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TWIN CITIES – Solos das Regiões Metropolitanas de São Paulo e Curitiba

Hidrogeologia da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê


Ricardo Hirata
Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas do Instituto de Geociências da Universidade de
São Paulo, São Paulo (SP), Brasil
Reginaldo Bertolo
Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas do Instituto de Geociências da Universidade de
São Paulo, São Paulo (SP), Brasil
Bruno Pirilo Conicelli
Laboratório de Modelos Físicos, Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, São
Paulo (SP), Brasil
Carlos Maldaner
Centre for Applied Groundwater Research, University of Guelph, Guelph (ON), Canadá e La-
boratório de Modelos Físicos, Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, São
Paulo (SP), Brasil

RESUMO: Na Bacia do Alto Tietê, a água subterrânea desempenha importantes papéis: no


abastecimento complementar de água, com o fornecimento de 10 m3/s; na manutenção da pe-
renidade dos rios, sustentando a vida aquática, diluindo o esgoto, gerando energia elétrica e
permitindo o transporte de sedimentos; e na influência em obras subterrâneas. Essa intrincada e
intrínseca relação não é bem entendida pela sociedade e pelo governo, causando sérios proble-
mas que afetam não somente o recurso e seus usuários, como também boa parte da população.
A BAT apresenta sérios problemas de qualidade de parte dos aquíferos, causados pela inade-
quada ocupação, redundando na contaminação de 2.018 áreas que hoje são reconhecidas pela
CETESB, embora haja mais de 53.000 atividades com potenciais de gerar contaminações aos
aquíferos. Da mesma forma, a intensa extração de água, concentrada em algumas regiões, tem
causado rebaixamentos indesejáveis dos níveis aquíferos, agravada pela falta de uma atuação
efetiva do órgão gestor do recurso.

1 A BACIA DO ALTO TIETÊ E A já existe uma insuficiência na disponibilidade


IMPORTÂNCIA DAS ÁGUAS SUB- hídrica (67,90 m3/s) para atendimento das de-
TERRÂNEAS mandas (69,28 m3/s, em 2005) (FUSP 2009),
enquanto que a capacidade máxima do trata-
A Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (BAT) mento ainda é suficiente. Assim, o abasteci-
abrange uma área de drenagem de 5.720 km2, mento da BAT está operando próximo ao seu
definida pelo rio Tietê e seus afluentes, desde limite, o que pode ser notado nas épocas de
sua nascente em Salesópolis, até a Barragem longos períodos de estiagem ou baixa precipi-
de Pirapora. A área da BAT se confunde em tação, causando problemas de racionamento
grande parte com a Região Administrativa no fornecimento de água.
da Grande São Paulo, ganhando dela toda a Neste cenário, as águas subterrâneas de-
complexidade de sua ocupação territorial e sempenham um importante papel no abaste-
de seus problemas de recursos hídricos. cimento complementar ao serviço público,
O abastecimento público da BAT é feito pois se estima que os aquíferos agreguem
por um complexo arranjo de oito mananciais mais 10 m3/s à demanda, extraídos de 12 mil
superficiais que compõem o Sistema Integra- poços tubulares. Esses valores não são exa-
do e fornecem em seu conjunto uma vazão tos, pois um dos maiores problemas da BAT
disponível de 66,1 m3/s. Em termos globais, é o desconhecimento das extrações totais que

