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MÓDULO 3:
Vasos de Pressão e Torres de
Processos
ELABORADO POR: RAMON FERREIRA DA HORA
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Sumário
VASOS DE PRESSÃO................................................................................................................... 6
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 6
CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................... 10
VASOS NÃO SUJEITO A CHAMA ...................................................................................... 10
VASOS SUJEITO A CHAMA .............................................................................................. 10
FINALIDADES: ...................................................................................................................... 10
ARMAZENAMENTO DE GASES SOB PRESSÃO. .................................................................. 10
PROCESSAMENTO DE GASES E LÍQUIDOS ........................................................................ 10
ACUMULAÇÃO INTERMEDIÁRIA DE GASES E LÍQUIDOS EM PROCESSOS INDUSTRIAIS ... 10
APLICAÇÕES: ................................................................................................................... 10
FORMATOS ......................................................................................................................... 11
CILÍNDRICO ..................................................................................................................... 11
ESFÉRICO ........................................................................................................................ 11
CÔNICO ........................................................................................................................... 11
GEMINADOS ................................................................................................................... 11
ESFERAS MÚLTIPLAS ....................................................................................................... 11
TIPOS PRINCIPAIS ................................................................................................................ 12
VASOS VERTICAIS ........................................................................................................... 12
VASOS HORIZONTAIS...................................................................................................... 12
VASOS INCLINADOS ........................................................................................................ 12
PARTES PRINCIPAIS ............................................................................................................. 12
CASCO............................................................................................................................. 12
CALOTAS OU TAMPOS .................................................................................................... 12
ABERTURA E REFORÇOS.................................................................................................. 13
ACESSÓRIOS EXTERNOS DOS VASOS DE PRESSÃO ................................................................ 15
SUPORTES ........................................................................................................................... 17
ACESSÓRIOS INTERNOS DOS VASOS DE PRESSÃO ................................................................ 18
TORRES ................................................................................................................................... 20
TORRES DE PRATOS OU BANDEJAS ...................................................................................... 20
FRACIONADORAS ............................................................................................................ 21
BANDEJAS COM BORBULHADORES .................................................................................. 21
BANDEJAS VALVULADAS.................................................................................................. 21
BANDEJAS PERFURADAS.................................................................................................. 22
BANDEJAS GRADEADAS ................................................................................................... 22
BANDEJAS COM CHICANAS. ................................................................................................ 23
PANELAS ............................................................................................................................. 23
TORRES RECHEADAS ........................................................................................................... 24
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RECHEIOS ............................................................................................................................ 25
SUPORTE DE RECHEIO ......................................................................................................... 25
NORMAS ............................................................................................................................. 27
ASME .............................................................................................................................. 27
NATIONAL BOARD OF BOILER AND PRESSURE VESSEL INSPECTORS ................................. 27
API - 510 AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE ................................................................ 28
BS-5500 NORMA ALEMÃ ............................................................................................... 28
N-253 PETROBRÁS .......................................................................................................... 28
NR-13 .............................................................................................................................. 28
OUTRAS INFORMAÇÕES SOBRE NR-13............................................................................. 30
PROJETO ............................................................................................................................. 31
DEFINIÇÃO DOS DADOS GERAIS DE PROJETO................................................................... 31
PROJETO DO PROCESSO DO VASO ................................................................................... 31
PROJETO TÉRMICO .......................................................................................................... 31
PROJETO MECÂNICO ....................................................................................................... 32
PROJETO DAS PEÇAS INTERNAS ....................................................................................... 32
ACOMPANHAMENTO DO PROJETO ................................................................................. 32
EMISSÃO DA REQUISIÇÃO DE MATERIAL ......................................................................... 33
PROJETO PARA FABRICAÇÃO ........................................................................................... 33
OUTRAS ETAPAS DO PROJETO ............................................................................................. 33
FABRICAÇÃO DO VASO .................................................................................................... 33
INSPEÇÃO E CONTROLE DE QUALIDADE........................................................................... 33
INFORMAÇÕES A SER REPASSADAS AOS OUTROS PROJETOS ........................................... 33
CONCEITOS DE PRESSÃO E TEMPERATURA .......................................................................... 34
PRESSÃO MÁXIMA DE TRABALHO ADMISSÍVEL (PMTA) .................................................. 35
........................................................................................................................................... 35
PROCESSO DE FABRICAÇÃO................................................................................................. 36
FABRICAÇÃO DO VASO .................................................................................................... 36
MONTAGEM.................................................................................................................... 37
MATERIAIS .......................................................................................................................... 39
O PROBLEMA GERAL DE SELECAO DE MATERIAlS............................................................. 40
FLUIDO CONTIDO ............................................................................................................ 40
CONDIÇÕES DE SERVIÇO.................................................................................................. 40
NÍVEL DE TENSÕES NO MATERIAL.................................................................................... 41
A NATUREZA DOS ESFORÇOS MECÂNICOS ....................................................................... 41
CUSTO DO MATERIAL ...................................................................................................... 41
SEGURANÇA .................................................................................................................... 41
FORMA DE APRESENTAÇÃO DO MATERIAL ...................................................................... 42
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VASOS DE PRESSÃO
INTRODUÇÃO
O nome Vasos de Pressão designa genericamente todos os recipientes estanques, de qualquer
tipo, dimensões, formato ou finalidade, capaz de conter um fluido pressurizado. Dentro deste
conceito temos ai desde uma simples Panela de Pressão até os mais complexos dos Reatores
nucleares.
Resumindo, trata-se de equipamento que tem como finalidade modificações e transformações
de materiais na sua forma física ou química aproveitando as possíveis variações dos
fenômenos como temperatura e pressão. Portanto são os chamados Equipamentos de
Processos.
A água ferve normalmente a 100º C, ao nível do mar e num recipiente aberto. Qualquer que
seja o tempo que a água demore a ferver nessas condições, a temperatura continuará a
mesma. Se você mantiver alta a chama de gás, depois que a água já estiver fervendo, estará
apenas desperdiçando gás. O que estiver dentro da água levará o mesmo tempo para cozinhar.
O excesso de calor produzirá apenas a evaporação mais rápida da água. É possível, entretanto,
tornar a água mais quente que 100º C, aumentando a pressão. É o que fazem as panelas de
pressão. Como são recipientes fechados, conservam o calor e a pressão aumenta. Nessas
panelas, em vez de ferver a 100º C, a água (e o vapor) atinge temperaturas mais altas, cerca de
120º C. Evidentemente a carne, batata e feijão ou qualquer outro alimento cozinham muito
mais depressa. Como o vapor exerce uma pressão considerável, as panelas possuem válvulas
de segurança que funcionam quando a pressão atingir um ponto perigoso.
