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PROFESSORES ORGANIZADORES
ITACOATIARA-AM
2020
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................ 6
Capítulo 1 – Introdução a Química Analítica ..................................................................................................... 7
1.1 Introdução .................................................................................................................................................. 7
1.2 Algumas áreas de aplicação ........................................................................................................................ 7
1.3 Estágios de uma Análise Quantitativa ......................................................................................................... 7
1.4 Classificação dos métodos analíticos .......................................................................................................... 9
1.4.1 Com base no tamanho da amostra ............................................................................................................ 9
Capítulo 2: Erros e tratamento de dados analíticos – Estatística aplicada a Química Analítica ........................ 11
2.1. Algarismos significativos .......................................................................................................................... 11
2.1.1 Regras para se determinar o número de algarismos significativos ......................................................... 11
2.1.2 Regras para arredondamento .................................................................................................................. 11
2.1.3 Algarismos significativos do resultado de um cálculo .............................................................................. 11
2.2 Média e Mediana ...................................................................................................................................... 12
2.3. Exatidão (Acurácia) e Precisão ................................................................................................................. 13
2.4 Erro e Exatidão.......................................................................................................................................... 14
2.4.1. Erro absoluto de uma medida, E ............................................................................................................. 14
2.4.2. Erro relativo, ER ....................................................................................................................................... 14
2.5 Tipos de erros ........................................................................................................................................... 15
2.5.1 Erros Sistemáticos (determinados) .......................................................................................................... 15
2.5.2 Erros Aleatórios (indeterminados) ........................................................................................................... 16
2.6 Tratamento Estatístico de Erros Aleatórios ............................................................................................... 17
2.7 Amostras e Populações ............................................................................................................................. 17
2.8 A Média da População µ e a Média da Amostra ........................................................................................ 17
2.9 Desvio Padrão da População, ................................................................................................................. 18
2.10 Área sob uma curva gaussiana ................................................................................................................ 18
2.11 Desvio padrão da amostra e outras medidas da Precisão ....................................................................... 19
2.12 Confiabilidade de s como uma medida de precisão................................................................................. 20
2.13 Combinação de Dados para Melhorar a Confiabilidade de s ................................................................... 20
2.14 Desvio Padrão de resultados Calculados ................................................................................................. 21
2.15 Rejeição de Dados ................................................................................................................................... 21
2.16 Limites de Confiança e Intervalo de Confiança ........................................................................................ 22
2.17 Comparação de resultados...................................................................................................................... 24
2.18 Teste t de Student ................................................................................................................................... 25
2.19 Teste F .................................................................................................................................................... 26
Capítulo 3: SOLUÇÕES AQUOSAS DE SUBSTÂNCIAS INORGÂNICAS ................................................................. 28
3.1 Introdução ................................................................................................................................................ 28
3.2 Classificação da solução de acordo com a solubilidade ............................................................................. 28
3.3 Formas de expressar a concentração das soluções ................................................................................... 29
3.3.1 Concentração comum .............................................................................................................................. 29
3.3.2 Percentagem em massa, ppm e ppb ........................................................................................................ 30
3.3.3 Concentração em quantidade de matéria ou concentração molar (molaridade) .................................... 31
3.3.4 Relação entre concentração comum, título, densidade e concentração molar ....................................... 31
3.3.5 Concentração Normal ou normalidade .................................................................................................... 32
3.3.5.1 Equivalente-grama ................................................................................................................................ 32
3.4 Mistura de Soluções .............................................................................................................................. 33
Capítulo 4: CONCEITOS E TEORIAS FUNDAMENTAIS ....................................................................................... 34
4.1 ELETRÓLITOS E NÃO-ELETRÓLITOS ............................................................................................................ 34
4.1.2 Classificação de eletrólitos ....................................................................................................................... 34
4.3 TEORIAS SOBRE ÁCIDOS E BASES .............................................................................................................. 34
4.3.1 Teoria de arrehenius ................................................................................................................................ 34
4.3.2 Teoria de Brnsted-Lowry (Teoria Protônica) ........................................................................................ 34
4.3.3 Teoria de Lewis......................................................................................................................................... 35
4.4 ESPÉCIES ANFIPRÓTICAS ........................................................................................................................... 35
4.5 SOLVENTES ANFIPRÓTICOS ....................................................................................................................... 35
4.6 AUTOPROTÓLISE ....................................................................................................................................... 36
4.7 FORÇAS DE ÁCIDOS E BASES ..................................................................................................................... 36
4.8 CLASSIFICAÇÃO DO SOLVENTE .................................................................................................................. 36
Capítulo 5: Equilíbrio Químico ........................................................................................................................ 38
5.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 38
5.2 A LEI DA AÇÃO DAS MASSAS ..................................................................................................................... 38
5.3 EXPRESSÃO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO ............................................................................................. 39
5.4 O SIGNIFICADO DA CONSTANTE DE EQUILÍBRIO ....................................................................................... 40
5.5 FATORES QUE AFETAM O EQUILÍBRIO QUÍMICO ....................................................................................... 40
5.5.1 Efeito da composição ............................................................................................................................... 41
5.5.2 Efeito da temperatura ............................................................................................................................. 41
5.5.3 Efeito da concentração ............................................................................................................................ 41
5.5.4 Efeito do catalisador ................................................................................................................................ 42
5.6 TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETROLÍTICA ................................................................................................... 42
5.6.1Estudo dos eletrólitos fracos em solução .................................................................................................. 42
5.6.2 Estudo dos eletrólitos fortes em solução ................................................................................................. 43
5.7 ATIVIDADE E COEFICIENTE DE ATIVIDADE ................................................................................................. 44
5.8 FORÇA IÔNICA I ou ............................................................................................................................... 45
5.9 COEFICIENTE DE ATIVIDADE ...................................................................................................................... 45
Capítulo 6: Equilíbrio ácido-base em solução aquosa...................................................................................... 47
6.1. IONIZAÇÃO DA ÁGUA.............................................................................................................................. 47
6.2 EXPOENTE HIDROGENIÔNICO (pH) ........................................................................................................... 48
6.3 RELAÇÃO ENTRE Kw, pH e pOH ................................................................................................................. 49
6.4 SOLUÇÕES AQUOSAS DE ÁCIDOS E BASES FORTES .................................................................................... 49
6.4.1 Soluções aquosas de ácidos fortes ........................................................................................................... 50
6.4.2 Soluções aquosas de bases fortes ............................................................................................................ 51
6.5 RELAÇÃO ENTRE Kw, Ka e Kb ...................................................................................................................... 52
6.6 SOLUÇÕES AQUOSAS DE ÁCIDOS E BASES FRACAS.................................................................................... 52
6.6.1 Soluções aquosas de ácidos monopróticos fracos ................................................................................... 52
6.6.2 Soluções aquosas de bases fracas ............................................................................................................ 54
6.7 SOLUÇÃO TAMPÃO ................................................................................................................................... 55
6.7.1 Propriedades das soluções tampão.......................................................................................................... 55
6.7.2 Importância das soluções tampão ........................................................................................................... 55
6.7.3 Cálculo do pH de uma solução tampão .................................................................................................... 56
6.7.3.1 Cálculo do pH de uma solução de um ácido fraco e seu sal .................................................................. 56
6.7.3.2 Cálculo do pH de uma solução de uma base fraca e seu sal ................................................................. 57
6.7.4 Eficiência da solução tampão................................................................................................................... 58
6.7.4.1 Depende da concentração dos reagentes ............................................................................................. 58
6.7.4.2 Capacidade Freadora ............................................................................................................................ 59
6.8 ANÁLISE VOLUMÉTRICA ............................................................................................................................ 60
6.8.1 Vantagens da análise volumétrica ........................................................................................................... 61
6.8.2 Requisitos da reação volumétrica ............................................................................................................ 61
6.8.3 Preparo da solução padrão ..................................................................................................................... 61
6.8.3.1. Requisitos da Substância Padrão Primário .......................................................................................... 61
6.8.4 Classificação dos métodos volumétricos .................................................................................................. 62
6.9 VOLUMETRIA DE NEUTRALIZAÇÃO ........................................................................................................... 62
6.9.1 Cálculo de resultados na volumetria de neutralização ............................................................................ 62
6.9.2 Fundamento do uso dos indicadores........................................................................................................ 63
6.9.3 Titulação de ácido forte com base forte .................................................................................................. 64
6.9.3.1. Curva De Titulação ............................................................................................................................... 64
6.9.4 Cálculo do erro da titulação ..................................................................................................................... 65
6.9.5 Titulação de base forte com ácido forte .................................................................................................. 65
6.9.6. Titulação de ácido fraco com base forte ................................................................................................. 65
6.9.6.1. Curva de titulação ................................................................................................................................ 65
6.9.7.1. Curva de titulação ................................................................................................................................ 67
6.9.8. Fatores que afetam a curva de titulação ................................................................................................ 68
6.9.8.1. CONCENTRAÇÃO DOS REAGENTES....................................................................................................... 68
6.9.8.2. Força do ácido ...................................................................................................................................... 68
6.9.8.3. Força da base ....................................................................................................................................... 69
6.9.9. Titulação de ácidos polipróticos fracos ................................................................................................... 69
CAPÍTULO 7: EQUILÍBRIO DE SOLUBILIDADE E PRECIPITAÇÃO......................................................................... 70
7.1 SOLUBILIDADE DOS PRECIPITADOS ....................................................................................................... 70
7.1.1 Precipitados Cristalinos ............................................................................................................................ 70
7.1.2 Precipitados coloidais............................................................................................................................... 70
7.2 A SOLUBILIDADE DEPENDE DE VÁRIOS FATORES ...................................................................................... 70
7.2.1 Pressão ..................................................................................................................................................... 70
7.2.2. Temperatura ........................................................................................................................................... 70
7.2.3. Composição do solvente.......................................................................................................................... 71
7.2.4. Natureza e concentração de outros materiais ........................................................................................ 71
7.3 PRODUTO DE SOLUBILIDADE .................................................................................................................... 72
7.4APLICAÇÕES DO PRODUTO DE SOLUBILIDADE ........................................................................................... 73
7.4.1 EFEITO DO ÍON COMUM .......................................................................................................................... 73
7.4.2 EFEITO DO ÍON ESTRANHO (EFEITO SALINO) ........................................................................................... 75
7.5 PRECIPITAÇÃO FRACIONADA .................................................................................................................... 75
7.6 FORMAÇÃO DE PRECIPITADOS .................................................................................................................. 76
7.7 PRECIPITAÇÃO DE SULFETOS ..................................................................................................................... 77
7.8 tITULAÇÃO ................................................................................................................................................ 78
7.8.1.Construção da Curva de Titulação ........................................................................................................... 78
7.8.2 Fatores que Afetam a Curva de Titulação ................................................................................................ 79
7.8.2.1 Concentração dos Reagentes ................................................................................................................ 79
7.8.2.1 Solubilidade do Precipitado Formado ................................................................................................... 79
7.8.3 Detecção do ponto final ........................................................................................................................... 79
7.8.3.1 MÉTODO DE MOHR ............................................................................................................................... 79
7.8.3.2 Cálculo da Quantidade do Indicador – método de Mohr ...................................................................... 80
7.8.3.3. MÉTODO DE VOLHARD ........................................................................................................................ 80
Capítulo 8: Equilíbrio de complexação ............................................................................................................ 81
8.1. TITULAÇÕES COMPLEXOMÉTRICAS COM EDTA ........................................................................................ 81
8.2 CALCULO DA CONSTANTE DE FORMAÇÃO CONDICIONAL ......................................................................... 84
8.3 EFEITO DO PH EM TITULAÇÕES COM EDTA ............................................................................................... 84
8.4 Importância do pH em titulações com EDTA ............................................................................................. 85
Capítulo 9: Equilíbrio de Oxidação-Redução ................................................................................................... 86
9.1. NATUREZA DAS REAÇÕES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO ............................................................................... 86
9.2 PILHAS OU CÉLULAS ELETROQUÍMICAS ..................................................................................................... 86
9.2.1. CÉLULAS GALVÂNICAS .......................................................................................................................... 87
9.2.2. FUNÇÃO DA PONTE SALINA................................................................................................................... 88
9.2.3. NOMENCLATURA E REPRESENTAÇÃO DAS CÉLULAS ............................................................................. 88
9.3 POTENCIAIS DE ELETRODO ........................................................................................................................ 89
9.3.1 ELETRODO PADRÃO DE HIDROGÊNIO – EPH ............................................................................................ 89
9.3.2 CÁLCULO DA f.e.m. DE UMA CÉLULA GALVÂNICA ................................................................................... 90
9.3.3 EQUAÇÃO DE NERNST .............................................................................................................................. 90
9.3.4 POTENCIAL PADRÃO DE ELETRODO, Eo .................................................................................................... 92
9.3.5 CÉLULAS DE CONCENTRAÇÃO .................................................................................................................. 93
9.4 CONSTANTES DE EQUILÍBRIO DAS REAÇÕES REDOX ................................................................................. 93
9.5 TITULAÇÃO ............................................................................................................................................... 94
8.5.1 CURVA DE TITULAÇÃO ............................................................................................................................. 94
9.5.2 INDICADORES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO .................................................................................................. 94
9.5.3 SOLUÇÕES PADRÕES E PADRÕES PRIMÁRIOS .......................................................................................... 95
Capítulo 10: ANÁLISE GRAVIMÉTRICA............................................................................................................. 96
10.1. Introdução ............................................................................................................................................. 96
10.2. Gravimetria por volatilização ................................................................................................................. 96
10.3. Tipos de água nos sólidos....................................................................................................................... 96
10.3.1 Água essencial ........................................................................................................................................ 96
10.3.2. Água não-essencial ............................................................................................................................... 97
10.4. Gravimetria por precipitação ................................................................................................................. 97
10.4.1. Requisitos para que uma reação de precipitação possa ser usada em gravimetria ............................. 97
10.4.2. Requisitos da forma de pesagem .......................................................................................................... 97
10.5. Formação dos Precipitados .................................................................................................................... 98
10.5.1. Tipos de precipitados ............................................................................................................................ 98
10.5.2. Mecanismos de Precipitação ................................................................................................................ 98
10.5.3. Etapas de Formação do precipitado ..................................................................................................... 99
10.5.3.1. Nucleação........................................................................................................................................... 99
10.5.3.2. Crescimento dos cristais ..................................................................................................................... 99
10.5.4. Técnicas para Precipitação Lenta ........................................................................................................ 100
10.5.5. Suspensões Coloidais ........................................................................................................................... 100
10.5.5.1. Características das Suspensões Coloidais ........................................................................................ 100
10.5.6. Envelhecimento dos Precipitados ou digestão .................................................................................... 101
10.5.7. Contaminação dos precipitados .......................................................................................................... 101
10.5.7.1. Coprecipitação ................................................................................................................................. 102
10.5.7.2. Pós-precipitação .............................................................................................................................. 102
10.6. Cálculos na Análise Gravimétrica ........................................................................................................ 102
Exercícios – Capítulo 2 – Erro e tratamento estatístico ................................................................................. 104
Exercícios – Capítulo 3 – Soluções ................................................................................................................. 106
Exercícios–Capítulo 6– Equilíbrio ácido-base em solução aquosa ................................................................. 109
Exercícios – Capítulo 9 – Equilíbrio de oxidação-redução .............................................................................. 116
Exercícios – Capítulo 10 – Gravimetria .......................................................................................................... 118
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................ 120
APRESENTAÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO
A Química analítica envolve a separação, identificação e quantificação das
espécies químicas presentes em uma amostra. Ela pode ser dividida em Química
Analítica Qualitativa e Química Analítica Quantitativa.
