maior inclinação no
terço superior, escarpado), orientada para E/SE (característico do Planalto Rebaixado
Marginal) enquanto a leste da área há uma coxilha com inclinação mais suave
(aproximadamente 17%), orientada para oeste/sudoeste.
Os topos das vertentes são convexos; a vertente oeste apresenta exposição da rocha
base no seu terço superior, devido à elevada inclinação que acentua os processos
denudacionais, enquanto a vertente mais ao leste apresenta cobertura vegetal densa. O centro
do vale apresenta perfil plano com suave inclinação para S/SW a partir de sua metade sul,
formando pequeno canal que drena as águas superficiais para oeste/sudoeste por
aproximadamente 1 km, quando deságuam no Rio Camaquã. As Figura 8 e Figura 9, e as Foto
1 e Foto 2 ilustram melhor a área da Cava 01.

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43
Figura 8: Área da Cava 1 (em laranja) e estrada Figura 9: Inclinação da área amostrada. Adaptado
Passo do Cação. Adaptado de Google Earth, de Google Earth, 2015. Geoprospec,2015.
2015. Geoprospec,2015.

Foto 1: Vista sudeste da Cava 1. Foto: Foto 2: Vista sudoeste da Cava 1. Foto:
Geoprospec, 2015. Geoprospec, 2015.

CAVA 2
A cava 02 encontra-se inserida na unidade geomorfológica Planaltos Residuais
Canguçu-Caçapava do Sul, em área de topo de vertentes, na linha de cumeada que serve
como divisor de águas em alinhamento Sul/Norte por onde passa a estrada Passo do Cação. O
relevo da área apresenta modelado de dissecação homogênea, com fraco aprofundamento das
incisões e densidade de drenagens média. Os topos são convexos, com leve concavidade ao
centro da área, formando talvegue com alinhamento SW/NE, e declividade média de 5%.
A metade oeste da área apresenta afloramentos da rocha base e sinais de
intemperismo físico entremeados por área com cobertura vegetal em estágio inicial (gramíneas,
caraguatá, cactáceas). O centro da área, côncavo, apresenta solo mais profundo e
desenvolvido, composto por silte argiloso. A vertente norte apresenta vegetação arbórea mais
desenvolvida, enquanto o restante da área é composto por vegetação secundária em estágio
inicial, anteriormente citada. As Figura 10 e Figura 11 e as Foto 3 e Foto 4ilustram melhor a
área da Cava 2.

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Figura 10: Área da Cava 02 (em verde). Figura 11: Área da Cava 02 mostrando a
declividade da área em ângulo transversal com
vista para o norte.

Foto 3: Vista da cobertura vegetal da Cava 2. Foto 4: solo na região côncava próxima ao centro
da área.

CAVA 3
Área de 45,2 hectares, distribuídos em alinhamento norte sul, disposta à oeste da
Estrada Passo do Cação. A vertente oeste desta coxilha possui declividade preferencial para
oeste/noroeste, com vertente secundária com orientação de drenagem para sudoeste, a leste
da área. Esta vertente possui concavidades que criam bacias de acumulação e formam
barramentos artificiais de água (açudes).
A inclinação média da vertente secundária é de 4%, apresentando pontos com
inclinação de aproximadamente 10%. Já a porção noroeste da Cava 03 é composta por uma
zona côncava por onde se formam drenagens de primeira ordem junto aos talvegues.
Afloramentos de rocha são vistos por toda a área, com pontos críticos para o
desenvolvimento de processos erosivos, principalmente nas áreas já alteradas pela ação
antrópica (estradas internas, por exemplo). As Figura 12 e Figura 13, e as Foto 5 e Foto 6
ilustram melhor a compartimentação morfológica da área da Cava 3.

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Figura 12: Vista do trajeto percorrido na área da Figura 13: Vista o mergulho das vertentes.
Cava 03 (em amarelo) quando do levantamento
de campo.

Foto 5: Vista da rocha base exposta aos Foto 6: Vista do erosão pluvial existente nas vias
processos de intemperismo. internas de acesso da área.

PILHA DE ESTÉRIL LESTE


A pilha de estéril leste é a única feição que fica a leste da estrada Passo do Cação e na
face oriental da elevação que compõe a área de influência direta do empreendimento. Perfaz
uma área superficial de 89,6 hectares, composta por três feições côncavas orientadas para
sudeste, com declividades médias de aproximadamente 8%, chegando a picos com inclinação
máxima de 24%. Estas vertentes formam cabeceiras de drenagens, que seguem pelos
talvegues com bidirecionalidade sendo a concavidade no extremo norte da área direcionada
para nordeste, enquanto as concavidades centrais e sul são dirigidas para sudeste em cotas
inferiores, em razão da existência de outro soerguimento existente fora da área de estudo, que
forma novo encaixe nos vales central e sul.
A área é recoberta por vegetação arbustiva-arbórea densa com algumas áreas mais
planas e próximas as propriedades recobertas por gramíneas, áreas estas utilizadas para a
pecuária ovina e bovina. Os afloramentos rochosos são vistos em toda parte, mostrando a
rocha base (conglomerados) estabilizada pela abundante cobertura vegetal da área. As Figura
14 e Figura 15 e as Foto 7 e Foto 8 ilustram melhor a compartimentação geomorfológica da
área da Pilha de Estéril Leste.

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Figura 14: Vista da Pilha de Estéril Leste (em Figura 15: Vista noroeste da profundidade e
branco). direcionamento das drenagens.

Foto 7: Vista cobertura vegetação da Pilha de Foto 8: Vista do afloramento rochoso.


Estéril Leste.

UNIDADE DE BENEFICIAMENTO
A unidade de beneficiamento posiciona-se na vertente oeste, estrategicamente entre a
pilha de estéril norte, a cava 03, a cava 02 e a pilha de rejeitos, como pode ser visto na Figura
16.
A área é composta por planaltos dissecados, formados por elevações de topos
convexos entalhados por talvegues em áreas côncavas com declividade moderada (inclinação
média de 2% com máxima próxima a 17%), formando cabeceiras de drenagens direcionadas
para oeste/noroeste. A estabilidade da área é resultado da cobertura vegetal densa, formada
principalmente por vassourais e árvores de pequeno a médio porte nas áreas mais íngremes e
próximas aos talvegues, enquanto as áreas mais planas e convexas são recobertas por
gramíneas. Foram identificados diversos afloramentos rochosos, alguns cobertos por musgos,
permitindo a identificação da formação rochosa uniforme da área (conglomerados areníticos
sobrepostos por cascalhos provenientes de retrabalhamento fluvial pretérito).

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Figura 16: Unidade de Beneficiamento (em rosa), entre a Pilha de estéril norte (em amarelo), a Cava 3
(em azul), a Cava 2 (em verde) e a pilha de rejeitos (em vermelho); a leste tem-se estrada Passo do
Cação e a Pilha de Estéril Leste (em Branco), enquanto que a sul se observa a Cava 1 (em laranja).

A Figura 17 e as Foto 9 e Foto 10 apresentam um perfil de elevação da área (em


exagero vertical), com fotos para melhor identificação das feições encontradas.

Figura 17: Vista do perfil de elevação, relevo e topografia da área da Unidade de Beneficiamento.

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Foto 9: Vista do relevo da Unidade de Foto 10: Vista do relevo da Unidade de
Beneficiamento. Beneficiamento.

PILHA DE REJEITO
Inserida entre as duas unidades geomorfológicas encontradas, estando sua porção
mais oeste inserida na unidade Planalto Rebaixado Marginal e a porção leste na unidade
Planalto Residual Canguçu-Caçapava do Sul. A Pilha de Rejeito encontra-se mais a oeste
dentre as áreas estudadas, estando inserida no sopé da vertente oeste da área avaliada. É
composta por topos convexos de declividade suave moderada, com vales encaixados
formando talvegues que disciplinam o escoamento superficial com direção predominante de
oeste/noroeste. A cobertura vegetal predominante é arbustivo/herbácea com vegetação
arbórea de pequeno e médio porte próxima aos talvegues e linhas de drenagem. Como nas
outras áreas existem afloramentos rochosos pontuais, com processo de desagregação e
rolamento dos cascalhos sobrepostos ao arenito, principalmente em áreas antropizadas e de
maior declividade. Na Figura 18 é possível identificar melhor estes afloramentos,
principalmente na porção leste/nordeste da área.

Figura 18: Pilha de Rejeitos. Adaptado de Google Earth, 2015.

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PILHA DE ESTÉRIL NORTE
A área da Pilha de Estéril Norte se insere na vertente oeste desta feição do Planalto
Residual Canguçu-Caçapava do Sul, mais precisamente na concavidade formada por três
elevações de topos convexos, que formam drenagens orientadas para sudoeste.
As declividades são suaves a moderadas (média de 5%) nos mergulhos orientados para
noroeste, enquanto a vertente orientada para sul é mais abrupta principalmente no centro da
área (declividade máxima de 19%), onde as drenagens passam a ser direcionadas para
sudoeste já fora da área avaliada para a pilha de estéril norte.
A área é recoberta por vegetação arbórea de médio porte, com sub-bosque denso, além
de ter algumas áreas compostas por gramíneas entremeadas por vassourais, cactáceas e
caraguatás. As Figura 19 e Figura 20 mostra a área da Pilha de Estéril Norte.

Figura 19: Vista da Pilha de Estéril com orientação Figura 20: Vista da Pilha de Estéril em ângulo
para norte. inclinado para nordeste, onde se percebe a
declividade do terreno e mergulho das vertentes.

3.5 Processo Erosivos

Durante os levantamentos de campo foram identificados nove pontos com processos


erosivos, causados principalmente pela retirada da cobertura vegetal, principalmente nas
vertentes e para abertura de estradas, sem que fossem inseridos mecanismos de
disciplinamento das drenagens, que são abundantes em toda a área. A natureza do solo da
região (mal selecionado, com granulometria variada) também contribui para aceleração dos
processos erosivos.
A Figura 21 a seguir apresenta os locais onde foram detectados processos erosivos na
área de estudo. As Foto 11 à Foto 28 apresenta a localização dos pontos, com fotos
representativas.

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Pontos com
Processos Erosivos

Figura 21: Pontos onde foram identificados processos erosivos na área (representados com triângulos).
A imagem ainda evidencia AII (em vermelho), AID (em amarelo) e ADA (em rosa), sendo que AII e AID
se sobrepõem.

Foto 11: Vista da erosão laminar por escoamento Foto 12: Vista da erosão laminar por escoamento
superficial difuso nas margens de via interna na superficial difuso nas margens de via interna na
área da cava 03. Coord. X: 263.235 Y: 6.577.123. área da cava 03. Coord. X: 263.235 Y: 6.577.123

Foto 13: Vista do processo erosivo acentuado em Foto 14: Vista do ravinamento e possível
local de escoamento não controlado de movimentação de massa na Cava 03. Coord. X:
barramento na área da cava 03. Coord. X: 263.373 Y: 6.576.738
263.373 Y: 6.576.738

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Foto 15: Vista da erosão pluvial com ravinamento Foto 16: Vista da erosão pluvial com ravinamento
junto às margens de via interna na área da Pilha junto às margens de via interna na área da Pilha
de Estéril Leste. Coord. X: 263.894 Y: 6.576.322. de Estéril Leste. Coord. X: 263.894 Y: 6.576.322

Foto 17: Vista dos detritos rolados por ação de Foto 18: Vista dos detritos rolados por ação de
intemperismo físico na rocha-base exposta intemperismo físico na rocha-base exposta
(conglomerados de arenitos e cascalhos) no (conglomerados de arenitos e cascalhos) no
sentido do afloramento. Coord. X: 263.722 Y: sentido do afloramento. Coord. X: 263.722 Y:
6.575.926. 6.575.926.

Foto 19: Vista do ravinamento na lateral de via Foto 20: Vista do ravinamento na lateral de via
não pavimentada provocado por escoamento não pavimentada provocado por escoamento
superficial concentrado no Ponto 24. Coord. X: superficial concentrado no Ponto 24. Coord. X:
263.680 Y: 6.578.217. 263.680 Y: 6.578.217.

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Foto 21: Vista da Erosão acentuada em estrada Foto 22: Vista da Erosão acentuada em estrada
vicinal a norte da Pilha de Estéril Norte, causando vicinal a norte da Pilha de Estéril Norte,
ravinamento da via. Coord. X: 262.400 Y: causando ravinamento da via. Coord. X: 262.400
6.578.592. Y: 6.578.592.

Foto 23: Vista do foco erosão hídrica causada por Foto 24: foco erosão hídrica causada por falta de
falta de sistema de disciplinamento de drenagens, sistema de disciplinamento de drenagens, dessa
dessa vez na Estrada do Cação, em ponto de alta vez na Estrada do Cação, em ponto de alta
declividade. Coord. X: 264.185 Y: 6.578.589. declividade. Coord. X: 264.185 Y: 6.578.589.

Foto 25: Vista da erosão hídrica causada por falta Foto 26: Vista da erosão hídrica causada por
de sistema de disciplinamento de drenagens, falta de sistema de disciplinamento de
também na Estrada do Cação. Coord. X: 264.041 drenagens, também na Estrada do Cação.
Y: 6.579.344. Coord. X: 264.041 Y: 6.579.344.

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Foto 27: Vista da erosão causada por canal de Foto 28: Vista da erosão causada por canal de
drenagem de 1ª ordem que corta a estrada drenagem de 1ª ordem que corta a estrada
ERS/625 Coord. X: 264.531 Y: 6.580.414. ERS/625 Coord. X: 264.531 Y: 6.580.414.

Quadro 5: Resumo de UTM dos pontos com focos de erosão identificados, identificando ainda as áreas
de influência nos quais eles se situam.
Resumo de UTM e Áreas de Influência
UTM Área
Ponto
X Y
14 263235 6577123 ADA, AID, AII
263373 6576738 ADA, AID, AII
263894 6576322 ADA, AID, AII
22 263722 6575926 ADA, AID, AII
24 263680 6578217 ADA, AID, AII
25 262400 6578592 AID, AII
26 264185 6578589 ADA, AID, AII
18 264041 6579344 -
264531 6580414 -

3.6 Movimentação de Massas

Movimento de massa é uma denominação comumente utilizada para caracterizar


processos de movimentação subsidente de solo, rochas, lixos (detritos) e água, ocasionados
por diversos fatores, em velocidade e volume que podem vir a representar perigo para as
populações humanas. Assim como os processos de intemperismo e erosão, são processos
naturais contínuos de dinâmica externa que modelam a paisagem da superfície terrestre
(GUERRA e CUNHA, Org. 2000).
Quanto aos tipos de movimentos de massa, IPT (1991) assim os classifica:

 Rastejos;

 Corridas de Massa;

 Escorregamentos; e

 Quedas/Tombamentos.
Rastejos são movimentos gravitacionais lentos, contínuos e de menor volume. Portanto,
não possuem importância considerável em relação à gravidade de impactos enquanto
“movimento de massa”.
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Corridas de Massa (Flow) são movimentos rápidos nos quais os materiais se
comportam como fluidos altamente viscosos. Estão geralmente associadas à concentração
excessiva dos fluxos d’água superficiais em algum ponto da encosta, ocasionando um
processo de fluxo contínuo de material terroso. Sua diferenciação dos movimentos conhecidos
como escorregamentos é difícil, posto que, muitas vezes, os escorregamentos originam
corridas.
Escorregamentos são caracterizados como movimentos rápidos, de curta duração e
com plano de ruptura bem definido, permitindo facilmente distinguir o material deslizado
daquele não movimentado, gerando feições longas, podendo apresentar relação comprimento
largura da ordem de 10:1 (Summerfield, 1991).
Quedas/Tombamentos são movimentos rápidos de blocos e/ou lascas de rocha caindo
pela ação da gravidade sem a presença de uma superfície de deslizamento, na forma de
queda livre (Guidicini e Nieble, 1984 apu Guerra e Cunha, 2000). Locais onde ocorrem falhas
e/ou fraturas nas rochas acabam sendo mais propensos a este tipo de movimento.

3.6.1 Análise de Movimentos de Massa na Área de Estudo


A área de estudo encontra-se estabilizada geotecnicamente, de uma maneira geral. Os
taludes apresentam-se cobertos por vegetação herbácea, arbustiva e/ou arbórea, o que os
protege contra ações erosivas e de intemperismo causado pelas chuvas e/ou escoamento
superficial. Dessa forma, os locais selecionados para instalação do empreendimento não
mostraram sinais que indiquem favorecimento à movimentação de massa. Eventos como
escorregamento de encostas e taludes ou quedas de blocos ficam dificultados pelas baixas
declividades e estabilização do terreno.
Por outro lado, a remoção da cobertura vegetal atualmente existente pode levar a uma
pré-disposição a eventos de rolamento/escorregamento de detritos, devido à natureza do solo
da região (mal selecionado, apresentando sedimentos compostos por frações que variam de
silte, nas áreas com superfície côncava, até seixos, identificados em cortes e margens erosivas
de vias internas).
A área onde se pretende instalar a Cava 01 encontra-se junto a base de um alto
topográfico, a oeste, composto por rochas aflorantes em seu terço superior, com declividade
próximas a 45% e variação altimétrica de 40 metros, como pode ser visto nas Figura 22 à
Figura 24. A alteração que se pretende fazer neste local pode gerar instabilidades e ocasionar
eventos como quedas e/ou rolamentos de blocos, merecendo atenção quanto às técnicas
construtivas e monitoramento desta encosta.

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Figura 22: Vista a Cava 1 em vertical. Figura 23: Vista da diagonal Sul-Norte da Cava
1, demonstrando a inclinação do relevo e a
encosta oeste.

Figura 24: Vista da inclinação da encosta sul, destacando o ponto em interface com o limite oeste da
cava 1.

3.7 Inundações e Assoreamentos

As inúmeras vertentes existentes, as declividades contínuas e fluxo hídrico de baixa


expressão dificultam a formação de locais propensos a inundação. Porém, a antropização da
área, decorrente das atividades agrossilvipastoris e das atividades de exploração mineral, com
exposição de rocha e solo, podem acelerar processos de intemperismo e erosão. Os detritos
de rocha e solo erodidos podem, por ação da gravidade, vir a assorear as drenagens
existentes.

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4. GEOLOGIA

A evolução geológica do Rio Grande do Sul registra uma história prolongada de


colisões entre continentes, assoalhos oceânicos, arcos de ilhas, vulcões e bacias
sedimentares, hoje, fazendo parte do registro geológico das rochas que compõem a superfície
do Estado. De acordo com as suas características geológicas, o Estado foi compartimentado
em três províncias geológicas: Província Mantiqueira (porção central), Província do Paraná
(porções norte e oeste) e Província Costeira (porção leste) (Figura 25).
A porção central, onde predominam rochas cristalinas designadas como Escudo Sul-
Rio-Grandense, estendem-se do NE do Uruguai até o sul da Bahia, vão conformando a costa
brasileira, ou a serra do Mar, entre Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo, até
serem truncadas pelo Cráton do São Francisco, já na Bahia. Essas rochas cristalinas estão
representadas por um conjunto de rochas graníticas, gnaisses de várias composições, rochas
metamórficas e associações de sedimentos e rochas vulcânicas antigas. Essa região é
designada como Província Mantiqueira, originalmente descrita por Almeida et al. (1977), onde o
Rio Grande do Sul representa o seu segmento extremo sul. A província limita-se, a leste, com
os sedimentos da Planície Costeira, correspondentes à porção aflorante da Bacia de Pelotas; a
norte e a oeste, com os sedimentos e derrames basálticos da Bacia do Paraná.
A Província Paraná compreende as formações sedimentares depositadas desde o
Permiano até o Jurássico, que recobrem as litologias da Província Mantiqueira, sobrepostas
e/ou intrudidas por rochas relacionadas ao Magmatismo Serra Geral, de idade cretácea, que
compõem a Serra Gaúcha, ou os Campos de Cima da Serra.
A Planície Costeira, a segunda mais extensa planície de areia do planeta, comparável
apenas ao Golfo do México, está representada por sedimentos finos cenozoicos, cuja
sedimentação teve início quando do rompimento e expansão do continente Gondwana e
consequente abertura do oceano Atlântico, condicionando a evolução desta vasta planície de
areia à sequência de eventos de sedimentação marinha miocênica que culminaram com
eventos transgressivo-regressivos relacionados aos processos glacioeustáticos do final do
Terciário (TOMAZZELI et al., 2007).
A evolução geológica do Rio Grande do Sul encerra-se com o desenvolvimento de
extensos depósitos aluvionares recentes, distribuídos ao longo dos principais rios, como o
Camaquã, das planícies do rio Santa Maria ou ao longo do delta do Jacuí e seus afluentes,
seguidos de sedimentações residuais, como as formações Santa Tecla e Tupanciretã.

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Figura 25: Limites entre as províncias geológicas que constituem o estado do Rio Grande do Sul
(Porcher e Lopes, 2000).

4.1.1 Histórico Mineiro

COBRE
Os primeiros trabalhos de pesquisa para cobre na região datam de 1865, quando
garimpeiros ingleses, que prospectaram ouro na região de Lavras do Sul foram informados da
existência de minério de Cobre na propriedade do Fazendeiro João Dias, começando na
década seguinte a lavra dos filões ali existentes.
As ocorrências de cobre no contexto da Bacia do Camaquã são abundantes, sendo que
alguns prospectos são considerados clássicos, com diversas fases de pesquisa e estudos
aprofundados em dissertações e artigos. Destaca-se o depósito de Camaquã
(30,8Mt@1,06%Cu, exaurido, com término das atividades em 1996), prospectos com lavras
sazonais e de menor produção (Crespos e Seival), além de prospectos com níveis de
detalhamento diversificado, com levantamento de geoquímicas de solo, trincheiras e
sondagens, como Cerro dos Martins, Cerro da Angélica, Salsinho e Viúva Palmira. No contexto
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de borda do Granito Caçapava, associado à sequência metavulcanossedimentar do Complexo
Metamórfico Vacacaí, ocorrem as ocorrências de Andrade e Primavera, em fase de pesquisa.

OURO
As mineralizações de ouro da região de Lavras do Sul são conhecidas desde o final do
século XVIII, sendo inicialmente lavradas nos aluviões em proximidades das mineralizações
primárias. No século XIX, as mineralizações primárias foram lavradas por garimpeiros ingleses
e Belgas, mas sempre por curtos períodos de tempo.
No século XX, a região foi alvo de levantamentos básicos do DNPM, CPRM, e trabalhos
de pesquisa realizados pela CBC (décadas 70/80), CRM (décadas 80-90) e companhias
estrangeiras/multinacionais a partir de 2000.
As mineralizações/ocorrências de Ouro na região estão localizadas no contexto do
complexo intrusivo de Lavras do Sul, em veios de quartzo associados a granitogênese e a
rochas vulcanogênicas associadas a formação Hilário. Os veios possuem direção preferencial
N40E a E-W, com presenças de pirita, calcopirita, e sudordinadamente galena e esfalerita. A
alteração hidrotermal preponderante é a sericítica.
Dentre os vários alvos/prospectos de ouro existentes na região de Lavras do Sul,
destacam-se: Cerrito, Cerro Rico, Bloco do Butiá e Volta Grande. Estes, entretanto, não serão
alvo das atividades da Mineração Santa Maria.

ZINCO E CHUMBO
A presença de ocorrências de Galena e esfalerita podem ser observadas nos
prospectos Cerro dos Martins e de forma subordinada nos alvos clássicos de Cobre associados
ao Grupo Bom Jardim, porém a única concentração com interesse econômico se localiza nas
proximidades das antigas Minas do Camaquã, no depósito de Santa Maria (não-aflorante). O
depósito foi descoberto através de prospecção geoquímica (sedimento-solo) com posterior
investigação por uma malha de sondagem exploratória, inicialmente realizada no contexto
chamado atualmente de área 1. A descoberta do depósito se deu em 1978, por geólogos da
CBC.

4.2 Metalogenia

4.2.1 Mapa Metalogênico


As principais ocorrências minerais encontradas na região são: Cobre, Zinco, Chumbo e
Ouro. A Figura 26 ilustra as principais ocorrências da região e alguns dos depósitos
conhecidos. A Figura 27 apresenta de forma esquemática os principais depósitos/alvos
encontrados no contexto da Bacia do Camaquã.

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59
Sub-bacia
Ocidental

Caçapava do Sul

Sub-bacia
Central

Sub-bacia
Oriental
Minas do Camaquã

Figura 26: Mapa metalogenético de ocorrências no contexto da Bacia do Camaquã –RS.

Figura 27: Perfil esquemático dos principais depósitos/ocorrências no contexto da Bacia do Camaquã.

4.2.2 Gênese do Depósito Mineral


O minério na jazida de Minas do Camaquã é descrito por Bettencourt (1972) sob duas
formas: 1) em filões que preenchem falhas transtracionais e subsidiárias de direção NW,
apresentando pirita, calcopirita, bornita e calcocita distribuídas em corpos maciços ou em
massas irregulares; e 2) em disseminações muito próximas às bordas dos filões. A ganga é
composta principalmente por barita, quartzo, clorita, hematita e calcita.
Na jazida de Santa Maria, foram distinguidos três corpos de minério não aflorantes
(Área 1, Área 2 e Área 3), alinhados na direção N-S e NE-SW (Área 2), sendo o corpo da área

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3 o que apresenta maior expressão. Badi (1983) e Badi & Gonzáles (1988) descrevem a
mineralização como estratiforme, ocorrendo como lentes ou “nuvens”, controladas pela
morfologia dos sedimentos. O minério apresenta-se disseminado em arenitos de cores claras,
ou em filonetes de poucos centímetros de espessura. A paragênese dos sulfetos é composta
por pirita, galena, esfalerita e mais raramente calcopirita, bornita e calcocita. Veigel & Dardenne
(1990), reconhecem ainda, stephanita, prata nativa e covelita, ambas associadas a zonas
interpretadas como de paleoxidação. A baixa expressão da fase filoniana na Jazida Santa
Maria pode ser relacionada à ausência de falhamentos mais efetivos, que propiciassem a
concentração dos sulfetos de Pb e Zn. Ali, as camadas mergulham suavemente, entre 5° e 10°
para NW, contrastando com a forte inclinação do pacote do depósito de Camaquã, entre 30° e
45° NW (Veigel & Dardenne, 1990).
Diversos são os trabalhos que procuram elucidar a gênese dos metais na província
Camaquã, não havendo ainda consenso geral entre os diferentes autores. Os principais
modelos aventados podem ser agrupados em três correntes: a) mineralização hidrotermal
magmática, associado à intrusões graníticas tipo Caçapava do Sul; b) mineralização
singenética; c) mineralização diagenética.
Maiores informações acerca da província polimetálica de Camaquã podem ser vistas no
Capítulo 9.1. Caracterização Geológica da Jazida do Volume 1- Contextualização do
Empreendimento.
Informações relacionadas às minas Uruguai e São Luiz podem ser vistas no Capítulo
9.1. Caracterização Geológica da Jazida do Volume 1- Contextualização do Empreendimento.

4.2.3 Tipologia do Minério


Em alguns intervalos da ilitização na Área 2, ocorrem finas disseminações em
polvilhamento de calcocita acompanhada de galena, bornita e molibdenita.
Na zona de oxidação, localizada na porção superior do depósito, ocorrem intervalos
com disseminações de calcocita com prata associada. Nestes locais, os demais sulfetos foram
completamente substituídos por limonita.
Em resumo, os diferentes tipos de minério, segundo morfologia e conteúdo de sulfeto,
foram classificados da seguinte forma (Figura 28):
- Sulfetos Maciços (MS); caracterizam-se como horizontes com >60% de sulfetos
totais, sendo em geral característico do minério filoniano com ga+sp de granulação muito
grossa;
- Sulfetos Disseminados (DS); caracterizam-se por intervalos entre 5%-60% de
sulfetos totais. Dispõe-se paralelamente ao acamamento da encaixante com ga+sp com
granulação muito fina, por vezes exibindo textura em “nuvens”;

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- Stringer (ST): caracteriza-se como zona de minério tipo stockwork, contendo 5%-60%
de sulfetos totais, porém sempre preenchendo zonas brechadas e/ou fraturadas.

Figura 28: Diferentes tipos de minério no depósito Santa Maria. a) Minério Maciço (MS); b) Minério
Disseminado (DS); c) Minério Stringer (ST).

4.2.4 Alteração Hidrotermal


No depósito de Santa Maria as alterações hidrotermais mais importantes são elitização
e cloritização, ocorrendo também, de forma secundária, piritização, carbonatação, baritização e
hematitização.
A elitização afeta as rochas encaixantes de forma pervasiva seletiva, atingindo
principalmente os cristais de feldspato, fragmentos líticos e a matriz argilosa. Na área 2 a
alteração ilítica confere à rocha uma coloração branca, enquanto na área 3 a ilitização
caracteriza-se por coloração alaranjada. Frequentemente observa-se a presença de pirita fina
associada às zonas ilitizadas. Já a cloritização ocorre geralmente com aspecto pervasivo na
matriz das rochas localizadas próximas a vênulas mineralizadas em cobre.
A Figura 29 ilustra de maneira esquemática em seção longitudinal a zonação da
alteração hidrotermal nos sistemas Santa Maria (áreas 1, 2 e 3) e Camaquã (minas São Luís e
Uruguai e Área 4). A Figura 30 mostra o zoneamento da alteração hidrotermal pervasiva em
perfil E-W na área 3. A Figura 31 apresenta aspectos dos principais litotipos do deposito com
os principais padrões de alteração hidrotermal.

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Conglomerado

Arenito Inferior

Conglomerado inferior

Ritmitos

Figura 29: Zonação da alteração hidrotermal nos sistemas Santa Maria e Camaquã.

Figura 30: Relação entre halos de alteração hidrotermal dominantes (ilitização e cloritização) em seção
da área 3.

Observa-se também, na porção superior do depósito, uma zona em que os arenitos se


encontram oxidados. Tal oxidação é dada pela presença de óxidos e hidróxidos de ferro
alterando a matriz e os minerais máficos, dendritos de óxido de manganês percolando fraturas,
e, por vezes, calcocita e prata nativa.
A carbonatação é dada pela presença de diferentes cimentos carbonáticos, ou pela
presença de vênulas, com ou sem sulfetos. A barita ocorre em veios e vênulas de pouca
expressão, apresentando colorações rosadas ou amareladas. Veios ou vênulas de quartzo são
muito pouco comuns.

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Estilos Pervasivos
Conglomerado

Estilos Pervasivos
Arenito

Estilos Pervasivos
Ritmitos

Ilitização Cloritização S/alteração

Figura 31: Principais padrões de alteração hidrotermal.

Na região oeste da área 2, que se encontra dentro do alvará 810.168/2004, o halo de


clorita não se encontra desenvolvido, sendo que as alterações encontradas ficam restritas à
ilitização, conforme demonstrado apresentado na Figura 32, que apresenta a interpretação do
Halo hidrotermal na região.
A zonação da alteração hidrotermal ilítica e clorítica é o principal controle da
mineralização, ocorrendo calcopirita, bornita e, subordinadamente, galena na zona clorítica,
situada na base do depósito, e esfalerita e galena na porção ilitizada, na porção superior do
depósito.

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Figura 32: Seção geológica de sondagem (alvará 810.168/2004), mostrando a distribuição do Halo Ilítico.

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4.3 Pesquisa Mineral

4.3.1 Levantamentos e Estudos Geofísicos


Foram realizados levantamentos geofísicos na área referente ao Processo DNPM nº
810.168/2014 e no seu entorno com a finalidade de detecção de anomalias que indicassem a
presença de elementos passíveis de um estudo detalhado, cujos resultados são expostos nos
capítulos a seguir. Estes levantamentos geofísicos foram realizados com o intuito de
contemplar o Relatório Final de Pesquisa da área.

4.3.2 Aerogeofísica CPRM


As análises aerogeofísicas foram efetuadas sobre o novo levantamento aerogeofísico
do estado do Rio Grande do Sul realizado pelo Serviço Geológico do Brasil em 2010, com
enfoque na região do Escudo-sul-rio-grandense (Figura 33).

Figura 33: Linhas de voo do aerolevantamento desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil

Dados Aeromagnetometria/Gamaespectrometria – 810.168/2004


Os dados do aerolevantamento magnetométrico do escudo sul-rio-grandense foram
clipados para a análise conjunta/integração com levantamentos geofísicos terrestres (IP) e com
dados de geoquímica de solo.
Os dados utilizados de aeromagnetometria foram a derivada vertical, tratamento útil
para a interpretação de alinhamentos estruturais (falhas, fraturas e diques), e o sinal analítico,
muito útil para posicionar a anomalia potencial magnética.

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Dos dados de gamaespectrometria: foram utilizados os dados de contagem total (soma
dos valores de K, U e Th), e o fator F (tratamento utilizado para ressaltar o enriquecimento de K
em relação à razão U/Th e destacar a presença de alterações hidrotermais associados a
processos mineralizantes).
A Figura 34 apresenta os dados de aeromagnetometria para o processamento da
derivada vertical (Dz).

Figura 34: Processamento da Derivada Vertical (DZ) para o levantamento aeromagnetométrico.


Tracejado em preto, os principais alinhamentos identificados em imagem semirregional.

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Como pode ser visto na imagem semirregional e de detalhe do processo 810.168/2004,
a derivada vertical ressalta grandes alinhamentos magnéticos de direção NW. O alinhamento
NW encontrado no extremo NE da área do processo associa-se à falha de Santa Maria, que
separa os corpos minerais denominados no depósito de Santa Maria como área 2 e área 3,
sendo que a forte anomalia magnética associada a estrutura se justifica pela presença de um
dique de rocha básica localizada na estrutura.

SINAL ANALÍTICO
O processamento do sinal analítico, busca ressaltar e posicionar a anomalia magnética
sobre a fonte, sendo útil para identificar os corpos/rochas geradores da anomalia. A Figura 35
mostra o processamento do sinal analítico para a área do processo, ressaltando mais uma vez
o dique básico alojado na falha de Santa Maria a NE.

Figura 35: Amplitude do sinal analítico (ASA), extraído do levantamento aeromagnetométrico para a área
do processo 810.168/2004.

AEROGAMAESPECTOMETRIA
Dado a baixa penetrabilidade da medição de raios gama no ambiente (em torno de 30-
40cm de profundidade em solo e rochas), o método tem sua utilidade principal na delimitação
das unidades geológicas, estruturais e possíveis indícios de alteração hidrotermal e
mineralizações. Para o presente trabalho foram utilizados os processamentos de contagem
total (soma dos valores de Potássio, Urânio e Tório) e o fator F (que visa realçar possíveis
indícios de alteração hidrotermal). A Figura 36 apresenta o processamento de contagem total e
a Figura 37 apresenta o processamento do fator F.

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Figura 36: Processamento de contagem total do levantamento aerogamaespectrométrico.

O processamento de contagem total mostra altos valores totais associados aos


sedimentos arcoseanos associados ao Grupo Santa Bárbara, sendo assim útil na delimitação
das unidades geológicas e auxiliar no mapeamento geológico. Não foi ressaltado neste
levantamento nenhum indício de mineralização e/ou alteração hidrotermal.
Os dados gamaespectrométricos para o tratamento de fator F (resssaltando K em
relação à razão UTh), marcam bem os arenitos arcoseanos do Grupo Sta. Bárbara, porém
apresentam as anomalias com menor distribuição espacial, podendo-se associar à indícios de
hidrotermalismo associado a ilitização. No entanto o dado foi utilizado como uma ferramenta a
mais para a integração geológica com geoquímica e geofísica terrestre, dando suporte à
sondagem executada na localidade.

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Figura 37: Fator F processado a partir do levantamento aerogamaespectrométrico.

IP Santa Maria
A aplicação de geofísica exploratória em projetos como Santa Maria, para zinco
sulfetado, apresenta algumas particularidades. O Minério de Zinco se constituído
exclusivamente de esfalerita não é detectado por nenhum método geofísico, pois a esfalerita
não é metálica, nem condutiva e nem polarizável. No caso de Santa Maria, a associação
mineralógica do minério de zinco tem entre esfalerita, outros sulfetos e minerais que podem ser
detectados pelos métodos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos.

LINHAS DE LEVANTAMENTO
A Figura 38 apresenta a localização das linhas executadas de IP no depósito de Santa
Maria e o polígono do processo 810.168/2004.

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Figura 38: Linhas do Levantamento IP do depósito de Santa Maria.

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No Total foram executados no depósito 29 km de linhas de IP, com espaçamento dos
eletrodos de 50 em 50m, o que gera uma profundidade de investigação de 140m. Os perfis
foram levantados em geral de 100x100m e porções 200x200m. Dentro do processo
810.168/2004, foram levantados 5,85 Km de linhas de IP.
A Figura 39 apresenta um grid de cargabilidade cortado na cota 200, para seccionar a
cota aproximada de topo da alteração Hidrotermal. O grid foi clipado dentro e no entorno do
processo.

Figura 39: Grid de Cargabilidade obtido a partir do levantamento IP, clipado e seccionado na cota 200.

Os dados do grid de cargabilidade mostram uma zona anômala associado a porção


sudeste do processo, interpretada como associada ao halo hidrotermal Ilítico portador de
mineralizações de Zinco/Chumbo e subordinadamente cobre. A anomalia ocorre pela forte
disseminação de pirita fina, sulfeto polarizável.
A Figura 40 exemplifica uma seção de IP cortada por furos do alvará 810.168/2004.

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72
FSM053
PC-A2-79-28
PC-A2-79-16

Figura 40: Seção E-W mostrando a distribuição dos valores de cargabilidade, interpretadas como
associadas ao halo hidrotermal Ilítico.

Apesar das anomalias de cargabilidade estarem associadas à piritização fina dos halos
hidrotermais, claramente útil para delimitação da zona de interesse, porém não são indicativos
diretos da mineralização, pois a mineralização de Galena/Esfalerita não possui associação
direta com algum sulfeto que apresente alta cargabilidade.

4.3.3 Levantamentos e Estudos Geoquímicos – Amostragem de Superfície


Os principais resultados que se destacaram dentro do processo foram de Zinco (Máx.
124 ppm) e Chumbo (Max 828 ppm), e valores anômalos para Cu (Máx 276 ppm), mas que
não justificam uma pesquisa feita exclusivamente para este elemento. A anomalias de Zn+Pb,
assim como valores anômalos de Cu indicam possíveis associações em profundidade com as
mineralizações Zinco-plumbíferas, com cobre subordinado, associados aos arenitos/ritmitos
desta área e esses resultados nortearam o projeto de pesquisa para Zinco e Chumbo
predominantemente. Além disso, a área pode representar a extensão oeste dos corpos da área
2.

Resultado Zn-Pb-Cu em Solo


Durante o período de 2008-2011, foi realizado um levantamento de geoquímica de solo
sobre o depósito Sta Maria, num total de 1670 amostras, contemplando ás área 1, 2 (contexto
processo 810.168/2004), Área 3 e 4. A malha utilizada foi de 400 x 50 m, com detalhamento de
200 x 25 m sobre os corpos conhecidos.
As amostras foram coletadas, armazenadas e enviadas ao laboratório ALS Chemex
segundo procedimentos rígidos, visando garantir a qualidade do trabalho.
As amostras foram dissolvidas em ataque tetra-ácido e analisadas por ICP.

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Em Figura 41, Figura 42 e Figura 43 são apresentados os resultados de Zn, Pb e Cu do
levantamento dentro do polígono 810.168/2004, tanto a malha espacial das amostras como a
gridagem interpolada por mínima curvatura.

Figura 41:Amostras de solo e gridagem dos resultados para Zn.

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Figura 42: Amostras de solo e gridagem dos resultados para Pb.

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Figura 43: Amostras de solo e gridagem dos resultados para Cu.

A partir de Figura 41, Figura 42 e Figura 43 acima, é possível observar as anomalias


consistentes de Zn e Pb obtidas na porção SE da área, que se interpreta como zona potencial
de continuidade dos corpos da área 2. Cabe ressaltar também que a cobertura do Grupo

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76
Guarita a oeste tem efeito de cegar a geoquímica de possíveis depósitos não-aflorantes, assim
sendo, a geoquímica não deve ser utilizada como ferramenta única de investigação, e o
potencial metalogenético a oeste da área deverá ser investigado com o andamento contínuo de
extensão e detalhamento dos corpos.

Correlação Geoquímica
A correlação geoquímica define quais elementos tem correlação importante,
independente da unidade medida. Para o processo 810.168/2004 ficam evidentes as seguintes
correlações, utilizando como referência valor de 0,95 de significância.
Correlações importantes observadas:

 Correlação Forte: Ag e Cu e

 Correlação Moderada: Pb-Cr-Cu-Mo-Sb-Ti-U-V-Zn.


A Figura 44 apresenta a distribuição das correlações entre os elementos.

Correlação Alta (0,7-1)


Correlação Moderada (0,4-0,7)
Correlação Fraca (0,1-0,4)
Correlação praticamente nula (0,0-0,1)

Figura 44: Correlação geoquímica de elementos analisados na amostragem de solos dentro do processo
810.168/2004.

4.3.4 Integração de Dados de Geoquímica e Geofísica


A integração de dados geoquímicos e geofísicos mostram as zonas anômalas que
foram definidas para sondagem exploratória, associados ao trend já identificado por sondagens
antigas da CBC.
A Figura 45 acima demonstra a correlação das zonas de alta cargabilidade mostradas
pelo grid do IP na cota 200 (profundidade) com os valores anômalos de Zinco e Chumbo no
solo. Esta correlação corrobora o potencial para a hospedagem de corpos de minérios de Zinco
e Chumbo no local.

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Figura 45: Integração de dados de IP (grid), cortados na cota 200, com dados de geoquímica de solo
para Zinco e Chumbo.

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4.3.5 Sondagens
O Depósito de Santa Maria possui uma metragem total de 87.274,33m perfurados,
realizados por três empresas (CBC, IAMGold, MSM) e distribuídas nas três áreas de pesquisa
(A1, A2 e A3). A Tabela 1 apresenta o histórico de perfuração no depósito, com metragem de
cada fase, distribuído por empresa e período. A Figura 46 mostra a localização espacial de
todos os furos realizados, e as Figura 47, Figura 48 e Figura 49 mostram a localização e o tipo
de furo em cada uma das três áreas, separadamente.

Tabela 1: Distribuição histórica da sondagem no Projeto Caçapava do Sul.


Histórico de sondagem - Depósito Santa Maria
Empresa Período Furos realizados Metragem % Total
CBC 1960-2007 274 44.940,89 51
Iamgold 2006-2008 13 4.984,8 6
MSM 2008-2015 139 37.348,64 43
TOTAL 1960-2015 426 87.274,33 100,00

A sondagem utilizada na exploração mineral pelos furos realizados pela Votorantim


Metais foi testemunhada e do tipo diamantada com dip variando entre 45 o e 65o.
Os testemunhos foram acondicionados em caixas de madeira, nas quais podem ser
transportados e armazenados com segurança.
A programação da malha de sondagem é realizada pela equipe de geólogos do projeto
e a abertura das praças e locação dos furos é realizada pela equipe de topografia. Um conjunto
de técnicos e auxiliares de campo capacitados e experientes que desempenham o trabalho da
melhor maneira possível, visando minimizar os impactos ambientais na área.
Antes do início da sondagem é realizada uma locação prévia da praça e do furo,
visando preservar as espécies nativas (fauna e flora). A presença de árvores grossas e
encostas muito íngremes indica que o furo deverá ser deslocado. As modificações na fisiografia
local seguem sempre as curvas de nível a fim de evitar erosão e minimizar problemas futuros.
A partir da locação prévia é aberta a praça de sondagem, o ponto do furo é locado novamente
e orientado no Azimute (direção) em que será executado.
A sondagem no Projeto Caçapava do Sul consiste em um conjunto de operações
destinadas à obtenção de testemunhos de rochas/ solo em subsolo. Esses dados contribuem
para definição de tipos litológicos, estilos estruturais, controle da mineralização, análises
químicas e definição de teores entre outras informações de vital importância para geração de
um banco de dados consistente, no qual se baseia o cálculo de recursos e reservas do projeto.
As especificações técnicas das sondas utilizadas no Projeto Caçapava do Sul se
encontra especificada no Quadro 6.