Na figura acima você tem um esquema de uma panela de pressão: ela tem uma tampa, vedada
com uma argola de borracha; no centro da tampa há uma válvula, que é mantida fechada por
um pino relativamente pesado, mas que pode movimentar-se para cima, permitindo a
abertura da válvula; há também uma válvula de segurança, que só abre em situações
extremas, quando a válvula central estiver entupida e houver perigo de explosão. O alimento
é colocado na panela, como certa quantidade de água. A panela é fechada e levada ao fogo. O
calor da chama aquece toda a panela, elevando a temperatura da água até que ela ferva.
Como a panela é totalmente fechada, o vapor d'água que se vai formando não pode dispersar
e a pressão interna da panela aumenta: torna-se maior que a pressão atmosférica. O aumento
da pressão faz com que a água no interior da panela entre em ebulição, a uma temperatura
acima de 100º C. A pressão do vapor d'água, porém, aumenta até certo limite. Superado esse
limite, ela se torna suficientemente elevada para que o vapor levante o pino da válvula central
e comece a sair da panela. A partir desse momento, a pressão do vapor se estabiliza porque é
controlada pelo escapamento do vapor através da válvula. Em conseqüência, a temperatura no
interior da panela também não aumenta mais.
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A panela de pressão foi inventada pelo físico francês Denis Papin, que publicou em 1861 uma
descrição do equipamento, denominando-o digestor. Numa reunião de cientistas da Royal
Society, Papin demonstrou que o seu invento era capaz de reduzir ossos a gelatina comestível.
Atualmente, esse recipiente é empregado não só nas tarefas domésticas, mas também nos
hospitais (sob a forma de autoclaves para esterilizar material cirúrgico), na indústria de papel
(como digestor para cozer polpa de madeira) e nas fábricas de conservas alimentícias. No
cozimento da polpa de madeira, por exemplo, a pressão obtida por um digestor possibilita
reduzir as lascas até que as fibras se soltem o suficiente para fabricar o papel. Nos hospitais, as
altas temperaturas das autoclaves permitem esterilização mais segura. Nas fábricas de
conservas, o cozimento sob pressão garante melhor preservação dos alimentos, eliminando
maior número de bactérias.
Os Vasos de Pressão por serem considerados Equipamentos de Processo são equipamentos
que compõem as Indústrias de Processo. Que por sua vez, são indústrias nas quais materiais
sólidos ou fluidos sofrem transformações físicas e ou químicas, ou as que se dedicam à
armazenagem, manuseio ou distribuição de fluidos. São elas: Refinarias de petróleo, indústrias
químicas e petroquímicas, indústrias de alimentação e farmacêuticas, centrais termo elétricas,
etc. Para se ter uma idéia, os vasos de pressão representam cerca de 90% dos equipamentos
estáticos de uma planta petroquímica.
Nessas indústrias, existem três condições específicas que tornam necessário um maior grau de
confiabilidade para os equipamentos em comparação com o que é normalmente exigido para
as demais indústrias em geral:
1- Trabalham em regime contínuo, dia e noite, durante muitos meses, anos a fio. Submetendo
os equipamentos a condições severas de operação.
2- Os diversos equipamentos formam uma cadeia contínua, através da qual circulam os fluidos
de processo. Assim obrigando todos equipamentos a pararem no caso de falha de um deles.
Surge ai a descontinuidade operacional. Situação indesejada em qualquer indústria de
processo.
3- Nessas indústrias existem muitas vezes condições de grandes riscos, devido ao uso de
fluidos inflamáveis, tóxicos, explosivos, ou em elevadas pressões ou temperaturas, condições
favoráveis a um acidente de grandes proporções.
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Representam em media 60% do custo total dos materiais e equipamentos de uma unidade de
processo. Esses mesmos equipamentos estão igualmente presentes, como itens de maior ou
menor importância, em muitas outras indústrias de outros ramos. Uma observação
interessante é: contrariamente ao que acontece com quase todos os outros equipamentos,
maquinas, veículos, objetos e materiais de uso corrente, a grande maioria dos vasos de
pressão não e um item de linha de fabricação de alguma indústria; salvo raras exceções, os
vasos são quase todos, projetados e construídos por encomenda, sob medida, para atender,
em cada caso, a determinada finalidade ou a determinadas condições de desempenho.
Uma das considerações importante que é necessária para quem trabalha, opera, projeta e
trata com este equipamento é o BLAVE, este é um fenômeno que apresenta-se como
resultado caso alguma etapa recomendada pelas técnicas venham a ser desafiadas ou
modificadas. BLEVE - Boiling Liquid Expanding Vapour Explosion.
BLEVE ou “Bola de Fogo” é uma combinação de incêndio e explosão, com uma emissão intensa
de calor radiante, em um intervalo de tempo muito pequeno. É uma explosão de gás ou vapor
em expansão proveniente de um líquido em ebulição. Pode ser definido como o mais grave
modo de falha de um recipiente: sua ruptura em dois ou mais pedaços, no momento em que o
conteúdo líquido está acima do seu ponto de ebulição à pressão atmosférica normal,
geralmente resultante de uma exposição de recipiente a um incêndio.
O fenômeno pode ocorrer, por exemplo, em um tanque no qual um gás liquefeito é mantido
abaixo de seu ponto de ebulição atmosférico. Caso ocorra um vazamento instantâneo de um
vaso de pressão, por exemplo, devido a uma falha estrutural (o metal perde sua resistência),
todo, ou a maior parte de seu conteúdo, é expelido sob a forma de uma mistura turbulenta de
gás e líquido, que se expande rapidamente, dispersando-se no ar sob a forma de nuvem. A
ignição dessa nuvem gera a “Bola de Fogo”, que pode causar danos materiais e queimaduras a
centenas de metros de distância, dependendo da quantidade de gás liquefeito envolvida.
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CLASSIFICAÇÃO
Os vasos de pressão são classificados em duas categorias:
FINALIDADES:
Quanto a finalidade, os vasos de pressão não sujeito a chama, são empregados nos seguintes
casos:
APLICAÇÕES:
- Refinarias de petróleo
- Indústrias químicas e petroquímicas
- Industrias alimentares
- Industrias farmacêuticas
- Centrais termoelétricas
- Terminais de armazenamento e distribuição de derivados do petróleo
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FORMATOS
Quase todos os vasos, com raras exceções, tem o casco com uma das três formas básicas:
cilíndrica, cônica e esférica ou combinações dessas formas.