Para diferenciar a análise qualitativa da quantitativa, examinemos a seguinte
afirmação: meu chocolate em barra preferido contém 33% de gorduras e 47% de
açúcar. Além de conter alta energia, o chocolate tem uma energia extra a partir do
efeito estimulante da cafeína e do seu precursor bioquímico, a teobromina. Pode-se
observar que nesta afirmação ambas as informações quantitativas e qualitativas são
citadas. A análise qualitativa estabelece a identidade química das espécies
presentes em uma amostra (gorduras, açúcar, cafeína, teobromina). A análise
quantitativa determina as quantidades relativas das espécies, ou analitos, em
termos numéricos (33% de gorduras e 47% de açúcar). Os analitos são os
componentes de uma amostra a ser determinados (gorduras, açúcar, cafeína e
teobromina). A barra de chocolate contém outros componentes que não são os
analitos, estes são denominados de matriz ou matriz da amostra.
A matriz, ou matriz da amostra, são todos os outros componentes da
amostra na qual o analito está contido.
7
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Introdução a Química Analítica
8
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Introdução a Química Analítica
9
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Introdução a Química Analítica
10
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
b. Zeros colocados a direita só são significativos se forem resultado de uma medida. Não
são significativos se apenas indicam a ordem da grandeza de um número.
Exemplo 2.2: 2,00 ± 0,01g quando transformados para mg é _____________mg
11
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
_ x i
x i
(2.1)
N
Exemplo 2.8: Seis porções iguais de uma solução aquosa contendo uma concentração
“conhecida” de 20,00 ppm de ferro(III) foram analisadas exatamente da mesma forma e
obteve os seguintes resultados: 19,4; 19,5; 19,6; 19,8; 20,1 e 20,3 ppm de ferro (III).
Calcule a média e a mediana.
N
_ x
19,4 19,5 19,6 19,8 20,1 20,3
i
Média:, x i
19,78 19,8 ppm de Fe
N 6
Como o conjunto contém um número par de medidas, a mediana é a média do par
19,6 19,8
central: mediana 19,7 ppm de Fe
2
12
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
Figura 2.1 – Erro absoluto na determinação de nitrogênio por micro-Kjeldahl. Cada ponto
representa o erro associado a uma única determinação. Cada linha vertical rotulada (xi _
xv) representa o desvio médio absoluto do conjunto de dados, do valor verdadeiro
13
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
E= Xi – Xv (2.2)
Onde :
E= erro absoluto;
Xi=valor medido;
Xv= valor verdadeiro ou aceito
14
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
(2) Erros de método – surgem do comportamento químico ou físico não ideal de reagentes
e de reações em uma análise. Exemplos: solubilização de precipitados, decomposição de
um precipitado durante a calcinação, a lentidão de algumas reações, a incompletude de
outras, a instabilidade de algumas espécies, a falta de especificidade da maioria dos
reagentes e a possível ocorrência de reações laterais que interferem no processo de
medida, um pequeno excesso de reagente necessário para provocar a mudança de cor do
indicador que acusa o final da reação em uma análise volumétrica. Os erros inerentes a
um método são, frequentemente, difíceis de ser detectados e, consequentemente, são os
mais sérios entre os três tipos de erros sistemáticos.
(3) Erros pessoais – muitas medidas demandam julgamentos pessoais e por isso pode
resultar em erros pela falta de cuidado, falta de atenção ou limitações pessoais do analista.
Exemplos: secagem incompleta da amostra antes da pesagem, perda de material durante
a análise, a estimativa da posição de um ponteiro entre duas divisões de uma escala, a cor
de uma solução no ponto final de uma titulação ou o nível de um líquido em relação à
escala graduada de uma pipeta ou bureta. Julgamentos desse tipo são muitas vezes objeto
de erros sistemáticos, unidirecionais. Por exemplo, uma pessoa pode estimar a posição de
um ponteiro de maneira consistentemente mais alta, outra pode ser ligeiramente lenta no
disparo de um cronômetro e uma terceira pode ser menos sensível a mudanças de cor.
Um analista que é insensível a mudanças de cor tende a usar excesso de reagente em
uma análise volumétrica. Os procedimentos analíticos sempre devem ser ajustados para
que qualquer limitação física conhecida do analista não provoque erros pequenos e
irrelevantes. Uma fonte universal de erros pessoais é o prejulgamento, ou tendência. A
maior parte de nós, não importa quão honestos sejamos, tem a tendência de estimar
leituras de escalas na direção da melhoria da precisão em um conjunto de resultados.
Alternativamente, podemos ter uma noção preconcebida do valor verdadeiro de uma
medida. De forma inconsciente, fazemos que os resultados se mantenham próximos a
esse valor. O viés numérico é outra fonte de erros pessoais que varia consideravelmente
de pessoa para pessoa. O viés numérico mais frequente encontrado na estimativa da
posição de um ponteiro em uma escala é a preferência pelos números 0 e 5. Também é
15
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
y (2.4)
2 2
A Figura 2.3 mostra uma curva de erro normal, onde o desvio é dado pela equação 2.5,
que mostra o desvio da média de um dado.
z = (x-µ)/ (2.5)
onde:
z é o desvio da média de um dado (x)
µ é a média da população
é o desvio padrão da população
16
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
x i
i
(2.6)
N
17
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
onde:
µ é a média da população
xi é o valor de cada medida
N é o número total de medidas para a população.
(x i )2
i 1
(2.7)
N
Figura 2.4. Área sob uma curva gaussiana (a) ±1, (b) ±2 e (c) ±3.
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UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
(x i x) 2
s i 1
(2.9)
N 1
Onde:
N – 1, é o número de graus de liberdade.
s representa uma estimativa imparcial do desvio padrão da população .
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UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
absoluto e relativo e a faixa destes resultados. Respostas: 7,13%; ±0,04%, 0,6%; ±0,01;
0,2%; 0,14%.
( xi x1 ) 2 ( x j x1 ) 2 ( xk x1 ) 2 .....
i 1 j 1 k 1
scomb (2.14)
N1 N 2 N 3 .... N t
Onde:
N1 é o número de resultados contidos no conjunto 1,
N2 é aquele do conjunto 2 e assim por diante.
O termo Nt é o número total de conjuntos de dados que estão sendo combinados.
Um grau de liberdade é perdido para cada um dos subconjuntos. Assim, o número de
graus de liberdade para o s combinado é igual ao número total de medidas menos o
número de subconjuntos.
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UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
analítico espectrofotométrico. O paciente foi submetido a uma dieta com baixos teores de
açúcar para reduzir os níveis de glicose. Os seguintes resultados em mg/L foram obtidos
durante um estudo para determinar a eficiência da dieta: Mês 1 (1108, 1122, 1075, 1099,
1115, 1083, 1100); Mês 2 (992, 975, 1022, 1001, 991), Mês 3 (788, 805, 779, 822, 800);
Mês 4 (799, 745, 750, 774, 777, 800, 758). Calcule a estimativa do desvio padrão
combinado para o método. R: 19mg/L
21
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
uma razão química ou instrumental muito óbvia que justifique sua exclusão. Com
frequência é preciso resistir à tentação de eliminar um resultado que “parece” ruim, sem
justificativas plausíveis.
Para rejeitar ou não um ou mais dados pode-se fazer uso do TESTE Q. O valor de
Q pode ser calculado usando-se a equação 2.15. Esse valor é comparado com o valor de
Q tabelado, Tabela 2.1.
valor suspeito valor mais próximo |
Qcalc
maior valor menor valor (2.15)
Se Qcalc>QTab, o valor suspeito deve ser rejeitado.
Exemplo 2.14. A análise de cádmio em poeira deu como resultados: 4,3; 4,1; 4,0 e
3,2µg.g-1. (a)Verifique se algum resultado deve ser rejeitado com limite de confiança de
90%. (b) Se as mesmas medidas forem testadas para um limite de confiança de 95%,
algum resultado deverá ser eliminado. (c) O analista resolve fazer mais 3 medidas, ficando
com os seguintes resultados: 4,3; 4,1; 4,0; 3,2; 4,2; 3,9 e 4,0µg.g -1. Neste caso, algum
resultado deve ser rejeitado com limite de confiança de 90%.
22
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
Na tabela 2.2. é mostrado os limites que encerram cada uma dessas áreas são
chamados LIMITES DE CONFIANÇA e que o intervalo coberto pela área é o INTERVALO
DE CONFIANÇA.
23
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
Exemplo 2.17: A média de 5 observações do teor de Cl- em uma água potável é 29 ppm
com um desvio padrão de 3,4 ppm. Quais os limites confiança da média a 95 %?
Exemplo: 2.18: Um químico obteve os seguintes dados para o teor alcoólico de uma
amostra de sangue: % de C2H5OH: 0,084; 0,089 e 0,079. Calcule o intervalo de confiança
a 95%.
24
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
t cal
x N
(2.18)
s
Onde:
µ é o valor verdadeiro (valor de referência);
x é a média das medidas;
N é número de medidas;
s é o desvio padrão
O valor encontrado é relacionado a um conjunto de valores de t tabelado (Tabela
2.4), nas quais se expressa a probabilidade P do valor de t estar dentro de certos limites de
confiança. Se tcalculado > ttabelado os resultados são considerados diferentes, isto é, a
diferença é significativa.
(x
i 1
i x1 ) ( x j x2 ) 2
2
Uma outra forma de testar a diferença entre as médias de dois conjuntos, usar o
teste t para dados pareados, esse teste usa o mesmo procedimento do teste t normal,
exceto que analisa pares de dados. O valor de t para dados pareados pode ser obtido pela
equação 2.20.
25
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
__
d 0
t calc (2.20)
sd N
__
Onde: d é a diferença média igual a d i N;
s d é o desvio padrão da diferença;
0 - a hipótese nula, frequentemente igual a zero.