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Quadro 6: Especificações técnicas dos equipamentos utilizados na sondagem no Projeto Caçapava do
Sul.
Descrição do Equipamentos de Sondagem
Marca Maquesonda, modelo MAC1200, torre e guincho Wireline,
Sonda
capacidade de perfuração de 1.200 m (NQ)
Barrilete e Hasteamento Diâmetro NQ
Bomba d’água Modelo JP150, equipada com motor Agrale M93;

Após abertura das praças, a localização é marcada previamente na praça de


sondagem, bem como a direção do furo, através de balizas posicionadas pela equipe de
topografia do projeto. A localização, direção e inclinação inicial de cada furo são fornecidas
pelos geólogos à empresa contratada para execução da sondagem. A praça somente é
liberada para execução dos furos após análise das condições de segurança e meio ambiente
local, pelos responsáveis da Votorantim Metais e pelo representante da empresa Willemita
(sondador ou técnico de segurança). Deve-se alinhar a haste do mandril segundo o
balizamento que orienta a direção do furo, conferindo a direção com a topografia. Após a
instalação da sonda a equipe de sondagem irá fixar as sapatas no chão (chumbar), para evitar
que a máquina se desloque e comprometa o alinhamento do furo.
Com a praça organizada e sonda instalada, o fiscal de sonda, mede o ângulo de
inclinação diretamente na haste ou no mandril da sonda. A medida é realizada com o
clinômetro da bússola de geólogo, assim a praça está liberada para iniciar a perfuração.
No Projeto Caçapava do Sul o método utilizado na sondagem é o sistema wire line que
permite furar em vários diâmetros, onde o amostrador possui dois tubos, um interno e outro
externo. O testemunho é acondicionado no tubo amostrador interno, que pode ser destacado
do tubo amostrador externo, e permite a retirada do testemunho do fundo do furo sem a
necessidade de remover todo o sistema de varas. A remoção do testemunho processa-se
fazendo descer pelo interior das varas um cabo com um dispositivo concebido para desengatar
o tubo interno do amostrador. O tubo e o testemunho contido no seu interior são trazidos para a
superfície pelo cabo lançado pelo interior das varas de furação. Após a recuperação do
testemunho o tubo amostrador interior é novamente introduzido no interior das varas de
furação e reintroduzido até o fundo do furo, sendo novamente engatado no tubo amostrador
exterior, retomando-se a furação.
Os furos são iniciados com o diâmetro HQ, utilizado para o solo e o saprolito. Ao atingir
a rocha sã, manobra-se o ferramental e troca o diâmetro por NQ.
As amostras são medidas e armazenadas em caixas de madeira com todas as suas
especificações. O técnico fiscaliza todo processo de locação, instalação e operação da
sondagem. Após conferência as caixas são enviadas para o galpão junto com o boletim de
sondagem, onde serão recebidas pelo corpo técnico local.

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Com a confirmação dos geólogos da conclusão do furo e supervisão de um responsável
contratante, a empresa executora realiza o levantamento de desvio do furo. A atividade é
realizada com aparelho modelo Maxibor, que consiste em dois sistemas de medição
independentes. Três acelerômetros e quatro medidores de tensão são usados para calcular a
inclinação e mudança de azimute. São 2 leituras a 1° descendo e a 2° subindo com leituras a
cada 3 m.
A sonda e todo equipamento só são retirados da praça após aprovação da leitura dos
desvios. Caso haja algum desvio grosseiro no furo, o mesmo é relocado e executado
novamente sem adicional da contratada. Confirmada a leitura ocorre a mobilização da estrutura
para outra praça.
A empresa de sondagem tem, por contrato, que deixar a praça limpa isenta de resíduos
(óleos, graxas, plásticos, etc.) e revestir o furo com cano de PVC de 100 mm na metragem com
HQ até chegar ao NQ, com finalidade de preservar o furo, evitando assim o deslocamento de
material das paredes e entupimento dos furos.

Quadro 7: Especificações das ferramentas utilizadas no Projeto Caçapava do Sul.


FERRAMENTAS
Linha de Perfuração Diam. Int. (mm) –Core- Diam. Ext. (mm) Diam. Furo (mm)
NQ 50,6 69,9 75,7
HQ 63,5 95,6 96
PQ 84,96 122 122,6

As informações referentes aos azimutes, mergulhos, coordenadas e cotas desses furos


estão presentes no Capítulo 3 do Volume 1- Caracterização do Empreendimento.

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Foto 29: Testemunhos de sondagem armazenados em caixas próprias e prontos para serem avaliados e
descritos pelo Geólogo do projeto.

Figura 46: Disposição espacial dos furos do depósito Santa Maria.

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Figura 47. Localização dos furos de sondagem da área 1.

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Figura 48. Localização dos furos de sondagem da área 2.

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Figura 49. Localização dos furos de sondagem da área 3.

4.3.6 Mineralogia e Composição Química

Mineralogia da Rocha Total


Na área do processo DNPM nº 810.168/2004 foram coletadas através de furos de
sonda duas amostras da tipologia litológica dominante no local (rochas sedimentares
siliciclásticas, incluindo arenitos, conglomerados e ritmitos pertencentes aos Grupos Santa
Bárbara e Guaritas), sendo este quantitativo suficiente para a realização da caracterização
mineralógica das rochas existentes na área devido a correlação entre a litologia das rochas
hospedeiras.

AMOSTRA FSM0025 - ARENITO COM ALTERAÇÃO HIDROTERMAL


A rocha de granulometria média (<0,5mm - quartzo e K-feldspato), cortada por
venulações preenchidas por ilita e muscovita que parece substituir a matriz silico-potássica. Na
parte superior da lâmina também são verificados bolsões ricos e carbonatos em bordeado por
esfalerita.
K-feldspato aparece em granulação variando de média a fina. Este mineral está
distribuído por toda amostra associado ao quartzo, também de granulometria média a fina e
grãos subarredondados, ilita e calcita.

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A muscovita de granulação fina, preenche veios e está também associado a ilita.
Bolsão de carbonatos encontram-se bordejados por cristais de esfalerita médios.
Raros cristais de biotita, galena, cerussita e apatita disseminados foram verificados.

Gráfico 6: Distribuição química por minerais.

Tabela 2: Mineralogia Modal da Amostra FSM0025. r = 0.5% e rr<0.1% em peso.


Mineral Fórmula % (em peso)
K-Feldspato KAISi3O8 39,11
Quartzo SiO2 21,12
Muscovita KAI2(AISi3O10)(F,OH)2 18,18
Calcita CaCO3 5,02
Esfalerita ZnS 5,34
Zn-Siderita (Zn,Fe)CO3 3,41
Dolomita (CaMg)CO3 2,44
Ilita (K,H3O)(AI,Mg,Fe)2(Si,Al)4O10[(oh)2,(h2o) 1,02
Goethita+Hematita FeO(OH/Fe2O3) 0,94
Zn_Clorita (Zn,Al,[])3[Fe++2Al][Si3AIO10](OH)8 0,67
Biotita K2(Mg, Fe2+)6-4(Fe3+, Al, Ti)0-2Si6-5Al2-3O20(OH,F)4 0,67
Rutilo TiO2 0,71
Galena PbS 0,79
Apatita Ca5(PO4)3(F, Oh, Cl) r
Pirita FeS2 rr
Clorita (Fe, Mg, Al)6(Si, Al)4O10(OH)8 rr
(Pb, Mn, Fe) CO3 - rr
Cerussita PbCO3 rr
Bornita CuFeS2 rr
Titanita CaTiOSiO4 rr

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AMOSTRA FSM0072 – ARENITO COM ALTERAÇÃO HIDROTERMAL
Rocha de granulometria média (<0,5mm - quartzo e K-feldspato), com cristais
arredondados a subarrendondados.
Grãos de K-feldspato aparece em granulação variando de média a fina disseminados e
associados com quartzo, ilita, muscovita, clorita e biotita.
A galena, extremamente fina, ocorre disseminada nesta matriz. Raros cristais esfalerita
e carbonatos também ocorrem disseminados foram verificados.

Gráfico 7: Distribuição química por minerais.

Tabela 3. Mineralogia modal Amostra FSM0072. r = 0.5% e rr<0.1% em peso.


Mineral Fórmula % (em peso)
K-Feldspato KAISi3O8 38,42
Quartzo SiO2 31,46
Muscovita KAI2(AISi3O10)(F,OH)2 13,25
Galena PbS 14,77
Apatita Ca5(PO4)3(F, Oh, Cl) rr
Calcita CaCO3 5,00
Rutilo TiO2 0,52
Cerussita PbCO3 rr
Dolomita (CaMg)CO3 rr
Ilita (K,H3O)(AI,Mg,Fe)2(Si,Al)4O10[(oh)2,(h2o) rr
Pirita FeS2 rr
Biotita K2(Mg, Fe2+)6-4(Fe3+, Al, Ti)0-2Si6-5Al2-3O20(OH,F)4 rr
Barita BaSO4 rr
Clorita (Fe, Mg, Al)6(Si, Al)4O10(OH)8 rr
Esfalerita ZnS rr

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Nas duas lâminas de rocha, verificou-se a presença de cristais de esfalerita
disseminados ou preenchendo venulações. Os grãos apresentam-se na ordem 2000um a
10um. As esfaleritas podem também conter Fe e In na estrutura.
Além deste mineral, também foram encontrados galena e cerussita, mais raramente, e
minerais portadores de Cu como calcopirita e bornita. Estes minerais estão em sua maioria
disseminados, sendo os portadores de Pb associados a esfalerita.
Foram detectados sulfetos de Ag associados a venulações de esfalerita. Estes minerais
são ultrafinos com tamanho médio de 10um.

Mineralogia do Minério
Amostras representativas dos minérios Stringer e Disseminados de Santa Maria foram
devidamente preparadas e enviadas para estudo mineralógico em Microscópio Eletrônico de
Varredura (MEV) no centro de Microscopia da UFMG, com os seguintes resultados:

MINERALOGIA MODAL
As amostras são compostas principalmente por quartzo, K-feldspato, muscovita, galena,
esfalerita e pirita, porém pode-se observar ainda a presença de dolomita, cerusita, calcita,
clorita, ilita , biotita, barita e sulfetos de cobre e prata.
A galena é o principal mineral portador de Pb, metal que também aparece na cerusita,
mesmo que em proporções menores. O cobre aparece nos minerais bornita, calcopirita e
calcocita. O quartzo e o K-feldspato são as principais fontes de Si, sendo que o último é
também a principal fonte de K.

ESTUDO DE ASSOCIAÇÕES DOS MINERAIS


A esfalerita, quando não liberada, apresenta-se predominantemente associada ao K-
feldspato, quartzo, galena e micas em todas as frações granulométricas. Esses minerais
apresentam-se como inclusão nos cristais de esfalerita.
Na alimentação Stringer, 30% das galenas estão associadas ao k-feldspato e os demais
70% estão associadas à hematita, pirita, quartzo, esfalerita e cerusita.
Os sulfetos de cobre estão associados à galena e à esfalerita. Os carbonatos, quartzo e
apatitas podem estar inclusos em K-feldspato.

4.4 Caracterização Geológica Regional

O contexto geotectônico regional onde estão inseridas as áreas de influência do


empreendimento (Prancha 1- Mapa Geomorfológico; Prancha 3- Mapa Geológico) relacionam-
se com a porção sul da província Mantiqueira (Almeida & Hasui, 1984), designada Escudo Sul-
Rio-grandense. Esta unidade representa uma faixa móvel associada à orogenia Brasiliana (900
a 550 Ma), a qual, no sul do Brasil, surge como resposta da colisão entre os crátons Kalahary e
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Rio de La Plata. Este evento produziu uma associação de rochas onde um embasamento de
idade Paleoproterozóica foi retrabalhado, juntamente com magmatismo e sedimentação
brasilianos associados, os quais surgem em situações pré-colisionais, colisionais e pós-
colisionais. Quatro unidades petrotectônicas são definidas no Escudo Sul-Rio-grandense a
partir de dados geológicos, estratigráficos, estruturais e geoquímicos): (1) Batólito Pelotas, (2)
Terreno Tijucas, (3) Arco São Gabriel e (4) Terreno Taquarembó (Figura 50).

Figura 50: Domínios geofísicos (unidades petrotectônicas) identificados por Costa (1997) na região do
ESRG. (Fonte: Hartmann et al., 2007).
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O Batólito Pelotas compreende uma faixa alongada no sentido Sudoeste-Nordeste
posicionada na porção Leste do Escudo. É formado por rochas graníticas, gnáissicas e
migmatíticas, cortadas por intensa atividade magmática sin a pós-colisional entre 650 - 590 Ma,
juntamente com retrabalhamento de unidades paleoproterozoicas e neoproterozoicas juvenis
(Arco Magmático).
Rochas graníticas, gnáissicas e anfibolíticas de idade Paleoproterozoica (2.3 a 2.0 Ga),
juntamente com rochas supracrustais caracterizadas por sequências vulcano-sedimentares
geradas entre 770 a 800 Ma compõem o Terreno Tijucas. As rochas Paleoproterozoicas são
retrabalhadas ou não por evento orogênico de mesma idade da geração das rochas
supracrustais citadas. Este evento é provavelmente vinculado aos estágios iniciais do Ciclo
Brasiliano (subducção anterior a colisão continental).
O Arco São Gabriel é constituído por rochas granito-gnáissicas e vulcano-sedimentares
de assinatura isotópica juvenil e idade Neoproterozoica. Traduz um ambiente de arco de ilhas
com magmatismo plutônico TTG e processos vulcânicos e sedimentares associados. Os
eventos magmáticos são registrados entre 850-700 Ma.
A unidade mais antiga do escudo, denominada Bloco Taquarembó, compreende rochas
granito-gnáissicas de metamorfismo e deformação em torno de 2.1 Ga. Inclui rochas de alto
grau metamórfico de protólito Paleoproterozóico, sendo estabelecidas como remanescentes do
cráton Rio de La Plata.
Repousam sobre os blocos tectônicos do Escudo Sul Rio-grandense as litologias
pertencentes a Bacia do Camaquã, as quais compõem de forma dominante a área de estudo
do presente trabalho. A bacia, de acordo com o ponto de vista de diversos autores, tem sua
gênese vinculada aos momentos tardios da orogenia Brasiliana, servindo como uma "calha
tectônica" ou molassa para a cadeia de montanhas Neoproterozóica estabelecida com a
colisão entre os crátons Kalahary e Rio de La Plata. O período de evolução da Bacia do
Camaquã inicia em torno de 600Ma e encerra-se em 470Ma, conforme o consenso de diversos
autores. O Supergrupo Camaquã é constituído por rochas sedimentares siliciclásticas e
vulcanogênicas e aflora em três sub-bacias alongadas no sentido NNE−SSW, denominadas
Sub-Bacia Camaquã Ocidental, Camaquã Central e Camaquã Oriental. As sub-bacias são
segmentadas pelos altos do embasamento de Caçapava do Sul, a oeste, e da Serra das
Encantadas, a leste (Figura 51).

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Figura 51: Mapa Geológico da Bacia do Camaquã (modificado de Fragoso-César, 2000).

4.4.1 Estratigrafia da Região


De acordo com Fragoso-Cesar et al. (2003), o Supergrupo Camaquã (Ediacarano)
atinge espessura significativamente superior a 6.000 m e é constituído pelas seguintes
unidades, do mais antigo para o mais recente: Grupo Maricá, Grupo Bom Jardim, Formação
Acampamento Velho, Grupo Santa Bárbara, Grupo Guaritas e Grupo Rodeio Velho, sendo que
o Projeto Caçapava do Sul está incluso no contexto geológico dos Grupos Santa Bárbara e
Guaritas (Figura 52). A seguir serão descritas as características dos Grupos que compõe o
Supergrupo Camaquã:
- 1. Grupo Maricá - compreende os registros da primeira cobertura do Escudo Gaúcho,
posterior à denudação e subsidência tectônica das unidades do embasamento criadas pela
Orogenia Brasiliana, dando início à geração da bacia. Seus depósitos são constituídos
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predominantemente por cerca de 2.000 a 2.500 m de arenitos arcoseanos e,
subordinadamente, conglomerados e pelitos, distribuídos em três unidades litoestratigráficas
que registram a evolução de distintos sistemas deposicionais, quais sejam: Formação Passo
da Promessa, formada por arenitos e lentes conglomeráticas formados em planícies fluviais de
canais entrelaçados; Formação São Rafael, composta por arenitos e ritmitos gerados em
plataforma marinha rasa dominada por ondas com tempestitos, associados a turbiditos areno-
pelíticos da costa afora; e Formação Arroio América, constituída por arenitos e lentes
conglomeráticas de um novo sistema de planícies fluviais de canais entrelaçados;
- 2. Grupo Bom Jardim - constitui uma unidade vulcano-sedimentar gerada em
ambientes continentais lacustre e aluvial. Em sua área-tipo possui mais de 4.000 m de
espessura e é composta por uma sucessão de rochas sedimentares e extrusivas latíticas,
andesíticas e dacíticas, além de tufos grossos ricos em cristal e vítreos, lapilli-tufos e brechas.
Segundo Janikian et al. (2005), esse grupo aflora nas sub-bacias Camaquã Central (regiões de
Bom Jardim e Casa de Pedra) e Ocidental (no flanco oeste da Serra do Espinilho, na região de
Lavras do Sul, e na base do Platô da Ramada);
- 3. Formação Acampamento Velho - com cerca de 700 m de espessura, se sobrepõe
em discordância erosiva ao Grupo Bom Jardim. Esta formação é constituída por sucessões de
rochas extrusivas riolíticas a basálticas e por rochas piroclásticas geradas em ambientes
subaéreos, incluindo tufos, lapilli-tufos e brechas. Aflorando somente na sub-bacia Camaquã
Ocidental, esta unidade encontra-se bem exposta nas regiões dos cerros de Bugio e Perau,
nas serras de Santa Bárbara e Espinilho e nos platôs da Ramada e Taquarembó (Janikian et
al., 2005);
- 4. Grupo Santa Bárbara - abriga as Minas do Camaquã, na sub-bacia Camaquã
Central. Ele se caracteriza por uma sucessão aluvial a marinha, com a deposição de rochas
siliciclásticas em ambientes aluviais, costeiros e deltáicos. Fambrini (2003) dividiu o Grupo
Santa Bárbara nas seguintes formações, a partir da base: Estância Santa Fé, Passo da
Capela, Seival, Rincão dos Mouras e João Dias. A Formação Estância Santa Fé, com até
1.200 m de espessura, sendo exposta somente na Sub-Bacia Camaquã Ocidental. É formada
por conglomerados e arenitos gerados por sistemas de leques aluviais proximais e medianos
que passam para arenitos grossos mal selecionados de sistemas fluviais entrelaçados
associados aos leques (Almeida, 2001). A Formação Passo da Capela é bem exposta nas sub-
bacias Camaquã Oriental e Central e apresenta até 4.000 m de espessura na região do vale do
Piquiri, na Sub-Bacia Camaquã Oriental. É constituída por ritmitos, conglomerados e arenitos
que compreendem depósitos turbidíticos. A Formação Seival aflora nas sub-bacias Camaquã
Ocidental e Central e constitui uma sequência com até 1.000 m de espessura de arenitos
médios a muito finos, com contribuição subordinada de arenitos grossos com intercalações
com poucos centímetros espessura de siltitos. Compreende depósitos de: (i) baía estuarina e
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planície litorânea, (ii) tempestitos de costa-afora e (iii) planície de maré. A Formação Rincão
dos Mouras é composta por pacotes de conglomerados e arenitos conglomeráticos, comum a
todas as sub-bacias da Bacia Camaquã onde ocorre o Grupo Santa Bárbara. Esses pacotes
foram depositados principalmente em sistemas de leques aluviais e fluviais entrelaçados. Esta
unidade atinge espessura superior a 2.000 m na Sub-Bacia Camaquã Oriental. Os depósitos
aluviais da Formação Rincão dos Mouras são recobertos por depósitos marinhos da Formação
João Dias, que ultrapassam 500 m de espessura. Os depósitos da Formação João Dias
restringem-se à Sub-Bacia Camaquã Central e apresentam excelentes exposições na região
das Minas do Camaquã. Esta unidade se caracteriza pelo amplo predomínio de arenitos
médios e finos contendo grãos de glauconita, com claras evidências de ação de ondas de
tempestade, e de tempo bom, caracterizando ambiente marinho costeiro de antepraia
(foreshore) e de face litorânea (shoreface).
- 5. Grupo Guaritas - correspondente ao topo do Supergrupo Camaquã. É formado por
arenitos conglomeráticos, conglomerados, ritmitos areno-pelíticos e arenitos finos a médios
com séries métricas de estratificação cruzada ou de estratificação plano-paralela, interpretados
com registro de sistemas deposicionais continentais. Seus arenitos apresentam intensa
cimentação carbonática e correspondem principalmente a arcóseos e subarcóseos e,
subordinadamente, arenitos líticos (Nóbrega, 2011). Da base paro o topo, o Grupo Guaritas é
dividido em cinco formações: Formação Guarda Velha (arenitos, conglomerados e arenitos
conglomeráticos de origem fluvial), Formação Pedra das Torrinhas (arenitos conglomeráticos e
conglomerados atribuídos à fácies de leques aluviais), Formação Varzinha (ritmitos psamo-
pelíticos de fácies fluviais e aluviais distais), Formação Pedra Pintada (arenitos finos com
estratificação cruzada interpretados como fácies de dunas eólicas) e Formação Serra do
Apertado (arenitos finos a grossos e conglomerados de origem fluvial).
- 6. Suíte Rodeio Velho – são diques introduzidos nas unidades anteriores, bem como
derrame de basaltos alcalinos a sub-alcalinos, andesitos, andesitos basálticos e
traquiandesitos. Também são encontradas rochas piroclásticas, de composição química
semelhante, que variam desde tufos muito finos até lapilitos (Almeida et al., 2000).

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Figura 52: Mapa geológico local do Depósito Santa Maria e arredores.

4.5 Caracterização Geológica Local

Na área de estudo foram observadas rochas sedimentares siliciclásticas, incluindo


arenitos, conglomerados e ritmitos pertencentes aos Grupos Santa Bárbara e Guaritas, além
de rochas vulcânicas básicas pertencentes à Formação Rodeio Velho (Figura 53, Prancha 03-
Mapa Geológico). A seguir, serão descritas resumidamente essas unidades observadas, da
base para o topo:
A unidade sedimentar basal na área de estudo compreende principalmente ritmitos de
coloração bege ou roxa, compostos por intercalações com milímetros de espessura de areia
fina e silte e, subordinadamente, arenitos vermelho arroxeados, muito finos, ambos com

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caimento variando de 5 a 40° para NW. Esta unidade foi correlacionada aos depósitos
turbidíticos da Formação Passo da Capela.
Acima dos ritmitos é encontrado o Arenito Inferior, correlacionado à Formação Seival.
Esta unidade é composta por arenitos médios a finos, avermelhados, feldspáticos,
estratificados, bem selecionados, com baixo grau de arredondamento e cimentação goethítica,
que representam a principal hospedeira das mineralizações do depósito de Santa Maria.
Sobreposta à Formação Seival, encontra-se a Formação Rincão dos Mouras, que
hospeda as mineralizações cupríferas das minas São Luiz e Uruguai, no depósito de Camaquã
e cuja base hospeda a mineralização de Pb e Zn do depósito de Santa Maria. Nesta formação
é encontrado o Conglomerado Inferior, um pacote basal de conglomerados polimíticos,
sustentados por matriz de areia média, feldspática e com clastos subangulosos a
arredondados, variando de seixo a calhaus (até 15 cm). O Conglomerado Superior grada para
um pacote de arenitos conglomeráticos e arenitos grossos a médios, por vezes finos, bem
estratificados, com acamamentos plano-paralelos e estratificações cruzadas dos tipos tabular e
acanalada.
Por fim, há ocorrência de rochas vulcânicas básicas da Formação Rodeio Velho, as
quais intrudem as rochas sedimentares dos Grupos Guaritas e Santa Bárbara.
A coluna estratigráfica típica local ser visualizada na Figura 53, a seguir.

Figura 53: (a) Mapa geológico, mostrando a localização dos depósitos de Camaquã e Santa Maria e (b)
Coluna estratigráfica dos grupos que ocorrem na área, os quais pertencem ao Supergrupo Camaquã.

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4.5.1 Caracterização Geológica das Áreas de Influência
Ficou definido que a ADA do meio físico corresponderá à poligonal gerada a partir dos
limites das principais estruturas necessárias para a implantação e operação do projeto (cavas,
beneficiamento, pilhas de rejeitos e pilhas de estéreis).
A AID corresponderá à poligonal formada pelos limites das microbacias diretamente
afetadas pelo empreendimento.
A AII corresponderá à poligonal formada pelos limites das microbacias diretamente
afetadas pelo empreendimento, mais a extensão de 3 km do Rio Camaquã, a jusante do
empreendimento.
São encontradas nas áreas de influência do Depósito Santa Maria quatro unidades
litoestratigráficas, sendo elas o Grupo Santa Bárbara, o Grupo Guaritas, a Formação Rodeio
Velho e depósitos de aluvião, os quais estão representados no Quadro 8 e na Figura 54.

Quadro 8: Classificação litológica local na área do Depósito Santa Maria.


Unidade Litoestratigráfica Litotipo Ambiente Denominação Local
Aluviões e
Aluvião Aluvião - depósitos de Aluvião
rejeito
Vulcânicas
Formação Rodeio Velho Rocha Vulcânicas - Rochas vulcânicas
básicas
Conglomerados e
Conglomerados
Grupo Guaritas - arenitos friáveis com Guaritas
continentais
mergulho inferior a 5º
Formação
Arenito médio a fino Arenitos litorâneos Arenito superior
João Dias
Conglomerados
Conglomerados Conglomerado superior
de leques aluviais
Formação
Arenito médio a fino - Arenito médio
Rincão dos
Mouras Conglomerados com
Grupo Santa Bárbara intercalações de - Conglomerado inferior
arenito
Formação Arenito fino a muito
Arenitos litorâneos Arenito inferior
Seival fino
Formação Turbiditos de
Passo da Siltitos leques Ritmitos/Conglomerados
Capela submarinos

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Figura 54. Mapa geológico das áreas de influência do empreendimento.

Área de Influência Indireta- AII


A área de influência indireta, representada na Figura 54 pela cor rosa, é quase idêntica
à área de influência direta, diferindo apenas pela adição de uma pequena área a direita da AID,
a qual contorna o Rio Camaquã, aumentando a ocorrência de depósitos recentes quaternários
como aluviões e depósitos de rejeitos na área.

Área de Influência Direta- AID


A AID foi definida como uma poligonal formada pelos limites das microbacias
diretamente afetadas pelo empreendimento. Ela está representada na Figura 54 com a cor roxa
e abrange uma área maior que a ADA, portanto há ocorrência de mais litologias diferentes.
Os depósitos mais recentes, do quaternário, são representados por aluviões e depósitos
de rejeitos. Esses depósitos são encontrados nas drenagens da região, como o Rio Camaquã
e seus afluentes.
As rochas ígneas encontradas na área são referentes à Formação Rodeio Velho, e há
ocorrência de rochas vulcânicas básicas (gabros), as quais intrudem as rochas sedimentares
dos Grupos Santa Bárbara e Guaritas.

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As rochas do Grupo Guaritas estão presentes em boa parte das áreas de influência e
são representadas por conglomerados e arenitos friáveis com mergulhos inferiores a 5º.
O Grupo Santa Bárbara é o de maior ocorrência na AID. Arenitos finos a muito finos
com mergulhos variando de 20 a 35º, da Formação Seival, e conglomerados com intercalações
de arenitos com mergulhos variando de 20 a 35º, da Formação Rincão dos Mouras, são as
litologias que recobrem a maioria da área de influência. Ocorrem, em menor quantidade na
porção nordeste da AID, arenitos com intercalações de conglomerados com mergulhos
variando entre 5 a 20º e arenitos médios a finos com intercalações de conglomerado com
mergulhos variando de 20 a 35º, pertencentes também à Formação Rincão dos Mouras. A
Formação João Dias, encontrada a norte da AID, é descrita como formada por arenitos médios
a finos, com mergulhos variando entre 20 e 35º, ao passo que na Formação Capela,
encontrada a leste da AID, ocorre como siltitos e arenitos finos, ambos com mergulhos
variando de 20 a 35º.

Área Diretamente Afetada- ADA


A ADA da geologia, representada pela cor vermelha na Figura 54, foi definida como a
poligonal gerada a partir dos limites das principais estruturas necessárias para a implantação e
operação do projeto (cavas, beneficiamento, pilhas de rejeitos e pilhas de estéreis).
A geologia da ADA é composta principalmente por rochas sedimentares dos Grupos
Santa Bárbara e Guaritas, sendo encontrada também uma pequena ocorrência de rochas
vulcânicas básicas da Formação Rodeio Velho.
As unidades encontradas referentes ao Grupo Santa Bárbara são a Formação Rincão
dos Mouras e a Formação Seival, sendo a primeira composta por conglomerados com
intercalações de arenito e a segunda composta por arenitos finos, ambas com mergulhos
variando de 20º a 35º. O Grupo Guaritas é representado por conglomerados e arenitos friáveis
com mergulhos inferiores a 5º e uma pequena porção da Formação Rodeio Velho é encontrada
na porção oeste da ADA, sendo representada por rochas vulcânicas básicas (gabros).

CAVA 1
Na área da Cava 1 são avistados afloramentos de rochas sedimentares associadas à
Formação Arroio dos Nobres, predominando arenitos finos. Através da análise do
empilhamento estratigráfico padrão da área obtido através das sondagens executadas
podemos observar, do topo para a base, arenitos, conglomerados, intercalação entre arenitos e
conglomerados e andesitos.
Estas litologias, apesar de compostas predominantemente por rochas sedimentares,
apresentam seus poros com alto índice de cimentação, o que confere ao maciço uma baixa
capacidade de transmissividade de águas subterrâneas, estando o fluxo hidrogeológico
associado predominantemente à presença de falhas e fraturas geológicas, caso estas ocorram.
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Foto 30: Visão geral da área da Cava 1, onde é observado um relevo montanhoso com predominância
de litologia constituída de arenitos finos.

CAVA 2
Na área da Cava 2, assim como na Cava 1, ocorrem litologias sedimentares
constituídas de arenitos finos associados a Formação Arroio dos Nobres.
No empilhamento estratigráfico padrão obtidos através das sondagens observa-se, do
topo para a base, arenitos, conglomerados e meta ritimitos.

Foto 31: Visão geral da área da Cava 2, com solo residual l oriundo da alteração in situ da rocha
arenítica sotoposta.

CAVA 3
Na área da Cava 3 ocorrem litologias compostos por conglomerados e arenitos friáveis
associados a Formação Guaritas e conglomerados com intercalações de arenito associados a
Formação Arroio dos Nobres.
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No empilhamento estratigráfico padrão, obtidos através das sondagens, observa-se, do
topo para a base, conglomerados, arenitos e meta ritimitos. Estas litologias, assim como nos
locais da Cava 1 e da Cava 2, são constituídas por maciço rochoso com seus poros fortemente
cimentados, resultando em uma baixa transmissividade hidráulica de águas subterrâneas.

Foto 32: Área da Cava 3, com predominância de litologia constituída por conglomerados.

PILHA DE REJEITO
Na pilha de rejeito são identificados conglomerados intercalados com arenitos
associados a Formação Arroio dos Nobres e conglomerados com arenitos friáveis pertencentes
a Formação Guaritas. Ocorre também, no setor sudeste do polígono rochas vulcânicas
associadas a Formação Hilário.

Foto 33: Setor onde será implantada a pilha de rejeitos, com ocorrência de diversos afloramentos do tipo
lajeado, principalmente de conglomerados.

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PILHA DE ESTÉRIL NORTE
A área prevista para a instalação da Pilha de Estéril Norte é constituída por
conglomerados e arenitos friáveis da Formação Guaritas.

Foto 34: Setor onde será instalada a Pilha de Estéril Norte, onde a litologia que embasa o local é
caracterizada por conglomerados e arenitos associados a Formação Guaritas.

PILHA DE ESTÉRIL LESTE


No setor da Pilha de Estéril Leste ocorrem arenitos finos e conglomerados com
intercalação de arenitos associados a Formação Arroio dos Nobres.

Foto 35: Área da Pilha de Estéril Leste, com ocorrência de rochas sedimentares areníticas e
conglomeráticas associadas à Formação Arroio dos Nobres.

UNIDADE DE BENEFICIAMENTO
A futura Unidade de Beneficiamento será instalada sobre conglomerados e arenitos
friáveis da Formação Guaritas, bem como sobre arenitos finos da Formação Arroio dos Nobres.
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Foto 36- Área onde será instalada a futura Unidade de Beneficiamento, com litologia composta por
conglomerados e arenitos.

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5. GEOTECNIA E GEOLOGIA ESTRUTURAL

5.1 Geologia Estrutural

O arcabouço estrutural da região de Minas do Camaquã tem sido intensamente


estudado por diversos autores ao longo dos anos, dos quais cabem salientar os trabalhos
desenvolvidos por geólogos da então Companhia Brasileira de Cobre (CBC), responsável pela
pesquisa e extração de minério de cobre nas minas Uruguai e São Luís nas décadas de 50 até
80 (Bettencourt, 1972; Bettencourt & Damasceno, 1974). Em uma análise geral, a atual
arquitetura morfológica da região da janela é interpretada como uma dobra ou dobra de arrasto
gerada por um cisalhamento regional NE-SW, o qual afeta o pacote sedimentar de maneira
descontínua (Faccini, 1987 e Toniolo et al., 2007). Bettencourt (1972) e Bettencourt &
Damasceno (1974) identificaram uma série de padrões de estruturas na região relacionados
diretamente aos depósitos minerais locais. Estas estruturas são falhas de cisalhamento e
fraturas de tração com direção principal NW-SE representando um padrão de segunda ordem,
subsidiário a zonas de cisalhamento regionais de primeira ordem, orientadas segundo direção
NE-SW, que teriam sua formação relacionada a movimentações transcorrentes profundas
formadas ao final do Pré-Cambriano associadas a forças orogênicas atuando com direção N-S.
A origem das estruturas NW-SE estaria relacionada a um esforço rotacional sinistral (binário)
que resultou de uma componente de cisalhamento associada a grandes falhas NE-SW da
borda leste da janela. Este padrão teria gerado dobras de arrasto, juntas penadas e falhas de
empurrão (de idade pós-mineralização). Uma componente vertical predominante teria reativado
estas estruturas transformando-as em falhas normais. Os autores ainda identificaram a
ocorrência de reativações posteriores às mineralizações provavelmente associadas aos
eventos tectônicos Juro-Cretácicos durante o início da abertura do Oceano Atlântico
(Reativação Weldeniana - Almeida, 1967), a qual movimentou estruturas preexistentes e gerou
novas fraturas com direção NW-SE. Por fim, estes autores sugerem a existência de uma
deformação mesozoica devido a ocorrência de falhas N70-80W que cortam rochas vulcânicas
intrusivas relacionadas ao vulcanismo Serra Geral.
Recentemente, Santos et al. (2012) apresentaram uma nova análise de paleoestress
fundamentada em sistemas de falhas de cisalhamento ocorrentes na Mina Uruguai, permitindo
reconhecer distintos eventos de deformação rúptil. Estes autores reconheceram ao todo quatro
eventos deformacionais na área, que são: (I) 37 compressão WNW (Cambriano), que consiste
no principal evento observado, o qual causou a rotação progressivas das estruturas por
movimentações transcorrentes sinistrais de um binário com direção N-S, levando a formação
e/ou reativação de estruturas E-W como movimentação destral e de estruturas NNE com
movimentação sinistral; (II) extensão NW (Paleozoico), provavelmente posicionado entre os
períodos Cambriano e Triássico; (III) compressão NNE a N-S (Triássico), responsável pela
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formação de estruturas que apresentam cinemática oposta à da extensão NW; (IV) extensão
ENE a NE (Cretáceo), na qual relações de corte entre estrias revelaram a sua posterioridade
em relação ao evento de deformação principal, sendo provavelmente relacionado a
deformação rúptil que afeta depósitos Triássicos localizados a leste da área e consiste
predominantemente de falhas normais.
O autor ainda apresenta um modelo metalogenético para os depósitos das Minas do
Camaquã caracterizados pela abertura e preenchimento de fraturas que são paralelas ao
campo de tensão horizontal máximo, consistentes por tanto com fratura do tipo “T”, durante o
principal evento deformacional transcorrente que afetou a Bacia do Camaquã (~530 Ma),
contudo sendo mais jovem que Grupo Guaritas.

5.1.1 Estruturas Lineares


Nas Figura 55 e Figura 56 são representados os sistemas de falhas do Sistema
Camaquã, em planta e em perfil esquemático respectivamente (Prancha 04- Mapa de
Lineações Estruturais). Observam-se as grandes falhas de 1ª ordem (direcionais com
reativação normal), que geraram estruturas distensivas, de 2ª ordem, onde o sistema
mineralizante preferencialmente se hospeda.
As direções de abertura são:

 N-S (Área 1 do Projeto Caçapava do Sul);

 E-NE (Área 2 do Projeto Caçapava do Sul);

 N-S (Área 3 do Projeto Caçapava do Sul);

 NW-SE (Área 4, na qual encontra-se um potencial para cobre);

 WNW, NW-SE (Mina Uruguai);

 NW-SE (Mina São Luiz);


As falhas de Primeira ordem (incluem as falhas de Sta. Maria, Três Figueiras e
Cemitério), que setorizam o depósito de Santa Maria e separa-o das minas Uruguai e São
Luiz), abatem os blocos no sentido NE.

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5.1.2 Mapa de Lineações Estruturais

Figura 55. Sistema de falhas do Sistema Camaquã: as linhas mais espessas designam as falhas de primeira ordem e as linhas mais finas são as falhas de segunda ordem. Na figura, podemos observar que as áreas das futuras cavas
situam-se entre sistemas de falhas de primeira ordem.

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Figura 56. Perfil esquemático representando as falhas da região e o posicionamento das mineralizações
(Projeto Caçapava do Sul em vermelho e as Minas Uruguai e São Luis em roxo). Modificado de Rios
(2012).

5.2 Caracterização Geotécnica e Geomecânica

Em 2014, foram realizados, pela Fundação Luiz Englert, ensaios geotécnicos com o
objetivo de promover a caracterização geotécnica e geomecânica da área de estudo.
Os ensaios realizados foram os seguintes

 Ensaio Uniaxial

 Módulo de Young

 Ensaio Triaxial

 Ensaio de tração indireta


A consultoria MLF Geotecnia e Mecânica de Rocha Ltda. emitiu, em abril de 2015, o
relatório denominado Avaliação geotécnica do maciço rochoso para implantação do Projeto
Caçapava do Sul, utilizando os resultados dos testes realizados pelo Laboratório da UFMG,
mais resultados de ensaios feitos no Laboratório da Fundação Luiz Englert, análises própria,
observações e coletas de mais informações feitas quando das visitas de campo, montou a
revisão final e definição de parâmetros a serem aplicados nos estudos e operacionalizações de
cavas finais para esta fase de FEL 1 , em Anexo 1- Avaliação Geotécnica do Maciço Rochoso
para Implantação do Projeto Caçapava do Sul.
Este Relatório estabeleceu os seguintes parâmetros para serem utilizados nos estudos
e operacionalizações de cavas finais:

 A profundidade esperada para as operações, mostra que poderão ser


praticados ângulos gerais de talude superiores a 65º;

 As alturas de bancos deverão ser definidas em função dos equipamentos


de mina, podendo ser de 20,0 m sem problemas;

 As bermas entre banco, poderão ser de 3,0 m para banco, com 10,0 m de
altura a 15,0 m de altura, e de 5,0 m para bancos com 20,0 m de altura.

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Em reunião com a MLF Geotecnia e Mecânica de Rocha Ltda., e a Coordenação da
VM, ficou definido que que deveriam ser utilizados taludes com angulo único geral de 65º,
altura de bancos de 10 m com ângulo de face de bancada de 90º. Para esta geometria, foram
simuladas as condições de estabilidade para uma seção transversal, que apresenta as mais
severas condições esperadas para os taludes da Cava, os resultados estão apresentados na
sequência, com as observações pertinentes.
A Figura 57 mostra os resultados da redistribuição de tensões para esta condição de
lavra, e pode-se observar os seguintes aspectos relevantes:

 Nesta geometria o comportamento observado é semelhante aquele que se


verificou quando das simulações com ângulo geral de 60º, ou seja,
concentração de tensões com um fator próximo de 5,0, nas regiões
extremas da Cava, e alivio de tensões em regiões do fundo da Cava;

 Os valores de tensões, tanto nas regiões de alívio, quanto nos taludes de


extremidades, são muito baixos para sugerir a possibilidade de ocorrência
de instabilizações significativas;

Figura 57: Mostrando redistribuição de tensões para seção longitudinal com ângulo geral de 65º e
bancos s de 10.0m.

Com relação aos valores de deformações são as seguintes as observações pertinentes


a partir da avaliação da Figura 58

 Os valores de deformações máximas continuam baixos, com máximos da


ordem de 14 cm, na região de fundo da Cava, onde se verificam os
esforços tracionais;

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 Nas regiões de faces dos taludes, os máximos valores observados são da
ordem de 7,0 cm, insuficientes para promoverem reativações significativas
em estruturas geológicas desfavoráveis, e também rupturas por
cisalhamento ao longo da matriz rochosa;

 Os valores observados, apenas serão suficientes para promover


desarticulações localizadas e de pequenas dimensões na zona
potencialmente plastificada de entorno das faces dos taludes;

Figura 58: Figura mostrando os fatores de segurança para os taludes da Cava com 65° de ângulo geral e
bancos de 10.0m

Com relação aos valores encontrados para fatores de segurança, são as seguintes as
observações pertinentes:

 Os valores encontrados são consistentemente superiores a 1,2, ficando


estes valores, restritos à região potencialmente plastificada, para a qual
foram utilizados os valores mais baixos possível para resistência e índices
geomecânicos do maciço;

 Fora da região potencialmente plastificada, os valores encontrados são


sistematicamente superiores a 1,5, o que garante adequadas condições de
estabilidade geral para a Cava;

 Os valores encontrados para fatores de segurança, confirmam a


expectativa de que instabilizações apenas deverão ocorrer na zona
potencialmente plastificada de entorno das faces dos taludes, e serão

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fortemente dependentes da presença de estruturas geológicas
desfavoráveis, e também da qualidade do desmonte.

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6. PEDOLOGIA

6.1 Tipos de Solo da Região

Predominam na área do empreendimento solos do tipo Neossolos Regolíticos húmicos,


ocorrendo somente no extremo leste da Área de Influência Direta- AID solos do tipo Argissolo
Vermelho-amarelo eutrófico abrupto O termo neossolo lembra solos novos, pouco
desenvolvidos (Prancha 05- Mapa Pedológico).
Os Neossolos são solos rasos ou profundos, apresentando no perfil uma sequência de
horizontes AR, ou A-C-R, ou O-R, ou H-C. São solos de formação muito recente e encontrados
nas mais diversas condições de relevo e drenagem.
No Rio Grande do Sul, os Neossolos foram distinguidos em: Neossolos Litólicos quando
apresentam um horizonte A ou O assentado sobre a rocha parcialmente alterada (horizonte C)
ou a rocha inalterada (camada R); Neossolos flúvicos quando o horizonte A está situado sobre
sedimentos fluviais estratificados; Neossolos Quartzarênicos quando o horizonte A está
assentado sobre sedimentos muito arenosos (de textura areia ou areia franca, com teor de
argila ≤15%), constituídos por grãos soltos de quartzo. Entre os Neossolos, os Neossolos
Litólicos são de maior ocorrência no Rio Grande do Sul; quando apresentam alta saturação por
bases (≥50%) constituem os Neossolos Litólicos eutróficos; quando a saturação por bases é
baixa (<50%), são Neossolos Litólicos distróficos. No quarto nível, os Neossolos Litólicos que
apresentam um horizonte A chernozênico foram identificados como Neossolos Litólicos
eutróficos chernozênicos (Unidade Charrua); os demais são Neossolos Litólicos eutróficos
típicos (Unidade Pedregal) e Neossolos Litólicos distróficos típicos (Unidade Pinheiro Machado;
Guassupi; Caxias; Silveira e Guaritas). Entre os Neossolos Quartzarênicos foram distinguidos
conforme as condições de drenagem, os bem drenados como Neossolos Quartzarênicos
órticos (Unidade Osório) e os mal drenados como Neossolos Quartzarênicos hidromórficos
(Unidade Curumim); no quarto nível todos são típicos.
O Quadro 9 relaciona as classes de Neossolos identificadas no Rio Grande do Sul.
Argissolos são solos com evidente incremento no teor de argila do horizonte superficial
(A+E) ao horizonte B; são geralmente profundos a muito profundos, desde bem até
imperfeitamente drenados, geralmente de cores avermelhadas ou amareladas; o perfil
apresenta uma sequência de horizontes A-Bt-C ou A-E-Bt-C, onde o horizonte Bt é o horizonte
diagnóstico B textural. Portanto, esses solos têm tipicamente um perfil com gradiente textural
(B/A), onde o horizonte Bt é significativamente mais argiloso que os horizontes A e E, como
resultado do processo de lessivagem (eluviação-iluviação) das partículas de argila. Os
Argissolos têm argila de atividade baixa ou alta associada com baixa saturação por bases (<
50%) ou caráter alítico (Al extraível. 4 cmolc/kg, saturação por Al. 50% e atividade de argila. 20
cmolc/kg de argila).
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Conforme a cor predominante no horizonte B textural, são distinguidos em Argissolos
Vermelhos (matiz 2,5YR ou mais vermelho), Argissolos Amarelos (matiz 7,5YR ou mais
amarelo), Argissolos Vermelho-Amarelos, Argissolos Bruno-Acinzentados (cores bruno-escuro
ou bruno-avermelhado-escuro no matiz 5YR ou mais amarelo), Argissolos Acinzentados (cores
acinzentadas no matiz 7,5YR ou mais amarelo). Em função das características químicas, os
Argissolos são classificados em distróficos (saturação por bases < 50%), eutróficos (saturação
por bases 50%), alíticos (Al extraível. 4 cmolc/kg, saturação por Al. 50% e atividade de argila ≥
20 cmolc/kg de argila) e alumínicos (Al extraível ≥ 4 cmolc/kg, saturação por Al ≥ 50% e
atividade de argila < 20 cmolc/kg de argila).
O grau do incremento de argila no horizonte Bt e a espessura dos horizontes A+E
também são critérios para diferenciar os Argissolos: quando o incremento de argila dos
horizontes A+E ao Bt é muito grande, tem-se perfis de solos com uma mudança textural
abrupta, o que identifica os Argissolos abruptos; quando a espessura dos horizontes A+E
excede 100 cm, têm-se os Argissolos espessarênicos; em adição, os perfis abruptos e
espessarênicos tendem a mostrar um nítido contraste na coloração dos horizontes: cores
pálidas nos horizontes A+E e cores mais “vivas” (avermelhadas ou amareladas) no Bt.

