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ALIMENTOS
PROF. DANIEL ROSSI
SÃO PAULO
2015
Sumário
1. Introdução ..................................................................................................................................................................... 5
1.1. Introdução à Química de Alimentos...................................................................................................................... 6
1.2. A história da Química de Alimentos ..................................................................................................................... 6
1.3. Segurança alimentar .............................................................................................................................................. 7
1.4. Papel do especialista em bromatologia na sociedade ............................................................................................ 8
1.5. Curso de Bromatologia ......................................................................................................................................... 8
1.6. Possibilidades e limitações dos métodos ............................................................................................................... 9
2. AMOSTRAGEM ........................................................................................................................................................ 10
2.1. Determinação da Quantidade de Amostra ........................................................................................................... 10
2.2. Alimentos com embalagens ................................................................................................................................ 11
2.3. Alimentos sem embalagens ................................................................................................................................. 11
2.4. Identificação da Amostra .................................................................................................................................... 12
2.6. Destino das Amostras .......................................................................................................................................... 12
2.7. Tipos de análises de controle de qualidade em alimentos ................................................................................... 13
2.8. PREPARO DAS AMOSTRAS: PROCEDIMENTOS GERAIS ........................................................................ 13
2.8.1. Amostras Sólidas em Pó ou Grânulos ......................................................................................................... 13
2.8.2. Amostras Líquidas....................................................................................................................................... 13
2.8.3. Sorvetes e Gelados ...................................................................................................................................... 13
2.8.4. Mel e Melados ............................................................................................................................................. 14
2.8.5. Carnes e Produtos de Carnes ....................................................................................................................... 14
3. Importância e tipos de águas nos alimentos ................................................................................................................ 14
4. Cinzas ou conteúdo mineral fixo ................................................................................................................................. 15
5. Densimetria: ................................................................................................................................................................ 15
5.1. Aplicação: ........................................................................................................................................................... 16
5.2. Picnometria ......................................................................................................................................................... 16
6. HIDROMETRIA - Por flutuação de um corpo flutuante: ........................................................................................... 17
6.2. Precauções quanto ao uso:........................................................................................................................................ 17
6.3. TIPOS DE HIDROMETROS................................................................................................................................... 17
7. Refratometria............................................................................................................................................................... 17
7.1. Índice de refração em diferentes meios .................................................................................................................... 18
7.2. Continuidade Óptica................................................................................................................................................. 19
7.3. Leis da Refração ....................................................................................................................................................... 19
7.4. Escala BRIX ............................................................................................................................................................. 21
7.5. Refratômetros ........................................................................................................................................................... 21
7.5.1. Refratômetros de bancada. ................................................................................................................................ 22
7.6. Medições no refratômetro do tipo ABBE. ............................................................................................................... 22
7.6.1. Procedimento básico para utilização do refratômetro ABBE............................................................................ 23
7.7. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ................................................................................................................ 23
7.7.1. Experimento 1- Determinar a densidade do leite, de uma sólido (uva) ............................................................ 23
7.7.2. Experimento 2- Índice de refração de líquidos. ................................................................................................ 24
7.7.3. EXPERIMENTO 3 - Soluções de sacarose....................................................................................................... 24
8. MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DE UMIDADE ........................................................................................... 25
8.1. Métodos por secagem .......................................................................................................................................... 25
8.2. EXPERIMENTO 4: Determinação do Teor de Umidade em Estufa (método gravimétrico) ............................ 26
8.3. EXPERIMENTO 5: Determinação do Teor de Umidade pelo Método de Radiação Infravermelha ................. 26
ALGUMAS LIMITAÇÕES DESSE MÉTODO............................................................................................................. 27
9. DETERMINAÇÃO DE RESÍDUO MINERAL FIXO (RMF) ................................................................................... 27
9.1. MÉTODOS PARA DETERMINAR RESÍDUO MINERAL TOTAL ................................................................... 27
9.3. EXPERIMENTO 7: DETERMINAÇÃO DE CLORETOS (Método tulométrico) ........................................... 29
10. PROTEÍNAS ........................................................................................................................................................... 30
10.1. CLASSIFICAÇÃO DAS PROTEÍNAS ................................................................................................................. 30
10.2. REAÇÕES QUÍMICAS IMPORTANTES EM ALIMENTOS ...................................................................... 31
10.3. ALGUMAS PROTEINAS IMPORTANTES EM ALIMENTOS .................................................................. 31
10.4. METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO ............................................................................................... 31
10.5. ANÁLISES ELEMENTARES ........................................................................................................................ 31
10.6. METODO DE KJELDAHL: DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DO “N” TOTAL .......................................... 32
10.7. EXPERIMENTO 8: IDENTIFICAÇÃO DE PROTEÍNA .............................................................................. 33
11. TEORIA SOBRE CARBOIDRATOS .......................................................................................................................... 35
11.1. Classificação e nomenclatura dos carboidratos: ..................................................................................................... 36
11.1.1. MONOSACARÍDEOS.................................................................................................................................... 36
11.1.2. DISSACARÍDEOS: ........................................................................................................................................ 39
11.1.3. SACAROSE: ................................................................................................................................................... 39
11.1.4. MALTOSE: ..................................................................................................................................................... 40
11.1.5. LACTOSE: ...................................................................................................................................................... 41
11.1.6. OLIGOSSACARÍDEOS ................................................................................................................................. 41
11.1.7. POLISSACARÍDEOS ..................................................................................................................................... 42
11.2. AMIDO .................................................................................................................................................................. 43
11.3. GELATINIZAÇÃO DO AMIDO .......................................................................................................................... 44
11.4. RETROGRADAÇÃO DO AMIDO ....................................................................................................................... 45
11.5. AMIDOS MODIFICADOS ................................................................................................................................... 45
11.6. REAÇÕES DE CARBOIDRATOS ....................................................................................................................... 46
11.7. REAÇÕES DE ESCURESCIMENTO................................................................................................................... 47
11.8. REAÇÃO DE CARAMELIZAÇÃO ..................................................................................................................... 47
11.9. REAÇÃO DE MAILLARD ................................................................................................................................... 47
12. PRINCIPAIS PROPRIEDADES FUNCIONAIS DOS AÇÚCARES EM ALIMENTOS ..................................... 48
12.1. EXPERIMENTO 9 : Identificação de açúcar redutor pelo reagente de Benedict ........................................... 49
12.2. EXPERIMENTO 10 - Determinando o teor de açúcar em refrigerantes. ...................................................... 52
12.3. EXPERIMENTO 11: Análise do mel ............................................................................................................. 53
13.EXPERIMENTO 12: Análises Físico-Químicas em Leites e Derivados....................................................................... 55
13.1. Determinação da acidez em ácido láctico .............................................................................................................. 55
14. FIBRAS EM ALIMENTOS .................................................................................................................................... 58
14.1 . CONCEITO, IMPORTÂNCIA, TIPOS DE FIBRAS....................................................................................... 58
14.2. PROPRIEDADES DAS FIBRAS ALIMENTARES ............................................................................................. 59
14.3. CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................................................ 60
14.4. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO ..................................................................................................................... 61
14.5. EXPERIMENTO 13: DETERMINAÇÃO DE FIBRA BRUTA EM ALIMENTOS ............................................ 63
15. LIPÍDEOS (GORDURAS) .................................................................................................................................... 64
15.1. Propriedades .................................................................................................................................................... 65
15.2. Classificação ................................................................................................................................................... 65
Glicerídios ................................................................................................................................................................... 65
15.3. Graus de Insaturação ....................................................................................................................................... 66
15.4. Principais Glicerídeos ..................................................................................................................................... 68
15.5. Cerídios ........................................................................................................................................................... 69
15.6. EXPERIMENTO 14 : Análise de óleos .......................................................................................................... 69
15.6.1. ÍNDICE DE ACIDEZ ................................................................................................................................. 69
15.6.2. ÍNDICE DE IODO (WIJS) ......................................................................................................................... 70
15.6.3. ÍNDICE DE SAPONIFICAÇÃO ................................................................................................................ 71
16. VITAMINAS .......................................................................................................................................................... 73
16.1. EXPERIMENTO 15: DETERMINAÇÃO DE ÁCIDO ASCÓRBICO PELO MÉTODO DE TILLMANS . 75
16.2. EXPERIMENTO 16. DETERMINAÇÃO DE VITAMINA C PELA TITULAÇÃO COM IODETO DE
POTÁSSIO ...................................................................................................................................................................... 76
1. Introdução
Bromatologia é a ciência que estuda a composição química dos alimentos. A palavra é originada do
grego: “bromatos” (alimento) e “logia” (estudo).
É de extrema importância o conhecimento da composição química dos alimentos, na forma como se
apresentam na natureza e depois de sofrerem mudanças pelo processamento na industria de alimentos.
A tecnologia de alimentos, utilizando os conhecimentos envolvidos na bromatologia, se preocupa em
desenvolver alimentos seguros e adequados para grupos específicos de consumidores.
A bromatologia desempenha um papel preponderante na prevenção de doenças, na formulação de
dietas, na manutenção de organismos saudáveis, envolvendo profissionais das mais diversas formações:
bioquímicos, farmacêuticos, nutricionistas, dentistas, médicos, engenheiros químicos e de alimentos.
Todos os países adotam normas e padrões para alimentos “in natura” ou processados, reunidos numa
Legislação Bromatológica, que se preocupa com a qualidade dos alimentos oferecidos à sua população.
Desde 1991, existe um acordo entre o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai, países que formam o
Mercosul, cujo objetivo é facilitar e promover o intercâmbio de bens e serviços entre eles. Os países
signatários se comprometeram a incorporar em suas respectivas legislações nacionais, normas estabelecidas
por grupos de especialistas para unificar os critérios normativos de modo a facilitar a livre circulação de
produtos variados, entre os quais, estão os alimentos.
Dentro das normas de rotulação previstas para alimentos, sob os critérios adotados pelo Mercosul,
podemos definir alimentos como:
Alimento é toda substância que se ingere em estado natural, semi-industrializada ou industrializada e se
destina ao consumo humano, incluindo as bebidas e qualquer outra substância que se utilize em sua
elaboração, preparação ou tratamento.
Outra forma de definirmos alimento é: toda substância extrínseca ao organismo humano que, após
ingestão, digestão e absorção, fornece energia, material plástico para o crescimento, reposição de tecidos e
regula as reações biológicas, ou seja, mantém as funções fisiológicas originais. A função energética ou calórica
é especialmente oferecida pelos carboidratos, gorduras e proteínas. A função plástica é garantida pelas
proteínas responsáveis pelas estruturas celulares. A função fisiológica ou reguladora é mantida pela presença
das vitaminas e sais minerais, assim como pelas proteínas na forma de enzimas.
Além dessas funções específicas, os alimentos apresentam uma função inerente que não se enquadra em
nenhuma dessas definições e que se relaciona ao nosso instinto de sobrevivência: o estímulo de saciar a fome,
a sensação de plenitude, a manutenção da imunidade, o estímulo do peristaltismo e o esvaziamento gástrico.
Produto alimentício é aquele que contém ao lado da fração alimento, uma fração não alimento. Ex:
uma massa alimentícia e sua embalagem.
Nutriente é a parcela orgânica ou não, usada para fornecer energia, material plástico ou para regular as
funções biológicas. O nutriente absorvido evita ou reduz os desgastes dos constituintes do organismo.
Exemplos de nutrientes: proteínas, carboidratos, gorduras, sais minerais, vitaminas, oxigênio. O oxigênio é
essencial aos processos de transformação dos alimentos e concorre para a geração de energia que mantém as
funções vitais.
O homem é onívoro, se alimenta dos três reinos: vegetal, animal e mineral.
O reino vegetal nos oferece alimentos variados nos aspectos: coloração, parte botânica utilizável e
nutritiva. São raízes, tubérculos, caules, folhas, flores, frutos, sementes, ricos em óleos, açúcares, amido,
celulose.
O reino animal nos oferece a parte muscular, as vísceras, órgãos destacados, leite e derivados, ovos,
gordura, mel, ricos em proteínas animais, lipídeos e carboidratos.
O reino mineral fornece a água, cálcio, cloro, cobre, cromo, fósforo, ferro, flúor, iodo, lítio, magnésio,
potássio, sódio entre os mais importantes.
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1.1. Introdução à Química de Alimentos
Considerações sobre os alimentos existem em todas as partes do mundo, mas, de acordo com o lugar,
pode ter enfoques diferentes.
Nas regiões subdesenvolvidas, os povos se dedicam à produção de alimentos, mas não se preocupam
com a qualidade e a quantidade adequada dos nutrientes básicos.
Nas regiões desenvolvidas, a produção de alimentos é altamente mecanizada e apenas pequena parte da
população está envolvida nesse tipo de atividade. O alimento é produzido em abundância, a maior parte é
processada e o uso de aditivos químicos é comum. Nesses lugares privilegiados, as considerações sobre os
alimentos são centradas principalmente no custo, qualidade, variedade, distribuição e nos efeitos do
processamento e da adição de substâncias químicas e, principalmente, no valor nutritivo.
