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Curso Gratuito
Introdução a Criminologia
Carga horária: 50hs
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Conteúdo
Introdução
Conceito e Definição
Objeto da Criminologia
Método
Criminologia como Ciência
Relação da Criminologia com outras Ciências
A Sociedade e a Natureza do Delito como Fenômeno
Individual e Coletivo
Divisão e História da Criminologia
As Causas da Criminalidade
Criminologia Clínica
Desvios Sexuais e Criminologia
Notações sobre o Exame Criminológico
Caracterologia
Criminalidade: Fatores Exógenos Gerais
Causas Institucionais de Criminalidade
Microcriminalidade e Macrocriminalidade
Vitimologia
Bibliografia/Links Recomendados
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Introdução
CONSIDERAÇÕES DE ASPECTO GENÉRICO
É bíblico o ensinamento de que Deus criou o homem à sua
imagem e semelhança e que, ao colocá-lo no Jardim do Éden,
fez-lhe esta advertência: “De toda a árvore do jardim comerás
livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal não
comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente
morrerás”.
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Apesar da criminalidade ser reputada como um fenômeno social
normal, da mesma forma não é analisada a figura do criminoso,
considerado um “fenômeno anormal”, na expressão de Israel
Drapkin (Manual de Criminologia). Contudo, os
autores Newton e Valter Fernandes (Criminologia
Integrada), discordam de Drapkin, pois, se aceita a criminalidade
como um processosocial normal, porque o ato do criminoso deve
ser entendido como um fenomeno anormal? Para tais
doutrinadores, tanto a criminalidade quanto o indivíduo que a
exercita não podem ser considerados normais, porque o crime
não é ato normal em sociedade e, por sua vez, as peculariedades
do fenômeno da delinquência não podem se apartar de seu
agente desencadeador, intrinsicamente á ela ligado.
Outra não é a razão da Criminologia ter por escopo o estudo do
fenômeno criminal, suas causas geradoras e o conhecimento
completo dos seres humanos que exercem um papel no palco
cênico do delito, ou seja, a pessoa do criminoso e, porque não
dizer, a pessoa da própria vítima.
Conceito e Definição
CONCEITO E DEFINIÇÃO
A palavra Criminologia deriva do latim “crimen” (delito) e do grego
“logos” (tratado). Em resumo, seria o “Tratado do Crime”.
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o fim último da Criminologia é a promoção do homem ou a
ascenção da condição humana.
Objeto da Criminologia
OBJETO
Das várias colocações até agora feitas, verifica-se que a
Criminologia representa:
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b) o estudo dos fatores básicos e do fenômeno natural da luta
contra o crime (tratamento e profilaxia), objetivando a
ressocialização do delinqüente e a prevenção da criminalidade.
O Direito Penal tem por objeto o crime como uma regra anormal
de conduta, contra o qual estabelece o gravame, o castigo, a
punição. O Direito Penal é, por assim dizer, a ciência de
repressão social ao crime, através de regras punitivas que ele
mesmo elabora. O seu objeto, portanto, é o crime como um ente
jurídico, e como tal, passível de sanções.
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criminalidade, bem como, o emprego de táticas estribadas em
fatores inibidores do conjunto do crime.
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possam entender-se; pelo contrário, completam-se, pois estão
unidas por uma finalidade única, que é conhecer e estudar o
delinqüente.
Método
MÉTODO
Em seu livro Criminologia Biológica, Sociológica e Mesológica,
ensina Vitorino Prata Castelo Branco:
“Em geral, método é o meio empregado pelo qual o
pensamento humano procura encontrar a explicação de um
fato, seja referente á natureza, ao homem ou á sociedade”.
E prossegue:
a) biológico;
b) sociológico
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De fato, quando o referido autor fala em forças sociológicas e
mesológicas, no fundo significam a mesma coisa, ou seja, algo
ligado ao meio ambiente, ao meio social.
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deve ter um objeto específico, seguir um método determinado e
ter uma aplicação universa.
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Contudo, quanto á condição de não universalidade da
Criminologia, para ser considerada uma ciência, de recordar que,
em Congresso Internacional de Criminologia realizado há menos
de 20 anos em Belgrado, no país então chamado Iuguslávia,
consensuou-se o seguinte: “A delinqüência é um fenômeno
social complexo que tem suas próprias leis e que aparece num
meio sociocultural determinado, não podendo ser tratada com
regras gerais, mas particulares a cada região”. Diante dessa
conclusão a que chegaram mais de 700 criminólogos,
representando cerca de meia centena de países no Congresso
Internacional antes mencionado, de aceitar ser inteiramente
desnecessário o requisito da aplicação universal para erigir a
Criminologia á categoria de ciência.
A esse respeito, aliás, é oportuno citar ainda uma vez Vitorino
Prata, que reconhecendo a condição de ciência da
Criminologia, sublinha:
“Embora o homem seja o mesmo em qualquer parte do mundo,
os crimes têm características diferentes em cada
continente,devido á cultura e á história própria de cada um. Há,
pois, uma Criminologia brasileira, como uma Criminologia
chinesa, uma Criminologia iuguslava, enfim, uma Criminologia
própria de cada raça ou nacionalidade”.