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ocorrem em seus aquíferos, pois se acredita essas rochas apresentam dois diferentes com-
que mais de 50% dos poços sejam ilegais e portamentos hidráulicos do topo para a base,
desconhecidos do órgão gestor. conforme a ação do intemperismo. O primei-
Assim, os recursos subterrâneos, embora ro, relacionado às porções intemperizadas das
representem apenas 15% da produção total rochas, conforma um aquífero de porosidade
de água das concessionárias, mantém o equi- granular bastante heterogêneo, de natureza li-
líbrio do abastecimento público. A perda de vre, com espessuras médias de 30-40 m. Sob
água subterrânea, seja por contaminação ou o manto de intemperismo e, muitas vezes co-
por superexplotação, poderia criar um estres- nectado hidraulicamente, ocorre o aquífero
se na oferta de água das concessionárias que cristalino propriamente dito, onde as águas
não pode ser suprida no curto prazo. circulam por descontinuidades da rocha (fra-
As águas subterrâneas também desempe- turas e falhas). Esta unidade é de caráter livre
nham outros papéis no ciclo hidrológico que a semilivre, algumas vezes confinada pelos
igualmente são pouco conhecidos pelos diri- sedimentos sobrepostos, e fortemente hetero-
gentes, stakeholders e planejadores urbanos gênea e anisotrópica (Hirata & Ferreira 2001).
na BAT. As águas subterrâneas participam As características hidráulicas da porção
ativamente dos fluxos de base dos rios que intemperizada do SAC foram estudadas por
drenam a bacia, contribuindo para que os rios Rebouças (1992), que mostra que a conduti-
e córregos sejam perenes durante os meses vidade hidráulica é função do nível do perfil
secos e estes continuem desempenhando o de alteração da rocha. Elas variam de muito
seu papel de sustentação da vida aquática, baixa (1x10-6 a 1x10-7 m/s), no terço superior
geração de energia elétrica, transporte de do perfil de alteração, a muito alta (1x10-3
sedimentos, diluição da carga contaminante a 1x10-4 m/s), na zona de transição, entre a
urbana e agrícola, e função cênica. rocha relativamente alterada e a rocha sã.
Outro ponto também negligenciado pelos Valores de porosidade total e efetiva são re-
usuários e pelo poder público é que o aban- portados em vários trabalhos e encontram-se
dono de poços também causa problemas. entre 0,05 a 0,15.
Parte das construções, sobretudo as subterrâ- O Sistema Aquífero Sedimentar (SAS)
neas, foi construída em áreas onde os níveis recobre apenas 25% da área da bacia hidro-
aquíferos eram rebaixados pelo bombeamen- gráfica e subdivide-se em duas unidades:
to dos poços. Com a redução do uso da água uma associada à Formação São Paulo, assim
subterrânea, por diversas razões, os níveis como definido originariamente por Hirata &
de água recuperam e muitas vezes superam Ferreira (2001), e a outra à Formação Resen-
aqueles observados antes da ocupação da de. Este sistema aquífero é de caráter livre
cidade. Isso causa o afogamento de muitas a semiconfinado, de porosidade primária, e
estruturas subterrâneas ou também causa o bastante heterogêneo.
empuxo diferenciado entre prédios que pos- Os dois sistemas aquíferos apresentam
suem diferentes profundidades de fundações. características de parâmetros hidrogeológi-
cos diferentes o que, de certa forma, influen-
cia no número de poços perfurados e vazão
2 OS AQUÍFEROS DA BAT dos mesmos, sendo o SAC o sistema mais
explotado da BAT (Tabela 1).
O modelo conceitual de circulação das
A Bacia do Alto Tietê (BAT) é uma unidade águas subterrâneas da BAT demonstra que
hidrológica que engloba os domínios da Ba- os fluxos das águas subterrâneas se deslo-
cia Sedimentar de São Paulo (1.452 km2) e cam naturalmente em sentido dos principais
das rochas pré-cambrianas do embasamento corpos d’água superficial da bacia, tendo o
cristalino (4.323 km2) que a circundam. Este rio Tietê como a principal área de descarga.
contexto geológico define: o Sistema Aquífe- Atualmente, o adensamento e o aumento do
ro Sedimentar e o Sistema Aquífero Cristali- bombeamento de poços tubulares têm rebai-
no (Figuras 1). xado as cargas hidráulicas, provocando zo-
O Sistema Aquífero Cristalino distingue- nas de convergência dos fluxos subterrâneos.
-se em três unidades aquíferas com base nas A recarga dos sistemas aquíferos está as-
descrições do tipo de rocha (granitoides – sociada à infiltração natural de parte da água
Aquífero A; metassedimentares – Aquífero B; do excedente hídrico, da fuga das redes pú-
e metacarbonáticas – Aquífero C), sendo que blicas de distribuição de água e, mais restrita-
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Figura 1. Hidrogeologia da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê
mente, da rede coletora de esgotos e galerias mil poços tubulares (FUSP 2009; FABHAT-
pluviais. Na BAT a recarga do aquífero livre -SERVMAR 2012), mas os poços outorga-
varia de <150 a 450 mm/ano. dos ou cadastrados junto ao DAEE somam
O fluxo de água no SAS deve fazer parte menos de 6 mil poços tubulares (Figura 4).
de um sistema de circulação mais local (Fi- Portanto, independente da precisão, estima-
gura 2) a semilocal, sobretudo porque essa -se que os poços clandestinos na BAT extra-
unidade não apresenta grandes espessuras polem os 50% do total.