Todos esses conceitos estão relacionados com a ciência dos alimentos ligada às propriedades físicas,
químicas e biológicas e com a estabilidade, custo, qualidade, processamento, segurança, valor nutritivo,
benefícios à saúde e distribuição.
A ciência dos alimentos é uma ciência multidisciplinar que compreende bacteriologia, química,
biologia e engenharia.
A química dos alimentos é o aspecto mais importante da ciência dos alimentos e mexe com a
composição e propriedades dos alimentos e as mudanças químicas que ele sofre durante o manuseio, o
processamento e o armazenamento. Está intimamente ligada à química, à bioquímica, à química
fisiológica, botânica, zoologia e biologia molecular.
O analista de alimentos ou bromatologista se apóia no conhecimento das ciências acima mencionadas
para estudar e controlar as substâncias biológicas como fontes de alimento para o homem.
O conhecimento das propriedades inerentes às substâncias biológicas e os métodos de manipulá-las, são
interesse comum às duas especialidades: analistas de alimentos e biólogos.
Os biólogos se ocupam da reprodução, crescimento, mudanças que ocorrem nas substâncias biológicas
sob as condições ambientais compatíveis com a vida ou no limite de compatibilidade com a vida.
Por outro lado, os bromatologistas estão voltados às substâncias biológicas que estão mortas ou
morrendo (fisiologia das plantas pós-colheita e fisiologia “post mortem” do músculo) e as modificações
que elas sofrem quando expostas a uma grande variedade de condições ambientais. Como exemplo, temos
a manutenção da vitalidade durante a comercialização de frutas e vegetais.
Os bromatologistas estão ligados às transformações que ocorrem em alimentos cujos tecidos foram
rompidos, injuriados, triturados: farinhas, sucos de frutas e vegetais, constituintes isolados e modificados e
alimentos manufaturados. Também estão ligados a fontes alimentares provenientes de células únicas (ovos
e microrganismos) e ao fluido biológico mais importante, o leite.
1.2. A história da Química de Alimentos
A segurança é o primeiro requisito de qualquer alimento. O alimento precisa estar livre de qualquer
produto químico prejudicial à saúde ou de qualquer contaminação microbiana quando for consumido.
Na indústria de alimentos, utiliza-se a esterilização comercial para garantir que não haja espóros viáveis
de Clostridium botulinum. O processo utiliza o calor sob condições adequadas de tempo e temperatura,
conforme a acidez do alimento que deve ser esterilizado.
Algumas reações podem interferir na qualidade ou na segurança dos alimentos. Essas reações ocorrem
entre as diversas substâncias presentes nos alimentos, dependendo do alimento e das condições de processo
e armazenamento. As alterações mais importantes que podem ocorrer, dizem respeito a:
Textura – resultando em perda de solubilidade, perda da capacidade de fixar água, amolecimento.
“Flavor” – aparecimento de rancidez (hidrolítica ou oxidativa), aroma de caramelo, outros aromas
indesejáveis ou desejáveis.
Cor – Escurecimento, descoramento, desenvolvimento de cores indesejáveis, ou de cores desejáveis.
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Valor nutritivo – perda, degradação ou alteração da bioavaliabilidade das proteínas, gorduras,
vitaminas e minerais.
Segurança – geração de substâncias tóxicas, desenvolvimento de substâncias resistentes ao calor,
inativação de substâncias tóxicas.
As reações que podem ocorrer entre os componentes dos alimentos processados podem ser
resumidamente apresentadas como:
Escurecimento não enzimático – também chamado Reação de Maillard, ocorre nos produtos assados
ou submetidos ao processamento térmico.
Escurecimento enzimático - ocorre em frutas cortadas.
Oxidação – nos lipídeos, nas vitaminas causando degradação, descoloração de pigmentos, perda do
valor nutritivo de proteínas.
Hidrólise – em lipídeos, proteínas, vitaminas, carboidratos, pigmentos.
Interação com metais – complexação (antocianinas), perda de Mg da clorofila, catálise de oxidação.
Isomerização de lipídeos – formação de isômero trans na hidrogenação de ácidos graxos insaturados.
Polimerização de lipídeos – formação de espuma durante o processo de fritura. Desnaturação de
proteínas – coagulação da clara de ovo, inativação enzimática.
Síntese de polissacarídeos – em plantas pós-colheita.
Mudanças glicolíticas – em tecidos animais “post mortem” e em trecidos vegetais pós-colheita.
Em vista do privilégio do especialista em bromatologia ter recebido educação superior, ele tem um alto
grau de responsabilidade em relação à sociedade. Ele está ligado ao suprimento adequado de alimentos, à
manutenção da saúde da população, ao custo dos alimentos, à formação do lixo e seu adequado tratamento,
uso da água e da energia e à natureza das leis que regulamentam os alimentos.
Esse compromisso do bromatologista em esclarecer e proteger a população, precisa ser assumido para
impedir que charlatães e pessoas não qualificadas em assuntos relativos aos alimentos, dêem seus
pareceres, muitas vezes alarmistas, usando os recursos da mídia para gerar incerteza e desconfianças nos
produtos, denegrindo as indústrias que os fabricam e comercializam.
Existe atualmente um grande preconceito em relação aos aditivos usados em alimentos, uma verdadeira
“quimicafobia”. Uma parcela da população acredita que os aditivos representam um risco à saúde e se
esquecem que o uso controlado dos mesmos garante segurança em relação à conservação, atribui
propriedades organolépticas mais agradáveis aos alimentos e impede a formação de substâncias nocivas
que, estas sim, poderiam oferecer riscos ao consumidor. Usados com conhecimento e dentro dos limites de
concentração aconselhados pelos órgãos competentes, os aditivos são seguros e zelam pela qualidade dos
produtos.
Os produtores de alimentos estão entendendo o valor do controle rígido da matéria prima, tanto quanto
do produto acabado. Muitos produtos acabados e matérias primas estão sendo comprados e pagos de acordo
com suas análises. Como exemplo, temos a cana de
açúcar, cujo teor é medido por refratometria na própria plantação, antes da compra da matéria prima.
Hoje, o que mais interessa são alimentos que conservem o máximo de seu aroma original, cor e valor
nutritivo. O desenvolvimento de produtos novos exige o treinamento de químicos de alimentos com larga
experiência analítica.
Análise de alimentos envolve o desenvolvimento dos métodos de identificação e qualidade com
técnicas adequadas para uso no laboratório de controle para assegurar a uniformidade do alimento processado e
para futuras melhorias no produto.
Existe uma tendência crescente para substituir procedimentos exatos, reprodutíveis e objetivos pelos
critérios subjetivos de sabor, aroma, textura, cor e outras qualidades. Os métodos de análise sensorial em
alimentos estão melhorando com a introdução e o desenvolvimento de testes sensoriais estatísticos (avaliação
de cerveja, vinho, café por métodos sensoriais). Alguns atributos dos alimentos como cor e textura podem ser
medidos objetivamente, outros, como o aroma, não podem ser medidos por métodos químicos ou físicos,
dependendo de métodos sensoriais. Não há conhecimento suficiente da composição química dos componentes
voláteis ou não voláteis responsáveis pelo aroma, mas novos métodos de separação por cromatografia gasosa
são uma perspectiva futura de se conhecer a química dos constituintes flavorizantes de produtos lácteos, de
vegetais, frutas, carnes, peixes.
Até hoje, os métodos de manipulação e processamento de frutas e vegetais são mais baseados na
experiência do que no conhecimento científico. Ainda não se controla a composição do alimento durante o
crescimento e depois da colheita. Do mesmo modo, deveria haver um conhecimento mais detalhado para
desenvolver uma alimentação adequada de animais e aves para controlar a qualidade final da carne. As
transformações
“postmortem” nos tecidos cárneos também deveriam ser mais bem estudadas, assim como no caso dos
produtos do mar.
Os métodos para análises de alimentos diferem muito das análises quantitativas inorgânicas.
Carboidratos, gorduras, óleos e proteínas são determinados por reações características de certos componentes
comuns. Muitas vezes a reação usada não tem um ponto final definido e é complicada por outras reações
simultâneas e consecutivas. Quando há possibilidade de empregar métodos exatos como na determinação do
Nitrogênio total orgânico, um fator arbitrário é usado para expressar o resultado em termos do constituinte
desejado, ou seja, o teor de proteína.
Existem métodos adicionais, bioquímicos, físicos, bacteriológicos e biológicos para interpretar os
resultados de forma acurada. Precisamos conhecer os processos envolvidos. Para determinados tipos de
alimento, existem métodos desenvolvidos empiricamente e que são mais precisos ou reprodutíveis do que
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exatos ou corretos. A reprodutibilidade de métodos desenvolvidos empiricamente, adaptados sob certas
condições, tem grande influência nos resultados.
O conhecimento para a realização das análises é limitado pela complexidade das reações usadas, pela
presença de substâncias interferentes e pela inespecificidade do próprio método. O preparo de amostras para
análise envolve a separação e a concentração do constituinte a ser determinado e a remoção dos elementos
interferentes que são os maiores responsáveis pela limitação dos métodos. Há necessidade de equipamentos de
laboratório específicos para essas análises.
O analista deve avaliar o que é geral e o que é particular para evitar procedimentos desnecessários.
Análises de alimentos não são receitas culinárias para serem seguidas
cegamente para obter os resultados desejados. É importante a limpeza do laboratório, a atenção escrupulosa às
técnicas e a precisão dos resultados. Bons analistas são pessoas com características particulares, pessoas muito
nervosas e de temperamento errático não são as mais indicadas.
Sempre se deve ter em mente a perecibilidade do produto analisado e a sua suscetibilidade às
transformações químicas e às variações das propriedades físicas.
Modificações mais acentuadas ocorrem nos alimentos não processados, animais e vegetais, alterações
rápidas nas atividades das enzimas presentes nos tecidos e deterioração microbiana. A ação enzimática é
responsável por muitas dificuldades inerentes a uma análise acurada dos tecidos vivos.
2. AMOSTRAGEM
É o conjunto de operações necessárias à tiragem da amostra. As muitas especificações do estado
físico, tamanho e forma dos produtos alimentícios resultam em variadas operações de amostragem.
Na tomada da amostra devemos ter em mente alguns aspectos importantes: prejuízo econômico
significativo e representatividade da contra amostra.
Procede-se inicialmente tirando a raiz quadrada do todo. Se essa quantidade for grande
demais, pode-se reduzi-la à metade; se ainda for grande, reduz-se utilizando a resultante da raiz cúbica e até da
raiz cúbica sobre dois, conforme tabela a seguir.
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De acordo com a apresentação do alimento podemos destacar algumas particularidades na tomada
das amostras.
A forma e o material utilizados no embalamento, não alteram a tomada de amostra, o que não
acontece com o volume da amostra.
Quando as amostras se apresentam com embalagens de tamanho pequeno ou médio, a amostragem
consiste em colher unidades fechadas originais.
Quando o alimento se encontra em embalagens grandes, transfere-se o conteúdo para vidros ou
caixas de papelão adequadas, sem esquecer da prévia homogeneização.
a) alimentos líquidos – são colocados em garrafas ou frascos de vidro de 250 a 1000 ml, limpos e de
fechamento hermético. As tampas ideais são as de vidro esmerilhado, porém rolhas plásticas, de borracha ou
cortiça, que asseguram o vedamento, podem ser utilizadas.
Deve-se ter o cuidado de homogeneizar o alimento, além de se anotar o nível em que foi colhida a
amostra.
b) alimentos semi- sólidos – coloca-se em vidros de boca larga a quantidade de alimento estabelecida
segundo as normas. Quando se trata de pequenas quantidades, o método mais usado é o do quarteio, que
consiste em fazer dois cortes perpendiculares, separando uma das partes. Se uma parte não for suficiente,
tornam-se duas partes opostas; quando a quantidade do alimento for grande, tira-se pequenas porções de cada
parte.
Depois de uma perfeita homogeneização, as amostras são divididas em três partes que irão cumprir
funções diferentes. Duas irão para o laboratório, sendo que uma delas servirá para análise propriamente, e a
outra será reservada para verificação ou retificação dos resultados. A terceira amostra ficará em poder do
interessado para contraprova da análise.
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2.7. Tipos de análises de controle de qualidade em alimentos
Todo alimento antes de chegar ao consumidor deve ser altamente controlado por inspeção e
fiscalização. Uma maneira de controlar o fluxograma de uma empresa é através do controle de recebimento
de matéria- prima e sua possível identificação e certificação de qualidade. Esta verificação pode ser feita de
várias maneiras, quando a empresa já possui o laboratório fica mais fácil de controlar seus produtos, quando
isto não é possível devido a questão de custos a empresa terceiriza esta função. A MAIORIA DOS
PRODUTOS COMERCIALIZADOS NA ÁREA DE ALIMENTOS PASSA POR PRICIA DE CONTROLE
DE QUALIDADE DE NOS LABORATRIOS DE :
Microbiologia
Físico–química ou bromatologia
Microscopia
Análise sensorial
Separar em quatro partes conforme o método do quarteio, retirar duas partes opostas e misturar as
duas restantes separadamente outra vez em quatro partes, se for necessário. Repetir esta operação
até conseguir material suficiente para as análises.