Destarte, malgrado alguns que lhe neguem o caráter científico,
aflora pacífico que a Criminologia é ciência. Ciência que aborda o
acontecimento delitivo em seus aspectos individual e anti-social e
na sua causação, inclusive destacando seus provocativos no
intento de atenuar a incidência delituosa.
a) Ciências Histórico-Filosóficas:
- História do Direito Penal: Vem a ser a pesquisa conexa dos
fenômenos jurídico-penais de cada povo;
- Filosofia do Direito Penal: se resuma na análise e crítica do
Direito Penal naquilo pertinente ao sseus princípios, causas e
modificações;
- Direito Penal Comparado: é a pesquisa sistematizada e em
cotejo das legislações penais dos diversos países;
b) Ciências Causal-Explicativas:
- Criminologia: é a ciência que estuda a causação do fenômeno
criminal;
- Antropologia Criminal: perquire as características orgânicas e
biológicas do delinqüente;
- Biologia Criminal: estuda o crime como acontecimento da vida
do indivíduo;
- Sociologia Criminal: pesquisa o fenômeno delituoso sob o
prisma da influencia ambiental na conduta criminosa;
- Psicologia Criminal: estuda os caracteres psíquicos do
delinqüente que influem na gênese do crime;
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- Psicanálise Criminal: atenta para a personalidade do criminoso
e para os processos íntimos que oexcitam á prática delitiva.
c) Ciências Jurídico-Repressivas:
- Direito Penal: é a ciência jurídica de reação social contra o
crime;
- Direito Processual Penal: é a atividade estatal de tutela penal
através de normas próprias;
- Direito Penitenciário: representa o compacto de regras jurídicas
reguladoras da atividade jurídico-carcerária.
d) Ciências Auxiliares e de Pesquisa:
- Política Criminal: tem por finalidade a análise e a crítica das leis
penais a partir de propostas criminológicas;
- Penologia: tem por objeto o estudo da pena, das medidas de
segurança e da funcionalidade das instituições destinadas á
readaptação dos egressos dos presídios;
- Medicina Legal: tem por propósito a aplicação dos
conhecimentos científicos na esfera da Justiça Criminal;
- Criminalística: estuda as formas como se cometem os delitos,
cuidando da aplicação dos recursos técnicos para sua
constatação e perquirição;
- Psiquiatria Forense: tem por mira o estudo dos distúrbios
mentais ensejadores de problemas jurídico-penais;
- Psicologia Judiciária: estuda o comportamento do indivíduo
acusado da perpetração do crime;
- Polícia Judiciária Científica: se incumbe da pesquisa dos
vestígios e indícios encontradiços no palco típico;
- Estatística Criminal: tem por fim a observação etiológica do
delito com vistas ao planejamento e avaliação do desempenho
institucional contra a criminalidade.
Depreende-se do anteriormente explicitado, quando se fala em
“Enciclopédia das Ciências Penais”, que a expressão galardoa a
própria Criminologia, naquilo que é ela considerada uma ciência
que abrange praticamente todas as disciplinas criminais.
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Efetivamente, para atender sua finalidade, a Criminologia não
pode atuar isoladamente, havendo que recorrer ao objeto de
outras ciências, mesmo porque o conhecimento não se confina
nos limitativos de uma única ciência.
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confirmada pelo STF. Mas na grande maioria dos casos, as
pessoas sofrem as injustiças sem nada pleitear.
c) Criminologia e Direito Penitenciário: Nascido na Itália, com
Giovanni Novelli, este Direito é muito novo e refere-se à aplicação
da pena. Pretende exercer todas as medidas destinadas á
aplicação individual da lei penal, a cada delinquente em
particular, objetivando a ressocialização do delinquente.
d) Criminologia e Antropologia Criminal: Pesquisando a
exigência de leis que regem a criminalidade e também a
influência de fatores individuais na gênese do delito, a
Criminologia obrigatoriamente tem de invocar a Antropologia
Criminal, que permite totalizar o fenômeno delinquencial em seus
múltiplos aspectos, desde os biológicos aos psicossociais, como
um todo. A Antropologia é a base da Criminologia, mormente
agora que foi revigorada pela Endocrinologia e pela Genética.
e) Criminologia e Biotipologia Criminal: Esta projeta uma
constituição delinquencial. Semelhante á Antropologia.
f) Criminologia e Sociologia Criminal: A Sociologia nos
ensina a organização dos grupos sociais, que são diferentes de
acordo com a época e a localização, o que também é uma fase
importante para o conhecimento do homem delinquente. Assim, a
Criminologia relaciona-se com a Sociologia na medida em que
aquela demonstra que a personalidade criminosa é o somatório
de fatores biológicos e sociológicos em seu mais amplo sentido,
integrados numa unidade psicossomática.
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periculosidade e estudando a incidência da fenomenologia
psíquica da Criminalidade. Como a causa dos crimes reside,
grande número de vezes, em transtornos mentais, transitórios ou
permanentes, as alterações psíquicas interessam á Criminologia
(psicoses, neuroses, psicopatias, oligofrenias, etc), fornecendo á
Criminologia matéria para o estudo dos transtornos mentais dos
criminosos.
h) Criminologia e Psiquiatria Criminal: A função da
Psiquiatria Criminal centraliza-se na terapia, uma vez que a
profilaxia é mais cabível à Psicologia Criminal.
i) Criminologia e Endocrinologia: É de vital importância a
pesquisa da interação endócrino criminal, permissível pela
ocorrência de anomalias endócrinas dos criminosos.
j)Criminologia e Demografia: A Criminologia busca nos
movimentos da massa humana (nascimentos, casamentos,
óbitos) as causas que influem sobre a personalidade do homem
delinquente.
l)Criminologia e História: A História é uma ciência que nos
serve para compreender o presente e o futuro, baseando-se no
passado; através dela conhecemos o passado, compreendemos
o presente e vislumbramos o futuro.
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homem, e do próprio deusismo, Darwin estabelece outra
hipótese sobre a origem do homem, defendida em suas obras On
the origen of Species e The Descent of Main, escritas em 1859 e
1871, respectivamente. Darwin entendia que o homem evoluiu a
partir de animais não humanos, sofrendo mutações e percorrendo
um longo caminho até chegar ao estágio humano. É o que prega
em sua “Teoria da Evolução”, contestada veemente pelos
representantes da igreja, mas cuja influencia na classe intelectual
até hoje é bastante razoável.