Figura 2 - Modelo conceitual de circulação de água no sistema aquífero sedimentar

Figura 3 - Modelo conceitual de circulação de água no sistema aquífero cristalino (Hirata


& Ferreira 2001, modificada)

(média de 100 m). Já o fluxo de água no SAC Considerando-se a mediana das vazões
(Figura 3) se dá principalmente por entre as dos 12 mil poços cadastrados em 72 m3/d,
fraturas. Neste caso os fluxos são restritos às a vazão total extraída supera 10 m3/s (19,4
conectividades das fraturas, e, portanto, tam- Mm3/mês). No entanto, a soma das vazões
bém devem ter extensões limitadas. dos poços existentes neste cadastro dá valor
de 4,1 m3/s (7,9 Mm3/mês). Já a soma das va-
zões outorgadas (que realmente têm licença
3 ENTENDENDO AS RELAÇÕES EN- de explotação junto ao DAEE) dos poços é
TRE AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E de apenas 2,2 m3/s (4,3 Mm3/mês).
A OCUPAÇÃO DO TERRENO Até a década de 70-80, a explotação da
água subterrânea na BAT era predominan-
temente no SAS. A expansão econômica e
O desconhecimento do valor total da vazão o declínio das cargas hidráulicas em áreas
extraída pelos poços nos aquíferos da BAT é localizadas no SAS fizeram com que a ex-
um dos seus maiores problemas, restringindo plotação de água se estendesse sobre o SAC
ações na área de gestão do recurso hídrico. nas últimas décadas. A indústria ainda é o
Estima-se que na região existam mais de 12

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maior usuário de água subterrânea, embora 4 A RECARGA DOS AQUÍFEROS
condomínios e residências predominem em
quantidade de poços perfurados. Até o momento, se desconhecem as vazões
A classificação dos aquíferos explorados seguras a serem explotadas dos aquíferos da
foi feita utilizando-se dos dados de descrição BAT, pois embora haja mais informações so-
litológica fornecidos pelo DAEE, baseado bre a recarga dessas unidades, o seu papel na
nos poços de seu cadastro que apresentavam composição do fluxo de base dos corpos de
dados confiáveis de geologia. A exploração água superficial e outras funções são desco-
ocorre predominantemente no SAC, represen- nhecidos. Assim, adota-se que a vazão segura
tando 72% do total analisado, e 18% no SAS. deveria ser uma fração da recarga total dos
Já os valores de mediana e média da profun- aquíferos. Na falta de uma avaliação dos ver-
didade permitem verificar que a maioria dos dadeiros papeis que a água subterrânea tem
poços encontra-se entre 100 e 300 m de pro- na BAT, estes autores advogam que a explo-
fundidade (Figura 5), muito embora existam tação não deveria superar a 50 ou 75% da re-
poços com extensões superiores a 400 m. carga efetiva de longo período.
Tabela 1. Caracterização das unidades hidrogeológicas (FABHAT-SERVMAR 2012). O número de poços
estudados referem-se a aqueles poços do cadastro que apresentavam valores confiáveis de hidráulica do
aquífero, mas não existindo uma proporção entre esses poços e o total existente para cada unidade aquífera.

Profundidade média Vazão

Vazão média (m3/h)

Transmissividade
Sistema Aquífero

Espessura média
Vazão mediana
dos poços (m) específica

média (m2/d)
Geológica
Aquíferos

estudados

(m³/h/mês)
Nº poços
Unidade

(m3/h)

(m)
Mediana
São Paulo Osp 78 148 7,0 5,0 Média
0,254 0,150 1 89
Sedimentar

Resende Orl e Orf 255 133 8,0 4,3 0,500 0,167 5 85

Rochas
PЄg, PЄgo
Granitoides 1768 218 8,0 5,0 0,494 0,084 24 155
e PЄgn
(Aquífero A)
Cristalino

Rochas
PЄq, PЄa,
Metassedimentares 328 189 10,0 6,0 0,495 0,099 1 153
PЄf e PЄx
(Aquífero B)
Rochas
Metacarbonáticas PЄc 24 171 8,0 6,0 0,700 0,096 2 133
(Aquífero C)

Osp - Predominantemente camadas de areia e cascalho


Orl - Predominância de lamitos arenosos a argilosos, com seixos e fragmentos de quartzo
Orf - Predominância de lamitos seixosos com lamitos arenosos subordinados
PЄg - Rochas granitoides predominantemente maciças de granulação variada
PЄgo - Rochas granitoides orientadas e/ou foliadas, de granulação variada, incluindo porções gnáissicas, migmatíticas
e blastomiloníticas associadas
PЄgn - Rochas predominantemente gnáissicas, incluindo, porções locais de rochas granitoides orientadas, xistos felds-
patizados e milonitos diversos subordinados
PЄq - Predominância de quartzitos, com ocorrências subordinadas de metassiltitos e xistos
PЄa - Anfibolitos
PЄf - Predominância de filitos ocorrendo subordinadamente xistos
PЄx - Predominância de micaxistos, com quartzitos e metassiltitos subordinados, localmente feldspatizados
PЄc - Rochas metacarbonáticas

