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3ª.

Aula

http://mtc-m15.sid.inpe.br/col/cptec.inpe.br/walmeida/2003/08.21.10.48/doc/publicacao.pdf
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/HIDRO-Cap7-ES.pdf
http://www.uefs.br/dtec/Agua_subterranea_2.pdf
http://www.planetseed.com/pt-br/laboratory/fluxo-de-agua-subterranea

ARMAZENAMENTO NO SOLO:

O solo é o armazenador e fornecedor de água e nutrientes às plantas. Por


fenômenos de adsorção e capilaridade, ele retém, entre uma chuva e outra,
a umidade que as plantas necessitam.
Dependendo do conteúdo de água no solo, as plantas terão maior ou menor
facilidade em extrair água e, portanto, de atender às suas necessidades. À
medida que o solo seca, torna-se mais difícil às plantas absorver água. Isso
porque vai aumentando a força de retenção, enquanto diminui a
disponibilidade hídrica no solo. Por isso, nem toda água que o solo
consegue armazenar está disponível às plantas.
Tradicionalmente, a capacidade de campo (CC) e o ponto de murcha
permanente (PMP) são considerados como os limites máximo e mínimo,
respectivamente, de água disponível. A partir desses limites, pode-se
determinar a capacidade de armazenamento de água disponível no solo,
considerando a profundidade do sistema radicular (Bergamaschi et al.,
1992).
Ao longo de várias décadas, o estado hídrico do solo foi expresso e medido
à base de quantidade de umidade (gravimétrica ou volumétrica).
Entretanto, como as características de retenção de água no solo variam
muito, principalmente em função da textura, do conteúdo de matéria
orgânica e do estado de agregação, houve a necessidade de expressar a
umidade em termos de energia. Até pouco tempo, foi muito utilizado o
conceito de tensão ou sucção de água no solo. Atualmente, utiliza-se cada
vez mais a ideia de potencial de água no solo, que tem um significado
físico mais consistente e que está relacionado ao estado energético da água
na planta e na atmosfera.
O potencial de água no solo exprime o estado energético da água no solo e
resulta de dois componentes principais: o potencial matricial, resultante
da adsorção e da capilaridade na matriz do solo, e o potencial
gravitacional, resultante da ação do campo gravitacional da Terra
(Gonçalves, 1994). Em solos com alta concentração salina, ou em locais de

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acúmulo de adubos minerais, o potencial osmótico também pode ser
importante e somar-se aos anteriores, resultando em potencial total mais
negativo.
Em geral, o potencial gravitacional se evidencia quando a água está livre no
solo, provocando a sua descida por drenagem (percolação). O potencial
matricial se acentua à medida que o solo vai secando, tornando-se mais
negativo, indicando que a água vai sendo retida com maior energia pela
matriz do solo (Bergamaschi et al., 1992).
Com estes conceitos, pode-se ter outra ideia dos limites de disponibilidade
hídrica do solo. Ele estará em capacidade de campo quando o potencial
matricial (devido à retenção da matriz) equilibra o potencial gerado pelo
campo gravitacional.
Arbitrariamente, geralmente assume-se que a capacidade de campo ocorre
quando o potencial matricial é de –33 kPa, e que o ponto de murcha
permanente corresponde a um potencial matricial de –1500 kPa.
(**kPa – quilo Pascal --- pressão).

Cálculo do Balanço Hídrico:


O método mais utilizado para estimar a disponibilidade de água no solo é o
balanço hídrico. Ele estabelece que, em um dado volume de solo, a
diferença entre a quantidade de água adicionada e a quantidade de água
extraída durante, um certo período de tempo, é igual à variação do
conteúdo de água naquele volume nesse período (Costa, 1994).
Matematicamente, o balanço hídrico exige que a equação de continuidade
de massa seja aplicada a um certo volume de solo. O volume ou a
profundidade de solo para o qual calcula-se o balanço hídrico é
determinado arbitrariamente. Do ponto de vista da agricultura, é mais
apropriado considerar o balanço hídrico da zona radicular. Segundo
Hillel (1980), o balanço hídrico da zona radicular é expresso (em mm) por:
∆ S + ∆ V = (PRE + I + U) - (R + D + E + T) em que:
∆S é a variação da umidade armazenada no solo na zona radicular, ∆V o
aumento de água incorporado às plantas, PRE a precipitação, I a irrigação,
U a ascensão capilar na zona radicular, R o escoamento, D a drenagem, E a
evaporação direta da superfície do solo e T a transpiração pelas plantas.
Todas essas quantidades são expressas em termos de volume de água
por unidade de área durante o período considerado.
A variação temporal do armazenamento de umidade do solo pode ser
escrita como: ∆ s + ∆ v = (pre + i + u) - (r + d + e + t)
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Nesta Equação as letras minúsculas representam a variação temporal das
correspondentes quantidades integradas. Os vários componentes de entrada
do balanço hídrico de uma zona radicular hipotética estão ilustrados na
abaixo. Nesta representação considera-se somente o movimento vertical de
água dentro do volume de solo analisado, ou seja, o que entra neste sistema
é apenas a água devido à precipitação, enquanto o que sai é devido à
evapotranspiração real e à água que percola abaixo do alcance do sistema
radicular da cultura.

Fig. - Diagrama Esquemático do Balanço Hídrico.