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As condições ambientais e circundantes, na ocasião do crime,
abrangem as circunstancias que permitiriam o desencadeamento
do próprio ato, entre elas aquelas que tornaram permissível o seu
cometimento e, por isso, prevalentes, como também as que
teriam funcionado como inibidora do evento, mas que foram
reprimidas. Assim, a miséria (que via de regra é a responsável
por grande gama de delitos, figurando quase sempre como
preponderante sobre circunstancias outras) pode, em
determinada situação, não prevalecer, como o simples fato do
indivíduo que iria praticar o crime e, á última hora, deixou de fazê-
lo por temor ao respectivo castigo ou pena que, uma vez
descoberto,viria a sofrer. O castigo funcionou, aí, como freio
inibidor.
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sua segunda natureza e até de sua personalidade.
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criminalidade. Isso aponta a criminalidade como fenômeno da
vida societária, pouco valendo o argumento daqueles que,
procurando combater o caráter de fenômeno coletivo da
delinqüência, aduzem que esta outra coisa não é senão a
somados crimes individuais.
Divisão e História da Criminologia
DIVISÃO DA CRIMINOLOGIA:
CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
1º - Escola Clássica
2º - Escola Positiva
3º - Escola Socialista
CRIMINOLOGIA TRADICIONAL:
HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA:
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tem, até então, são idéias de pensadores, algumas válidas até os
dias de hoje. (Platão, em uma de suas obras, já se referia ao furto
famélico).Este período pode subdividir-se em:
a) Antiguidade remota;
b) Antiguidade grega (Hipócrates, Platão e Aristóteles);
c) Idade Média. Teólogos e sacerdotes (especialmente S. Tomás
de Aquino). Ciências Ocultas.
a) Antiguidade remota
c) Idade Média
1- Filósofos e pensadores:
2-Penólogos e Penitenciaristas
3- Fisiognomistas:
4 - Frenólogos:
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A Frenologia é uma ciência que estuda o indivíduo não só com
base nas expressões fisionômicas, mas, também, com base na
configuração do crânio. O criador da Frenologia tem sido Joseph
Gaspard Lavater, porém, mais importante que ele para a
Frenologia, é Johan Frans Gall, que foi o 1º a relacionar a
personalidade do delinqüente com a natureza do delito por ele
praticado.
a) LOMBROSO:
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- Teoria de Lombroso:
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- Características do homem delinquente para Lombroso:
Vejamos:
- Daltonismo;
- Mancinismo (surdez);
- Insensibilidade á dor (tatuagens);
- precocidade sexual, etc.
- Vaidade;
- Ações impulsivas;
- Tendências alcoólicas;
- Negligência;
- Superstições;
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- Uso de gírias;
- Imprevidência;
- Crueldade;
- Instabilidade;
- Indolência, etc.
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características anatômicas das anormalidades morfológicas são
próprias tanto dos delinquentes como dos não delinquentes;
2ª- Avaliar a criminalidade com base na epilepsia. Para
Lombroso, todo o epilético era um criminoso em potencial.
Comprovou-se haver epiléticos delinquentes, da mesma maneira
que não delinquentes;
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- Causas Biológicas: a herança, a constituição genética, etc;
- Causas Físicas: o meio ambiente (clima, umidade, etc);
- Causas Sociais: o ambiente social.
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c) RAFAEL GARÓFALO (1852)
b) Adolphe Quetelet:
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A doutrina de Lacassagne de que “cada sociedade tem os
criminosos que merece”, foi transformada pela doutrina de Karl
Marx de que ”cada sistema de produção tem os delinqüentes
que merece”. É o método de produção que dá uma modalidade
própria á criminalidade.
1- A Terza Scuola;
2- A Escola Espiritualista;
3- A Escola da Política Criminal, que é a que dá o nome á esse
período da Criminologia.
4- Criação dos Institutos de Criminologia e Gabinetes
Penitenciários de Antropologia
5- Criação de Organismos Internacionais
1- A Terza Scuola:
Sustenta que cada indivíduo tem o livre arbítrio de fazer o que lhe
dá prazer, ou seja, prevalece apenas a vontade própria de cada
indivíduo, sem qualquer limitação.
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As Causas da Criminalidade
AS CAUSAS DA CRIMINALIDADE
FATORES ENDÓGENOS
BIOTIPOLOGIA CRIMINAL
1 GENERALIDADES:
2 A HERANÇA GENÉTICA
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Existem alguns aspectos ou caracteres que são essências na
hereditariedade. Vejamos quais:
a) Herança Normal:
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germinal e não desaparecem; ao passo que as malformações
congênitas se devem a causas que intervém depois da gestação
do novo ser. Um choque elétrico sofrido pela mãe em estado de
gravidez, pode influir em sua descendência; as relações sexuais
em estado de alcoolismo tem uma grande influencia pelo grande
poder de difusão do álcool através dos tecidos orgânicos;
também ostraumatismos sofridos pela mãe durante a gestação
podem ter influencia.
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8- Doenças do Aparelho Genital: criptorquidia (ausência de
testículos no escroto, que pode ser parcial ou total, faltando, pois,
um ou ambos os testículos);
Apresenta-se em 3 estados:
c) Herança do Crime:
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Dugdale, por exemplo, investigou a família Juke, reconstituindo
sua genealogia até chegar ao antepassado comum: o individuo
Marx Juke, nascido em 1720. Na família aconteceram diversas
uniões ilegítimas. Foram pesquisados 700 descendentes de Marx
Juke, sendo que mais da metade era constituída de criminosos,
prostitutas, vadios, etc. Verificou-se que 310 eram indigentes, 440
foram descritos como portadores de doenças físicas graves, 50%
das mulheres eram prostitutas e 130 haviam praticado diferentes
crimes, sendo que entre elas, existiram 7 homicidas. Em 1915,
outro pesquisador deu continuidade ao trabalho de Dugdale,
voltando a pesquisar á Família Max Jukes, jánessa ocasião com
2.094 descendentes. Dentre estes foram encontrados 76
desajustados socialmente, 171 criminosos, 277 prostitutas, 282
ébrios contumazes, 323 tipicamente degenerados e 255 mais ou
menos corretos.