Conclusão: como tcalc>tTab (2,57) para um nível de confiança de 95%, concluímos que as
médias são diferentes, isto é, os métodos fornecem resultados diferentes.
Exemplo 2.22: Aplique o teste t normal para calcular se há diferença entre as médias dos
resultados dos dois métodos do Exemplo 2.21. R. 0,176.
Conclusão: como tcalc<tTab (2,23) para um nível de confiança de 95%, concluímos que as
médias não são diferentes, isto é, os métodos fornecem resultados semelhantes.
Observação: O uso do teste t pareado permite focalizar nas diferenças, nesse caso
especifico, a grande variabilidade dos resultados do teor de glicose entre os pacientes
mascara as diferenças de interesse entre os métodos.
2.19 TESTE F
Para comparar as variâncias (ou desvios padrão) de duas populações, um teste
estatístico simples, chamado de teste F, pode ser utilizado. Por exemplo, o teste t normal
demanda que os desvios padrão dos conjuntos de dados, que estão sendo comparados,
sejam iguais. O teste F pode ser utilizado para avaliar essa consideração sob a condição
de que as populações sigam uma distribuição normal (gaussiana). Ele também é
empregado na comparação de mais de duas médias de populações. Os métodos usados
para múltiplas comparações estão contidos na categoria geral da análise da variância,
muitas vezes conhecida pelo acrônimo ANOVA. O teste estatístico básico usado pela
ANOVA é o F.
26
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica – Erros e tratamento de dados analíticos
27
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica –Soluções aquosas de substâncias inorgânicas
3.1 INTRODUÇÃO
No nosso dia-a-dia encontramos muitas substâncias químicas. Muitas delas como
misturas homogêneas, isto é, seus componentes estão misturados uniformemente no nível
molecular. Misturas homogêneas são chamadas de soluções.
As soluções podem ser gases, líquidos ou sólidos. Cada uma das substâncias em uma
solução é chamada de componente da solução. Normalmente, o componente em maior
quantidade é o solvente, e os demais componentes são chamados de soluto.
Neste capítulo nos deteremos principalmente nas soluções líquidas, particularmente, as
soluções aquosas de substâncias iônicas por sua importância na química e no dia-a-dia.
Exemplos de soluções formadas por:
gás e líquido: refrigerantes, água com gás
líquido e líquido: álcool comercial, água oxigenada
sólido e líquido: soro fisiológico ( sal e água), água sanitária (hipoclorito de sódio e
água)
A água por ser o solvente mais utilizado é conhecido como solvente universal. As
soluções onde a água é o solvente são chamadas de soluções aquosas.
28
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica –Soluções aquosas de substâncias inorgânicas
As soluções que contém maior quantidade de soluto do que é necessário para formar
uma solução saturada são chamadas de supersaturadas. Por exemplo, se adicionarmos
uma quantidade maior do que 35,7 g de NaCl em 100 ml de água sob aquecimento e
agitação, é possível que todo o soluto se dissolva, porém essa solução é instável.
29
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica –Soluções aquosas de substâncias inorgânicas
Assim, uma solução de ácido clorídrico que é 36% de HCl em massa contém 36g de
HCl para cada 100g de solução. Do mesmo modo, a gasolina que é uma mistura contendo
dentre outros substâncias 24% em volume de álcool anidro, contem 24 ml de álcool anidro
em 100 ml de amostra.
As concentrações de soluções muito diluídas são expressas em partes por milhão,
ppm, definida pela equação 3.6.
m1
ppm x10 6 (3.6)
m1 m2
Assim, 1ppm corresponde a 1mg do soluto por 1kg de solução (mg/kg). Como a
densidade da água é 1g/ml, 1kg de solução aquosa diluída terá um volume muito próximo
a 1l. Assim 1ppm também corresponde a 1mg de soluto por 1l de solução (mg/l).
30
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica –Soluções aquosas de substâncias inorgânicas
Para soluções ainda mais diluídas, usa-se o partes por bilhão, ppb. O ppb é dado
pela equação 3.7.
m1
ppb x10 9 (3.7)
m1 m2
Assim: 1ppb = 1µg/l
Exemplo 3.6.: (a) Calcule a percentagem em massa de NaCl em uma solução contendo
1,50g de NaCl em 50,0g de água. (b) Uma solução alvejante comercial contém 3,62% em
massa de hipoclorito de sódio(NaClO). Qual é a massa de NaClO em uma garrafa
contendo 2.500g de solução alvejante. R. 2,91%; 90,5g de NaClO
31
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica –Soluções aquosas de substâncias inorgânicas
n º eq. nº meq.
N ou N (3.11)
V (l ) V (ml )
Onde:
m
nº eq. (3.12)
Eq.g
m= massa do soluto
Eq.g= equivalente grama do soluto
V = volume da solução
O equivalente grama do soluto é dado pela equação 3.13.
MM
Eq.g. (3.13) Onde:
K
MM massa molar da substânica
K dependerá do tipo de substância.
3.3.5.1 Equivalente-grama
É o equivalente químico expresso em grama e este é dependente do tipo de
substancia, como demonstrado nas definições a seguir.
32
UFAM/ICET – Química Analítica Clássica –Soluções aquosas de substâncias inorgânicas
EQUIVALENTE-GRAMA DE UM SAL
É a quantidade do sal capaz de libertar 1 mol de cargas positivas ou 1 mol de cargas
negativas.
massa molar do sal
Eq.g
nº total de c arg as positivas ou negativas
33
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Conceitos e Teorias Fundamentais
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ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Conceitos e Teorias Fundamentais
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ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Conceitos e Teorias Fundamentais
NH 3 CH 3 OH NH 4 CH 3 O
Ex.:
base1 ácido2 ác.conjugado1 base conjugada2
CH 3 OH HNO 2 CH 3 OH 2 NO 2
base1 ácido2 ác.conjugado1 base conjugada2
4.6 AUTOPROTÓLISE
Os solventes anfipróticos sofrem auto-ionização, ou autoprotólise, para formar um par
de espécies iônicas. É um exemplo de comportamento ácido-base.
base1 ácido2 ácido1 base2
H 2O H 2O H 3O OH
Ex.: CH 3OH CH 3OH CH 3OH 2 CH 3O
HCOOH HCOOH HCOOH 2 HCOO
NH 3 NH 3 NH 4 NH 2
FORÇA DA BASE
HCl H 2 O H 3O Cl
H 3 PO4 H 2 O H 3O H 2 PO4
HC 2 H 3O2 H 2 O H 3O C 2 H 3O2
2
H 2 PO4 H 2 O H 3O HPO4
NH 4 H 2 O H 3O NH 3
Os dois primeiros são ácidos fortes porque a reação com o solvente é completa de
forma que não resta moléculas do soluto não dissociadas na solução aquosa. Os demais
exemplos são ácidos fracos, que reagem de forma incompleta com a água para gerar
soluções que contêm quantidades significativas tanto do ácido original quanto da base
conjugada.
36
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Conceitos e Teorias Fundamentais
37
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Químico
5.1. INTRODUÇÃO
Muitas das reações da análise química qualitativa e quantitativa ocorrem em solução. O
solvente é usualmente água, mas outros líquidos podem ser usados. Por isso, o
conhecimento fundamental das condições em que as reações de interesse da química
analítica são feitas e dos fatores que as influenciam é essencial.
As reações usadas na química analítica nunca resultam na completa conversão de
reagentes em produtos. Ao contrário, elas procedem para um estado de equilíbrio
químico no qual a razão das concentrações de reagentes e produtos é constante. As
expressões das constantes de equilíbrio são equações algébricas que descrevem as
relações de concentrações existentes entre reagentes e produtos no equilíbrio. Entre
outras coisas, as expressões de constantes de equilíbrio permitem realizar o cálculo do
erro em uma análise resultante da quantidade de analito que não reagiu e que resta
quando o equilíbrio for atingido.
O equilíbrio químico é um estado em que a velocidade com que desaparecem os
reagentes é exatamente igual à velocidade de formação dos produtos; nestas condições,
não há transformação aparente do sistema, mas as reações direta e inversa se processam
simultaneamente a uma mesma velocidade, de modo que o sistema está num estado de
equilíbrio dinâmico.
38
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Químico
Rearranjando, temos:
[C ]c [ D]d K
a b
1 K (Equação 5.6)
[ A] [ B] K2
[C ]c [ D]c
Kc (Equação 5.8)
[ A]a [ B]b
Onde os termos em colchetes têm o seguinte significado:
Concentração molar se a espécie for um soluto dissolvido
Pressão parcial, em atmosferas, se a espécie for um gás; de fato, muitas vezes
substituímos os colchetes (digamos que [A] na Equação 5.8) pelo símbolo pA, que
representa a pressão parcial do gás A em atmosferas.
pCc p Dd
Kp (Equação 5.9)
p Aa p Bb
Se uma (ou mais) das espécies participantes na Equação 5.8 for um líquido puro,
um sólido puro ou um solvente presente em excesso, o termo referente a essa espécie não
aparece na expressão da constante de equilíbrio. Por exemplo, se a espécie A
apresentada na Equação 5.8 for o solvente H2O, a expressão da constante de equilíbrio
será simplificada para:
[C ]c [ D]c
Kc
[ B]b
A constante K é uma grandeza numérica, dependente da temperatura, denominada
constante de equilíbrio. Por convenção, as concentrações dos produtos são sempre
colocadas no numerador e as concentrações dos reagentes no denominador.
A Equação 5.8 é apenas uma forma aproximada de uma expressão da constante de
equilíbrio termodinâmica. A forma exata é dada pela Equação 5.10.
39
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Químico
aCc .a Dd
KT (Equação 5.10)
a Aa .a Bb
em que aA, aB, aC e aD são as atividades das espécies A, B, C e D.
Geralmente usamos a forma aproximada dessa equação. Mas às vezes o uso da
Equação 5.8 pode levar a erros sérios em cálculos de equilíbrio.
Como, neste caso, Kc 1, [NO2][O2] [NO][O3]. O valor muito grande de K mostra
que, quando se misturam quantidades estequiométricas de NO e de O 3 num vaso de
reação e se deixa o sistema entrar em equilíbrio, há, praticamente, o desaparecimento dos
reagentes, que se convertem em NO2 e O2.
Ao contrário, o valor pequeno de K (como na formação do ozônio a partir do oxigênio)
significa que há pouca formação de produtos a partir dos reagentes ao se chegar ao
equilíbrio. Ou seja, os reagentes são privilegiados no equilíbrio.
K 1: A reação é favorável aos reagentes; as concentrações dos reagentes no
equilíbrio são maiores do que as concentrações dos produtos no equilíbrio.
[O3 ]
3 O O3( g ) K=2,5x10-29 a 25ºC K
2 2 ( g )
[O2 ]3 / 2
Como K 1, [O3] [O2]3/2 . O valor muito pequeno de K indica que, se o O 2 for
colocado num balão, será mínima a quantidade convertida a O 3 quando o equilíbrio tiver
sido atingido.
40
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Químico
K Ae
o
(Equação
9)
Onde K = constante de equilíbrio termodinâmica
T = variação da temperatura
o = variação da entalpia da reação (calor de reação com reagentes e produtos
em estados padrões)
A = fator ( é uma constante ) relaciona o a G
e = antilogritmo
41
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Químico
[ A ][ B ]
Keq (Equação 5.11)
[ AB ]
Num eletrólito fraco a dissociação é parcial, portanto, a equação 5.11 pode tomar a
seguinte forma:
(C )(C )
Keq (Equação 5.12)
C (1 )
Rearranjando, temos:
42
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Químico
C 2
Keq (Equação 5.13)
1
Sendo Keq = constante de dissociação
C = concentração total do eletrólito (mol/L)
= grau de dissociação
O número que indica a fração da quantidade total de eletrólito dissolvido que está
dissociada em íons chama-se grau de dissociação eletrolítica e representada por .
número de moléculas dissociadas
número de moléculas dissolvidas
O tabela 5.1 indica os resultados das experiências com ácido acético. Este quadro
mostra que, embora o grau de dissociação do CH3COOH aumente com a diminuição da
concentração do ácido, a constante de dissociação mantém-se invariável dentro dos limites
dos valores experimentais.
A teoria da dissociação eletrolítica explica apenas com boa aproximação as
propriedades das soluções dos eletrólitos fracos. As forças que operam entre moléculas
neutras, em soluções diluídas, são muito fracas; porém, no caso das soluções de
eletrólitos, as forças eletrostáticas que se manifestam entre as partículas eletricamente
carregadas tem um efeito considerável sobre o movimento e a distribuição dos íons. É
claro que o efeito é ainda reduzido nas soluções de eletrólitos fracos, pois, o número
relativo de íons não é grande.