Filtrar, se necessário;
Produtos gaseificados, retirar o gás transferindo a amostra para béquer e agitar com bastão de
vidro;
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Homogeneizar e guardar em frascos com rolha esmerilhada.
Todos os alimentos qualquer que seja o processo de industrialização que foram submetidos, contém
água. Este conteúdo pode variar entre 60 a 95% nos alimentos naturais.
Na Química Bromatológica seu estudo visa, especialmente as condições de potabilidade e seus teores
nos alimentos.
A distribuição da água nos alimentos é influenciada pela maneira que a mesma se dispõem no interior do
mesmo. Desta forma se encontram a água ligada nos alimentos atavés das macromoléculas que é chamada de
umidade e a forma livre não ligada as macromoléculas a chamada atividade de água. Amabas são de suma
importância a caracterização e boa qualidade dos alimentos tanto nas características organolépticas quanto
bromatológicas, sensoriais,influenciando na cor, sabor, textura, viscosidade, etc...
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b) Umidade
Lembrando que a verificação do valor de cada alimento para qualquer análise deve ser corrigido e
verificado pela legislação.
5. Densimetria:
Medida simples e comum na Análise de alimentos - Principalmente utilizada para amostras líquidas
5.1. Aplicação:
5.2. Picnometria
É uma técnica laboratorial utilizada para fazer a determinação da massa específica e da densidade de
líquidos (amostras líquidas).
Pode também determinar-se a massa específica e a densidade de sólidos, devendo antes ser dissolvido.
O picnômetro é uma vidraria especial utilizada na picnometria, que possui baixo coeficiente de
dilatação. Consiste na medida do peso de um volume conhecido em um frasco calibrado (volume e peso),
vários modelos.
Erros do método:
Evaporação do líquido durante a pesagem: líq voláteis precisam de picnômetros com tampa no
braço lateral.
Absorção de umidade ambiente na superfície externa do frasco durante a pesagem.
Flutuações de temperatura.
Presença de bolhas.
“Princípio de Arquimedes” – Um corpo total ou parcialmente imerso em um líquido flutua por uma força igual
ao peso do líquido deslocado”
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Função: Determinação de densidades de líquidos não voláteis e não higroscópicos.
Descrição: Consiste de uma balança comum de pratos adaptada para medir densidade.
Adaptação é feita trocando-se o prato de um dos braços por um cilindro de vidro ou metal.
Este cilindro é mergulhado numa Coluna de líquido. O volume do Cilindro é calibrado com água
Fundamenta-se no princípio de que o mesmo corpo desloca pesos iguais de qualquer líquido em que ele
flutue.
HIDRÔMETROS:
São cilindros ocos de vidro que têm no fundo largo e pesado e uma Haste superior estreita.
Parte inferior é pesada devido a presença de um metal de peso apropriado, de modo que o hidrômetro
mergulhe numa profundidade que a haste superior esteja em parte dentro do líquido.
O peso do hidrômetro deve ser menor que aquele do líquido que ele desloca.
Quanto mais fundo o hidrômetro mergulhar, menor será a densidade.
Alcoômetros: Utilizados para determinar a porcentagem de álcool por volume, escala graduada
de 0 a 100% com divisões de 1%.
Hidrometros de Baumé: (2 tipos) Para líquidos mais pesador (água e sal) e mais leves do que a
água (água e óleo)
Sacarômetros: Estes podem ser em % de açúcar ou em °Brix a 20 °C.
Salômetro: Para determinação de % de sal em salmoura.
Lactômetros: Usados para determinar adulteração em leite como adição de água
Oleômetros: Usados para determinação da densidade dos vários tipos de óleos, com escala de
0,870 a 0,897.
7. Refratometria
Lei de Snell -Descartes, também conhecida como lei de Snell ou lei de Descartes ou ainda,
simplesmente, lei de refração, se resume a uma expressão que dá o desvio angular sofrido por um raio de luz
ao passar para um meio diferente do qual ele estava percorrendo. Cada meio apresenta um tipo "resistência" a
passagem da radiação. Essa resistência também depende do comprimento de onda da radiação. Essa tal
"resistência" é conhecida como índice de refração (n) uma grandeza adimensional definida pela expressão:
17
onde c = 3 x 108 m/s é a velocidade da luz no vácuo e v é a
velocidade da luz num certo meio.
Portanto, concluímos que o índice de refração aumenta com a frequência. Quanto "maior" a frequência,
"maior" o índice de refração.
Considerando um sistema estático (fonte, receptor e meio parados) a freqüência da onda propagada é
constante ou seja não muda durante a refração ou reflexão, isso nos leva a escrever a relação.
18
O índice de refração (também conhecido pela variável nD) além de mudar com o comprimento de onda
também muda com a temperatura. Na tabela abaixo temos um exemplo do índice de refração da água destilada
em diferentes temperaturas.
Consideremos dois meios transparentes 1 e 2 e um feixe de luz dirigindo-se de 1 para 2. Para que haja
feixe refratado é necessário que n1 n2 .
Quando n1 = n2, não há luz refletida e também não há mudança na direção da luz ao mudar de meio;
dizemos que há continuidade óptica.
Quando temos um bastão de vidro dentro de um recipiente contendo um líquido com o mesmo índice
de refração do vidro, a parte do bastão que está submersa, não refletindo a luz, fica "invisível".
O raio incidente, o raio refratado e a normal, no ponto de incidência, estão contidos num mesmo
plano.
Matematicamente temos:
A Segunda Lei da Refração foi descoberta experimentalmente pelo holandês Willebrord van Royen
Snell (1591-1626) e mais tarde deduzida por René Descartes, a partir de sua teoria corpuscular da luz. Nos
Estados Unidos, ela é chamada de Lei de Snell e na França, de Lei de Descartes; em Portugal e no Brasil é
costume chamá-la de Lei de Snell-Descartes.
Observando a equação [3], concluímos que, onde o ângulo for menor, o índice de refração será maior.
Explicando melhor: se 1 2 , o mesmo ocorre com seus senos, sin 1 sin 2 ; logo, para manter a igualdade
da equação [3], n2 n1 . Ou seja, o menor ângulo θ2 ocorre no meio mais refringente, n2. Quando a
incidência for normal, não haverá desvio e teremos 1 2 0 .
A lei de Snell é válida para qualquer ângulo de incidência. Assim sendo, considerando n1 como sendo
ar, para θ1 igual a 900,
20
7.4. Escala BRIX
Brix (símbolo °Bx) é uma escala numérica que mede a quantidade de sólidos solúveis em uma solução
de sacarose. A escala Brix é utilizada na indústria de alimentos para medir a quantidade aproximada de
açúcares em sucos de fruta, vinhos e na indústria de açúcar. A escala de brix, criada por Adolf F. Brix (1798 -
1870), foi derivada originalmente da escala de Balling, recalculando a temperatura de referência de 15,5 °C.
A quantidade de sólido solúvel é o total de todos os sólidos dissolvidos em água, começando com
açúcar, sal, proteínas, ácidos e etc e os valores de leitura medido é a soma de todos eles. Uma solução de 25
°Bx tem 25 gramas do açúcar da sacarose por 100 gramas de líquido. Ou, para colocar de outra maneira, é 25
gramas do açúcar da sacarose e 75 gramas da água nos 100 gramas da solução. O instrumento usado para
medir a concentração de soluções aquosas é o refratômetro.
Obs. No arquivo em anexo é apresentado uma tabela de conversão do índice de refração do láquido
para a escala BRIX.
7.5. Refratômetros
21
7.5.1. Refratômetros de bancada.
No refratômetro de Abbe se mede o ângulo limite da reflexão total, sendo que é possível se
distinguir dois métodos de medição: um por transmissão onde a luz incide rasante, e outro por
reflexão através da reflexão total (fig.3).
2) Olhe pela ocular do refratômetro e observe a escala que aparece no campo visual. Faça as
divisões e os números da escala ficarem nítidos, ajustando a distância focal com a ocular do
instrumento;
1. proveta 100ml
2. picnômetro
23
3. balança analítica
4. vidro de relógio
5. pipeta
REAGENTES
1. leite
2. uva
Material:
Refratômetro de bancada do tipo ABBE.
Reagentes: água destilada, etanol, glicerol
a) Pese em um béquer 40g de sacarose e junte água apenas o suficiente para a completa dissolução
do açúcar. Transfira a solução obtida para um balão volumétrico de 200ml, complete o volume com
24
água, agite bem e obtenha, assim, uma solução de 20% (massa/volume) ou a 0,20 g/ml de sacarose.
b) A partir dessa primeira solução, usando pipetas e balões volumétricos de 100ml, prepare as
outras soluções da seguinte maneira:
- solução a 15% (ou a 0,15g/ml): tome 75ml da solução a 20% e complete 100ml com água;
- solução a 10% (ou a 0,10g/ml): tome 50ml da solução a 20% e complete 100ml com água;
- solução a 5% (ou a 0,05g/ml): tome 50ml da solução a 10% e complete 100ml com água;
- solução a 2,5% (ou a 0,025g/ml): tome 50ml da solução a 5% e complete 100ml com água.
Após preparar cada solução e antes de obter a seguinte, homogeneíze-a com boa agitação.
c) Determine o índice de refração de cada uma destas cinco soluções e também da água pura.
Comece com a água e prossiga com as soluções mais diluídas.
Pesagem da amostra: Deve ser a mais precisa possível e rápida, visando a menor absorção de
umidade do meio ambiente.
Considerações importantes:
Pinça metálica: deve ser sempre utilizada ao transportar a cápsula do dessecador para a
balança e dessa para a estufa, evitando a transferência de umidade e gordura das mãos do
manipulador.
25
Sílica gel: possui a função de absorção de umidade. Verificar se estão contidas no
dessecador e na balança. Quanto mais transparentes (incolor) a sílica estiver, significa
presença de umidade elevada.
Procedimento
OBS: todas as etapas devem ser feitas com luvas ou outros acessórios
que impeçam o contato direto das mãos com os equipamentos.
Cálculos
% de Umidade = (massa cadinho + amostra úmida) – (massa cadinho + amostra seca) x 100
(massa cadinho + amostra úmida) – massa do cadinho
Procedimento
Secagem do prato de alumínio:
Preparar o prato com papel-alumínio e posicioná-lo no centro do
equipamento;
Ligar o aquecimento direto a 105°C por 30 segundos;
Não tocar o prato com as mãos sem a proteção de luvas.
Determinação da umidade:
Sem remover o prato ou tocá-lo, apertar a tecla “Tare” e selecionar 105°C de temperatura;
Pesar de 3 a 5 gramas de amostra diretamente na balança, tomando o cuidado de espalhá-la bem
pela superfície do prato;
Fechar a balança para iniciar o aquecimento e aguardar 5 minutos;
Anotar a massa final, remover o prato e descartar todo o conjunto;
Repetir este processo por mais duas vezes, obtendo-se uma média aritmética.
26
Cálculo
O conteúdo de cinzas ou RMF de um alimento é o resíduo inorgânico que permanece após a queima
da matéria orgânica.
Quantidade de cinzas de alguns produtos: Produtos lácteos (+-0,7-0,6%), cereais (+-0,3-3,3%),
produtos cárneos (+-0,5-6,7), frutas secas (+-0,3-2,1) e outros;
A cinza obtida não tem necessariamente a mesma composição que a matéria mineral presente
originalmente no alimento, pois pode haver perda por volatilização ou alguma interação entre os
constituintes da amostra. Os elementos minerais se apresentam na cinza sob a forma de óxidos,
sulfatos, fosfatos, silicatos e cloreto. A composição da cinza vai depender da natureza do alimento e
do método de determinação utilizado.
Em alimentos, o elevado teor de cinzas ou a baixa alcalinidade podem ser tomados como indicativo
de adulteração, constituindo-se parâmetros de avaliação da qualidade.
Os baixos teores de cinza solúveis em água e a alcalinidade (expressa em termos de sais alcalinos)
constituem indicativos de adulteração.
a) Cinza seca: É mais comumente utilizada para determinação de cinza total, onde as cinzas são
determinadas a partir do resíduo seco da amostra. A primeira fase da determinação das cinzas
consiste na carbonização da matéria orgânica, realizada em Bico de Bunsen, seguida de incineração
em forno mufla à temperatura entre 500 e 550° por um período de 4 às 6h, dependendo do tipo de
produto.
Em determinados casos depois de transcorrido o tempo de incineração, as cinzas podem apresentar-
se de cor cinza escuro. Neste caso, deve-se resfriar as cinzas e adicionar 2 a 3 gotas de água e
retomar ao aquecimento por mais 1h. Este procedimento visa provocar a dispersão do resíduo
orgânico.
Tamanho das partículas e espessura da amostra: Quanto mais triturada for à amostra, mais fácil
será sua carbonização, devido maior superfície de contato.
O cadinho devera estar a mais de 24h em estufa: Para que toda umidade tenha sido removida.
27
Higienização: é de extrema importância que esta seja bem feita, as sujidades podem alterar o
resultado final.
Pesagem da amostra: Deve ser a mais precisa possível, bem como rápida; visando a menor
absorção de umidade possível do meio.
