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MAPEAMENTO DE RISCO EM ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS NO

MUNICÍPIO DE SÃO PAULO (SP)

Autores
Eduardo Soares de Macedo *
Luciana Pascarelli Santos **
Kátia Canil *
Fabiana Checchinato Silva *
Rafaela Bonfante Lançone **
Fabrício Araujo Mirandola *
Rodrigo Nery e Costa **

*Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT


**Prefeitura do Município de São Paulo - PMSP

RESUMO

O município de São Paulo, SP, conta hoje com quase 11 milhões de habitantes, dos quais quase
dois milhões vivem em cerca de 1600 assentamentos urbanos precários (favelas). Essas áreas
ocupam a periferia da cidade, carente de infraestrutura. Além disso, situam-se em terrenos de
encostas e margens de córregos que apresentam fragilidade frente a processos de
escorregamento e inundações. O problema é tão amplo e complexo que não é possível resolver
tudo em curto prazo e, para tanto, deve ser sistematizado um plano de gestão para áreas de risco.
Sendo assim, entende-se que o reconhecimento das áreas e o mapeamento das situações de
risco, com base em critérios pré-definidos, constituem a base inicial dos trabalhos. Procurando
atender essa demanda, a Prefeitura de São Paulo contratou o Instituto de Pesquisas Tecnológicas
do Estado de São Paulo (IPT), para realizar o mapeamento de risco em 407 áreas de encostas e
margens de córregos sujeitas a escorregamentos e a processos de solapamento de margens em
assentamentos precários do Município de São Paulo, atendendo 26 das 31 subprefeituras do
município, quais sejam, 07 na Zona Norte (com 107 áreas), 07 na Zona Sul (com 176 áreas), 02
na Zona Oeste (com 24 áreas) e 10 na Zona Leste (com 100 áreas). O zoneamento de risco
executado permitiu a identificação de 1.179 setores de risco. Os resultados obtidos permitiram à
administração municipal elaborar um plano estratégico de intervenções para redução e controle
dos riscos mapeados.

Palavras Chaves: Mapeamento de Riscos, São Paulo, escorregamento, solapamento de


margem de córregos, IPT

ABSTRACT

The city of São Paulo, SP, has almost 11 million inhabitants, of which nearly two million live in
about 1600 urban squatter settlements (slums). These areas occupy the outskirts of the city, which
lack infrastructure. Additionally, they are subject to landslides and flooding. The problem is so vast
and complex that it cannot be completely resolved in the short term, and a management plan for
hazardous areas has to be implemented. For it to be accomplished, it is understood that the
identification and mapping of the risk areas, based on predefined criteria, constitute the basis of
the initial work. To meet this demand, the São Paulo city council appointed the Institute for
Technological Research of São Paulo (IPT) to perform the risk mapping in 407 areas of slopes and
banks of streams, subject to landslides and river bank erosion. Such areas are located in the slums
of São Paulo, comprising 26 of the 31 sub districts of the city, which are: 07 in the North Zone (with
107 areas), 07 in the South Zone (with 176 areas), 02 in the West Zone (with 24 areas) and 10 in
the East Zone (with 100 areas). The results allowed the municipal government to elaborate a
strategic plan of interventions to reduce and control the mapped risks.