Quadro 9: Classes dos Neossolos e possível equivalência com denominações regionais do Brasil (1973).
Classes de solos Designação regional
Flúvico Guaíba
Chernossolo Charrua
Eutrófico
típico Pedregal
Neossolo Litólico
Pinheiro Machado,
Distrófico Típico Guassupi, Caxias,
Silveiras
Órtico Típico Osório
Quartzarênico
hidromórfico típico curumim

Nas regiões da Encosta Inferior do Nordeste e no Vale do Uruguai, ocupando as


encostas de relevo mais acentuado, ocorrem Neossolos Litólicos eutróficos (Unidade Charrua)
associados a Chernossolos Argilúvicos férricos típicos (Unidade Ciríaco). No relevo plano a
suavemente ondulado da região da Campanha há extensas áreas de Neossolos Litólicos
eutróficos (Unidade Pedregal) associados ou não a Chernossolos Ebânicos (Unidade
Uruguaiana). No relevo ondulado a forte ondulado da Serra do Sudeste ocorrem Neossolos
Litólicos eutróficos (Unidade Ibaré e Lavras) e distróficos (Unidades Pinheiro Machado e
Guaritas). Neossolos Litólicos distróficos também ocorrem nos relevos mais acentuados da
Encosta Superior do Nordeste (Unidades Guassupi e Caxias) e Campos de Cima da Serra
(Unidade Silveiras).
Os Neossolos Quartzarênicos hidromórficos típicos são encontrados na Planície
Costeira (Unidades Curumim e Lagoa) e na região do Planalto Médio entre Cruz Alta e
Tupanciretã, situados nas depressões entre coxilhas ocupadas por Argissolos Vermelho-

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Amarelos (Unidade Tupanciretã). Os Neossolos Quartzarênicos órticos típicos são encotrados
na Planície Costeira (Unidade Osório). Também ocorrem como inclusões na região da
Campanha (municípios de São Francisco de Assis, Manoel Viana, Alegrete e Quaraí), nas
áreas que estão sofrendo processo de arenização.

6.2 Aptidão e Usos do Solo na Região

Os Neossolos Litólicos, devido à sua pequena espessura, e por ocorrerem em regiões


de relevo forte ondulado e montanhoso, em geral com pedregosidade e afloramentos de
rochas, e por terem baixas tolerâncias de perdas de solo por erosão hídrica, apresentam fortes
restrições para culturas anuais. Entretanto, os perfis com sequência de horizontes A-C, com
contato sobre rocha decomposta e declividade <15%, podem ser cultivados mediante práticas
intensivas de conservação, com mínima mobilização do solo. Os Neossolos Litólicos rasos e
com sequência de horizontes A-R têm baixa capacidade de infiltração e armazenamento de
água no solo e alta susceptibilidade à erosão hídrica, impossibilitando o seu uso com culturas
anuais. O preparo convencional e a erosão proporcionam afloramentos de pedras e matacões,
dificultando o uso posterior com pastagens. Exemplos de degradação de Neossolos Litólicos
são encontrados em áreas cultivadas com arroz na região da Campanha na unidade pedregal
e na Encosta Superior do Nordeste na unidade Caxias. Locais de pastagem com lotação
excessiva de animais por unidade de área sofrem redução da cobertura vegetal do solo,
favorecendo a erosão hídrica.
Os Neossolos Quartzarênicos órticos típicos constituem ambienteis muito frágeis,
altamente suscetíveis à erosão hídrica e eólica, razão pela qual devem ser manejados com
cautela. Nas áreas com pastagem deve ser evitado o pastoreio excessivo, bem como o
pisoteio, pois ambos afetam a cobertura vegetal, favorecendo o processo de erosão eólica.
Estes solos têm aptidão para reflorestamento e, além disso, podem ser usados para fruticultura
com práticas de manejo que proporcionem aumento da matéria orgânica no solo, como por
exemplo o consórcio com plantas recuperadoras. Os Neossolos Quartzarênicos hidromórficos
típicos, devido à sua má drenagem, são preferencialmente utilizados com pastagem
permanente ou reflorestamento.

6.3 Mapa de Solos

O substrato local é composto por material relativamente resistente aos processos de


intemperismo e pedogênese. Esta condição faz com que o perfil de alteração seja, em muitos
locais, pouco representativo. Outro fator que colabora pra este fato é a condição climática da
região (clima subtropical), que faz com que haja um predomínio dos processos de erosão linear
sobre os processos pedogenéticos. Assim conforma-se um solo residual pouco desenvolvido,

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medianamente poroso e pouco permeável, apresentando diversos afloramentos do tipo
lajeados da rocha sotoposta.
Os solos da região são classificados (GEOBANK, 2010) como sendo do tipo Neossolo
Regolítico úmico, estando o horizonte A assentado diretamente sobre a rocha parcialmente
alterada ou pouco alterada.
A facilidade de represar pequenos corpos d’água (Foto 37) em algumas propriedades
através de pequenas taipas está diretamente associada a presença abundante de sedimentos
finos (fração areia fina, silte e argila) assentados diretamente sobre maciço rochoso que
apresenta baixa permeabilidade. A construção destes pequenos açudes ajuda, localmente, a
aumentar a quantidade destes sedimentos de granulometria fina.

Foto 37: Açude construído por superficiário na área ADA através do barramento de drenagem.

As características texturais (Anexo 2- Laudo de Classificação Textural do Solo),


estruturais e de permeabilidade do solo, associadas às formas de relevo com elevada
declividade e predominância de afloramentos rochosos em relação à perfis de solo, resultam
em uma predominância da taxa de escoamento superficial em relação à infiltração. Entretanto,
o maciço rochoso em diversos pontos aflorante confere aos solos existentes nas áreas de
influência do empreendimento uma maior resistência a processos erosivos.

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Figura 59: Mapa de Solos Local. (Fonte: GEOBANK, 2010).

6.4 Permeabilidade

A permeabilidade foi obtida através de ensaios de rebaixamento, conforme metodologia


de prática de ensaios de ABGE, 2013.
Para tal, foi realizada uma sondagem com trado de 8” de diâmetro até a profundidade
desejada (horizonte B ou interface solo/rocha). Após a conclusão da escavação, a sondagem
era completamente cheia de água e se mantinha-se este nível por 10 minutos para saturação
do solo. Após a saturação estabilizava-se uma altura de 30 cm de água dentro do furo e se
iniciava o monitoramento de quantos centímetros de rebaixamento ocorriam em intervalos de
tempo de 15”, 30”, 1’, 2’, 3’, 4’, 5’, 6’, 7’, 8’, 9’, 10’, 15’, 20’, 25’ e 30’ (Foto 38, Quadro 10).

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Foto 38: Execução de teste de permeabilidade do solo, conforme metodologia de ABGE, 2013.

Os parâmetros e fórmula para o cálculo do coeficiente de permeabilidade para cada


ponto de investigação foram baseados na metodologia de Rodio, S.A. (1960), de acordo com
ABGE, 2013.

Figura 60: Cálculo do ensaio de rebaixamento, conforme metodologia de RODIO, S.A.

Ao todo foram executados 10 (dez) ensaios de permeabilidade de solo no horizonte B


do substrato local ou na interface solo/rocha. A escolha destes pontos se deu de forma a
abranger a área da maneira mais distribuída possível.

Quadro 10: Resultados dos testes de permeabilidade executados.


Coordenadas UTM SIRGAS 2000 Condutividade Profundidade da
N° do Teste
E N Hidráulica (cm/s) Cava (m)
TP-01 263536 6577137 6,43X10-5 0,40
TP-02 263515 6575851 2,41x10 -5 0,40
TP-03 262824 6573733 3,21x10-4 0,40
TP-04 262962 6577799 3,67x10 -5 0,40
TP-05 262498 6576062 3,01x10-4 0,40
TP-06 263715 6576751 1,77x10 -4 0,40
TP-07 264419 6576103 9,64x10-5 0,40
TP-08 260509 6578151 8,02x10 -6 0,40
TP-09 263298 6576430 9,64x10 -5 0,40
TP-10 263726 6575338 2,49x10-4 0,40
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6.5 Susceptibilidade a Erosão

Processos erosivos são identificados em setores onde houve a retirada de vegetação e


a abertura de estradas, onde o solo fica exposto e sujeito a ação das águas pluviais que
percorrem a área. O índice de escoamento superficial é significativamente superior ao índice
de infiltração, resultando em alta susceptibilidade a camadas superficiais serem remobilizadas
pelas águas pluviais que percorrem a área.

6.6 Perfil de Desenvolvimento dos Solos

Os solos da região são classificados como sendo do tipo Neossolos Regolíticos


húmicos. O termo neossolo lembra solos novos, pouco desenvolvidos. Os Neossolos Litólicos,
devido à sua pequena espessura, e por ocorrerem em regiões de relevo forte ondulado e
montanhoso, em geral com pedregosidade e alforamentos de rochas, e por terem baixas
tolerâncias de perdas de solo por erosão hídrica, apresentam fortes restrições para culturas
anuais.
O perfil de solo é muito pouco espesso. Quando não aflorante, o maciço rochoso situa-
se a profundidades da ordem de poucas dezenas de centímetros. Perfis de solo da ordem de 1
(um) metro ou mais são observados somente nas porções de relevo côncavo.

Foto 39: Lajeados de rocha aflorante. Foto 40: Perfil de solo pouco espesso e pedregoso
sobre o maciço rochoso.

Foto 41: Perfil de solo pouco espesso e pedregoso Foto 42: Perfil de solo pouco espesso e pedregoso
sobre o maciço rochoso, situado a pouca sobre o maciço rochoso, situado a pouca
profundidade. profundidade.

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6.7 Estabilidade

O solo raso e a natureza das rochas da região não favorecem a formação de locais
propensos à movimentação de massa na área de estudo. Da mesma forma, eventos como
escorregamento de encostas e taludes ficam dificultados pelas baixas declividades e
estabilização do relevo.
Por outro lado, existe pré-disposição à eventos de escorregamentos de detritos,
principalmente nas áreas onde for removida a cobertura vegetal, devido à natureza do solo da
região.

6.8 Qualidade dos Solos e Concentração de Metais Traços

Foram coletadas 10 (dez) amostras de solo para análises laboratoriais acerca dos
parâmetros Porcentagem de Sólidos, Zinco, Cobre, Chumbo, Cromo Hexavalente, Níquel,
Cádmio, Cobalto, Vanádio, Mercúrio, Alumínio, Antimônio, Arsênio, Bário, Boro, Manganês,
Molibdênio, Nitrato (como N), Prata e Selênio, cujos resultados analíticos são expostos no
Quadro 12 e no Quadro 13, a seguir, bem como no Anexo 3- Resultados Analíticos para
Amostras de Solo.
As amostras foram coletadas nos dias 28/10/2016 (primeira campanha) e 23/02/2016
(segunda campanha) conforme Foto 43 e encaminhadas ao laboratório Bioagri Ambiental Ltda
(Foto 44) para a realização das análises supracitadas.

Foto 43: Amostra de solo sendo coleta com equipamento do tipo trado, previamente esterilizado.

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Foto 44: Amostra de solo sendo retirada do equipamento de coleta para ser acondicionada em frascaria
adequada e armazenada em caixa térmica com gelo até a chegada ao laboratório

A localização dos pontos de coleta podem ser visualizadas na Figura 61 e no


Quadro 11.

Figura 61: Localização dos pontos de coleta de solo para análises laboratoriais.

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Quadro 11: Informações acerca da localização dos pontos de coleta de solos realizadas.
LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE COLETA DE SOLO
COORDENADAS UTM SIRGAS 2000
PONTO E N
Vm.p1 263536 6577137
Vm.p2 263515 6575851
Vm.p3 262824 6573733
Vm.s04 262666 6577284
Vm.s05 262687 6576394
Vm.s06 263713 6576754
Vm.s07 264471 6576036
Vm.s08 261329 6577464
Vm.s09 263248 6576391
Vm.s10 263726 6575323

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Quadro 12: Resultados analíticos da primeira campanha de amostras de solo.
LQ/ Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados
Parâmetros Unidade
Faixa vm.p1 vm.p2 vm.p3 vm.s04 vm.s05 vm.s06 vm.s07 vm.s08 vm.s09 vm.s10
Porcentagem de Sólidos %p/p 0,05 83,8 87,3 85,2 85,4 84 88,8 81,5 77,9 85,7 93,5
Zinco mg/kg 1 23,2 29,8 24,2 17,5 28,4 30,5 143 69,1 22,3 28,3
Cobre mg/kg 1 7,17 3,41 4,04 2,44 22 6,17 4,98 1,84 15,2 3,34
Cromo mg/kg 1 8,64 15,4 9,57 5,26 8,74 14,9 37 33,9 6,92 26,3
Cromo Hexavalente mg/kg 0,3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3
Níquel mg/kg 1 4,28 5,19 3,22 2,58 2,36 5,51 13,8 15 2,14 7,54
Chumbo mg/kg 1 29,1 27 14,1 21,8 209 28,9 20,7 22,7 67,1 20
Cádmio mg/kg 0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Cobalto mg/kg 1 1,22 2,85 1,46 1,59 3,36 6,38 7,01 5,7 <1 2,42
Vanádio mg/kg 1 26,2 30,7 23,1 16,6 44,4 30,1 52,4 43,7 16,5 33,2
Mercúrio mg/kg 0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05
Alumínio mg/kg 1 33600 19600 9030 5110 4250 26900 35000 43600 5290 17500
Antimônio mg/kg 1 <1 <1 <1 <1 5,94 <1 <1 <1 3,55 <1
Arsênio mg/kg 1 4,58 3,43 4,54 <1 8,23 12,6 3,67 5,67 7,8 2,97
Bário mg/kg 1 194 192 263 66,8 61,2 3750 95 216 221 225
Boro mg/kg 1 21,6 34,7 17 15,2 24,3 36,7 58,4 41,6 14,3 37
Manganês mg/kg 1 87,5 142 122 127 412 319 439 350 274 123
Molibdênio mg/kg 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Nitrato (como N) mg/kg 1,1 1,2 <1 <1,1 1,44 1,91 <1 1,31 <1,2 <1,1 1,57
Prata mg/kg 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Selênio mg/kg 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1

Quadro 13: Resultados analíticos da segunda campanha de amostras de solo

LQ/ Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados
Parâmetros Unidade
Faixa vm.p1 vm.p2 vm.p3 vm.s04 vm.s05 vm.s06 vm.s07 vm.s08 vm.s09 vm.s10
Porcentagem de Sólidos %p/p 0,05 85,4 94,1 93,2 92,4 80,7 80,1 92,9 88,3 91,6 93,7
Zinco mg/kg 1 9,53 14,2 15,4 11,0 15,2 8,13 26,1 21,4 10,6 10,9
Cobre mg/kg 1 8,06 3,65 6,99 2,96 18,9 3,62 3,68 3,31 10,3 2,81
Cromo mg/kg 1 4,40 6,50 7,33 5,53 8,88 5,13 9,23 20,0 5,17 8,03
Cromo Hexavalente mg/kg 0,3 <0,4 <0,3 <0,4 <0,4 <0,4 <0,4 <0,3 <0,4 <0,4 <0,4
Níquel mg/kg 1 1,47 1,91 2,25 2,22 2,27 1,36 3,69 5,05 1,47 2,48
Chumbo mg/kg 1 22,00 30,3 13,7 15,9 178 10,4 12,4 19,9 51,7 7,94
Cádmio mg/kg 0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Cobalto mg/kg 1 1,42 2,54 3,28 1,85 3,63 1,22 2,63 2,79 1,46 <1
Vanádio mg/kg 1 18,1 14,6 16,7 13,6 34,9 12,4 16,0 23,7 12,5 9,0
Mercúrio mg/kg 0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05
Alumínio mg/kg 1 4570 4140 4480 4570 3060 2860 6600 7740 4120 2710
Antimônio mg/kg 1 1,49 <1 <1 <1 3,33 <1 <1 <1 3,75 <1
Arsênio mg/kg 1 7,34 3,34 2,10 <1 9,60 3,99 3,02 4,40 12,2 1,50
Bário mg/kg 1 232 232 162 64,1 58,1 591 51,4 156 127 106
Boro mg/kg 1 17,3 18,7 19,8 19,0 19,7 13,3 21,2 25,8 18,1 11,0
Manganês mg/kg 1 255 410 306 97,8 453 130 427 267 304 130

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Molibdênio mg/kg 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Nitrato (como N) mg/kg 1,1 <1,1 1,5 <1 <1 7,07 <1,1 <1 <1 <1 5,43
Prata mg/kg 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Selênio mg/kg 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1

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7. HIDROGEOLOGIA

As águas subterrâneas encontradas nos sistemas aquíferos regionais são águas


armazenadas que se acumularam ao longo de milhares de anos e se encontram em condições
naturais, numa situação de quase equilíbrio, governado por um mecanismo de recarga e
descarga. Além dessas águas não se encontraram diretamente expostas às influências
climáticas, o seu movimento é muito lento, implicando em tempo de trânsito muito longo. Mas,
nem toda água do subsolo pode ser extraída das formações geológicas em que se encontram.
Neste sentido é preciso desenvolver: modelos de simulação, que fornecem informação local
sobre a resposta do sistema de água subterrânea a bombeamentos e/ou recarga artificial de
modelos de otimização, para identificar, usando análise de sistemas, praticas adequadas de
gerenciamento dos recursos hídricos disponíveis.
De qualquer forma, para que sejam representativas as estimativas de comportamento
hidráulico de possíveis aquíferos existentes na área em questão é importante que sejam bem
entendidos os conceitos gerais relacionados à hidrologia das águas subterrâneas.

7.1 Conceitos e Parâmetros Hidrogeológicos Fundamentais

Um aquífero é definido como sendo uma unidade geológica permeável e saturada que
pode transmitir quantidades significativas de água sobre gradientes hidráulicos ordinários, de
forma a suprir diversos poços.
Uma camada confinante é uma unidade geológica que possui baixa ou pequena
permeabilidade (inferior a Lei de Darcy). As camadas confinantes podem ser subdivididas em
aquitardes, aquicludes e aquifugos.
Um aquitarde é definido como uma unidade geológica capaz de armazenar água porém
a liberando muito lentamente.
Um aquiclude é definido como uma unidade geológica saturada incapaz de transmitir
água em quantidades significantes sobre gradientes hidráulicos ordinários.
Um aquifugo é uma camada ou formação geológica absolutamente impermeável.
As características de condução da água subterrânea do aquífero estão relacionadas
com as propriedades de porosidade, condutividade hidráulica e transmissividade.
As aberturas e os poros existentes nas formações geológicas que constituem os
aquíferos possuem funções de armazenamento e de condução da água subterrânea, que flui
das áreas de recarga em direção a de descarga.
A porosidade é definida como sendo o volume de vazios dividido pelo volume total
(DAVIS E DeWIEST, 1966). A porosidade eficaz é definida como sendo o número de poros
interconectados dividido pelo volume total da rocha. Embora a porosidade represente a
quantidade de água que um aquífero pode conter, não indica quanta água possa fornecer.

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A condutividade hidráulica é a propriedade de uma formação aquífera relacionada com
a sua função de conduto ou canal (escoamento). É definida como a capacidade de um meio
poroso transmitir água. O movimento da água entre um ponto e outro acontece sempre que
entre estes se estabelece uma diferença de pressão (Lei de Darcy, 1856).
O armazenamento específico é a quantidade de água liberada por 1m3 do aquífero sob
o efeito da gravidade. A quantidade de água que fica retida por efeito das forças capilares é
definida como sendo a Retenção Específica do Aquífero. Quanto mais fino o material
geológico, maior é a retenção específica.
Outro parâmetro hidráulico importante é o coeficiente de armazenamento, o qual se
define como o volume de água possível de extrair de uma coluna de aquífero que tenha por
base a unidade de seção ao diminuir a pressão em uma unidade.

7.2 Características e Classificação dos Tipos de Aquíferos

Segundo Machado (2005), embora ocorram na natureza formações geológicas com


uma variedade muito grande de tipos de rochas, o comportamento hidráulico subdivide-se em
três grandes tendências (meio porosas granulares, por faturamento e por dissolução). Apesar
dos critérios-guia para o estabelecimento de unidades aquíferas não serem coincidentes com
aquelas das unidades geológicas, o conhecimento preciso das características geológicas é
fator determinante das caracterizações das unidades hidrogeológicas, como segue:
1- De acordo com o tipo de porosidade das formações litológicas que compõem seu
arcabouço os aquíferos podem ter três subdivisões principais:
a) Aquíferos com porosidade intergranular, em geral primária, formados por
litologias sedimentares predominantemente arenosas;
b) Aquíferos com porosidade por fraturas, em geral secundários, formados por
litologias de origem ígnea e metamórfica e, em alguns casos, por rochas
sedimentares muito litificadas;
c) Aquíferos com porosidade por fraturas dissolvidas e alargadas principalmente
por ação de CO dissolvidos na água. Constituem os chamados carsts, formados
por rochas carbonáticas. Possuem grande heterogeneidade e anisotropia do
fluxo, dificultando a aplicação de cálculos hidráulicos.
2- De acordo com os valores relativos de condutividade hidráulica (k) podem ser
classificados em:
a) Livres, quando a condutividade hidráulica é média a alta em toda a espessura da
formação litológica, praticamente sem variações significativas;
b) Semilivres, quando existem duas zonas de condutividade hidráulica em que a
superior apresenta uma diferença pouco significativa em relação à condutividade
hidráulica da base do aquífero (K’<K);
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c) Confinados, quando existem também duas zonas de condutividade hidráulica,
com os valores da porção superior insignificantes quando comparados com os
da base do aquífero, podendo ser as litologias confinantes inclusive
impermeáveis (K=0).
3- Os aquíferos também podem ser classificados de acordo com a pressão atuante nas
suas águas, tanto nas superfícies limítrofes superiores (solo) ou inferiores (zona
confinada):
a) Aquífero livre (também chamado de freático) é aquele cuja superfície superior é
o nível freático, onde todos os pontos estão sob pressão atmosférica, com
relação à superfície limitante inferior, eles podem ser classificados em drenantes
(base semipermeável) ou não drenantes (base impermeável). Aquíferos
suspensos ocorrem dentro de uma superfície freática regional e possuem águas
acumuladas sobre uma camada impermeável de extensão limitada;
b) Aquífero confinado ou sob pressão artesiana: é aquele no qual a pressão no
topo do aquífero é maior do que a pressão atmosférica. Aquífero confinado não
drenante, é um aquífero que é limitado no topo e na base por camadas
impermeáveis. Em aquíferos desse tipo o nível de água subterrânea fica acima
do teto do aquífero e indica a carga potenciométrica ou carga hidráulica média.
Quando o nível sobe acima da superfície do terreno, o artesianismo é surgente
ou jorrante. O aquífero confinado é drenante quando pelo menos uma das
camadas limítrofes é semipermeável, permitindo a entrada ou saída de fluxos de
água por drenança. Em um aquífero semiconfinado as formações do topo podem
fornecer quantidades consideráveis de água ao longo de uma grande extensão
regional do aquífero.
Dentre os conceitos básicos de hidrogeologia no método de Theis para cálculo da
transmissividade dos aquíferos é inerente à hipótese de que o aquífero possui extensão infinita.
Obviamente não existe tal aquífero na Terra. Todos os aquíferos são limitados tanto na direção
vertical como na horizontal. Por exemplo, limites verticais podem incluir o nível da água, o
plano de contato entre cada aquífero e cada camada confinante e o plano que marca o limite
inferior da zona de interconexão dos poros, em outras palavras, a base do sistema de água
subterrânea.
Hidraulicamente, fronteiras de aquíferos são de dois tipos: fronteiras de recarga e
fronteiras impermeáveis. A posição e a natureza destas fronteiras são de importância crítica em
muitos problemas de água subterrânea, incluindo o movimento e o destino de poluentes e a
resposta do aquífero a rebaixamentos.

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A avaliação sobre a hidrogeologia da área tem como base trabalhos anteriormente
realizados, dados primários obtidos em estudos realizados pela empresa Hidrovia (anexo 5),
além de publicações disponíveis e Mapa Hidrogeológico do Rio Grande do Sul (CPRM, 2005).

7.3 Hidrogeologia Regional

Segundo o Mapa Hidrogeológico do Rio Grande do Sul (Figura 62) a área estudada
situa-se sobre Aquicludes Eo-Paleozóicos. Estes ocupam as áreas do centro ao leste do
embasamento cristalino entre os municípios de Caçapava do Sul, Bagé, Lavras do Sul e Vila
Nova do Sul. Constituem-se de arenitos finos a médios, róseos a avermelhados, muito
endurecidos pelos cimentos ferruginosos, calcíticos e silicosos, proporcionando uma
porosidade muito baixa. Também se intercalam espessas camadas de conglomerados e
ritmitos pelíticos (turbiditos). Apesar da predominância de arenitos, a sua cimentação
praticamente impermeabiliza a rocha, dando como resultado poços tubulares secos ou de
vazão insignificante.

31°
54°

Figura 62: Mapa hidrogeológico regional (Fonte: Mapa Hidrogeológico do Rio grande do Sul. CPRM,
2005).

LEGENDA:
ep = Aquicludes Eo-Paleozoicos pr = Sistema Aquífero Palermo/ Rio Bonito
= Sistema Aquífero Embasamento
ec2 = Local estudado
Cristalino II

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7.4 Hidrogeologia Local

Apesar do grande número de trabalhos publicados sobre as rochas da bacia de


Camaquã, pesquisas direcionadas à caracterização hidrogeológica das rochas na região de
interesse são escassas. Entretanto, com base em trabalhos publicados no âmbito da
geomorfologia, hidrologia, petrografia e geologia estrutural, além das observações obtidas
diretamente em campo, é possível extrair conceitos que direcionam o entendimento do
comportamento hidráulico dos maciços.
As áreas de estudo regional e local situam-se em uma janela estrutural onde são
expostas rochas neoproterozoicas a paleozoicas da bacia de Camaquã, especificamente as
unidades do topo: grupos Santa Bárbara e Guaritas. Essas unidades constituem edifícios
sedimentares de texturas variadas produzidas em ambientes distintos: marinhos, continentais e
transicionais.
A área é marcada por uma trama estrutural que remonta tectônica transcorrente em
estágios distintos, com dobramentos, falhas e zonas de cisalhamento com reativações normais
posteriores. Associadas com essas movimentações ocorreram a introdução de corpos ígneos e
eventos de hidrotermalismo que modificaram localmente a composição das rochas e que
permitiram a deposição de metais associados a sulfetos.
O desenvolvimento do relevo sobre esse conjunto sedimentar heterogêneo e fraturado
deu origem a superfícies runeiformes e vales encaixados que se intercalam com zonas
deprimidas, de textura lisa, normalmente cobertas por vegetação campestre (Fensterseifer e
Hansen, 2000). As cabeceiras das drenagens estão associadas principalmente ao relevo
rugoso nas cotas elevadas, que comumente marcam a expressão fisiográfica do Grupo
Guaritas, e mais raramente rochas rudáceas do Grupo Santa Bárbara, a norte do rio Camaquã.
As superfícies runeiformes encontram-se normalmente com pouca ou nenhuma
cobertura de solos e formam vertentes de elevada inclinação, sendo comuns na paisagem
morros isolados com aspecto de ruínas. Nas encostas podem ocorrer depósitos de tálus, sendo
esses sedimentos inconsolidados, juntamente com aqueles acumulados em superfícies planas
originadas pela erosão superficial, as áreas favoráveis para armazenamento das águas
precipitadas e do escoamento superficial. Esses solos tendem a ser pouco desenvolvidos,
litólicos e pobres em macro e microelementos, estando associados à vegetação rupestre e
xerofítica (Fensterseifer e Hansen, 2000).
Os cursos d´água nas áreas de cabeceira são conduzidos em vales encaixados em
forma de “V”, formando padrões retangulares associados a planos de fraturas e falhas e que
normalmente estão cobertos por vegetação arbórea. Em direção a jusante os cursos d´água
são capturados em drenagens maiores. Essas drenagens seguem em sentido sul até o rio
Camaquã, nível de base regional.

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Ao longo do trajeto em cotas mais baixas, antes de alcançar o nível de base (já dentro
da AII e AID), os cursos d´água fluem essencialmente sobre as rochas do Grupo Santa
Bárbara, em feições de relevo mais suaves ou planas, com morros de topo plano ou convexo,
em vertentes menos íngremes (Fensterseifer e Hansen, 2000). Nessa unidade os solos são,
em geral, mais espessos, com maior quantidade de matéria orgânica incorporada, se
comparados aos solos no relevo runeiforme. Entretanto a maior parte é composta por solos
litólicos, arenosos e ricos em seixos. Pontualmente podem ocorrer solos mais desenvolvidos e
ricos em nutrientes, estando esses associados a rochas básicas a intermediárias.
O rio Camaquã situa-se próxima à cota 130 m. Nas áreas de interesse desse estudo as
sub-bacias investigadas apresentam um desnível de aproximadamente 220 m, sendo as cotas
mais elevadas em torno dos 350 metros. O rio apresenta aspecto meandrante, com trechos
retilíneos associados a descontinuidades geológicas. As planícies de inundação do rio são
relativamente estreitas, as quais raramente ultrapassam algumas centenas de metros de
largura (Fensterseifer e Hansen, 2000). Ao longo do vale do rio Camaquã encontram-se
paleoterraços relacionados a níveis mais elevados do rio no passado.

7.4.1 Tipologias Aquíferas


Para estabelecer as características dos domínios hidrogeológicos das ADA, AID e AII do
Projeto Caçapava do Sul (06- Mapa Hidrogeológico) foi utilizado o mapeamento geológico e
topográfico local disponibilizado pela Mineração Santa Maria. Além destas informações, foram
levadas em conta as observações realizadas em campo sobre as propriedades hidráulicas
semelhantes dos tipos litológicos identificados e as considerações teóricas apresentadas
anteriormente.
Com base na experiência obtida em estudos de regiões congêneres e nas próprias
informações geológicas já existentes em nível regional e local, a classificação e a
caracterização dos sistemas aquíferos foram feitas de acordo com critérios básicos, tais como
a sua estruturação, modo de ocorrência, condições de armazenamento e de circulação de
água, denotando-se a presença de zonas hidrogeológicas com maior ou menor
heterogeneidade as quais podem afetar diretamente a ordem de grandeza dos principais
parâmetros hidrodinâmicos (K, S e T) responsáveis pelo potencial hidrogeológico dos
aquíferos.

7.4.2 Identificação e Classificação de Aquíferos


Para se classificar os tipos de sistemas aquíferos existentes em um domínio, devem-se
identificar os tipos principais de porosidade existentes, quais sejam: as de natureza intersticial,
granular ou porosa; e as de natureza fissural, por fraturas ou fendas, definidos,

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respectivamente, como de porosidade primária intergranular e os de porosidade secundária
fissural.
As próprias tipologias litológicas existentes designam uma maior ou menor capacidade
à condução das águas subterrâneas e ao potencial de armazenamento, em função de suas
propriedades hidráulicas naturais. Assim sendo, é conveniente a delimitação das rochas que
funcionam como corpos armazenadores com características similares a partir dos
mapeamentos geológicos existentes. A interpretação das condições estruturais destes corpos
indica um maior ou menor potencial aquífero, possibilitando a integração necessária ao
reconhecimento de cenários favoráveis ou não à ocorrência das águas subterrâneas.
Os tipos de rochas que detêm maior potencial aquífero são bastante conhecidos, sendo
também conhecidas as rochas que apresentam baixa predisposição natural para servirem
como aquíferos. No entanto, frequentemente, as tramas litológicas e estruturais que se
encontram perceptíveis na natureza possibilitam o intercruzamento de tipos distintos de rochas
quanto a sua capacidade de armazenamento e de condução de água, permitindo desse modo,
a existência de ambientes com capacidade intermediária à produção e ao armazenamento das
águas subterrâneas.
De acordo com o tipo de rocha existente, conforme a capacidade de
circulação/renovação de água ditado pela sua porosidade efetiva para fluxo, estas podem ser
classificadas em Zonas Aquíferas (ZA), Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP) e Zonas Não-
Aquíferas (ZNA), a saber:
Zonas Aquíferas (ZA)
Os exíguos terrenos compostos por rochas de maior porosidade/permeabilidade, cuja
capacidade de armazenamento se mostra mais elevada. Correspondem às zonas cujas
contribuições efetivas dos aquíferos equivalem, em geral, a regimes de escoamento
permanente, pouco influenciado pelas alternâncias pluviométricas e relativamente constantes
no período de estiagem.
Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP)
Os terrenos onde as propriedades hidráulicas do meio aquífero correspondem a uma
situação intermediária em termos de sua capacidade de armazenamento. São relacionados às
zonas de aquíferos pobres, e aqui vinculados a regimes de escoamento de base que são
mantidos nos períodos de estiagem, ainda que os volumes se mostrem mais reduzidos.
Zonas Não Aquíferas (ZNA)
Os terrenos pouco permeáveis e de baixa capacidade de armazenamento (zonas não
aquíferas) mostram-se caracterizados por bacias em que a recessão encontra-se vinculada à
restituição de aquíferos pouco profundos, inconsolidados e de baixíssima permeabilidade, onde
o regime de fluxos superficiais é intermitente ou efêmero.

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Os cálculos dos coeficientes de recessão conhecidos para ambientes correlatos às
Zonas Aquíferas, a partir da análise das hidrógrafas de vazões de diversas bacias hidrográficas
e hidrogeológicas, implicam em valores representativos da recarga e da descarga dos
aquíferos, os quais influenciam diretamente no volume restituído aos cursos d’água. Assim, os
tipos de bacias encontradas podem ser abordados de modo equivalente às propriedades
hidráulicas do meio aquífero, permitindo a associação de seus regimes específicos de
descarga às tipologias aquíferas previamente definidas, e identificadas as porosidades efetivas
de cada domínio hidrogeológico, conforme mostra o Quadro 14.
A vazão específica (L/s/km²) de cada tipologia aquífera foi estimada em cima da
porosidade efetiva de cada litotipo aflorante na região e baseada em conhecimento dos litotipos
encontrados e na experiência adquirida em outros estudos. Este valor é utilizado para estimar
as vazões de restituição hídrica subterrânea das litologias em função de sua área aflorante e
pode ser utilizado como estimativa da reserva hídrica subterrânea de uma determinada região.
Tendo como base os dados da literatura utilizados para áreas de influência, foram
analisadas as características dos litotipos mapeados em cada uma das bases, e, após a
análise de suas características hidrogeológicas, estes foram agrupados segundo seu potencial
aquífero. Esse agrupamento é apresentado e descrito a seguir nos mapas de tipologias
aquíferas (Quadro 14) e nas tabelas de tipologias aquíferas e de vazões mínimas estimadas.

Quadro 14: Relação entre Tipologias Aquíferas, porosidade efetiva para fluxo e vazão específica
associada.
Porosidade Efetiva para Vazão específica
Tipologia Aquífera
Fluxo associada L/s/km²
Zona Aquífera
15% 19,0
(ZA)
ZAP 1 3,5% 6,5
Zona de Aquíferos Pobres
ZAP 2 3,0% 6,0
(ZAP)
ZAP 3 2,5% 5,5
Zona não-Aquífera (ZNA) 0,1% 1,8

Área de Influência Indireta


Conforme descrito na caracterização geológica das áreas de influência do
empreendimento, os litotipos aflorantes na Área de Influência Indireta (AII), de acordo com o
mapeamento local, são agrupados de acordo com as potencialidades hidráulicas, em diferentes
tipologias aquíferas: Zonas Aquíferas (ZA); Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP); e Zonas Não
Aquíferas (ZNA). As zonas de aquíferos pobres foram ainda subdivididas em três tipos, devido
à diversidade litológica que diferencia sutilmente a potencialidade dos litotipos envolvidos.
O mapa da relação dos litotipos com as tipologias aquíferas, a caracterização, áreas de
abrangência e vazões mínimas associadas são apresentadas no Quadro 15.

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Zonas Aquíferas (ZA)
As Zonas Aquíferas identificadas na AII compreendem as coberturas aluvionares que
correspondem a 3,3% da área. Este litotipo está associado com a calha do rio Camaquã, e
possui como litotipos predominantes areias grossas e cascalhos inconsolidados, originados dos
efeitos da erosão sobre as rochas graníticas e litologias eopaleozoicas. Possuem capacidade
específica alta (4 m³/h/m) e salinidade baixa (em média 150 mg/l), segundo CPRM (2005).
Zonas Aquíferas Pobres (ZAP)
As Zonas Aquíferas Pobres presentes na AII foram divididas em três tipos com o intuito
de diferenciá-las quanto às características aquíferas.
Neste grupo estão presentes as unidades litoestratigráficas dos grupos Guaritas, Cerro
do Bugio, Bom Jardim e Santa Bárbara, cujos litotipos foram classificados em:
ZAP 1: Os litotipos presentes na Zona Aquífera Pobre 1 são essencialmente
conglomerados com arenitos friáveis subordinados. Representam 65% da AII e são
responsáveis pela maior parte da reserva renovável da área. Estas unidades são comumente
classificadas como zonas aquíferas, porém a presença de cimentação intergranular e
compactação as torna praticamente improdutivas.
ZAP 2: Na Zona Aquífera Pobre 2 os principais litotipos presentes são os arenitos e
arenitos com intercalações de conglomerado. Esta zona representa 22,1% da AII e, assim
como a ZAP 1, possui grande cimentação intergranular e compactação, que a tornam um
aquífero pobre.
ZAP 3: Na Zona Aquífera Pobre 3 estão presentes litotipos que representam 6,5% da
AII representados por siltitos, ou ritmitos, de acordo com a denominação local. Estas unidades
costumam apresentar baixas condutividades, as quais podem se tornar ainda menores em
função da cimentação em zonas hidrotermalizadas.
Zonas Não Aquíferas (ZNA)
A Zona Não Aquífera mapeada na AII é representada por gabros e diques de diabásio
expostos no centro e a SE da região. Este tipo de rocha é comumente caracterizado como de
baixo potencial hidrogeológico e geralmente possui características de aquicludes. A área de
afloramento deste litotipo possui baixa representatividade, correspondendo a apenas 3,3% da
área total. No entanto, este litotipo desempenha um importante papel na dinâmica hídrica local
por poder compartimentar as unidades de maior potencial hidrogeológico.

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Gráfico 8: Gráficos relativos à porcentagem das áreas de ocorrência das tipologias aquíferas na AII.

Quadro 15: Caracterização das Tipologias Aquíferas na AII e Vazões Mínimas Associadas.
Vazão de
Vazão
Área Base Vazão de Base
Específica Litologia Área (%)
(km²) Estimada Estimada (m³/h)
L/s/km²
(L/s)
Aquiferas
Zonas

(ZA)

19 Aluvição 1,5 3,2 27,6 99,2


Zonas Não Aquíferas Zonas Aquíferas Pobres (ZAP)

Guaritas
1 6,5 Conglomerado 29,6 64,8 192,2 692
Inferior

Superior

2 6 Arenito Médio 10,1 22,2 93,6 60,9 219,1 969,9

Inferior

3 5,5 Ritmito 3 6,5 16,3 58,8


(ZNA)

1,8 Gabro e diques de diabásio 1,5 3,2 2,6 9,5

TOTAL 45,6 100% 299,6 1078,6

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Área de Influência Direta
Os litotipos encontrados na Área de Influência Direta (AID) possuem nomenclatura local,
sendo estes agrupados de acordo com as potencialidades hidráulicas, em diferentes tipologias
aquíferas: Zonas Aquíferas (ZA); Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP); e Zonas Não Aquíferas
(ZNA). As zonas de aquíferos pobres foram ainda subdivididas em três tipos, devido à
diversidade litológica que diferencia sutilmente a potencialidade dos litotipos envolvidos.
O mapa da relação dos litotipos com as tipologias aquíferas com ocorrência das
tipologias na AID, a caracterização, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas são
apresentadas no Quadro 16.
Zonas Aquíferas (ZA)
As Zonas Aquíferas identificadas na AID compreendem as coberturas aluvionares e
aparecem em cerca de 3% da área. Este litotipo associa-se com a calha do rio Camaquã e
possui como litotipo predominante areias grossas e cascalhos inconsolidados, originados dos
efeitos da erosão sobre as rochas graníticas e litologias eo-paleozoicas. Possuem capacidade
específica alta (4 m³/h/m) e salinidade baixa (em média 150 mg/l), segundo CPRM (2005).
Zonas Aquíferas Pobres (ZAP)
Assim como na AII, as Zonas Aquíferas Pobres foram divididas em três tipos de acordo
com as características de cada litotipo.
- ZAP 1: Os litotipos presentes na Zona Aquífera Pobre 1 são essencialmente
conglomerados com arenitos friáveis subordinados. Representam 65,3% da AID e são
responsáveis pela maior parte da sua reserva renovável. Estas unidades são comumente
classificadas como zonas aquíferas, porém as zonas de ocorrência de cimentação intergranular
e compactação as tornam praticamente improdutivas.
- ZAP 2: Na Zona Aquífera Pobre 2 os principais litotipos presentes são os arenitos e
arenitos com intercalações de conglomerado. Esta zona representa 22,6% da AID e, assim
como a ZAP 1, possui grande cimentação intergranular e compactação, que a torna um
aquífero pobre.
- ZAP 3: Na Zona Aquífera Pobre 3 estão presentes litotipos que representam 6,6% da
AID representados por siltitos, ou, de acordo com a denominação local, ritmitos. Estas
unidades costumam apresentar baixas condutividades, as quais podem se tornar ainda
menores em função da cimentação em zonas hidrotermalizadas.
Zonas Não Aquíferas (ZNA)
A Zona Não Aquífera mapeada na AID é representada por gabros e diques de diabásio
expostos no centro e a SE da região. Este tipo de rocha é comumente caracterizado como de
baixo potencial hidrogeológico e geralmente possui características de aquicludes. A área de
afloramento deste litotipo possui baixa representatividade, correspondendo a apenas 2,9% da

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área total. No entanto, este litotipo desempenha um importante papel na dinâmica hídrica local
por poder compartimentar as unidades de maior potencial hidrogeológico.

Gráfico 9: Gráficos relativos à porcentagem das áreas de ocorrência das tipologias aquíferas na AID.