Outra família pesquisada foi a família francesa Chrétien, que teve
3 filhos: Píer, assassino, teve 1 filho também assassino; Tomás
teve 2 filhos assassinos e 1 neto ladrão reincidente; Jean teve 7
filhos, sendo 4 ladrões e 2 filhas ladras, uma das quais teve 2
filhos assassinos e 4 ladrões; a terceira filha teve 1 filho
assassino.
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sangue ou de um traço de esperma. Para tanto, ter-se-á que
cotejar o DNA do material encontrado no local do delito com
aquele do suspeito ou indigitado autor.
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A herança poderá ser um fator predisponente ao crime, não fator
de sua ação direta que prescinde de uma base com
circunstancias favoráveis. Um paranóico homicida quiçá transmita
a seu filho uma constituição paranóica que poderá levá-lo ao
homicídio, porém, isto não é herança criminal, pois o crime é só
um acidente. O importante é a herança patológica mental. O pai
pode ser um simples neuropata, tornando-se homicida por
circunstâncias totalmente eventuais, enquanto o filho pode vir a
sê-lo como conseqüência, por exemplo, de um delírio de
perseguição.
Quer dizer que, ao que parece, a maior parte dos fatores que
integram a constituição, a inteligência, o temperamento e o
caráter, combinam entre si e se misturam de forma muito variada
na descendência, de maneira que jamais podemos prescindir dos
fatores do mundo circundante, já que são capazes de permitir ou
não o aparecimento de um caráter endógeno.
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Não há, portanto, tendências criminais especificamente
hereditárias, apenas formas psicopáticas especiais.
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d) Influencias Patológicas: As doenças da mãe, como as
infecções, as intoxicações, etc., influem também na vida do feto.
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transtornos mentais. Os fatores exógenos influem
imponderavelmente na vida do individuo. Qualquer fato decisivo,
como o falecimento de um familiar, se nos surpreende numestado
emocional de fraqueza, quer dizer, de hipersensibilidade, pode se
romper o equilíbrio das faculdades do indivíduo.
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Também devemos considerar a idade emocional, que é a mais
importante de todas as que estamos tratando.
EUROPA
- Alemanha: 14 anos
- Dinamarca: 15 anos
- Finlândia: 15 anos
- França: 13 anos
- Itália: 14 anos
- Noruega: 15 anos
- Polônia: 13 anos
- Escócia: 8 anos
- Inglaterra: 10 anos
- Rússia: 14 anos
- Suécia: 15 anos
- Ucrânia: 10 anos
ÁSIA
- Blangadesh: 7 anos
- China: 14 anos
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- Coréia do Sul: 12 anos
- Filipinas: 9 anos
- Índia: 7 anos
- Indonésia: 8 anos
- Japão: 14 anos
- Maynmar: 7 anos
- Nepal: 10 anos
- Paquistão: 7 anos
- Tailândia: 7 anos
- Uzbequistão: 13 anos
- Vietnã: 14 anos
ÁFRICA
- África do Sul: 7 anos
- Argélia: 13 anos
- Egito: 15 anos
- Etiópia: 9 anos
- Marrocos: 12 anos
- Nigéria: 7 anos
- Quênia: 8 anos
- Sudão: 7 anos
- Tanzânia: 7 anos
- Uganda: 12 anos
AMÉRICA DO NORTE
- Estados Unidos: entre 6 e 18 anos, conforme a legislação
estadual
- México: 11 ou 12 anos para a maioria dos estados
AMÉRICA DO SUL
- Argentina: 16 anos
- Brasil: 18 anos
- Chile: 16 anos
- Colômbia: 18 anos
- Peru: 18 anos
ORIENTAL MÉDIO
- Irã: 9 anos (mulheres) e 15 anos (homens)
- Turquia: 11 anos
Criminologia Clínica
CRIMINOLOGIA CLÍNICA
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estrutura social delituógena, do que já falava Lacassagne, mas
jamais poder-se-á deixar de lado a análise do ingrediente
endógeno, do componente biológico no comportamento anti-
social. Esse componente biológico é o equipamento genético, a
bagagem hereditária, como causalidade congênita de
criminalidade, ale, é óbvio, de não se poderem esquecer os
fatores biológicos adquiridos nessa mesma causalidade.
1- CARÁTER E NARCISISMO
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caráter do criminoso, a ponto de criar a chamada Escola
Caracterológica Francesa que conceitua a Caracterologia como
“o conhecimento metódico dos homens desde que cada qual se
destaque por sua originalidade”. Assim, o objeto da
Caracterologia é o homem completo em sua realidade. A
Caracterologia se restringe, em última análise, á determinação de
fatores de estrutura congênita e sólida do indivíduo. Visa os
fatores constitutivos do caráter (como a atividade e a
emotividade, por exemplo).
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2- OS CICLOTÍMICOS E OS ESQUIZOTÍMICOS
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Pode-se dizer que a personalidade é um padrão peculiar de
conduta do indivíduo, que caracteriza e garante sua identidade,
abrange suas disposições orgânicas e psíquicas, conscientes e
inconscientes, manifestas e latentes. A personalidade vai se
moldando e se readaptando por força de novas experiências
significativas do indivíduo e dos fatores externos, ambientais, aos
quais está sujeito.