Key Words: Risk Mapping, São Paulo, landslide, erosion river bank, IPT

13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental


1 INTRODUÇÃO

O município de São Paulo, SP, conta hoje com quase 11 milhões de habitantes, dos quais quase
dois milhões vivem em cerca de 1600 assentamentos urbanos precários (favelas). Essas áreas
ocupam a periferia da cidade carente de infraestrutura no que diz respeito ao ordenamento do uso
do solo, saneamento (distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto), sistemas de
drenagem, pavimentação de vias de acesso, transporte urbano, dentre outros. Além disso, situam-
se em terrenos de encostas e margens de córregos que apresentam fragilidade frente aos
processos do meio físico, com predominância de ocorrência de escorregamentos de solo, erosões
e inundações. Como resultado tem-se nas últimas décadas o aumento significativo em tamanho e
número dessas áreas de risco, resultante do processo de expansão urbana desordenada e
políticas habitacionais ineficientes.
O problema é tão amplo e complexo que não é possível resolver tudo em curto prazo e para tanto,
deve ser sistematizado um plano de gestão para áreas de risco. De acordo com o modelo de
abordagem do Office of the United Nations Disasters Relief Co-Ordinator (UNDRO, 1991), que
define cinco passos para o gerenciamento de riscos (Identificação dos Riscos, Análise dos Riscos,
Medidas de Prevenção, Planejamento para Situações de Emergência, e Informações Públicas e
Treinamento); entende-se que o reconhecimento das áreas e o mapeamento das situações de
risco, com base em critérios pré-definidos, constituem a base inicial dos trabalhos. Desta forma, o
primeiro mapeamento sistemático de áreas de risco, com base na metodologia desenvolvida pelo
IPT, Unesp e Ministério das Cidades, foi realizado para a cidade de São Paulo, no ano de 2003.
Na ocasião, foram mapeadas 205 áreas. Após este mapeamento, foi definida a prioridade de
intervenção, com o estabelecimento de projetos de obras de recuperação e remoção de moradias.
Considerando a dinâmica do crescimento populacional das áreas de risco e as políticas
habitacionais que não conseguem atender toda demanda existente; a Prefeitura de São Paulo
contratou o Laboratório de Riscos Ambientais do Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas
do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), para realizar o
mapeamento de risco em 407 áreas sujeitas a escorregamentos e a processos de solapamento de
margens de córregos em assentamentos precários do Município de São Paulo. O mapeamento,
realizado entre setembro de 2009 e dezembro de 2010 contemplou a reavaliação das 205 áreas
mapeadas em 2003, 47 áreas mapeadas por geólogos da prefeitura e 155 novas áreas. Somadas,
as áreas compreendem 13,5 km2, o que corresponde a 0,9% da área total do município. Trata-se
do maior levantamento de risco já realizado no Brasil, considerando a grande quantidade de áreas
mapeadas e os profissionais envolvidos e teve por objetivo subsidiar a elaboração de planos de
intervenção voltados a controlar os riscos existentes. Neste sentido, o presente artigo descreve os
métodos, critérios e procedimentos adotados neste mapeamento de risco, bem como os
resultados obtidos.

2 MÉTODOS, CRITÉRIOS E PROCEDIMENTOS ADOTADOS

Em geral, a identificação e análise de riscos de natureza geológica são realizadas por meio de
investigações geológico-geotécnicas de superfície, executadas em trabalhos de campo. Tais
investigações requerem que seja considerada tanto a possibilidade de ocorrência dos processos
adversos, quanto as consequências sociais e/ou econômicas associadas.
Carvalho (2000) afirma que a avaliação das conseqüências “... envolve sempre um julgamento a
respeito dos elementos em risco e de sua vulnerabilidade. É comum que, nas análises de risco em
favelas, apenas as moradias sejam consideradas como elementos em risco”.
Já em relação à ocorrência do processo adverso, Carvalho (2000) descreve que “... a maneira
mais simples de se tratar a probabilidade em análises de risco consiste em se atribuir, à
possibilidade de ocorrência do processo de instabilização, níveis definidos de forma literal
(possibilidade de ocorrência baixa, média ou alta, por exemplo). Esta é a base para as análises de
risco de caráter qualitativo, em que um profissional experiente avalia o quadro de condicionantes e
indícios da ocorrência do processo de instabilização, compara as situações encontradas com
modelos de comportamento e, baseado em sua experiência, hierarquiza as situações de risco em
função da possibilidade de ocorrência do processo num determinado período de tempo
(geralmente um ano)”.