Quadro 16: Caracterização das Tipologias Aquíferas na AID e Vazões Mínimas Associadas.
Vazão de
Vazão
Área Base Vazão de Base
Específica Litologia Área (%)
(km²) Estimada Estimada (m³/h)
L/s/km²
(L/s)
Aquiferas
Zonas

(ZA)

19 Aluvição 1,2 2,70% 23,2 83,5


Zonas Não Aquíferas Zonas Aquíferas Pobres (ZAP)

Guaritas
1 6,5 Conglomerado 29,3 65,3 190,8 686,8
Inferior

Superior

2 6 Arenito Médio 10,1 22,6 94,4 60,9 219,1 964,7

Inferior

3 5,5 Ritmito 3 6,6 16,3 58,8


(ZNA)

1,8 Gabro 1,3 2,9 2,3 8,4

TOTAL 45 100% 293,5 1056,6

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Área Diretamente Afetada
Assim como nas áreas de influência descritas anteriormente, os litotipos encontrados na
Área Diretamente Afetada (ADA) possuem nomenclatura local, sendo estes agrupados de
acordo com as potencialidades hidráulicas, em diferentes tipologias aquíferas existentes, quais
sejam: Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP) e Zonas Não Aquíferas (ZNA). As zonas de aquíferos
pobres foram subdivididas em dois tipos, devido à diversidade litológica que as diferenciam
sutilmente a potencialidade dos litotipos envolvidos.
O mapa da relação dos litotipos com as tipologias aquíferas e o gráfico relativo ao
percentual de ocorrência das tipologias na ADA são apresentados a seguir.
Zonas Aquíferas Pobres (ZAP)
As Zonas Aquíferas Pobres foram divididas em dois tipos de acordo com as
características de cada litotipo:
- ZAP 1: Os litotipos presentes na Zona Aquífera Pobre 1 são essencialmente
conglomerados com arenitos friáveis subordinados. Representam 58,7% da ADA e são
responsáveis pela maior parte da sua reserva renovável. Estas unidades são comumente
classificadas como zonas aquíferas, porém a cimentação intergranular e compactação podem
torná-las praticamente improdutivas.
- ZAP 2: Na Zona Aquífera Pobre 2 os principais litotipos presentes são os arenitos e
arenitos com intercalações de conglomerado. Esta zona representa 41% da ADA e, assim
como a ZAP 1, possui grande cimentação intergranular e compactação, que a tornam um
aquífero pobre.
Zonas Não Aquíferas (ZNA)
A Zona Não Aquífera mapeada na ADA é representada por corpos de gabro expostos
na porção oeste da área. Este tipo de rocha é comumente caracterizado como de baixo
potencial hidrogeológico e geralmente possui características de aquicludes. A área de
afloramento deste litotipo possui baixa representatividade, correspondendo a apenas 0,01% da
área total. No entanto, este litotipo desempenha um importante papel na dinâmica hídrica local
por poder compartimentar as unidades de maior potencial hidrogeológico.

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Gráfico 10: Gráficos relativos à porcentagem das áreas de ocorrência das tipologias aquíferas na ADA.

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Tabela 4: Caracterização das Tipologias Aquíferas na ADA e Vazões Mínimas Associadas.

Vazão
Vazão de Base Estimada
Especifica Litologia Área (km²) Área (%) Vazão de Base Estimada (m³/h)
(L/s)
L/s/km²

Guaritas
Pobres (ZAP)

1 6,5 Conglomerado 3,1 58,7 20,4 73,6


Aquiferas

Inferior
Zonas

Superior 99,8 121,3


2 6 Arenito Médio 2,2 41,1 13,2 47,6
Inferior
Zonas Não Aquíferas
(ZNA)

1,8 Gabro 0,01 0,01 0,2 0,1

TOTAL 5,4 100 33,7 121,3

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7.4.3 Condutividade Hidráulica
Entre os dias 28 a 30 de janeiro de 2014 foi realizado em sete furos de sonda (Figura
63) entre os quais 4 contemplam as cavas do plano diretor, o teste de aquífero denominado
slug test. Este teste envolve uma estimativa da condutividade hidráulica (K) por meio de uma
medição sistemática da variação do nível d’água em um piezômetro quando adicionado um
volume d’água conhecido, só cessando quando o valor de nível d’água estabiliza no nível
inicial. Foi realizada uma campanha pois duas campanhas para reconhecimento de
condutividade hidráulica do aquífero através de slug tests não são necessárias, visto que os
parâmetros geológicos que resultaram na condutividade hidráulica presente no aquífero no
momento dos testes já realizados, como cimentação intergranular por exemplo, são
condicionadas por fatores de escala de tempo geológico e que não estão sujeitas a variações
sazonais.
Para a análise do slug test foi utilizado o método Hvorslev (HVORSLEV, 1951, apud
FETTER, 1994). O nível de água no poço é medido imediatamente antes da adição do volume
conhecido de água e, logo após a adição, uma nova medida é realizada. A altura em que o
nível de água sobe do nível estático ao adicionar a água é o h0. Os demais níveis de água
mensurados a partir daí são denominados h. No gráfico são plotados os dados da razão h/h0
em escala logarítmica versus tempo. Os principais parâmetros utilizados para o cálculo da
condutividade hidráulica são o raio do piezômetro, a espessura do pré-filtro, o comprimento da
seção filtrante e o tempo que o nível de água leva para cair a 37% da diferença inicial.
Importante ressaltar que o método de Hvorslev foi desenvolvido para o cálculo da
condutividade hidráulica em um horizonte aquífero específico, onde estaria uma única seção
filtrante em um piezômetro revestido. Entretanto, o ensaio foi realizado em furos de sonda sem
revestimento e desprovidos de filtro e pré-filtro. Desse modo, o furo de sonda foi comparado a
um piezômetro ranhurado em todo o seu comprimento com espessura do pré-filtro igual a zero.
O método de Hvorslev se mostrou o mais adequado para tal aproximação. Entretanto, deve-se
frisar que os valores de K apresentados não são de um litotipo específico, mas médios para
cada um dos furos podendo existir variações expressivas de condutividade hidráulica ao longo
de cada horizonte. Foram realizados 7 slug test, dentre eles 4 estão nas áreas das cavas do
plano diretor.

Quadro 17: Valores de condutividade hidráulica (K) obtidos através do slug test.
Instrumento Nome Furo Profundidade (m) Condutividade Hidráulica (cm/s)
INA2 FSM0056 95 4.1*10-07
INA5 PC-A3-84-02 90 1,2*10-08
INA6 PC-A3-81-04 130 6,5*10-07
INA7 PC-A3-80-17 100 4,2*10-06
INA9 FSM0035 201 5,8*10-07

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Instrumento Nome Furo Profundidade (m) Condutividade Hidráulica (cm/s)
INA10 FSM0087 305 2,6*10-07
INA11 FSM0031 251 1,5*10-06
Nota: Metodologia Hvorslev disponibilizada em FETTER (1994)

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Figura 63: Mapa de dispositivos de monitoramento de nível d’água sujeitos ao slug test no Projeto Caçapava do Sul.

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139
As condutividades hidráulicas calculadas através do método descrito acima se
mostraram bastante baixas, sugerindo uma baixa aptidão hidrogeológica da região, variando
entre valores típicos de aquiclude (10-8 a 10-6 cm/s) e aquitarde (10-6 a 10-4 cm/s), conforme
sumarizado no Quadro 17.
Conforme já foi observado anteriormente, as unidades aquíferas presentes na área
estudada são referentes a unidades litoestratigráficas que possuem, normalmente, bom
potencial hidrogeológico. No entanto, a cimentação intergranular das rochas não permite que
estas apresentem os valores normalmente observados na literatura e os parâmetros de
transmissividade, coeficiente de armazenamento, capacidade de infiltração, permeabilidade e
porosidade eficaz não foram obtidos por meio de testes diretos em campo. Dessa forma são
aqui apresentados valores obtido através de literatura e critérios condizentes com o que foi
observado no estudo.

7.4.4 Transmissividade
A transmissividade hidráulica (T) é um parâmetro hidráulico diretamente relacionado à
condutividade hidráulica (K) e espessura da camada (b). Segundo compilações das
informações cartográficas de CPRM (2004, 2014), as quais se baseiam nos estudos de
Struckmeier & Margat (1995), unidades com a classificação “Muito Baixa” de capacidade
específica (menores que 0,5 m³/h/m) e com condutividades hidráulicas da ordem de 10-8 e 10-
9 m/s apresentam valores de transmissividade hidráulica inferiores a 10-5 m²/s.

7.4.5 Permeabilidade
A permeabilidade, segundo Feitosa e Manoel Filho (op cit.), está em função do tipo de
material poroso, sua granulometria e sua disposição estrutural. Em sedimentos inconsolidados
existe a relação direta de quanto maior o tamanho médio dos grãos, menor o desvio padrão do
diâmetro das partículas e mais bem selecionado estiver o sedimento, maior sua
permeabilidade. Dessa forma, é um valor obtido experimentalmente, porém, apresenta relação
direta com a condutividade hidráulica. O Quadro 18 apresenta uma faixa de valores de
permeabilidade intrínseca relacionado com a condutividade hidráulica para alguns materiais
não consolidados. Segundo a tabela, ao considerar como 10-6 a 10-7 cm/s a ordem de
grandeza da condutividade hidráulica obtidos pelo slug test, podem-se esperar valores de
permeabilidade intrínseca próximas às estimadas para as argilas.

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Quadro 18: Faixa de valores de permeabilidade intrínseca e condutividade hidráulica para vários
materiais não consolidados.
Permeabilidade intrinseca Condutividade Hidráulica
Material
(cm²) (cm/s)
Argila 10-14 a 10-11 10-9 a 10-6
Silte; Silte Arenoso 10-11 a 10-9 10-6 a 10-4
Areia argilosa 10-10 a 10-9 10-6 a 10-4
Areia siltosa; Areia fina 10-10 a 10-8 10-5 a 10-3
Areia bem distribuida 10-8 a 10-6 10-3 a 10-1
Cascalho bem distribuido 10-7 a 10-5 10-2 a 10-0

7.4.6 Capacidade de Infiltração


Segundo Feitosa e Manoel Filho (1997), a capacidade de infiltração se define como
sendo a taxa máxima à qual um dado solo pode absorver uma precipitação em certa condição.
Este parâmetro seria exponencialmente decrescente com o tempo, partindo de um valor inicial
máximo até atingir uma taxa constante, denominada taxa real de infiltração. Esta última
também diminui exponencialmente com o tempo, à medida que o solo se torna saturado e as
suas partículas argilosas incham. Este parâmetro deve ser obtido por meio de dados primários
e a taxa de infiltração costuma ficar entre os valores apresentados no Quadro 19, mas estima-
se que, para o solo da área investigada, ele se situe na faixa definida para solos arenosos (>30
mm/hora).

Quadro 19: Extensão de valores de capacidade de infiltração.


Tipo de solo Taxa de infiltração (mm/hora)
Areia >30
Silte arenosa 20-30
Silte out/20
Argila siltosa 05/out
Argila siltosa 01/mai
Fonte: Valores obtidos segundo Brouner (1990)

Porosidade Eficaz
As unidades aquíferas presentes na área estudada são referentes à unidades
litoestratigráficas que possuem, normalmente, bom potencial hidrogeológico. No entanto, a
cimentação intergranular das rochas não permite que estas apresentem os valores
normalmente observados na literatura e os parâmetros de transmissividade, coeficiente de
armazenamento, capacidade de infiltração, permeabilidade e porosidade eficaz não foram
obtidos por meio de testes diretos em campo. Dessa forma são aqui apresentados valores
obtidos através de literatura e critérios condizentes com o que foi observado no estudo.

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7.4.7 Coeficiente de Armazenamento
O coeficiente de armazenamento (Ss) se refere ao volume de água liberado por unidade
de volume do aquífero livre com a queda de uma unidade de carga hidráulica. No aquífero em
questão, estima-se que possua valores característicos de rocha fissurada, conforme exposto
no Quadro 20.

Quadro 20: Extensão de valores de coeficiente de armazenamento (Ss).


Coeficiente de armazenamento (m-
Material
1)
Argila plástica 2,0 x 10-2 a 2,6 x 10-3
Argila média 2,6 x 10-3 a 1,3 x 10-3
Argila média a dura 1,3 x 10-3 a 9,2 x 10-4
Areia solta 1,0 x 10-3 a 4,9 x 10-4
Areia densa 2,0 x 10-4 a 1,3 x 10-4
Cascalho arenoso denso 1,0 x 10-4 a 4,9 x 10-5
Rocha fissurada 6,9 x 10-5 a 3,3 x 10-6
Rocha sólida Menor que 3,3 x 10-6
Fonte: Anderson & Woessner (1992), adaptado de Domenico (1972)

7.4.8 Limites Superior e Inferior de Aquíferos


Conforme observado em campo e por medidas de vazão das nascentes/olhos d’água e
cursos d´água nas sub-bacias de interesse é notável o reduzido potencial hídrico superficial, o
que pode ser diretamente associado à presença de um ambiente hidrogeológico de baixa
porosidade e permeabilidade.
Segundo o Mapa Hidrogeológico do Rio Grande do Sul desenvolvido pela CPRM em
2005 na escala 1:750.000, a unidade hidrogeológica presente na área estudada é
caracterizada como Aquiclude Eo-Paleozoico, constituído de arenitos finos a médios, róseos a
avermelhados, muito endurecidos pelos cimentos ferruginosos, calcíticos e silicosos, o que
proporciona uma porosidade muito baixa. Ainda que predominem os arenitos, a cimentação
praticamente impermeabiliza a rocha, resultando em poços tubulares secos ou com vazão
insignificante.
Confirmam esse aspecto das rochas os estudos de Rios (2012). Tal trabalho visou
caracterizar petrograficamente e mineralogicamente a alteração hidrotermal no depósito de
Santa Maria. Segundo o autor, ilita e clorita são os principais minerais hidrotermais do depósito.
Esses minerais alteram os arenitos, ritmitos e conglomerados de forma pervasiva seletiva,
substituindo principalmente os feldspatos e a argila detrítica. Subordinadamente ocorrem
assembleias hidrotermais compostas por calcita, ankerita, barita, hematita e quartzo. Os
principais minerais de minério são galena e esfalerita, que têm geralmente caráter
disseminado.
A zona de alteração hidrotermal ilítica e clorítica é o principal controle da mineralização,
ocorrendo calcopirita, bornita e, subordinamente, galena na zona clorítica, situada na base do
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depósito, e esfalerita e galena na zona ilitizada, na porção superior do depósito (Rios 2012). O
autor descreve ainda ocorrência de calcocita e prata nativa em fraturas e aponta a presença
marcante da pirita em todas as fácies hidrotermais do depósito.
Na zona ilitizada acompanhada de sulfetos de Pb e Zn os arenitos e conglomerados
encontram-se esbranquiçados devido à lixiviação do cimento limonítico e intensa cristalização
de ilita. A galena e a esfalerita ocorrem substituindo o cimento carbonático ou ferrífero ou ainda
ocupando os vazios deixados pela dissolução. Nos litotipos finos os sulfetos estão presentes
sob a forma de vênulas e filonetes. Na zona de cloritização a clorita geralmente forma massas
que penetram corrosivamente substituindo totalmente a matriz dos arenitos arcóseos e ritmitos,
deixando as rochas com coloração verde-escura.
Embora não estejam disponíveis estudos específicos sobre a microporosidade das
rochas, tanto em amostras de testemunho como nas lâminas delgadas descritas por Rios
observa-se o aspecto fechado e maciço dos litotipos na região hidrotermalizada, sobretudo nos
núcleos onde se alojam os minerais sulfetados.
Aproximadamente nos primeiros 30 metros superficiais da área do depósito de Santa
Maria os arenitos e conglomerados têm alteração hidrotermal incipiente ou ausente, entretanto
as características petrográficas não indicam boa porosidade e permeabilidade. Os arenitos
mineralogicamente são sub-maturos, sendo imaturos texturalmente. O autor destaca que a
petrotrama dos grãos do arcabouço geralmente apresenta empacotamento fechado, com grãos
alongados orientados segundo a estratificação. A matriz é composta por argilas e micas. Os
grãos mostram sinais de compactação mecânica do tipo planar e/ou química do tipo convexa-
côncava ou por contato suturado. A coloração das rochas é avermelhada, devido à cimentação
limonítica. Além do cimento limonítico também ocorre cimento carbonático.
Os conglomerados geralmente são sustentados por matriz arenosa com cimentação
limonítica e o arcabouço é composto por fragmentos de granito, riolito, ignimbrito, andesito,
quartzito, gnaisse e quartzo de veio. Apesar de não ser esperado bom potencial
hidrogeológico, dentre as rochas citadas os conglomerados não hidrotermalizados tendem a ter
melhor porosidade e permeabilidade.
Uma vez que os estratos sedimentares encontram-se com porosidade primária reduzida
por processos de cimentação, recristalização e compactação é necessário avaliar a porosidade
secundária associada à descontinuidade das rochas. Lisboa et al. (2004) denomina o aquífero
da área estudada como Sistema Aquífero Eopaleozoico Guaritas – Santa Bárbara. Segundo o
autor, devido ao elevado grau de litificação, o potencial desse aquífero varia de baixo a muito
baixo. Entretanto, as condições de poro-permeabilidade podem se alterar em zonas de falha,
criando assim, locais favoráveis para o armazenamento de águas subterrâneas.
Segundo Lisboa (op cit.), falhamentos normais criam importantes diferenças de regimes
de fluxo nas laterais nos sistemas aquíferos Eopaleozoico Guaritas - Santa Bárbara. Zonas de
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falha podem funcionar como grandes condutos para a água, criando assim zonas aquíferas
anômalas com alta produtividade (Figura 64).

Figura 64: Aumento da poro-permeabilidade de aquífero poroso na zona de falha. Fonte: Modificado de
Lisboa et al. (2004).

Estas zonas de falha podem estender-se a grandes profundidades e assim atravessar


diversos sistemas aquíferos, contribuindo significativamente para a ascensão de águas
profundas, mineralizadas e, ocasionalmente, termais. Surgências naturais em planos de falha e
em blocos baixos podem ser criadas como consequência deste processo.
Bicca (2013) faz uma compilação sobre trabalhos direcionados ao entendimento da
geologia estrutural da bacia de Camaquã. Em uma análise geral, a atual arquitetura
morfológica da região da janela Bom Jardim tem sido interpretada como uma dobra ou dobra
de arrasto gerada por um cisalhamento regional NE-SW, o qual afeta o pacote sedimentar de
maneira descontínua.
Algumas estruturas na região estão relacionadas diretamente aos depósitos minerais
locais. Estas estruturas são falhas de cisalhamento e fraturas de tração com direção principal
NW-SE representando um padrão de segunda ordem. Essas estruturas de segunda ordem são
subsidiárias a zonas de cisalhamento regionais de primeira ordem, orientadas segundo direção
NE-SW.
As zonas de cisalhamento NE-SW teriam sua formação relacionada a movimentações
transcorrentes profundas formadas ao final do Pré-Cambriano associadas a forças orogênicas
atuando com direção N-S.
Posteriormente uma componente vertical predominante teria reativado as estruturas
NW-SE as transformando em falhas normais. Na literatura ainda é mencionada “ocorrência de
reativações posteriores às mineralizações provavelmente associadas aos eventos tectônicos
Juro-Cretácicos durante o início da abertura do Oceano Atlântico (Reativação Weldeniana -
Almeida, 1967), a qual movimentou estruturas preexistentes e gerou novas fraturas com
direção NW-SE.” Autores sugerem a existência de uma deformação mesozoica devido à
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ocorrência de falhas N70-80W que cortam rochas vulcânicas intrusivas relacionadas ao
vulcanismo Serra Geral.
Tais informações são relevantes do ponto de vista hidrogeológico, e mostram a
importância do mapeamento das fraturas e falhas e de suas propriedades para
armazenamento e transmissão de água. Condições bastante distintas podem ser mapeadas
em estruturas de diferentes direções e aquíferos compartimentados podem ser identificados. A
princípio, estruturas NW-SE representam os locais de melhor condutividade hidráulica nesses
maciços.
Dentro desse contexto ainda é importante mencionar as considerações feitas por
Germano e Sotério (2011) sobre a disponibilidade hídrica da bacia do rio Camaquã com base
na regionalização da vazão a 95% de permanência. Tais autores destacam que a região em
estudo encontra-se predominantemente assentada sobre litologias cuja porosidade por fraturas
também é baixa. Segundo os atores existe pouca influência de contribuições das porções
fraturadas e de maior profundidade para a produtividade do aquífero. Tais rochas seriam
classificadas como maus reservatórios de água subterrânea, impedindo também uma
infiltração eficaz das precipitações pluviométricas.
Germano e Sotério (2011) propõem que o escoamento de base do rio Camaquã é
mantido quase que exclusivamente pelo reservatório representado pelos solos resultantes do
intemperismo das rochas que sustentam a bacia. Na região em estudo as camadas de solo têm
pequena expressão. O nível freático está próximo da superfície, acompanhando o relevo,
porém a zona saturada é pouco espessa, o que compromete a sua capacidade como
reservatório de águas subterrâneas.
Essas informações corroboram algumas observações obtidas em campo. As
nascentes/olhos d’água cadastrados encontram-se predominantemente nas zonas próximas ao
contato solo rocha e têm baixa vazão, sendo comum surgências sazonais e vales
temporariamente secos.
Diante de tais informações pode-se afirmar que o potencial aquífero das rochas do
grupo Guaritas e Santa Bárbara é bastante reduzido. As zonas com potencial de
armazenamento e explotação concentram-se nas camadas de sedimentos inconsolidados
(aluviões, colúvios e elúvios) em fraturas abertas pouco profundas. A baixa porosidade das
rochas também dificulta a recarga, esta ocorre de forma concentrada ao longo das fraturas
abertas em rocha exposta e nas manchas de sedimentos que recobrem as rochas nos vales e
morros arrendondados. Portanto, o aquífero livre poroso e o aquífero livre fraturado tendem a
ter espessura reduzida.
É importante mencionar que podem ocorrer diques basálticos e intrusões riolíticas
discordantes ao pacote de sedimentos Santa Bárbara-Guaritas, e que ainda não estão
representados em mapas pela reduzida espessura. Esses diques podem impor condições de
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confinamento e artesianismo além de compartimentar unidades aquíferas. Além disso, a
variedade textural dos sedimentos e a presença de estruturas dobradas podem condicionar
fortemente o fluxo subterrâneo no sistema aquífero Guaritas-Santa Bárbara e também permitir
condições de confinamento.
A Figura 65 ilustra por meio de um bloco diagrama esquemático o modelo geológico-
geomorfológico e as unidades hidrogeológicas mapeadas na área de estudo. Na figura estão
destacadas as unidades do relevo descritas, a configuração das rochas que sustentam o relevo
e sua denominação estratigráfica, o posicionamento da zona mineralizada do depósito Santa
Maria e os modos de ocorrência do minério, e ainda os tipos aquíferos presentes na área com
base nas unidades geológicas mapeadas. Destaca-se ainda o potencial de armazenamento e
transmissão de água das rochas, que tende a diminuir fortemente em profundidade. As zonas
aquíferas provavelmente posicionam até 50 a 100 metros de profundidade, existindo abaixo
disso uma tendência de redução do número de fraturas. Importante esclarecer que não estão
representadas no bloco diagrama as fraturas e falhas que atravessam os maciços.

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Figura 65: Modelo esquemático explicativo do contexto geológico-hidrogeológico do depósito Santa Maria.

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7.4.9 Medidas de Variações Sazonais do Nível Freático
Segundo Sánchez (2008), pode-se classificar o monitoramento ambiental segundo as
etapas do empreendimento, sendo elas divididas em três fases: pré-operacional, operacional e
pós-operacional. Todos estes tipos fazem parte do processo de avaliação de impacto
ambiental, sendo o pré-operacional correspondente ao monitoramento feito durante os estudos
de base, antes mesmo da implantação do empreendimento; o monitoramento operacional,
representante daquele realizado durante as etapas de implantação, operação e fechamento; e,
o pós-operacional, que deve ser feito após o fechamento do empreendimento para medir
impactos residuais.
Diante da intervenção prevista pelos procedimentos de lavra das áreas potenciais para
extração, é imprescindível o monitoramento das águas subterrâneas na fase pré-operacional, a
fim de antecipar ou constatar possíveis impactos causados pela implantação do
empreendimento.
A análise histórica de distribuição dos dados de precipitação, oscilações do nível de
água e de vazões devem apresentar o entendimento necessário sobre o regime sazonal de
recarga, circulação e de descarga das águas subterrâneas, bem como sobre sua relação com
as águas superficiais no domínio de interesse avaliado.
O Projeto Caçapava do Sul, nesta fase pré-operacional, conta com o monitoramento de
um pluviômetro o qual coleta dados de chuva desde março de 2014 (Quadro 21).

Quadro 21: Dados de precipitação pluviométrica mensais medidos no Projeto Caçapava do Sul.
Data Pluviometria mensal (mm)
abr/14 5,4
mai/14 77,8
jun/14 90,4
jul/14 269,2
ago/14 95,4
set/14 176,2
out/14 82,6
nov/14 56,8
dez/14 192,8
jan/15 137,2
fev/15 87,6
mar/15 12,4
Nota: Dados disponibilizados pela Mineração Santa Maria Ltda em
Março/2015

O acervo de dados monitorados também conta com medições de 13 indicadores de


nível d’água subterrânea (Quadro 22) os quais foram derivados de furos de sondagem. Todos

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os dispositivos encontram-se instalados nas proximidades das zonas previstas como potenciais
para extração (Figura 63)

Quadro 22: Indicadores de nível d’água presentes nos domínios das áreas de influência.
Cota da boca Profundidade
Instrumento Furo Utm-e (m) Utm-n (m)
(m) (m)

INA01 PC-A3-81-04 263.409 6.576.531 284,3 370


INA02 FSM0042 264.099 6.577.425 285,3 95
INA03 FSM0056 263.521 6.577.198 312,5 80
INA04 FSM0087 262.806 6.575.304 263 344
INA05 PC-A3-84-02 263.308 6.576.624 280,1 90
INA06 PC-SM-80-02 262.163 6.574.577 154,1 130
INA07 FSM0038 263.612 6.576.881 308,8 100
INA08 FSM0062 263.485 6.576.689 296 120
INA09 PC-A3-80-17 263.135 6.576.372 250,1 201
INA10 FSM0051 263.272 6.575.871 286 305
INA11 FSM0035 263.018 6.575.301 264,8 251
INA12 FSM0031 262.205 6.574.813 173,3 170
INA-13 FSM0044 263.965 6.578.597 306
Nota: Dados disponibilizados pela Mineração Santa Maria Ltda em Maio/2014.

A área estudada ainda não foi sujeita a nenhuma intervenção, sendo esperado que os
dados de nível d’água se comportem de maneira natural, podendo oscilar em função da
sazonalidade da região. Apesar do histórico de dados de nível d’água ser recente, percebe-se
que não apresentam padrões sazonais proeminentes. Este comportamento pode estar
vinculado à falta de estações marcadamente secas e chuvosas no ano hidrológico na região,
dificultando a visualização das variações associadas à maior ou menor infiltração de água e
consequente recarga dos aquíferos. Pode-se perceber, contudo, que grande parte dos
dispositivos indica que o nível d’água subterrâneo encontra-se em cotas aproximadamente
entre 240 a 300 mNM, exceto para o INA 11, que se localiza mais distante do restante dos
dispositivos, apontando cota de NA de 165 mNM.
Alguns instrumentos, como os INAs 03, 08 e 13 apresentam um comportamento de
oscilação de carga hidráulica que variam cerca de 10, 40 e 15 metros respectivamente e não
estão diretamente associados às fases de maior precipitação. Tais instrumentos podem estar
associados com estruturas subsuperficiais tais como fraturamentos profundos, os quais
podendo estar conectados de forma a apresentar um atraso em relação ao efeito de infiltração
das chuvas. Um monitoramento consistente e contínuo poderá elucidar as questões referentes
às oscilações de nível d’água observado na região.

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7.4.10 Áreas de Contribuição e Exutórios
As ofertas hídricas subterrâneas são definidas em função das características dos
sistemas aquíferos, que dependem da geologia e das condições do balanço hídrico de
superfície, no aspecto da separação das precipitações em componentes de infiltração e
escoamento superficial. Os indicadores das ofertas hídricas subterrâneas podem ser expressos
por:
Reserva Geológica, Permanente, Profunda ou Secular, que é o volume de água
acumulada no meio aquífero, não variável em decorrência da flutuação sazonal da superfície
potenciométrica. Estas reservas são compostas por águas mais antigas, associadas aos
sistemas de fluxo intermediário a regional e, em geral, mais mineralizadas.
Reserva Renovável ou Reguladora, que representa o volume de água livre acumulada
no aquífero, variável anualmente em decorrência dos aportes sazonais de água superficial, do
escoamento subterrâneo e dos exutórios, correspondendo, portanto, à recarga anual do
aquífero. Elas são submetidas, assim, ao efeito do ritmo sazonal ou interanual das
precipitações. Em termos médios de longo período e em condições não influenciadas, admite-
se que as entradas de água nos sistemas se igualam às descargas ou saídas, que, em geral,
são responsáveis pelo fluxo de base dos cursos d’água.
Reserva Explotável, que indica o potencial de utilização de um aquífero, sem riscos
para o equilíbrio de seu balanço hídrico. Teoricamente, uma explotação cujo volume se iguala
à recarga total do sistema acabaria por influenciar o regime de vazões mínimas do escoamento
superficial, podendo trazer efeitos indesejáveis ao manancial, quais sejam:
o Sob o ponto de vista hidrológico: que se exceda a recarga média anual;
o Sob o ponto de vista econômico: que os níveis piezométricos desçam abaixo
da profundidade econômica de bombeamento;
o Sob o ponto de vista de qualidade: que se permita a entrada de águas de
qualidade indesejável;
o Sob o ponto de vista legal: que se afetem direitos de outros usuários em
decorrência do esgotamento ou redução sensível da descarga de base dos
rios ou de poços pré-existentes;
o Sob o ponto de vista agrícola: que nos aquíferos freáticos, com nível pouco
profundo, este desça o suficiente para danificar a vegetação natural,
paisagem e cultivos típicos da região, e;
o Sob o ponto de vista geotécnico: que se produza uma subsidência do terreno
com efeitos adversos.
A retirada de água dos depósitos subterrâneos em quantidades superiores às existentes
nas reservas reguladoras caracteriza uma superexplotação, configurando numa quebra do
equilíbrio hidráulico e consequente depleção contínua do sistema. Estudos diversos têm
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tentado mostrar que as estimativas seguras para aproveitamento dos mananciais subterrâneos
devem se restringir a uma faixa de utilização máxima contida nos limites de 25 a 40% das
reservas renováveis, percentuais estes denominados de reservas explotáveis dos aquíferos.
Ressalta-se, contudo, que não existe ainda uma deliberação legal sobre a quantificação das
reservas exploráveis. No presente estudo optou-se por adotar um valor de Reserva Anual
Explotável conservador de 30% da Reserva Renovável.
Tal percentual é aplicado em cima do valor de Reserva Anual Renovável, o qual é
calculado pelo produto da área de cada tipologia aquífera e sua vazão específica associada. O
volume anual disponível para uso, ou Reserva Anual Explotável, corresponde aos valores
sumarizados no Quadro 23.
Deste modo, ao rever o item discutido sobre as tipologias aquíferas e vazões de base,
verifica-se que a vazão de base estimada para AII corresponde a 303,9 L/s (ou 1094 m³/h),
para a AID corresponde a 296,5 (ou 1067,5 m³/h) e para ADA a vazão estimada é de apenas
21,4 L/s (ou 77,1 m³/h). Esses valores são expressos no Quadro 23 a seguir, na qual pode ser
observada que em todas as áreas de influência a Zona de Aquíferos Pobres (ZAP) é a unidade
hidrogeológica predominante e a que mais contribui em volume de oferta hídrica subterrânea.

Quadro 23: Vazões de base e estimativas anuais das reservas renováveis e explotáveis calculadas para
as áreas de estudo.
Tipologia Vazão de Base Reserva Anual Reserva Anual
Área de Influência
Aquífera Estimada (m³/h) Renovável (m³) Explotável (m³)
Zona Aquífera (ZA) 102,6
Área de Influência Zona de Aquífero
981,7 9,58 x 106 2,88 x 106
Indireta (AII) Pobre (ZAP)
Zona Não Aquífera
9,7
(ZNA)
Zona Aquífera (ZA) 82,1
Área de Influência Zona de Aquífero
977 9,35 x 106 2,81 x 106
Direta (AID) Pobre (ZAP)
Zona Não Aquífera
8,4
(ZNA)
Zona de Aquífero
76,9
Área Diretamente Pobre (ZAP)
6,75 x 105 2,03 x 105
Afetada Zona Não Aquífera
0,2
(ZNA)

Conforme apresentado na tabela acima, para as AII, AID e ADA, as reservas anuais
renováveis correspondem, segundo a metodologia adotada, a 9,58 x 106 m³, 9,35 x 106 m³ e
6,75 x 105 m³, enquanto que as reservas anuais explotáveis, segundo critérios utilizados,
correspondem a 2,88 x 106 m³, 2,81 x 106 m³ e 2,03 x 105 m³, respectivamente.
Observa-se que estes valores são baixos para todas as áreas de influência do
empreendimento, fato já esperado devido às características pouco aquíferas das rochas da
região, sendo tênue o limite que separa o equilíbrio entre a reserva explotável daquela que
caracteriza uma superexplotação.

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7.4.11 Definição de Zonas de Recarga
De uma maneira geral, as zonas de recarga caracterizam-se como sendo as porções
topograficamente mais elevadas enquanto o fluxo subterrâneo das áreas de influência
encontra-se orientado para os afluentes do rio Camaquã e, como um todo, para sul, em direção
ao nível de base regional representado pelo rio Camaquã (cota aproximada de 140 m). Ambos
representam zonas de instalação dos principais talvegues de drenagem que retratam as zonas
de descarga natural das águas subterrâneas enquanto as cacimbas expressam zonas de
descarga artificial, ainda que pouco relevantes.
Segundo os furos de sondagem disponibilizados pela Mineração Santa Maria Ltda., o
solo dessa área é bastante raso, raramente ultrapassando uma média de 2 metros de
profundidade. Dessa forma, grande parte da água da chuva que infiltra através de fluxo vertical
no solo de pequena espessura tende, ao encontrar o contato com a rocha praticamente
impermeável, a escoar lateralmente em subsuperfície através da porosidade primária do solo.
Este fluxo ocorre de maneira concordante com o gradiente topográfico da rocha, até encontrar
sua zona de descarga natural, caracterizada pelas nascentes hipodérmicas cadastradas neste
estudo. Assim, tanto o escoamento superficial quanto o fluxo subterrâneo tendem a
acompanhar a topografia da área.
Por outro lado, estruturas presentes nas rochas com características de
descontinuidades (porosidade secundária) podem captar a água do solo, possibilitando uma
recarga de todo o sistema aquífero. Nesses aquíferos profundos o fluxo tende a apresentar um
elevado controle estrutural. Tais estruturas estão potencialmente associadas com os traços de
talvegue desenhados no relevo, que normalmente se originam por meio da erosão em zonas
de maior fraqueza estrutural. Assim, as linhas de drenagem encaixadas em fraturas e diáclases
da rocha são fundamentais, juntamente com aluviões a eles associados, para a alimentação
dos aquíferos fissurais, constituindo importantes guias na prospecção de água subterrânea.

7.4.12 Mapa de Potencial Hidrogeológico


A potenciometria da área de estudo foi definida a partir da interpolação das cotas de
nível d’água de nascentes e cacimbas cadastradas em campo, bem como dos dados dos 13
piezômetros monitorados na área (2ª campanha, março de 2014), conforme pode ser
observado na Figura 66 e na Prancha 08- Mapa Potenciométrico de Detalhe.
Conforme já exposto no item anterior, a perenidade dos cursos d’água regionais na
época de seca é mantida pela restituição dos sistemas aquíferos, ou seja, os cursos d’águas
regionais caracterizam-se por serem efluentes, onde todo o aporte de fluxos em superfície
existente no período seco provém dos aquíferos para as calhas de drenagem.

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Figura 66: Mapa potenciométrico e vetores de fluxo subterrâneo das áreas de influência do Projeto Caçapava do Sul.

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153
Caracterização da Qualidade da Água Subterrânea
Com intuito de produzir uma base de referência para a qualidade das águas
subterrâneas, foram realizadas coletas em 9 indicadores de nível d’água. O Quadro 24
apresenta as informações de cada ponto de coleta, enquanto a Figura 67 demonstra a
localização dos pontos na área de estudo, tendo como referência as estruturas do
empreendimento proposto.
Nas Foto 45 e Foto 46 podemos ver a metodologia utilizada na realização das coletas.

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154
Figura 67: Indicadores de nível d´água utilizados para coleta.

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155
Foto 45: Realização da coleta de água subterrânea. Fonte: Própria

Foto 46: Coleta de água subterrânea. Fonte: Própria

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156
Quadro 24: Características dos indicadores de nível d'água utilizados para coleta.
Cota da Profundidade
Instrumento Furo Utm-e (m) Utm-n (m)
boca (m) ina (m)
INA02 FSM0042 264.099 6.577.425 285,3 95
INA04 FSM0087 262.806 6.575.304 263 344
PC-A3-84-
INA05 263.308 6.576.624 280,1 90
02
PC-SM-80-
INA06 262.163 6.574.577 154,1 130
02
INA07 FSM0038 263.612 6.576.881 308,8 100
INA08 FSM0062 263.485 6.576.689 296 120
PC-A3-80-
INA09 263.135 6.576.372 250,1 201
17
INA10 FSM0051 263.272 6.575.871 286 305
INA12 FSM0031 262.205 6.574.813 173,3 170
Nota: Dados disponibilizados pela Mineração Santa Maria Ltda. em Maio/2014.

Os parâmetros de análise foram definidos utilizando como base as possíveis


contaminações que poderiam ocorrer durante os anos de exploração mineral no local
de estudo. O Quadro 25 apresenta os resultados das análises laboratoriais realizadas
enquanto o Anexo 5 apresenta os resultados analíticos para amostras de águas
subterrâneas.

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157
Quadro 25: Parâmetros de análise das águas subterrâneas

Parâmetros Unidade LQ/FAIXA FSM 0062 INA.4 FSM 0051 INA.8 PC.A3.84.02 INA.5 FSM 0035 INA.9 PC.A3.80.17 INA.7 PC.A3.81.04 INA.6 PC-SM-80-02 INA.12 FSM 0056 INA.2 FSM 0087 INA.10

pH (a 25°C) -- 2 a 13 6,58 7,14 6,05 7,54 6,62 6,71 7,97 6,25 8,19
Condutividade μS/cm 1 199 263 59,8 309 125 109 662 35,3 201
Sólidos Dissolvidos
mg/L 5 123 149 44 140 49 84 311 44 134
Totais
Sólidos Suspensos
mg/L 5 386 115 288 <5 153 274 <5 540 64
Totais
Sólidos Totais mg/L 5 522 279 341 153 185 383 313 584 213
Sulfato μg/L 5000 3490 8700 8600 1540 <10000 761 54400 674 4270
Sulfeto mg/L 0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05
Turbidez NTU 0,1 12,5 167 88,4 0,60 3,24 9,85 0,5 39,7 0,12
Coliformes
NMP/100mL 1,8 <1,8 22 <1,8 <1,8 388 5 <1,8 <1,8 <1,8
Termotolerantes
Coliformes Totais NMP/100mL 1 75 22820 26130 860 >24200 >24200 <1 10 41
Cor Verdadeira CU 5 <5 22,2 <5 <5 <5 <5 8,82 <5 <5
DBO mg/L 5 <3 22,3 11,3 <3 <3 <3 23,1 <3 <3
DQO mg/L 5 <5 53 28 <5 <5 <5 61 <5 <5
Dureza Total mg/L 5 71,6 77,8 17,4 106 55,2 52,8 98,4 17,5 111
Fluoreto μg/L 50 482 617 458
Fósforo Total mg/L 0,02 0,78 0,6 0,87 0,09 3,16 0,44 <0,01 0,88 0,36
Nitrato (como N) μg/L 300 460 1170 <300 690 430 420 <300 <300 310
Nitrito (como N) μg/L 20 <20 <20 <20 <20 <20 <20 <20 <20 <20
Alcalinidade Total mg/L 5 91,5 80,5 12 137 68,8 65,5 193 15 134
Bicarbonato (como
mg/L 5 91,5 80,5 12 137 68,8 65,5 193 15 134
CaCO3)
Cianeto Livre mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Cloreto μg/L 1000 1290 3300 1800 1730 <10000 1010 15000 887 1390
Potássio μg/L 1 4400 4190 4980 3790 3950 3600 2560 4670 5030
Prata μg/L 1 23,1 26,7 6,77 <1 <1 <1 <1 142 <1
Selênio μg/L 1 5,8 <1 <1 7,37 <1 <1 <1 <1 <1
Sílica mg/L 0,001 47,4 20,2 12,5 17,3 20,1 28,2 5,8 33,7 23,2
Sódio μg/L 1 8130 9490 827 4430 1380 4370 68000 2240 3590
Urânio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Vanádio μg/L 1 23,8 17,7 15 12 34,5 7,11 <1 266 12
Zinco μg/L 1 1040 119 2210 14,8 75,2 28,8 1,02 174 47
Cromo μg/L 1 36,8 57,4 91 1,92 7,15 6,83 <1 163 11,4
Ferro μg/L 10 9560 12400 28600 119 93700 4270 107 34200 3630
Lítio mg/L 0,001 0,00586 0,0101 0,00223 <0,001 0,00428 0,00273 0,0427 0,00652 0,00274
Manganês μg/L 5 12400 3330 1180 8,67 8850 600 38,9 5320 326
Magnésio μg/L 1 1640 2840 713 2040 356 1950 8980 1630 2420
Mercúrio μg/L 0,1 <0,1 <0,1 0,341 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Níquel μg/L 1 35,4 11,2 5,71 1,01 21,1 6,57 <1 11,3 2,17
Alumínio μg/L 5 3700 5950 5730 <1 922 4010 <1 6260 1410

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Parâmetros Unidade LQ/FAIXA FSM 0062 INA.4 FSM 0051 INA.8 PC.A3.84.02 INA.5 FSM 0035 INA.9 PC.A3.80.17 INA.7 PC.A3.81.04 INA.6 PC-SM-80-02 INA.12 FSM 0056 INA.2 FSM 0087 INA.10

Antimônio μg/L 1 3,27 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Arsênio μg/L 1 33,5 14,8 82,8 3,80 39,5 4,97 <1 30,8 5,15
Bário μg/L 5 518 620 564 373 1120 152 61,7 409 1060
Berílio mg/L 0,001 0,00153 0,00348 <0,001 <0,001 0,00179 <0,001 <0,001 0,00433 <0,001
Boro μg/L 1 16,6 13,1 <1 12,6 4,68 6,56 89 5,84 10,5
Cádmio μg/L 1 14 1,39 16,9 <1 12 <1 <1 1,47 <1
Cálcio μg/L 5 26000 26400 6670 39200 21500 17900 24000 4310 40400
Chumbo μg/L 1 684 1190 2500 8,91 1800 70,8 <1 2880 447
Cobalto μg/L 1 8,43 13,7 5,5 <1 3,55 1,18 <1 9,43 1,43
Cobre μg/L 1 222 132 308 8,93 131 16,3 <1 143 22,7

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159
Conectividade das Águas Superficiais e Subterrâneas em Diferentes
Aquíferos
Segundo FETTER (1994), a gestão das águas subterrâneas não pode ser dissociada
das águas superficiais, haja vista que as duas possuem uma inter-relação na fase líquida do
ciclo hidrológico. Ou seja, a água subterrânea tanto pode tornar-se superficial nas nascentes
de um rio ou alimentando-o pela base, como um rio pode alimentar um reservatório natural de
água subterrânea, como costuma acontecer em certas regiões de clima seco. Este pressuposto
sustenta a moderna visão de gestão integrada da água, entrando os dois tipos de água no
cotejo geral das disponibilidades hídricas de uma determinada área.
Reconhece-se que as águas subterrâneas diferem das superficiais devido aos
contrastes físicos e químicos presentes no ambiente no qual elas ocorrem (e.g. WINTER et al.,
1998; ALLEY et al., 1998; FOSTER et al., 2002; TUINHOF et al., 2003; FERNANDES, 2005).
Em função destes contrastes, são reconhecidas algumas características distintivas entre estas
ocorrências, em termos hidrológicos, hidrogeológicos e socioeconômicos, conforme
apresentado no Quadro 26.

Quadro 26: Feições comparativas entre os recursos hídricos subterrâneos e superficiais.