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aqueles que não se adaptam á sociedade, vivendo em constante
luta com ela: são descontentes com tudo, por toda a parte;
sentem necessidade de ser diferentes dos outros”.
74
de seus pais situada no bairro de Santa Catarina, o jovem
Roberto Peukert Valente, com 18 anos de idade, portador de
epilepsia condutopática robustamente atestada por perícia
médico-psiquiátrica, matou a tiros e a facadas seus pais e 3
irmãos menores, sem motivos aparentes. Em seguida, colocou os
5 cadáveres no porta-malas de um veiculo que abandonou no
Jardim Marajoara. Depois voltou para sua casa para lavar a
garagem. Subseqüente, foi á padaria para comprar pão e leite
para o café da manhã. Preso e interrogado pela polícia, Roberto
denotou frieza, insensibilidade e algum esquecimento ao
confessar o crime e sua execução, tudo nos moldes da teoria do
“criminoso epilético” de Lombroso. Este quíntuplo homicídio, por
sua causação pouco comum, foi largamente noticiado por
emissoras deTV brasileiras e pela RAI (Televisão italiana).
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encontrados com grande freqüência na vida social.
a) Instáveis:
Caracteriza-se pela dispersão de atenção, mobilidade das
impressões e desejos, descontinuidade nos pensamentos e na
ação e versatilidade dos sentimentos para com as pessoas e as
coisas. O Instável é escravo das próprias tendências e das
solicitações do meio ambiente, que o incentivam á variabilidade
da ação, passando incessantemente de um objeto a outro, pois
tudo o atrai com força e tudo o aborrece e cansa em seguida.
Suas decisões são bruscas e repentinas, irrefletidas e
impensadas. Com certa freqüência, tem bom êxito escolar,
saindo vitorioso em eventos difíceis e não raro, perdedor nos
fáceis. Tem demasiado conhecimento da vida sexual. Pratica
furtos por brincadeira, é descarado, desavergonhado e vicioso
contumaz.
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mostra-se depressivo, apático e pessimista. Tem um nível baixo
de energia e a vida passa a lhe parecer inútil, não sendo raro,
nessas ocasiões, a idéia de suicídio. Há casos dedepressão ou
de excitação constante e de depressão e excitação periódicas.
Podem desenvolver a psicose maníaco-depressiva.
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verificação, que constitui-se para eles num sério problema aos
menores atos da vida cotidiana (reabrem várias vezes as
mesmas cartas p. ex. para verificar se assinaram ou não a carta;
recomeçam várias vezes asa mesmas coisas). Moralmente
também são indecisos, revelando sem cessar o temor de haver
cometido uma má ação, de haver desagradado alguém e ainda
são dominados por inúmeros outros escrúpulos. São inquietos,
incapazes de acalmarem-se e de permanecerem em equilíbrio,
em paz ou repouso. Eis o que se designa sob o nome
de“sentimento de incompletude” é o que Janet (referido por
Baruk, Psychiatrie Médicale, Physicologique et Experimental) estudou sob o
nome de “agitações forçadas dos psicastênicos”. As pessoas com
esse tipo de personalidade psicopáticas podem desenvolver uma
neurose.
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contra outrem ou contra a sociedade, com o único objetivo de
satisfazerem suas tendências impulsivas para o mal. Revelam-se
precocemente nasa crianças, na tendência à preguiça, inércia,
indocilidade, impulsividade,obstinação na oposição e no
negativismo, indiferença afetiva, irritabilidade, crueldade, sevícias
contra animais e outros meninos, mais tarde, em repetida
delinqüência, em fugas,vagabundagem, mendicidade, roubos,
criminalidade infanto-juvenil, recedivismo incessante de faltas,
freqüentemente coexistem as perversões sexuais. Podem ser
observadas mentiras, fabulações, calúnias, delações (orais ou
escritas, estas sob a forma de cartas anônimas). A inteligência
desses indivíduos é, as vezes,elevada. Entre eles se encontram
incendiários, as prostitutas, os vândalos, os vampiros, os
envenenadores e sobretudo as envenenadoras. Tais anomalias
são freqüentes em filhos de alcoólatras, achando-se, muitas
vezes, associados à toxicomanias, à epilepsia, etc...
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Sabe-se que é a psiquiatria que interessa buscar a causa, o
desenvolvimento e o trato das perturbações funcionais da
personalidade e do comportamento humano, perturbações que
atuam na vida interior da pessoa e no seu relacionamento com os
demais. À Psiquiatria incumbe, portanto o conhecimento e
tratamento das doenças mentais.
a) as doenças em geral;
b) asendo-intoxicações;
c) as exo-intoxicações;
d) as infecções, sobretudo sifilítica;
e) a herança;
f) ascrenças e superstições;
g) as causas psíquicas, sobretudo emotivas;
h) as causas mecânicas, comotraumatismos, sobretudo os
cranianos;
i) as disposições individuais;
j)as causas fisiológicas.
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Vistas assim, panoramicamente, as doenças mentais, imperioso
que sobre elas se proceda uma análise, pois é sabido que umas
e outras concorrem com larga parcela para o acontecimento
delitivo.
1- NEUROSES
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Os sintomas vicerais mais comuns são: transtornos do aparelho
digestivo; como anorexia, vômitos, dispepsias, diarréia; do aparelho
cario-circulatório, palpitações, arritmias, dores precordiais, lipotimias,
vosoconstrição ou vasodilatação, hiper ou hipo tensão; do
aparelho respiratório, tosse, dispnéia, asma; do aparelho genito urinário,
poliúria ou polaquiúria, impotência sexual, vaginismos,
dispareunia”.
Slater diz que: “tal como para as psicoses, também existe uma
disposição genética para as neuroses”.