Volume do cadinho x volume a ser pesado: deve existir proporção na quantidade da amostra e na
capacidade do cadinho, para não haver perdas durante a carbonização.
Segurar o cadinho por fora: caso a pinça toque a amostra poderá haver retirada de parte desta,
comprometendo o resultado.
Considerações importantes:
MATERIAL
Equipamentos:
Balança analítica eletrônica;
Estufa estabilizada a 105°;
Forno mufla estabilizada a 550°C;
Vidraria:
Dessecador com sílica gel;
Acessórios:
Cadinho de porcelana;
Pinça Metálica;
Espátula metálica;
Tela de amianto;
Tripé de amianto;
Bico de Bunsen (ou manta aquecedora);
28
Outros materiais: Luvas antitérmicas.
Procedimento:
1 - Aquecer o cadinho em forno mufla a 550ºC, durante 30 minutos;
2 - Esfriar o cadinho em dessecador, cerca de 30 minutos, e pesar em balança analítica;
3 - Adicionar, cerca de 2-3 gramas da amostra homogeneizada, e anotar o peso bruto;
4 - Carbonizar completamente a amostra em bico de Bunsen, tomando o cuidado de não deixar a
amostra entrar em combustão;
5 - Transferir o cadinho com a amostra ao forno mufla a 550ºC, e deixar incinerar até que as cinzas
se tornem brancas ou acinzentadas (cerca de 1 hora);
6 - Esfriar o cadinho em dessecador, até atingir temperatura ambiente (cerca de 40 minutos) e pesar.
#1: A temperatura não deverá ultrapassar 550ºC, pois os minerais (cloretos) podem se perder por
volatilização de substâncias.
#2: Se as cinzas não estiverem brancas, adicionar algumas gotas de água destilada, secar em bico de
bunsen e levar ao forno mufla.
Cálculo
(Peso cadinho + Cinzas ) - (Peso cadinho )
% Cinzas x100
(Peso cadinho + Amostra úmida ) - ( Peso cadinho)
Reação:
NaCl +AgNO3 AgCl +NaNO3
10. PROTEÍNAS
A síntese das proteínas nas células vivas é influenciada pelo sistema enzimático, e a ligação
peptidica repetidas várias vezes formando cadeias longas de resíduos de aminoácidos.
PROTEÍNAS: Compostos de alto peso molecular formada por cadeias de aminoácidos unidos entre
si por ligações peptídicas.
As propriedades de uma proteína são determinadas pelo número e espécie dos resíduos de
aminoácidos e pela sua seqüência.
Nem todos os aminoácidos estão presentes nas proteínas e alguns estão em grande
quantidade. Exemplo é a hidroxiprolina que constitui 12% do colágeno, aproximadamente.
A degradação da proteína seja química (ácida ou alcalina) ou enzimática leva a formação de
aminoácidos.
a) SIMPLES: São aquelas que por hidrólise nos fornecem aa como únicos
produtos:
a.1) Albuminas: altamente solúvel em água : clara do ovo; leite; ervilha
a.2) Globulinas: insolúveis em água: músculos; ervilha;
a.3) Glutelinas: somente em vegetais: trigo; arroz
a.4) Prolaminas: somente em vegetais: trigo, centeio, milho, cevada
a.5) Protaminas: produtos de peixes
a.6) Histonas: ácidos nucléicos
a.7) Escleroproteínas: queratina, colágeno
c) DERIVADAS: Não são encontradas na natureza, mas obtida da hidrólise das simples e/ou
conjugadas pela ação de ácidos, bases ou enzimas.
30
c.1) derivadas primárias: obtidos por processos brandos de decomposição
c.2) derivados secundários: mistura complexa de uma moléculas de diferentes tamanhos e diferente
composição de aminoácidos e diferentes propriedades.
A. Análise de carbono
· digestão mais fácil do que para o nitrogênio;
· menores erros no resultado por causa da maior quantidade em relação ao nitrogênio;
· fator de correção mais constante que para o nitrogênio:
· maior dificuldade em separar os carbonos pertencentes à proteína dos carbonos de outros
componentes.
B. Análise de nitrogênio
· é a determinação mais utilizada;
· considera que as proteínas têm 16% de nitrogênio em média (vai depender do tipo de proteína);
· fator geral na transformação de nitrogênio para proteína é de 6.25.
16g N -------- 100 g proteínas
n g N -------- x g proteínas
31
x= n x 100 = n x 6,25 g proteínas
16
Este fator de conversão dá erros quando o conteúdo em N de um alimento é muito
diferente de 16%. Nestes casos, existem os fatores de conversão específicos para cada alimento:
- Trigo: 5,70; - leite: 6,38; - gelatina: 5,55.
Este método determina N orgânico total, isto é, o N protéico e não protéico orgânico.
Porém, na maioria dos alimentos, o N não protéico representa muito pouco no total. A razão entre
o nitrogênio medido e a proteína estimada depende do tipo de amostra e de outros fatores. Por
exemplo, no trigo esta razão é afetada pela variedade, condições de crescimento e quantidade e
tipo de fertilizante utilizado. Para converter o nitrogênio medido para proteína, devemos
multiplicar o conteúdo de nitrogênio por um fator arbitrário, que representa um fator médio para o
material em estudo, que é 5,7 para trigo e 6,25 para alimentos em geral.
O procedimento do método baseia-se no aquecimento da amostra com ácido sulfúrico para
digestão até que o carbono e hidrogênio sejam oxidados. O nitrogênio da proteína é reduzido e
transformado em sulfato de amônia. Adiciona-se NaOH concentrado e aquece-se para a liberação
da amônia dentro de um volume conhecido de urna solução de ácido bórico, formando borato de
amônia. O borato de amônia formado é dosado com uma solução ácida (HCI) padronizada. Existe
uma segunda maneira de recolher a amônia, em urna solução ácida (H2S04 padrão) em excesso, e
depois titular o ácido que não reagiu com a amônia, com uma solução básica padronizada (NaOH).
Esta segunda maneira tem a desvantagem de necessitar de duas soluções padronizadas e também
de fazer a determinação indiretamente.
32
H2SO4 NaOH H3BO3 HCl
Amostra (NH4)2SO4 NH3 (NH4)3BO3 NH4Cl
(N orgânico)
Adição de excesso de H2S04 padrão: com o ácido não reagido, faz-se a titulação com
NaOH padrão.
CÁLCULOS
Reação do biureto
Biureto é o nome dado à estrutura originada a partir da decomposição da uréia, quando essa é
submetida a uma temperatura de, aproximadamente, 180oC:
33
Assim, a reação de peptídeos e proteínas com o sulfato de
cobre recebeu o nome de Teste do Biureto, e é utilizada para
pesquisa de ligações peptídicas.
Material
* Preparo do reagente de biureto: dissolva 1,5g de sulfato de cobre (CuSO4 . 5H2O) e 6,0g de
tartarato duplo de sódio e potássio (KNaC4H4O6 . 4H2O) em 500 mL de água destilada. Adicione,
sob agitação constante, 300 mL de solução de NaOH 10%. Adicione 1g de iodeto de potássio (KI).
34
Complete o volume para 1L com água destilada e guarde o reagente em frasco âmbar. Esse reagente
conserva-se por tempo indefinido.
a.2. Procedimento
35
11.1. Classificação e nomenclatura dos carboidratos:
Fórmula geral: Cn(H2O)m
São classificados de acordo com seu tamanho molecular em:
11.1.1. MONOSACARÍDEOS
- São carboidratos simples, possuem cadeia não ramificada, e não podem ser hidrolisados;
- Fórmula geral dos monossacarídeos: Cn(H2O)m onde n=m;
- São chamados de polihidroxialdeídos (aldoses), ou polihidroxicetonas (cetoses) conforme o grupo
funcional que apresentam (aldeído: O=C-H, cetona: C=O);
- São classificados de acordo com o número de átomos de carbono que contém. Exemplos de
monossacarídeos comumente encontrados:
● 3 carbonos: trioses (gliceraldeído); ● 6 carbonos: hexoses (glicose, frutose, galactose,
● 4 carbonos: tetroses (eritrose e treose); etc..)
● 5 carbonos: pentoses (ribose, xilose); 7 carbonos: heptoses (heptulose).
- Os monossacarídeos presentes nos alimentos apresentam normalmente 6 carbonos. Exemplos:
36
Os monossacarídeos são podem ser mostrados em uma estrutura aberta, dada pela
projeção de Fisher, esta projeção mostra os monossacarídeos no espaço bidimensional. Através
das estruturas mostradas nesta projeção (Figura abaixo), observa-se que a glicose e a frutose
possuem mesma fórmula molecular (C6H12O6 – com m=n=6). No entanto, apresentam grupos
funcionais diferentes, enquanto a glicose é uma aldose (com um grupo aldeído), a frutose é uma
cetose (com um grupo cetona). Em ambas as estruturas o átomo de carbono da carbonila (C=O) é
chamado de carbono anomérico, é o carbono que reage com a hidroxila formando a estrutura
cíclica, na glicose: C1 e na frutose: C2.
37
Figura: À esquerda
- estruturas cíclicas D-glicopiranose e D-glicofuranose. À direita – estruturas cíclicas da D-
frutofuranose e D-frutopiranose.
A ligação hemiacetálica que forma o anel (estrutura cíclica) converte o átomo de carbono
da carbonila (que faz a ligação hemiacetálica) em um centro quiral, ou seja, o carbono passa a ser
assimétrico, já que pode se ligar com quatro substituintes diferentes. A forma cíclica ocorre,
portanto, com um par de isômeros óticos, chamados de e anômeros, e sua configuração
depende da posição da hidroxila (OH) no carbono quiral, quando estiver para baixo, será e
quando estiver para cima, . Estes isômeros são de suma importância no estudo dos carboidratos e
recebem o nome de anômeros.
As Figuras abaixo mostram os isômeros e da glicose e da frutose. A glicose está
representada como um piranose (glicopiranose: estrutura cíclica com 6 C) e frutose está
representada como uma furanose (frutofuranose: estrutura cíclica com 5 C).
38
Os monossacarídeos com mais de cinco átomos de carbono, quando dissolvidos em água,
apresentam o fenômeno da mutarrotação, que consiste na mudança gradativa da rotação óptica
até alcançar um ângulo de equilíbrio. Esse comportamento se deve ao fato de que esses
compostos apresentam duas estruturas espaciais possíveis (isômeros α e β), uma das quais se
transforma na outra durante a dissolução, até que um estado de equilíbrio, onde ambas as
estruturas coexistem, seja alcançado. Esta mistura de equilíbrio contém 63,6% do anômero ,
36,4% do anômero e 1% da forma aberta linear.
As estruturas cíclicas da glicose e da frutose são exemplos de açúcares (monossacarídeos)
redutores. Porque os átomos de C1 da glicose (aldose) e C2 da frutose (cetose) são carbonos
anoméricos, também chamados de redutores, pois contém o grupo hidroxila redutor.
Os açúcares redutores são suscetíveis a oxidação por vários agentes oxidantes contendo
íons cúpricos (Cu2+), como soluções de Fehling ou Benedict.
Estudaremos as reações das quais os açúcares redutores participam mais adiante.
11.1.2. DISSACARÍDEOS:
São dois monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas. Ex: sacarose (glicose + frutose),
maltose (glicose + glicose), lactose (glicose + galactose).
Ligação glicosídica: é formada entre o grupo hidroxila (anomérico ou redutor) de um átomo de
carbono anomérico com um grupo hidroxila de outra molécula, com eliminação de uma molécula
de água (H2O).
As ligações glicosídicas são, portanto, ligações intermoleculares (ocorre entre duas moléculas
diferentes). O produto resultante da ligação glicosídica é um glicosídeo.
Quando o glicosídeo é formado por 2 monossacarídeos temos os dissacarídeos.
11.1.3. SACAROSE:
É o dissacarídeo mais comum; conhecido como açúcar de mesa, encontrado na cana-de-açúcar,
beterraba, açúcar mascavo, mel.
A sacarose é formada pela ligação glicosídica entre dois monossacarídeos, a -D-glicose
(piranose) e a -D-frutose (furanose).
A ligação glicosídica da sacarose é representada por , (1→2), o que indica que a ligação
ocorre entre os carbonos C1 da -D-glicose e C2 da -D-frutose. A ligação ocorre, portanto entre
os dois carbonos anoméricos, C1 da glicose (piranose) e C2 da frutose (furanose). Esta ligação é
mostrada na Figura abaixo.
39
A sacarose é um açúcar não-redutor, observando a estrutura da molécula de sacarose, observa-
se que esta não possui terminação redutora livre (estão comprometidas na ligação glicosídica).
A sacarose também não apresenta atividade ótica (mutarrotação), porque não contém carbono
anomérico livre.
11.1.4. MALTOSE:
É o açúcar do malte, não ocorre em abundância na natureza, e é usada na indústria de
alimentos em fórmulas para alimentação de crianças e outras bebidas (como a cerveja).
A maltose é obtida por fermentação e pela hidrólise do amido.
A maltose é um dissacarídeo resultante da ligação glicosídica entre duas D-glicoses (a primeira
glicose é sempre , enquanto a segunda pode ser ou ), resultando em -Maltose e -Maltose,
respectivamente.