Recursos Hídricos
Feição Subterrâneos Superficiais
Características Hidrológicas/Hidrogeológicas
Volumes armazenados Muito grande Pequeno a moderado
Áreas de ocorrência Relativamente irrestrita Restrita aos corpos d'água
Velocidade de escoamento Muito pequena Moderada a alta
Tempos de residência Geralmente décadas/séculos Principalmente semanas/meses
Propensão para secar Geralmente pequena Geralmente alta
Perdas por evaporação Pequena e localizada Alta para reservatórios
Avaliação da ocorrência Alto custo de incerteza significante Baixo custo de menor incerteza
Impactos devido à extração Demorado e disperso Imediato
Qualidade natural Geralmente alta (mas não sempre) Variável
Vulnerabilidade à poluição Proteção natural variável Amplamente desprotegido
Persistência da poluição Muitas vezes extrema Principalmente transitória
Características Socioeconômicas
Percepção pública Mítica, imprevisível Estética, previsível
Custo de desenvolvimento Geralmente modesto Muitas vezes alto
Risco de desenvolvimento Menor do que o percebido Maior do que o assumido
Estilo de desenvolvimento Mistura entre público e privado Amplamente público
Fonte: modificado de TUINHOF et al. (2003)

Posto isto, há que se ressaltar que existem diferentes interações físicas entre águas
superficiais e subterrâneas, que, muitas vezes, são de difícil observação e mensuração (e.g.
WINTER et al., 1998). As interações dos cursos d’água com as águas subterrâneas podem

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ocorrer de três formas básicas (e.g. WINTER et al., 1998; ALLEY et al., 1998; FERNANDES,
2005). Quais sejam:
- Os cursos d’água podem ganhar água pela descarga de aquíferos (drenagem
efluente).
- Os cursos d’água podem perder água para recarga de aquíferos (drenagem
influente).
- Os cursos d’água podem ganhar água em alguns trechos e perder água em
outros.
Para o caso dos cursos d’água efluentes, a altura do lençol freático em suas
vizinhanças deve ser maior que a altura da lâmina d’água em seu leito (Figura 68-A1). Em
contraposição, para os cursos d’água influentes, a altura do lençol freático em suas vizinhanças
deve ser menor que a altura de sua lâmina d’água (Figura 68-A2). Os cursos d’água influentes
podem ainda estar conectados ao sistema aquífero por uma zona saturada contínua, ou podem
estar desconectados por uma zona não saturada. Neste último caso, a mais importante feição
a ser observada é que o bombeamento de poços rasos nas suas proximidades não afeta o
fluxo superficial.
Os reservatórios naturais também interagem com as águas subterrâneas a partir de
duas formas básicas, quais sejam: recebendo as descargas subterrâneas através de seu leito
(Figura 68-B1); e, perdendo água para a recarga subterrânea através de seu leito (Figura 68-
B2). Contudo, o mais comum é a ocorrência das duas formas, ou seja, quando recebe água
das descargas subterrâneas em parte de seu leito, e perde água para a recarga subterrânea
em outras partes (e.g. WINTER et al., 1998; ALLEY et al., 1998). Estas interações são,
basicamente, as mesmas que ocorrem nos cursos d’água superficiais, entretanto diferem em
alguns aspectos. Por exemplo, o nível d’água em um lago natural geralmente não muda tão
rapidamente quanto o nível d’água nas drenagens. Outra característica distintiva é que a
evaporação tem um maior efeito no nível dos lagos do que no nível de água das drenagens,
pois a área superficial nos lagos é geralmente maior e porque a água do lago não é reposta tão
rapidamente quanto em trechos de rio.
A relação entre águas subterrâneas e superficiais pode ser mudada por influência de
fatores antrópicos. Considerando, por exemplo, a condição de um corpo hídrico efluente, o
bombeamento nas proximidades poderia interceptar a água subterrânea que estaria sendo
descarregada em seu leito, diminuindo o fluxo de base (Figura 68-C1). Numa condição
extrema, caso fosse mantida uma alta taxa de bombeamento, seria induzido um fluxo d’água
do corpo hídrico para o aquífero, mudando, localmente, a condição de interação para influente
(Figura 68 -C2).

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Considerando os reservatórios artificiais (e.g. represas; açudes; barragens de
captação), designados primariamente para controlar o fluxo e a distribuição da água superficial,
observa-se que muitos são construídos ao longo dos vales dos rios. Sendo assim, eles têm
algumas características de rios e outras de lagos. Como os rios, os reservatórios artificiais
podem ter uma flutuação muito ampla do nível d’água. Como nos lagos, observa-se que os
reservatórios artificiais podem sofrer perdas significativas por evaporação, diminuindo a área
superficial da lamina d’água e afetando a interação com as águas subterrâneas (e.g. WINTER
et al., 1998; ALLEY et al., 1998).
Diante desta caracterização, admite-se que na Área Diretamente Afetada possam
ocorrer diversos tipos de interações entre águas superficiais e subterrâneas. Isto porque, no
ciclo de um ano hidrológico as águas subterrâneas e superficiais interagem continuamente.
Neste contexto, reconhece-se que durante o período mais seco as águas subterrâneas são as
responsáveis por garantir perenidade aos cursos de água da região, representados pelo arroio
João Dias, o rio Camaquã e seus afluentes, conforme apresentado na seção anterior. Em
contraposição, as drenagens encaixadas em lineamentos de fraturas e falhas podem também
alimentar os aquíferos sotopostos. Dessa maneira, a intervenção nas águas subterrâneas
acaba interferindo nas águas superficiais, e vice-versa.
Admite-se que a interação mais comum ou predominante seja aquela em que os
aquíferos cedam água para os cursos d’água, fazendo com que as drenagens sejam efluentes.
Neste sentido, todo o aporte de fluxos em superfície, no período seco, provém dos aquíferos
para as calhas de drenagem, sendo a contribuição das drenagens em regime influente (águas
superficiais recarregando os aquíferos) limitadas às zonas de falhas e fraturas existentes na
região.
Neste contexto, há que se ressaltar também que quanto maior esta interação, mais
tênue é o equilíbrio entre estas diferentes formas de ocorrência da água. Dessa maneira,
alterações de quantidade, seja ela superficial ou subterrânea, acabam acarretando em
desequilíbrio na condição natural de escoamento e de interação. Em termos de integração e de
avaliação do recurso água, estes desequilíbrios podem ser traduzidos como impactos
(positivos e/ou negativos) nas disponibilidades hídricas locais (superficiais e/ou subterrâneas).

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Figura 68: Possíveis interações das águas subterrâneas com: A) cursos d’água; B) reservatórios naturais
ou artificiais; e, C) poços de bombeamento.

Localização dos Poços de Monitoramento de Água Subterrânea


Ao todo foram instalados 13 (treze) dispositivos para monitoramento de água
subterrânea nas áreas de influência do empreendimento, conforme pode ser visualizado no
Quadro 27 e na Figura 69, a seguir.

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Quadro 27: Indicadores de nível d’água presentes nos domínios das áreas de influência.
Cota da Profundidade ina
Instrumento Furo Utm-e (m) Utm-n (m)
boca (m) (m)
INA01 PC-A3-81-04 263.409 6.576.531 284,3 370
INA02 FSM0042 264.099 6.577.425 285,3 95
INA03 FSM0056 263.521 6.577.198 312,5 80
INA04 FSM0087 262.806 6.575.304 263,0 344
INA05 PC-A3-84-02 263.308 6.576.624 280,1 90
INA06 PC-SM-80-02 262.163 6.574.577 154,1 130
INA07 FSM0038 263.612 6.576.881 308,8 100
INA08 FSM0062 263.485 6.576.689 296,0 120
INA09 PC-A3-80-17 263.135 6.576.372 250,1 201
INA10 FSM0051 263.272 6.575.871 286,0 305
INA11 FSM0035 263.018 6.575.301 264,8 251
INA12 FSM0031 262.205 6.574.813 173,3 170
INA-13 FSM0044 263.965 6.578.597 306,0
Nota: Dados disponibilizados pela Mineração Santa Maria Ltda. em Maio/2014.

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Figura 69: Dispositivos de monitoramento presentes nas áreas de influência

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7.4.13 Inventário de Pontos D’água
Foi realizado um inventário de pontos de água subterrânea no entorno da área
apontada pelo plano diretor como de potencial extração do Projeto Caçapava do Sul, incluindo
nascentes, olhos d´água e poços tipo cacimba, que representam os únicos poços para
utilização de água subterrânea existentes na área. O inventário de pontos d’água foi realizado
em duas campanhas: a primeira campanha, caracterizando o período chuvoso, foi realizada
entre os meses de janeiro e fevereiro de 2014, e a segunda campanha, caracterizando o
período seco, foi realizada nos meses de junho e julho de 2015.
Segundo incisos XVII e XVIII do art. 3o da Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 (Novo
Código Florestal), nascente é definida como “afloramento natural do lençol freático que
apresenta perenidade e dá início a um curso d’água” e olho d’água, como “afloramento natural
do lençol freático, mesmo que intermitente.” Desta forma, o método empregada para definição
dos pontos cadastrados em campo, segundo preceitos da lei, considerou as seguintes
premissas:
 Os pontos d’água de início do córrego que foram cadastrados no período
chuvoso em uma cota mais elevada, e no período menos chuvoso se
encontravam topograficamente mais baixo no talvegue da drenagem, foram
classificados, respectivamente, como olho d’água e nascente, pois em períodos
menos chuvosos é possível confirmar o real início do curso hídrico;
 Os pontos d’água cadastrados apenas na segunda campanha não puderam ser
classificados com exatidão em relação à sua perenidade, pois a segunda
campanha possui uma área de abrangência maior que a da primeira devido a
alterações no plano diretor. Neste caso, os pontos d’água foram classificados
com base em avaliações dos encaixes de talvegues na topografia de detalhe e
pelas imagens aéreas de alta resolução disponibilizadas pela Mineração Santa
Maria Ltda. Tais pontos d’água foram considerados como nascentes nas
situações em que estavam posicionados nos talvegues encaixados e olhos
d’água nas situações em que não se localizavam em talvegues de cursos
d´água.
O inventário resultou no cadastramento de 21 nascentes, 10 olhos d’água e 8 cacimbas
(cisternas) na primeira campanha e de 16 nascentes e 25 olhos d’água na segunda campanha.
A diferença do número de pontos d’água cadastrados entre as duas campanhas se deve pelo
incremento de área ocorrido na segunda campanha e pelas intensas chuvas nas semanas que
a antecederam.
Os dados referentes a cada ponto d’água encontram-se sumarizados na Figura 70 e
Figura 71.
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Segundo o “Manual de Normas e Procedimentos para Licenciamento Ambiental no
Setor de Extração Mineral” do Ministério do Meio Ambiente/IBAMA, dependendo do porte e
tipologia do empreendimento, está previsto o inventário de pontos de água no termo de
referência do licenciamento ambiental. Apesar desse manual e nenhum órgão ambiental
oferecerem uma norma para execução desta atividade, este trabalho desenvolveu-se no
registro das coordenadas do ponto por meio de GPS, uma descrição geral do local e seu
registro fotográfico. Para todos os pontos cadastrados foram medidos parâmetros físico-
químicos, tais como: Temperatura do ar, Temperatura da Água, Condutividade Elétrica (CE),
Oxigênio Dissolvido (OD), pH e Potencial de Oxirredução (Eh). Estes parâmetros foram
medidos localmente por uma sonda multi-parâmetros portátil da marca Hanna modelo HI 9829.
Este equipamento é calibrado em todo início de trabalho de campo. A calibração é realizada
seguindo rigorosamente as orientações do manual da sonda. Além destes parâmetros, a vazão
da água nas nascentes/olhos d’água foi medida sempre que possível, por meio de vertedouro
portátil ou pelo método volumétrico por meio de um balde graduado. Alguns talvegues
próximos às nascentes/olhos d’água são marcados por leito rochoso e grande número de
blocos rolados, o que dificulta a instalação dos vertedouros portáteis ou a coleta de água pelo
balde volumétrico, impossibilitando a tomada de medidas de vazão.
De uma maneira geral, as nascentes/olhos d’água se apresentam de maneira pontual
no contato entre solo orgânico e rocha aflorante. Verifica-se que na área estudada há
predominância de arenitos e conglomerados que, apesar de geralmente se caracterizarem
como litotipos de alto potencial aquífero, se apresentam nesta região com valores
característicos de aquicludes, evidenciados pela baixa quantidade de água que aflora nos
pontos de água (vazões entre 0,003 l/s a 2,55 l/s na primeira campanha e 0,006l/s e 1,136 l/s
na segunda campanha), conforme apresentado no Quadro 28.
Além disso, na Figura 71 apresenta o uso da água das nascentes/olhos d’água
cadastrados. Dos 78 pontos inventariados, 48 são destinados para consumo animal, 2 para
consumo humano e animal e 28 pontos não apresentam uso algum. Em relação às cacimbas, 5
são destinadas para consumo humano, 2 para uso humano e animal e em uma delas não é
conhecido o seu uso, pois o proprietário não estava no local para esclarecer esta informação.

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167
Figura 70: Pontos de água (nascentes, olhos d’água e cisternas) cadastrados em campo. Nota: Dados obtidos e medidas realizadas em campo realizado nos meses de janeiro e fevereiro de 2014 e junho e julho de 2015.

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168
Figura 71: Uso da água.

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169
Quadro 28: Pontos d’água cadastrados na área do Projeto Caçapava do Sul.
Código Descrição Uso da água UTM E UTM N Cota (m) Campanha Data Q (L/s) T Ar (ºC) T Água (ºC) CE (μS/cm) OD (mg/L) pH Eh (mV)
Nascente pontual de contato
NA-01 entre solo e rocha, coberta por Animal 263162 6577872 369 1º Campanha 01/02/2014 2,55 23,4 22,5 21 2,96 5,25 175,9
vegetação arbórea densa.

Nascente pontual de contato 1º Campanha 01/02/2014 0,786 23,32 20,96 22 2,83 4,74 89,8
entre solo e rocha. Ao longo do
talvegue, leito rochoso com
NA-02 blocos rolados. Coberta por
Animal 263156 6577789 280
vegetação densa, solo no entorno 2º Campanha 13/06/2015 0,058 15,93 15,91 17 5,96 4,66 314,2
encharcado.

Nascente pontual de contato solo 1º Campanha 01/02/2014 0,04 24,75 22,43 72 3,19 6,22 47,5
NA-03 orgânico e rocha coberta por Sem uso 262979 6577683 284
vegetação arbórea. 2º Campanha 15/06/2015 0,14 10,36 13,73 39 5,73 6,1 288,4

Nascente pontual de contato solo 1º Campanha 01/02/2014 <0,01 24,42 22,34 33 3 5,27 23,3
NA-04 orgânico e rocha coberta por Animal 262751 6577680 256
vegetação arbórea. 2º Campanha 15/06/2015 0,261 9,57 14,91 24 8,47 5,4 309,4

Nascente pontual em talvegue


1º Campanha 31/01/2014 0,14 22,81 20,57 21 4,66 5,31 -88,8
pouco encaixado de solo areno
NA-05 argiloso orgânico coberto por Animal 263246 6577270 280
mata ciliar. A montante, presença 2º Campanha 15/06/2015 0,214 10,25 17,81 25 6,65 4,43 310,2
de rocha aflorante.
Nascente pontual em talvegue
NA-06 encaixado de solo orgânico Sem uso 263375 6576547 282 1º Campanha 31/01/2014 0,2 23,11 20,32 28 2,85 5,09 25,8
arenoso coberto por mata ciliar.

Nascente pontual de contato 1º Campanha 05/02/2014 0,1 27,25 21,04 26 2,19 4,84 157,9
entre solo orgânico e rocha
NA-07 aflorante coberta por vegetação
Animal 263653 6577903 321
densa. 2º Campanha 13/06/2015 0,534 18,33 17,32 6 3,64 4,3 327,3

Nascente pontual de contato 1º Campanha 04/02/2014 0,009 26,3 23,62 38 2,33 5,58 65,3
entre solo orgânico e rocha
NA-08 alterada, coberta por vegetação
Animal 263838 6577508 299
densa. 2º Campanha 13/06/2015 0,194 14,36 15,22 25 4,59 5,25 254,7

Nascente pontual de contato 1º Campanha 07/02/2014 0,12 23,52 21,04 46 1,15 5,22 138,8
entre solo rocha com presença
NA-09 de blocos rolados, coberta por
Animal 264175 6576500 265
mata ciliar arbustiva. 2º Campanha 16/05/2015 0,14 10,79 15,89 38 3,25 4,97 368,8

Nascente difusa de contato, solo


areno argiloso e rocha da 1º Campanha 03/02/2014 0,44 28,84 20,3 19 5,13 4,61 212,7
formação Guaritas, coberta por
mata ciliar. No afloramento foi
NA-10 construída uma cacimba com
Humano e animal 262473 6576195 227
sistema de bombeamento. Na
segunda campanha não foi 2º Campanha 17/06/2015 - 15,32 16,66 16 6,59 4,43 294,8
possível medir a vazão.

Nascente pontual de contato 1º Campanha 04/02/2014 0,1 25,34 21,95 41 1,36 5,48 138,9
entre solo argilo arenoso
NA-11 orgânico e rocha pouco alterada, Animal 262143 6575905 208
coberta por mata arbustiva
2º Campanha 17/06/2015 0,273 11,61 11,76 22 5,99 5,02 250,1
densa.

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Código Descrição Uso da água UTM E UTM N Cota (m) Campanha Data Q (L/s) T Ar (ºC) T Água (ºC) CE (μS/cm) OD (mg/L) pH Eh (mV)

Nascente pontual em solo 1º Campanha 04/02/2014 0,28 25,07 19,76 24 3,1 4,54 41,7
orgânico, coberta por mata ciliar
NA-12 pouco densa. Surge em alto de Animal 262554 6575796 248
morro em leito atípico de
nascente perene. 2º Campanha 17/06/2015 0,602 10,29 18 22 3,3 4,46 330,5

Nascente pontual de contato 1º Campanha 06/02/2014 0,003 31,2 22,95 38 0,6 5,11 155,2
entre solo e blocos abatidos de
NA-13 arenito e conglomerado, coberta Animal 263930 6575980 300
por pequenos arbustos em meio 2º Campanha 16/06/2015 0,247 14,31 17,01 31 3,75 4,71 285
a pasto.

Nascente pontual de contato 1º Campanha 05/02/2014 0,05 28,88 22,35 39 0,44 5,02 135,07
rocha solo orgânico, coberta por
NA-14 mata ciliar arbustiva, cercada por Sem uso 263629 6575980 298
pasto. Localiza-se próximo à
estrada. 2º Campanha 16/06/2015 0,006 15,42 15,96 49 5,61 4,9 334,7

Nascente pontual de contato solo 1º Campanha 06/02/2014 <0,01 27 22,59 23 3,79 5,66 79,6
rocha em talvegue bastante
NA-15 encaixado em encosta íngreme,
Sem uso 262986 6577447 266
coberta por mata ciliar arbustiva. 2º Campanha 16/06/2015 0,028 14,81 15,03 26 6,58 4,94 314,4

Nascente pontual de contato


entre solo orgânico e rocha,
NA-16 talvegue encaixado e, ao longo Animal 262204 6574241 168 2º Campanha 18/06/2015 0,029 10,71 16,27 26 6,56 5,15 347
do mesmo, leito rochoso, com
blocos e seixos rolados.

Nascente pontual em fratura de


rocha, em talvegue encaixado,
NA-17 com blocos, seixos e cascalhos
Sem uso 262338 6574041 160 2º Campanha 18/06/2015 0,048 11,42 15,34 67 6,25 5,81 310,4
rolados, coberta por mata ciliar.

Nascente pontual que aflora


acima do maciço de arenito,
formando uma pequena queda
NA-18 d'água. Talvegue bem encaixado Sem uso 261516 6574928 179 2º Campanha 22/07/2015 0,3 14,98 12,94 27 10,48 6,87 239,7
com blocos rolados, seixos e
cascalhos, coberta por mata ciliar
arbustiva.

Nascente pontual de contato solo


orgânico e rocha, em talvegue
NA-19 encaixado em meio a blocos Sem uso 261563 6574867 169 2º Campanha 22/07/2015 0,706 18,43 16,39 0 20,76 6,66 271
rolados, com seixos e cascalhos.
Coberta por mata ciliar arbustiva.

Nascente pontual de contato solo


orgânico areno argiloso e rocha,
NA-20 em cabeceira de morro, coberta
Animal 262321 6573384 177 2º Campanha 23/07/2015 0,025 15,19 12,88 90 10,5 6,95 178,5
por vegetação arbustiva.

Nascente pontual de contato


entre solo orgânico arenoso e
NA-21 arenito alterada, cercada por
Animal 262574 6573179 167 2º Campanha 23/07/2015 0,094 17,31 13,69 31 11,05 6,33 175,2
vegetação arbustiva.

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Código Descrição Uso da água UTM E UTM N Cota (m) Campanha Data Q (L/s) T Ar (ºC) T Água (ºC) CE (μS/cm) OD (mg/L) pH Eh (mV)

Nascente difusa em área brejada,


em solo orgânico arenoso em
NA-22 meio a pastagem, cercada por Sem uso 262661 6572990 146 2º Campanha 23/07/2015 <0,01 16,67 16,76 74 9,53 6,13 116
resto de vegetação arbustiva.
Não foi possível medir a vazão.

Nascente difusa em solo orgânico


NA-23 em meio a pastagem. Não foi Animal 262499 6572794 137 2º Campanha 23/07/2015 <0,01 15,78 16,34 49 8,19 6,36 152,3
possível medir a vazão.
Nascente em quebra de relevo
NA-24 com pontos difusos no entorno.
Sem uso 262986 6577447 250 2º Campanha 23/07/2015 <0,01 13,80 14,4 28 8,13 5,30 255

Olho d'água pontual de contato


OD-01 orgânico e rocha aflorante Animal 262644 6578287 240 2º Campanha 13/06/2015 0,207 8,94 14,69 20 5,18 5,26 240,3
coberto por mata ciliar.
Olho d'água pontual de contato
OD-02 solo orgânico e rocha, cercada Sem uso 261317 6574815 145 2º Campanha 22/07/2015 0,072 14,2 15,35 26 6,23 5,2 283,1
por vegetação arbustiva.
Olho d'água pontual de contato
solo orgânico e rocha, coberta
OD-03 por mata ciliar densa. Não foi
Sem uso 261226 6574796 139 2º Campanha 22/07/2015 <0,01 13,88 14,8 25 8,18 5,28 285
possível mediar a vazão.

Olho d'água difuso em solo


orgânico em meio a pastagem.
No local onde aflora foi feito uma
OD-04 pequena barragem. Não foi Animal 261803 6573778 162 2º Campanha 23/07/2015 <0,01 11,98 12,1 43 9,9 6,28 193,3
possível mediar a vazão. Obs:
apresenta-se um bom volume de
água.

Olho d'água difuso em solo


orgânico, que aflora em meio a
OD-05 pastagem, cercada por pequenos Sem uso 261749 6573771 159 2º Campanha 23/07/2015 <0,01 12,42 12,91 38 9,61 7,08 200,1
arbustos. Não foi possível medir
a vazão.

Olho d'água pontual de contato


solo orgânico areno argiloso e
rocha alterada (conglomerado),
OD-06 entorno bastante cascalhado, Animal 262364 6573308 180 2º Campanha 23/07/2015 0,014 14,2 13,54 45 7,32 6,01 217,3
coberta por vegetação arbórea.
Caracteriza-se por surgência e
sumidouro.

Olho d'água pontual de contato


solo orgânico arenoso e rocha,
coberta por vegetação arbustiva.
OD-07 Caracteriza-se por surgência e
Animal 262316 6573277 160 2º Campanha 23/07/2015 <0,01 14,23 15,13 13 6,8 5,79 235,7
sumidouro. Não foi possível
medir a vazão.

Olho d'água pontual de contato


solo orgânico areno argiloso e
OD-08 rocha, coberta por vegetação
Animal 262279 6573252 157 2º Campanha 23/07/2015 0,099 14,38 17,12 42 4,23 5,31 255,8
arbustiva.
Olho d'água pontual de contato
OD-09 solo orgânico areno argiloso, Animal 262312 6573247 156 2º Campanha 23/07/2015 0,024 16,2 13,93 23 11,3 6,05 240,3
coberta por vegetação densa.

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Código Descrição Uso da água UTM E UTM N Cota (m) Campanha Data Q (L/s) T Ar (ºC) T Água (ºC) CE (μS/cm) OD (mg/L) pH Eh (mV)
Olho d'água pontual em solo
OD-10 orgânico areno argiloso, coberta Animal 262354 6573115 161 2º Campanha 23/07/2015 0,036 14,98 13,27 79 9,07 6,55 216,9
por vegetação arbórea.
Olho d'água difusa em solo
OD-11 orgânico em meio a pastagem. Sem uso 262447 6572752 139 2º Campanha 23/07/2015 <0,01 16 16,9 105 2,98 5,91 95,1
Não foi possível medir a vazão.

1ª Campanha 07/02/2014 0,05 24,65 21,66 46 1,14 5,77 86,5


Olho d'água em fratura de rocha,
OD-12 coberta por vegetação arbustiva
Animal 264102 6576263 272
2ª Campanha 16/06/2015 0,077 13,29 16,76 32 2,86 4,88 345

Olho d´água contato entre solo 1ª Campanha 04/02/2014 <0,01 29,07 21,39 40 2,22 5,36 52,7
orgânico e rocha aflorante. Ao
lado do talvegue, cascalho,
OD-13 seixos e Sem uso 263461 6576162 288
blocos rolados, cobertos por
vegetação densa. Solo no 2ª Campanha 15/06/2015 0,233 12,06 13,87 29 6,17 5,21 333,3
entorno bem úmido.

Olho d'água difuso em talvegue 1ª Campanha 03/04/2014 0,24 26,66 22,96 21 4,6 4,99 196,8
de leito rochoso, coberta por
mata ciliar. Na primeira
OD-14 campanha o ponto Animal 262715 6576172 264
amostrado na confluência de dois
talvegues que se encontram
secos a montante. 2ª Campanha 17/06/2015 0,031 14,66 15,21 28 4,18 4,64 322,4

1ª Campanha 01/02/2014 0,02 22,56 20,13 36 3,72 4,94 108


Olho d'água pontual de contato
entre solo orgânico e rocha
OD-15 aflorante, coberta por vegetação
Animal 262515 6578320 252
arbórea densa. 2ª Campanha 13/06/2015 0,224 12,25 17,68 25 3,18 5,11 299,8

1ª Campanha 03/02/2014 <0,01 24,31 21,71 30 2,52 5,41 85,5


Olho d'água pontual de contato
entre solo arenoso orgânico e
OD-16 rocha, coberta por mata ciliar
Animal 262542 6577101 220
arbustiva.
2ª Campanha 15/06/2015 0,047 10,6 14,45 25 5,49 4,97 362,5

1ª Campanha 01/02/2014 <0,01 22,15 20,72 31 0,57 5,22 -85,3


Olho d'água pontual de contato
entre solo orgânico e rocha
OD-17 aflorante, coberto por resto de
Animal 263354 6578107 304
mata ciliar.
2ª Campanha 13/06/2015 0,247 10,63 13,15 21 6,1 5,04 284,9

Olho d'água difuso em solo


orgânico, que aflora em meio a
OD-18 pastagem, cercada por pequenos
Animal 263711 6577608 316 2ª Campanha 23/07/2015 <0,01 12,42 12,91 38 9,61 7,08 200,1
arbustos

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173
Código Descrição Uso da água UTM E UTM N Cota (m) Campanha Data Q (L/s) T Ar (ºC) T Água (ºC) CE (μS/cm) OD (mg/L) pH Eh (mV)

1ª Campanha 07/02/2014 - 27,79 24,15 49 2,45 5,95 113,9


Olho d'água pontual em fratura
OD-19 de rocha, coberta por mata ciliar Animal 264324 6576957 245
rala cercada por pasto.
2ª Campanha 16/06/2015 0,022 10,56 14,85 32 6,75 5,53 368,4

Olho d'água pontual que aflora


em fratura de rocha, em topo de
OD-20 morro, cercada por vegetação
Sem uso 261338 6574911 182 2ª Campanha 22/07/2015 0,123 14,33 14,88 18 7,8 6,25 236,7
arbustiva.

1ª Campanha 05/02/2014 0,05 28,42 19,29 42 0,61 5,26 115,06


Olho d'água pontual de contato
solo rocha em talvegue
OD-21 encaixado com presença de Sem uso 263439 6575011 259
blocos rolados, coberta por mata
ciliar densa.
2ª Campanha 18/06/2015 0,085 12,83 15,33 30 4,65 5,14 328,9

1ª Campanha 30/01/2014 0,07 26,64 20,49 45 2,51 5,2 -14,7


Olho d'água pontual de contato
OD-22 entre solo e rocha, coberta por Animal 263072 6574817 251
vegetação arbórea.
2ª Campanha 18/06/2015 0,024 12,33 15,79 38 3,3 4,93 328,9

Olho d'água pontual em solo


OD-23 orgânico, coberta por mata ciliar Sem uso 262773 6574091 223 2ª Campanha 12/06/2015 0,361 13,77 13,81 37 6,62 5,82 382,2
pouco densa.

1ª Campanha 05/02/2014 <0,01 33,12 24,17 55 1,34 5,3 111,01


Olho d´água pontual de contato
entre solo orgânico e rocha
OD-24 aflorante, coberta por vegetação
Animal 263518 6574768 227
densa.
2ª Campanha 18/06/2015 <0,01 11,79 13,08 57 8,35 6,19 303,2

Olho d'água pontual de contato


entre solo orgânico e rocha,
OD-25 coberta por vegetação arbustiva,
Sem uso 262545 6573674 185 2ª Campanha 18/06/2015 - 10,73
cercada por pasto.

Av. Farrapos, 146 conj. 62 - CEP 90220-000 - Bairro Floresta - Porto Alegre/RS
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174
Código Descrição Uso da água UTM E UTM N Cota (m) Campanha Data Q (L/s) T Ar (ºC) T Água (ºC) CE (μS/cm) OD (mg/L) pH Eh (mV)

Cacimba de alvenaria. Possui


sistema de bombeamento
submersível, coberta por
vegetação arbustiva, localizada
em terreno acidentado em meio
ao pasto. Forma-se um açude há
C01 cerca de 1 metro a jusante. Humano e animal 264274 6578300 308 1º Campanha 07/02/2014 - 28,75 21,06 134 2,86 5,5 149,08
Segundo o proprietário a água
bombeada é para uso doméstico
e seu reservatório de 500 litros
demora em torno de 25 minutos
para encher. Profundidade do
poço: 0,75 m N.A.: 0,49 m

Cacimba de alvenaria, construída


em cima de um afloramento
rochoso (arenito), localizada em
C02 pasto. Possui sistema de Humano 263881 6578408 316 1º Campanha 07/02/2014 - 31,23 26,94 72 8,69 6,36 154,02
bombeamento submersível.
Profundidade do poço: 60 cm
N.A.: 22 cm.

Cacimba de alvenaria vertendo


água embaixo da estrutura
formando um açude cerca de 1
metro a jusante. Coberta por
C03 vegetação arbustiva localiza-se
Humano e animal 263844 6578575 299 1º Campanha 07/02/2014 - 26,3 21,45 145 0,56 5,51 98,04
em encosta íngreme em meio ao
pasto. Profundidade do poço:
0,56 m N.A: 0,09 m

Cacimba construída de alvenaria.


Possui sistema de bombeamento
submersível. Ao lado da
construção existem 2 banheiros
C04 há aproximadamente 5 metros de Humano 263727 6577037 329 1º Campanha 07/02/2014 - 26,05 18,74 177 4,53 6,11 142,05
distância do poço. O proprietário
não se encontrava no local para
mais informações. Profundidade
do poço: 8,36 m N.A.: 5,79 m

Cacimba de alvenaria com


sistema de bombeamento
submersível, localizada em
terreno acidentado. Não há
escoamento por fora da cacimba,
C05 a água encontra-se totalmente Humano 263801 6575874 284 1º Campanha 07/02/2014 - 27,38 22,73 129 4,25 6,03 132,03
confinada pelo poço. Não foram
obtidas mais informações com o
proprietário sobre o
bombeamento. Profundidade do
poço: 1,25 m N.A.: 0,05 m

Poço desativado, perfurado no


C06 arenito. Profundidade Total: 9 m Humano 261668 6573757 170 1º Campanha 30/01/2014 - - 21,61 239 5,17 7,76 -157,5
N.A: 2,62 m

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Código Descrição Uso da água UTM E UTM N Cota (m) Campanha Data Q (L/s) T Ar (ºC) T Água (ºC) CE (μS/cm) OD (mg/L) pH Eh (mV)

Cacimba construída em
alvenaria. Possui sistema de
bombeamento. O proprietário não
se encontrava na fazenda e não
C07 foi obtida nenhuma informação
Não conhecido 262475 6576189 234 1º Campanha 03/02/2014 - 28,84 19,16 209 2,37 4,98 213,04
sobre a vazão bombeada.
Profundidade do poço: 1,90 m
N.A: 0,60 m

Cacimba de alvenaria sem


sistema de bombeamento. A
água escorre por fora da caixa de
C08 alvenaria, formando um açude 2 Humano 263131 6572235 153 1º Campanha 07/02/2014 - 27,02 21,01 133 1,5 5,96 112,08
metros abaixo da cacimba.
Profundidade do poço: 1,20 m
N.A.: 0,49 m

Nota: Dados obtidos e medidas realizadas em campo realizado nos meses de janeiro e fevereiro de 2014 e junho e julho de 2015.

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8. HIDROGRAFIA

Em uma conceituação mais genérica, podemos assumir que recursos hídricos são as
águas, superficiais ou subterrâneas, disponíveis para qualquer tipo de uso. Uma análise mais
aprofundada sobre os recursos hídricos superficiais remete-nos ao conceito de drenagem.
Guerra (1993) define drenagem como uma feição linear negativa produzida por água de
escorrência, que modela a topografia de uma região. Por sua vez, Christofoletti (1974) a
conceitua como “canais de escoamento inter-relacionados que formam uma bacia”.
Em função do fornecimento de água a drenagem pode ser efêmera, intermitente ou
perene. No primeiro caso, o fluxo é alimentado somente com águas pluviais; no segundo
apenas em determinadas épocas ano, enquanto os perenes sempre apresentam água em seu
canal, devido ao abastecimento por água subterrânea. (ENGEO, 2015).
Segundo o artigo 2º do Decreto Federal nº 7.830/2012, incisos XII a XIV, conceituam-se
os corpos hídricos (drenagens) como:
Rio perene - corpo de água lótico que possui naturalmente escoamento superficial
durante todo o período do ano;
Rio intermitente - corpo de água lótico que naturalmente não apresenta escoamento
superficial por períodos do ano;
Rio efêmero - corpo de água lótico que possui escoamento superficial apenas durante
ou imediatamente após períodos de precipitação;

Faz-se necessário também um entendimento sobre os sistemas formadores dos cursos


hídricos para compreensão da dinâmica deste tipo de recurso em relação à área estudada.
Assim, utilizando-se como base o Glossário Internacional de Hidrologia da UNESCO
(http://webworld.unesco.org/water/ihp/db/glossary/glu/aglu.htm - pesquisado em 18 de
setembro de 2015) têm-se as seguintes definições:
Nascente: Local de onde a água emerge naturalmente, de uma rocha ou do solo, para
a superfície do solo ou para uma massa de água superficial.
Nascente de depressão (sin. Nascente de gravidade): nascente que emerge para
uma superfície, devido apenas ao fato dessa superfície interceptar o nível do aquífero.
Nascente artesiana: nascente cuja água provém de um aquífero artesiano, geralmente
através de uma fissura ou outro tipo de abertura da formação impermeável que delimita o
aquífero.
Nascente intermitente (sin. Nascente periódica): nascente cuja vazão se produz
apenas em certos períodos cessando em outros.

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Segundo o embasamento legal, a Resolução CONAMA nº 303/2002 conceitua
nascentes ou olho d’água como:
“local onde aflora naturalmente, mesmo que de forma intermitente, a água
subterrânea”.

A Lei Federal n° 12.651/2012 em seu Artigo 3º, Incisos XVII e XVIII, define:
- nascente: "afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um
curso d’água"
- olho d’água: "afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente".

Após este entendimento conceitual parte-se para uma análise dos recursos hídricos na
área de estudo. Para tanto, propõem-se a sua hierarquização, partindo de um ambiente de
análise macro até chegar ao nível de estudo da origem das drenagens existentes na área.
Dessa forma, apresenta-se a compartimentação hidrológica proposta pela Secretaria Estadual
do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (SEMA) para os recursos hídricos da área, a saber:

 Região Hidrográfica;

 Macrobacia Hidrográfica;

 Bacia Hidrográfica; e

 Microbacia Hidrográfica.

8.1 Hidrografia Regional

A área do presente estudo encontra-se localizada no município de Caçapava do Sul,


mais precisamente na porção pertencente à bacia hidrográfica do Rio Camaquã, que
representa cerca de 28,8% da área do município (Figura 72). Essa bacia pertence à Região
Hidrográfica das Bacias Litorâneas e encontra-se na porção centro-leste do Estado,
abrangendo 29 municípios e uma área de aproximadamente 21.623 km² (DRH/SEMA, 2013). O
Rio Camaquã, que define os limites ao sul da área de influência do empreendimento, é o
principal rio da bacia e tem uma extensão aproximada de 430 km, desembocando na Laguna
dos Patos, entre os municípios de São Lourenço do Sul e Camaquã.

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Figura 72: Mapa de localização da bacia hidrográfica do Rio Camaquã, destacando a região de estudo. Fonte: (Adaptado de SEMA, 2008).
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Segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul (2007) o Rio
Camaquã próximo a sua foz possui uma vazão média anual de 483,10 m³/s e uma vazão
mínima anual com 95% de permanência (Q95) de 25,88 m³/s. A relação entre as vazões mínima
e a média anual é da ordem de 4% indicando forte restrição à disponibilidade hídrica na época
de estiagem, que ocorre nos meses de verão.

8.2 Hidrografia Local

A área do empreendimento situa-se no extremo sul do município de Caçapava do Sul-


RS, sendo limitada, em sua parcela meridional, pelo Rio Camaquã. A área de influência indireta
(AII) do empreendimento apresenta extensão de aproximadamente 45 km², sendo composta
por diversas pequenas bacias hidrográficas (aqui chamadas de unidades hidrográficas) que
deságuam no Rio Camaquã. Foram realizadas visitas de campo principalmente para a
verificação do exutório das sub-bacias, pontos de análise de qualidade da água e verificação
do regime perene em alguns pontos na rede de drenagem que podem ser vistos Prancha 09,
composta pelo Mapa Hidrográfico.
As quatro bacias de maior dimensão foram chamadas, neste estudo, de sub-bacias do
Rio Camaquã. As áreas destas sub-bacias variam de aproximadamente 3 a 16 km². As bacias
de menor dimensão foram chamadas microbacias, sendo que suas áreas não excedem 01 km².
Além das sub-bacias e microbacias, dentro da área de abrangência do empreendimento
também foram delineadas áreas de contribuição difusa ao Rio Camaquã. A Figura 73 mostra a
distribuição das bacias, bem como sua localização geográfica.

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Figura 73: Localização e distribuição das bacias hidrográficas definidas

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Foto 47: Rio Camaquã na área de influência direta.

Dentro das unidades hidrográficas definidas na Figura 73, ainda foram feitas subdivisões
considerando a condição de influência direta do empreendimento, ou seja, microbacias que
possuirão estruturas relacionadas ao processo de mineração em sua área. Estas microbacias
também foram levadas em consideração para definição dos pontos de amostragem da
qualidade da água. Desta maneira, dentro da Sub-bacia 01, foram definidas duas microbacias
de cabeceira, uma sem influência direta e outra com influência direta do empreendimento
(microbacia 24 e 25, respectivamente). Dentro da sub-bacia 03 foi definida uma microbacia de
cabeceira (microbacia 27) que sofre influência direta do empreendimento.
Finalmente, dentro da sub-bacia 04 foram definidas duas bacias de cabeceira, sendo
que uma possui estruturas do empreendimento (microbacia 26) e a outra não (microbacia 28).
Além disso, a microbacia 27 faz divisa com a área de extração da antiga mineração da região e
a microbacia 28 faz divisa com a barragem de rejeitos construída pela mineradora. Foi
observado, através das imagens aéreas, que existe uma transposição da bacia vizinha para a
sub-bacia 04. Não foi possível definir a finalidade da transposição, porém, instalou-se um ponto
de controle a jusante do ponto de transposição para monitorar possíveis efeitos da mesma. A
Figura 74 mostra a distribuição das bacias considerando esta subdivisão mais detalhada

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Figura 74: Localização das bacias em relação às estruturas do empreendimento.

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O Quadro 29 mostra a área associada de cada sub-bacia, microbacia e região de
contribuição difusa. Também é apresentada a ordem das sub-bacias e microbacias, bem como
a densidade de drenagem (Dd) e densidade de rios (Dr) das sub-bacias. Todas sub-bacias
apresentaram certa homogeneidade quanto a sua densidade de drenagem bem como para
densidade de rios. Na Foto 48, segue apresentada uma foto ilustrativa da paisagem das sub-
bacias, representada pela sub-bacia 03.

Quadro 29: Área e ordem associada a cada unidade hidrográfica estabelecida.


Nome Área (km²) Ordem Dd (km/km²) Dr (rio/km²)
Sub-bacia 01 16,22 4 2,53 14,98
Sub-bacia 02 4,97 3 2,12 15,69
Sub-bacia 03 2,92 2 2,49 13,36
Sub-bacia 04 9,31 4 2,68 15,68
Microbacia 01 0,18 1 n.a* n.a*
Microbacia 02 0,8 2 n.a* n.a*
Microbacia 03 0,27 1 n.a* n.a*
Microbacia 04 0,07 1 n.a* n.a*
Microbacia 05 0,06 1 n.a* n.a*
Microbacia 06 0,05 1 n.a* n.a*
Microbacia 07 0,019 1 n.a* n.a*
Microbacia 08 0,05 1 n.a* n.a*
Microbacia 09 0,56 1 n.a* n.a*
Microbacia 10 0,06 1 n.a* n.a*
Microbacia 11 0,60 2 n.a* n.a*
Microbacia 12 0,67 1 n.a* n.a*
Microbacia 13 0,22 2 n.a* n.a*
Microbacia 14 0,46 2 n.a* n.a*
Microbacia 15 0,10 1 n.a* n.a*
Microbacia 16 0,78 2 n.a* n.a*
Microbacia 17 0,11 1 n.a* n.a*
Microbacia 18 0,61 2 n.a* n.a*
Microbacia 19 0,12 1 n.a* n.a*
Microbacia 20 0,41 1 n.a* n.a*
Microbacia 21 0,07 1 n.a* n.a*
Microbacia 22 0,19 1 n.a* n.a*
Microbacia 23 0,26 1 n.a* n.a*
Microbacia 24 1,48 3 n.a* n.a*
Microbacia 25 4,15 3 n.a* n.a*
Microbacia 26 4,60 3 n.a* n.a*
Microbacia 27 1,66 2 n.a* n.a*
Microbacia 28 1,80 3 n.a* n.a*
Difuso 3,22 n.a* n.a* n.a*
*não se aplica

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Foto 48: Paisagem da sub-bacia 3 da área de influência direta. Geoprospec, 2015.

O mapa de recursos hídricos superficiais foi elaborado a partir de diversas fontes de


informações. Primeiramente, foram utilizadas fotos aéreas realizadas a 1.000 m de altura, para
geração de um Modelo Digital do Terreno (MDT). As curvas de nível foram elaboradas através
dos programas Microstation SE e TerraSolid. O MDT foi gerado com uma resolução de 2 m,
possibilitando a representação acurada da geomorfologia local. A partir do MDE foram gerados
mapas de direção e acumulação de fluxo e, por conseguinte, das linhas de drenagem. A
coerência entre as linhas de drenagem geradas e a drenagem real foi verificada a partir de uma
ortofoto, em escala 1:2500, com pixels de 1x1 m de resolução espacial. Esta ortofoto foi obtida
através do método LiDAR.
Os rios que compõem a rede de drenagem foram classificados em perenes,
intermitentes ou efêmeros. Os rios perenes são aqueles que conduzem água continuamente,
enquanto que os intermitentes podem não apresentar fluxo contínuo, principalmente em
períodos de estiagens. Já os efêmeros manifestam-se somente com ocorrência de eventos
chuvosos. Além da rede de drenagem, ainda foram identificados através da imagem aérea,
pequenos reservatórios, naturais ou artificiais, de acumulação de água. As informações
referentes à rede de drenagem e reservatórios foram validadas através de levantamentos de
campo e análise de imagens de satélite e mapas temáticos da rede hidrográfica. A Figura 75
mostra a rede de drenagem ocorrente na área de estudo, juntamente com os reservatórios e
pontos de nascente mapeados.

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Figura 75: Mapa de recursos hídricos contendo a rede de drenagem, reservatórios e nascentes.