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Figura 4. Localização dos poços tubulares com registros no DAEE (em 2012) (FABHAT-SERVMAR 2012)
várias regiões da cidade e de poços de moni-
toramento em áreas não urbanizadas.
Da mesma forma, Viviani-Lima et al
(2007) estudando duas áreas urbanas na ci-
dade de São Paulo, uma na Vila Eutália, uma
pequena sub-bacia na zona leste da cidade,
e outra na Cidade Universitária da USP, cal-
cularam a recarga dessas duas localidades.
A primeira tem uma ocupação residencial de
classe média a média baixa, com ruas calçadas
Figura 5. Profundidade dos poços tubulares na Bacia Hi- e pouca área verde e a outra uma área de baixa
drográfica do Alto Tietê densidade ocupacional. Através de vários mé-
todos foi possível definir a recarga advinda da
A recarga dos sistemas aquíferos está as- recarga natural e a recarga advinda da fuga da
sociada à infiltração natural de parte da água rede de água e esgoto (Tabela 2).
do excedente hídrico (precipitação menos
evapotranspiração, escoamento superficial e Tabela 2 - Cálculo da recarga (Viviani-Lima et al
interceptação), das fugas das redes públicas 2007)
de distribuição de água e, mais restritamente,
da rede coletora de esgoto e galerias pluviais. RECARGA (mm/ano)
As fugas das redes de água, esgoto e de dre- Área de
estudo Fuga da Recarga
nagem pluvial ocorrem pela falta de manu- Natural
rede pública total
tenção e pela elevada idade destas redes.
A estimativa obtida de recarga em área USP 246 65 311
não ocupada (recarga natural) pelo balanço
hídrico indica que a maior taxa de recarga
(407 mm) está associada às áreas com solo Vila
183 244 437
arenoso, baixa declividade e a maior precipi- Eutália
tação relativa. Entretanto, a maior parte das
áreas onde ocorrem essas características está
coberta pela área urbana, onde invariavel- Considerando que os estudos para a es-
mente o efeito da recarga natural é diminu- timativa da recarga urbana na BAT apre-
ído. Por outro lado, a menor taxa de recarga sentados são os mais atuais e detalhados
(106 mm) está associada às áreas com solo disponíveis, e que a Vila Eutália apresenta
argiloso, alta declividade e a menor precipi- características similares a de outras áreas da
tação relativa. BAT, o valor de 437 mm/ano é representa-
A recarga urbana na BAT tem sido ava- tivo como sendo a recarga urbana total (re-
liada pela equipe do Laboratório de Modelos carga natural mais a fuga da rede pública)
Físicos (LAMO) do Centro de Pesquisas de para a área urbanizada da BAT. Assim como
Água Subterrânea do Instituto de Geociên- outros núcleos urbanos estudados (Foster
cias (CEPAS-IGc) da USP. Estes estudos têm et al 2010), as áreas urbanizadas na bacia
resultado em melhor exatidão na avaliação apresentam um aumento da recarga natural,
da recarga urbana e da proporção da recarga incrementando também a disponibilidade hí-
esperada por fontes naturais e antrópicas, ou drica dos seus aquíferos.Cabe ressaltar que
seja, aquelas advindas das fugas da rede de esses valores são representativos apenas para
água e esgoto (Dias et al. 2005; Viviani-Lima as áreas com rede de distribuição de água e
et al. 2007). coleta de esgotos. Para áreas com rede de dis-
Dias et al (2005) estabeleceram que a re- tribuição de água e sem rede de coleta de es-
carga da área do “centro expandido” da cida- goto, os valores de recarga urbana são ainda
de de São Paulo consiste de uma proporção maiores, na ordem de 560 mm/ano, devido a
de 45 a 60% de águas da fuga da rede pública infiltração direta de esgoto através de fossas.
de água e esgoto e o restante, de 40 a 55%, Caso a BAT não tivesse nenhuma ocupa-
de águas da recarga natural. Os autores defi- ção antrópica, quer em sua zona urbanizada
niram essa proporção a partir de dados isotó- ou agrícola, a recargas naturais seriam de 150
picos estáveis obtidos da análise de água de a 300 mm/ano em 43% da área total da bacia,
poços de produção, bem como da chuva em e acima de 300 mm/ano no restante da área.