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mitomania e problemas de insatisfação sexual.
refere-se ao esgotamento
Neurastenia constitucional ou adquirida:
nervoso (que se distingue do cansaço cerebral, podendo ser
simples, crônico, incapacidade de concentração intelectual,
angústia ou ansiedade quase permanente, estado perpétuo de
sobressalto, capacidade mnemônica reduzida com facilidade de
esquecer de coisas, insônia freqüente, cefaléia e vertigens,
freqüentes tremores, debilidade muscular, transtornos digestivos
e circulatórios, espermatorréia, impotência.
2- PSICOSES
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É tradicionalmente classificada em dois grupos: psicose orgânica
e psicose funcional. Clinard entende que a psicose orgânica é
doença cuja origem decorre de algum germe patógeno, de
alguma lesão no cérebro ou, então, de desordem fisiológica, tudo
sem conotação hereditária. Como exemplos de psicose orgânica podem
ser citadas a demência senil, a psicose sifilítica, a psicose
alcoólica, a arteriosclerose cerebral etc...
a) esquizofrenia,
b) parafrenias ou paranóias,
c) psicose maníacodepressivas,
d) epilepsias,
e) oligofrenias,
f) personalidades psicopáticas,
g) sífilis cerebral e paralisiageral progressiva,
h) psicoses senis,
i) psicoses alcoólicas e por psicotrópicos.
84
também chamada “demência paralítica”, é a mais
Paralisia geral:
grave entre as psicoses sifilíticas. Caracteriza-se por uma
demência progressiva, com acentuado enfraquecimento do juízo,
exteriorizado, via de regra, pela conduta absurda do doente, para
o que contribuem o desconhecimento da situação, a
sugestibilidade exaltada, as idéias delirantes, a ausência de
qualquer idéia de enfermidade. A debilidade do juízo acentua-se
mais em consequência da memória da fixação, seguida da
evocação, tudo progressivamente mais lento e deficiente.
85
precedentes aos ataques, referindo-se a modificações de humor
ou a sintomas físicos. Há também os ataques denominados de
pequeno mal ou ausência, marcados pela perda da memória ou
da consciência do ambiente, isso por segundos ou minutos. Há
registros de perda de memórias por vários dias.
a) a epilepsia essencial,
b) a epilepsia jacksoniana (assim chamada por ter sido Jackson
quem a descreveu, dizendo-se adquirida e secundária, diferente
da essencial ou primitiva).
86
Sob o ponto de vista didático os sintomas psíquicos
esquizofrênicos podem dividir-se em primários e secundários.
87
forma tal que amigos e inimigos podem apresentar-se doente sob
variados aspectos. Tais falsas premissas levam geralmente ao
delírio de grandeza ou de perseguição desenvolvido muito
lentamente no transcurso dos anos. Particularmente chama a
atenção, a credulidade do doente no que se relacionam com suas
idéias delirantes, ao tempo em que afasta tudo que as
contradizem.
88
mutismo absoluto, facilitação ou inibição das funções psíquicas
centrífugas (psicomotilidade, atividade,conduta).
89
por trocar de roupa e, evita o banho (nessas ocasiões reflete o
seu pessimismo, a indiferença à vida, assim como a sua
humildade e modéstia).
90
alterações da conduta motora e verbal do indivíduo que, quando
interrogado, encerra-se em impenetrável mutismo ou passa a
exibir para respostas, como se estivera acometido de um estado
deficitário orgânico, não raro acompanhado de sintomas
depressivos ou catatônicos.
91
Todos podendo ser utilizados em suicídios.
3- OLIGOFRENIAS
92
déficit intelectual. Há uma parada, ou umatraso do
desenvolvimento mental, determinado diversos graus de
deficiência mental. Várias são as causas das oligofrenias: sífilis,
alcoolismo, casamentos tardios, precoces ou desproporcionais,
abalos morais reiterados durante a gravidez, infecções,
perturbações endócrinas. Há ainda os traumatismos do
nascimento, 10% dos deficientes mentais dos hospitais
apresentam sinais de parto laborioso”.
93
automutilações.
95
Exibicionismo: satisfaçãosexual através da exibição do corpo,
freqüentemente dos órgãos genitais. Esse prazer sexual existe,
inclusive, na exposição em público dos órgãos genitais. O prazer
derivado de olhar, ao invés de ser olhado (exibicionismo), chama-
se escopofilia.
Voyeurismo: do francês “voyeur” que significa bisbilhoteiro, é uma
perversão que se caracteriza pela observação da satisfação
sexual, espiando outras pessoas, enquanto se despem ou têm
relação sexual.
Fetichismo: o interesse sexual está concentrado em alguma parte
do corpo ou em objetos, como por exemplo, artigos de vestuário.
Um grande número de partes corporais ou objetos tem sido
assinalados como estimuladores dos fetiches sexuais: pés, seios,
cabelos, orelhas, pêlos, roupas íntimas, meias, fitas, sapatos,
lenços, etc..·
Coprofilia: é
o gosto pelos excrementos, quase sempre ligados a
uma patologia mental, também é encontrada na prática de
relações sexuais.
96
correspondente masculino da ninfomania.
1- Exame Morfológico
98
avaliar todos os segmentos do corpo humano, determinando suas
medidas e proporções, a massa corpórea, óssea e muscular.
2- Exame Funcional
99
sobre a gênese e a dinâmica do eventodelituoso.
4- Exame Psiquiátrico
1-Psicoevolutivos:
referem-se ás morbosidades infanto-juvenis com
conseqüências graves para o desenvolvimento psicossomático. E
dentre elas:
a) o desmantelamento do lar;
b) a falta de escolarização ou profissionalização; a
institucionalização em casas de reeducação da criança (creches,
abrigos, orfanatos, etc.);
c) distúrbios precoces de comportamento;
d) desvios de conduta;
e) fugas do lar;
f) perturbações psíquicas da mais variada natureza.