CILÍNDRICO
Para a maior parte dos vasos o casco é cilíndrico, ou cilindro múltiplo, com dois ou mais
corpos ligados por seções de concordância cônica. Essa preferencia deve se ao fato de que o
formato cilíndrico é o mais fácil de se fabricar e transportar, presta bem a maioria dos
serviços, e é o que permite melhor aproveitamento do material.
ESFÉRICO
Teoricamente, o formato ideal para um vaso de pressão é uma esfera, com qual se chega à
menor espessura de parede e ao menor peso, em igualdade de condições de pressão e volume
contido. Entretanto, os vasos esféricos, são caros e difíceis de fabricar, ocupam muito espaço e
raramente podem ser transportados inteiros. Por esses motivos os vasos esféricos só são
econômicos para grandes dimensões, sendo empregados, nesses casos para armazenamento
de gases sob pressão.
CÔNICO
O formato cônico é geralmente empregado para transição entre dois corpos cilíndricos de
diâmetros diferentes.
GEMINADOS
Os vasos cilíndricos, em alguns casos podem ser geminados, isto é dois ou mais vasos de
mesmo diâmetro, formando um único conjunto. Essa disposição resulta em economia de
tampos, suportes e espaços.
ESFERAS MÚLTIPLAS
Embora bem mais raro, são também usados os formatos de esferas múltiplas e ovóides.
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TIPOS PRINCIPAIS
Quanto a posição de instalação os vasos de pressão podem ser verticais, horizontais ou
inclinados. Na maioria das vezes o formato é a posição de instalação de um vaso, decorrem de
uma imposição, da finalidade ou do serviço do mesmo.
VASOS VERTICAIS
São usados para os serviços que dependem da gravidade, tais como as torres de
fracionamento, retificação e absorção , reatores etc. Geralmente são mais caros que os
horizontais, em compensação ocupam menos espaço.
VASOS HORIZONTAIS
Os vasos horizontais, muito comuns, são usados, entre outros casos, para permutadores de
calor e para a maioria dos vasos de acumulação.
VASOS INCLINADOS
Os vasos em posição inclinadas são exceções, empregadas somente quando o serviço exigir.
PARTES PRINCIPAIS
As partes principais de um vaso compõe-se basicamente de casco ou corpo, calotas ou tampos,
conexões e suportes.
CASCO
O casco é a parte externa estrutural, que juntamente com as calotas formam a parede de
pressão do vaso.
CALOTAS OU TAMPOS
Denominam-se calotas ou tampos as peças de fechamento dos cascos cilíndricos dos vasos de
pressão. Os tampos podem ter vários formatos dos quais os mais comuns são os seguintes:
elíptico, toriesférico, hemisférico, cônico e plano.
Obs.: Exceto nos caso em que o formato dos tampos decorre de uma exigência de serviço
(como em muitos casos de tampos cônicos inferiores), a escolha entre os diversos tipos é feita
em base econômica, dependendo do diâmetro, pressão e recursos de fabricação.
ELÍPTICO
Seções transversais como uma elipse
TORIESFÉRICO
Calota esférica com seção toroidal de concordância, são mais fácil de fabricar, de maior uso e
menor resistência em relação ao elíptico de mesmo diâmetro.
HEMISFÉRICO
É proporcionalmente o mais resistente de todos, de difícil construção, ocupa muito espaço e
normalmente é empregado em vasos de grande diâmetro.
CÔNICOS
São tampos fáceis de construir, pouco usado devido a resistência bem menor que os citados
anteriormente. Seu emprego limita-se a tampo inferior de vasos com fluido de difícil
escoamento.
PLANOS
Usado para vasos de baixa pressão, é o menos resistente de todos.
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ABERTURA E REFORÇOS
Todos os vasos de pressão têm sempre várias aberturas com diversas finalidades.
Bocais
São as aberturas feitas nos vasos para:
- Ligação com tubulações de entrada e saída de produto.
- Instalação de válvulas de segurança.
- Instalação de instrumentos, drenos e respiros.
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Bocas de Visita
São as portas de acesso ao interior dos vasos. Na maioria dos casos as bocas de visita
são construídas de modo similar a um bocal flangeado, sendo a tampa um flange
cego. De acordo com o código ASME, Seção VIII, Divisão I, é obrigatório algum meio de
visita ou de inspeção interna, em cada compartimento de todos os vasos para ar
comprimido, ou para qualquer serviço onde haja corrosão ou abração na parede do
vaso.
Pela pratica corrente, é usual a colocação de pelo menos uma boca de visita em cada
compartimento de todos os vasos com diâmetros acima de 600mm, exceto quando
for geometricamente impossível.
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Reforços
São componentes colocados nas aberturas de diâmetro maior, de forma a compensar
a perda de massa resistente dessas aberturas.
Podem ainda existir aberturas para permitir a ligação entre o corpo do vaso e outras
panes do mesmo vaso; por exemplo, ligação a potes de drenagem.
Os vasos de pressão podem ter diversos tipos de acessórios externos, dentre os quais
podemos citar como exemplo:
- REFORÇOS DE VÁCUO são anéis soldado ao casco para dar maior rigidez, evitando o colapso,
nos vasos que trabalham com pressões inferiores a atmosférica.
- SUPORTES DE ISOLAMENTO são anéis, barras, cantoneiras, grampos, arames ou outros perfil
qualquer, destinado a sustentar o peso do isolamento ou revestimento contra fogo e permitir
um acabamento adequado do mesmo.
- TURCO GIRATÓRIO normalmente instalado no topo dos vasos para facilitar o carrega-mento
e remoção das peças internas do vaso.
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SUPORTES
Existem vários tipos de estruturas de suporte, tanto para vasos verticais como para
horizontais.
A maioria dos vasos horizontais são suportados em dois berços (selas), sendo que para
permitir a dilatação do vaso, em um dos berços os furos para os chumbadores são ovalados.
Os vasos verticais são usualmente sustentados por uma “saia” de chapa, embora vasos
verticais de pequenas dimensões possam também ser sustentados em sapatas ou colunas.
As torres devem ser suportadas por meio de saias.
A saia de suporte deve ter um trecho com 1000mm de comprimento a partir da ligação com o
vaso, com o mesmo material do casco nos seguintes casos:
temperatura de projeto abaixo de 10ºC;
temperatura de projeto acima de 250ºC;
Serviços com Hidrogênio;
Vasos de aços-liga, aços inoxidáveis e materiais não ferrosos.
As esferas para armazenagem de gases são sustentadas por colunas, soldadas ao casco
aproximadamente na linha do equador da esfera.
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É muito grande a variedade de peças internas que podem existir em vasos de pressão,
dependendo basicamente da finalidade do vaso; citaremos os mais comuns.