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Na Figura 75 nota-se que existem rios perenes que cortam duas áreas onde estão
previstas as cavas. Existem rios perenes que cortam as 03 áreas previstas para receber as
pilhas de rejeito. Todas as áreas do empreendimento têm a presença de rios efêmeros. Já os
reservatórios e nascentes estão presentes em duas áreas de pilhas de rejeito. Na Foto 49 e
Foto 50 seguem ilustrados alguns dos rios perenes que ocorrem na região. Essas intervenções
no caminho natural das águas podem ocasionar impactos na drenagem local.

Foto 49: Rios perenes encontrados na área de Foto 50: Rios perenes encontrados na área de
influência direta. influência direta.

Os rios ainda foram classificados quanto a sua ordem de acordo com Strahler (1952),
como pode ser observado na Figura 76. O comprimento dos rios de primeira ordem foi de 91,3
km, os de segunda ordem apresentaram aproximadamente 44,28 km, de terceira ordem 17,3
km, os de quarta ordem 12,4 km e 2,96 km referentes aos de quinta ordem.

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Figura 76: Hierarquização dos rios quanto a sua ordem de acordo com Strahler.

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8.2.1 Recursos Hídricos na Área Diretamente Afetada – ADA
A fim de mapear os recursos hídricos das áreas diretamente afetadas pelo
empreendimento e seu entorno imediato, realizaram-se 03 campanhas de campo, sendo duas
campanhas para identificação e caracterização de nascentes/olhos d’água/surgência d’água e
uma campanha para caracterização de cursos hídricos.
As duas campanhas para identificação e caracterização de nascentes foram realizadas
por técnicos diferentes em cada campanha, sendo uma realizada no período mais propenso à
ocorrência de seca para a área de estudo (janeiro/fevereiro de 2015) e outra em período de
altos índices pluviométricos (Junho/julho 2015).
Os dados coletados em campo foram posteriormente tratados em laboratório, com
análise espacial através de interpretação de imagem de satélite de alta resolução espacial,
correlacionando a localização e características dos pontos de surgência d’água (com medição
de vazão, quando possível), o relevo e a cobertura vegetal da área, buscando caracterizar o
tipo de surgência quanto às classes anteriormente citadas: Nascente, Olho D’água e/ou
Surgência D’água.
Como resultado, foram identificados e caracterizados um total de 69 pontos de
surgência d’água, assim classificados:

 24 Nascentes;

 25 Olhos D’água;

 08 Cacimbas
A identificação destes pontos de água permitiu caracterizar os cursos hídricos
existentes nas áreas que serão diretamente afetadas pelo empreendimento. Assim, os cursos
hídricos mapeados através da campanha de levantamento de campo (realizada em setembro
de 2015) foram correlacionados com os pontos de surgência de água anteriormente mapeados.
Foram consideradas drenagens efêmeras as linhas de talvegue que se encontravam
com fluxo hídrico mínimo em pelo menos uma das campanhas, mas que não apresentavam
ponto de surgência de água, evidenciando tratar-se de escoamento pluvial.
Foram classificadas como drenagens intermitentes as linhas de talvegue que se
encontravam com fluxo hídrico em pelo menos uma das campanhas, estando a jusante de
surgência de água classificada com olho d’água.
Foram classificados como drenagens perenes os cursos hídricos que se encontravam
com fluxo contínuo em ambas as campanhas, sendo estes formados por surgências de água
classificadas como nascentes ou sendo canais de segunda ou maior ordem identificados na
rede de drenagens mapeadas.

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Dessa forma, são apresentados no Quadro 30 os dados referentes aos cursos hídricos
mapeados na região.

Quadro 30: Classificação das Drenagens encontradas na Área de Estudo.


Tipo de Drenagem Número Encontrado
Perene 617
Intermitente 35
Efêmero 365
Total 1008

Em seguida serão apresentadas e caracterizadas as drenagens identificadas na ADA


do empreendimento.

CAVA 1
A Cava 1 encontra-se em um vale encaixado entre colinas que drenam com sentido
predominante para sudoeste. A Figura 77 mostra os recursos hídricos mapeados na área da
Cava 01.

Figura 77: Recursos hídricos identificados na área da Cava 01. Adaptado de Google Earth, 2015.

A área da Cava 1 é cortada ao meio por canal de drenagem meândrico de ordem 3, e


ainda por outro canal meândrico de ordem 4, tributários do Rio Camaquã, o qual se encontra a
aproximadamente 1 km da área da Cava 1.

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PILHA DE ESTÉRIL LESTE
A pilha de estéril leste encontra-se à leste da estrada Passo do Cação, a qual constitui o
divisor de águas desse monte em alinhamento sudoeste-nordeste. Esta área forma 03 linhas
de talvegue com orientação predominantemente para sudeste, e uma, mais ao norte, orientada
para leste/nordeste. Os levantamentos de campo identificaram 01 olho d’água, 01 cacimba e
03 nascente dentro da área de estudo, que dão origem a 03 cursos hídricos perenes e 01
cursos hídricos intermitentes. Ainda foram identificadas 04 linhas de drenagem efêmeras,
provenientes da concentração e escoamento superficial de água da chuva. A Figura 78 mostra a
área da pilha de estéril leste, as nascentes e olhos d’água e os canais de drenagem
identificados.

Figura 78: Em magenta a área da Pilha de Estéril Leste. OD – Olhos D’água identificados; NA –
Nascentes; Em Amarelo – Drenagem Efêmera; Em Ciano – Drenagem Intermitente; Em Azul –
Drenagem Perene.

CAVA 2
A Cava 2 localiza-se em uma das poucas superfícies côncavas de topo da área de
estudo. Não foram identificadas surgências d’água ou cursos hídricos no seu interior, exceto
pela existência de uma área úmida proveniente de acúmulo de águas meteóricas, formando
uma drenagem efêmera quando da saturação do solo naquele local, o que ocorre
principalmente em períodos de fortes precipitações. As figuras a seguir ilustram a área da Cava
2.
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191
Figura 79: Cava 2 em vista aérea vertical. Figura 80: Cava 2 em visada inclinada, mostrando
a vertente e a linha de drenagem efêmera (em
amarelo).

CAVA 3
A Cava 3 fica na margem oeste da estrada passo do cação, drenando a área por
declives suaves com direção predominantemente para oeste. Nesta área foram identificadas 01
drenagens do tipo intermitente, 01 drenagens perenes e 02 linhas de escoamento superficial
pluvial, encaixadas na linha de talvegue.
Quanto à ordem, os canais de drenagem identificados na ADA da Cava 03 são assim
definidos:

 03 canais de 1ª ordem;

 01 canal de segunda ordem.


O principal curso d’água desta área tem sua surgência junto à margem leste da estrada
Passo do Cação, próximo ao limite nordeste da área da Cava 03. A partir daquele ponto forma-
se a drenagem (classificada, neste seguimento, como intermitente), que segue por canal
meândrico de angulação suave em direção sul/sudoeste, em alinhamento com o limite leste da
área delimitada para a Cava 03.
Próximo à porção centro-sul da área foram criados dois barramentos nesta linha de
drenagem, criando dois reservatórios artificiais. A partir destes reservatórios a linha de
drenagem (que era considerada intermitente) passa a ser considerada perene, em virtude do
escoamento contínuo das águas a jusante. Após o desague do barramento mais a jusante este
canal recebe aporte de outro canal de 1ª ordem, formando assim um seguimento de canal de
2ª ordem que segue em padrão meândrico pela linha de talvegue em direção
predominantemente oeste. A Figura 81 ilustra a cava 03 e as características da rede
hidrográfica da sua área.

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192
Figura 81: Cava 03 e corpos hídricos existentes.

PILHA DE REJEITOS OESTE


Perfazendo uma área de aproximadamente 12 hectares a pilha de rejeitos oeste fica em
uma área com relevo suavemente inclinado, com topos convexos e linhas de talvegue
drenando a área para oeste/noroeste.
Não foram identificadas nascentes na ADA da Pilha, porém, as linhas de talvegue
formam drenagens efêmeras que concentram as águas de escoamento pluvial, o qual ocorre
com frequência devido às características climáticas da região, que apresenta chuvas
abundantes durante todo o ano, como pode ser visto no capítulo referente ao clima.
Foram identificadas 20 linhas de drenagem do tipo efêmera, as quais formam 03 cursos
hídricos perenes.
Quanto à ordem dos canais, foram identificados assim:

 17 canais de 1ª ordem;

 03 seguimentos de drenagem de 2ª ordem.

OS recursos hídricos identificados na área são do tipo meândrico, situados em local de


transporte de sedimentos, formando tributários que drenam suas águas para o Rio Camaquã. A
Figura 82 ilustra a área da pilha de rejeitos oeste e os recursos hídricos existentes.

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193
Figura 82: Pilha de Rejeitos Oeste e rede hidrográfica identificada.

UNIDADE DE BENEFICIAMENTO
A unidade de beneficiamento estende-se por aproximadamente 45 hectares, estando a
oeste da estrada Passo do Cação. A porção norte desta unidade insere-se sobre uma vertente
que drena as águas da Cava 03, ao norte e de outras cabeceiras de drenagem existentes mais
a leste.
A montante da Unidade de Beneficiamento foram identificados dois olhos d’água que
drenam suas águas por área que receberá suas instalações. Os cursos hídricos existentes na
área foram classificados como perenes (04 canais) e intermitentes (02 canais), todos do tipo
meândrico, sendo assim ordenados:

 01 canal de 3ª ordem;

 02 canais de 2ª ordem; e

 03 canais de 1ª ordem.
A Figura 83 mostra as drenagens que cortam a área onde foi projetada a Unidade de
Beneficiamento.

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194
Figura 83: Drenagens da área da Unidade de Beneficiamento.

PILHA DE REJEITOS NORTE


A pilha de rejeitos norte cobre uma área de aproximadamente 32 hectares. Está
inserida a oeste da estrada Passo do Cação, em vale encaixado entre linhas de talvegue que
drenam para oeste.
Das áreas avaliadas, esta parece ser a mais sensível para os recursos hídricos, uma
vez que apresenta considerável número de nascentes (03), drenando diretamente para o local
projetado para receber a pilha de rejeitos.
As drenagens identificadas na área foram classificadas como perene (04), intermitente
(01) e efêmera (01).
Os canais são meândricos, com a seguinte ordenação:

 01 canal de 2ª ordem;

 01 canal de 3ª ordem; e

 04 canais de 1ª ordem.
A Figura 84 mostra a área da pilha de rejeitos norte e a drenagem existente.

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195
Figura 84: Pilha de rejeitos norte (em magenta) e corpos hídricos identificados.

8.3 Disponibilidade Hídrica

A área de abrangência do empreendimento localiza-se na região hidrográfica Atlântico


Sul segundo o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), inserida no trecho alto da
bacia do Rio Camaquã (Figura 85).

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Figura 85: Localização da área de estudo em relação a diferentes níveis hidrográficos.
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197
Os padrões de precipitação na região foram elaborados a partir de dados das estações
pluviométricas de Lavras do Sul (Código 3053007) e Passo do Cação (município de Bagé,
Código 3053010), disponíveis no site da Agência Nacional de Águas (ANA).
A média pluviométrica anual para a região é de aproximadamente 1400 mm. A
distribuição da chuva ao longo do ano não apresenta forte sazonalidade, entretanto, percebe-
se que as menores médias mensais de precipitação ocorrem nos meses de verão. Os gráficos
abaixo mostra a distribuição da chuva média mensal para as duas estações utilizadas na
análise. A estação 3053007 possui dados de 1944 a 2012 e a estação 3053010 tem sua série
nos anos de 1976 a 2006.

Gráfico 11: Distribuição das médias de chuva mensais para a estação 3053007, próxima à área de
estudo. Fonte: ANA, 2015

Estação 3053007
160
140
Média Mensal (mm)

120
100
80
60
40
20
0

Gráfico 12: Distribuição das médias de chuva mensais para a estação 3053010, próxima à área de
estudo. Fonte: ANA, 2015

Estação 3053010
160
140
Média Mensal (mm)

120
100
80
60
40
20
0

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Para caracterizar as tendências de vazão na área de interesse foi utilizada uma estação
fluviométrica da ANA localizada no Rio Camaquã próxima à área de estudo, a jusante do
empreendimento dentro da área de influência direta (AID). Os dados utilizados correspondem à
estação código 87590000 com dados dos anos de 1973 a 2007 e uma área de drenagem de
4.080 km².
Essa estação apresentou uma vazão média de 86,3 m³/s, representando apenas 1/5 da
vazão total da bacia aproximadamente. No Gráfico 13 segue apresentada a curva de
permanência das vazões médias mensais, onde se observa que o Rio Camaquã apresenta
uma vazão média (Q50) próxima a 56 m³/s em 50% do tempo e uma vazão (Q 95) 3,79 m³/s em
95% do tempo. Já no Gráfico 14, quando se observa a curva de permanência diária, a vazão
(Q50) com 50% de permanência é de 35 m³/s e em 95% do tempo é de 2,49m³/s (Q95),
demonstrando uma maior variação das vazões no período. A vazão mínima calculada
estatisticamente através da Q7, 10 apresentou o valor de 0,283 m³/s, o que demonstra a
possibilidade de escassez em alguns períodos mais secos.

Gráfico 13: Curva de permanência das vazões médias mensais a jusante do empreendimento. Fonte:
ANA, 2015

Curva de Permanência Mensal


500
450
400
350
Vazão (m³/s)

300
250
200
150
100
50
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Permanência (%)

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Gráfico 14: Curva de permanência das vazões médias diárias a jusante do empreendimento no período
de 1973 a 2007. Fonte: ANA, 2015

Curva de Permanência Diária


2000
1800
1600
1400
Vazões (m³/s)

1200
1000
800
600
400
200
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Permanência (%)

No Quadro 31 seguem apresentadas as vazões médias, máximas e mínimas mensais,


juntamente com um gráfico das vazões médias mensais (Gráfico 15), para melhor visualização.

Quadro 31: Vazões médias, máximas e mínimas mensais a jusante do empreendimento.


Vazão (m³/s) Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Média mensal 37,9 53,1 55,9 109 97,6 124 143 118 113 126 69,8 40,6
Máxima mensal 177 202 231 508 395 453 564 490 519 630 323 173
Mínima mensal 5,07 7,42 11,3 15,9 18,8 27,3 34,6 27,1 24,9 25 15,8 9,45

Gráfico 15: Vazões médias mensais a jusante do empreendimento.


160

140

120
Vazões (m³/s)

100
Média mensal
80

60

40

20

0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses

Observa-se que o Rio Camaquã apresenta alta variabilidade nas suas vazões, com
períodos definidos de estiagem no verão, apresentando os menores valores nos meses de
dezembro, janeiro e fevereiro e maior disponibilidade nos meses de abril a outubro.

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Essa sazonalidade, quando analisadas as vazões, não é tão definida em razão
unicamente das precipitações, porém é coerente com as épocas de maiores e menores
chuvas. Essa diferença entre os dois gráficos pode estar relacionada ao período de irrigação
do arroz, que representa uma maior retirada de água dos cursos hídricos nos meses de verão.
A partir de dados de uma estação de monitoramento climático localizada no município
de Encruzilhada do Sul, que constitui a mais próxima do município de Caçapava do Sul, e que
oferece características físicas semelhantes às do município, foram gerados gráficos do balanço
hídrico mensal, extrato do balanço hídrico mensal e deficiência, excedente, retirada e reposição
hídrica ao longo do ano. Os dados correspondem ao período compreendido entre 1961 e 1990
(PMSB, 2013; EMBRAPA, 2010).
No balanço hídrico exposto na Figura 86 observa-se que o maior excedente hídrico
ocorreu no mês de julho (127 milímetros) e no mês de janeiro não foi registrado excedente
(PMSB, 2013).

Figura 86: Gráfico do balanço hídrico mensal. Fonte: EMBRAPA.

Através da análise da Figura 87 abaixo, que apresenta o gráfico de deficiência,


excedente, retirada e reposição hídrica, observa-se que nos meses de junho, julho e agosto
são registrados os maiores excedentes (superiores a 100 mm). Nos meses de janeiro a maio e
de outubro a dezembro os excedentes são inferiores a 80 mm. Não ocorre deficiência hídrica
ao longo de um ano normal (PMSB, 2013). O balanço hídrico demonstrou coerência com as
vazões apresentadas anteriormente.

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Figura 87: Deficiência, excedente, retirada e reposição hídrica, médias mensais ao longo do ano. Fonte:
EMBRAPA.

8.4 Qualidade das águas superficiais

De acordo com o relatório sobre a situação dos recursos hídricos no Estado do Rio
Grande do Sul, a bacia do rio Camaquã apresentou problemas com a qualidade da água,
principalmente próximo aos centros urbanos. A bacia também apresentou problemas de
assoreamento, desmatamento e contaminação das águas por atividades minerais
inadequadamente desenvolvidas (SEMA, 2006).
Para uma avaliação mais local e fidedigna da atualidade da área de estudo, foram
realizadas coletas de amostras de água em 10 pontos de controle distribuídos na bacia
hidrográfica de influência do empreendimento. Essas amostras também servirão para posterior
monitoramento do local quando o empreendimento já tiver sido construído, permitindo uma
comparação das condições anteriormente a instalação.

8.4.1 Pontos e parâmetros de amostragem


Para a análise da qualidade local foram definidos os parâmetros de qualidade d’água a
serem mensurados, bem como os pontos onde foram coletadas as amostras. A escolha destes
locais foi baseada na localização do empreendimento (cavas, pilhas e unidades de
beneficiamento), nos usos existentes na bacia e na dinâmica dos corpos d’águas. Escolheu-se
os exutórios das sub-bacias que drenam as áreas do empreendimento, bem como um ponto no
rio principal a montante do empreendimento (Ponto 01) e um ponto a jusante (Ponto 09). As
localizações dos pontos de amostragem encontram-se apresentados na Figura 88 e os locais
de coleta entre as fotos Foto 51 e Foto 60.

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Figura 88: Pontos de amostragem de qualidade de água
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Foto 51: Ponto 01 Foto 52: Ponto 02

Foto 53: Ponto 03 Foto 54: Ponto 04

Foto 55: Ponto 05 Foto 56: Ponto 06

Foto 57: Ponto 07 Foto 58: Ponto 08

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Foto 59: Ponto 09 Foto 60: Ponto 10

Foram definidos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos baseados na legislação


vigente, de acordo com a classe dos corpos hídricos localizados nas áreas de influência do
empreendimento. Para a escolha dos parâmetros também foi considerada a caracterização dos
metálicos a serem minerados e dos compostos que serão utilizados para tal atividade. Além
disso, consideraram-se os parâmetros para definição do estado trófico dos corpos hídricos.
No Quadro 32 segue apresentados os parâmetros monitorados bem como a origem de
sua definição.

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Quadro 32: Parâmetros monitorados e a sua origem de definição
Caracterização Caracterização do Contaminação por Caracterização Contaminação por Inorgânicos
Parâmetros
Bacteriológica Estado Trófico efluentes sanitários Físico-química gasolina/óleo CONAMA 357 **
Fósforo total - X - X - -
Clorofila-a - X - X - -
Nitrogênio total - X - X - -
Nitrogênio
- X - X - -
amoniacal
Nitrito - X - X - -
Nitrato - X - X - -
Coliformes
X - - - - -
termotolerantes
Densidade de
- - X - - -
cianobactérias
Oxigênio
- - X - - -
Dissolvido-OD
DBO5 - - X - - -
DQO - - X - - -
Turbidez - - - X - -
Sólidos
- - - X - -
dissolvidos totais
Sólidos em
- - - X - -
suspensão
Temperatura - - - X - -
Condutividade
- - - X - -
elétrica
pH - - - X - -
Óleos e graxas - - - - X -
Benzeno - - - - X -
Tolueno - - - - X -
Etilbenzeno - - - - X -
Xilenos - - - - X -

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Caracterização Caracterização do Contaminação por Caracterização Contaminação por Inorgânicos
Parâmetros
Bacteriológica Estado Trófico efluentes sanitários Físico-química gasolina/óleo CONAMA 357 **
Dureza total - - - - - X
Alcalinidade Total - - - - - X
Cor aparente - - - - - X
Prata total - - - - - X
Cobre dissolvido - - - - - X
Chumbo Total - - - - - X
Bário total - - - - - X
Níquel total - - - - - X
Zinco Total - - - - - X
Ferro dissolvido - - - - - X
Ferro total - - - - - X
Manganês total - - - - - X
Magnésio - - - - - X
Bário Total - - - - - X
Alumínio
- - - - - X
dissolvido
Antimônio - - - - - X
Arsênio total - - - - - X
Berílio total - - - - - X
Boro total - - - - - X
Cádmio total - - - - - X
Cianeto livre - - - - - X
Cloreto total - - - - - X
Cobalto total - - - - - X
Cromo total - - - - - X
Lítio total - - - - - X
Mercúrio total - - - - - X
Urânio total - - - - - X

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Caracterização Caracterização do Contaminação por Caracterização Contaminação por Inorgânicos
Parâmetros
Bacteriológica Estado Trófico efluentes sanitários Físico-química gasolina/óleo CONAMA 357 **
Vanádio total - - - - - X
Fluoreto total - - - - - X
Sulfato total - - - - - X
Sulfeto - - - - - X
Selênio total - - - - - X
Sódio - - - - - X
Potássio - - - - - X

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8.4.2 Análise da qualidade das águas superficiais
Visto que o Plano de Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã ainda não está aprovado, os
rios da bacia não possuem enquadramento definido. Assim, considerou-se todos os rios da
área de estudo como classe 2, baseado no artigo 42 da Resolução Conama 357/05 que trata
que enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces serão
consideradas classe 2, exceto se as condições de qualidade atuais forem melhores, o que
determinará a aplicação da classe mais rigorosa correspondente.
Os resultados da primeira campanha obtidos nos laudos de laboratório para os pontos
de coleta são apresentados no Quadro 33 enquanto os laudos de laboratório referentes a
segunda campanha são apresentados no Quadro 34. Os respectivos resultados analíticos
encontram-se no anexo 6.
Todos os pontos analisados apresentaram concentração de DBO5,20 acima do limite
máximo permitido pela legislação, o que demonstra alta presença de matéria orgânica. Porém
nenhum ponto apresentou déficit de oxigênio, estando todos os pontos acima do mínimo legal.
Tendo em conta que o parâmetro de maior interesse para a manutenção da vida no
ecossistema aquático é o OD e não a DBO, os resultados não se constituem em um indicador
grave no referente aos impactos da matéria orgânica sobre os cursos da água.
Os pontos 1, 6, 7 e 9 apresentaram concentrações de fósforo acima do mínimo
permitido para a classe, o que pode ser referente ao lançamento de fluentes sanitários das
comunidades rurais locais. Os pontos 3, 4 e 7 apresentaram níveis acima de coliformes
tolerantes, podendo esses valores estar relacionados também à presença da pecuária nesses
locais.
Todos os pontos apresentaram concentrações de alumínio dissolvido superiores à
legislação, e exceto os pontos 4 e 8, apresentaram também concentrações de ferro dissolvido
acima do permitido. Os Argissolos são solos altamente intemperizados e possuem mineralogia
da fração de argila dominada por óxidos de ferro e alumínio. Como o ferro e o alumínio fazem
parte da pedologia local, esses elementos podem ter sido disponibilizados pelas antigas
minerações que já ocorreram na área.
O ponto 7 foi o que apresentou maiores inconformidades com a legislação, superando
os limites permitidos para 8 parâmetros, incluindo Turbidez, Cor Aparente e Manganês, além
dos já descritos acima. O que demonstra uma maior alteração dos parâmetros físico-químicos
da água neste rio.

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209
Quadro 33: Resultados relacionados à primeira campanha de análise da qualidade das águas superficiais.
Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto
Parâmetros Unidade LQ/Faixa
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Fósforo Total mg/L 0,01 0,1 0,03 0,06 0,03 0,09 0,19 0,24 0,03 0,13 0,09
Clorofila A μg/L 3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3
Nitrogênio Total mg/L 0,5 0,68 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 <0,5 1,3 <0,5 0,91 0,77
Nitrogênio Total Kj eldhl mg/L 0,1 0,31 0,43 0,38 0,24 0,42 0,44 0,51 0,28 0,37 0,41
Nitrato (como N) mg/L 0,3 0,37 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 <0,3 0,79 <0,3 0,54 0,36
Nitrito (como N) mg/L 0,02 <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 <0,02 <0,02
Nitrogênio Amoniacal mg/L 0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 180 512 512 1512 4800 231 938 1525 388 788 513
Contagem de Cianobactérias cel/mL 3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 <3 83
Oxigênio Dissolvido mg/L 0,1 7 6,8 6,3 6,6 6,4 5,9 6,3 6,6 6,3 5,2
DBO mg/L 6 13,8 13,7 10,4 14,5 24,7 22,1 20,6 20,4 19,8 26
DQO mg/L 5 36 34 33 36 53 53 54 49 48 59
Turbidez NTU 0,1 33,1 19,5 23,4 17,7 26,4 45,5 130 17,3 78,2 41,7
Sólidos Dissolvidos Totais mg/L 5 104 92 86 52 72 52 76 33 35 89
Sólidos Suspensos Totais mg/L 5 17 6 17 <5 26 57 230 <5 51 <5
Temperatura °C - 18,8 18,7 19,8 19,5 21,9 18,1 18,1 18,5 18,9 22,5
Condutividade μS/cm 1 41,1 15,7 65,1 30,9 43,8 38,9 58,7 35,1 35,7 95,1
pH (a 25ºC) - 2 a 13 6,88 6,81 7,03 7,04 7,05 7,28 7,03 7,68 7,21 7,21
Óleos e Graxas mg/L 5 <5 <5 <5 <5 <5 <5 <5 <5 <5 <5
Benzeno μg/L 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Tolueno μg/L 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Etilbenzeno μg/L 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
o-Xileno μg/L 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
m,p-Xilenos μg/L 2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2 <2
Dureza Total mg/L 5 23,7 <5 39,7 15,9 22,5 7,2 16,2 14 13,3 30,4
Alcalinidade Total mg/L 5 25,1 8,47 43 17 28,7 11,2 18 12,7 17,2 35,4
Cor Aparente CU 5 30 10 15 10 20 40 100 10 50 30
Prata mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001

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210
Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto
Parâmetros Unidade LQ/Faixa
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Cobre Dissolvido mg/L 0,001 0,00189 0,001 <0,001 0,0012 0,00175 0,00108 0,0027 <0,001 0,00288 0,00195
Chumbo mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,00181 0,00105 0,00315 0,00356 <0,001 0,00177 <0,001
Bário mg/L 0,005 0,0589 0,0464 0,184 0,181 0,0553 0,103 0,0979 0,0993 0,0605 0,0858
Níquel mg/L 0,001 0,00178 0,0012 0,00147 <0,001 0,00472 0,00182 0,00552 <0,001 0,00393 0,00139
Zinco mg/L 0,001 0,00634 0,0042 0,00459 0,0563 0,074 0,0466 0,145 0,00172 0,0769 0,0721
Ferro Dissolvido mg/L 0,01 0,633 0,511 0,565 0,26 0,588 0,318 0,345 0,08 0,592 0,531
Ferro mg/L 0,01 1,51 0,869 0,973 0,463 1,39 1,22 3,52 0,342 2,29 1,28
Manganês mg/L 0,001 0,041 0,0174 0,0441 0,0188 0,0367 0,0988 0,153 0,00723 0,0698 0,0259
Magnésio mg/L 0,001 2,36 0,729 2,65 0,683 2,24 0,39 1,9 0,88 1,32 1,62
Alumínio Dissolvido mg/L 0,005 0,788 0,239 0,186 0,463 0,71 0,169 0,185 0,15 0,421 0,173
Antimônio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Arsênio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,00113 <0,001 <0,001 <0,001
Berílio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Boro mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,00316 <0,001 <0,001 0,00831 0,00278
Cádmio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Cianeto Livre mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,00169 0,00175 <0,001 <0,001 0,00201
Cloreto mg/L 1 <1 1,7 1 <1 <1 <1 <1 <1 <1 <1
Cobalto mg/L 0,001 <0,001 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 0,00238 <0,001 0,00118 <0,001
Cromo mg/L 0,001 0,00239 0,00129 <0,001 0,0013 0,00273 0,0018 0,00747 <0,001 0,00458 0,00171
Lítio mg/L 0,001 0,00125 <0,001 <0,001 <0,001 0,00131 0,00105 0,00215 <0,001 0,00186 0,00167
Mercúrio mg/L 0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001
Urânio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Vanádio mg/L 0,001 0,0029 0,00105 <0,001 0,00154 0,00316 0,0023 0,00679 <0,001 0,00429 0,00213
Fluoreto mg/L 0,05 0,14 0,62 0,54 0,34 0,06 0,1 0,14 0,1 0,2 0,17
Sulfato mg/L 5 16,7 14,8 15,4 11,4 16,4 23,5 9,4 23,9 <5 <5
Sulfeto mg/L 0,05 0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05
Selênio mg/L 0,001 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Sódio mg/L 0,001 4,1 2,04 4,92 3,3 4,92 1,9 3,1 1,77 2,21 3,81
Potássio mg/L 0,001 1,01 0,72 1,01 1,08 1,04 1,13 1,06 0,655 0,884 0,839

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Quadro 34: Resultados relacionados à segunda campanha de análise da qualidade das águas superficiais.
Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto
Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto
Parâmetros Unidade LQ/Faixa 02 03 06 08 10
01 04 05 07 09
(Seco) (Seco) (Seco) (Seco) (Seco)
Fósforo Total mg/L 0,01 0,05 0,04 0,05 0,05 0,05
Clorofila A μg/L 3 3 <3 5 4 <3
Nitrogênio Total mg/L 0,5 <0,5 0,79 <0,5 <0,5 <0,5
Nitrogênio Total Kj eldhl mg/L 0,1 0,48 0,79 0,37 0,33 0,19
Nitrato (como N) mg/L 0,3 <0,3 < 0,3 <0,3 <0,3 <0,3
Nitrito (como N) mg/L 0,02 <0,02 < 0,02 <0,02 <0,02 <0,02
Nitrogênio Amoniacal mg/L 0,1 <0,1 < 0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Coliformes Termotolerantes NMP/100mL 180 250 6500 513 388 925
Contagem de Cianobactérias cel/mL 3 256 <3 34 262 43
Oxigênio Dissolvido mg/L 0,1 4,2 3,7 4,6 4,5 4,7
DBO mg/L 3 <3 <3 7,9 7,4 <3
DQO mg/L 5 <5 <5 20 18 <5
Turbidez NTU 0,1 3,74 2,73 3,49 3,97 2,82
Sólidos Dissolvidos Totais mg/L 5 41 18 90 107 102
Sólidos Suspensos Totais mg/L 5 <5 9 <5 8 <5
Temperatura °C - 30,7 26,6 29,4 32,1 30,3
Condutividade μS/cm 1 137 162 132 141 139
pH (a 25ºC) - 2 a 13 7,84 7,53 7,33 7,93 7,84
Óleos e Graxas mg/L 5 <5 <5 <5 <5 <5
Benzeno μg/L 1 <1 <1 <1 <1 <1
Tolueno μg/L 1 <1 <1 <1 <1 <1
Etilbenzeno μg/L 1 <1 <1 <1 <1 <1
o-Xileno μg/L 1 <1 <1 <1 <1 <1
m,p-Xilenos μg/L 2 <2 <2 <2 <2 <2
Dureza Total mg/L 5 36,4 45,1 27,5 30,9 37,2
Alcalinidade Total mg/L 5 54,8 67,9 54,6 53,9 56,4
Cor Aparente CU 5 5 5 5 5 5
Prata mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001

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Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto
Ponto Ponto Ponto Ponto Ponto
Parâmetros Unidade LQ/Faixa 02 03 06 08 10
01 04 05 07 09
(Seco) (Seco) (Seco) (Seco) (Seco)
Cobre Dissolvido mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Chumbo mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Bário mg/L 0,005 0,0506 0,455 0,0421 0,0436 0,0523
Níquel mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Zinco mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Ferro Dissolvido mg/L 0,01 0,0658 0,310 0,136 0,0830 0,0853
Ferro mg/L 0,01 0,242 0,440 0,231 0,186 0,208
Manganês mg/L 0,001 0,0148 0,0662 0,0184 0,0105 0,0196
Magnésio mg/L 0,001 4,09 2,03 3,27 3,49 4,08
Alumínio Dissolvido mg/L 0,005 0,00213 <0,001 0,0829 0,0194 0,0112
Antimônio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Arsênio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Berílio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Boro mg/L 0,001 <0,001 <0,001 0,00288 <0,001 <0,001
Cádmio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Cianeto Livre mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Cloreto mg/L 1 3 2,7 2,9 2,6 3,2
Cobalto mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Cromo mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Lítio mg/L 0,001 <0,001 0,00113 <0,001 <0,001 <0,001
Mercúrio mg/L 0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001 <0,0001
Urânio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Vanádio mg/L 0,001 0,00138 <0,001 0,00151 0,00116 0,00120
Fluoreto mg/L 0,05 0,35 0,19 0,22 0,15 0,30
Sulfato mg/L 5 <5 <5 <5 <5 <5
Sulfeto mg/L 0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05
Selênio mg/L 0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Sódio mg/L 0,001 6,23 5,24 5,11 5,40 6
Potássio mg/L 0,001 1,23 1,81 0,884 1,07 1,24

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8.4.3 Caracterização do Estado Trófico
Segundo Esteves (1988), a eutrofização é o aumento da concentração de nutrientes,
principalmente fósforo e nitrogênio, nos ambientes aquáticos, ocasionando o aumento de suas
produtividades. O Índice do Estado Trófico tem por finalidade classificar corpos d’água em
diferentes graus de trofia, avaliando a qualidade da água quanto ao enriquecimento por
nutrientes e seu efeito relacionaldo ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da
infestação de macrófitas aquáticas (CETESB, 2007).
Para caracterização do estado trófico foram realizadas medições de concentrações de
nutrientes, especialmente fósforo e clorofila a, para o cálculo do Índice do Estado Trófico e sua
respectiva classificação dos corpos d’água em diferentes graus de trofia.
O cálculo do Índice do Estado Trófico é composto pelo Índice do Estado Trófico para o
fósforo – IET (PT) e o Índice do Estado Trófico para a clorofila a – IET (CL), modificados por
Lamparelli (2004), sendo estabelecidos para ambientes lóticos, segundo as equações:

 IET (CL) = 10x(6-((-0,7-0,6x(ln CL))/ln 2))-20

 IET (PT) = 10x(6-((0,42-0,36x(ln PT))/ln 2))-20


onde:
PT: concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µg.L-1;
CL: concentração de clorofila a medida à superfície da água, em µg.L-1;

O resultado apresentado do IET é a média aritmética simples dos índices relativos ao


fósforo total e a clorofila a, segundo a equação:

 IET = [ IET ( PT ) + IET ( CL) ] / 2


Os resultados obtidos para os 10 pontos de análise encontram-se apresentados no
Quadro 35.

Quadro 35: Classificação do estado trófico dos pontos amostrais de qualidade de água.
Classificação do Estado Trófico - Rios
Ponto IET Ponderação Categoria
1 58.7 52 < IET ≤ 59 Mesotrófico
2 55.6 52 < IET ≤ 59 Mesotrófico
3 57.4 52 < IET ≤ 59 Mesotrófico
4 55.6 52 < IET ≤ 59 Mesotrófico
5 58.5 52 < IET ≤ 59 Mesotrófico
6 60.4 59 < IET ≤ 63 Eutrófico
7 61.0 59 < IET ≤ 63 Eutrófico
8 55.6 52 < IET ≤ 59 Mesotrófico
9 59.4 59 < IET ≤ 63 Eutrófico
10 58.5 52 < IET ≤ 59 Mesotrófico

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Os pontos 1, 2, 3, 4, 5, 8 e 10 apresentaram-se enquadrados na categoria Mesotrófico,
o que significa corpos d’água com produtividade intermediária, com possíveis implicações
sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos casos.
Já os pontos 6, 7 e 9 enquadraram-se na categoria Eutrófico, que representam corpos
d’água com alta produtividade em relação às condições naturais, com redução da
transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, nos quais ocorrem alterações
indesejáveis na qualidade da água decorrentes do aumento da concentração de nutrientes e
interferências nos seus múltiplos usos.
Visto que nutrientes, como fósforo, são gerados principalmente por contaminação de
efluentes sanitários, percebe-se que os pontos 6, 7 e 9 se encontram em locais menos
isolados, mais próximos a comunidades rurais, que podem ter seus efluentes lançados nos
corpos hídricos. Os pontos 3, 4, 8 e 10 são os que apresentam menor influência antrópica,
demonstrando também um menor grau de trofia.

De uma maneira geral os rios da bacia de estudo encontram-se dentro dos limites da
CONAMA 357/05 para classe 2 para a maioria dos parâmetros analisados. Porém como
observado na análise da qualidade das águas descrito acima, a bacia já demonstra influência
de atividades antrópicas, como efluentes sanitários, pecuária e mineração, situação recorrente
no Brasil. Como essas alterações ainda se apresentam incipientes devem-se adotar medidas
mitigadoras para não aumentar os impactos, visto que as metas de enquadramento dos corpos
hídricos da bacia podem ser referentes a uma classe mais restritiva futuramente.

8.5 Usos e Demandas hídricas

As demandas hídricas setoriais e totais para a bacia hidrográfica do Rio Camaquã, em


termos médios anuais e para o mês de janeiro (típico de verão) onde se apresentam as
maiores demandas devido ao período de irrigação do arroz, é apresentada no Quadro 36.
Estes dados foram disponibilizados mais recentemente pelo Relatório Anual de Recursos
Hídricos de 2006, realizado pela Secretaria Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Rio
Grande do Sul.

Quadro 36: Demandas Hídricas médias anuais e no mês de janeiro para bacia do Rio Camaquã. Fonte:
(SEMA, 2006)
Demanda hídrica (m³/s) Humano Irrigação Animal Industrial Total
Anual média 0,47 35,69 0,86 0,036 37,05
Janeiro (verão) 0,47 130,26 0,86 0,036 131,62

A irrigação representa as maiores demandas, seguido pelo consumo animal,


demonstrando o caráter rural da bacia. O mesmo ocorre com o consumo, onde não é

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considerado o que retorna ao rio, como pode ser visto no Quadro 37, reafirmando a
predominância desse setor usuário no contexto regional.

Quadro 37: Consumos Hídricos médios anuais e no mês de janeiro para bacia do Rio Camaquã. Fonte:
(SEMA, 2006)
Consumo hídrico (m³/s) Humano Irrigação Animal Industrial Total
Anual média 0,09 21,41 0,60 0,011 22,12
Janeiro (verão) 0,09 78,16 0,60 0,011 78,86

O balanço hídrico apresentado pelo Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio


Grande do Sul confrontou as disponibilidades hídricas com as demandas de água e com os
consumos, e segue explicitado na Tabela 5 para a bacia hidrográfica do Rio Camaquã em
termos percentuais. Esses resultados representam qual a parcela da disponibilidade que é
atualmente demandada e consumida pelos usos consuntivos considerados (ECOPLAN, 2007).
Esta abordagem apresenta uma configuração para a bacia hidrográfica como um todo.

Tabela 5: Balanços Hídricos - Disponibilidade versus Demanda e versus Consumo para a Bacia
Hidrográfica do Camaquã (%). Fonte: (ECOPLAN, 2007)
Méd. Anual Méd. Anual/ Verão
Verão /Dispon.
/Dispon. Méd. Dispon. Mín. /Dispon.
Mín. Verão
Anual Anual (Q95%) Méd. Verão
Versus demanda 7,7% 143,2% 66,4% 714,9%
Versus consumo 4,6% 85,5% 39,8% 428,4%

É importante destacar que nessa análise foram consideradas como disponibilidades


hídricas apenas as vazões fluentes e não os volumes hídricos estáticos armazenados nos
significativos corpos hídricos regionais. Sendo assim, a presente análise é mais rigorosa em
termos de comprometimento das disponibilidades (ECOPLAN, 2007).
Segundo Ecoplan (2007), a situação não é severa para a bacia, principalmente
considerando nos balanços hídricos apenas as parcelas efetivamente consumidas, tendo-se na
média anual um consumo global da ordem de 4,6% das disponibilidades, sendo que no verão
esse percentual eleva-se para 40%, em termos médios. Em situações mais críticas quanto à
disponibilidade hídrica, verifica-se um aumento entre os percentuais de demandas, em termos
mínimos anuais, o que se atenua quando considerado apenas o consumo na maior parte dos
meses. O maior problema se apresenta no verão, como já visto anteriormente.
Quanto aos principais usos não consuntivos existentes na bacia do Rio Camaquã foram
relatados: a mineração, o turismo e lazer, a pesca e a preservação ambiental (ECOPLAN,
2007).
De acordo com Fróes (2007) existem sistemas de captação de água para produção de
arroz irrigado, pecuária de corte e criação de ovinos para produção de lã na bacia do Médio
Superior Camaquã, referente ao município de Caçapava do Sul.

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Como não existem dados específicos para a área de influência indireta (AII) do
empreendimento, calcularam-se as demandas e a projeção futura baseada nos usos existentes
na área da bacia do Camaquã pertencente ao município de Caçapava do Sul, onde se
encontra a AII. Por isso esses dados se tornam superestimados, visto que a área de estudo é
apenas uma parte da bacia do Camaquã no município. As demandas por tipo de uso
identificado na área encontram-se apresentadas no Quadro 38.
Para os dados de população, utilizaram-se dados da SEMA e do Plano Municipal de
Saneamento Básico de Caçapava do Sul referentes à população do município que se encontra
na bacia do Camaquã. Para as outras estimativas considerou-se o censo agropecuário, com
dados de 2014 para pecuária e 2013 para cultura de arroz, todos obtidos do IBGE, referentes à
área rural de Caçapava do Sul. Utilizaram-se então 28,8% dos valores da zona rural do
município, que corresponde à área do município dentro da bacia.
Em relação à demanda hídrica para abastecimento humano considerou-se o valor per
capita de 125 L/hab./dia. Para irrigação de arroz a demanda hídrica por unidade de área
irrigada foi de 12.600 m3/ha/safra. Para produção animal consideraram-se as demandas
unitárias por tipo de rebanho, conforme diferentes fontes bibliográficas (45 L/cab./dia para
bovinos de corte, 62 L/cab/dia para bovinos de leite, 6,0 L/cab/dia para ovinos) (SEMA, 2006).
Para a demanda futura considerou-se a taxa de crescimento anual negativa da ordem de -
2,20% a.a. (ao ano) para a zona rural de Caçapava do Sul (PMSB, 2013).

Quadro 38: Demandas da bacia do Camaquã no município de Caçapava do Sul por tipo de uso.
Estimativa da Demanda atual Estimativa de população Demanda futura
população na bacia estimada na bacia 2030 estimada (2030)
Rural Rural
2.386 298,3 (m³/dia) 1.529 191,1 (m³/dia)
(habitantes) (habitantes)
Bovino
63.854 3.448,1 (m³/dia) Bovino (cabeça) 40.923 2.209,8 (m³/dia)
(cabeça)
Ovino (cabeça) 24.333 146 (m³/dia) Ovino (cabeça) 15.595 93,6 (m³/dia)
134.124.32 85.932.00
Arroz (área ha) 1064 Arroz (área ha) 682
(m³/safra) (m³/safra)

Os usos referentes à bacia do Camaquã no município de Caçapava do Sul se mostram


tipicamente rurais. E devido à diminuição das populações rurais do município, esses usos vêm
diminuindo. Quando a mineração se instalar, consequentemente, haverá um crescimento da
população da bacia do Camaquã no município, aumentando a demanda para abastecimento
humano.
As captações de água para o abastecimento do município de Caçapava do Sul
encontram-se a montante da AII com distância aproximada de 40 km, em outra bacia
hidrográfica, o que significa que não será afetada pelo empreendimento.

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Na região referente à área de influência indireta (AII) do empreendimento, não existem
poços de captação cadastrados no sistema SIAGAS, porém em campo observou-se a
presença de propriedades rurais isoladas, que provavelmente tem seu abastecimento de água
provindo da região, tanto por captação superficial como por poços tubulares. Não se observou
também culturas de arroz irrigado na AII.
Em campo também foi possível notar o uso da água para dessedentação animal de
gado bovino (Figura 89) e ovino. Como não existe mensuração dos volumes utilizados pelas
propriedades rurais não foi possível apresentar valores, bem como sua projeção para o futuro.
Porém relata-se que estes usos provavelmente se enquadram como insignificantes devido ao
baixo volume utilizado pelas famílias rurais.

Figura 89: Propriedades rurais isoladas e pecuária na área de influência direta. Geoprospec, 2015.

Como usos não consuntivos existem o lançamento dos efluentes sanitários das
propriedades rurais e o uso recreativo das águas do Rio Camaquã (Figura 90), além de
pequenas minerações.