2-Jurídico-penais: Entre eles:
100
a) a natureza do delito praticado (patrimonial, contra os
costumes, contra a pessoa, etc.);
b) início da criminalidade: se antes ou depois de completar 18
anos (se com menos de 18 anos, perquerir-se-á se é menor
estruturado, ou seja, habituado á prática de ato infracional e se
tem passagens por Institutos de Reeducação);
c) a quantos Inquéritos Policiais ou Processos Criminais
respondeu;
d) se é reincidente;
e) a criminalidade no espaço (locais onde foram praticados os
delitos, na mesma cidade, em cidades diferentes, em estados
diversos, etc.);
f) a participação em bandos ou quadrilha para a prática do crime;
g) qual a sua efetiva participação no bando (se em posição de
chefia ou liderança ou não, etc.).
5- Exame Moral
101
são os indivíduos que, embora conheçam suficientemente
- Imorais:
normas ético-morais, habitualmente não as obedecem, por
razões que a própria análise criminológica se encarrega de
apurar.
7- Exame Histórico
102
e com quais pessoas; se foi ajudado por alguém e de que forma;
se prestou ou não socorro ou auxílio á vítima, etc.
Tratamento Delinquencial
103
esses indivíduos, é evidente que, em virtude do grau de
perigosidade que apresentam, devem sofrer as restrições que a
defesa social impõe, pois, se eles são capazes de satisfazer as
exigências médias da ordem jurídica, deixando de empregar, na
medida do possível, uma resistência mais forte em relação á
inclinação para o crime, não é admissível que fiquem á margem
da reação punitivo-corretiva. A capacidade de entendimento e
auto-direção, na verdade, não lhe estão completamente
anuladas, como ocorre com os doentes mentais. Pelo seu notável
grau de periculosidade (são os reincidentes por excelência), não
basta a imposição da pena: durante e após o cumprimento desta
devem sofrer um regime de tratamento adequado á reeducação e
ressocialização.
Caracterologia
CARACTEROLOGIA
105
São fechados, persistentes, solitários, honestos e
8- Apáticos:
vorazes. Representam uma mistura do sentimental e do amorfo.
Têm inclinação para veterinária, funções públicas, etc.
106
Os juristas falam do “iter criminis, ou seja, o caminho do crime,
que compreende 4 etapas:
a) Cogitação;
b) Preparação;
c) Execução;
d) Consumação.
Intelecção ou “gnosia”;
a) Desejo ou tendência;
b) Deliberação ou dúvida;
c) Intenção;
d) Decisão;
e) Execução ou realização.
107
Crime é um ato biopsiquico ou
- No aspecto jurídico e biopsicológico:
biopsicológico, contrário á lei, decorrente de decisão livre da
personalidade individual, punível á título de dolo ou culpa, se
inexistentes as excludentes de legítima defesa, estado de
necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício
regular de um direito, e desde que, dita decisão da personalidade
não esteja desconfigurada pela existência de inimputabilidade
(total ou parcial), consistente em psicopatias ou desordens
mentias, ou em razão do agente ser menor de 18 anos.
CRIMINALIDADE
1- Meteorologia Criminal
2- Higiene
109
privilegiadasdos países do epitetado Terceiro Mundo.
3- Nutrição
110
predisponente de criminalidade, sem que se chegue ao exagero
da menção ao furto famélico, juridicamente descriminalizado em
razão da sua etiologia.
4- Sistema econômico
111
chamados de “crimes do colarinho branco” (white collar crime) ou seja,
aqueles cujos criminosos possuem poder político, econômico ou
social e que, por isso, suas atuações criminosas, na absoluta
maioria dos casos, permanecem impunes, quase que
representando uma condição de inimputabilidade situacional.
5- Pobreza
6- Miséria
112
É sabido que avaliações recentes da ONU revelam que, a par da
alarmante mortalidade infantil existente no Terceiro Mundo, a
quantificação da miserabilidade nos países pobres da América
Latina, África e Ásia já atinge a cifra de 1 bilhão e quase 300 mil
pessoas! Em levantamento complementar ao de 1994 que
registrava, nas nações subdesenvolvidas, a morte anual de 500
mil crianças em razão da miséria, a informação atual da Unicef é
de que não menos de 700 mil infantes morrem anualmente
nesses países. No Brasil, por exemplo, a miséria e a fome matam
mais de 300 mil pessoas anualmente, entre adultos e crianças.
7- Mal-vivência
113
aos parentes o sofrimento e a aflição. Fala-se, ainda, na
epitetada “idade do diabo”, em que os jovens, acometidos pela
“claustrofobia” do lar, vão em busca de novas experiências e
acabam, geralmente, na marginalização, quando não no crime.
114
é profundamente nocivo para a coletividade, e também para os
órgãos públicos, por sua força corruptora.
9- Casa
115
infância, o cadinho da impudicícia e o exemplo da maldade
humana. As crianças pagam caro os desastres ocorridos no lar. E
o que dizer-se quando a família se desintegra? Quando os lares
se desmantelam?
10- Rua
116
muito pequeno.
12- Profissão
13- Guerra
117
crescimento da criminalidade. Os jovens são subitamente
arrancados de uma vida normal e atirados aos horrores da
belicosidade, participando de manobras e combates destruidores
e sangrentos. Inclusive os valores morais adquirem feições
diferentes: se na paz matar é crime, na guerra é ato de heroísmo.
14- Industrialização
118
por áreas geográficas e o tamanho e a densidade demográfica
das cidades, têm revelado uma correlação positiva entre o índice
de criminalidade per capita e a população, principalmente para os
delitos patrimoniais. A significância da incidências de delitos
dessa natureza em áreas concentradoras de população
possibilita a definição de uma categoria, chamada de
“criminalidade urbana”, composta por tipos de delitos que se
apresentem como fenômenos sociológicos que trazem em si
especificidades necessárias e exclusivamente urbanas.