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Desse modo, um mapeamento de risco avalia se há possibilidade de ocorrer um determinado
fenômeno físico – que corresponde ao processo adverso – em um local e período de tempo
definidos, considerando as características do processo, tipologia, mecanismo, material envolvido,
magnitude, velocidade, tempo de duração, trajetória, severidade, poder destrutivo, etc., realizado
por meio de investigações geológico-geotécnicas de superfície. Assim, podem ser identificados os
condicionantes naturais e induzidos dos processos adversos, reconhecidos indícios de seu
desenvolvimento, bem como feições e evidências de instabilidade.
Mesmo reconhecendo-se as eventuais limitações, imprecisões e incertezas inerentes à análise
qualitativa de riscos, os resultados desta atividade podem ser decisivos para a eficácia e eficiência
de uma política de intervenções voltada à consolidação da ocupação. Para tanto, são
imprescindíveis a adoção de métodos, critérios e procedimentos adequados, bem como a
elaboração de detalhados modelos de referência dos processos adversos (modelos-padrão). Tais
condicionantes, aliados à experiência da equipe executora das atividades de identificação e
análise de riscos, podem subsidiar a elaboração de programas de gerenciamento de riscos, que
acabam por reduzir substancialmente a ocorrência de acidentes geológicos, bem como tornar
mínima a dimensão de suas conseqüências.
Os processos de instabilização de interesse ao mapeamento correspondem aos processos da
geodinâmica externa que envolvem a mobilização do solo, da rocha ou de ambos em margens de
córregos, setores da encosta ou de taludes naturais e artificiais. Os acidentes geológicos e
geotécnicos associados a movimentos de massa são fenômenos envolvendo movimentos
coletivos de solo e/ou rocha, que provocam danos ao homem e/ou a suas propriedades.
A análise do conceito de risco (R), que fundamenta os estudos realizados, pode ser feita a partir
do seguinte modelo:
R = P(A) x C(V)/G
Essa expressão mostra que o risco (R) é a probabilidade (P) de ocorrência de um acidente
associado a um determinado perigo ou ameaça (A), que pode resultar em consequências (C),
danosas às pessoas ou bens, em função da vulnerabilidade (V) do meio exposto ao perigo e que
pode ter seus efeitos reduzidos pelo grau de gerenciamento (G) colocado em prática pelo poder
público e/ou pela comunidade (NOGUEIRA, 2002).
A avaliação e análise de risco foram obtidas por meio de métodos e técnicas agrupados e
avaliados de forma qualitativa, a partir de observações diretas em campo. Nesse sentido foram
avaliados os seguintes fatores, considerados como essenciais à análise do risco:
a) tipologia do processo esperado e a sua probabilidade ou possibilidade de ocorrência;
b) vulnerabilidade dos assentamentos urbanos; e
c) potencial de danos.
Os principais elementos de análise considerados incluíram:
a) Características morfológicas e morfométricas do terreno (altura e inclinação de vertentes e
taludes – naturais, de corte e aterro);
b) Materiais geológicos e perfil de alteração (solo residual, saprolito, rocha alterada,
coberturas coluvionares);
c) Estruturas geológicas (foliação, fraturas e outras descontinuidades geológicas);
d) Evidências de movimentação (cicatrizes de escorregamentos, trincas e degraus de
abatimento nos terrenos, inclinação de árvores, postes e muros, trincas nas casas, muros
embarrigados);
e) Cobertura do terreno (solo exposto, vegetação, culturas, lixo, entulho lançado e aterro); e
f) Condições associadas às águas servidas, pluviais e subsuperficiais (redes de água e esgoto,
concentração de águas superficiais, sistemas de drenagem, fossas, lançamento de água
servida e esgoto a céu aberto, surgências d’água).
A probabilidade de ocorrência dos fenômenos de instabilidade foi estimada a partir da
identificação e análise de feições e características do terreno, indicadoras de maior ou menor grau
de suscetibilidade, sejam elas naturais e/ou induzidas pelas formas de uso e ocupação do terreno.
A vulnerabilidade dos assentamentos urbanos foi analisada segundo a qualidade construtiva
intrínseca aos diferentes padrões construtivos (alvenaria, madeira e misto), e a maior ou menor
capacidade relativa dessas construções e conseqüentemente seus moradores de sofrer danos em
caso de escorregamento/solapamento.
O potencial de dano é uma estimativa da dimensão dos efeitos danosos (pessoas vitimadas e
edificações destruídas), pela probabilidade de ocorrência de uma dada tipologia de

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escorregamentos na área de risco. Para fins de análise de risco, estima-se o número de moradias
que poderiam ser atingidas caso ocorram escorregamentos.