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Entretanto, a área urbana cobre mais de 36% (e seus reflexos à sociedade) e as influências
da área da BAT e esta tem recargas na faixa que a própria explotação do recurso têm no
entre 401 e 450 mm/ano. Já as áreas onde há aumento e na diminuição na disponibilidade
rede de distribuição de água, mas não há rede dos aquíferos (Hirata & Conicelli 2012).
pública de esgoto, a recarga supera 450 mm/a, Se o conceito apresenta limitações sérias
mas se restringe a apenas 0,15% da área da pela falta de precisão, ele é suficientemente
BAT (Figura 6). Embora a recarga total da capaz de alertar e transmitir ao público o pro-
BAT seja superior às extrações totais dos aquí- blema da oferta e demanda da água em um
feros, os poços não se encontram homogene- aquífero (Hirata & Conicelli 2012). Assim, a
amente distribuídos na área da bacia, fazendo superexplotação é o conjunto de extrações de
com que algumas regiões apresentem uma água que um aquífero está submetido e que
densidade de poços muito superior à média. se encontra além da sua capacidade em res-
ponder a essa demanda, podendo ocasionar: a
exaustão do aquífero (reduções de níveis im-
5 AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS E OS possibilitando a extração por métodos con-
SEUS PROBLEMAS vencionais), a elevação proibitiva dos custos
de extração da água, a degradação da quali-
dade, pela indução de águas contaminadas
O desenvolvimento econômico e o conse- ou salinas, a redução intolerável dos níveis
quente aumento da demanda por água, acom- de base de rios, e aos problemas de equidade
panhado por um planejamento deficiente, social entre usuários, pela competição injusta
podem provocar superexplotação e contami- entre grandes e pequenos usuários.
nação dos aquíferos. Na tentativa de superar essa carência de
dados, um recente estudo definiu aquelas áre-
5.1 Problemas do desequilíbrio entre a as de maior preocupação quando a densidade
oferta e a procura por água subterrânea de poços tubulares fosse elevada e superasse
a 11 poços/km2 (FABHAT-SERVMAR 2012)
O uso da água subterrânea em centros urba- ou 15 mil m3/mês. Assim, essas áreas foram
nos brasileiros tem crescido nas últimas dé- identificadas nas cidades de São Paulo (cin-
cadas, como reflexo do aumento no custo da co áreas), Ferraz de Vasconcelos (uma área),
água distribuída pelas concessionárias, res- Guarulhos (quatro áreas), Itaquaquecetuba
trições da oferta de água pública e o desen- (duas áreas), Diadema (três áreas), São Ber-
volvimento de técnicas de perfuração mais nardo do Campo (uma área), Cajamar (uma
eficientes e de custos menores. área) e Embu (uma área). Esses casos áreas
Se de um lado é direito da população o estão presentes em áreas densamente indus-
uso da água subterrânea, desde que autoriza- trializadas ou que em algum momento do
do pelo Estado, o que se vê é a explotação passado eram grandes polos industriais (FA-
desordenada dos aquíferos, devido a falta de BHAT-SERVMAR 2012).
fiscalização por parte dos órgãos gestores.
O conceito de superexplotação ainda está
em discussão em todo o mundo, mas atual- 5.2 Problemas de contaminação antrópica
mente ele tem ganhado contornos mais com- As águas subterrâneas na BAT apresentam
plexos, pois tem envolvido não somente a geralmente uma boa qualidade e aptas ao
ideia da disponibilidade hídrica em si, mas consumo humano e outros usos. Em áreas
aquelas relacionadas à segurança hídrica, à localizadas há problemas de concentrações
ética e à sustentabilidade. Assim, Llamas et anômalas de fluoreto, sobretudo associados
al (2006) acreditam que a superexplotação às estruturas tectônicas do SAC (Martins et
não pode ser definida apenas sob o aspecto al 2012), além de manganês e ferro (FUSP
hidrogeológico, mas também nos aspectos 2009), de abrangência um pouco mais co-
ambientais, ecológicos, sociais e econômicos mum nos aquíferos sedimentares próximos
gerados pela utilização do aquífero. Outro às maiores drenagens.
problema associado a esse termo é a incer- Entretanto, são os problemas de alteração
teza de estabelecê-lo dentro de um horizonte da qualidade química, provocadas pelo dese-
temporal e espacial, bem de avaliá-lo frente a quilíbrio entre a atividade humana e a vulne-
incertezas associadas à definição do balanço rabilidade do aquífero, que têm causado as
hídrico, da comparação de valores da água