119
repressão.
120
17- Política
121
furtos, as apropriações, os roubos, as falências fraudulentas, os
estelionatos, etc.
1- Polícia
2- Justiça
122
A Justiça, não sendo urgente, deixa de ser justa, pois posterga
direitos e procrastina obrigações. A Justiça deve ater-se, sempre,
ao império da lei e da ordem constitucional vigente, ou seja, à
Constituição.
Infelizmente, em alguns países, a estrutura do judiciário é,
inquestionavelmente, arcaica, ensejando, por via de
conseqüência, a que não se tenha uma justiça efetivamente
eficiente, até porque essa eficiência talvez não corresponda aos
desejos dos estamentos sociais mais privilegiados e por isso,
muitas vezes, ela deixa de atender os mais lídimos interesses
das camadas sociais menos favorecidas, quando não passa ao
largo de direitos individuais, que de forma alguma, poderiam ser
postergados ou procrastinados, sendo, neste último caso, uma
Justiça injusta, porque não se faz urgente.
3- Prisão
123
Inúmeras prisões, na quase totalidade dos estados brasileiros,
estão, por assim dizes, formando mestres e doutores em crimes.
4- Raça
125
Dizem, algumas estatísticas, que a proporção existente entre
delitos cometidos por homens e mulheres é de 6 para os
primeiros contra 1 para as segundas. Observando-se, ainda, que
a proporção da criminalidade feminina aumenta à medida que
aumenta a participação da mulher na vida social, política e
econômica do país em que vive.
6- Idade
126
7- Meios de Comunicação: Contágio moral
127
As maiores vítimas da mídia são, sem sombra de dúvidas, as
crianças e, sobretudo, os adolescentes, os quais costumam
sempre imitar os grandes vilões criminosos dos filmes e novelas.
Os filmes de TV, por exemplo, visualizam como “heróicas” as
ações violentas dos vilões e dos “gangsters”. Crianças, após
assistirem filmes de “gangsters”, passam a imita-los, porque
estes aparecem, quase sempre, nas histórias, como protetores
do povo. O delito passa a ser visto, então, como um fenômeno
comum, praticamente norma!
8- Jogo
10- Prostituição
129
onde o freguês escolhe a mulher através de álbuns de
fotografias.
Microcriminalidade e Macrocriminalidade
MICROCRIMINALIDADE E MACROCRIMINALIDADE.
130
Nesta espécie de crime a violência praticamente inexiste, pois
que seus promovedores atingem os propósitos colimados através
da astúcia e da fraude. Respaldando fundamentalmente em seu
poderio econômico, o criminoso de colarinho branco desfruta de
ampla impunidade, de respeitabilidade social e até de
intangibilidade!
Vitimologia
VITIMOLOGIA
132
outras ciências, e principalmente a Criminologia, tiveram que vir
em auxílio do Direito Penal para a análise aprofundada do crime,
do criminoso e da pena.
133
No contexto delituoso a vítima pode ser inteiramente passiva ou,
ao contrário, pode ser ativa e concorrente. Crimes há, em sua
gênese, onde não se vislumbra nem ação nem omissão da
vítima, como o aborto consensual, por exemplo. O caso, é o
nascituro quem se transforma em vítima. Aausência da pessoa a
ser vitimada também será suficiente estímulo para que ocorra
furto ou furto qualificado em sua residência. Da mesma forma,
poderá servir de estímulo á prática de roubo e até de latrocínio, o
fato da pessoa se expor em locais inidôneos ou suspeitos
exibindo dinheiro, jóias ou valores. De mencionar, ainda, certas
modalidades de estelionato nos quais a participação da vítima é
fator primordial para o desenlace anti-social, eis que, nessas
infrações, ao contrário de estar em oposição, a vítima está
psicologicamente solidária com o delinqüente.
Incontáveis, ademais, os episódios criminais em que a vítima é a
causa eficiente do delito que, sem ela, sem a sua ocorrência
ativa, jamais teria ocorrido. É o que ocorre em muitos crimes
sexuais, como, por exemplo, o estupro, pois não são raros os
caso em que, em última análise, a maior vítima dos crimes
sexuais é o acusado e não a “pobre e infeliz” ofendida.
As Vítimas Autênticas
134
c) vítima agressora, simuladora ou imaginária, que não passa de
suposta vítima (ou pseudovítima) e, por isso, propicia a
justificativa de legítima defesa de seu “atacante”.
Bibliografia/Links Recomendados
Introdução Crítica ao Direito Penal – Nilo Batista
135
Direito Penal Brasileiro – Nilo Batista e Eugênio Raul Zaffaroni
Mídia e Sistema Penal no Capitalismo Tardio – Nilo Batista
Penas Perdidas – Louk Hulsman
Em Busca das Penas Perdidas – Eugênio Raul Zaffaroni
O Inimigo do Direito Penal – Eugênio Raul Zaffaroni
Criminologia – Eugênio Raul Zaffaroni
Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal – Alessandro
Baratta
Difíceis Ganhos Fáceis – Vera Malagui
Medo na Cidade do Rio de Janeiro – Vera Malaguti
Vigiar e Punir – Michel Foucault
Microfísica do Poder – Michel Foucault ( Capítulo III – Sobre a
Justiça Popular)
Punição e Estrutura Social – Georg Rusche e Otto Kirchheimer
Punir os Pobres – Loïc Wacquant
Cárcere e Fábrica – Dario Melossi e Massimo Pavarini
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O Olho da Barbárie – Marildo Menegat
Homo Saccer – Giorgio Aganbem
Estado de Exceção – Giorgio Aganbem
Zygmund Bauman – O Mau-Estar da Pós Modernidade
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