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218
Figura 90: Uso recreativo das águas do Rio Camaquã. Fonte: Édson Larronda/Jornal Folha do Sul..

8.6 Produção e Transporte de Sedimentos

Os processos erosivos na área de estudo foram avaliados em função da suscetibilidade


natural (solo, geomorfologia e clima) e antrópica (uso e cobertura do solo) dos solos à erosão
laminar em sulcos e intersulcos. O estudo desenvolvido serve como base para avaliar o
potencial de produção de sedimentos da área, bem como analisar possíveis alterações neste
potencial devido às mudanças no uso e cobertura do solo.
A erosão potencial da área de estudo foi estimada através da aplicação da Equação
Universal de Perdas de Solos (EUPS) em ambiente de sistemas de informações geográficas
(SIG). A EUPS foi proposta por Wischmeier e Smith (1978) com o objetivo de estimar a erosão
laminar ocorrida em uma parcela de solo. É uma equação empírica, baseada em fatores que
descrevem o potencial de erosão das chuvas da região, a suscetibilidade à erosão dos solos
da região, a influência das características geomorfológicas e o impacto do uso e cobertura do
solo associado a práticas de conservação do mesmo. Embora inicialmente criada para
parcelas, atualmente esta equação é aplicada a diversos tipos de áreas através da
representação das mesmas por grids com informações referentes à distribuição espacial de
cada parâmetro.
A EUPS é representada pela seguinte equação:

A  R K  L S C  P (1)

Onde:
A: perda de solo média anual (t/há/ano)
R: fator de erosividade da chuva (MJ.mm.ha-1.h-1.ano-1)
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K: fator de erodibilidade do solo (t.ha.h.(ha.MJ.mm)-1)
L: fator de comprimento de rampa (adim.)
S: fator de declividade (adim.)
C: fator de uso e manejo (adim.)
P: fator de práticas conservacionistas (adim.)

Os dados utilizados para determinação dos parâmetros utilizados no cálculo da EUPS


foram:

 Séries de chuva de pluviômetros da área de estudo (disponibilizados pela


Agência Nacional de Águas – ANA);

 Modelo Digital de Elevação (MDE) obtido através da interpolação de curvas


de nível;

 Mapa de unidades pedológicas. Projeto RADAMBRASIL 1:250.000;

 Mapa de uso e cobertura do solo elaborado a partir de imagens aéreas;

 Fator de erosividade da chuva (R).

8.6.1 Fator de erosividade da chuva (R)


O Fator de erosividade da chuva, também chamado de fator energético da chuva, índice
de erosão pluvial ou índice de Wischmeier (Carvalho, 2008), expressa a capacidade da chuva
de causar erosão em uma área sem proteção. Originalmente foi definido pelo produto da
energia cinética da chuva (Ec) por sua máxima intensidade em 30 minutos (I30). O valor final de
R para uma região corresponde à média dos valores anuais para um longo período de tempo
(Paiva e Paiva, 2003).
Como a resolução temporal dos dados de chuva para a região é diária, então um
método alternativo foi adotado. Este método, proposto por Bertoni e Lombardi Neto (1999),
utiliza dados mensais ou mensais e anuais para determinação do valor médio do produto EcI30
para determinado mês do ano. Assim, o valor de R é dado pela soma dos valores médios
mensais de EcI30 para todos os meses do ano. A equação para o EcI30 mensal geralmente
assume a forma:
b
 r2 
Ec I 30  a    (2)
P
Onde:
r: chuva média mensal
P: chuva média anual
a e b: parâmetros de ajuste

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Para a bacia hidrográfica do Rio Camaquã, Silva (2004) propôs a seguinte equação de
regressão para cálculo do valor de EcI30 mensal.
Ec I 30  19,55  4,2  r (3)
Desta maneira, para estimativa da erosividade média da chuva na área de estudo,
foram utilizadas as séries de chuva das estações pluviométricas de código 3053007 e
3053010. Os dados foram aplicados à Equação (3), gerando valores médios mensais do fator
EcI30, que somados ao longo do ano geraram um valor de R para cada estação. O valor
utilizado para a área de estudo foi a média dos valores de R para as duas estações e equivale
a 6.100 (MJ.mm.ha-1.h-1.ano-1).

8.7 Fator de erodibilidade do solo (K)

O fator de erodibilidade do solo representa as propriedades inerentes do solo que


afetam com maior ou menor facilidade à erosão. Estas propriedades estão relacionadas à
infiltração, permeabilidade, capacidade total de armazenamento, resistência às forças de
dispersão, salpico, abrasão e transporte pela chuva e escoamento (Paiva e Paiva, 2003). Este
fator é igual à intensidade de erosão por unidade de erosividade para um solo específico,
mantido continuamente sem cobertura, mas sofrendo as operações culturais normais
(Carvalho, 2008).
Para definição dos valores de K para a área de estudo, primeiramente verificou-se os
tipos de solo presentes na área com o mapa das unidades geológicas, elaborado pelo projeto
RADAMBRASIL. Os solos presentes na área da bacia são o Argissolo Vermelho-Amarelo
eutrófico e o Neossolo Regolítico eutrófico. Em seguida, a partir de outros trabalhos que
definiram os valores de erodibilidade para tais tipos de solo (Bertoni e Lombardi Neto, 1999), os
valores para esta área foram estimados. Os valores utilizados de K para o Argissolo e o
Neossolo são respectivamente 0,034 e 0,03. A distribuição da erodibilidade do solo sobre a
área de estudo está representada na Figura 91

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Figura 91: Erodibilidade da área de estudo

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8.7.1 Fator de suscetibilidade topográfica (LS)
O fator de suscetibilidade topográfica (LS) representa a influência do comprimento da
encosta (L) (ou área de contribuição de cada ponto) e declividade (S) da mesma no processo
de erosão. Quanto maior for o comprimento de uma vertente maior será o volume do
escoamento e, consequentemente, o poder de erosão. Da mesma forma, quanto maior o grau
de declividade do terreno, maiores serão as velocidades dos escoamentos. O fator conjunto LS
é a relação esperada de perda do solo por unidade de área em um declive qualquer em relação
às perdas de solo correspondentes de uma parcela unitária de 22 m de comprimento e 9% de
declive.
Burrough & McDonnell (1998) recomendam o uso do Índice de Capacidade de
Transporte de Sedimentos (Equação 04) como equivalente do fator LS, para bacias
hidrográficas.

 sin  
0, 4 1, 3
 A 
LS  1,4      (4)
 22,13   0,0896 
Onde:
A: área de contribuição específica em cada célula (m). Este valor corresponde à relação
entre a área da bacia de contribuição a montante com a largura da célula do MDE
θ: declividade da encosta
O MDE utilizado para tal finalidade tem células de resolução espacial de 2 m. A
distribuição do fator LS no terreno está apresentada na Figura 92.

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Figura 92: Distribuição do fator LS.

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8.7.2 Fator de uso e manejo do solo (C) e práticas conservacionistas (P)
O fator de uso e manejo do solo (C) representa a relação entre as quantidades de solo
erodido, sob determinadas condições de uso e manejo, e as perdas oriundas deste mesmo
solo mantido continuamente descoberto, com operações de cultivo. Em áreas sem nenhuma
vegetação, o fator C tende a 1, enquanto florestas nunca manejadas têm um valor de C
próximo de 0 (Carvalho, 2008). O fator de práticas conservacionistas (P) é a relação entra a
intensidade esperada de perda do solo com adoção de determinada prática e aquela quando a
atividade se dá no sentido do declive. As práticas conservacionistas mais comumente adotadas
são: atividades executadas em contorno e terraceamento, entre outros.
Assim, para determinação do uso e manejo do solo foi elaborado um mapa de uso do
solo para a área de estudo. O mapa foi elaborado com base em uma ortofoto, com resolução
espacial de 1 m, da área de estudo. Foram estabelecidos 5 tipos diferentes de uso do solo,
sendo eles: (i) vegetação alta; (ii) vegetação rasteira; (iii) solo exposto; (iv) rocha exposta; e (v)
água. Para avaliação de uma condição futura, ou seja, após a instalação e operação do
empreendimento, foram elaborados outros dois cenários. Nestes cenários inclui-se um novo
uso do solo (mineração, nos locais onde se encontram as cavas e as pilhas) e se hipotetiza a
aplicação de duas práticas conservacionistas distintas (atividades em faixas de contorno e
terraceamento). Assim, o cenário 01 representa a área de estudo nas condições atuais; o
cenário 2 representa a área de estudo após instalação e operação do empreendimento com
adoção da prática conservacionista de utilização de faixas de contorno; e o cenário 03
representa a adoção da prática conservacionista de terraceamento.
Ressalta-se que, embora se tenha hipotetizado estes cenários, o projeto do
empreendimento estabelece medidas de coleta e tratamento de toda a água de drenagem das
áreas de mineração. Assim, mesmo com um cenário onde há maiores condições de erosão, o
sedimento desagregado não chegará às calhas dos rios, pois seu transporte será interceptado
por um sistema de drenagem instalado pelo empreendimento. A Tabela 6 mostra os valores
adotados para os fatores C e P. Os valores foram definidos a partir daqueles sugeridos por
Paiva e Paiva (2003). A Figura 93 apresenta o mapa de uso e manejo do solo para a área de
estudo na situação atual (cenário 01).

Tabela 6: Definição dos valores dos parâmetros C e P.


Uso do Solo Fator C Fator P
Cenários 1 2 3 1 2 3
Vegetação Alta 0,003 1
Vegetação Rasteira 0,011 1
Solo exposto 0,45 1
Rocha exposta 0,001 1
Água 0 1
Mineração N/A 0,5 N/A 0,5 0,1
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Figura 93: Mapa de uso do solo para a área de estudo

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8.7.3 Erosão potencial na área de estudo
O resultado do cálculo da EUPS para os cenários atuais e futuros (cenários 01, 2 e 3)
estão apresentados na Figura 94.
Os intervalos para definição do potencial erosivo foram definidos com base nas
diretrizes da FAO-PNUMA-UNESCO (1981). Estes intervalos, bem como a porcentagem de
área em cada intervalo para todos os cenários, estão descritos na Tabela 7.

Tabela 7: Distribuição da erosão potencial da área de estudo.


Intervalos de perda de solo Cenário Cenário Cenário
Condição Potencial de Erosão
(t.ha-1.ano-1) 1 2 3
0–5 Muito baixa 68.09% 63.18% 63.44%
5 – 10 Baixa 21.63% 20.24% 20.59%
10 – 50 Moderada 10.06% 10.02% 13.31%
50 – 200 Alta 0.15% 3.29% 2.44%
> 200 Muito Alta 0.07% 3.27% 0.21%
TOTAL 100%

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Figura 94: Mapa de erosão potencial para os três cenários

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Como pode ser observado através da Figura 94 e na Tabela 7, a área de estudo tem,
em sua maior parte, uma condição potencial de erosão muito baixa. Esta condição não se
modifica com a instalação do empreendimento.
Entretanto, nas áreas de instalação das cavas e pilhas de rejeito, a erosão potencial
aumenta drasticamente. Este aumento pode ser constatado através da Figura 95, que mostra a
média dos valores de erosão potencial para os três cenários. O cenário 02 mostra o pior caso
em termos de erosão, sendo que as taxas de erosão média nas bacias que receberão as
estruturas do empreendimento sofrem maior aumento.
O Quadro 39 apresenta os valores totais de erosão potencial para os três cenários.
Através desta tabela também é possível compreender o impacto da instalação do
empreendimento em termos de erosão potencial.

Quadro 39: Valores totais de erosão potencial por bacia.


Erosão Potencial (x10³ton/ano)
Bacia Área (ha)
Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3
Sub-Bacia 01 1622.1 8.03 53.31 16.40
Sub-Bacia 02 497.0 2.18 6.38 2.96
Sub-Bacia 03 292.0 1.38 20.64 4.95
Sub-Bacia 04 930.9 4.34 10.29 5.44
Difuso 322.5 2.30
Microbacia 01 18.0 0.06
Microbacia 02 80.1 0.43
Microbacia 03 26.7 0.21
Microbacia 04 7.0 0.08
Microbacia 05 6.5 0.05
Microbacia 06 5.3 0.03
Microbacia 07 1.9 0.02
Microbacia 08 5.0 0.01
Microbacia 09 56.4 0.28
Microbacia 10 5.7 0.01
Microbacia 11 60.2 0.23
Microbacia 12 67.5 0.32
Microbacia 13 22.5 0.05
Microbacia 14 46.1 0.15
Microbacia 15 9.8 0.05
Microbacia 16 77.7 0.39
Microbacia 17 10.9 0.05
Microbacia 18 60.8 0.34
Microbacia 19 11.5 0.10
Microbacia 20 41.3 0.26
Microbacia 21 6.9 0.03
Microbacia 22 18.9 0.07
Microbacia 23 26.3 0.15
Total 4337.5 21.6 90.6 29.8

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Figura 95: Mapa de erosão potencial média para cada bacia

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A partir do Quadro 39, é possível perceber que provavelmente haverá um aumento da
erosão potencial com a instalação do empreendimento. Este aumento dependerá das técnicas
conservacionistas adotadas, sendo que pode variar de mais de 300% (cenário 02) a pouco
menos de 40% (cenário 03).
Vale ressaltar que o projeto do empreendimento prevê a total coleta e tratamento da
água advinda da drenagem das cavas e pilhas construídas, conforme caracterização do
empreendimento no Volume 1. Sendo assim, mesmo havendo um maior potencial de erosão
com estas estruturas, o sedimento produzido não alcançará os corpos hídricos, pois será
interceptado pelo sistema.

8.7.4 Transporte de sedimentos na calha


Para análise da capacidade de transporte de sedimentos foram utilizados dados da
estação fluviométrica situada imediatamente a jusante do empreendimento, no Rio Camaquã.
A estação fluviométrica utilizada foi a de código 87590000 e tem seus dados disponibilizados
pelo sistema Hidroweb da ANA. As informações referentes a esta estação estão no Quadro 40.

Quadro 40: Estação utilizada para avaliação do transporte de sedimentos.


Código 87590000
Nome PASSO DO CAÇÃO
Código Adicional -
Bacia ATLÂNTICO, TRECHO SUDESTE (8)
Sub-bacia LAGOA DOS PATOS (87)
Rio RIO CAMAQUÃ
Estado RIO GRANDE DO SUL
Município BAGÉ
Responsável ANA
Operadora ANA
Latitude -30:57:40
Longitude -53:29:19
Altitude (m) 120
Área de Drenagem (km2) 4080

Utilizando dados de monitoramento hidrossedimentológico, foi possível a obtenção de


dados de descarga sólida em suspensão através da seguinte equação:
Qss  0,0864  Q  Css

Onde:
Qss = Descarga sólida em suspensão (t/dia)
Q = Descarga líquida (m³/s)
Css = Concentração dos sólidos em suspensão (mg/l)
0,0864 = Coeficiente de ajuste de unidade

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O Quadro 41 apresenta o resultado dos cálculos e a Figura 96 mostra a curva chave
descarga líquida/descarga sólida para o ponto de monitoramento em questão.

Quadro 41: Dados hidrossedimentológicos da estação.


Área
Cota Largura Vel. Média Css Qss
Data Q (m³/s) molhada
(cm) (m) (m/s) (mg/l) (ton./dia)
(m²)
07/08/1978 364 75.40 137.00 46.00 0.55 31.13 202.80
07/11/1978 320 54.50 109.00 45.00 0.50 144.26 679.29
26/03/1979 184 2.84 7.50 25.00 0.38 61.48 15.09
22/05/1979 257 31.00 36.10 42.00 0.86 238.35 638.40
08/01/1980 194 5.49 9.90 30.00 0.56 65.57 31.10
22/01/1981 250 22.70 81.40 41.00 0.28 21.08 41.34
25/04/1981 185 3.50 6.60 24.00 0.53 54.35 16.44
20/08/1981 223 13.30 73.60 40.00 0.18 63.57 73.05
19/11/1981 216 11.50 86.30 40.00 0.13 90.60 90.02
27/06/1985 280 34.60 44.00 62.00 0.79 17.20 51.42
24/09/1985 442 152.0 174.00 52.00 0.87 46.84 615.14
15/12/1985 182 2.72 5.43 19.00 0.50 5.88 1.38
22/06/1986 336 66.20 118.00 46.00 0.56 27.95 159.87
17/09/1986 358 78.00 123.00 48.00 0.63 81.07 546.35
09/12/1986 284 38.00 94.80 42.00 0.40 5.07 16.65
26/06/1987 261 29.50 84.10 42.00 0.35 24.56 62.60
22/10/1987 298 40.80 95.30 42.00 0.43 14.73 51.93
18/01/1989 181 2.59 6.60 25.00 0.39 2.48 0.55
11/04/1989 263 35.30 89.70 42.00 0.39 34.97 106.66
25/08/1989 240 25.40 82.40 40.00 0.31 25.74 56.49
06/11/1993 301 59.10 86.10 35.00 0.69 12.39 63.27
14/02/1994 195 9.78 11.00 27.00 0.89 7.04 5.95
26/03/1997 204 9.34 10.00 25.50 0.93 8.42 6.79
13/06/1997 260 31.90 66.10 35.00 0.48 13.40 36.93
23/09/1997 241 20.70 60.80 37.00 0.34 9.54 17.06
09/12/1997 230 17.10 63.00 38.00 0.27 13.52 19.97
24/03/1998 384 98.50 127.00 45.00 0.78 16.47 140.17
30/06/1998 325 61.20 104.00 43.00 0.59 11.47 60.65
03/10/1998 299 45.30 88.20 40.00 0.51 8.78 34.36
16/12/1998 228 15.70 15.80 30.00 0.99 16.81 22.80
26/03/1999 188 4.37 6.42 21.00 0.68 13.34 5.04
22/06/1999 259 26.30 60.60 38.00 0.43 24.23 55.06
28/09/1999 245 22.60 60.70 31.50 0.37 11.10 21.67
16/12/1999 282 38.10 78.90 34.50 0.48 30.84 101.52
19/04/2000 240 19.40 65.10 36.00 0.30 32.11 53.82
09/06/2000 445 163.0 148.00 43.00 1.10 49.41 695.85
28/09/2001 383 102.0 128.00 43.00 0.80 59.29 522.51
14/12/2001 252 22.40 66.60 36.00 0.34 15.73 30.44
07/05/2002 356 72.90 111.00 42.00 0.66 32.22 202.94
23/07/2002 444 161.0 148.00 45.00 1.09 64.38 895.55
21/10/2002 431 140.0 148.00 46.00 0.94 57.08 690.44
10/02/2003 322 49.10 110.00 40.50 0.45 73.25 310.74

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Área
Cota Largura Vel. Média Css Qss
Data Q (m³/s) molhada
(cm) (m) (m/s) (mg/l) (ton./dia)
(m²)
07/08/2003 344 65.70 106.00 41.00 0.62 23.56 133.74
13/08/2004 343 71.90 112.00 41.50 0.64 22.64 140.64
10/11/2004 388 106.0 119.00 44.00 0.90 108.79 996.34
10/06/2005 325 65.60 102.00 41.00 0.64 68.94 390.74
21/09/2005 394 131.0 127.00 42.00 1.03 28.82 326.20
10/10/2006 233 16.56 47.72 42.00 0.35 10.88 15.57
07/06/2007 204 9.22 46.52 36.00 0.20 2.90 2.31
25/03/2008 199 8.18 28.23 36.00 0.29 6.07 4.29
06/08/2008 401 117.0 139.00 43.00 0.84 36.26 366.55

Figura 96: Curva chave descarga líquida/descarga sólida.

A partir dos dados da curva chave, foram determinados os valores totais de transporte
diário de sedimento em suspensão para este ponto de monitoramento, considerando que a
vazão líquida média do rio, neste ponto, é de 86,3 m³/s. Os dados calculados estão no Quadro
42.

Quadro 42: Dados de transporte de sedimento na seção de monitoramento.


Estação 87590000
Área de drenagem (ha) 408000
Vazão média (m³/s) 86,3
Descarga sólida média diária (ton./dia) 722,45
Descarga sólida média anual (x10³ ton./ano) 263,69
Descarga sólida específica (ton./ano/ha) 0,646

Conforme demonstrado pelos dados do Quadro 42, a quantidade de sedimento


transportado em suspensão anualmente no Rio Camaquã, na seção monitorada, é de 263,69 x

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10³ ton./ano. Este valor excede em grandes proporções o aporte de erosão potencial existente
na área de estudo. Em campo foi observado que os sedimentos presentes na calha são
compostos por material grosseiro de textura arenosa (Foto 61).

Foto 61: Sedimentos presentes na calha do Rio Camaquã. Geoprospec, 2015.

Ressalta-se que os valores de erosão potencial não necessariamente representam os


valores reais de produção de sedimento em uma bacia hidrográfica. Para tal análise, foi
considerado todo o caminho percorrido pelo sedimento desde a sua desagregação e transporte
até sua passagem pela seção de monitoramento.

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9. AR

9.1 Metodologia

9.1.1 Amostragem e Determinação de Partículas Totais em Suspensão (PTS)


Amostras coletadas através de Amostrador de Grande Volume – AGV (Hi-Vol), de
acordo com a norma da Associação de Normas Técnicas (ABNT) / NBR 9547/1997 – Material
Particulado em Suspensão no Ar Ambiente / Determinação da Concentração Total pelo Método
do Amostrador de Grande Volume.
Equipamentos aferidos e calibrados com Calibrador Padrão de Vazão (CPV), modelo
CPV-GV identificação CPV-0360. Relatório de ensaio do CPV Nº GV-057/15, TAG/AS148
(anexo 7), Método: IT-010 – Ensaio do Calibrador Padrão de Vazão, Tipo Orifício, para médio e
grande volume, de acordo com NBR 9547/1997 e NBR 13412/1995.
Amostragens realizadas em campanha de monitoramento de dois (02) períodos/coletas
de vinte quatro (24) horas, em quatro (04) pontos de amostragens, determinados de acordo
com a predominância dos ventos na região, seu fluxo perante as localidades das estruturas do
plano diretor e com a disponibilidade de energia e segurança dos equipamentos (pois operam
24 horas ininterruptas). A Figura 97 demonstra a localização dos pontos de amostragem.

9.1.2 Mapeamento dos Pontos de Coleta


O mapeamento/georreferenciamento dos pontos das coletas dos níveis de ruído foi
realizado com GPS Garmin modelo GPSmap 76S, número de série 93683413, no sistema de
coordenadas Datum Sirgas2000 formato da posição hddd.ddddd°, referência Norte:
Verdadeiro. Os Pontos de medição foram determinados de acordo com a predominância dos
ventos na região, seu fluxo perante as localidades das estruturas do plano diretor, mantendo
proximidade aos pontos de monitoramento de qualidade do ar.

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Figura 97: Localização dos pontos de amostragem no entorno da área de instalação de futuro
empreendimento.

Ponto 01 (PMP1)
Localizado junto à portaria da guarida de acesso a antiga mina da CBC, próximo ao
distrito de Minas do Camaquã, a Nordeste (NE) da área de instalação do futuro
empreendimento,
Coordenadas Geográficas do local da amostragem:
→ Latitude: 30.89791° S
→ Longitude: 53.44218° O

Foto 62: Ponto de Amostragem 01 (PMP1).


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Ponto 02 (PMP2)
Localizado próximo à propriedade do Sr. Manoel, a Noroeste (NO) da área de instalação
do futuro empreendimento.
Coordenadas Geográficas do local da amostragem:
→ Latitude: 30.90618° S
→ Longitude: 53.50064° O

Foto 63: Ponto de Amostragem 02 (PMP2).

Ponto 03 (PMP3)
Localizado próximo à propriedade do Sr.Celmar, a Leste (E) da área de instalação do
futuro empreendimento.
Coordenadas Geográficas do local da amostragem:
→ Latitude: 30.92597° S
→ Longitude: 53.44081° O

Foto 64: Ponto de Amostragem 03 (PMP3).


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Ponto 04 (PMP4)
Localizado próximo à propriedade do Sr. José Alcides, a Oeste (O) da área de
instalação do futuro empreendimento.
Coordenadas Geográficas do local da amostragem:
→ Latitude: 30.92189° S
→ Longitude: 53.51450° O

Foto 65- Ponto de Amostragem 04 (PMP4).

9.2 Execução das Amostragens

A execução das duas campanhas de amostragem seguiu o seguinte cronograma:

Quadro 43: Cronograma das Campanhas de Amostragens.


Período
Campanha Amostragem Data Hora Ponto Parâmetro
(hrs)
1ª A1 14-15/09/2015 12:00i – 12:00f PMP1 24 PTS
1ª A2 14-15/09/2015 09:30i – 09:30f PMP2 24 PTS
1ª A3 15-16/09/2015 12:15i – 12:15f PMP1 24 PTS
1ª A4 15-16/09/2015 10:00i – 10:00f PMP2 24 PTS
2ª A5 28-29/09/2015 14:30i – 14:30f PMP3 24 PTS
2ª A6 28-29/09/2015 15:50i – 15:50f PMP4 24 PTS
2ª A7 29-30/09/2015 14:45i – 14:45f PMP3 24 PTS
2ª A8 29-30/09/2015 16:10i – 16:10f PMP4 24 PTS

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9.3 Resultados

(Setembro de 2015)

Quadro 44: Resultados das Amostragens (PTS em g/m3)


PTS
Amostragem Ponto Parâmetro
(g/m3)
A1 PMP1 PTS 71,99
A2 PMP2 PTS 58,44
A3 PMP1 PTS 67,67
A4 PMP2 PTS 60,13
A5 PMP3 PTS 53,52
A6 PMP4 PTS 58,94
A7 PMP3 PTS 51,38
A8 PMP4 PTS 57,56

Gráfico Resultados PMP1- A1 e A3

Gráfico 16: Amostragens PMP1.

Amostragens X Padrões

300
micrograma por metro cúbico

250

200

150
PP
240
100
PS
150
50 AMP1-A1 AMP1-A3
71.99 67.67
0

Amostragem Material Particulado Ponto 1-Amostragem 1 (AMP1-A1)


Amostragem Material Particulado Ponto 1-Amostragem 3 (AMP1-A3)
Padrão Secundário (PS) e Padrão Primário (PP) (Resolução CONAMA 03/90)

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Gráfico Resultados PMP2- A2 e A4

Gráfico 17: Amostragens PMP2.

Amostragens X Padrões

300
micrograma por metro cúbico

250

200

150
PP
240
100
PS
150
50 AMP2-A2 AMP2-A4
58.44 60.13
0

Amostragem Material Particulado Ponto 2-Amostragem 2 (AMP2-A2)


Amostragem Material Particulado Ponto 2-Amostragem 4 (AMP2-A4)
Padrão Secundário (PS) e Padrão Primário (PP) (Resolução CONAMA 03/90)

Gráfico Resultados PMP3- A5 e A7

Gráfico 18: Amostragens PMP3.

Amostragens X Padrões

300
micrograma por metro cúbico

250

200

150
PP
240
100
PS
150
50 AMP3-A5 AMP3-A7
53.12 60.13
0

Amostragem Material Particulado Ponto 3-Amostragem 5 (AMP3-A5)


Amostragem Material Particulado Ponto 3-Amostragem 7 (AMP3-A7)
Padrão Secundário (PS) e Padrão Primário (PP) (Resolução CONAMA 03/90)

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240
Gráfico Resultados PMP4- A6 e A8

Gráfico 19: Amostragens PMP4.

Amostragens X Padrões

300
micrograma por metro cúbico

250

200

150
PP
240
100
PS
150
50 AMP4-A6 AMP4-A8
58.94 57.56
0

Amostragem Material Particulado Ponto 4-Amostragem 6 (AMP4-A6)


Amostragem Material Particulado Ponto 4-Amostragem 8 (AMP4-A8)
Padrão Secundário (PS) e Padrão Primário (PP) (Resolução CONAMA 03/90)

9.4 Condições Meteorológicas

Condições atmosféricas registradas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)


localizado no município de Caçapava do Sul-RS.
Estação: Caçapava do Sul - A812
Código OMM 86986
Latitude: -30.545317º
Longitude: -53.467050º
Altitude: 421 metros

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Tabela 8: Dados das condições atmosféricas.
Temperatura Umidade Pressão Vento
Data Hora Chuva
(°C) (%) (hPa) (m/s)
UTC Inst. Inst. Inst. Vel. Dir. (mm)
14/09/2015 0 15.1 46 972.0 3.1 320° 0.0
14/09/2015 1 15.1 44 972.1 3.1 324° 0.0
14/09/2015 2 15.1 43 971.9 3.5 320° 0.0
14/09/2015 3 14.8 44 971.8 3.9 320° 0.0
14/09/2015 4 14.3 47 971.5 3.9 325° 0.0
14/09/2015 5 14.3 47 971.1 3.5 332° 0.0
14/09/2015 6 13.8 48 970.8 3.6 322° 0.0
14/09/2015 7 12.9 52 970.4 4.4 316° 0.0
14/09/2015 8 13.0 51 970.6 4.3 318° 0.0
14/09/2015 9 12.9 50 971.0 4.0 322° 0.0
14/09/2015 10 12.9 50 971.6 4.2 317° 0.0
14/09/2015 11 13.9 48 972.4 4.0 319° 0.0
14/09/2015 12 16.2 41 972.7 3.0 329° 0.0
14/09/2015 13 18.0 38 973.2 3.5 323° 0.0
14/09/2015 14 18.8 38 973.1 3.6 327° 0.0
14/09/2015 15 19.5 39 973.0 4.4 326° 0.0
14/09/2015 16 20.4 34 972.3 3.2 334° 0.0
14/09/2015 17 20.7 31 971.1 3.6 342° 0.0
14/09/2015 18 20.7 34 970.4 4.3 13° 0.0
14/09/2015 19 20.6 32 969.8 4.5 20° 0.0
14/09/2015 20 20.0 33 969.4 4.1 40° 0.0
14/09/2015 21 17.8 38 969.2 3.1 45° 0.0
14/09/2015 22 16.4 44 969.0 3.3 55° 0.0
14/09/2015 23 15.8 52 969.1 3.9 55° 0.0
15/09/2015 0 15.9 49 969.2 5.0 58° 0.0
15/09/2015 1 15.5 45 968.3 6.6 57° 0.0
15/09/2015 2 15.0 47 967.4 7.6 50° 0.0
15/09/2015 3 14.2 50 966.8 8.9 50° 0.0
15/09/2015 4 14.1 49 966.2 8.5 47° 0.0
15/09/2015 5 13.6 53 965.7 8.1 50° 0.0
15/09/2015 6 13.1 51 965.3 6.6 50° 0.0
15/09/2015 7 13.5 47 964.7 6.0 42° 0.0
15/09/2015 8 12.1 54 965.0 3.3 30° 0.0
15/09/2015 9 12.5 59 965.5 2.8 35° 0.0
15/09/2015 10 12.9 59 965.8 3.8 29° 0.0
15/09/2015 11 15.0 58 966.3 4.0 31° 0.0
15/09/2015 12 15.5 59 966.3 4.8 32° 0.0
15/09/2015 13 15.2 66 965.9 3.6 54° 0.0
15/09/2015 14 18.9 54 965.3 5.5 27° 0.0
15/09/2015 15 20.3 53 964.4 6.0 26° 0.0
15/09/2015 16 22.1 52 963.6 4.9 13° 0.0
15/09/2015 17 23.4 52 962.4 4.4 359° 0.0
15/09/2015 18 23.2 51 961.4 4.5 1° 0.0
15/09/2015 19 24.3 54 960.8 3.8 41° 0.0
15/09/2015 20 23.3 56 960.5 3.4 56° 0.0

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242
Temperatura Umidade Pressão Vento
Data Hora Chuva
(°C) (%) (hPa) (m/s)
15/09/2015 21 21.4 65 960.2 3.7 67° 0.0
15/09/2015 22 20.7 66 960.3 4.0 60° 0.0
15/09/2015 23 20.1 68 960.2 3.9 51° 0.0
16/09/2015 0 20.6 66 960.6 3.4 54° 0.0
16/09/2015 1 20.5 67 960.6 3.4 47° 0.0
16/09/2015 2 20.9 66 960.3 3.3 43° 0.0
16/09/2015 3 20.8 68 959.6 3.9 36° 0.0
16/09/2015 4 19.6 74 958.7 3.0 57° 0.0
16/09/2015 5 20.0 75 958.1 3.3 49° 0.0
16/09/2015 6 19.9 75 957.8 3.2 54° 0.0
16/09/2015 7 19.7 79 956.2 4.6 34° 0.0
16/09/2015 8 18.7 87 956.4 4.2 42° 0.6
16/09/2015 9 20.8 78 954.8 4.6 22° 0.0
16/09/2015 10 17.5 96 956.2 3.0 195° 2.6
16/09/2015 11 17.2 99 957.2 1.8 186° 4.6
16/09/2015 12 17.2 99 958.8 3.4 184° 0.0
16/09/2015 13 17.1 99 959.7 3.7 163° 0.0
16/09/2015 14 12.7 98 960.4 7.2 185° 0.2
16/09/2015 15 12.1 96 960.7 5.3 185° 0.0
16/09/2015 16 11.5 98 961.2 5.7 176° 0.0
16/09/2015 17 11.4 95 961.0 4.6 167° 0.0
16/09/2015 18 11.4 95 960.9 5.2 165° 0.0
16/09/2015 19 11.7 91 960.1 4.0 142° 0.0
16/09/2015 20 11.7 91 960.7 3.1 119° 0.0
16/09/2015 21 11.3 94 961.3 4.9 144° 0.0
16/09/2015 22 11.0 97 961.8 5.4 141° 0.0
16/09/2015 23 11.1 96 962.8 4.7 122° 0.0
28/09/2015 0 13.4 81 964.2 2.6 220° 0.0
28/09/2015 1 12.7 85 964.5 2.4 210° 0.0
28/09/2015 2 11.4 91 964.2 1.8 162° 0.0
28/09/2015 3 11.2 95 964.1 1.9 193° 0.0
28/09/2015 4 10.9 95 964.2 1.5 220° 0.0
28/09/2015 5 11.1 94 964.0 1.4 196° 0.0
28/09/2015 6 11.0 94 963.6 1.5 211° 0.0
28/09/2015 7 11.5 87 963.6 0.0 184° 0.0
28/09/2015 8 10.9 88 963.9 0.3 254° 0.0
28/09/2015 9 11.2 78 964.3 1.8 262° 0.0
28/09/2015 10 12.0 76 964.6 1.4 256° 0.0
28/09/2015 11 14.0 72 964.6 1.0 231° 0.0
28/09/2015 12 15.3 61 964.7 2.3 226° 0.0
28/09/2015 13 17.0 52 965.0 1.1 183° 0.0
28/09/2015 14 17.9 46 964.4 3.0 104° 0.0
28/09/2015 15 18.2 45 964.0 3.7 91° 0.0
28/09/2015 16 19.3 40 964.0 2.4 79° 0.0
28/09/2015 17 19.7 43 963.7 2.8 340° 0.0
28/09/2015 18 19.8 44 963.1 3.3 313° 0.0
28/09/2015 19 19.5 50 962.7 3.3 311° 0.0

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243
Temperatura Umidade Pressão Vento
Data Hora Chuva
(°C) (%) (hPa) (m/s)
28/09/2015 20 19.4 49 962.3 2.6 328° 0.0
28/09/2015 21 18.1 48 962.2 1.6 327° 0.0
28/09/2015 22 16.8 54 962.4 2.7 348° 0.0
28/09/2015 23 15.8 58 962.4 3.2 2° 0.0
29/09/2015 0 16.4 55 963.3 2.1 325° 0.0
29/09/2015 1 16.7 52 963.0 1.6 322° 0.0
29/09/2015 2 16.2 54 963.2 1.4 310° 0.0
29/09/2015 3 16.3 54 963.4 2.0 291° 0.0
29/09/2015 4 16.3 53 963.1 1.5 286° 0.0
29/09/2015 5 15.8 55 962.6 2.3 294° 0.0
29/09/2015 6 15.7 54 963.0 2.1 315° 0.0
29/09/2015 7 15.6 57 961.9 3.2 353° 0.0
29/09/2015 8 14.8 63 962.1 2.8 354° 0.0
29/09/2015 9 14.9 67 963.3 2.0 332° 0.0
29/09/2015 10 15.2 67 963.9 1.9 328° 0.0
29/09/2015 11 15.3 72 964.8 1.3 324° 0.0
29/09/2015 12 17.0 64 965.1 2.0 275° 0.0
29/09/2015 13 17.5 61 965.6 3.3 270° 0.0
29/09/2015 14 17.5 63 965.3 2.9 252° 0.0
29/09/2015 15 17.2 67 964.8 2.5 260° 0.0
29/09/2015 16 18.0 66 964.2 2.3 241° 0.0
29/09/2015 17 18.6 61 963.5 2.2 228° 0.0
29/09/2015 18 19.3 63 963.5 3.1 236° 0.0
29/09/2015 19 18.6 60 963.3 3.5 238° 0.0
29/09/2015 20 17.7 65 963.3 2.8 232° 0.0
29/09/2015 21 16.6 72 963.8 2.5 235° 0.0
29/09/2015 22 15.4 79 964.4 2.7 254° 0.0
29/09/2015 23 15.3 77 965.1 3.2 241° 0.0
30/09/2015 0 14.7 72 965.4 3.8 232° 0.0
30/09/2015 1 14.7 74 965.7 5.2 233° 0.0
30/09/2015 2 14.4 78 965.5 3.8 225° 0.0
30/09/2015 3 14.3 81 965.8 4.7 214° 0.0
30/09/2015 4 12.8 87 966.2 2.8 185° 0.0
30/09/2015 5 11.7 81 966.0 4.3 146° 0.0
30/09/2015 6 10.2 73 965.6 2.8 141° 0.0
30/09/2015 7 9.7 69 965.6 3.1 147° 0.0
30/09/2015 8 9.0 73 966.0 3.4 160° 0.0
30/09/2015 9 9.1 70 967.1 3.1 149° 0.0
30/09/2015 10 9.2 73 967.6 3.3 145° 0.0
30/09/2015 11 10.9 69 968.4 2.8 125° 0.0
30/09/2015 12 12.3 60 969.0 3.0 121° 0.0
30/09/2015 13 14.3 54 969.0 3.2 139° 0.0
30/09/2015 14 15.6 47 968.7 2.3 135° 0.0
30/09/2015 15 17.5 48 968.1 2.4 95° 0.0
30/09/2015 16 18.0 50 967.5 1.6 88° 0.0
30/09/2015 17 19.2 42 966.9 1.2 185° 0.0
30/09/2015 18 19.5 39 966.4 1.8 227° 0.0

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Temperatura Umidade Pressão Vento
Data Hora Chuva
(°C) (%) (hPa) (m/s)
30/09/2015 19 20.0 43 966.1 1.7 82° 0.0
30/09/2015 20 19.7 42 965.9 1.6 120° 0.0
30/09/2015 21 18.0 50 966.2 1.7 104° 0.0
30/09/2015 22 16.6 54 966.5 2.3 116° 0.0
30/09/2015 23 15.8 51 966.9 2.8 133° 0.0

9.5 Avaliação dos Resultados

Os valores encontrados nos monitoramentos da qualidade do ar ambiente, para o


parâmetro Partículas Totais em Suspensão (PTS) nos respectivos dias das campanhas de
amostragens, apresentaram valores inferiores ao Padrão Secundário (Resolução CONAMA
03/90), cujo valor para média de 24 horas é de 150g/m3

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10. RUÍDO

Considerando a Resolução CONAMA 001/90, que estabelece a necessidade de


observação à norma técnica da ABNT – NBR 10.151/2000, apresenta-se o relatório de
medições de ruído realizadas na área de futura implantação do empreendimento: Mineração;
situado no distrito de Minas do Camaquã - RS, conforme coordenadas geográficas indicadas
nos pontos das respectivas medições.

10.1 Metodologia

A metodologia empregada está descrita na NBR 10.151/2000 - Avaliação do Ruído em


Áreas Habitadas, Visando ao Conforto da Comunidade.
Para as medições quantitativas contidas neste levantamento foi utilizado o equipamento
`Medidor de Nível de Pressão Sonora` (MNPS) marca Minipa, modelo MSL-1352-C, número de
série 09181523. operando em escala de medição `Low` (35-100 dB), com precisão básica + -
1,5 dB, ponderação de frequência A.
Calibrado conforme Certificado de Calibração N° 59.673.A-09.15 expedido pelo
Laboratório Criffer Instrumentação, documento em anexo.
Para conferencia de aferição em campo foi utilizado `Calibrador de Nível Sonoro`
(CNS), marca TES modelo 1356 número de série TES0000176, com amplitudes de 94,0 dB e
114,0 dB.
O levantamento/georreferenciamento dos pontos das coletas dos níveis de ruído foi
realizado com GPS Garmin modelo GPSmap 76S, número de série 93683413, no sistema de
coordenadas Datum Sirgas2000 formato da posição hddd.ddddd°, referência Norte:
Verdadeiro. Os Pontos de coletas dos níveis de ruído foram determinados de acordo a
predominância dos ventos na região, seu fluxo perante as localidades das estruturas do plano
diretor, mantendo proximidade aos pontos de monitoramento de qualidade do ar.

10.2 Procedimentos de Medição

As medições de ruído foram realizadas nos dias 28 e 29 de setembro de 2015.


Considerando a NBR 10.151/2000, foram obedecidos os seguintes procedimentos:
- Os níveis de ruído foram medidos nos limites externos da propriedade.
- As medições foram efetuadas em pontos afastados a aproximadamente entre 1,2m-
1,5m acima do solo e, pelo menos, 3,5m de quaisquer outras superfícies refletoras,
- Efeito de vento sobre o microfone foi evitado com uso de protetor.
- Não foram necessárias correções (nível corrigido, Lc), devido a não ocorrência de
ruído de impacto.
Foi realizada conferência do MNPS antes do início e após o final das medições,
utilizando CNS acústico em 94,0 dB e 114,0dB.
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246
- Não deverão ser efetuadas avaliações na ocorrência de precipitação (chuva).
Foi realizado registro fotográfico nos Pontos de Medições de ruído (PM).

10.3 Pontos de Monitoramento

Figura 98: Localização dos pontos de monitoramento de ruído ambiental.

Ponto de Monitoramento 1 (PRD1)


Coordenadas UTM: S 30.89817° / W 53.44060°
Localizado próximo ao acesso/trevo da portaria da guarida de acesso à antiga mina da
CBC, próximo ao distrito de Minas do Camaquã, a Nordeste (NE) da área de instalação do
futuro empreendimento.

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Foto 66: Ponto de medição de ruído 1 (PRD1).

Ponto de Monitoramento 2 (PRD2)


Coordenadas UTM: S 30.90246° / W 53.50192°
Localizado no acesso da propriedade do Sr. Manoel, a Noroeste (NO) da área de
instalação do futuro empreendimento.

Foto 67: Ponto de medição de ruído 2 (PRD2).

Ponto de Monitoramento 3 (PRD3)


Coordenadas UTM: S 30.92482° / W 53.51694°
Localizado na propriedade do Sr.Celmar, a Leste (E) da área de instalação do futuro
empreendimento.

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248
Foto 68: Ponto de medição de ruído 3 (PRD3).

Ponto de Monitoramento 4 (PRD4)


Coordenadas UTM: S 30.15842° / W 50.93587°
Localizado na propriedade do Sr. José Alcides, a Oeste (O) da área de instalação do
futuro empreendimento.

Foto 69: Ponto de medição 4 (P4).

10.4 Resultados das Medições

PONTO 1
Identificação do Ponto: PRD1
Data: 30/09/2015
Sessão
Início da sessão: 08:13:00
Final da sessão: 09:13:00
Tempo de execução: 01:00:00
Lista de medições realizadas no ponto 1, presente no Anexo 8

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249
Quadro 45: Resumo dos resultados do Ponto 1.
Análises Estatísticas Nível de Ruído (dB)
Menor Valor 40,6
Maior Valor 68,5
Média 48,5
Desvio Padrão 4,8
Moda 47,3
Amplitude 27,9
Variância 22,9
Observações: Durante o monitoramento percebeu-se ruído gerado por aves e
ruminantes em área próxima.
Ponto localizado próximo à estrada de acesso, no qual houve acréscimo dos níveis de
ruído por veículos automotores.

Gráfico 20: Resultados das medições do Ponto 1.