72
73
Figura 6. Recarga dos aquíferos da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (FABHAT-SERVMAR 2012)
maiores preocupações para a sociedade. Há com destaque para a região que ladeia o canal
inúmeros casos já estudados de contamina- de Jurubatuba (IG-SMA, DAEE & SERV-
ção de aquíferos na BAT. MAR 2009). Cabe menção também a região
A FABHAT-SERVMAR (2012) realizou do ABC, onde há uma forte concentração de
o mapeamento das áreas declaradas conta- indústrias que manejam grandes volumes de
minadas pela CETESB (2012a) e essas tota- hidrocarbonetos halogenados e que coinci-
lizam 2.018 casos, concentradas na mancha dem com áreas de grande densidade de poços
urbana da BAT (Tabela 3 e Figura 7). Des- tubulares (região do ABC, Guarulhos e São
te total, observou-se que 1.477 áreas foram Paulo - bairros das zonas leste e nordeste).

Tabela 3. Áreas declaradas contaminadas por atividades econômicas

Área em moni-
Área Área contaminada Área Total por
toramento para
contaminada sob investigação reabilitada atividade
reabilitação
Posto de
687 445 332 110 1574
Combustíveis

Atividades
160 71 36 24 291
Industriais

Atividades
45 16 15 9 85
Comerciais

Outros (resíduo,
acidente ou 30 21 10 7 68
desconhecido)

Total por
926 553 393 150 2018
situação

contaminadas por hidrocarbonetos de petró- Geralmente as cargas pontuais estão as-