43
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Químico
O fato das soluções de eletrólitos fortes não obedecer à lei da ação das massas, o que
está em contradição com a teoria de Arrhenius durante muito tempo não pode ser
explicado. Apenas,em 1923 Debye e Huckel explicaram a teoria dos eletrólitos fortes.
aCc aDd
aA +bB cC + dD- kT (Equação 5.10)
a Aa aBb
em que (a) representam as atividades de A, B, C e D, e KT é a constante de
dissociação verdadeira ou termodinâmica.
Para superar essas dificuldades e ainda assim reter expressões simples derivadas
para tais grandezas, G. N. LEWIS introduziu um novo conceito termodinâmico,
denominado de atividade, que, substituindo as concentrações nas funções
termodinâmicas, oferece resultados perfeitamente concordantes com dados experimentais.
Atividade = concentração x coeficiente de atividade - ai f i Ci (Equação 5.14)
f c [C ]c f d [ D]d
kT (Equação 5.15)
f a [ A]a f b [ B]b
Rearranjando, teremos:
[C ]c [ D]d f c f d
kT (Equação 5.16)
[ A]a [ B]b f a f b
44
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Químico
onde: C1, C2, C3,.. , Cn são as concentrações em mol/L dos diversos íons da existentes na
solução.
Z1, Z2, Z3,... , Zn são as cargas correspondentes.
AZi2
log( fi )
1 B (Equação 5.19)
onde: ƒi = coeficiente de atividade do íon;
Zi = carga do íon;
A e B = constantes que dependem da temperatura absoluta e da constante dielétrica do
solvente;
µ = força iônica da solução;
α = diâmetro efetivo do íon hidratado (Å).
Introduzindo os valores adequados das constantes e dados físicos para soluções
aquosas diluídas à temperatura ambiente (T = 298 oK) a expressão pode ser simplificada
para:
45
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Químico
5.19, foi reescrita dando origem a equação conhecida como Lei ampliada de Debye-
Hückel, expressa como:
- 0,50 Z i 2
log fi (Equação 5.21)
1
Os valores calculados com esta equação concordam melhor com os experimentais
que os obtidos com a equação simplificada, especialmente quando a força iônica é
superior a 0,1.
Em soluções muito diluídas (força iônica diminuta) a atividade e a concentração
praticamente são iguais.
Em soluções menos concentradas, o coeficiente de atividade do íon depende da força
iônica.
Os coeficientes de atividade das espécies moleculares neutras são, aproximadamente,
iguais à unidade, independentemente da força iônica.
No caso dos eletrólitos fortes, os coeficientes de atividades diferem da unidade e varia
com a concentração, neste caso, temos que levar em conta os coeficientes de
atividade na avaliação das constantes de dissociação( f 1 e K Keq )
Na Tabela 5.3 são mostrados os valores de para vários íons calculados a partir de
uma variedade de dados experimentais e também são mostrados os coeficientes de
atividade calculados a partir da Eq. 5.19, usando os valores de tabelados.
Tabela 5.3: Coeficientes de atividade de íons individuais a 25 oC
Coeficientes de atividade
Íon α, Å
0,001 0,005 0,01 0,05 0,1
+
H3O 9 0,967 0,933 0,914 0,86 0,83
Li , C6H5COO-
+
6 0,965 0,929 0,907 0,84 0,80
Na+, IO3-, HSO3-, HCO3-, H2PO4-, H2As04-, OAc- 4-4,5 0,964 0,928 0,902 0,82 0,78
OH-, F-, SCN-, HS-, ClO3-, ClO4-, BrO3-, IO4-,
3,5 0,964 0,926 0,900 0,81 0,76
MnO4-
K+, Cl-, Br-, I-, CN-, NO2-, NO3- 3 0,964 0,925 0,899 0,80 0,76
Rb+, Cs+ Ti+, Ag+, NH4+ 2,5 0,964 0,924 0,898 0,80 0,75
Mg2+, Be2+ 8 0,872 0,755 0,69 0,52 0,45
Ca2+, Cu2+, Zn2+, Sn2+, Mn2+, Fe2+, Ni2+, Co2+,
6 0,870 0,749 0,675 0,48 0,40
C8H4O42-
Sr , Ba , Cd2+, Hg2+, S2-
2+ 2+
5 0,868 0,744 0,67 0,46 0,38
Pb2+, CO32-, SO32-, C2O42- 4,5 0,868 0,742 0,665 0,46 0,37
Hg22+, SO42-, S2O32-, CrO42-, HPO42- 4,0 0,867 0,740 0,660 0,44 0,36
Al3+, Fe3+, Cr3+, La3+, Ce3+ 9 0,738 0,54 0,44 0,24 0,18
PO43-, Fe(CN)63- 4 0,725 0,50 0,40 0,16 0,095
Th4+, Zr4+, Ce4+, Sn4+ 11 0,588 0,35 0,255 0,10 0,065
Fe(CN)64- 5 0,57 0,31 0,20 0,048 0,021
46
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
47
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
A importância do produto iônico da água reside no fato de que seu valor pode ser
considerado como constante, não só em água pura como também em soluções aquosas
diluídas, tais como as encontradas comumente em análise qualitativa inorgânica. Isso
significa, por exemplo, que se um ácido for dissolvido em água (o qual, em sua
dissociação, produz íons hidrogênio), a concentração dos íons hidrogênio pode aumentar.
Se, por outro lado, uma base for dissolvida, a concentração dos íons hidroxila aumentará e
a concentração de íons hidrogênio diminuirá.
Pode-se definir mais precisamente o conceito de solução neutra, segundo esses
critérios, como veremos a seguir. Uma solução é neutra, se contiver a mesma
concentração de íons hidrogênio e íons hidroxila, isto é, se [H+] = [OH-].
Solução ácida [H+] > [OH-]
Solução neutra [H+] = [OH-]
Solução alcalina [H+] < [OH-]
Em todos os casos, a acidez ou alcalinidade de uma solução pode ser expressa
quantitativamente em termos da magnitude da concentração hidrogeniônica (ou
concentração de íons hidroxila).
48
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
1
pH log
log [ H ] (Equação 6.7)
[H ]
[ H ] 10 pH ( Equação 6.8)
O pOH é usada de maneira análoga para expressar o expoente da concentração de íons
hidróxidos.
1
pOH log
log [OH ] (Equação 6.9)
[OH ]
[OH ] 10 pOH ( Equação 6.10 )
É muito conveniente expressar a acidez ou alcalinidade de uma solução por seu pH.
Onde o pH das soluções aquosas permanece entre os valores de 0 a 14.
Soluções ácidas pH < 7
Soluções neutras pH = 7
Soluções alcalinas pH > 7
49
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
existentes. Assim sendo, o cálculo do pH das soluções aquosas de ácidos ou bases fortes
é bastante simples; as concentrações dos íons H3O+ e OH-, no caso de soluções diluídas,
podem ser calculadas diretamente a partir da concentração em mol/L total (ou analítica) do
soluto. Entretanto, no caso de soluções extremamente diluídas, é preciso considerar
também a contribuição em íons H3O+ e OH- oferecida pela autoionização da água.
É fácil estabelecer uma relação geral entre a concentração de íon hidrônio (H 3O+) de
uma solução de um ácido forte e a concentração analítica do soluto, aplicável inclusive
quando a solução, suficientemente diluída, torna necessário considerar a parte de íons H +
originários da auto-ionização da água.
50
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
51
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
KW
[OH ] C b (Equação 6.20)
[OH ]
Rearranjando:
[OH ] C b [OH ] - K W 0
2
(Equação 6.21)
Esta equação é aplicável dentro dos mesmos limites de concentração que a
equação (17).
Exemplo 6.3: Calcular o pH de uma solução de Ca(OH)2 3,2x10-3mol/l. R = 11,81
52
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
Balanço de cargas: a soma das concentrações das espécies positivas é igual a soma das
concentrações das espécies negativas presentes na solução.
[H3O+] = [A-] + [OH-] (Equação 6.24)
Balanço de massas: no equilíbrio a soma das espécies provenientes do ácido deve ser
igual a Ca. Isto é, Ca é igual a soma da concentração do ácido e sua base conjugada.
Ca = [HA] + [A-] (Equação 6.25)
onde: Ca = concentração analítica do ácido
Ka
[ H 3O ] [ H 3O ]
C a - [ H 3O ] (Equação 6.32)
53
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
Kw
Substituindo a eq. (6.41) em (6.39), temos: [ BH ] [OH - ] (Equação 6.42)
[OH ]
Kw
Substitutindo (6.41) em (6.40), temos: b [ B] Cb [OH ] - ] (Equação 6.43)
[OH ]
Substituindo as eq. (6.42) e (6.43) em (6.36), temos:
KW
[OH ] [OH ] -
[OH ]
Kb (Equação 6.44)
KW
C b - [OH ] -
[OH ]
Aproximações:
Na maior parte das soluções básicas, a concentração de [H3O+]<5% da [OH-], ou seja, KW /
[OH-] é muito pequena e pode ser desprezado na equação (44), logo:
[OH ] [OH ]
Kb
C b - [OH ]
(Equação 6.45)
54
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
[OH ] 2
Kb (Equação 6.37)
Cb
Exemplo 6.8: Calcule a [OH-] presente em uma solução de NH3 0,0750mol/l. O equilíbrio
é: NH3+H2O NH4++OH- . Sabendo-se que o Ka do equilíbrio NH4++H2ONH3+H3O+ é
5,7x10-10. R = 1,15X10-3mol/l
Exemplo 6.9: Calcule a concentração de íons hidróxido presentes em uma solução de
hipoclorito de sódio 0,0100 mol/l. O equilíbrio entre OCl- e a água é: OCl- + H2O HOCl +
OH-. A constante de dissociação para o HOCl é 3,0 x10-8. R = 5,8x10-5mol/l
55
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
Equilíbrios envolvidos:
HA + H2O H3O+ + A-
NaA Na+ + A-
H2O H3O+ + OH-
Espécies presentes na solução: HA, H3O+, Na+, A-, OH-.
Expressões:
[ H 3O ][ A ]
1. K a (Equação 6.49)
[ HA]
2. Kw = [H3O+] [OH-] (Equação 6.6)
56
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
C
log [ H ] log K a a (Equação 6.60)
Cs
Ca
log [ H ] log K a log (multiplicando por –1) (Equação 6.61)
Cs
Ca
- log [ H ] log K a - log (Equação 6.62)
Cs
Ca
pH pK a - log (Equação de Henderson-Hasselbalch) (Equação 6.63)
Cs
Observe na equação 6.63 que o pH depende exclusivamente da relação das
concentrações do sal (Cs) e do ácido (Ca).
Exemplo 6.10: Qual o pH de uma solução que é 0,400 mol/l em ácido fórmico e 1,00 mol/l
em formiato de sódio? Ka = 1,80x10-4 R= 4,14
57
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
Rearranjando:
(Cs [OH ] [ H 3O ])[OH ]
Kb (Equação 6.72)
Cb [OH ] [ H 3O ])
Aproximações:
1) Como a base é fraca a [OH-] << Cb
2) Como a base é fraca a [OH-] << Cs
3) A [H3O+-] proveniente da autoprotólise << [OH-]
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EXEMPLOS:
1) CH3COOH – 0,01 mol/L e CH3COONa – 0,0001 mol/L (Ka= 1,8x10-5)
C 0,01
pH pK a - log a pH 4,74 log 2,74
Cs 0,0001
2) CH3COOH – 0,01 mol/L e CH3COONa – 0,01 mol/L
0,01
pH 4,74 log 4,74
0,01
3) CH3COOH – 0,0001 mol/L e CH3COONa – 0,01 mol/L
0,0001
pH 4,74 log 6,74
0,01
Exemplo 6.12: Calcular o efeito causado pela adição de 0,5 mL de NaOH 0,01 mol/L a 100
mL de cada uma das três soluções. Após a adição temos as seguintes reações:
CH3COOH + H2O CH3COO- + H3O+
CH3COONa CH3COO- + Na+
2H2O H3O+ + OH-
A adição de NaOH aumenta a [Na+] e desloca o equilíbrio do sal para a esquerda no
sentido se se formar mais sal, portanto consumir CH3COO-. Assim:
Ca= (0,01x100 – 0,01x0,5)/100,5 = 9,9x10-3mol/l
C = (0,0001x100 + 0,01x0,5)/100,5 = 1,5x10 -4mol/l
s
9,9 x10 3
pH 4,74 log 2,92
1,5x10 4
9,9 x10 3
2) pH 4,74 log 4,744
0.01
5 x10 5
3) pH 4,74 log 7,04
0,01
A solução 1 sofre uma variação de 0,18 unidade de pH; o pH da solução 2 praticamente
não foi afetado; o pH da solução 3 variou de 0,30 unidade. Portanto, a solução 2, que
contém os dois componentes do par em iguais concentrações, é das três a mais eficiente.