- DISTRIBUIDORES são tubos internos com os sem ramificações para espalhar o líquido que
entra no vaso, devendo para isso possuir furos, rasgos ou bicos aspersores distribuído
convenientemente.
- DEFLETORAS, CHICANAS E CHAMINÉS são peças com a finalidade de evitar impacto e dividir
a corrente fluida.
- CALHAS, PANELAS, COLETORES são peças com a finalidade de coletar a saída de líquidos.
- QUEBRA JATO são peças instalado no bocal de entrada de líquidos, quando for julgado
prejudicial o impacto da corrente liquida em partes internas ou na parede do vaso.
OBS: todas as peças internas devem ser desmontáveis e subdivididas em seções de tal maneira
que cada seção possa passar com facilidade através das bocas de visita do vaso .
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TORRES
Os processos de destilação simples e redestilação, são demorados e onerosos, especialmente
em se tratando de uma mistura de mais de dois componentes como no caso do petróleo. Para
eliminar esse inconveniente as indústrias usa denominados torres ou colunas, que permitem,
em uma única operação realizar todas as destilações e redestilações necessárias.
Existem duas grandes classes de torres: torres de pratos ou bandejas e torres recheadas. Na
primeira, o contato entre as fases é feito em estágios. Na segunda, o contato é contínuo.
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FRACIONADORAS
Separação é feita por destilação, e podem ser:
Atmosférica — operam com P interna maior que P atm
Vácuo — operam com P interna menor que P atm
BANDEJAS VALVULADAS
Contêm furos nos quais são colocadas as válvulas, cuja abertura varia com o fluxo de vapor, de
maneira a não permitir vazamentos de líquidos. Seu uso é cada vez maior devido ao baixo
custo e alto rendimento.
O líquido que cai do prato superior forma nível na bandeja inferior, determinado pela altura do
vertedor. O parâmetro altura do líquido é fundamental para que os vapores ascendentes
possam borbulhar, caso contrário passariam direto pela válvula e o produto mais pesado não
condensaria.
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BANDEJAS PERFURADAS
Neste tipo de pratos os borbulhadores são substituídos por orifícios, os quais estão
dimensionados de maneira a permitir a passagem dos vapores no sentido ascendente, sem
deixar o líquido passar para baixo, isto calculado nas condições de projeto. Desta maneira o
seu funcionamento fica amarrado às vazões de liquido e vapor próximas das de projeto.
BANDEJAS GRADEADAS
São encontradas nas torres de extração líquido-líquido em contra-corrente. Extração líquido-
líquido é a denominação empregada para qualquer operação em que um composto, dissolvido
em uma fase líquida, é transferido para um outra fase também líquida. A unidade de
desasfaltação a propano da Repar, por exemplo, utiliza torres extratoras gradeadas para
extrair gasóleo (soluto) do resíduo de vácuo (solução), utilizando propano líquido como
solvente. As bandejas gradeadas, constituídas por células de formato hexagonal, são
arranjadas de modo a proporcionarem o máximo de contato, entre a carga e o solvente.
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PANELAS
São dispositivos instalados nas torres com a finalidade de remover frações líquidas ao longo da
torre de destilação. Estas retiradas podem ser parciais ou totais, para tanto os dispositivos são
diferentes:
a) Panela de Retirada Total: Dá-se este nome quando o
líquido da panela não transborda para a bandeja
inferior. Usa-se normalmente para retiradas de
líquidos com função de refluxo, quando o volume
circulante é muito grande.
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TORRES RECHEADAS
Assim como as torres de bandejas, as torres recheadas são equipamento muito comum, usado
nas operações de destilação, retificação e absorção.
O contato do liquido com vapor é feito através de fluxos contra corrente entre líquidos
descendentes, e vapores ascendentes , tendo o recheio a função de proporcionar uma grande
superfície de contato entre as duas fases.
Nos últimos anos, as refinarias têm substituído regiões com bandejas nas torres de vácuo, por
leitos recheados, com a finalidade de reduzir a queda de pressão e aumentar,
conseqüentemente, o rendimento do processo.
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RECHEIOS
Um bom recheio, deve possuir as seguintes características:
– Apresentar grande superfície interfacial, entre líquido e vapor;
– Ser quimicamente inerte para os fluidos processados;
– Possuir boa resistência mecânica, a fim de evitar quebras; – Ser de baixo custo.
SUPORTE DE RECHEIO
O suporte de recheio deve ser robusto, a fim de resistir ao peso do mesmo e aos esforços
resultantes da circulação dos processos durante a operação. Entretanto, deve ter também uma
grande área livre para permitir a passagem do líquido, sem causar inundação da torre. Os tipos
mais usados, são:
a) Grades de aço
b) b) Placas de aço perfuradas
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NORMAS
Como conseqüência de vários acidentes graves, ocorridos principalmente nos Estados Unidos
no início do século XX, foram criados grupos de trabalho para definirem critérios seguros de
projeto, fabricação e inspeção de vasos de pressão e, desta forma, surgiram os códigos de
projeto.
O primeiro código americano, para vasos, foi editado pelo ASME (American Society of
Mechanical Engineers), em 1925, intitulado “Rules for Construction of Pressure Vessels”,
Section VIII, 1925 Edition.
Todos os códigos tem como finalidade estabelecer regras seguras para projeto e fabricação
apresentando metodologia e critérios para dimensionamento, fabricação, realização de
exames não destrutivos, além de materiais aplicáveis com respectivas tensões admissíveis.
Periodicamente os códigos são submetidos a revisões e novas edições para incorporarem
novos tópicos e alterações decorrentes de avanço tecnológico.
Cada código adota critérios e metodologias próprias, sendo que no Brasil os mais adotados são
os americanos ASME Section VIII, Division 1 e Division 2, o inglês BS-5500 e o alemão AD-
Merkbläter. Existem outros códigos importantes como a Divisão 3 do ASME, o francês
(SNTC/AFNOR – Calcul des Appareils a Pression) e o japonês (JIS).
ASME
ASME Section VIII, Division 2 – Rules for Construction of Pressure Vessels – Alternative Rules
A Divisão 2 do código ASME Seção VIII foi criada em 1969, como alternativa à Divisão 1,
adotando critérios e detalhes de projeto, fabricação, exames e testes mais rigorosos e tensões
admissíveis superiores, além de não limitar a pressão de projeto.
ASME Section VIII, Division 3 – Rules for Construction of Pressure Vessels – Alternative Rules
for High Pressure Vessels
A Divisão 3 do código ASME surgiu recentemente, com aplicação voltada para equipamentos
projetados para operarem com altas pressões, em geral acima de 68965 kPa. Entretanto, pode
ser usada para pressões inferiores e não restringe a aplicabilidade, em função da pressão, das
Divisões 1 e 2.