leo, 242 por hidrocarbonetos halogenados e sociadas às áreas industriais, lixões e aterros
299 por metais e/ou outros compostos. de resíduos sólidos que manuseiam substân-
Considerou-se que 73% das ocorrências cias tóxicas, como os hidrocarbonetos halo-
eram postos de combustível e 27% áreas in- genados, e postos de combustíveis e outras
dustriais, das quais 12% por compostos orga- atividades que manuseiam hidrocarbonetos
noclorados. Esses casos representam apenas derivados de petróleo. Estes últimos são
uma pequena parcela dos reais problemas responsáveis pelo maior número de casos
que afetam a BAT, pois uma estimativa gros- conhecidos de contaminação, embora, na
seira mostra que os problemas devem ser no maioria das vezes, o problema tenha menor
mínimo dez vezes maiores (FUSP 2009). impacto no recurso hídrico e nos usuários de
As áreas declaradas contaminadas por água subterrânea.
hidrocarbonetos de petróleo ocupam princi- A CETESB fiscaliza todos os empreendi-
palmente o centro da bacia, e coincidem com mentos que possam ter algum tipo de impacto
as áreas urbanizadas do município de São ao meio ambiente e à saúde da população. Os
Paulo. As áreas declaradas contaminadas por dados destas atividades são armazenados no
metais e hidrocarbonetos halogenados são as banco de dados denominado Sistema de In-
mais preocupantes devido ao comportamento formações das Fontes de Poluição (SIPOL).
desses compostos na água subterrânea, sendo As atividades foram classificadas como po-
muito persistentes e alguns, muito móveis no tencialmente contaminantes ao solo e à água
aquífero, e por estarem localizadas em áreas subterrânea pelo método POSH (Foster &
importantes da zona urbana das cidades, so- Hirata 1988, Foster et al 2006) em três níveis
bretudo acompanhando o vale dos principais de probabilidade de gerar cargas importantes
rios da BAT, Tietê, Pinheiros e Tamanduateí, ao aquífero: elevada, moderada e reduzida.
74
75
Figura 7. Áreas declaradas contaminadas pela CETESB
De um total de 82.682 empreendimentos não é pensado, pois se de um lado a qualidade
registrados no SIPOL (dados da CETESB dessa água está muitas vezes comprometida
2012b), a FABHAT-SERVMAR (2012) clas- (geralmente por micro-organismos e nitrato),
sificou 53.456, 11.228, e 9.560 atividades isso não limita o seu uso para limpeza, rega e
com índices elevados, moderados e reduzi- outras funções menos nobres.
dos de carga contaminante, respectivamente. Da mesma forma, há grandes pressões de
Os 848 empreendimentos restantes tiveram alguns órgãos de governo para o abandono do
suas atividades não classificadas pelo mé- uso da água subterrânea, mesmo em poços bem
todo, pois se tratavam de atividades fora da construídos e autorizados. Neste caso, os ór-
descrição do POSH, como prédios de escri- gãos responsáveis não se atêm a problemas de
tórios, por exemplo (Figura 8). elevação dos níveis do aquífero e os prejuízos
Essa avaliação das fontes potenciais de que isso poderá ocasionar. As cidades já cons-
contaminação permite identificar regiões da truíram milhares de obras civis considerando
BAT onde há maiores probabilidades de se níveis hidráulicos aquíferos fortemente rebai-
encontrar sérios problemas de degradação xados pelo intenso bombeamento. O abandono
dos aquíferos, que poderão redundar na re- das captações fará com que os níveis se recu-
dução de suas disponibilidades hídricas. Da perem ou se elevem em níveis maiores que os
mesma forma, o estudo da carga contaminan- originais, causando problemas geotécnicos.
te potencial, avaliando os dados do SIPOL, E finalmente, as cidades não consideram
pode permitir adicionalmente identificar que a água subterrânea que descarrega jun-
aquelas regiões onde há maiores perigos de to aos corpos de água na BAT mantém o seu
contaminação (na concepção de Foster & Hi- fluxo, mesmo em épocas de estiagem, dando
rata 1988 e Foster et al 2006), que é a exis- perenidade às drenagens e fazendo com que
tência de fontes de elevada carga potencial elas cumpram com suas funções ambientais,
em áreas de maior vulnerabilidade. incluindo a diluição de esgoto e o arrasto de
Assim, avaliando-se o mapa de vulnera- sedimentos e lixo.
bilidade à poluição, ou seja, aquele que per-
mite identificar as áreas de maior ou menor
susceptibilidade à contaminação antrópica 5.4 Ignorância hídrica e a falta de geren-
(Figura 9), identifica-se que os aquíferos ciamento
apresentam diferentes classes de vulnerabi- Na BAT, assim como no Estado de São Paulo, o
lidade natural à contaminação. Os aquíferos controle do uso da água subterrânea tem se res-
de rochas granitoides, de rochas metassedi- tringido raramente a penalizar as perfurações
mentares e, também, 90% dos terrenos de se- que não estão cumprindo a lei, ou seja, aquelas
dimentos quaternários apresentam classe de que não requereram licenças de perfuração ou
vulnerabilidade média, e se distribuem por de operação. A identificação das obras é feita,
toda a bacia. Os demais 10% dos terrenos muitas vezes, por denúncias, e, portanto, o nú-
quaternários apresenta classe alta. Os aquí- mero de poços outorgados tem representado
feros São Paulo e Resende apresentam índi- um número pequeno frente aos poços existen-
ces baixos, e ocupam principalmente as áreas tes. Essas licenças são aprovadas sem conside-
adjacentes aos corpos d’água superficiais da rar a situação do aquífero, tornando-se apenas
bacia, entre eles os rios Tietê e Pinheiros. Já uma exigência legal, onde nenhuma ou pouca
o Aquífero de rochas metacarbonáticas apre- atenção é dada à gestão do manancial subterrâ-
senta classe extrema e ocupa a região noro- neo, exceto em poucos casos.
este do município de São Paulo (Figura 1). A falta de conhecimento e controle dos
poços ilegais traz um grande problema para a
BAT e pode afetar a qualidade e quantidade,
5.3 Problemas geotécnicos e ambien­tais as-
mas principalmente impossibilita o efetivo ge-
sociados às águas subterrâneas
renciamento das águas subterrâneas, pois não
As cidades da BAT não sabem conviver com o há como gerenciar o recurso, sem controle
aquífero raso. Em muitas obras civis subterrâ- dos usuários. Em poços sem outorga não são
neas a água subterrânea é bombeada, quer na seguidos os procedimentos técnicos mínimos
sua fase de construção ou posterior. Geralmen- estabelecidos pela ABNT (NBR 12212/2006),
te essa água é lançada na rua e drenada pelas ou seja, os poços foram construídos sem a
galerias de água pluvial. Um uso alternativo aprovação junto ao DAEE, CETESB e na vi-