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Exemplo 6.13: Calcular o efeito causado pela adição de 0,5 mL de HCl 0,1 mol/L a 100 mL
de cada uma das duas soluções acima. Após a adição:
1)Reações:
CH3COOH + H2O CH3COO- + H3O+
CH3COONa CH3COO- + Na+
2H2O H3O+ + OH-
A adição de HCl aumenta a [H3O+] e desloca o equilíbrio do ácido para a esquerda
no sentido se se formar mais ácido, portanto consumindo CH3COO-.
Ca= (0,1x100 + 0,1x0,5)/100,5 = 0,1mol/l
C = (0,1x100 - 0,1x0,5)/100,5 = 0,099mol/l
s
0,1
pH 4,74 log 4,736
0,099
1,5x10 3
2) pH 4,74 log 4,26
5,0 x10 4
As soluções 1 e 2 tem, originariamente, o mesmo pH 4,74, pois em ambos os casos
a relação das concentrações dos componentes do par é igual à unidade. Todavia, a
solução 1, que contém os componentes do par em concentração mais alta, é a que possui
maior capacidade freadora.
Na preparação de uma solução tampão com um certo pH, deve-se começar
selecionando um ácido que apresente um valor de pKa tão próximo quanto possível do
valor de pH desejado. Desta maneira, a preparação da solução tampão envolverá uma
relação das concentrações dos componentes do par próxima da unidade, que é uma
condição para a maior eficiência da solução tampão ( pH pKa 1) .
Exemplo 6.14: Calcule a variação no pH que ocorre quando uma porção de 100 mL de (a)
NaOH 0,0500 mol/l e (b) HCl 0,0500 mol/l é adicionada a 400 mL da solução tampão
composta de 0,200 mol/l em NH3 e 0,300 mol/l em NH4Cl. R= pHinicial= 9,07; pH=9,11;
pH=0,04; pH=9,02; pH= -0,05
Exemplo 6.15: Qual massa de formiato de sódio precisa ser adicionada a 400,0 ml de
ácido fórmico 1,00 mol/l para produzir uma solução tampão que tenha um pH de 3,50?
Ka=1,8x10-4. R = 15,5g
Exemplo 6.16: Que massa de glicolato de sódio deve ser adicionada a 300,0 ml de ácido
glicólico, HOCH2COOH, 1,00 mol/l para produzir uma solução tampão que tenha um pH de
4,00? Ka=1,47x10-4. R= 43,2g
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determinada através de uma titulação com outra solução padrão. Esse é o caso das
soluções de NaOH e/ou HCl.
Exemplo 6.17: Para titular 0,5000 g de bórax (Na2B4O7.10H2O) foram gastos exatamente
34,10 ml de uma solução de HCl. Qual a concentração molar do ácido e a concentração
em g/l ? R. 0,0769mol.l-1
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Exemplo 6.18: 10 ml de uma solução de HCl foram diluídos a 250 ml. 20,8 ml da solução
resultante foram titulados com 22,8 ml de uma solução de NaOH 0,0933 mol.l -1. Calcular a
concentração molar original do ácido e o volume dessa solução necessário para preparar
2,0 l de solução 0,10 mol.l-1.
Exemplo 6.19:Uma amostra de soda (carbonato de sódio) pesando 0,4800 g consome
30,00 de solução de HCl para sua neutralização completa. Sabe-se que 35,00 ml de HCl
42,00 ml de NaOH e também 45,00 ml de NaOH 0,2553 g de H2C2O4.2H2O. Calcule a
percentagem de Na2CO3 na amostra.
Exemplo 6.20: Calcule o peso de CaCO3 em uma amostra se após ter sido tratada com
50,00 ml de HCl 0,2000 mol.l-1 a titulação do HCl residual consumiu 10,00 ml de uma
solução de NaOH. Sabe-se que 24,00 ml da solução de NaOH são gastos na titulação de
25,00 ml da solução de HCl.
Ka 3
H O In
HIn
H 3O K a
HIn
In
HIn
O olho humano só consegue distinguir uma das cores do indicador quando a
concentração da espécie correspondente é dez vezes maior do que a concentração da
outra espécie.
Para o indicador HIn a cor ácida será vista quando:
In
1
Substituindo na equação pH pK a log
In pH pK a 1
HIn 10 HIn
A cor básica será vista quando:
In 10 Substituindo na equação
pH pK a log
In
pH pK a 1
HIn HIn
Essa faixa é chamada de Zona de Transição do indicador.
Zona de Transição do indicador – é a faixa de pH na qual o indicador
pH pK muda
1de cor. a
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A Tabela 6.3 apresenta as zonas de transição dos indicadores mais utilizados na química
analítica.
Tabela 6.3 – Indicadores ácido-base
Indicador ZT Cor ácida Cor básica
Alaranjado de metila 3,1-4,4 vermelho amarelo
Vermelho de metila 4,4-6,2 vermelho amarelo
Fenolftaleína 8,0-10,0 incolor Vermelho
Exemplo 6.21 Para o indicador vermelho de fenol pKa= 7,2. Calcule a zona de transição do
vermelho de fenol. R. 7,2±1
Exemplo 6.22: Fazer uma dedução semelhante para um indicador básico, In -. Cuja reação
é:
In- + H2O→ HIn + OH- R. pOH=pKb ± 1
Exemplo 6.23: Considere a titulação de 50,00 mL de solução de HCl 0,1000 mol.l -1 com
solução de NaOH com a mesma concentração analítica, calcule o pH da solução nas
seguintes situações:
a) VNaOH = 0,00ml;
b) VNaOH = 20,00ml;
c) NaOH = 50,00ml;
d) VNaOH = 52,00ml.
a) V = 0,0 mL. Antes de começar a titulação. Trata-se de uma solução de um ácido forte
com concentração analítica Ca
[ H 3O ] Ca
b) V < VE. Antes do ponto de equivalência. A solução contém o sal e o ácido que ainda não
reagiu e cuja concentração é dada por:
C V CbVb
[ H 3O ] a a
Va Vb
c) V = VE. No Ponto de equivalência. Trata-se de uma solução de NaCl cujo pH = 7,00
[ H 3O ] [OH ]
d) V > V’. Após o ponto de equivalência. Prevalece o excesso de base forte cuja
concentração é dada por:
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CbVb CaVa
[OH ]
Va Vb
A Figura 6.1. apresenta a curva da
titulação do HCl titulado com NaOH. Observa-se
que no início da titulação o pH varia lentamente,
mas à medida que o ponto de equivalência (PE)
vai se aproximando a variação torna-se cada
vez maior, até que muito próximo do ponto PE o
pH varia bruscamente. Pela forma da curva de
titulação pode ser visto que o indicador com
zona de transição na região vertical da curva de
titulação não causará erro de titulação.
Exemplo 6.24: Calcule o erro da titulação anterior se o ponto final ocorre a pH = 5,00.
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c) VNaOH = 50,00;
d) VNaOH = 52,00mL.
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C aV a
[ H 3 O ] K h .C s [ H 3 O ] K h .
Va Vb
d) V > V’. Após o ponto de equivalência.
Prevalece o excesso de ácido forte cuja
concentração é dada por:
C V CbVb
[ H 3O ] a a
Va Vb
A Figura 6.3 apresenta a curva de
titulação da amônia juntamente com a curva do
hidróxido de sódio. Observa-se que a curva da
base fraca começa a pH mais baixo; o salto do
pH nas proximidades do PE é menor; O pH do
ponto de equivalência é < 7,0.
Figura 6.3. Comparação entre as curvas de
titulação de uma solução de NH3 e de NaOH
0,1000 mol.l-1 com HCl 0,1000 mol.l-1.
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7.2.1 Pressão
A variação da solubilidade, tem uma importância reduzida em análise qualitativa
inorgânica, visto que todas as operações são conduzidas em recipiente abertos a uma
pressão atmosférica; ligeiras variações da pressão não apresentam influência apreciável
na solubilidade.
7.2.2. Temperatura
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[ Ag ][Cl ]
Kd 5,0 x10 4
[ AgCl ]
em que o numerador é a concentração da espécie não dissociada na solução e o
denominador é a concentração de cloreto de prata na fase sólida, portanto é invariável. A
equação pode, portanto, ser escrita como:
K [ AgCl ] [ Ag ][Cl ]
K s [ Ag ][Cl ] 3,6 x10 7
na qual Ks é a constante para o equilíbrio. É evidente que, a partir dessa equação e a uma
dada temperatura, a concentração do cloreto de prata não-dissociado é constante e
independente das concentrações dos íons cloreto e prata.
O produto dessas duas constantes é igual ao produto de solubilidade:
K d K s Kps [ Ag ][Cl ] 1,8 10 10
Onde: Kps é denominada de constante do produto de solubilidade.
Exemplo 7.1: Calcular a solubilidade do AgCl em água destilada. R: 1,35x10 -5mol/l;
Exemplo 7.2: A solubilidade de AgCl a 25oC é 0,000194g por 100 ml de solução. O
peso molecular do composto é 143,32. Calcular a solubilidade molar e a constante do
produto de solubilidade. R: 1,35x10-5mol/l; 1,8x10-10
Exemplo 7.3: A constante do produto de solubilidade de Ba(IO 3)2 a 25oC é 1,57x10-9.
Calcule a solubilidade molar e a solubulidade em g.l-. R = 7,32x10-4mol/l; 0,357g
Exemplo 7.4: Quantos gramas de Ba(IO3)2 (487 g/mol) podem ser dissolvidos em 500
mL de água a 25 °C? A constante do produto de solubilidade para o Ba(IO3)2 é 1,57 x
10-9. R=0,178g
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1,57 x10 9
S 2
1,57 x10 3 mol / L (Equação 7.8)
(0,001)
4,14x10-3≠1x10-3
não é aceitável. Isso significa que é necessário tentar uma solução mais exata da
equação. A equação original pode ser reagrupado na forma:
[Ba2+](2[Ba2+] + 0,001)2=1,57x10-9 (Equação 7.10)
A solução será obtida por sucessivas aproximações.
Se [Ba2+]= 0, a igualdade não é verdadeira.
Se [Ba2+]= 0,001 teremos: 9x10-9> 1,57x10-9
É necessário que a [Ba2+] seja menos 0,001mol/l.
Se [Ba2+]=1x10-4 teremos: 1,44x10-10< 1,57x10-9
Se [Ba2+]=5x10-4 teremos: 2 x10-9>1,57x10-9
Se [Ba2+]=4x10-4 teremos: 1,3 x10-9<1,57x10-9
Se [Ba2+]=4,4x10-4 teremos: 1,56 x10-9 1,57x10-9
A adição do íon comum, inicialmente, diminui a solubilidade com a crescente
concentração desse íon, mas, depois, a solubilidade decresce mais gradualmente. Em
princípio, a solubilidade deve aproximar-se de zero para altas concentrações do íon
comum. Este efeito é largamente usado na análise quantitativa para tornar praticamente
completa a precipitação de compostos pouco solúveis.
O limite máximo da concentração do íon comum para a diminuição máxima da
solubilidade dos compostos mais insolúveis é 0,1 mol/L. Uma razão para essa limitação é,
que em alguns casos a elevada concentração do íon comum formam complexos solúveis
pouco dissociados.
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Kps Ag 2CrO4 1,3x10 12
[ Ag ] Ag 2CrO4 2
1
3,6 x10 6 mol / L
[CrO4 ] 1x10
O AgCl precipita em primeiro lugar. Sendo este sal o menos solúvel, o seu produto
de solubilidade é atingido mais cedo do que o de Ag2CrO4.
À medida que precipitam os íons Cl-, a concentração dos íons Ag+ na solução deve
aumentar. Vai atingindo progressivamente o valor necessário à precipitação dos íons
CrO42-; os dois sais começam então a precipitar ao mesmo tempo (em quantidades
relativas determinadas pela relação das concentrações na solução neste momento).
Como a [Ag+] é 3,6x10-6 para precipitar o Ag2CrO4, a [Cl-] é:
Kps 1,8 10 -10
[Cl ]
6
5 x10 5 mol / l
[Ag ] 3,6 x10
A precipitação dos íons CrO42- não começa senão depois da eliminação
praticamente completa dos íons Cl- da solução. Assim, a precipitação dos íons de uma
mistura tem lugar de modo fracionado, efetuando-se a precipitação de diferentes eletrólitos
pouco solúveis pela mesma ordem em que são atingidos os valores dos seus produtos de
solubilidade quando a concentração dos íons do reagente precipitante se eleva.