2.1 Atividades Desenvolvidas

Considerando o mapeamento de 407 áreas de risco em 15 meses, foram estruturadas diversas


equipes de campo. Assim, foi indispensável, no início dos trabalhos, buscar uma padronização
das atividades a serem executadas, visando garantir a qualidade dos resultados do mapeamento
de risco, assegurar uma uniformidade na linguagem e nos critérios empregados, bem como
permitir uma análise comparativa entre os resultados obtidos por diferentes equipes de campo.
Foram estabelecidas 5 fases de trabalho (triagem das áreas, vistoria em campo, sobrevôos de
helicóptero, trabalhos de campo, elaboração dos relatórios por Subprefeitura), para cada região da
cidade.
A partir da experiência de seus profissionais e dos vários trabalhos realizados pelos mais diversos
órgãos e pesquisadores, o IPT e a Prefeitura Municipal de São Paulo utilizaram do método de
trabalho indicado pelo Ministério das Cidades (BRASIL, 2007), aperfeiçoado a partir do método
aplicado no mapeamento de 2003 (CERRI et al. 2007), para a realização de setorização de risco
tanto para escorregamentos como para o solapamento de margens de córregos. O método de
trabalho está fundamentado nas seguintes atividades:
a) Obtenção de fotos oblíquas de baixa altitude, a partir de sobrevoo de helicóptero;
b) Trabalhos de campo para caracterização e delimitação ou reavaliação dos setores de
risco nas áreas de risco previamente definidas;
c) Avaliação da possibilidade de ocorrência dos processos destrutivos;
d) Avaliação das conseqüências potenciais considerando a vulnerabilidade das moradias;
e) Definição do grau de risco dos setores; e
f) Recomendações de intervenções para controle de risco.

A estimativa de risco dos setores analisados foi elaborada de forma qualitativa, a partir de
observações de campo integrando os parâmetros de análise contidos numa ficha de avaliação de
risco, com o apoio de imagens aéreas. Os graus de risco considerados foram R1 - Baixo, R2 -
Médio, R3 - Alto e R4 - Muito Alto, descritos a seguir:

a) R1 - Baixo: Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de


terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de baixa potencialidade para o
desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos. Não há indícios de
desenvolvimento de processos de instabilização de encostas e de margens de drenagens.
É a condição menos crítica. Mantidas as condições existentes, não se espera a ocorrência
de eventos destrutivos no período de 1 ano;
b) R2 – Médio: Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de média potencialidade para o
desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos. Observa-se a
presença de alguma(s) evidência(s) de instabilidade (encostas e margens de drenagens),
porém incipiente(s). Mantidas as condições existentes, é reduzida a possibilidade de
ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no
período de 1 ano;
c) R3 – Alto: Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para o
desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos. Observa-se a
presença de significativa(s) evidência(s) de instabilidade (trincas no solo, degraus de
abatimento em taludes, etc.). Mantidas as condições existentes, é perfeitamente possível a
ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no
período de 1 ano; e
d) R4 – Muito Alto: Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de muito alta potencialidade para o
desenvolvimento de processos de escorregamentos e solapamentos. As evidências de
instabilidade (trincas no solo, degraus de abatimento em taludes, trincas em moradias ou em
muros de contenção, árvores ou postes inclinados, cicatrizes de escorregamento, feições

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erosivas, proximidade da moradia em relação à margem de córregos, etc.) são expressivas e
estão presentes em grande número ou magnitude. É a condição mais crítica. Mantidas as
condições existentes, é muito provável a ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de
chuvas intensas e prolongadas, no período de 1 ano.

Considerando que o mapeamento de risco também visa a indicação de alternativas de intervenção


que objetivam o controle dos riscos identificados, foi utilizado um quadro de referência que
permitisse sistematizar as alternativas de intervenção (a ser realizadas ou já realizadas),
utilizando-se as terminologias indicadas no Quadro 1.

INTERVENÇÕES
1 – Limpeza e Manutenção (serviços de limpeza de lixo e entulho; limpeza no sistema de
drenagem - águas pluviais, servidas e/ou esgoto; limpeza - desassoreamento, lixo, entulho- do
canal de drenagem).
2 – Manutenção nas obras observadas no setor.
3 - Drenagem superficial (sistema de drenagem superficial de topo e base no talude; sistemas
de drenagem superficial no setor).
4 - Drenagens de subsuperfície (sistema de drenagem de subsuperfície).
5 - Proteção Superficial Encosta
6 - Proteção Superficial Marginal
7 – Acesso (calçadas, escadarias, ruas, integrando-os com o sistema de drenagem no setor).
8 - Contenções de encosta (estruturas de contenção localizadas de pequeno porte; estruturas
de contenção de médio a grande porte).
9 - Contenções de margem (obras de retificação e contenção de margem de canal).
10 - Blocos (desmonte de bloco rochoso; contenção de bloco rochoso).
11 - Obras de terraplenagem
12 – Remoções (definitiva ou temporária).
QUADRO 1– Resumo das tipologias de intervenções indicadas para as áreas mapeadas.