80,0

70,0

60,0
dB

50,0

40,0

30,0

20,0
08:13:00
08:15:30
08:18:00
08:20:30
08:23:00
08:25:30
08:28:00
08:30:30
08:33:00
08:35:30
08:38:00
08:40:30
08:43:00
08:45:30
08:48:00
08:50:30
08:53:00
08:55:30
08:58:00
09:00:30
09:03:00
09:05:30
09:08:00
09:10:30
09:13:00
Time

PONTO 2
Identificação do Ponto: PRD2
Data: 30/09/2015
Sessão
Inicio da sessão: 09:43:00
Final da sessão: 10:43:00
Tempo de execução: 01:00:00
Lista de medições realizadas no ponto 2, presente no Anexo 8

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250
Quadro 46: Resumo dos resultados do Ponto 2.
Análises Estatísticas Nível de Ruído (dB)
Menor Valor 39,7
Maior Valor 63,8
Média 46,0
Desvio Padrão 3,6
Moda 43,8
Amplitude 24,1
Variância 12,9
Observações: Durante o monitoramento, percebeu-se ruído gerado por aves e
ruminantes em área próxima. Ponto localizado próximo à estrada, onde houve acréscimo de
níveis de ruído por veículos automotores.

Gráfico 21: Resultados das medições do Ponto 2.

80,0

70,0

60,0
dB

50,0

40,0

30,0

20,0
09:43:00
09:45:30
09:48:00
09:50:30
09:53:00
09:55:30
09:58:00
10:00:30
10:03:00
10:05:30
10:08:00
10:10:30
10:13:00
10:15:30
10:18:00
10:20:30
10:23:00
10:25:30
10:28:00
10:30:30
10:33:00
10:35:30
10:38:00
10:40:30
10:43:00
Time

PONTO 3
Identificação do Ponto: PRD3
Data: 29/09/2015
Sessão
Início da sessão: 13:17:00
Final da sessão: 14:17:00
Tempo de execução: 01:00:00
Lista de medições realizadas no ponto 3, presente no Anexo 8

Quadro 47: Resumo dos resultados do Ponto 3.


Análises Estatísticas Nível de Ruído (dB)
Menor Valor 36,8
Maior Valor 56,3
Média 45,6
Desvio Padrão 3,2
Moda 42,7
Amplitude 19,5
Variância 10,0

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251
Observações: Durante o monitoramento, percebeu-se ruído gerado por aves e
ruminantes em área próxima.

Gráfico 22- Resultados das medições do Ponto 3.

80,0

70,0

60,0
dB

50,0

40,0

30,0

20,0
13:17:00
13:19:30
13:22:00
13:24:30
13:27:00
13:29:30
13:32:00
13:34:30
13:37:00
13:39:30
13:42:00
13:44:30
13:47:00
13:49:30
13:52:00
13:54:30
13:57:00
13:59:30
14:02:00
14:04:30
14:07:00
14:09:30
14:12:00
14:14:30
14:17:00
Time

PONTO 4
Identificação do Ponto: PRD4
Data: 28/09/2015
Sessão
Início da sessão: 16:17:00
Final da sessão: 17:17:00
Tempo de execução: 01:00:00
Lista de medições realizadas no ponto 4, presente no Anexo 8

Quadro 48: Resumo dos resultados do Ponto 3.


Análises Estatísticas Nível de Ruído (dB)
Menor Valor 39,5
Maior Valor 59,3
Média 45,2
Desvio Padrão 2,8
Moda 45,8
Amplitude 19,8
Variância 8,1
Observações: Durante o monitoramento, percebeu-se ruído gerado por aves e
ruminantes em área próxima. Ponto localizado próximo à estrada, onde no horário 17:06:00
passou uma motocicleta.

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252
Gráfico 23: Resultados das medições do Ponto 4.

80,0

70,0

60,0
dB

50,0

40,0

30,0

20,0
16:17:00
16:19:30
16:22:00
16:24:30
16:27:00
16:29:30
16:32:00
16:34:30
16:37:00
16:39:30
16:42:00
16:44:30
16:47:00
16:49:30
16:52:00
16:54:30
16:57:00
16:59:30
17:02:00
17:04:30
17:07:00
17:09:30
17:12:00
17:14:30
17:17:00
Time

10.5 Avaliação dos Resultados

Para fins de comparação, foi utilizado o critério estabelecido pela NBR 10.151/2000,
baseado na comparação entre o nível de pressão sonora (L) e Nível de Critério de Avaliação,
conforme a Quadro 49: Nível de Critério de Avaliação (NCA) para ambientes externos, em
dB(A)

Quadro 49: Nível de Critério de Avaliação (NCA) para ambientes externos.


Tipos de áreas Diurno Noturno
Áreas de sítios e fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas 50 45
Área mista, predominantemente residencial 55 60
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área predominantemente industrial 70 60

- Ponto de Monitoramento 1 (PRD1) - S 30.89817° / W 53.44060°


Data: 30/09/2015 – Sessão: i 08:13:00 / f 09:13:00
Ponto localizado em área mista, predominantemente residencial, com nível de critério
de avaliação (NCA) de 55 dB. Para este ponto o valor de pressão sonora médio igual a 48 dB
com desvio padrão de 4,8 dB, não ultrapassou o valor de NCA (55 dB).
Não foram percebidos ruídos com caráter impulsivo, nem ruído com componentes
tonais.
Durante o monitoramento percebeu-se ruído gerado por aves e ruminantes em área
próxima.
Ponto localizado próximo à estrada de acesso, no qual houve considerado acréscimo
dos níveis de ruído por veículos automotores (carros, motos, ônibus e caminhões).

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- Ponto de Monitoramento 2 (PRD2) - S 30.90246° / W 53.50192°
Data: 30/09/2015 – Sessão: i 09:43:00 / f 10:43:00
Ponto localizado em área de sítios e fazendas, com nível de critério de avaliação (NCA)
de 40 dB. Para este ponto o valor de pressão sonora médio igual a 46 dB com desvio padrão
de 3,6 dB, ultrapassou o valor de NCA (40 dB).
Não foram percebidos ruídos com caráter impulsivo, nem ruído com componentes
tonais.
Durante o monitoramento percebeu-se ruído gerado por aves e ruminantes em área
próxima.
Ponto localizado próximo à estrada, onde houve acréscimo de níveis de ruído por
veículos automotores (carro e moto).
- Ponto de Monitoramento 3 (PRD3) - S 30.92482° / W 53.51694°
Data: 29/09/2015 – Sessão: i 13:17:00 / f 14:17:00
Ponto localizado em área de sítios e fazendas, com nível de critério de avaliação (NCA)
de 40 dB. Para este ponto o valor de pressão sonora médio igual a 45 dB com desvio padrão
de 3,2 dB, ultrapassou o valor de NCA (40 dB).
Não foram percebidos ruídos com caráter impulsivo, nem ruído com componentes
tonais.
Durante o monitoramento percebeu-se ruído gerado por aves e ruminantes em área
próxima.
- Ponto de Monitoramento 4 (PRD4) - S 30.15842° / W 50.93587°
Data: 28/09/2015 – Sessão: i 16:17:00 / f 17:17:00
Para este ponto o valor de pressão sonora médio igual a 45 dB com desvio padrão de
2,8 dB, ultrapassou o valor de NCA (40 dB).
Não foram percebidos ruídos com caráter impulsivo, nem ruído com componentes
tonais.
Durante o monitoramento percebeu-se ruído gerado por aves e ruminantes em área
próxima.
Ponto localizado próximo à estrada, onde no horário 17:06:00 houve acréscimo de nível
de ruído gerado por uma motocicleta.

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11. PARECER PALEONTOLÓGICO

11.1 Avaliação de Campo

Este parecer tem por finalidade apresentar o resultado das atividades de pesquisa em
campo, desenvolvidas no dia 29 de outubro de 2015, no distrito de Minas de Camaquã, em
área de aproximadamente 350 ha, conforme informação fornecida pela GEOPROSPEC (vide
Figura 99). O principal objetivo do estudo foi de avaliar a possibilidade de existência de sítios
paleontológicos e, se necessário, sugerir medidas adequadas a serem tomadas em relação a
não destruição e preservação de eventuais achados fossilíferos.
A área foi percorrida pela paleontóloga Ana Maria Ribeiro do MCN/FZBRS com o auxílio
do mineiro Adalberto Barbosa Louis. Informações sobre a geologia da área do empreendimento
também foram fornecidas pelo geólogo Samuel Lago, gerente do projeto em Minas do
Camaquã.

Figura 99: Vista geral da área do empreendimento.

O Quadro 50 demonstra as coordenadas da área encontrada percorrida

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Quadro 50: Coordenadas da área encontrada percorrida.
Ponto Latitude (S) Longitude (W)
C1 30º55'09.6 53º28'31.7"
C2 30º55'09.0" 53º28'33.2"
C3 30º54'55.1" 53º28'36.1"
C4 30º54'54.6" 53º28'38.8"
C5 30º55'34.2" 53º28'50.5"
C6 30º55'1.1" 53º28'51.1"
C7 30º54'57.8" 53º28'17.1"
C8 30º54'20.7" 53º26'52.2"
C9 30º54'14.8" 53º27'16.3"
C10 30º55'29.7" 53º29'10.7"
C11 30º56'05.4" 53º29'08.5"
C12 30º56'03.0" 53º29'14.8"
C13 30º56'02.0" 53º29'17.4"
C14 30º54'33.1" 53º28'48.4"
C15 30º54'48.66" 53º28'55.2"
C16 30º54'58.63" 53º28'37.9

Grande parte da área percorrida se encontra com cobertura vegetal (Foto 70Foto 71),
em outras partes as rochas se encontravam expostas (Foto 72), sendo que nelas não foram
encontrados fósseis.

Foto 70: Vista da área avaliada com cobertura vegetal

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Foto 71: Vista da área avaliada com cobertura vegetal, cava Santa Maria

Foto 72: Exposição de rochas na área avaliada.

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De acordo com o mapa geológico da CPRM (2009, Figura 100) na área do
empreendimento se encontram rochas paleozoicas (ca. de 600 a 460 Ma) dos Grupos Santa
Bárbara (Formação Serra dos Lanceiros) e Guaritas, pertencentes à Bacia do Camaquã.
Estudos efetuados por Netto el ai. (1992) e Paim el aI. (1992) registraram icnofósseis em
rochas da Bacia do Camaquã, no distrito de Minas do Camaquã, Caçapava do Sul, RS.
Estudos taxonômicos (e.g. Netto, 1994, 1998, Netto & Martini da Rosa, 2001) e tafonômicos
(Martini da Rosa, 1999) no Grupo Santa Bárbara indicam a ocorrência de icnotáxons em
conjunto com uma biota ediacarana representada por impressões fósseis de organismos
medusoides (Netto et ai. (2007). Uma síntese sobre os icnofósseis da Bacia do Camaquã é
efetuada e figurada por Netto (2012, figuras 3-5).

Figura 100: Mapa geológico da CPRM (2009). O quadrado azul indica a área avaliada e onde se
encontram rochas pertencentes ao Grupo Santa Bárbara (NP3sl) e Guaritas (02vz).

Diante do exposto sugere-se, de acordo com parecer realizado pela fundação


ZooBotânica do Rio Grande do Sul (anexo 9), que no momento da intervenção, as rochas com
sinais de possíveis fósseis sejam examinadas por paleontólogos especialistas em icnofósseis.

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12. COORDENAÇÃO DO EIA/RIMA

___________________________________
Geólogo Eduardo Centeno Broll Carvalho
Coordenador do EIA/RIMA
CREA/RS 128.474-D

___________________________________
Ivanor Antonio Sinigaglia
Coordenador Técnico
CREA/RS 97259-D

___________________________________
Daniel Araújo
Coordenador Técnico
CRBio 041216-03

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13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AB’SÁBER, A. N. Um conceito de geomorfologia a serviço das pesquisas sobre o


Quaternário. Geomorfologia. n. 18, IG-USP, S. Paulo, 1969.
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1999.
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Oxford: Oxford University, 352 p., 1998.
CAMARGO, A.P. Balanço hídrico no Estado de São Paulo. Campinas: IAC, 1971. 28p.
(Boletim Técnico, 116).
CAMARGO, M.B.P.; CAMARGO, A.P. Representação gráfica informatizada do extrato do
balanço hídrico de Thornthwaite & Mather. Bragantia, Campinas, v.52, p.169-172,
1993.
CARVALHO, N.O. Hidrossedimentologia Prática. 2a ed. Rio de Janeiro: Interciência. 2008.
CASSETI, V. Abordagem sobre os estudos do relevo e suas perspectivas (Notas
Preliminares). Anais do I Simpósio Nacional de Geomorfologia. Rev. Sociedade &
Natureza, Uberlândia, ano 3, n. 15, p. 37-43, jan/dez, 1996.
CETESB (2007). Relatório de Qualidade das Águas Interiores no Estado de São Paulo:
2006. São Paulo: CETESB, 2007.
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Ed. Universidade, 1974. 149p.
DRH/SEMA. A Bacia Hidrográfica. 2013. Disponível em:
<http://www.comitecamaqua.com/abacia.php>. Acesso em: 08 out. 2015.
ECOPLAN. Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,
2007.
ESTEVES, F.A. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Editora Interciência,
1988. 574p.
EMBRAPA-SNLCS, 1979. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Serviço Nacional de
Levantamento e Conservação de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Súmula da 10ª Reunião
Técnica de Levantamento de Solos. Rio de Janeiro, 1979. 83 p. (EMBRAPA-
SNCLS. Miscelânea, 1).
ENGEO, 2015. Laudo Hidrogeológico para Determinação de Nascentes no Município de
Victor Graeff, RS. 35 págs. il.
FRÓES, José Costa. SISTEMAS DE PRODUÇÃO RURAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIO CAMAQUÃ, RS. Rev. Bras. Agroecologia, v. 2, n. 1, p.761-764, fev. 2007.
GUERRA, Antônio Teixeira; GUERRA, Antônio José Teixeira. Novo dicionário geológico-
geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. 2006
IBGE. Manual Técnico de Geomorfologia. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos
Ambientais – 2ª Ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. 182 p. – (Manuais técnicos em
geociências, ISSN 0103-9598 ; nº 5).
LAMPARELLI , M. C. Grau de trofia em corpos d’água do estado de São Paulo: avaliação dos
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f. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, 2004.
MALUF, J. R. T. Nova Classificação Climática para do Estado do Rio Grande do sul. In
Revista Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 8, n. 1, p. 141-150, 2000.
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PAIVA, J. B de & PAIVA, E. M. C. D. de. (orgs). Hidrologia aplicada à gestão de pequenas
bacias hidrográficas. (Ed. Rev.) Porto Alegre: ABRH, 2003.
PEREIRA, A.R.; VILLA NOVA, N.A.; SEDIYAMA, G.C. Evapo(transpi)ração. Piracicaba:
FEALQ, 1997. 183p.
PMSB/Prefeitura Municipal de Caçapava do Sul. Plano Municipal de Saneamento
Básico: Caçapava do Sul. Caçapava do Sul: Secretaria Municipal de Planejamento e
Meio Ambiente, 2013.
SAMPAIO, G. O El Niño e Você - O fenômeno Climático - 1ª ed. São José dos Campos - SP:
Transtec Editorial, 2001. v. 2000. 116p .
SEMA. Relatório Anual Sobre a Situação dos Recursos Hídricos no Estado do Rio
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SILVA, A. M. Rainfall Erosivity Map for Brazil. Catena, Amsterdam, v.57, n.3, p.251-259, Aug.
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SILVA, M. R. M. da, Identificação da Ocorrência de Estiagens em Bagé (RS) entre 1960-
2009. Mirian Rejane Machado da Silva. Porto Alegre: IGEO/UFRGS, 2010. [66 f.] il.
STRAHLER, A. N. Quantitative Analysis of Watershed Geomorphology. Trans. American
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WISCHMEIER, W. H.; SMITH, D. D. Predicting rainfall erosion losses: a guide to
conservation planning. Washington, D.C: USDA, 1978.

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14. ANEXOS

Anexo 1 - Avaliação Geotécnica do Maciço Rochoso para Implantação do Projeto Caçapava do Sul

Anexo 2 - Laudo de Classificação Textural do Solo

Anexo 3 - Resultados Analíticos para Amostras de Solo

Anexo 4 - Resultados Analíticos para Amostras de Águas Subterrâneas

Anexo 5 - Relatório Hidrogeológico

Anexo 6- Resultados Analíticos para Amostras de Águas Superficiais

Anexo 7 - Lista de Medições de Ruídos

Anexo 8- Relatório e Certificado de Calibração, Ruídos e Ar

Anexo 9- Parecer Paleontológico

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15. PRANCHAS

Prancha 01- Mapa Geomorfológico

Prancha 02 – Mapa Planialtimétrico

Prancha 03- Mapa Geológico

Prancha 04- Mapa de Lineações Estruturais

Prancha 05- Mapa Pedológico

Prancha 06- Mapa Hidrogeológico

Prancha 07- Mapa de Poços de Monitoramento

Prancha 08- Mapa Potenciométrico de Detalhe

Prancha 09- Mapa Hidrográfico

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16. GLOSSÁRIO

Abiótico: Que não diz respeito aos seres vivos. Opõe-se a biótico.
Abundância: em ecologia, é o número relativo de indivíduos de cada espécie, encontrado em
uma determinada área.
Ação antrópica: dá-se o nome de ação antrópica a qualquer modificação efetuada pelo ser
humano no ambiente natural, como por exemplo, desmatamentos, queimadas e poluição.
Afluente: rios ou cursos d‟água menores que deságuam em um rio ou curso d‟água principal.
Água subterrânea: água que preenche os poros e fraturas das rochas abaixo da superfície
terrestre na zona de saturação e que é o manancial hidrogeológico da Terra.
Alevino: estágio de desenvolvimento dos peixes posterior ao estágio larva e anterior ao
estágio juvenil.
Algas: organismos muito diversos, ocorrendo geralmente em ambientes aquáticos, quase
sempre fotossintéticos e possuindo clorofila a.
Alteração hidrotermal: conjunto de processos químicos que afetam as rocas, induzidos por
soluções aquosas quentes de várias origens (meteórica, magmática, metamórfica) e que
circular
Aluvional: depósitos sedimentares produzidos por rios ou leques. Depósitos suspensos nas
margens do canal constituem antigos terraços.
Área Diretamente Afetada (ADA): área que sofre diretamente as intervenções de implantação
e operação de um empreendimento, considerando alterações físicas, biológicas e
socioeconômicas.
Área de Influência Direta (AID): área diretamente influenciada pelos impactos de um
empreendimento.
Área de Influência Indireta (AII): área indiretamente influenciada pelos impactos de um
empreendimento.
Área de Preservação Permanente (APP): área protegida nos termos dos artigos 2° e 3°, da
Lei N° 12.651/12 (Código Florestal Nacional), coberta ou não por vegetação nativa, com a
função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas.
Áreas Alagadiças: áreas ou terrenos que se encontram temporariamente saturados de água
decorrente das chuvas, devido à má drenagem.
Arenito: rocha de origem sedimentar, resultante da junção dos grãos de areia através de um
cimento natural.

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Associação vegetal relevante: comunidade vegetal de importância regional ou local, com
características fitofisionômicas e fitossociológicas específicas inerentes a um determinado
ecossistema.
Audiência Pública: reunião pública, transparente e de ampla discussão em que a que se
vislumbra a comunicação entres os vários setores da sociedade com as autoridades públicas.
Avaliação de Impacto Ambiental: série de procedimentos legais, institucionais e técnico-
científicos, com o objetivo caracterizar e identificar impactos potenciais na instalação futura de um
empreendimento, ou seja, prever a magnitude e a importância desses impactos.
Avifauna: fauna de aves.

Bacia hidrográfica: área de um sistema de escoamento de águas superficiais, originadas de


nascentes e/ou de chuva, ocupada por um rio e seus tributários e limitada pela cumeada
(interflúvio) que divide topograficamente esta área de outra(s) bacia(s) de drenagem
vizinhas(s).
Bacia sedimentar: grande depressão do terreno, preenchida por detritos provenientes das
terras altas que o circundam. A estrutura dessas áreas é geralmente composta por camadas de
rochas que mergulham da periferia para o centro.
Basalto: um dos tipos mais comuns de rocha relacionada a derrames vulcânicos,
caracterizando-se pela cor preta, composição básica (onde predominam minerais ricos em
ferro e magnésio), alta fluidez e temperaturas de erupção entre 1000 e 1200 °C. Equivalente
vulcânico de gabros.
Batólito: extensa exposição (> 100 km²) contínua de rocha plutônica, normalmente de
composição granítica.
Beneficiamento: processos que visam a melhoria da qualidade de alguma propriedade.
Biocenose: associação de populações de espécies diferentes que habitam um biótopo
comum.
Biodiversidade: referente à variedade de vida existente no planeta, seja terra ou água.
Variedade de espécies de um ecossistema. É o conjunto de todas as espécies de plantas e
animais e de seus ambientes naturais, existentes em uma determinada área. Termo que se
refere à variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e
processos ecológicos existentes em uma determinada região.
Bioindicador: táxon, população ou associação de táxons cuja presença ou ausência é
significativa de um estado do meio.
Bioma: comunidade principal de plantas e animais associada a uma zona de vida ou região
com condições ambientais, principalmente climáticas, estáveis. Exemplo: floresta de coníferas
do Hemisfério Norte. A unidade biótica de maior extensão geográfica, compreendendo várias

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comunidades em diferentes estágios de evolução, porém denominada de acordo com o tipo de
vegetação dominante: mata tropical, campo, etc.
Biomassa: quantidade total de matéria viva existente num ecossistema ou numa população
animal ou vegetal.
Biótico: que diz respeito aos seres vivos. Opõe-se a abiótico.

Caducifólia: plantas ou vegetações que não se mantêm verdes durante todo o ano, perdendo
as folhas na estação seca ou no inverno.
Camada Eufótica: camada superior de uma extensão de água na qual penetra luz suficiente
para permitir o crescimento de organismos, geralmente tido como a camada onde a
intensidade da luz é de no mínimo 1% da intensidade na superfície.
Campo Limpo: predomínio de gramíneas.
Campo Sujo: formação com apenas um andar de cobertura vegetal, constituída principalmente
de leguminosas, gramíneas e ciperáceas de pequeno porte, inexistindo praticamente formas
arbustivas.
CAPEX: Sigla da expressão inglesa capital expenditure, que em português significa despesas
de capital ou investimento em bens de capital. Designa o montante de dinheiro despendido na
aquisição de bens de capital de uma determinada empresa.
Capoeira: formação vegetal sucessora, proveniente de corte raso das florestas ou pelo
abandono de áreas com qualquer outro uso, constituída, principalmente, por espécies pioneiras
nativas da região, até a altura máxima de 3 (três) metros.
Carreamento: ato de carrear, arrastar, conduzir.
Cenozóico: era geológica que compreende o intervalo de tempo que vai de 65 milhões de
anos atrás até os dias atuais, estando constituída por três períodos geológicos conhecidos
como Quaternário, Neógeno e Paleógeno.
Chumbo: elemento químico metálico denso, símbolo: Pb.
Clima Cfa: clima subtropical, com verão quente.
Coluna estratigráfica: diagrama ou quadro que explicita a relação cronológica das rochas de
uma região, mostrando o empilhamento de unidades estratigráficas, as superfícies de
discordância e as feições intrusivas, entre outras.
Comunidade: uma associação de populações inter-relacionadas que habitam uma mesma
área ou região.
Conglomerado: depósito rudítico, com clastos superiores a 2 mm de diâmetro, de origem
diversa, imersos em matriz.
Corpo Hídrico: acúmulo de água sob a forma de lago, açude, córrego, rio, banhado, etc.

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Corredores Ecológicos: as porções dos ecossistemas naturais ou semi-naturais, ligando
unidades de conservação e outras áreas naturais, que possibilitam entre elas o fluxo de genes
e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam, para sua sobrevivência,
áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.
Cretáceo: é o último período geológico da era Mesozóica. Abrange o intervalo de tempo entre
136 e 65 milhões de anos.
Curva de nível: linha que representa, em mapa, pontos de mesma altitude do terreno.

Decapeamento: retirada da camada de terra depositada sobre a rocha propriamente dita.


Decídua: planta cujas folhas caem em certa época do ano (Resolução CONAMA 012/94).
Espécie vegetal que tem folhas caducas.
Degradação: processo que consiste na alteração das características originais de um ambiente,
comprometendo a biodiversidade.
Depósito aluvionar: sedimento clástico (areia, cascalho e/ou lama) depositado por um sistema
fluvial no leito e nas margens da drenagem, incluindo as planícies de inundação e as áreas
deltaicas, com material mais fino extravasado dos canais nas cheias. Sedimentos clásticos
depositados em zonas estuarinas e, para alguns autores (ex.gr. AGI), sedimentos terrígenos
trabalhados diretamente por ondas nas zonas costeiras marinhas ou lacustrinas tambem são
considerados aluviões.
Depósito Mineral: concentração anômala de um bem mineral metálico ou não metálico.
Derrame: saída e esfriamento rápido de material magmático vindo do interior da crosta
terrestre, consolidando-se ao contato com o ar.
Diabásio: rocha intrusiva de composição básica, coloração preta ou esverdeada, solidificada
em sub-superfície, composta por cristais de feldspatos e minerais máficos (plagioclásio e
piroxênio), que ocorre sob a forma de dique ou sill.
Diatomáceas: organismos unicelulares que possuem como característica uma carapaça ou
parede silicosa chamada frústula, localizada externamente à membrana plasmática.
Dique: intrusão ígnea tabular vertical, que corta as estruturas das rochas circundantes.
Dispersão: faculdade que têm os seres vivos de se propagarem pela biosfera, alargando os
seus domínios e facilitando a cada espécie proliferar e encontrar novos meios onde possa viver
de acordo com suas adaptações. Distribuição natural de sementes ou de espécimes jovens por
uma vasta área; mecanismos de dispersão incluem sementes leves, sementes que devem
passar pelo aparelho digestivo de animais para que possam germinar e até sementes que são
carregadas por correntes oceânicas.

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Diversidade Biológica: é a variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades,
ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma determinada região. Isto significa a
variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os
ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos
de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e
de ecossistemas. Variedade de indivíduos, comunidades, populações, espécies e
ecossistemas existentes em uma determinada região (Resolução CONAMA 012/94).
Diversidade Genética: variabilidade na formação genética de diferentes indivíduos de uma
mesma espécie; assegura a sobrevivência da espécie; assegura a sobrevivência da espécie a
longo prazo pois, com todos os genes iguais, os indivíduos ficam igualmente expostos a
adversidades, tornando a espécie uniformemente vulnerável.
Drenagem: escoamento da água de uma bacia hidrográfica.

Ectotérmicos: designação de seres vivos animais cuja fonte de calor corporal provém
fundamentalmente do meio exterior.
Educação Ambiental: todo o processo educativo, que utiliza metodologias diversas,
alicerçadas em base científica, com objetivo de formar indivíduos capacitados a analisar,
compreender e julgar problemas ambientais, na busca de soluções que permitam ao homem
coexistir de forma harmoniosa com a natureza. Processo de aprendizagem e comunicação de
problemas relacionados à interação dos homens com seu ambiente natural.
Efluentes: são geralmente produtos líquidos ou gasosos produzidos por indústrias ou
resultante dos esgotos domésticos urbanos, que são lançados no meio ambiente.
Endêmico: nativo de uma determinada área geográfica ou ecossistema e restrito a ela.
Enriquecimento: plantio de mudas no interior de uma floresta ou formação semelhante, com a
finalidade de recomposição florística;
Epífitas: são, por etimologia, plantas sobre plantas, ou seja, espécies vegetais que estão
estabelecidas e vivem sobre outros exemplares. As epífitas jamais buscam alimento nos
organismos hospedeiros. Suas raízes superficiais não absorvem a seiva da planta hospedeira,
não há qualquer relação de parasitismo. Ou seja, a presença de epífitas não prejudica a árvore
ou arbusto onde elas vegetam. A incidência de espécies epífitas tende a diminuir à medida que
se aumenta a distância para a Linha do Equador, ou afasta-se das florestas úmidas para áreas
mais secas, mesmo assim, na Floresta Atlântica são encontradas com freqüência.
Epifitismo: forma de relação harmônica unilateral interespecífica das plantas que se
desenvolvem sobre outras sem prejudicá-las.
Equitabilidade: distribuição dos organismos nas espécies de uma comunidade.

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Erosão: envolve todos os processos de desagregação e remoção do material rochoso.
Espécie Ameaçada de Extinção: espécie em perigo de extinção, cuja sobrevivência é
improvável, se continuarem operando os fatores causais. Inclui populações reduzidas em
níveis críticos e habitats drasticamente reduzidos.
Espécie Autóctone: planta nativa, indígena, que ocorre como componente natural da
vegetação de um país. Espécies nesta categoria são de origem exclusiva e não apresentam
populações ancestrais em territórios estrangeiros (ex.: milho, com origem do México).
Espécie Cinegética: espécie considerada alvo de caça.
Espécie Exótica: espécie que por algum motivo está ocorrendo fora do seu limite de
distribuição geográfica natural.
Espécie Indicadora: aquela cuja presença indica a existência de determinadas condições no
ambiente em que ocorre (Resolução CONAMA 012/94). Que é usada para identificar as
condições ou mudanças ecológicas num ambiente determinado.
Espécie Nativa: espécie que ocorre dentro de seu limite geográfico natural.
Espécie Pioneira: aquela que se instala em uma região, área ou hábitat anteriormente não
ocupado por ela, iniciando a colonização de áreas desabitadas (Resolução CONAMA 012/94).
Estado Trófico: qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes orgânicos.
Estratificação cruzada: estratificação cujas camadas aparecem inclinadas umas em relação
às outras, e em relação ao seu plano basal de sedimentação. São comuns em depósitos
eólicos (dunas) e fluviais.
Estratificação: disposição paralela ou subparalela que tomam as camadas ao se acumularem
formando uma rocha sedimentar. Normalmente é formada pela alternância de camadas
sedimentares com granulação e cores diferentes, ressaltando o plano de sedimentação.
Estudo de Impacto Ambiental: identifica e avalia os impactos ambientais gerados nas fases
de implantação e operação da atividade.
Exploração: reconhecimento detalhado de um depósito mineral.

Fácies: designação genérica que significa a existência de variações entre diferentes conjuntos
de rochas e que podem ser relativas à composição química, ao tamanho dos minerais,
condições de temperatura e pressão, estruturação dos depósitos sedimentares ou vulcânicos,
ou ambientes de sedimentação. Também é utilizada para designar variações de condições
metamórficas, variação sedimentológicas vertical e horizontal, bem como variações
composicionais e texturais das rochas ígneas, metamórficas e sedimentares.
Falha: superfície ou zona de rocha fraturada ao longo da qual houve deslocamento vertical ou
horizontal, o qual pode variar de alguns centímetros até quilômetros.

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Feldspato: mineral. Constitui uma família de minerais alumossilicatos de potássio (kfeldspatos
como ortoclásio, sanidina), sódio e cálcio (grupo dos plagioclásios), principalmente.
Fisionomia: feições características no aspecto de uma comunidade vegetal (Resolução
Conama 012/94. Art. 1.º).
Fitofisionomia: é a particularidade vegetal ou a flora típica de uma região.
Fitoplâncton: conjunto dos organismos aquáticos microscópicos que têm capacidade
fotossintética e que vivem dispersos flutuando na coluna de água.
Fitossociologia: ciência das comunidades vegetais, que envolve o estudo de todos os
fenômenos que se relacionam com a vida das plantas dentro das unidades sociais. Retrata o
complexo vegetação, solo e clima. Parte da ecologia dedicada ao estudo das associações e
inter-relações entre as populações de diferentes espécies vegetais. Flora. Reino vegetal.
Conjunto da vegetação de um país ou de uma região. Tratado descritivo dessa vegetação. A
totalidade das espécies vegetais que compreende a vegetação de uma determinada região,
sem qualquer expressão de importância individual. Compreende também as algas e
fitoplânctons marinhos flutuantes. A flora se organiza geralmente em estratos, que determinam
formações específicas como campos e pradarias, savanas e estepes, bosques e florestas e
outros.
Flagelados: são seres unicelulares, heterotróficos, ainda que alguns apresentem cloroplastos
com pigmentos, que lhes permite a síntese do seu próprio alimento.
Flora Silvestre: Todas as plantas que crescem livremente em seu ambiente natural. Floresta
degradada: floresta que sofreu intervenção antrópica muito acentuada, a ponto de
descaracterizá-la em termos de estrutura e composição florística.
Flotação: método de separação de misturas.
Formação: unidade litoestratigráfica fundamental na nomeclatura estratigráfica formal.
Caracteriza-se por um corpo de rochas identificado pelas suas características líticas e sua
posição estratigráfica. Ela deve ser mapeável em superfície ou em subsuperfície.
Fossorial: é um organismo adaptado a escavação e a viver sob o solo.
Fotossíntese: via de biossíntese na qual a energia luminosa, captada por um ou mais
pigmentos, e um doador de elétron (mineral ou orgânico) permitem a utilização de matéria
mineral para a síntese de compostos orgânicos.

Geologia: é a ciência que estuda a Terra, sua composição, estrutura, propriedades físicas,
história e os processos que lhe dão forma.
Geomorfologia: é a ciência que estuda a gênese e a evolução das formas de relevo sobre a
superfície da Terra, onde estas formas são resultantes dos processos atuais e pretéritos
ocorridos nos litotipos existentes. Os processos ou fatores que definem esta evolução podem

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ser exógenos ou modeladores (climas antigos e atuais, vegetação e solos) e endógenos ou
formadores de relevo (tectônica e a geologia).
Granito: rocha magmática de granulação grosseira, solidificada em profundidade, composição
acida, composta essencialmente por minerais claros como quartzo (SiO2), feldspato alcalino
(SiO2, Al2O3 e K2O) e plagioclásio (Al2O3, Na2O e CaO). O seu equivalente vulcânico
denomina-se riolito.
Grupo: unidade formal de categoria imediatamente superior à formação. O grupo deve ser
formado por duas ou mais formações. As formações que compõem um grupo não necessitam
serem as mesmas em toda a sua área de ocorrência.

Hábitat: tipo de local onde vivem os organismos.


Herpetofauna: fauna de répteis.
Hidrogeologia: é o ramo da Geociência que estuda a água subterrânea quanto ao seu
movimento, volume, distribuição e qualidade.

Íctica: relativa a peixes.


Ictiofauna: fauna de peixes.
Intermitente: não contínuo.

Jazida: ocorrência de minério em quantidade, teor e características físico-químicas (reservas)


que, junto com condições suficientes de infraestrutura e localização, permitem a sua
exploração econômica.
Jigue: aparelho vibratório em que, pela agitação da água, se promovem a concentração do
minério e a limpeza do carvão
Jusante: no sentido de rio ou talvegue abaixo para onde correm as águas; [Ant. montante].

Lavra: é o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da


jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficiamento das
mesmas.
Leques Aluvionais: depósitos pós-tectô-nicos, em forma de leque e cuja litologia varia de
ruditos a arenitos, em geral com muito pouco pelito. Provém de enxurradas que transportam o
material por suspensão.

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Layout: engloba elementos como texto, gráficos, imagens e a forma como eles se encontram
em um determinado espaço.
Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental, no caso do Rio Grande do
Sul a FEPAM, estabelece condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão
ser obedecidas pelo empreendedor
Lineamento: feição linear, topograficamente representada por vales alinhados ou cristas,
geralmente indicando a presença de fraturas e/ou falhas geológicas.
Litotipo: Quando se caracteriza um fácies litológico como uma rocha ou uma associação de
rochas, para distinguir de outras rochas ou associações litológicas em estudo, considerado
qualquer aspecto genético, composicional, químico ou mineralógico, morfológico, estrutural ou
textural distintivo para fins de referência em um estudo geológico.
Lixiviado: líquido produzido quando a água percola através de qualquer material permeável.

Maciço: que é compacto; sólido, não espaços vazios;


Magma: material ígneo em estado de fusão contido no interior da terra e que, por solidificação,
dá origem às rochas ígneas. Quando solidificado no interior da costa terrestre, forma as rochas
intrusivas e quando expelido pelos vulcões, forma as lavas.
Mastofauna: fauna de mamíferos.
Mata de galeria: floresta que margeia um ou os dois lados de um curso d‟água, em regiões
onde a vegetação característica não é florestal (cerrados, campo limpo, caatinga, etc.). O
mesmo que floresta de galeria.
Mata secundária: é a mata que já foi explorada pelo homem.
Mata virgem/ nativa/ primária: é a mata que nunca sofreu ação do homem.
Matas ciliares: vegetação arbórea que se desenvolve ao longo das margens dos rios,
beneficiando-se da umidade ali existente. É a mata das margens dos rios, lagos, represas,
córregos e nascentes, é a chamada faixa de preservação.
Medidas compensatórias: Medidas tomadas pelos responsáveis pela execução de um
projeto, destinadas a compensar impactos ambientais negativos, notadamente alguns custos
sociais que não podem ser evitados ou uso de recursos ambientais não renováveis.
Medidas mitigadoras: são aquelas destinadas a prevenir impactos negativos ou reduzir sua
magnitude. É preferível usar a expressão "medida mitigadora" em vez de "medida corretiva",
uma vez que a maioria dos danos ao meio ambiente, quando não pode ser evitada, pode
apenas ser mitigada ou compensada.
Memorial descritivo: normalmente possui o objetivo de explicitar, na forma de um texto, as
informações mais importantes de um projeto.

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Mesozoico: designação dada a uma era do tempo geológico que abrange o intervalo
compreendido entre 250 a 65 milhões de anos atrás. Esta era é formada pelos períodos
geológicos: Cretáceo, Jurássico e Triássico.
Mica: mineral. Grupo de minerais filossilicáticos (hábito em placas ou folhas) constituídos como
silicato de alumínio hidratado com cátions como Mg, Fe, K, Li e outros caracterizando várias
espécies minerais como biotita e muscovita.
Minério: é um mineral ou uma associação de minerais (rocha) que pode ser explorado
economicamente.
Moega de recepção: estruturas empregadas para recepção de produto a granel.

Núcleo urbano: conjunto unitário de uma área urbana, em relação ao território.

OPEX: faz referência às despesas operacionais, aos custos ou aos dispêndios operacionais.
Eles significam os custos contínuos incorridos-por um produto, uma empresa ou um projeto.

Peixes-anuais: peixes da família Rivulidae que habitam ambientes temporários, muitas vezes
de periodicidade anual.
Pelito: rocha detrítica cujos componentes principais são da fração argilosa e do silte e que se
originam pela litificação de lamas. Os principais pelitos são os folhelhos, bem estratificados, e
os argilitos, com pouca ou nenhuma estratificação.
Perfil geológico: representação gráfica de um corte vertical da geologia segundo segmento(s)
de reta ou trajetos definidos no terreno e/ou marcados em mapa e resultante da projeção e
interpretação de dados superficiais de campo com eventual integração com dados de
sondagens, poços, galerias, geofísica e outros.
Permiano: período geológico mais novo da era paleozoica que se estendeu de 295 a 250 Ma
atrás.
Pirita: mineral sulfeto de ferro: FeS2
Plano Diretor: um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física, social,
econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua região, apresentaria um
conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento socioeconômico e futura organização
espacial dos usos do solo urbano, das redes de infraestrutura e de elementos fundamentais da
estrutura urbana, para a cidade e para o município, propostas estas definidas para curto, médio
e longo prazos.

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Produtividade Primária: produção de matéria orgânica a partir de compostos inorgânicos
pelos organismos autotróficos - plantas verdes, algas e algumas bactérias.
Prospecção: reconhecimento geral de uma jazida mineral.
Pteridófita: plantas sem flores que se reproduzem por esporos. Ex.: samambaias, xaxins e
avencas (Resolução CONAMA 012/94). Espécie vegetal que forma esporângios, nas folhas ou
em folhas modificadas, procedentes dos esporos formados pela planta mãe.

Quartzo: mineral de sílica: SiO2.

Recomposição: Restauração natural do ambiente, sem interferência do homem. Restituição


de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada,
que pode ser diferente de sua condição original (Lei n.º 9.985/2000, art. 2º, XIII).
Rejeito de minério: Produtos finais estéreis ou não econômicos resultantes da lavra e
beneficiamento do minério de uma mina e que são, geralmente, empilhados ou lançados em
bacias de acumulação.
Relatório de Impacto Ambiental: refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental.
Riqueza Específica: número de espécies de uma comunidade biológica.
Ritmito: rocha sedimentar clástica bem estratificada com lâminas e finas camadas, geralmente
de granulação fina a média (areia média a fina) alternando-se com camadas de granulação fina
(silte/argila) que se repetem ritmicamente indicando ciclos sazonais e/ou variações periódicas
na energia de transporte relacionada ao aporte dos sedimentos.
Rocha ácida: rocha ígnea com alto teor de sílica e baixo teor de ferro, magnésio e cálcio.
Rocha básica: rocha ígnea com baixo teor de sílica e alto teor de ferro, magnésio e cálcio.
Rocha hipohabissal: rocha formada a uma profundidade intermediária entre a base e a
superfície da crosta. A textura das rochas hipohabissais é normalmente formada por cristais
bem desenvolvidos, grossos e identificáveis a olho nu.
Rocha ígnea: rocha que cristalizou a partir de um magma.
Rocha sedimentar: rocha constituída pela acumulação de sedimentos clásticos, químicos e/ou
biogênicos e que sofre diagênese ou litificação.
Rochas sedimentares siliciclásticas: são gerados a partir de rochas compostas
predominantemente por silicatos.
Rocha vulcânica: rocha proveniente de atividade magmática que ascende na crosta terrestre
através de vulcões, diques e sills, solidificando-se na superfície ou a pequenas profundidades
da crosta.

S
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Sedimentos Silicilásticos: gerados a partir de rochas compostas predominantemente por
silicatos.
Seixo: fragmento de mineral ou de rocha, menor do que bloco ou calhau e maior do que
grânulo, e que na escala de Wentworth, de uso principal em sedimentologia, corresponde a
diâmetro maior do que 4 mm e menor do que 64 mm.
Serrapilheira: camadas de folhas, galhos e matéria orgânica morta que cobre o solo das
matas (Resolução Conama 012/94).
Sill: intrusão ígnea tabular concordante com as estruturas das rochas circundantes.
Sondagem: investigação metódica de um meio, usando aparelhagem adequada, neste caso,
ato perfuração em terreno para verificar-lhe a natureza hidrológica, geológica etc.
Sustaining: reinvestir, aplicar capital em meios de produção, visando ao aumento da
capacidade produtiva (instalações, máquinas, transporte, infraestrutura).
Start-up: expressão utilizada para designar o início da atividade do empreendimento.
Supervisor: tem como função coordenar, inspecionando ou controlando, uma dada atividade
ou um grupo de pessoas na execução de um projeto.

Talude: sinônimo de vertente (talude natural). Talude artificial quando feito pelo homem,
podendo ser devido à remoção de material (talude de corte) ou acúmulo (talude de aterro).
Talvegues: linha formada pela intersecção das duas superfícies formadoras das vertentes de
um vale. É o local mais profundo do vale, onde correm as águas de chuva, dos rios e riachos.
Táxon: qualquer uma das unidades de nomenclatura científica dos seres vivos.
Textura: do ponto de vista geológico-petrográfico, trata-se de uma designação utilizada para
caracterizar o arranjo existente entre os diferentes minerais constituintes de uma rocha e que
confere uma determinada aparência à esta. Ex.: textura fina, textura grossa ou textura
porfirítica, significando a presença de grandes cristais rodeados por cristais menores.
Trade-Off: expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ele se
caracteriza em uma ação econômica que visa à resolução de problema, mas acarreta outro,
obrigando uma escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se
obter outro bem ou serviço distinto.
Translocação de fauna: captura e transferência de animais selvagens de uma parte de sua
área natural para outra.
Turfa: material orgânico natural, combustível, preto-amarronzado, composto por restos
parcialmente decompostos, mas ainda estruturados de vegetais que crescem continuamente
em áreas paludosas acumulando-se em depósitos que muitas vezes tem interesse econômico.

V
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Variabilidade genética: amplitude (extensão) da variação genética existente para uma
determinada espécie. A ocorrência de diferenças entre indivíduos é devida às diferenças
existentes na sua variabilidade genética. A variabilidade causada pelo ambiente manifesta-se
geralmente como plasticidade, mas toda plasticidade fenotípica resulta de processos
moleculares acontecendo no núcleo e citoplasma e esta é, portanto, genotipicamente
controlada.
Vértice: ponto comum entre os lados de uma figura geométrica, ou o encontro de duas semi-
retas, dos dois lados de um polígono ou de três (ou mais) faces e arestas de um poliedro.
Vesícula: cavidade decorrente da retenção de bolhas gasosas de fluido (s) separado do
magma que se solidifica em rochas vulcânicas e intrusivas de baixa profundidade.

Zinco: elemento químico metálico, símbolo: Zn


Zooplâncton: organismos aquáticos não fotossintetizantes que ocupam a coluna d‟água e não
conseguem se contrapor às correntes.

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