A ligação glicosídica da maltose é representada por (1→4), porque ocorre entre a hidroxila
do carbono anomérico (C1) de uma D-glicose com a hidroxila do C4 de outra D-glicose (como
mostrado nas Figuras abaixo).
Dessa forma, a segunda glicose permanece com seu carbono anomérico (C1) livre, assim a
maltose pode coexistir nas formas e , apresentando, portanto mutarrotação. Além disso, o fato
da maltose possuir um carbono anomérico livre também lhe confere a característica de ser um
açúcar redutor.
As Figuras abaixo mostram a α-Maltose e a -Maltose.
α-Maltose: resultante da ligação glicosídica entre as hidroxilas do C1 de uma -D-
glicose com uma hidroxila do C6 de outra -D-glicose;
-Maltose: resultante da ligação glicosídica entre a hidroxila do C1 de uma -D-
glicose e a hidroxila do C4 de uma -D-glicose.
Figura: -Maltose com ligação glicosídica entre as hidroxilas do C1 de uma -D-glicose com
uma hidroxila do C6 de outra -D-glicose.
40
Figura: -Maltose com ligação glicosídica entre a hidroxila do C1 de uma -D-glicose e a
hidroxila do C4 de uma -D-glicose
11.1.5. LACTOSE:
É o açúcar do leite (não ocorre em plantas); o leite humano contém cerca de duas vezes mais
lactose do que o leite de vaca; e sua importância clínica deve-se ao fato de pessoas com
intolerância a lactose não produzirem a enzima lactase (não hidrolisam a lactose).
A ligação glicosídica da lactose é representada por (1→4), porque é um dissacarídeo
resultante da ligação glicosídica entre a hidroxila do C1 (C anomérico) da -D-galactose com a
hidroxila do C4 de uma D-glicose.
Na Lactose, a D-glicose pode ser ou , logo, a Lactose apresenta mutarrotação, entre os
isômeros -Lactose e -Lactose (como mostrado nas Figuras abaixo).
A lactose também apresenta capacidade redutora porque possui o carbono anomérico livre na
D-glicose.
11.1.6. OLIGOSSACARÍDEOS
São glicosídeos que contêm de 3 a 10 unidades de monossacarídeos, unidos por ligações
glicosídicas (alguns autores consideram os dissacarídeos como oligossacarídeos).
Os oligossacarídeos são considerados alimentos prebióticos:
- Alimentos prebióticos são alimentos não digeríveis, como as fibras, que beneficiam o
estímulo seletivo, crescimento e a atividade das bactérias do cólon intestinal. A ingestão de
prebióticos estimula o aumento (crescimento) das bifidobactérias presentes no organismo.
Como exemplo de oligossacarídeo pode-se citar os frutoligossacarídeos e a inulina.
Frutoligossacarídeos (FOS):
- São componentes de origem natural. Podem ser encontrados em quantidades expressivas em
alimentos como: cebola, banana, alcachofra, chicória, alho, raízes de almeirão, beterraba;
41
- Além das fontes naturais dos FOS, estes também podem ser obtidos industrialmente;
- O emprego e a utilização de FOS como ingredientes alimentares tem crescido
consideravelmente devido suas características de fibra, além de não interferirem nas propriedades
organolépticas dos produtos;
- O notável interesse pelos FOS advém do fato desses compostos serem resistentes às enzimas
digestivas e, portanto não-digeridos pelo organismo humano, conseqüentemente, chegam ao
intestino grosso intactos, e podem ser fermentados pelas bactérias anaeróbicas presentes no cólon;
- Os FOS são chamados de “açúcares não convencionais”, e têm impacto na indústria de
alimentos devido às suas excelentes características funcionais,
- Os FOS são ingredientes alimentares ideais para a indústria de alimentos por permitirem
aplicação em várias áreas. São indicados para formulações dietéticas (como sorvetes, cremes
vegetais, patês e sobremesas) e adicionados em barras de cereais e biscoitos para elevar o
conteúdo de fibras alimentares, além de bebidas lácteas e leites fermentados;
- quimicamente os FOS são formados por uma unidade de glicose unida a duas ou três frutoses.
Figura : Frutoligossacarídeo.
11.1.7. POLISSACARÍDEOS
42
● Homopolissacarídeos (homoglicanos): contêm apenas um tipo de monossacarídeo. Ex:
amido, celulose e glicogênio.
● Heteropolissacarídeos (heteroglicanos): formados por dois ou mais tipos de diferentes
de monossacarídeos. Ex: ácido hialurônico, heparina.
11.2. AMIDO
O amido é a fonte de reserva mais importante nos vegetais e pode ser encontrado em
raízes, sementes e tubérculos. São fontes de amido: milho, arroz, batata, mandioca, feijão, trigo e
outras.
Os diferentes amidos apresentam diferentes funções e são utilizados na indústria de
alimentos com diferentes propósitos, como: nutricional, tecnológico, funcional, sensorial e
estético.
Estrutura do amido:
O amido é um homopolissacrídeo depositado nos cloroplastos das células.
O amido ocorre na forma de grânulos, de formato arredondado e irregular, variando
bastante em tamanho (2 a 100m). A forma e o tamanho dos grânulos são característicos de cada
espécie de planta e são úteis para identificar a origem de um amido ou de uma farinha.
Figura: Amilose.
43
Já a amilopectina apresenta uma estrutura altamente ramificada, constituída por cadeias
lineares de aproximadamente 20 a 30 unidades de -D-glicoses unidas por ligações glicosídicas
(1→4); enquanto as cadeias estão unidas entre si por ligações glicosídicas (1→6) nos pontos
de ramificação. Na Figura abaixo pode ser observada a estrutura da amilopectina.
Figura: Amilopectina
44
intumescer e a tornar-se viscoso) é chamado de ponto de gelatinização ou temperatura de
gelatinização.
Como este ponto não é bem definido utiliza-se normalmente o termo faixa de temperatura
de gelatinização. E esta faixa de gelatinização varia para grânulos de amido de diferentes origens.
Durante a gelatinização o grânulo de amido incha, e a viscosidade da suspensão aumenta,
formando uma pasta (gel) onde o grânulo apresenta máxima transparência. Se o aquecimento é
continuado além da temperatura de gelatinização (quando a viscosidade é máxima) ocorre a
degradação do amido.
À medida que o amido gelatiniza, aumenta a suscetibilidade ao ataque de enzimas que
hidrolizam o amido, além disso, os grânulos inchados da pasta também podem ser facilemente
quebrados ou desintegrados nos processos de moagem ou agitação intensa.
45
● Oxidação (modificação química): o amido é tratado com agente oxidante e suas
hidroxilas livres são oxidadas a carboxilas. Os amidos oxidados formam géis mais claros e
mais moles.
● Ligações cruzadas (modificação química): resulta da introdução de ligações éster nas
hidroxilas entre as cadeias de amido. Esse amido é denominado amido com ligações
cruzadas, evita que o grânulo aumente de volume e proporciona maior estabilidade ao
calor e agitação e reduz sua tendência à ruptura. Usos: alimentos infantis, temperos de
saladas, coberturas, com função de espessar e estabilizar.
46
Para a produção do açúcar invertido, dois métodos de inversão (hidrólise) da sacarose podem
ser usados: a hidrólise enzimática (catalisada pela enzima invertase) e a hidrólise ácida (catalisada
por um ácido).
O açúcar invertido é um ingrediente bastante utilizado pela indústria alimentícia. É usado
principalmente na fabricação de balas, doces e sorvetes, pra evitar que o açúcar cristalize e dê ao
produto final uma desagradável consistência arenosa.
Principais características do açúcar invertido nos alimentos:
- Aumento do sabor doce (a frutose apresenta maior poder edulcorante);
- Diminuição da velocidade de cristalização, devido a maior solubilidade da frutose (é o
mais solúvel dos açúcares)
47
A reação de Maillard é uma reação de escurecimento não enzimático, caracterizada pela
junção do grupo carbonila dos açúcares redutores com o grupo amínico dos aminoácidos de
proteínas ou peptídios. Esta é uma reação extremamente complexa que se desenrola numa série de
etapas onde ocorrem combinações; rearranjos (chamados arranjos de Armadori); a formação da
base de Schiff; a degradação de Strecker e algumas reações intermediárias, onde, de algumas
delas surgem o furfural ou o hidroximetilfurfural, que é polimerizado, originando as
melanoidinas.
As alterações ocorridas durante a reação de Maillard reduzem a solubilidade e o valor
nutritivo das proteínas (podem ocorrer perdas de aminoácidos essenciais).
As melanoidinas, resultantes da reação de Maillard, são compostos escuros (voláteis e
aromáticos) que apresentam nitrogênio (5%) na molécula, são insolúveis, e apresentam elevado
peso molecular. As melanoidinas são responsáveis pela modificação da cor e do sabor dos
alimentos que sofreram reação de Maillard.
49
Espátula.
Banho-maria.
Balança
REAGENTES
Frutose
Maltodextrina
Procedimento
1.2. Dissolver completamente 20g de sal de frutas Eno® em 50mL de água e adicione a
solução preparada anteriormente.
Observação: A preparação do reagente poderá ser realizada por um grupo e utilizados por
todos.
2.1. Numere três tubos de ensaio e adicione quantidades iguais de água nos três tubos, um
a dois centímetros de altura de água.
2.2. Adicione em cada um dos tubos dois e três aproximadamente 1,5g de mel (meio
sachê).
50
2.4. Aqueça os três tubos em banho-maria por dois minutos.
2.6. Lave muito bem os três tubos para que não interfiram nos testes seguintes.
3.1. Adicione quantidades iguais de água nos três tubos numerados anteriormente, um a
dois centímetros de altura de água.
3.2. Adicione em cada um dos tubos dois e três 400mg de adoçante (meio envelope) 3.3.
Nos tubos um e dois adicione dez gotas do Reagente de Benedict.
3.6. Lave muito bem os três tubos para que não interfiram nos testes seguintes.
4.1. Adicione quantidades iguais de água nos três tubos numerados anteriormente, um a
dois centímetros de altura de água.
4.2. Nos tubos dois e três adicione uma pequena quantidade (uma ponta de espátula) de
adoçante a base de maltodextrina.
4.6. Lave muito bem os três tubos para que não interfiram nos testes seguintes.
5.1. Adicione quantidades iguais de água nos três tubos numerados anteriormente, um a
dois centímetros de altura de água.
5.2. Nos tubos dois e três adicione uma pequena quantidade (uma ponta de espátula) de
frutose.
2 de 3
51
Questionário
1 - Qual dos três tubos podemos relacionar com “o branco” das análises quantitativas?
2 - O teste para o mel foi positivo, constatou a presença de ARś, ou negativo, não
constatou a presença de ARś? Por que obtivemos este resultado neste teste? Justifique cada
resposta.
3 - O teste para adoçante a base de lactose foi positivo ou negativo? Por que obtivemos
este resultado neste teste? Justifique cada resposta.
4 - O teste para a maltodextrina foi positivo ou negativo? Por que obtivemos este resultado
neste teste? Justifique cada resposta.
5 - O teste para a frutose foi positivo ou negativo? Por que obtivemos este resultado neste
teste? Justifique cada resposta.
Observação
b) Repita o mesmo procedimento do item anterior agora com coca-zero, com guaraná, fanta e
água de coco.
c) Repita o mesmo procedimento do item a e b agora sem diluir com água destilada.
1. Preparo da amostra
Mel não cristalizado: Homogeinizar a amostra com um bastão de vidro no próprio envaze;
não sendo possível, transferir todo o conteúdo para um becker e homogeinizar.
Mel cristalizado: Transferir a amostra para um becker, aquecer em banho-maria a 40-45ºC,
agitando com um bastão de vidro até a dissolução dos cristais.
2. Procedimento Experimental
2.1 Características Organolépticas
Observar e anotar a cor, sabor, odor e consistência. O mel pode ser branco (provavelmente
centrifugado), pardo ou com coloração intermediária de amarelo claro a amarelo esverdeado. O
sabor, se mais ou menos doce, com ligeira sensação ácida, o que ocorre devido à presença de
pequenas quantidades de ácidos fórmico e málico. O aroma, se agradável, é característico de mel
normal, e etc.
2.2 Reação de Jagerschmidt
Misturar em um cadinho de porcelana cerca de 10 g de mel com 10 ml de acetona;
Decantar o solvente e transferir cerca de 2 ml para um tubo de ensaio.
Adicionar cuidadosamente 3 ml de HCI concentrado (reação exotérmica)
Aguardar 10 minutos
53
O aparecimento de forte coloração violeta indica presença de açúcar comercial. Se o mel é
natural, pode surgir uma leve coloração âmbar que se torna violeta depois de algum tempo.
3.3 Presença de Corantes
Pesar 1g de mel e dissolver em 10 ml de água destilada;
Adicionar cerca de 2 ml de solução de ácido sulfúrico a 5%.O mel deve permanecer com a
coloração inalterada. Se existem corantes adicionados ao mel, a cor passa gradualmente de
violeta a rosa.