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556.000 acidentes em potencial que foram evitados: quase um em cada dez equipamentos
inspecionados. Para o público em geral, a importância de inspetores treinados e especialmente
comissionados é de importância crítica: todas as pessoas no mundo civilizado ficam próximas
de equipamentos de pressão várias vezes ao dia.
N-253 PETROBRÁS
Projeto mecânico e projeto para fabricação de vasos de pressão. Estabelece critérios para a
escolha de materiais
NR-13
É uma Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho. Tem por objetivo regulamentar as
instalações, manutenção e inspeções de caldeiras e vasos de pressão naquilo que tange a
segurança destas instalações.
É o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a resistência dos materiais
utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais.
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Estabelece requisitos mínimos para uso de prazos maiores entre inspeções - SPIE.
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Riscos Graves e Iminentes, são Não Conformidades com a Norma que podem implicar em
interdição da planta
Em Vasos de Pressão:
Falta de SV ou SV ajustada abaixo da PMTA;
Falta de instrum. que indique a pressão do vaso;
Falta de iluminação de emergência;
Uso de artifícios que neutralizem os sistemas de controle e segurança;
Falta de operador de vasos categorias I e II;
Operação fora das condições de projeto;
Falta de dispositivo que evite o bloqueio inadvertido de SV’s; Falta de duas saídas
amplas em direções distintas.
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PROJETO
a) Tipo do Vaso: Torre de fracionamento, vaso de acumulação, trocador de calor, filtro, etc.
Para estas informações são considerados fatores como composição química, concentração,
densidade, impurezas, contaminantes presentes nos fluidos bem como variações de pressão,
temperaturas e volumes presentes.
PROJETO TÉRMICO
Este projeto é mais direcionado para trocadores de calor, não deixando de ser considerados
em outros tipos de vasos envolve:
a) Áreas de troca térmica e dimensões gerais do equipamento
b) Números e arranjos de cascos, número de passagem do fluido
c) Arranjos e quantidades de tubos
d) Tipos de tubos, diâmetro e espessura ( aletados, liso)
e) Quantidade e tipos chicanas
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PROJETO MECÂNICO
Este projeto inclui a definição e cálculo dos seguintes dados referente ao vaso:
a) Seleção específica de todos materiais do vaso.
-Definição da margens para corrosão
-Definição de reve
b) Seleção do tipo de tampo
c) Seleção da norma de projeto com foco nas exigências da sociedade
d) Definição das dimensões finais do vaso baseado nas recomendações do projeto de processo
Etapas do Projeto
e) Definição das eficiências de solda, do tipo e grau de inspeção para essas soldas.
f) Cálculo mecânico estrutural completo do vaso, incluindo espessuras do material empregado
em todos os componentes
g) Posição cotada, tipo e diâmetro de todos os parafusos e chumadores do vaso
h) Definição das posições finais elevação e orientação de todos componentes internos e
externos.
i) Cálculo da pressão máxima de trabalho admissível e da pressão do teste hidrostático
j) Diagramas de carga sobre as fundações
k) Espaços livres que devem ser deixados para a montagem timentos internos ou pinturas
ACOMPANHAMENTO DO PROJETO
Esse acompanhamento consiste na orientação e fiscalização técnica, gerencial e
administrativa do projeto com a finalidade de garantir não só a qualidade, adequação e
cumprimento dos prazos, como também solucionar dúvidas, ajustes e alternativas que venham
a aparecer no decorrer do projeto.
Como regra geral, todos os documentos que consiste o projeto devem ser submetidos a
comentários e aprovação do usuário do vaso.
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FABRICAÇÃO DO VASO
Esta etapa trata dos detalhes da fabricação: Para vasos que não possam ser transportados
inteiros a fabricação consistirá na preparação de certo número de secções pré fabricadas que
irão ser montadas no campo.
Localização e tipo de material a ser usado, tempo de vida desses materiais, dimensões,
reposições, esforços, montagem.
Definição de Espessuras de cascos e Tampos
A espessura da parede de pressão de um vaso deve ser:
ec + C
es
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Onde: ec = Espessura mínima necessária para resistir à pressão e demais carregamentos sobre
o vaso
C = sobre espessura para corrosão
Obs.: usa-se estes valores quando não de tem certeza das taxa anual do corrosão no sistema.
PRESSÃO:
Pressão Normal de Operação
Pressão Máxima de Operação
Pressão Mínima de Operação
Pressão de Projeto
Pressão de Abertura da Válvula de Segurança
Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA)
Pressão de Teste Hidrostático
TEMPERATURA:
Temperatura Normal de Operação
Temperatura Máxima de Operação
Temperatura Mínima de Operação
Temperatura de Projeto
PRESSÃO: As pressões são sempre os valores medidos no topo do vaso, quando medido
abaixo, acrescentar a altura da coluna hidrostática
Raramente um vaso opera, durante toda sua vida útil em uma única condição estável de
pressão e temperatura. Geralmente ocorrem flutuações de maior ou menor amplitude.
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Quando foge dos valores pré estabelecidos entre mínimo e máximo, surge o distúrbio
operacional
O cálculo da PMTA, deve ser feito em função das espessuras corroídas, descontando a margem
para corrosão.
O ASME define como: “ O MAIOR VALOR PERMESSIVEL PARA PRESSÃO, MEDIDA NO TOPO DO
VASO NA TEMPERATURA CORRESPONDENTE À PRESSÃO.
Observações:
Definição de Espessuras de cascos e Tampos. A margem para corrosão pode ser dispensada no
caso da taxa de corrosão nula ou desprezível.
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PROCESSO DE FABRICAÇÃO
FABRICAÇÃO DO VASO
A quase totalidade dos vasos de pressão é fabricada a partir de chapas de aço ligadas entre si
por soldagem. Como a maior dimensão usual para as chapas de aço é de 9, 14m X 2,44m. 0
maior corpo cilíndrico capaz de ser feito de uma única chapa terá cerca de 0,15m de diâmetro
por 9m de comprimento, com somente uma costura soldada longitudinal.
Corpos cilíndricos de maiores dimensões devem ser feitos de varias chapas, a construção
consistindo geralmente em vários anéis sucessivos de chapas calandradas de preferência no
sentido do comprimento.
As soldas longitudinais em dois anéis adjacentes devem estar defasadas de uma certa
distância.
Os corpos cilíndricos com até 500mm de diâmetro são geralmente feitos a partir de tubos com
ou sem costura, embora possam também ser feitos de chapa calandrada.