Exemplo 7.10: Numa solução aquosa de três sais, onde os ânions sejam Cl-, Br- e CrO42-
em quantidades equivalentes. Se nesta solução, segundo as condições exigidas, juntamos
uma solução de AgNO3, quem precipitará primeiro, AgBr, AgCl ou Ag2CrO4?
Cl- + Ag+ AgCl Kps = 1,8x10-10
CrO42- + 2 Ag+ Ag2CrO4 Kps = 1,3x10-12
Br- + Ag+ AgBr Kps = 7,7x10-13
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Exemplo 7.12: Partindo de uma solução contendo CuSO4 0,1 mol/L e MnSO4 0,1 mol/L.
Verifique o que acontece:
a) Se a solução for acidificada até um pH = 0 e saturada com gás sulfídrico.
b) Se adicionarmos uma solução de sulfeto de amônia até chegar a um pH = 10.
Kps CuS = 1,0x10-44
Kps MnS = 1,4x10-15
7.8 TITULAÇÃO
É a análise volumétrica que utiliza uma
reação de precipitação.
Aplicações: determinação de haletos, tiocianato
e alguns sais de mercúrio, chumbo e zinco.
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Restrições ao Método:
1) Deve-se evitar pH ácido pois a pH < 6,5 o equilíbrio abaixo desloca-se para a direita:
2 CrO42- + 2 H+ Cr2O72- + H2O
2) Deve-se evitar pH alcalino pois a pH > 10,5 ocorre a seguinte reação:
2 Ag+ + OH- 2 AgOH Ag2O + H2O
MÉTODO DIRETO
Aplicação: Determinação de Ag+
Princípio: Titulação de Ag+ com solução padrão de SCN- em meio ácido.
Reação: Ag+ + SCN- AgSCN(s) (precipitado branco).
Indicador: Sulfato Férrico Amoniacal
No Ponto Final: Fe3+ + SCN- FeSCN2+ (complexo solúvel vermelho-tijolo)
MÉTODO INDIRETO
Aplicações: Determinação de Cl-, Br e I--.
Princípio: Adiciona-se à amostra excesso conhecido de uma solução padrão de
AgNO3 e o excesso deste é determinado por titulação por retorno com solução padrão de
KSCN. O indicador é o mesmo de cima.
Problema: no ponto final o precipitado de AgCl está em uma solução que contém
excesso de SCN-. O AgSCN é menos solúvel que o AgCl, logo, algum AgCl transforma-se
em AgSCN: AgCl + SCN- AgSCN + Cl-. Em consequência, gasta-se mais solução
de tiocianato e a % de Cl- calculada é muito mais baixa. Para evitar este erro: Separa-se o
precipitado, através de filtração, antes da titulação com tiocianato ou então adiciona-se
nitrobenzeno à solução. O nitrobenzeno envolve o precipitado isolando-o da solução. Com
o Br- e I- este problema não ocorre.
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(a) (b)
Figura 8.1. (a) estrutura química do EDTA e (b) coordenação do íon metálico com o EDTA.
O EDTA é um ácido tetraprótico (H4Y), como pode ser visto em sua representação
simplificada, Figura 8.2.
=> (8.1)
=> (8.2)
=> (8.3)
=> (8.4)
(8.5)
(8.6)
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(8.7)
(8.8)
Combinando as Eqs. 5, 6, 7 e 8:
(8.9)
Combinando as Eqs. 6, 7 e 8:
(8.10)
Combinando as Eqs. 7 e 8:
(8.11)
(8.13)
(8.14)
Colocando o termo em evidência: na Eq. 14:
) (8.15)
83
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(8.16)
(8.17)
(8.18)
(8.19)
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Para calcular a f.e.m da célula de Daniell, que pode ser representada por:
Zn | ZnSO4 (aq) || CuSO4 (aq) | Cu
Adota-se como convenção escrever todas as reações que ocorrem nas meias-células
como reduções:
Zn2+ + 2e Zn (Eº = -0,76 V)
Cu2+ + 2e Cu (Eº = 0,337 V)
Podemos calcular a f.e.m. da célula de Daniell em que as concentrações dos íons zinco (II)
e cobre (II) são iguais a 1 mol/l:
Eocel = Eº (Cu) - Eº (Zn) = 0,34 – (- 0,76) = 1,10 V
Ecel> 0 reação espontânea.
90
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A equação que relaciona o potencial real de uma meia-célula com as concentrações das
espécies oxidadas e reduzidas (reagentes e produtos da semi-reação) é conhecida como
EQUAÇÃO DE NERNST.
Considerando a reação da semi-célula:
aA + bB + ne- cC + dD
A equação de Nernst para a semi-reação acima citada é:
RT [C ]c [ D]d
E E0 - ln
nF [ A]a [ B]b
onde: E = potencial real da meia-célula
Eº = potencial padrão de redução
R = constante universal dos gases = 8,314 J K–1 mol–1
T = temperatura da experiência em graus absolutos = 298K
n = nº de elétrons que participa da reação, definido pela equação da semi- célula
F = constante de Faraday = 96.485 C (coulombs) por mol de elétrons
ln = logaritmo natural = 2,303 log10
[A],[B],[C],[D] = concentração molar dos reagentes e produtos da reação.
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0,059 [Cl ] . 1
5) AgCl ( s ) e Ag 0 Cl E Eº - log
1 1
Essa semi-reação descreve o comportamento de um eletrodo de prata imerso em
uma solução de cloreto saturada em AgCl. Para assegurar essa condição, um excesso de
AgCl sólido precisa estar sempre presente. Observe que essa reação de eletrodo é a soma
das duas reações que seguem:
AgCl(s) ↔ Ag+ + Cl- e Ag+ + e- ↔ Ag(s)
Note igualmente que o potencial de eletrodo é independente da quantidade de AgCl
presente, contanto que exista quantidade suficiente dele para manter a solução saturada.
Exemplo 9.1. Calcular a f.e.m. da célula: Zn | Zn2+(0,1 M) || Cu2+ (0,1 M) | Cu
As reações eletródicas e os respectivos eletrodos-padrão são:
Zn2+ + 2e- Zn Eº Zn2+/ Zn = - 0,763 V
Cu2+ + 2e- Cu Eº Cu2+/ Cu = 0,337 V
Os potenciais reais das semi- reações são dados pela equação de Nernst:
0,059 1 0,059
E cátodo E º Cu 2 / Cu - log 2
ECátodo 0,337 - log 10 1 0,307 V
2 [Cu ] 2
0,059 1 0,059
E Ânodo E º Zn 2 / Zn - log E ânodo - 0,763 - log 10 1 - 0,793 V
2 [ Zn 2 ] 2
E cel E cátdo Eânodo E cel 0,307 - (- 0,793) 1,10 V
O sinal positivo comprova que a reação global acima formulada ocorre
espontaneamente.
Exemplo 9.2: Calcule o potencial de eletrodo para um eletrodo de prata imerso em uma
solução 0,0500 mol/l de NaCl utilizando EoAg+/Ag = 0,799 V e (b) EoAgCl/Ag = 0,222 V.
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Observe, entretanto, que a equação de Nernst precisa ser consistente com a semi-reação
da forma como ela está escrita. Para o primeiro caso, será:
0,059 [ Fe 2 ]
E E -
0
log
1 [ Fe 3 ]
E para o segundo
5
0,059 [ Fe 2 ]
E E -0
log 3
5 [ Fe ]
Um potencial de eletrodo positivo indica que a semi-reação em questão é
espontânea em relação à semi-reação do eletrodo padrão de hidrogênio. Isto é, na semi-
reação o oxidante é mais forte que o íon hidrogênio. Um sinal negativo indica exatamente o
contrário.
O potencial padrão de eletrodo para uma semi-reação é dependente da
temperatura.
Os potenciais padrões permitem prever que íons oxidam ou reduzem outros íons
quando a atividade (ou concentração molar) dos íons é igual a um.
Os oxidantes mais fortes estão na parte superior e os redutores mais fortes estão na
parte inferior da Tabela 8.1.
93
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio de Oxidação-Redução
9.5 TITULAÇÃO
94
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio de Oxidação-Redução
titulações que envolvem iôdo. O amido forma um complexo azul escuro com o iôdo que
serve como indicador.
AGENTES OXIDANTES
Reagente Semi-reação E (V) Estabilidade
KMnO4 MnO4- + 8H+ + 5e Mn2+ + 4H2O 1,51 Precisa padronizar regurlarmente
Ce4+ Ce4+ + e- Ce3+ 1,44 estável em H2SO4
1,70 requer padronização em HNO3.
K2Cr2O7 Cr2O72- + 14 H+ + 6e- 2Cr3+ + H2O 1,33 estável indefinidamente
Ca(ClO)2 OCl- + H2O + 2e- Cl- + 2OH- 1,0 Estável
I3- I3- + 2e- 3I- 0,54 Estável
95
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
10.1. INTRODUÇÃO
Conceito: Método analítico em que se isola um elemento ou composto de uma amostra na
forma de uma fase pura ou composição química bem definida, que é então pesado.
Vantagens:
Simples e barato (mufla e estufa)
Exatos e precisos (balança analítica)
Método Absoluto (medida direta sem calibração)
Desvantagens
Demorados
Trabalhosos
Requer grande quantidade de amostra
Classificação
Pode ser classificado de acordo com a forma de separação do constituinte desejado da
amostra:
Gravimetria por volatilização
Gravimetria por precipitação
96
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
b. Água de Constituição – a água não está presente no sólido como H2O, mas como OH e
H ligados quimicamente no composto. É obtida pela decomposição térmica. (ação do calor)
Exs: 2Na2HPO4 Na4P2O7 + H2O
Ca(OH)2 CaO + H2O
2KHSO4 K2SO4 + H2O + SO3
10.4.1. Requisitos para que uma reação de precipitação possa ser usada em gravimetria
A reação deve ser completa
O reagente precipitante deve ser seletivo
Precipitado pouco solúvel
O precipitado obtido deve oferecer boas condições de filtração e lavagem
O precipitado deve esta livre de impurezas
Apresentar forma de pesagem
97
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
98
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
equilíbrio, mas não ocorre formação do sólido na ausência de partículas sólidas que atuem
como germes. Acima da curva CD, região instável, a supersaturação é rápida e
espontaneamente destruída pela formação da fase sólida, mesmo na ausência de
partículas sólidas.
A temperatura constante e quando adicionado um reagente precipitante lentamente:
a concentração do soluto Q aumentará gradualmente ao longo da linha EFG. Enquanto Q
se mantiver abaixo de F, a solução é insaturada, portanto não haverá formação de
Precipitado. Quando Q se situar na região acima de F e abaixo de G, região metaestável,
também não haverá formação de precipitado. A precipitação poderia ser provocada pela
adição de partículas sólidas do soluto. Então Q recuaria até F. Acima de G, região instável,
supersaturação, formação do precipitado espontaneamente até Q atingir F (concentração
de equilíbrio do soluto).
10.5.3.1. Nucleação
Formação de núcleos – é necessário um número mínimo de partículas que se
agrupem – agregação de pequenos íons ou moléculas.
A nucleação pode ser:
Nucleação heterogênea – a agregação de íons ocorre em torno de pequenas
partículas de impurezas.
Nucleação homogênea – os núcleos se formam pela orientação do número próprio de
íons em um arranjo ordenado típico.
A Figura 9.2 representa o efeito da supersaturação sobre a nucleação e o
crescimento dos cristais.
Para baixos níveis de SSR a formação de núcleos é baixa e é dependente de partículas
sólidas presentes na solução como impurezas – nucleação heterogênea. Em condições de
alta SSR a nucleação aumenta explosivamente com
formação de núcleos homogêneos.
A alta SSR favorece a nucleação. Se a nucleação
prevalece tem-se a formação de partículas pequenas,
portanto formação de precipitados coloidais.
A velocidade da nucleação heterogênea é
independente da SSR, já a homogênea aumenta
notavelmente com SSR.
99
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
100
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
Figura 10.3. Precipitação de AgCl na presença de excesso de: (a) Ag+ (b) Cl-.
101
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
Coprecipitação
Pós-precipitação
10.5.7.1. Coprecipitação
É o arraste de substâncias estranhas pelo precipitado na sua formação. Pode ser
por:
a. Adsorção superficial – a substância é adsorvida na superfície do precipitado. Ocorre
principalmente em precipitados coloidais. É eliminada por lavagem.
b. Inclusão isomórfica – incorporação de impureza no interior dos cristais. O contaminante
apresenta semelhança química e mesmo tipo de estrutura cristalina (não causa distorção
apreciável a rede cristalina).