3.4 Determinação da acidez livre, lactônica e total em Mel
Este método baseia-se na determinacao da acidez livre, lactonica e total. A acidez livre e a medida
obtida da titulação com hidroxido de sodio ate o ponto de equivalência. A acidez lactonica e
obtida pela adição de um excesso de hidroxido de sodio que e titulado com acido clorídrico. A
acidez total e obtida pela somatória entre acidez livre e lactônica.
Material
pH-metro, agitador e barra magnética,
balança analítica, espátula, béqueres e bureta
de 25 mL.
Reagentes
Soluções padronizadas de hidróxido de sódio
0.05N e de acido clorídrico 0.05N; Soluções-
tampão pH 4 e pH 7
Procedimento
Calibração do pH-metro conforme as
instruções do fabricante, com as soluções
tampão 4 e 7;
Pese 10g da amostra em um béquer e dissolva com 75 mL de água;
Agite até total dissolução;
Mergulhe o eletrodo na solução e anote o pH;
Titule com solução de hidróxido de sódio 0.05N ate pH 8.5 e anote o volume (V).
Imediatamente, adicione nesta solução 10 mL de solução de hidróxido de sódio 0.05 N e, sem
demora, titule com solução de acido clorídrico 0.05N ate o pH 8.30 (Va);
Titule 75 mL de água com hidróxido de sódio 0,05N (Vb) ate pH 8,5 (prova em branco).
Cálculos
Acidez livre
A acidez indica o estado de conservação do leite. Uma acidez alta e o resultado da acidificação da
lactose, provocada por microrganismos em multiplicação no leite. A acidez tende, portanto, a
aumentar a medida que o leite vai envelhecendo.
Material
Pipeta volumetrica de 10 mL, bequer de 100 mL e bureta de 10 mL.
Reagentes
Solucao de hidroxido de sodio
0.1 M Solucao de fenolftaleina
a 1%
Procedimento – Transfira, com o auxilio de uma pipeta volumetrica, 10 mL da amostra para um
bequer de 100 mL (pipete previamente uma porcao de leite e despreze-o). Adicione 5 gotas da
solucao de fenolftaleina. Titule com solucao de hidroxido de sodio 0.1M, utilizando bureta de 10
mL, ate o aparecimento de uma coloracao rosea.
Cálculo
V . f . 0,9 / A
Material
Pipeta volumetrica de 10 mL, bequer de 100 mL e acidimetro de Dornic ou bureta de 10 mL.
Reagentes
55
Solucao de Dornic (Hidroxido de
sodio N/9) Solucao de fenolftaleina a
1%
Procedimento – Transfira, com auxilio de uma pipeta volumetrica, 10 mL da amostra para um
bequer de 100 mL. Adicione 5 gotas da solucao de fenolftaleina. Titule com a solução de
hidroxido de sodio N/9, utilizando bureta de 10, ate o aparecimento de uma coloracao rosea. Faca
a leitura e de o resultado em graus Dornic.
O extrato seco total ou residuo seco e obtido apos a evaporacao da agua e substancias volateis.
Material
Balanca analitica, estufa, capsula de porcelana, banho-maria, areia purificada, dessecador com
silica-gel, pipeta volumetrica de 5 mL, bastoes de vidro e pinça metalica.
Procedimento – Pese, em uma capsula, 10.0 g de areia purificada e transfira, com auxilio de uma
pipeta volumétrica, 5 mL da amostra de leite e misture muito bem com auxílio de um bastão
limpo e seco. Seque em banho-maria fervente e deixe em estufa a 110°C por 1 hora. Resfrie em
dessecador e pese.
Cálculo
100 . P / A
P = n° de g de residuo
seco A = n° de mL da
amostra
O residuo por incineracao (cinzas) do leite e constituido principalmente por óxidos de potassio,
sodio, calcio, magnesio, fosforo e por cloretos.
Material
Balanca analitica, capsula de porcelana, pipeta volumetrica de 10 mL, banho-maria, chapa
aquecedora, mufla, dessecador com silica-gel e pinca de metal.
Procedimento – Transfira, com o auxilio de uma pipeta volumetrica, 10 mL da amostra
para um cadinho. Evapore em banho-maria ate a secagem. Carbonize em chapa aquecedora na
capela e incinere em mufla a 550°C por 1 hora. O residuo devera ficar branco ou ligeiramente
acinzentado, caso contrario, resfrie, adicione 0,5 mL de agua, seque em banho-maria e incinere
novamente. Resfrie em dessecador e pese.
Cálculo
P = n° de g de residuo
A = n°de mL da amostra
56
445/IV Leites – Identificação de peróxido de hidrogênio com iodeto
Material
Pipetas de 2 mL, tubos de ensaio de 20 mL, banho-maria e suporte para tubos ensaio.
Reagentes
Solucao de acido cloridrico a 1% v/v
Solucao de iodeto de potassio a 10%
m/v Solucao de amido a 1% m/v
Procedimento – Em um tubo de ensaio, coloque 2 mL da amostra, 2 mL de solucao de acido
cloridrico a 1% e 2 mL de solucao de iodeto de potassio a 10%. Aqueca por um minuto em
banho-maria, resfrie e adicione 2 mL de solucao de amido. O desenvolvimento de uma coloracao
azul indica teste positivo.
449/IV Leites – Determinação de cloro e hipocloritos
Este ensaio fundamenta-se na formação de iodo livre a partir da reação de iodeto de potássio com
cloro livre ou hipoclorito.
Material
Tubos de ensaio de 25 mL, pipetas graduadas de 1 e 5 mL, proveta de 10 mL, banho-maria e
suporte para tubos de ensaio.
Reagentes
Solução de iodeto de potássio a 7.5%
m/v Acido clorídrico (1+3) v/v
Solução de amido a 1%
Procedimento – Em tubo de ensaio, transfira 5 mL da amostra, adicione 0,5 mL de solução de
iodeto de potássio e agite. O aparecimento da coloração amarela indica a presença de cloro livre.
Para confirmar, adicione 1 mL de solução de amido a 1%. Devera desenvolver coloração azul ou
violeta; não havendo mudança de coloração, adicione 4 mL de acido clorídrico (1+3), coloque em
banho-maria a 80°C por 10 minutos. Resfrie em água corrente e observe a coloração do
coagulado, que na presença de hipoclorito devera ser amarela. Para confirmação, adicione 1 mL
de solução de amido a 1%. Devera desenvolver coloração azul ou violeta. Faça uma prova em
branco com acido clorídrico.
57
Exercícios
Celulose:
58
A celulose é composta de uma única cadeia longa de unidades de glicose unida Por
ligações as quais as enzimas digestivas não conseguem hidrolizar. A celulose está presente nas
frutas(polpa e casca), nas hortaliças (haste e folhas), nos legumes e cereais
Hemicelulose:
Difere estruturalmente da celulose porque possui menos unidades de glicose. São
utilizadas como laxante e na produção de alimentos de baixas calorias, devido à sua capacidade
de produzir volumes e sensação de saciedade.
Lignina:
É um polímero de fenóis e ácidos encontrados na porção lenhosa de vegetais.
Pectinas
Formada por muitas unidades de ácido galacturônico, absorvem água e formam gel, é
amplamente utilizada na indústria de alimentos. Encontrada em todos os frutos.
Gomas e Mucilagens
Semelhantes a pectina, exceto porque suas unidades são formadas por ligações de
galactose e polissacarídeos. Encontradas nas secreções de vegetais ou sementes
14.3. CLASSIFICAÇÃO
Os componentes da fibra na dieta podem ser classificados com base nas suas propriedades
físicas e papel fisiológico em:
b- Fibras insolúveis: Diminuem o tempo de transito intestinal, aumenta o volume fecal, tornando
mais lenta a absorção de glicose e retardando a digestão do amido. Ex. celulose, lignina e muitas
hemicelulose
Fibra Bruta (Método Weende): É o resíduo orgânico dos alimentos após a eliminação da água e
dos lipídeos e hidrólise à quente com ácidos e álcalis diluídos.
Fibra Detergente (Método Van Soest): É baseado na separação das diversas frações
constituintes das fibras por meio de reagentes específicos, denominados detergentes. As técnicas
que usam detergentes ácidos e/ou neutros, quando não acompanhados do uso de amilase e da
determinação do nitrogênio residual, podem dar valores superestimados, incluindo nestes
resultados de teores de amido e proteínas não solubilizados, não permitindo também a avaliação
dos componentes solúveis.
60
efetivas em promover alterações benéficas na microflora intestinal. Atualmente usa-se o termo
Fibra Dietética ou Fibra Dietária como a soma da lignina e dos polissacarídeos da dieta que não
são digeridos pelas secreções digestivas humanas, diferindo da fibra bruta.
b. Fibra por detergente neutro (NDF): determina celulose + hemicelulose + lignina. É utilizado
como método oficial para determinação de fibra dietética em grãos e cereais. O fluxograma
abaixo ilustra o procedimento básico proposto por Pomeranz e Meloan (1982).
A determinação de hemicelulose por diferença entre a fibra por detergente ácido e a fibra
por detergente neutro não é precisa por causa da presença de vários outros componentes nos dois
métodos por detergentes. Os erros podem ser reduzidos nas análises seqüenciais de NAF e ADF.
Pectina e taninos são solúveis na solução NDF, e hemicelulose pode ser estimada do peso perdido
pelo resíduo NDF (livre de amido e proteína).após tratamento ADF.
O método enzímico-gravimétrico determina o conteúdo total da fração de fibra alimentar,
determinando separadamente a fração solúvel e insolúvel, sendo este atualmente o método
recomendado por apresentar reprodutibilidade aceitável, porém o seu custo é mais elevado.
62
Amostra seca e
moída (1 mm)
15.1.Propriedades
Os lipídios são geralmente incolores, untuosos ao tato, pouco consistentes, apresentam
densidade menor que a água, na qual são insolúveis porém emulsionáveis. São pouco solúveis em
etanol a frio, mas solúveis a quente. São solúveis em sulfeto de carbono, clorofórmio, éter etílico,
acetona, benzeno, gasolina e outros solventes orgânicos. Deixam no papel manchas gordurosas e
translúcidas que não desaparecem com o calor. Não são destiláveis por aquecimento nem a baixa
pressão e decompõem-se pelo aquecimento.
Como as gorduras são usadas em processo de fritura e seguidamente realizado em
recipientes abertos, em temperatura elevada (180–200°C), há o contato direto com o ar. Estas
condições propiciam modificações físico-químicas nos óleos (como a termo-oxidação e a
rancificação), algumas das quais são perceptíveis pelo próprio escurecimento das gorduras, o
aumento da viscosidade, a formação de espuma e produção de fumaça. Essas transformações afetam
o sabor que a fritura conferem aos produtos fritos, dificultando a aceitabilidade dos produtos, mas
também produzem efeitos tóxicos como irritação gastrointestinal, a inibição de enzimas, a
destruição de vitaminas e carcinogênese, quando da ingestão contínua e prolongada de produtos
alterados quimicamente e rancificados.
A gordura é um tipo de lipídio. Alguns alimentos ricos neste composto são: manteiga,
margarina, frituras, doces, biscoitos recheados, carnes gordas, queijo amarelo, leite integral,
requeijão, embutidos.
Após uma refeição rica em lipídios, o sangue fica com um aspecto leitoso. É importante
levar em consideração que os alimentos crocantes são os que mais contêm gordura trans, e evitar o
consumo de carne com gordura visível é um cuidado simples e muito benéfico. O excesso de
alimentos adiposos pode resultar em doenças cardiovasculares. Porém, a ausência destes no nosso
corpo pode resultar em raquitismo. Por isso, é necessário que haja um equilíbrio.
15.2.Classificação
Por causa de sua origem em nossa alimentação, é costumeiro se ver uma classificação trivial
e útil na nutrição das gorduras em gordura animal e gordura vegetal. Um exemplo de gordura
animal é a banha de porco, uma gordura vegetal comum é o azeite de oliva.
Glicerídios
Constituem os óleos e as gorduras, que diferem entre si quanto ao ponto de fusão. À
temperatura ambiente, os óleos são líquidos, pois um ou mais dos ácidos graxos tem predominância
de insaturações na cadeia. E as gorduras são sólidas pelo fato dos ácidos graxos terem
predominância de saturação na cadeia. Os glicerídios possuem elevados teores energéticos e são os
principais componentes lipídicos da dieta humana.
Em mamíferos que vivem em regiões polares, como a baleia, a gordura forma uma espessa camada
subcutânea ou "colchão adiposo", que envolve o corpo e permite o isolamento térmico do animal
em relação ao ambiente frio. As moléculas dos glicerídios podem ter um, dois ou três ácidos graxos
associados ao glicerol, um álcool conhecido como glicerina. Ácidos graxos são compostos de
longas cadeias de carbono, saturadas ou não, que formam os ésteres das gorduras e dos óleos.
Ácidos graxos
65
São ácidos carboxílicos constituídos cadeias hidrocarbonadas de quatro a trinta e seis
átomos de carbono e representam uma importante fonte de energia para as células. São
considerados anfipáticos por apresentarem uma extremidade polar (hidrofílica e uma extremidade
apolar (hidrofóbica).