As superfícies cônicas (tampos e transições) são também feitas a partir de chapas calandradas,
com as soldas em posição longitudinal, para melhor aproveitamento das chapas.
Os tampos elípticos e toriesféricos podem ser fabricados em uma só peça, sem costuras, desde
que o desenvolvimento da seção transversal seja inferior a maior largura comercial de chapas.
O que equivale aproximadamente a um diâmetro de até 1,80m.
Para diâmetros maiores, são fabricados de duas ou três chapas soldadas justapostas, com as
soldas em posição de secantes, ou com uma calota central e diversos gomos radiais.
No primeiro caso, é recomendável que nenhuma solda fique inteiramente na região de maior
curvatura do tampo (fora de um círculo com raio de 75% do raio externo do tampo); Na
construção em gomos radiais é recomendável que a calota central tenha um raio de pelo
menos 20% do raio externo do tampo.
Os tampos compostos de duas ou três chapas com soldas em posição de secantes são
fabricados por prensagem na calota central, e por rebordeamento nas margens, ambas as
operações feitas depois da execução das soldas. Os tampos com gomos radiais são fabricados
integralmente por prensagem e são empregados principalmente para diâmetros acima de
5,0m
Esse tipo de tampo, embora de fabricação mais cara, é também recomendado para espessuras
acima de 25mm e para chapas com revestimentos metálicos: chapas cladeadas. Os vasos
feitos de chapas com costuras rebitadas, muito empregados no passado, estão há muito
tempo em completo desuso, tendo sido inteiramente suplantados pela construção soldada.
Os vasos para pressões muito altas (acima de 100 -150 kgf/cm2) raramente podem ser
fabricados a partir de chapas ou de tubos, devido as grandes espessuras de parede que são
necessárias.
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Na fabricação forjada integral o vaso é feito a partir de um tarugo maciço de aço ficando
formado, em uma só peça, o corpo cilíndrico e um dos tampos do vaso.
Evidentemente só podem ser fabricados por esse processo vasos de pequenas dimensões.
Na construção multifolheada os cascos cilíndricos de fabricação multifolheada podem ser
compostos de vários cilindros colocados um dentro do outro, ou constituídos por urna tira de
chapa relativamente fina enrolada sobre si mesma, e submetida a um tensionamento especial.
Processo de Fabricação
Em qualquer desses vasos os tampos costumam ser forjados integrais, que são soldados a
parede multifolheada. Esses vasos, para igualdade de dimensões e de pressões, são mais leves
do que os forjados integrais.
MONTAGEM
Levantamento da Matéria Prima
Encomenda e requisição da matéria prima
Recepção e identificação da matéria prima
Dimensional, certificados de qualidade, identificação
Estocagem da matéria prima
Traçagem das chapas, transferências de identif.
Cortes e preparação de bisieis
Conformação das chapas
Qualificação dos procedimentos de solda e soldadores
Qualificação de inspetores e operadores
Fabricação de conexões, suportes e acessórios
Preparação para soldagem: seqüência
Exames e reparos de soldas
Tratamentos térmicos
Testes de pressão
Aplicação de revestimentos internos ou externos
Inspeção final e embarque
Transporte e recepção do vaso na obra
Preparação da base
Planejamento de máquinas de caras
Montagem no campo
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39 Março/2020 Rev. 1
MATERIAIS
Todos os demais materiais são empregados justamente nesses casos em que, por qualquer
motivo, não é possível o uso do aço carbono.
A razão disso é que o aço carbono, além de ser um material de boa conformabilidade, boa
soldabilidade, de fácil obtenção.
A maioria das Especificações de Material abrange não apenas um único material mas um grupo
de materiais, que se distinguem entre si par "classes" ou "graus" da especificação.
Por esse motivo, para especificar corretamente um material, não basta citar a sigla da
especificação, mas também a classe ou grau do material, bem como as exigências opcionais
que de normas.
Todas as normas de projeto de vasos de pressão fazem exigências e restrições quanto aos
materiais que podem ser empregados.
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O código ASME, Seção VIII, Divisões I e 2, só permite que sejam empregados para as partes
pressurizadas dos vasos (parágrafos UG-4 e AM-IOO) os materiais que constam na tabelas de
tensões adrnissiveis da norma.
Para as partes não pressurizadas (suportes, peças internas etc.), admitem-se também outros
materiais; entretanto, como regra geral, esses materiais devem estar de acordo com alguma
Especificação.
O código ASME, Seção VIII, Divisão 2 (artigo M-2), faz ainda algumas exigências adicionais
quanta aos ensaios de materiais e a retirada de corposde-prova para esses ensaios.
FLUIDO CONTIDO
Devem ser considerados os seguintes aspectos relativos ao fluido (ou aos flui-1 dos)
contido no vaso:
natureza e concentração do fluido
impurezas e contaminantes presentes
existência ou não de gases dissolvidos e de sólidos em suspensão
Temperatura, pH, caráter oxidante ou redutor,
flamabilidade, ponto de fulgor,
explosividade ou outros efeitos deletérios do fluido,
ataque corrosivo dos sais, possibilidade de contaminação
CONDIÇÕES DE SERVIÇO
O material tem de ser capaz de resistir a pressão em toda faixa possível de variação de
temperatura.
É importante observar que todos os fatores relativos ao serviço (fluidos contidos, com suas
pressões, temperaturas, propriedades etc.) são em geral variáveis ao longo do tempo, isto é,
tem-se, frequentemente, uma série de valores considerados normais, ou de regime, e uma
faixa, as vezes ampla, de varição desses valores, inclusive para condições anormais ou
eventuais que possam ocorrer.
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Os materiais frágeis, por exemplo, não devem ser utilizados quando ocorrerem esforços
dinâmicos, choques ou altas concentrações de tensões.
CUSTO DO MATERIAL
É evidente um fator importantíssimo e frequentemente o decisivo na escolha.
Para cada aplicação prática existem quase sempre vários materiais possíveis;
O melhor será o que for mais econômico. Para a decisão de qual o material mais econômico,
deve ser considerado não só o custo direto do material, como também uma série de outros
fatores: custo de fabricação, tempo de vida, custo de paralisação e de reposição do
equipamento etc.
Por exemplo, o custo por quilo de um aço inoxidável autentico tipo 304 é aproximadamente
2,7 vezes superior ao custo de um aço liga 11/4 Cr - 1/2 Mo;
Entretanto, a construção de um equipamento em aço tipo 304 pode resultar mais econômica
do que em aço-liga, porque a soldagem do aço inoxidável é muito mais fácil, além de serem
desnecessários os tratamentos térmicos.