FONTE: Hillel, 1980.
Assim, para um balanço hídrico ideal, levando-se em conta o fluxo
unidimensional vertical, deve-se utilizar um modelo hidrológico capaz de
representar todos os processos físicos, descritos na Equação acima, em um
ponto ou em uma pequena área representativa, onde os parâmetros possam
ser mensuráveis. Os modelos de movimento vertical da água no solo, que
consideram formulação conceitual, permitem simular cada um desses
processos levando em conta a física envolvida.

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No entanto, a utilização prática desses tipos de modelos é restrita, devido:
- à necessidade de conhecer os parâmetros, que regem o movimento da
água no solo, de medição difícil e onerosa e que, por isso, não estão
disponíveis em uma escala regional;
- à alta variabilidade espacial inerente a esses parâmetros (da ordem de
metros), o que obriga à utilização de modelos conceituais em uma escala de
resolução compatível, limitando a utilização desses modelos na meso e
macro escala;
- ao alto grau de incerteza nos resultados gerados por modelos conceituais
detalhados em escalas regionais, devido às incertezas na estimativa dos
parâmetros que regem os fluxos do meio poroso (e que alimentam os
modelos conceituais) com alto nível de detalhamento.
Assim sendo, têm-se proposto simplificações no balanço hídrico, os quais
são aceitáveis e convenientes para o estudo de armazenamento de água no
solo em escalas regionais.
A Equação de continuidade, de natureza linear, permite escalonamentos em
qualquer resolução desejada. A alta não linearidade inerente ao fluxo de
água no solo tende a ser compensado com o aumento do tamanho da grade.
Simplificações como a do balanço hídrico, baseadas na continuidade,
produzem resultados suficientemente precisos para muitas aplicações
práticas.
Desse modo, para calcular o balanço hídrico em todo território brasileiro
utilizou-se uma expressão simplificada do balanço hídrico, escrita como:
At+1 = At + PREt – ETRt
onde A o armazenamento de água no solo disponível para as plantas (mm),
PRE a precipitação (mm), t o tempo, e ETR a evapotranspiração real da
vegetação (mm).

Escoamento Superficial:
O escoamento superficial tem origem, fundamentalmente, nas
precipitações. Ao chegar ao solo, parte da água se infiltra, parte é retirada
pelas depressões do terreno e parte se escoa pela superfície.
Inicialmente a água se infiltra; tão logo a intensidade da chuva exceda a
capacidade de infiltração do terreno, a água é coletada pelas pequenas
depressões. Quando o nível à montante se eleva e superpõe o obstáculo (ou
o destrói), o fluxo se inicia, seguindo as linhas de maior declive, formando
sucessivamente as enxurradas, córregos, ribeirões, rios e reservatórios de
acumulação.

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É, possivelmente, das fases básicas do ciclo hidrológico, a de maior
importância para o engenheiro, pois a maioria dos estudos hidrológicos está
ligada ao aproveitamento da água superficial e à proteção contra os
efeitos causados pelo seu deslocamento.

Fig. – Escoamento superficial (Fonte: GRAY, 1973)

Componentes do Escoamento
A água, uma vez precipitada sobre o solo, pode seguir três caminhos
básicos para atingir o curso d’água: o escoamento superficial, o
escoamento sub-superficial (hipodérmico) e o escoamento subterrâneo,
sendo as duas últimas modalidades sob velocidades mais baixas. Observa-
se que o deflúvio direto (coeficiente de escoamento superficial, ou
coeficiente runoff ou coeficiente de deflúvio, é definido como a razão entre
o volume de água escoado superficialmente e o volume de água
precipitado. Este coeficiente pode ser relativo a uma chuva isolada ou
relativo a um intervalo de tempo onde várias chuvas ocorreram.
C = volume total precipitado / volume total escoado, abrange o escoamento
superficial e grande parte do subsuperficial, visto que este último atinge o
curso d’água tão rapidamente que, comumente, é difícil distinguí-lo do
verdadeiro escoamento superficial).
O escoamento de base, constituído basicamente do escoamento
subterrâneo, é o responsável pela alimentação do curso d’água durante o
período de estiagem.

Fluxo Subterrâneo
Quando chove ou neva sobre a superfície da Terra, várias coisas podem
acontecer com a água. Parte dela evapora e volta à atmosfera. Parte flui
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pela superfície, com a força da gravidade, e é armazenada em córregos e
rios, que esvaziam sua água nos oceanos.
Mas parte da água da chuva ou da neve é absorvida pelo solo, em vez de
evaporar ou escoar. Uma vez no solo, parte da água pode ser absorvida
pelas raízes de plantas em áreas com vegetação. O resto da água continua
se movendo para baixo, com a gravidade. Essa água flui para os espaços
abertos, ou poros, no solo e em rochas subterrâneas, e se transforma em
água subterrânea.
Para termos acesso à água subterrânea, poços são perfurados em rochas que
armazenam água, e essa água é bombeada para fora. Assim como outras
fontes de água doce, a água subterrânea é usada em residências e para fins
comerciais, industriais e agrícolas. Essa é uma fonte de água especialmente
importante em áreas rurais, onde ela é usada para beber e outros fins
domésticos. À medida que a população humana continua crescendo, o uso
de água subterrânea aumenta, bem como sua importância como um recurso
de água doce.

Imagem gentilmente cedida peloServiço Geológico Norte-Americano

Drenagem Urbana
Hidrologia aplicada à Drenagem Urbana

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