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Figura 8. Áreas potencialmente contaminantes segundo método POSH, classificadas em elevada cargas (FABHAT-SERVMAR 2012).
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Figura 9. Vulnerabilidade dos aquíferos à poluição com método GOD na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (FABHAT-SERVMAR 2012)
gilância sanitária. Sendo assim, é impossível As áreas declaradas contaminadas pela
estabelecer um programa para a proteção do CETESB totalizam 2.018 empreendimentos,
aquífero que seja efetiva, pois esses poços não concentradas na área urbana da BAT. Destas
possuem informações sobre suas característi- 73% das ocorrências são postos de combus-
cas básicas como, por exemplo, perfil litológi- tível e 27% são áreas industriais, sendo que
co e construtivo, análises químicas, parâme- 12% são contaminações por hidrocarbonetos
tros hidrodinâmicos, entre outros. clorados. Já os dados do SIPOL totalizam
O banco de dados do DAEE é a fonte ofi- 82.682 empreendimentos em toda BAT que
cial e disponível para a caracterização hidro- tem alguma possibilidade de gerar cargas
geológica da área e é a base de informações contaminantes importantes ao aquífero, das
que norteia os estudos atuais para a gestão das quais 53.456, 11.228 e 9.560 atividades fo-
águas subterrâneas. Este, entretanto, é limi- ram respectivamente classificadas como ele-
tado e está longe de representar a maioria de vados, moderados e reduzidos índices de po-
suas captações. Esse dado é preocupante, pois tencial à contaminação da água subterrânea,
são estimados. 12 mil poços em toda área da segundo a classificação pelo método POSH.
BAT, ou seja, os poços clandestinos represen- Tendo em vista a situação atual da água
tam mais de 50% do total de poços que efeti- subterrânea na BAT é necessário a imple-
vamente explotam os aquíferos da região. mentação de um programa efetivo que leve à
Até hoje a falta de conflito aparente não regularização dos poços tubulares, utilizando
mobilizou a sociedade e o poder público em mecanismos de cadastro, licença de perfura-
busca de ações efetivas para melhorar esse ção e outorga, bem como melhorando a lei e
quadro. Isso porque os impactos nos aquífe- o seu cumprimento. Além disso, são neces-
ros não são aparentes e sua dinâmica e tempo sárias medidas adicionais de fiscalização do
de resposta são de difícil compreensão para a uso da água subterrânea, visando atualizar
população. É consenso que os problemas de informações de usuários outorgados e, prin-
quantidade e qualidade da água afetam dire- cipalmente identificar usuários clandestinos.
tamente os usuários, mas a falta de percepção Isto deve se dar no melhor aparelhamento
sobre a importância do recurso hídrico sub- dos órgãos fiscalizadores, em especial do
terrâneo ajuda na persistência deste cenário. DAEE, na vontade política real de se orga-
Portanto, a existência de poços clandesti- nizar o setor, e na exigência que as empresas
nos impossibilita o gerenciamento efetivo dos concessionárias de água forneçam informa-
recursos hídricos subterrâneos, que implicará ções da existência de poços que servem ao
em problemas quanto à sustentabilidade (ou abastecimento privado.
superexplotação) dos aquíferos, especialmen- Melhorar a comunicação de todas as ins-
te para o uso no abastecimento público urba- tituições responsáveis e que intervêm nos re-
no. Conflitos entre usuários, causando a perda cursos hídricos e no abastecimento de água
do recurso e aumento dos custos de explota- da BAT, inclusive criando um fórum perma-
ção e contaminação da água subterrânea indu- nente, permitindo um gerenciamento integra-
zida pelo bombeamento não planejado serão do, visando controlar conjuntamente o uso da
também consequências inevitáveis. água, outorga, poluição, saúde e planejamen-
to urbano, visando agilidade e priorização
nas decisões dos gestores públicos.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Finalmente, não é apenas como recurso
que as águas subterrâneas são importantes
para a BAT. Elas desempenham papel rele-
A água subterrânea é um recurso hídrico vante na perenidade dos cursos de água na
fundamental para o abastecimento da BAT, estiagem. O abandono do uso da água, onde
complementando o fornecimento da rede pú- historicamente era intensamente bombeada,
blica de água para uso doméstico, industrial também pode causar problemas geotécnicos
e agrícola. O volume total de água subterrâ- a serem considerados na gestão dos recur-
nea extraída da BAT é ainda desconhecido. sos hídricos. Assim, a explotação das águas
Estima-se que existam mais de 12 mil poços subterrâneas e o próprio entendimento das
tubulares, extraindo 10 m3/s; entretanto, os funções dos aquíferos no ciclo hidrológico
dados do cadastro do DAEE permitem iden- de uma cidade devem ser colocados na mesa
tificar apenas 4.931 poços (40% do total esti- decisória das políticas urbanas na BAT.
mado de poços).

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AGRADECIMENTOS IG-SMA, DAEE & SERVMAR. 2009. Projeto Ju-
rubatuba: restrição e controle de uso de água
subterrânea. 1. ed. São Paulo: Secretaria de
Os autores gostariam de expressar os seus
Estado do Meio Ambiente. v. 1. 110p.
agradecimentos à Servmar Serviços Ambien- Llamas, R; Santos, P; Hera, A. 2006. Hydrolitics
tais pela cessão da maioria das figuras que and hydroeconomics of shared groundwater
compõem este trabalho. resources: experience in arid and semiarid re-
gions. Conference of the Nato Advanced Study
Institute. Varna, Bulgaria October 1-12 2006.
Martins, V; Pino, D; Hirata, R; Babinski, M; Ber-
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