SEGURANÇA
Quando o risco potencial do vaso ou do local onde o mesmo se encontra for grande, ou, ainda,
quando o equipamento for essencial ao funcionamento de uma instalação importante, há
necessidade do emprego de materiais que ofereçam o máximo de segurança, de forma a evitar
a ocorrência de rupturas, vazamentos ou outros acidentes que possam resultar em
descontinuidade operacional inesperada e cara ou mesmo em desastres.
Exemplos de risco potencial elevado são os equipamentos que trabalham com fluidos
inflamáveis, tóxicos, explosivos, ou em temperaturas ou pressões muito altas.
Os materiais de baixo ponto de fusão (materiais plásticos, borrachas, alumínio, chumbo etc.)
não podem ser empregados em equipamentos que devam ser a prova de fogo.
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Na prática, muitos dos materiais não são encontrados sob todas as formas de apresentação.
Por esse motivo, dependendo da forma desejada da matériaprima, alguns materiais devem ser
preliminarmente eliminados, para os quais a forma necessária não exista ou seja de muito
difícil obtenção.
EXPERIÊNCIA PRÉVIA
A decisão por um determinado material obriga sempre a que se considere a experiência prévia
que possa existir com esse material no mesmo serviço. Em casos importantes e, em geral,
muito arriscado decidir-se por um material para o qual não exista nenhuma experiência
anterior em serviço semelhante.
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Para a maioria dos serviços mais usuais, já existem materiais consagrados pela tradição, pela
prática dos projetistas ou pelas normas e códigos existentes.
Deve ser observado que, quando se considera a experiência previa de um determinado
material, os dados de experiência sejam relativos a um serviço exatamente igual ao que se
tenha, e não apenas semelhante, porque as numerosas circunstancias variáveis como
temperatura, velocidade relativa do fluido, concentração, impurezas, pH etc podem modificar
completamente o comportamento do material.
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Estas três condições deverão existir simultaneamente para que a fratura se inicie; o risco será
praticamente inexistente se uma destas condições não for satisfeita.
De que maneira atuam os códigos de projeto de modo a que seja evitada ou minimizada uma
fratura frágil nos vasos de pressão?
Os códigos atuam no nível de tensões especialmente no que diz respeito às tensões residuais
que possam existir no equipamento, recomendando, quando necessário, um tratamento
térmico para alívio de tensões.
Atuam, também, no que diz respeito à presença de entalhes com recomendações quanto a
detalhes de fabricação e inspeção criteriosa das soldas. E, no que diz respeito à temperatura
de transição, estipulam regras para a seleção de materiais através dos testes de impacto.
Temperatura de transição é a temperatura abaixo da qual existe a possibilidade de fratura
frágil.
No código ASME, para avaliação do comportamento dos materiais em baixas temperaturas são
realizados os testes Charpy, de acordo com os procedimentos da ASTM A 370.
Na divisão 1 o teste é exigido para equipamentos que estiverem sujeitos a temperaturas de
operação abaixo de -20ºF (-29ºC), e o material deverá ser testado numa temperatura no
mínimo igual a temperatura mínima de operação, isto para a Parte UCS - Aços Carbono ou de
Baixa Liga.
Na divisão 2 o teste é exigido em função do tipo de material, espessura e da temperatura
mínima de operação, conforme a figura AM-218. 1
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Classe I - Partes da parede de pressão do vaso em contato com o fluído de processo (cascos,
tampos, pescoços de bocais, flanges, flanges cegos, etc.) e outras partes pressurizadas em
contato com o fluido de processo (espelho, p. ex.). Esta classe inclui também as partes internas
soldadas aos vasos e submetidas a esforços principais (anéis, chapas e outros elementos de
suporte de bandejas, grades, tampos internos, etc.). Esta classe inclui também os reforços (de
qualquer tipo) das aberturas na parede de pressão do vaso.
Classe II - Partes da parede de pressão do vaso não em contato com o fluído de processo,
exceto os reforços das aberturas, incluídos na Classe I, (reforços externos, reforços de vácuo,
etc.).
Classe III - Partes internas soldadas ao vaso não submetidas a esforços principais (chicanas,
defletores, quebra-vórtice, vertedores, etc.). Partes externas soldadas ao vaso, submetidas a
esforços em operação, como por exemplo, suporte de qualquer tipo (saias, colunas, berços,
etc.) elementos de sustentação de escadas, plataformas, tubulações externas, etc. Para os
suportes, esta classe inclui somente as partes dos suportes diretamente soldados ao vaso ou
muito próximas do mesmo.
Classe IV - Partes internas desmontáveis (não soldadas ao vaso), como por exemplo, bandejas,
borbulhadores, grades, vigas de sustentação, distribuidores, feixes tubulares, etc.).
Classe V - Partes de suportes de qualquer tipo não incluídos na Classe III. Para todas as partes
desta Classe a temperatura de projeto é sempre a temperatura ambiente.
Para todas as partes desta Classe a temperatura do projeto é sempre a temperatura ambiente.
Critérios para Especificação dos Materiais dos Componentes de Vasos.
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Numa faixa de temperatura mais elevada e para serviços com hidrogênio, são muito utilizados
os aços de liga Mo e Cr -Mo, sendo os mais comuns os seguintes:
ASTMA A - 204 Gr A/B/C (1/2 Mo); ASTM A - 387 Gr 11 (1 ¼ Cr- ½ Mo); ASTM A - 387 Gr 22 (2 ¼
Cr - 1 Mo).
Numa faixa de temperatura mais elevada, seriam indicados os aços inoxidáveis, sendo que os
austeníticos em temperaturas mais altas. ASTM A - 240 Gr 304 (AISI 304); ASTM A - 240 Gr 304
L (AISI 304 L); ASTM A - 240 Gr 316 (AISI 316); ASTM A - 240 Gr 316 L (AISI 316 L); ASTM A - 240
Gr 321 (AISI 321); ASTM A - 240 Gr 405 (AISI 405); ASTM A - 240 Gr 410 (AISI 410);
OBSERVAÇÕES
Materiais de aparafusamento e de fixação: parafusos, estojos, porcas, arruelas,
grampos, clipes etc.
São peças pequenas sujeitas a grandes esforços, e que não podem sofrer alteração
dimensional nem desgaste par corrosão, que prejudicariam o aperto e dificultariam ou
impossibilitariam a desmontagem.
E importante observar que em qualquer vaso de pressão deve haver sempre uma
coerência de qualidade e de especificação entre os materiais empregados para as
diversas partes do vaso.