Cabe ressaltar alguns aspectos metodológicos específicos utilizados nos trabalhos desenvolvidos
pelo IPT:
a) Os limites de análise de cada área foram estabelecidos com base nos logradouros
limítrofes fornecidos pela Prefeitura (ruas, avenidas, estradas, etc.); nas observações
coletadas na vistoria técnica e em comum acordo com as equipes da Prefeitura; e
b) A contagem das edificações foi realizada principalmente com base nas fotos de
helicóptero, considerando como edificação as áreas construídas contíguas sendo,
portanto, aproximadas. Essa observação vale principalmente nas áreas caracterizadas
como de graus de probabilidades média e baixa.

2.2 ATIVIDADES DE CAMPO


Para a realização dos trabalhos de mapeamento de risco por meio da execução de atividades de
campo foram estabelecidos os seguintes procedimentos:
a) Elaboração e utilização dos modelos dos processos de instabilização (modelos de
comportamento) e as informações sobre a tipologia e os mecanismos de escorregamentos
e de solapamentos de margens de córregos disponíveis na vasta literatura técnico
científica sobre o tema, com destaque para a área do Município de São Paulo;
b) Realização de trabalhos de campo, por meio de investigações geológico-geotécnicas de
superfície, visando identificar condicionantes dos processos de instabilização, evidências
de instabilidade e indícios do desenvolvimento de processos destrutivos; os resultados das
investigações geológico-geotécnicas e das interpretações foram registrados em fichas de
campo elaboradas especificamente para esse fim;
c) Localização precisa das áreas de risco, por meio de utilização de GPS (Global Positioning
System), com no mínimo um ponto de leitura por área mapeada;
d) Delimitação dos setores de risco e, com base em julgamento dos profissionais
encarregados do mapeamento de risco, atribuindo, para cada setor, o grau de
probabilidade de ocorrência de processo de instabilização (escorregamento de encostas
ou solapamento de margens de córregos), considerando o período de1 ano;

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e) Representação de cada setor de risco identificado em cópias de fotografias aéreas
oblíquas de baixa altitude, a serem obtidas por meio de sobrevôos com helicóptero;
f) Estimativa das conseqüências potenciais do processo de instabilização, por meio das
possíveis formas de desenvolvimento do processo destrutivo atuante (por exemplo,
volumes mobilizados, trajetórias dos detritos, áreas de alcance etc.), definir e registrar o
número de moradias ameaçadas (total ou parcialmente), em cada setor de risco; e
g) Indicação das alternativas de intervenção adequadas para cada setor de risco, de acordo
com os dados do Quadro 1. Nos casos de ser possível a adoção de mais de uma
alternativa de intervenção, essa possibilidade deve ser explicitada nas fichas de campo.