Ex: BaSO4 e PbSO4
c. Inclusão não-isomórfica ou aprisionamento mecânico – incorporação de impureza no
interior dos cristais, sem distorção, até certa extensão. O contaminante apresenta mesma
forma cristalina com espaços reticulares diferentes, quando em pequenas quantidades se
distribui no cristal de maneira semelhante a contaminação isomórfica. Em grandes
quantidades causa distorção a rede cristalina.
Ex: BaSO4, Ba(NO3)2, NH4HSO4, NaHSO4, KHSO4
d. Oclusão – a impureza está presa na estrutura cristalina do sólido causando
imperfeições. Isto ocorre quando um contaminante não isomórfico não é expulso e
substituído pela substância hospedeira durante o crescimento dos cristais, portanto esse
fica ocluído dentro do cristal e causa imperfeições na rede.
Ex: BaCl2 + Na2SO4 BaSO4 + 2NaCl
Quem estiver em excesso será o contaminante
A digestão diminui a contaminação por oclusão.
10.5.7.2. Pós-precipitação
A impureza é um composto insolúvel que precipita depois que o precipitado analítico
se formou.
Ex: Ca2+ com oxalato na presença de Mg2+. Se o precipitado for deixado em repouso em
digestão haverá precipitação de MgC2O4
Velocidade de cristalização Ca2+>Mg2+
Reações:
Ca2+ + C2O42- Ca C2O4 (precipitado analítico)
Mg2+ + C2O42- Mg C2O4 (contaminante)
102
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
1. Uma amostra de CuSO4.5H2O (249,67g/mol) foi calcinada até perder toda água de
cristalização. Se a amostra pesava inicialmente 1,035 g, qual a perda de peso ocorrida na
calcinação? R - 0,373 g
2. O tratamento de uma amostra de 0,2500 g de cloreto de potássio impuro com um
excesso de AgNO3 resultou na formação de 0,2912 g de AgCl. Calcule a porcentagem de
KCl na amostra.
3. O alumínio presente em uma amostra com 0,910 g de sulfato de alumínio e amônio
impuro foi precipitado com amônia aquosa como Al2O 3.xH2O. O precipitado foi filtrado e
calcinado a 1.000 °C para formar o Al2O3 anidro, que pesou 0,2001 g. Expres-se o
resultado dessa análise em termos de:
(a) % NH4Al(SO4)2
(b) % Al2O3
(c) % Al.
4. Que massa de Cu(IO3)2 pode ser formada a partir de 0,500 g de CuSO4 . H2O?
6. Que massa de AgI pode ser produzida a partir de uma amostra com 0,512 g que foi
dosada em 20,1% de AlI3?
7. Uma amostra de 0,5000 g de um pesticida foi decomposta com sódio metálico em álcool
e os íons cloreto liberados foram precipitados como AgCl. Expresse o resultado dessa
análise em termos da porcenta-gem de DDT (C14H9Cl5) com base na obtenção de 0,1606 g
de AgCl.
9. O iodo presente em uma amostra que também continha cloreto foi convertido a iodato
por tratamento com um excesso de bromo: 3H2O + 3Br2 + I-→6Br- +IO3- + 6H+. O bromo
restante foi removido por ebulição; um excesso de íons bário então foi adicionado para
precipitar o iodato: Ba2+ + 2IO3- →Ba(IO3)2. Na análise de uma amostra de 1,97 g,
0,0612 g de iodato de bário foi recuperado. Expresse os resultados dessa análise como
porcentagem de iodeto de potássio.
103
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Erro e tratamento estatístico
A B C D E F
3,5 70.24 0.812 2,7 70,65 0,514
3,1 70,22 0,792 3,0 70,63 0,503
3,1 70,10 0,794 2,6 70,64 0,486
3,3 0,900 2,8 70,21 0,497
2,5 3,2 0,472
Para cada conjunto de dados calcule: (a) média (b) mediana (c) faixa (d) desvio padrão
(e) coeficiente de variação (f) desvio padrão relativo. Respostas:
A B C D E F
x 3.1 70.19 0.82 2.86 70.53 0.494
s 0.37 0.08 0.05 0.24 0.22 0.016
2.2. Os valores aceitos como verdadeiros para os conjuntos dados do Problema 2.1 são os
que seguem: conjunto A, 3,0; conjunto B, 70,05; conjunto C, 0,830; conjunto D, 3,4;
conjunto E, 70,05; e conjunto F, 0,525. Para a média de cada conjunto, calcule (a) o erro
absoluto e (b) o erro relativo.
2.4. Seis garrafas de vinho da mesma variedade foram analisadas para se determinar o
conteúdo de açúcar residual, gerando os seguintes resultados:
Garrafa Porcentagem de (m/v) Açúcar Residual
1 0,99; 0,84; 1,02
2 1,02; 1,13; 1,17; 1,02
3 1,25; 1,32; 1,13; 1,20; 1,12
4 0,72; 0,77; 0,61; 0,58
104
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Erro e tratamento estatístico
2.5. Nove amostras de preparações ilícitas de heroína foram analisadas em duplicata por
um método baseado em cromatografia gasosa. As amostras podem ser consideradas
como tendo sido retiradas aleatoriamente da mesma população. Combine os dados que
seguem para estabelecer uma estimativa de s para o procedimento. R:0,29
Amostra Heroína, % Amostra Heroína, %
1 2,24; 2,27 6 1,07; 1,02
2 8,4; 8,7 7 14,4; 14,8
3 7,6, 7,5 8 21,9; 21,1
4 11,9; 12,6 9 8,8; 8,4
5 4,3; 4,2
2.7. Os dados que seguem representam três conjuntos de dados para a massa atômica
do antimônio obtidos a partir do trabalho de Willard e McAlpine:
Conjunto 1 – 121,771; 121,787; 121,803; 121,781
Conjunto 2 – 121,748; 121,758; 121,765; 121,794
Conjunto 3 – 121,752; 121,784; 121,765
(a) Determine a média e o desvio padrão para cada conjunto de dados.
(b) Estabeleça os intervalos de confiança para 95% para cada conjunto de dados.
(c) Determine se o valor 121,803 presente no primeiro conjunto é um valor anômalo para
aquele conjunto em um nível de confiança de 95%.
(d) Use o teste t para determinar se a média dos dados do conjunto 3 é idêntica àquela do
conjunto 1 em um nível de confiança de 95%.
(f) Combine os dados e determine uma média global e o desvio padrão combinado.
(g) Compare a média global dos 11 dados com o valor aceito atualmente. Relate o erro
absoluto e o erro relativo porcentual considerando o valor aceito atualmente como o valor
verdadeiro.
105
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Soluções
3.9. Uma solução de H2SO4, de volume 400 mL e contendo 0,2 mols desse soluto, foi
adicionada a 700 mL do mesmo ácido de concentração 6 mol/L. Determine a
molaridade e a normalidade da solução final. R: 4,0 mol/L e 8,0 N
3.10. Calcular o volume de H2SO4 concentrado, densidade relativa 1,835 g/mL e 93,2 % em
massa de H2SO4 necessário para preparar 500 mL de ácido 1,5mol/l. R: 43 mL
3.11. Qual a normalidade de uma solução 1mol/l de KMnO4 quando:
a) reage como oxidante em meio ácido R: 5,0 N
b) reage como oxidante em meio alcalino R: 3,0 N
3.12. Num recipiente havia 200 cm3 de uma solução de salitre do Chile (NaNO3). Foi
adicionada água destilada até que se obteve 375 cm 3 de solução, com concentração 80
g/L de NaNO3. Qual era a concentração inicial da solução, antes de ser diluída?
R: 150g/L.
106
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Soluções
3.13. Qual foi a massa de FeSO4 utilizada para obter 600 mL de solução 1,4 mol.L -1 ?
R: 127,68 g
Misturando-se 500 mL de solução 3 mol.l-1 de H2SO4 a 1500 mL de solução 0,5 mol.l-
1 do mesmo ácido, que concentração resultará para a solução final obtida? R: 1,13
mol/L
3.14. Quantos gramas de soluto existem em:
a) 30 mL de solução 0,8 N de CH3COOH R: 1,44g
b) 80 mL de solução 3,5 N de H3PO4 R: 9,15g
c) 200 mL de solução 0,82 N de Na2CO3 R: 8,69g
d) 150 mL de solução 1,4 N de NaCl R: 12,29g
3.15. Uma solução de nitrato de sódio, NaNO3, de concentração 2,0 g/L, possui volume
total de 100 mL. Qual é a massa de soluto nela presente. R: 0,2 g
3.16. Ao dissolver 100 g de NaOH em 400ml de água, obtiveram-se 410 mL de solução.
Calcule a concentração dessa solução em gramas por litro.R: 243,9 g.l-1
3.17. O tiossulfato de sódio, Na2S2O3, foi utilizado até recentemente como estabilizante
do iodeto de potássio adicionado ao sal de cozinha. Calcule as massas de tiossulfato
de sódio necessárias para preparar as seguintes soluções:
250 mL, concentração em massa 30 g/L R: 7,5 g
500 mL, concentração em massa 8,0 mg/L R: 4 mg
100 mL, concentração em massa 300 g/L R: 30g
3.18. O clorofórmio, CHCl3, foi usado no passado como anestésico, sendo um líquido de
densidade 1,483 g/mL, a 20ºC. Calcule os volumes desta substância necessários para
preparar as seguintes soluções:
2,0 L, concentração em massa 500 g/L R: 674 mL
1,0 L, concentração em massa 350 g/L R: 236 mL
500 ml, concentração em massa 1,5 g/L R: 0,51 mL
3.19. Cinco gramas de hidróxido de sódio com 80% de pureza são dissolvidos em água
suficiente para obter 400 mL de solução. Calcule a sua normalidade. Resp. 0,25 N
3.20. Calcule as concentrações de cátions e ânions em uma solução 0,1 mol/L de sulfato
de sódio. R: [SO42-] = 0,1 mol/l ; [Na+] = 0,2 mol/L
3.21. O carbonato de sódio é usado na fabricação de diversos produtos, como vidro,
sabão e remédios. Calcule a massa necessária desse composto para preparar:
50 mL de solução 20 g/L R: 1 g
100 mL de solução 0,25 mol/L R: 2,65 g
3.22. Calcule a massa necessária de bicarbonato de sódio para preparar 500 mL de
solução na concentração 0,5 mol/L. R: 21 g
3.23. Um laboratorista precisa preparar 200 mL de solução 2 mol/L de H 3PO4 a partir de
uma solução 8,0 mol/L do mesmo ácido. Qual o volume necessário da solução?
R: 50 mL
107
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Soluções
108
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
6.2 Encontre o pH e a fração de dissociação () de uma solução 0,100mol/l do ácido fraco
HA com Ka = 1,0x10-5. R pH= 3,0 ; = 0,995%
6.5 O pH de uma solução de o-cresol 0,010 mol/l é 6,05. Encontre o pKa para este ácido
fraco. R = 10,10
6.6 Deduzir a expressão que permite calcular o pH de uma solução de um monoácido (HA)
e, a partir dela, calcular o pH da solução de HCOOH a 0,1 mol/l. K a = 1,77x10-4 R =
2,38
6.8 Para preparar um litro de solução aquosa de NaOH foram usados 4,0 g dessa base.
Determinar a concentração do íon OH- dessa solução a 25ºC. R= 0,1mol/l
6.10 Encontre o pH de uma solução de amônia 0,10 mol/L. O pKa para o íon amônio é
9,244. R = 11,12
6.11 Calcular a concentração das espécies H+ e OH-, bem como os valores de pH e pOH
de uma solução 5,0x10-8 mol L-1 de ácido clorídrico. R: pH = 6,89 ; pOH = 7,11
6.13 Considere uma solução aquosa de NH3 de concentração 0,10 mol/l, calcule a
concentração dos íons OH- e H+. Calcule também o pH desta solução. Kb = 1,8x10-5.
R: [OH-] =1,34x10-3; [H+] = 7,4.6x10-12; pH = 11,12
109
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
6.14 Calcule o pH de: a) solução de H2SO4 1,0x10-8 mol L-1 (considere que o H2SO4 se
dissocia completamente em 2H+ mais SO42-) e b) KOH 1,0x10-8. R: a) 6,68; b) 7,02
6.15 A base orgânica anilina, tratada pelo HCl, forma o seu ácido conjugado, o íon
anilínio. C6 H 5 NH 2( aq) HCl ( aq) C6 H 5 NH 3 ( aq) Cl ( aq)
SOLUÇÃO TAMPÃO
6.16 Calcular o pH de uma solução preparada ao misturar 25,0 mL de NH3 0,30 mol/L e
5,0 mL de NH4Cl 0,15 mol/L. Kb NH3 = 1,8x10-5. R = 10,26
6.17 Qual o pH de de 1litro de uma mistura tampão de NH3 e NH4Cl ambos com
concentração analítica 0,1 mol/L. Como varia o pH:
a) Ao adicionar a mistura 1 litro de HCl 0,01 mol/L.
b) Ao adicionar a mistura 1 litro de NaOH 0,01 mol/L.