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Tipo de fluído
Segundo o item 13.5.2.1 letras “a” da norma, a classificação quanto o tipo de fluído é divido
em classes da seguinte forma:
Classe A: fluidos inflamáveis; fluidos combustíveis com temperatura superior ou igual a 200
ºC (duzentos graus Celsius); fluidos tóxicos com limite de tolerância igual ou inferior a 20
(vinte) partes por milhão (ppm); hidrogênio; acetileno.
Classe B: fluidos combustíveis com temperatura inferior a 200 ºC (duzentos graus Celsius);
fluidos tóxicos com limite de tolerância superior a 20 (vinte) partes por milhão (ppm).
Classe C: vapor de água, gases asfixiantes simples ou ar comprimido.
Classe D: outro fluido não enquadrado acima.
A norma orienta ainda, que no caso de misturas de gases deverá ser considerado para fins de
classificação, o fluído que apresentar o maior risco aos trabalhadores e instalações,
considerando-se sua toxibilidade, inflamabilidade e concentração.
Verificamos os equipamentos classificados no Grupo 1, são os que apresentam maior risco aos
trabalhadores, por terem altos valores de pressão ou de volume, ou ambos, logo, o Grupo 5
possuem menor risco.
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− sempre que o vaso de pressão for danificado por acidente ou outra ocorrência que
comprometa sua segurança;
− quando o vaso de pressão for submetido a reparo ou alterações importantes, capazes de
alterar sua condição de segurança;
− antes do vaso de pressão ser recolocado em funcionamento, quando permanecer inativo por
mais de 12 (doze) meses;
− quando houver alteração do local de instalação do vaso de pressão, exceto para vasos
móveis.
Já para instrumentos de segurança (PSV) a norma estabelece que os mesmos devem ser
desmontados, inspecionados e calibrados e mantidos em boas condições, sendo que a
periodicidade não deve ser superior ao tempo de inspeção periódica dos vasos aos quais estão
instalados. A periodicidade da dessas inspeções, de forma geral, é estabelecida no
procedimento interno do dono da planta de processos.
De acordo com profissionais do ramo, a calibração dos instrumentos é um dos aspectos mais
trabalhosos de se atender. Pois, para retirar os equipamentos do sistema é necessário que o
mesmo seja despressurizado, o que nem sempre é possível sem afetar a operação da sonda.
Esse é um dos motivos de muitas vezes unidade que vem operar no Brasil precisarem de um
tempo em shutdown e ir a um estaleiro para se adequar a NR-13, pois é necessário incluir
redundâncias nos sistemas de tubulações de forma a permitir que a remoção dos instrumentos
seja feita sem maiores transtornos durante a operação. Quando as linhas dos sistemas
pressurizados não foram projetadas tendo em mente requisições brasileiras e quando não é
aceitável fazer tais modificações, é necessário que haja muito planejamento para permitir a
remoção periódica de instrumentos durante a operação.
INSPEÇÃO EXTERNA
Apesar de prever exames externos nos vasos de pressão, a NR-13 não especifica a abrangência
da inspeção de segurança periódica bem como as técnicas a serem utilizadas, que deverão ser
definidas pelo PH com base no histórico do vaso de pressão e nas normas técnicas vigentes.
De acordo com a API 510 - Pressure Vessel Inspection Code:In-Service Inspection, Rating,
Repair, and Alteration, 9th Ed., 2006 - Inspeções externas são realizadas para verificar a
condição da superfície externa dos vasos, sistemas de isolamento, sistemas de pintura e
revestimento, suportes, estrutura associada; e para verificar se há vazamentos, pontos
quentes, vibração, espaço para dilatação e o alinhamento geral do vaso em seus suportes.
Durante a inspeção externa, deve ser dada especial atenção dada as soldas utilizadas para fixar
componentes (por exemplo, placas de reforço e grampos), para fissuras ou outros defeitos. De
forma geral essas verificações podem ser feitas através da inspeção visual, dado que se tem
acesso para isso. Caso contrário, técnicas alternativas precisam ser empregadas para verificar
áreas de difícil acesso, como o uso de espelhos e boroscópios.
É uma boa prática da indústria a utilização da técnica de ultrassom para medição de espessura
da parede do vaso, acompanhando possíveis perdas de material. Caso visualmente o vaso não
apresente boas condições, deve-se solicitar uma limpeza e remoção de tinta para que também
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através da técnica de Ultrassom possa-se verificar se houve perda de espessura nos pontos
mais danificados externamente. Se não houver perda significativa, apenas a pintura deve ser
recomendada.
Havendo perda de espessura, esse valor deve ser considerado como sendo o menor valor
medido e por isso uma nova verificação da PMTA deve ser efetuada a fim de evitar
informações falsas relativas a inspeção.
Também é uma boa prática averiguar a situação da calibração dos instrumentos de segurança
do vaso de pressão em sua inspeção externa, garantindo que os instrumentos estão sempre
em conformidade.
INSPEÇÃO INTERNA
Assim como para os exames externos, os exames internos, apesar de previstos não são
especificados na NR-13. Em seu glossário temos uma breve definição do que se trata, ao
definir como:” exame da superfície interna e de componentes internos de um equipamento,
executado visualmente, com o emprego de ensaios e testes apropriados para avaliar sua
integridade estrutural.”
A API 510 estabelece que uma inspeção interna deve se certificar dos bons estados das
superfícies sobre pressão e procurar danos que não seriam identificados pela inspeção
externa. De forma geral a inspeção interna é feita através do método de inspeção visual,
podendo ser utilizados diversos aparelhos para auxiliar nesse método. A API 510 também
sugere que outros ensaios como: líquido Penetrante e corrente parasita podem ser aplicados.
Para vasos nos quais não seja fisicamente possível realizar a inspeção interna, o PH pode
definir um ensaio alternativo para verificar a integridade do equipamento, como varredura por
ultrassom, teste hidrostático e outros. São exemplos de vasos de pressão que não permitem o
exame interno:
− Aqueles que não possuem bocas de visita ou aberturas que permitam a passagem de uma
pessoa.
− Aqueles cujo diâmetro do casco não permite o acesso de uma pessoa.
− Trocadores de calor com espelho soldado ao casco, etc.
TESTE HIDROSTÁTICO
A norma exige que seja feito ao menos um teste hidrostático durante a vida útil do vaso de
pressão, aceitando o teste hidrostático feito durante a fabricação do equipamento. Caso não
haja registro de tal inspeção, o mesmo deve ser executado na primeira oportunidade possível.
O teste hidrostático pode ser feito com água a temperatura ambiente ou com o próprio fluido
de trabalho do vaso, contanto que o mesmo seja Classe D
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Referências bibliográficas
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