Em temperatura ambiente (25°C), os ácidos graxos saturados de 12 a 24 átomos de carbono
possuem consistência cerosa, ao passo que os ácidos graxos insaturados do mesmo comprimento
são líquidos oleosos. Dessa forma, o ponto de fusão dos ácidos graxos insaturados é menor do que
os ácidos graxos saturados.
Entre os diversos ácidos graxos esterificados nos lipídios destacam-se:
Ácido butírico: H3C-CH2-CH2-COOH
Ácido palmítico: H3C-(CH2)14-COOH
Ácido esteárico: H3C-(CH2)16-COOH
Ácido oléico: H3C-(CH2)7-CH=CH-(CH2)7-COOH
Ácido ricinoléico: H3C-(CH2)5-HC(OH)-CH2-CH=CH-(CH2)7-COOH
Ácido linoléico: H3C-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-CH2-CH=CH-(CH2)7-COOH
Ácido eleoesteárico: H3C-(CH2)3-CH=CH-CH=CH-CH=CH-(CH2)7-COOH
A estrutura de um ácido graxo pode também ser indicada mediante uma notação
simplificada, na qual se escreve o número de átomos de carbono seguido de dois pontos e depois
um número que indica quantas ligações duplas estão presentes na molécula. O linoléico, nesse caso,
seria representado por 18:2 ou C18:2. Encontra-se também na literatura o símbolo para indicar a
presença de dupla ligação, sendo a posição desta função definida pelo número correspondente
indicado como potência.
15.3.Graus de Insaturação
As propriedades dos ácidos graxos e dos lipídeos deles derivados dependem muito do
comprimento da cadeia e do grau de saturação. Os ácidos graxos insaturados têm ponto de fusão
mais baixos que os saturados com o mesmo comprimento. Por exemplo, o ponto de fusão do ácido
esteárico é 69,6°C, enquanto o do ácido oléico (que contêm uma dupla ligação cis) é 13,4°C. Os
pontos de fusão dos ácidos graxos poliinsaturados da série C18 são ainda mais baixos. O
comprimento da cadeia também afeta o ponto de fusão, como é ilustrado pelo fato de que a
66
temperatura de fusão do ácido palmítico (C16) é 6,5 graus abaixo daquela do ácido esteárico (C18).
Assim, a cadeia curta e a insaturação acentuam a fluidez dos ácidos graxos e de seus derivados.
Nomenclatura
Os nomes dos ácidos graxos baseiam-se em seus hidrocarbonetos correspondentes
Os ácidos graxos são longas cadeias hidrocarbonadas, com vários comprimentos e graus de
insaturação, que terminam em carboxilas, grupamentos ácidos. O nome sistemático de um ácido
graxo é derivado do nome do hidrocarboneto correspondente, pela substituição do o final por óico.
Por exemplo, o ácido graxo saturado com C18 é chamado de ácido octadecanóico porque o
hidrocarboneto correspondente é o octadecano. Um ácido graxo com C18 e uma dupla ligação é
chamado de octadecenóico; com duas octadecadienóico; e com três, octadecatrienóico. A notação
18:0 denota um ácido graxo com 18 carbonos e nenhuma dupla ligação, enquanto 18:2 significa que
há duas ligações duplas. As estruturas das formas ionizadas de dois ácidos graxos comuns ácido
palmítico (C16 saturado) e oléico (C18 monoinsaturado).
Os átomos de carbono dos ácidos graxos são numerados a partir do terminal carboxílico. Os
átomos de carbono 2 e 3 são com freqüência referidos, respectivamente, como α e β. O carbono da
metila na extremidade distal da cadeia é chamado de átomo de carbono ω. A posição de uma dupla
ligação é representada pelo símbolo Δ seguido de um numero em índice superior. Por exemplo, cis-
Δ9 significa que há uma dupla ligação cis entre os carbonos 9 e 10; trans –Δ2 indica que há uma
dupla ligação trans entre os carbonos 2 e 3. Uma alternativa é denotar a posição de uma dupla
ligação, contando a partir da extremidade distal, com o carbono metílico como o numero 1. Um
ácido graxo ω-3, por exemplo, tem a estrutura mostrada na margem. Os ácidos graxos se ionizam
em pH fisiológico e portanto, é adequado se referir a eles de acordo com sua forma de carboxilato:
por exemplo, palmitato ou hexadecanoato.
Óleos e Gorduras: também chamados de triacilglicerois (TAG), pois são ésteres derivados de
ácidos graxos (de longa cadeia alquílica) e glicerol, também chamado de glicerina, cujo nome
oficial da IUPAC é 1,2,3-propanotriol.
Fórmula Geral:
H O onde,
R1, R2, R3 são cadeia alquílicas de grande número de carbonos,
H C O C R1 ex:C15H31, C24H51, etc.
O Óleos: TAG que são líquidos a temperatura ambiente.
H C O C R2 Gorduras: TAG que são sólidos a temperatura ambiente.
H C O C R3
H O Os TAG variam no comprimento (a partir de 3 a 25 Carbonos) e
também na saturação da cadeia carbônica.
As gorduras possuem a cadeia carbônica saturada, já os óleos
possuem de 1 a 4 insaturações (duplas ligações) na cadeia carbônica.
As gorduras e óleos são ésteres, portanto são produtos da reação entre o glicerol e um ácido
carboxílico graxo, isto é, ácidos de cadeias longas, embora na composição de gorduras do leite e
derivados alguns são de pequena cadeia como por ex. o ácido butanóico (4 Carbonos), também
chamado de ácido butírico.
H O H O
H C O H + HO C R1 H C O C R1
O + O
H
H C O H + HO C R1 H C O C R2 + 3 H O H
67
H C O H + HO C R1 H C O C R3 água
H O H O
Glicerol Ácido carboxílico Triacil glicerol
(óleo ou gordura)
15.4.Principais Glicerídeos
Dentre os glicerídeos, os principais em suas formas naturais e extraíveis são:
Banha: apresenta-se no tecido adiposo dos animais; constituindo-se de misturas de
glicerídeos de ácidos palmítico, esteárico e oléico.
Sebo: presente no tecido adiposo dos bovinos. Pelo seu aquecimento se obtém a margarina
natural, constituída principalmente de glicerídeos de ácido palmítico e esteárico.
Manteiga de leite: obtida principalmente de leite de vacas e de cabras e cujos principais
ácidos graxos envolvidos são o ácido palmítico, o esteárico, o oléico, o capróico
(C7H15COOOH), caprílico (C5H11COOOH).
Manteigas vegetais: as mais comuns são a manteiga de côco, a manteiga de cacau e a
manteiga de cupuaçu.
Óleo de linhaça: é um óleo usado como um secativo, extraído do linho e composto
principalmente de glicérídeos contendo ácido linoléico e linolênico.
Os óleos ditos secativos contém glicerídeos de ácidos graxos insaturados, com múltiplas
ligações. Devido a esta insaturação de suas moléculas eles se plimerizam e se oxidam quando em
contato com o ar, transformando-se em películas finas, resinosas e transparentes quando aplicadas
sobre superfícies. Por esta propriedade são aproveitados em formulações de vernizes e tintas e
diversas formulações de revestimentos de superfícies.
Óleo de tungue: óleo com propriedades secativas, cujo principal glicerídeo é o ácido
eloesteárico.
Óleo de oiticica: óleo com propriedades secativas que contém entre outros ácidos graxos o
ácido linoléico. É extraído das plantas comuns em diversas regiões do Brasil.
Óleo de rícino é outro óleo secativo, extraído da semente da mamona, e o mais destacado
dos ácidos graxos que o compõe é o ácido ricinoléico.
Óleo de algodão, um óleo comestível, extraído do caroço do algodão, usado como alimento,
lubrificante e combustível. Seus principais glicerídeos são compostos pelos ácidos graxos
como o ácido palmítico, o ácido esteárico e o ácido oléico. Estes glicerídeos estão também
presentes no óleo de amendoim, óleo de oliva, óleo de côco, o óleo de patauá (extraído de
determinadas palmeiras da Amazônia), o óleo de babaçu, o óleo de dendê (extraído da
palmeira dendê, nativa da África, aclimatada no Brasil).
O óleo de girassol é produzido industrialmente a partir das sementes de girassol. Após
limpeza, secagem, descasque, tiruração e extração com solvente. Sofre remoção do solvente
e refino, com etapas que incluem desgomagem (remoção de gomas), branqueamento e
desodorização. É essencialmente constituído por triacilgliceróis (98 a 99%), com um
elevado teor em ácidos graxos insaturados (aproximadamente de 83%), mas reduzido teor
em ácido linolénico (menos de 0,2%). É principalmente rico em ácido linoléico.
É crescente a disponibilidade de óleo de milho, devido a crescente produção de etanol a
partir do milho dos EUA. Esta grande produção levou ao desenvolvimento de derivados
químicos dos ácidos graxos do óleo de milho, como os tensoativos e emulsificantes, em
substituição aos tradicionais derivados de oleo de côco, nos cosméticos e produtos de
higiene.
Pela grande produção de soja, sem uso do grão íntegro (o que ocorre parcialmente com o
milho), o óleo de soja está entre os óleos vegetais mais produzidos no mundo, e em
especial, sua destinação além da produção de margarina vegetal e inúmeros outros derivados
por hidrogenação, também tem se direcionado para a produção de biodiesel. Representa 18 a
20% da composição nutricional da soja, sendo que possui predominância de ácidos graxos
poliinsaturados (58%), monoinsaturados (23%) e pouca participação de saturados (15%). Os
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principais ácidos graxos que o compõe são ácido linoléico (aprox. 54%), ácido oléico (aprox
22%), ácido palmítico (aprox 10%).
Um óleo em crescente uso é o óleo de canola, extraído de variedades da colza.
15.5.Cerídios
São formados pela união de álcool a uma ou mais moléculas de ácidos graxos. Compreende
as ceras animais e vegetais, sendo mais frequente no reino vegetal. Embora tenha valor econômico,
não têm a mesma importância que as gorduras e óleos. As ceras de carnaúba e de babaçu, por
exemplo, constituem bases alternativas para geração de energia. São encontrados também na
secreção de alguns insetos, como a cera das abelhas.
Esteróides
São diferentes dos demais lipídios por apresentarem uma cadeia circular formando anéis.
Pertencem a esse grupo os hormônios: sexuais testosterona e progesterona. E alguns hormônios
supra-renais: aldosterona e cortisol. Todos são semelhantes sob o aspecto constitucional ao
colesterol, do qual derivam.
O colesterol é sintetizado exclusivamente em células animais; nas plantas é substituído pelo
fito esterol. Uma parcela do colesterol precisa ser obtida pela dieta e a outra é fabricada pelo corpo,
principalmente no fígado, que o reúne com triglicerídios e proteínas para formar os corpúsculos de
HDL (lipoproteína de alta densidade) e LDL (lipoproteína de baixa densidade). Denominados
também de “colesterol bom” e “colesterol ruim” respectivamente.
Grande parte do colesterol é transportada no sangue sob o formato de LDL. Uma parte dele
é metabolizada no fígado e a outra serve para síntese de membranas celulares. No entanto, quando
há excesso, o LDL acumula-se nas paredes das artérias, causando a aterosclerose. Por isso o LDL é
chamado de "mau colesterol".
Em contrapartida, o HDL tende a retirar o colesterol das artérias, levando-o ao fígado, onde
se converte em bile. Há estudos direccionados na comprovação de que o HDL também remove o
colesterol das placas ateroscleróticas já existentes, diminuindo a velocidade de sua formação.
Fazendo com que taxas maiores de HDL afastariam os riscos de problemas cardíacos, justificando-
se o nome de "bom colesterol".
As taxas de colesterol e de triglicerídios variam com a idade; por isso, é aceitável um suave
aumento de ambas quando se envelhece.
Molécula de Colesterol
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A determinação da acidez pode fornecer um dado importante na avaliação do estado de
conservação do óleo. Um processo de decomposição, seja por hidrolise, oxidação ou fermentação,
altera quase sempre a concentração dos ions hidrogenio.
A decomposição dos gliceridios e acelerada por aquecimento e pela luz, sendo a rancidez
quase sempre acompanhada pela formação de acidos graxos livres. Estes são freqüentemente
expressos em termos de indice de acidez, podendo se-lo também em mL de solução normal por
cento ou em g do componente acido principal, geralmente o acido oleico. Os regulamentos tecnicos
costumam adotar esta ultima forma de expressão da acidez.
O indice de acidez e definido como o numero de miligramas de hidróxido de potássio
necessárias para neutralizar um grama da amostra. O metodo e aplicavel a oleos brutos e refinados,
vegetais e animais, e gorduras animais. Os metodos que avaliam a acidez titulavel resumem-se em
titular, com solucoes de alcali-padrao, a acidez do produto ou solucoes aquosas/alcoólicas do
produto, assim como os acidos graxos obtidos dos lipidios.
Material
Balanca analitica, frascos Erlenmeyer, proveta de 50mL e bureta de 25mL.
Reagentes
Álcool neutralizado
Solução fenolftaleína a 1%
Solução de NaOH 0.1M ou 0.01M
Procedimento
As amostras devem estar bem homogeneas e completamente liquidas.