R: 9,26 ; a) 9,17; -009 ; b) 9,35; 0,09
6.18 Uma solução tampão tem 12,2 g de ácido benzóico (C6H5CO2H) e 7,20 g de
benzoato de sódio (NaC6H5COO) em exatamente 250 mL de solução. (a) Calcular o pH da
solução? (b) Se a solução for diluída a exatamente 500 mL, com água pura, qual o pH da
nova solução? Ka C6H5CO2H = 6,3x10-5 R: pH = 3,9
6.19 Calcular o pH de 0,50 L de solução tampão constituída por ácido fórmico 0,50 mol/l
(HCO2H) e formiato de sódio 0,70 mol/l (NaHCO2), antes e depois da adição de 10 mL de
HCl 1,0 mol/l. Ka HCO2H = 1,8x10-4 . R = pH = 3,89 ; pH = 3,86
6.20 A solução tampão foi preparada pela adição de 4,95 g de acetato de sódio,
NaCH3CO2, a 250 mL de ácido acético, CH3CO2H 0,15 mol/L. (a) Qual o pH da solução
tampão? (b) Qual o pH de 100 mL da solução tampão se a ela forem adicionadas 80 mg de
NaOH sólido? Ka=1,8x10-5R: a) 4,95 ; b) 5,05
6.21 Quantos gramas de NH4Cl devem adicionar a 200 mL de amônia 0,50 mol/L para
obter uma solução de pH: (a) 10,0 (b) 9,36 Ka= 1,75x10-5 R: 0,93 g; 4,1 g
6.22 A constante de dissociação de um ácido HA é 1x10 -5. Foi preparada uma solução
tampão de HA 0,20 mol/l e NaA 0,20 mol/l. Calcular: (a) O pH da solução original. (b) O pH
da solução após a adição de 0,010 moles de HCl a um litro da solução tampão. (c) O pH
da solução após a adição de 0,010 moles de NaOH a um litro da solução tampão. R: 5,0;
4,96; 5,04
110
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio Ácido-Base em Solução Aquosa
TITULAÇÃO ÁCIDO-BASE
6.24 25,00 ml de uma solução de HCl 0,1000mol.l-1 são titulados com solução de NaOH
0,2000 mol.l-1. Calcular o pH da solução após a adição dos volumes de titulante: 0,00 ml;
25% de VE; VE; 10% após VE. R. 1,00; 1,18; 7,00; 11,81
6.25 20,00 ml de solução de NaOH 0,0250 mol.l-1 são titulados com 10,00 ml de solução
de HCl 0,1000 mol.l-1, qual o pH da solução resultante? R. 1,78
6.26 50,00 ml de solução de ácido acético (HAc) 0,1000 mol.L-1 são titulados com
solução de NaOH 0,1250mol.l-1. Calcular o pH da solução com os seguintes volumes de
titulante: 0,00 ml; 25,00 ml; 40,00 ml e 50,00 ml. (Ka= 1,8x10-5)R. 2,87; 4,97; 8,75; 12,10
6.27 5,00 ml de solução de NaOH 1,00 mol.l-1 são acrescentados a 25,00 ml de solução
de HAc 0,2000 mol.l-1, qual o pH da solução resultante? (Ka= 1,82x10-5) R. 8,99
6.28 80,00 ml de solução de NH3 0,05000mol.l-1 são titulados com solução de HCl 0,5000
mol.l1. Calcular o pH da solução com os seguintes volumes de titulante: 0,00 ml; 5,00 ml;
8,00 ml e 9,00 ml. (Kb= 1,8x10-5) R. 10,98; 9,05; 5,30; 2,25
6.29 Um indicador ácido muda de sua cor básica para sua cor ácida quando o pH passa
de 8,3 para 6,1. Qual o valor aproximado de pKHIn? R. 7,2
6.31 Uma diferença da cor pura de um indicador ácido pode ser detectada quando [In -
]/[HIn] é 0,05 ou mais. Da mesma forma, uma diferença de cor básica pura pode ser
observada quando [HIn]/[In-] é 0,02 ou mais. Qual a zona de transição do
indicador?pH=pKHIn-1,30; pH=pKHIn+1,70
6.32 Uma porção de 50,00 ml de HCl 0,1000 mol.l-1 é padronizada com NaOH 0,1000
mol.l-1. O indicador azul de bromofenol muda sua cor a pH = 4,00. Calcule o erro
determinado do indicador. R. -0,2%
6.33 25,00 ml de uma solução de KOH são acrescentados a uma outra solução contendo
0,7500 g de H2C2O4.2H2O e o excesso de titulante é titulado com 4,02 ml de solução de
HCl 0,1250 mol.l-1. Calcular a concentração da solução de KOH em g.l-1. R 28 g.l-1
111
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio de solubilidade e precipitação
7.7 Haverá formação do precipitado PbCl2, quando 10 mL de solução Pb(NO3)3 0,001 mol/L
são misturados com 5 mL de solução HCl 0,015 mol/l. Kps = 1,70x10-5 R: Não
7.8 O Ag+ na concentração de 10 – 100 ppb é um desinfetante eficaz para água de piscina.
Porém, por motivos de saúde humana, a concentração não poderá exceder algumas
centenas de partes por bilhão. Uma maneira de manter a concentração de Ag +
apropriada é adicionar à piscina um sal de prata pouco solúvel. Para cada um dos sais
a seguir, calcule a concentração de Ag+ (em partes por bilhão) existente no equilíbrio.
112
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio de solubilidade e precipitação
7.9 Se uma solução contendo Cl-, Br-, I- e CrO42- a 0,10 mol l-1 é tratada com Ag+, em qual
ordem os ânions irão precipitar? Dados: Kps(AgCl)=1,8x10 -10; Kps(AgBr)=5,0x10-13;
Kps(AgI)= 8,3x10-17; Kps(Ag2CrO4)=1,3x10-12
7.10 O Kps do brometo de prata é 5,0x10-13. Se a solução contém 2x10-2 mol de íons Br-,
qual a máxima concentração de íons Ag+ necessária para não precipitar o AgBr?
R:2,6x10-11 mol/l
7.12 Se uma solução 0,01 mol/l de NaCl é titulada com AgNO3, na presença de K2CrO4 a
0,001 mol/l. O Kps(AgCl)=1,8x10-10 e o Kps(Ag2CrO4)= 1,3x10-12
a) Qual o sal que precipitará primeiro? R: 1,8x10-8 mol/l;
113
ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio de Complexação
8.1. Defina:
a. Complexação
b. Ligantes
c. Quelação
d. Número de coordenação
8.4. Um dos agentes mais utilizados em complexação é o EDTA. Responda: (1,0 ponto)
a) Qual o nome desse complexo?
b) Quantos átomos doadores de elétrons ele possui?
c) Escreva a estrutura molecular desse complexo.
d) Qual sua fórmula simplificada?
a) [Ni(CN)4] 2-
b) [Cd(SCN)3] –
8.9. Calcule o volume de EDTA 0,050 mol L-1 necessário para titular:
a) 27,16 mL de solução de Mg(NO3)2 0,0741 mol L-1
b) Ca em 0,5140 g do mineral CaHPO4.2H2O (MM172,9 gmol-1). A pureza do mineral
na amostra é de 81,4 % m/m
R: a) 40,25 mL; b) 48,40 mL
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ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio de Complexação
8.10. A composição de uma solução de EDTA depende do pH, pois quando dissolvido em água o
EDTA pode formar 4 espécies iônicas.
H4Y + H2O ↔H3O+ + H3Y- K1= 1,02x10-2
H3Y- + H2O H3O+ + H2Y2- K2 = 2,14x10-3
H2Y2- +H2O H3O+ + HY3- K3 = 6,92x10-7
HY3- + H2O H3O+ + Y4- K4 = 5,50x10-11
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ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio de oxidação-redução
b) Zn ( s ) Ni 2 ( aq) Zn 2 ( aq) Ni ( s )
9.3. Uma pilha eletroquímica é montada com um fio de prata mergulhado numa solução
de AgNO3 em água, e um fio de platina mergulhado em solução aquosa de íons
Fe2+ e Fe3+.
a) Que reação ocorre na pilha?
b) Qual o E total?
c) Se [Ag+] = 0,10 M, e as duas concentrações de [Fe 2+] e de [Fe3+] forem ambas 1,0
mol/L, qual o valor E total?
Resp.: a) Fe2+ + Ag+ Fe3+ + Ag ; b) 0,028 V ; c) -0,031 V
9.4. A partir da f.e.m. medidas das células que são indicadas, calcular os valores de: (a)
x (b)x/y
a) Zn | Zn 2 ( xM ) || Cu 2 (0,10 M ) | Cu E cel = 1,15 V Resp: 0,00202 mol L-1
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ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Equilíbrio de oxidação-redução
9.5. Com as reações dos eletrodos Fe(s) | Fe2+(aq) e Cu(s) | Cu2+(aq) , montar uma pilha
eletroquímica e calcular o potencial da pilha. Resp.: 0,77 V
9.6. Equilibrar a equação iônica geral da reação entre o íon permanganato e o ácido
oxálico em solução. H 2 C2 O4( aq) MnO4 ( aq) Mn 2 ( aq) CO2( g )
9.7. Usando os valores de uma tabela de potenciais padrão de redução, identifique qual
das seguintes reações se pode esperar que ocorram espontaneamente:
a) Cu Ce 4 Cu 2 Ce 3
b) 2 Fe 2 Br2 ( aq) 2 Fe 3 2 Br
c) Pb 0 2Cr 3 Pb 2 2Cr 2
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ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
10.2 Uma amostra de argila pesando exatamente 5 g e que contém 1,853 % de umidade
fornece um precipitado de Fe2O3 que pesa 0,1752 g. Calcule a percentagem de Fe na
argila seca e na argila úmida. R= 2,48% e 2,45%
10.3 Uma amostra de CuSO4. 5H2O foi calcinada até perder toda água. Se a amostra
pesava 1,035 g, qual o peso do resíduo da calcinação? R = 0,6617 g.
10.5 Uma amostra de oxalato de magnésio hidratado, MgC2O4.xH2O, puro, perde 24,30
% de seu peso por dessecagem a 150oC, deixando como resíduo o sal anidro MgC2O4.
Quantos mols de água por mol de oxalato de magnésio contém o hidrato ? R – 2mols
10.7 Uma amostra de farinha de trigo contém 8,00 % de umidade. A amostra seca
contém 1,25% de N. Qual a percentagem de N na amostra original? R = 1,15%.
10.9 0,545 g de uma amostra de sal marinho foi dissolvida em água e tratada com
excesso de AgNO3, obtendo-se 0,910 g de um precipitado branco que escurece sob a
ação da luz. Calcular a pureza do sal. R = 68,1%
10.10 0,2000 g de uma amostra de óxido de magnésio foi dissolvido em ácido clorídrico
diluído. O íon Mg2+ foi precipitado sob a forma de fosfato amonicacal magnesiano, que foi
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ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Gravimetria
10.12 Calcule o volume de solução de AgNO3, que contém 33,98 g/L do sal, necessário
para precipitar o íon cloreto de 0,5000 g de uma amostra de BaCl2 puro. R = 24 mL.
10.13 20,00 mL de uma solução de ácido sulfúrico foram tratados com solução de BaCl 2,
em excesso. Formou-se um precipitado branco que após filtração, lavagem e seco pesou
0,9320 g. Calcular a concentração da solução de ácido sulfúrico em termos de: a) g/L; b)
mol/L; R = 19,6 g/L; 0,2mol/l
10.15 Uma amostra de 1,4200 g, contendo fósforo, foi dissolvida e o fósforo precipitado
como (NH4)3PO4.12MoO3. O precipitado foi re-dissolvido e o molibdato precipitado como
PbMoO4. O peso do precipitado foi 0,0822 g. Qual a percentagem de P 2O5 na amostra? R
= 30,62%
10.16 Uma amostra contendo cloreto e iodeto, pesando 0,6400 g, forneceu um precipitado
de haletos de prata que pesou 0,4430 g. Este precipitado foi aquecido em um fluxo de
cloro gasoso a fim de converter o AgI em AgCl. Após este tratamento o precipitado pesou
0,3180 g. Calcule as percentagens de cloreto e iodeto na amostra. R = Cl - = 4,72 % e I- =
27,11 %.
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ICET/UFAM - Química Analítica Clássica – Referências
REFERÊNCIAS
VOGEL, A., Química Analítica Qualitativa. 5. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1981.
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