1. Pesar de 1.5 a 2.5g da amostra em frasco Erlenmeyer;
2. Adicione 50 mL de álcool neutralizado, promovendo a total dissolução da amostra;
3. Adicione cinco gotas do indicador fenolftaleína;
4. Titule com solução de hidróxido 0.1M ou 0.01M ate o aparecimento da coloração rosea, a qual
devera persistir por 30 segundos.
Cálculos
IA (mgKOH/g) = V x f x M x 56,1
P
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Introdução
Este método prevê a determinação de Índice de Iodo (ou número de iodo) em materiais
insaturados, onde as duplas ligações são “quebradas” pelo ataque de compostos halogênicos.
Reagentes
- Solução de Wijs 0,1 mol/L (0,2 N)
- Iodeto de Potássio 10% aquoso
- Tetracloreto de Carbono ou Clorofórmio p.a.
- Tiossulfato de Sódio aquoso 0.1 N
- Indicador de Amido a 5% (preparado na hora)
Procedimento
1. Pesar em um erlenmeyer (que possa ser tampado com uma rolha) uma amostra de 0.20-0.40
gramas, com precisão de 0.1 miligrama. *Nota: Fazer em duplicata procurando pesar massas
próximas. Executar uma prova em branco (sem o óleo).
2. Acrescentar 20ml de solvente clorado e agitar até dissolver (se for necessário aquecer a amostra).
3. Pipetar 25 ml da solução de Wijs para o erlenmeyer, fechar e agitar para garantir mistura total.
Vedar o erlenmeyer e deixar descansando por 30 minutos, junto com uma prova em branco a
uma temperatura de 25ºC em local escuro por 30 minutos. * Nota: Para alguns óleos, é
necessário deixar descansando por cerca de 60 minutos. Ex Óleo de mamona desidratado, de
oiticica ou de tungue.
4. Adicionar, após descanso, 20 ml de iodeto de potássio 10% e 50 ml de água.
5. Titular com Na2S2O3 0.1 N sob agitação vigorosa, até a coloração amarelo claro, adicionar 2 ml
de Amido e continuar a titulação até desaparecer a cor azul.
Cálculos
II (gI2/100g)= (B–A) x N x Fc x 12,69
M
Onde:
B= volume gasto de Na2S2O3 na prova em branco, em ml.
A= volume gasto de Na2S2O3 na amostra, em ml
N= normalidade de Na2S2O3
Fc= fator de correção do Na2S2O3
M= massa da amostra, em gramas.
Introdução
É a massa em mg de Hidróxido de Potássio que reage com um grama de amostra nas condições de
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análise. Este método é aplicável aos ácidos graxos comerciais e óleos industriais secos.
Reagentes
- Hidróxido de Potássio 0.5N alcoólico recentemente preparado.
- Ácido Clorídrico 0.5N recentemente padronizado.
- Álcool etílico p.a.
- Indicador fenolftaleína 1% em etanol.
Procedimento
1. Em um balão de fundo chato de 250 ml, com boca esmerilhada, pesar a quantidade de amostra
(m) de acordo com o índice de saponificação esperado, conforme tabela 1 (precisão 0,1 mg).
2. Adicionar 50ml de álcool etílico (neutro para fenolftaleína).
3. Por bureta (menor divisão 0,1 ml), colocar 25,0 ml de KOH 0,5 N e levar ao refluxo por 60
minutos.
4. Esfriar e titular o excesso de base com solução de HCl 0,5 N utilizando indicador fenolftaleína
até o desaparecimento da cor rosa.
Cálculos
Onde:
Vb= volume em ml de ácido gasto na prova em branco.
Va= volume em ml de ácido gasto na amostra.
N= normalidade do ácido.
Fc= fator de correção da normalidade do ácido.
M= massa de amostra em gramas.
Precisão
Repetibilidade: Duas determinações simples feitas num mesmo laboratório não devem diferir em
mais de 3%.
Reprodutibilidade: Determinações simples feitas em laboratórios diferentes não devem diferir em
mais de 1,7%.
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16. VITAMINAS
As vitaminas são nutrientes essenciais para o organismo e devem estar contidas na dieta. O
organismo humano necessita destas vitaminas em pequenas quantidades na dieta para desempenhar
diversas funções.
A deficiência de vitaminas é chamada de avitaminose ou hipovitaminose e o excesso é chamado
de hipervitaminose. Ambas podem causar danos ao funcionamento do organismo.
Vitaminas lipossolúveis
São vitaminas encontradas nos óleos e gorduras dos alimentos. São absorvidas com a ajuda da bile e
armazenadas no fígado e no tecido adiposo.
Vitamina A
Muitas pessoas em todo o mundo, principalmente crianças, possuem carência de vitamina A, e pode
levar à morte. A falta desta vitamina causa xeroftalmia, também chamada de cegueira noturna.
Vitamina D
A vitamina D é produzida pelo próprio organismo, com o auxilio da luz solar e interage com
hormônios que regulam a quantidade de cálcio no organismo. Ela trabalha como um hormônio e
também estimula a maturação das células. É produzida a partir do colesterol, porém pode ser
encontrada em alimentos como fígado, gema de ovos e óleos de peixe. Quando uma pessoa se
expõe ao sol, os raios ultravioletas são absorvidos e atuam com o colesterol, transformando-o num
precursor da vitamina D. Horas depois o fígado e os rins convertem esse precursor em vitamina D.
Os ossos são os principais afetados pela deficiência de vitamina D, causando raquitismo, tanto em
crianças como em adultos.
A vitamina D em excesso é a mais tóxica para o organismo, causando náuseas, vômitos, perda de
apetite e depósito de cálcio em tecidos moles. O excesso de cálcio no sangue chama-se
hipercalcemia e o depósito de cálcio nos vasos chama-se arterosclerose.
Vitamina E
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A vitamina E é um poderoso antioxidante, protegendo as células e os compostos da oxidação. O
composto que a forma é o tocoferol. Estudos mostram que além do poder antioxidante, ela também
pode proteger o organismo contra um câncer, doenças cardiovasculares e aumenta a resposta
imunológica do organismo.
O excesso de vitamina E não é tóxico para o organismo. Existem casos muito isolados de
intoxicação por esta vitamina.
Vitamina K
A vitamina K pode ser obtida através da ingestão de vegetais folhosos verdes, fígado, leite, carnes,
ovos e frutas. Algumas bactérias quem vivem no intestino sintetizam esta vitamina.
O excesso dela é tóxico para o organismo, provocando lesões no fígado, anemia, icterícia, pois
quebra as moléculas dehemoglobina.
Vitaminas hidrossolúveis
Como o nome já diz, são vitaminas solúveis em água. Sua absorção e excreção são bem rápidas.
Vitamina C
As principais fontes desta vitamina são frutas e verduras frescas. Pode ser também comercializada
como suplemento vitamínico.
Vitamina B1 e Vitamina B2
A tiamina atua no metabolismo energético e suas principais fontes são carnes, cereais, nozes,
verduras e cerveja. A deficiência de tiamina causa beribéri.
A riboflavina atua no metabolismo energético das células e das enzimas. Os alimentos que contém
tiamina também contêm riboflavinas.
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Vitamina B6
Vitamina B12
Esta vitamina participa da formação das hemácias e na manutenção da bainha de mielina. Para ser
absorvida, ela necessita de um fator intrínseco produzido pelo estômago e com a ajuda do suco
gástrico se liga á vitamina.
As principais fontes desta vitamina os alimentos de origem animal. A falta dela causa anemia
perniciosa, além de danos neurológicos. O excesso de vitamina B12 é eliminado na urina.
APLICAÇÃO:
Método aplicável para determinação de ácido ascórbico em sucos de frutas. Não aplicável para
sucos muito coloridos ou em presença de Fe ferroso, Sn estanoso, Cu cuproso, SO2, sulfito ou
tiosulfato, pois dão valores mais altos.
PRINCÍPIO:
Ácido ascórbico reduz a oxi-redução do indicador-corante 2,6 diclorofenol indofenol, para solução
incolor. No ponto final, excesso de indicador-corante não reduzido é rosa “pink” em solução ácida.
A solução é em meio ácido controlado para evitar auto oxidação do ácido ascórbico em pH alto.
REAGENTES:
Ácido oxálico pa.
Acido ascórbico
padrão
2,6 diclorofenol indofenol – sódico pa
SOLUÇÕES:
Solução de ácido oxálico 1%
Pesar 1 grama de ácido oxálico pa e diluir com água deionizada até 100 mL
Solução de ácido ascórbico padrão – 1 mg/mL
Pesar com precisão 50 mg de ácido ascórbico padrão, que tenha sido estocado ao abrigo da luz.
Transferir para balão volumétrico de 50 ml. Diluir ao volume com a solução de ácido oxálico 1%.
Esta solução deve ser preparada na hora do uso.
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Solução padrão de 2,6 diclorofenol indofenol
Pesar 50 mg de 2,6 diclorofenol indofenol, que foi estocado em dessecador com soda e dissolver
com 50 ml de água deionizada em balão volumétrico de 200 ml. Agitar vigorosamente e quando o
corante dissolver, diluir a 200 ml com água deionizada. Filtrar, se necessário, através de papel para
um frasco fechado de cor âmbar. Deixar estocado ao abrigo da luz e no refrigerador. Para testar a
solução ainda é valida, adicione 5 ml de uma solução contendo excesso de ácido ascórbico em 15
ml do reagente corante. Se a solução reduzida não ficar praticamente incolor, descarte e prepare
nova solução.
Padronização:
Transferir em três vezes 2,0 mL da solução padrão de ácido ascórbico para diferentes frascos
erlenmeyers de 250 mL contendo 50 mL de ácido oxálico a 1%. Titule rapidamente com a solução
de 2,6 diclorofenol indofenol através de bureta de 50 mL, até uma leve mas distinta cor rósea
persistente por 5 segundos. Cada titulação deve consumir cerca de 15 ml da solução de 2,6
diclorofenol indofenol, e as titulações devem coincidir entre 0,1 mL.
Similarmente titule três brancos da mesma maneira usando água deionizada em lugar da solução de
ácido ascórbico. Após diminuir, da solução de 2,6 diclorofenol indofenol gasta na titulação, a média
da determinação dos brancos, calcular a concentração do 2,6 diclorofenol indofenol como mg de
ácido ascórbico equivalente a 1,0 mL da solução do reagente.
Padronize a solução de 2,6 diclorofenol indofenol diariamente com solução padrão de ácido
ascórbico recentemente preparada.
Cálculo do fator:
F = mg de ácido ascórbico/mL solução 2,6 diclorofenol ndofenol = Va
Vc – MVb
onde:
Va = volume da solução de ácido ascórbico usada
Vc = volume da solução de 2,6 diclorofenol indofenol usada na titulação do ácido
ascórbico; MVb = média do volume da solução de 2,6 diclorofenol indofenol gasto na
titulação do branco.
PROCEDIMENTO
Pipetar um volume conveniente de amostra que contenha cerca de 2 mg de ácido ascórbico e
adicionar a um erlenmeyer de 250 mL contendo 50 mL de solução ácido oxálico a 1%;
Titular com solução de 2,6 diclorofenol indofenol até coloração rósea persistente por 15 segundos
MATERIAL:
Bequer de 250 mL, papel Filtro quantitativo, Frasco Erlenmeyer de 300 mL, pipetas de 1 e 10 mL,
buretas de 25 mL.
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REAGENTES:
Solução de ácido sulfúrico a 20%, v/v;
Solução de iodeto de potássio a 10%, p/v
Solução de amido a 1%, p/v
Solução de iodato de potássio 0,1N (padrão primário)
Iodato de potássio.................................................... 3,5668g
Água até completar ................................................. 1.000 mL
* Coloque 5g de iodato de potássio na estufa a 110 ºC, até peso constante. Pese 3,5668g para um
litro de água (num balão volumétrico).
(1 mL de iodato 0,1 N equivale a 8,806 mg de ácido
ascórbico) Solução de iodato de potássio 0,01 N
- Pipete 10 mL da solução de iodato de potássio 0,1 N e dilua até 100 mL, em balão volumétrico
com água.
(1mL de iodato 0,01 N equivale a 0,8806 mg de ácido ascórbico)
PROCEDIMENTO
Pese em um béquer de 250 mL uma quantidade da amostra, de tal forma que contenha ao redor de
5,0 mg de vitamina C.
Adicione 10 mL da solução ácido sulfúrico, a 20%.
Homogeneíze.
Filtre.
Receba o filtrado em um erlenmeyer de 300 mL, lavando o filtro com 10 mL da solução de ácido
sulfúrico.
Adicione 1 mL da solução de iodeto de potássio, 1 mL da solução de amido e agite.
Titule com solução de iodato de potássio até coloração azul. (dependendo da quantidade de
vitamina C contida na amostra, utilize a solução de iodato de potássio 0,1 N ou 0,01 N)
CÁLCULO
100 x V x F = mg de vitamina C por cento p/p
P
Onde:
V = volume de iodato de potássio
F = 8,806
P = nº de gramas da amostra
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