2.2.1 PREENCHIMENTO DAS FICHAS DE CAMPO


Para o preenchimento das fichas de campo foram adotados os seguintes procedimentos e
critérios:
a) Quando o número de moradias ameaçadas foi registrado sem qualquer informação
complementar, trata-se de moradias que são ameaçadas em sua totalidade, em razão da
possibilidade de ocorrência de processo adverso;
b) Nos casos em que há moradias indicadas para remoção, essa informação é anotada
imediatamente após o registro do número total de moradias ameaçadas;
c) A contagem do número de moradias ameaçadas e/ ou do número de moradias indicadas
para remoção foi preferencialmente realizada durante os trabalhos de campo visando a
obtenção de números mais precisos. Entretanto, nos casos em que esse procedimento
não foi possível, se procedeu à contagem do número de moradias (ameaçadas e/ou
indicadas para remoção) a partir das fotos oblíquas. Salienta-se que, em geral, a contagem
do número de moradias a partir das fotos oblíquas tende a resultar em um número menor
de moradias do que o número realmente existente;
d) As alternativas de intervenção foram apresentadas na ficha geral de campo;
e) Para relacionar as fotos oblíquas de baixa altitude e as fotos de campo com as fichas
utilizadas para registro das informações obtidas durante o mapeamento de campo, foi
definida uma simbologia de referência, conforme exemplo: sigla subprefeitura e número da
área: PA-11, número do setor: PA-11-01, grau de risco: PA-11-01 (R4), número da foto
vertical do setor Foto FV-PA-11.01, número da foto horizontal do setor: Foto FH-PA-11.01
e foto de campo do setor: Foto FC-PA-11-01.01; e
f) Inserção dos resultados em banco de dados georreferenciado integrado ao sistema da
Prefeitura do Município de São Paulo (Habisp - Sistema de Informações para Habitação
Social/ SEHAB – Secretaria Municipal de Habitação).

3 RESULTADOS
O mapeamento foi executado em 407 áreas em 26 das 31 subprefeituras do município quais
sejam: 07 na Zona Norte (com 107 áreas): Perus, Pirituba, Freguesia do Ó, Casa Verde, Santana,
Tremembé e Vila Maria; 07 na Zona Sul (com 176 áreas): Ipiranga, Jabaquara, Cidade Ademar,
Campo Limpo, M’Boi Mirim, Capela do Socorro e Parelheiros; 02 na Zona Oeste (com 24 áreas):
Butantã e Jaguaré e 10 na Zona Leste (100 áreas): Penha, Ermelino Matarazzo, São Miguel, Itaim
Paulista, Aricanduva, Itaquera, Guaianazes, Vila Prudente, São Mateus e Cidade Tiradentes
(Figura 1) e (Tabela 1).
Dos 1.179 setores de risco identificados, 57% correspondem a encostas enquanto os demais 43%
correspondem a margens de córregos ocupadas. Deste total, 161 setores (14%) apresentaram
probabilidade muito alta (R4) de ocorrência de processos destrutivos, 446 setores (38%) com
probabilidade alta (R3), enquanto os setores com probabilidade média (R2) e baixa (R1)
totalizaram 572 (49%). No conjunto de setores de risco identificados foram contabilizadas 105.816
moradias, das quais 28.933 classificadas em situação de risco muito alto (R4) e alto (R3), sendo
1.132 moradias indicadas para remoção definitiva. A Figura 2 mostra a distribuição do número de
setores de risco (1) e da quantidade de moradias (2) estimadas de acordo com o grau de
probabilidade de ocorrência de instabilizações.
Em muitos dos setores de risco identificados no mapeamento executado, as informações sobre a
probabilidade de ocorrência de processos destrutivos, a caracterização destes processos e a
indicação de alternativas de intervenção permitiu a definição das medidas adequadas para a
redução dos riscos.

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Figura 1: Mapa de localização das 31 Subprefeituras do
Município de São Paulo.

Tabela 1: Número de áreas mapeadas por Subprefeitura.


Subprefeitura Nº de Subprefeitura Nº de Subprefeitura Nº de
áreas áreas áreas
Cidade Ademar 24 Guaianases 17 Penha 05
Aricanduva 06 Ipiranga 04 Pirituba/Jaraguá 20
Butantã 21 Itaquera 12 Perus 24
Campo Limpo 32 Itaim Paulista 12 São Mateus 20
Capela do Socorro 42 Jabaquara 13 São Miguel 07
Cidade Tiradentes 07 Jaçanã/Tremembé 14 Santana 01
Casa Verde/ Cachoeirinha 21 Lapa 03 Vila Prudente/Sapopemba 08
Ermelino Matarazzo 06 M´Boi Mirim 50 Vila Maria/Vila Guilherme 02
Freguesia do Ó/Brasilândia 25 Parelheiros 11

(1) (2)

Figura 2: Distribuição dos setores de risco e quantidade de moradias por grau de risco.

Para os setores de probabilidade muito alta e alta foi proposta a implantação de sistemas de
monitoramento, até a efetivação das medidas preventivas pertinentes.
O exemplo de mapeamento de uma área com a ficha de um setor de risco e respectivas fotos de
sobrevôo e campo pode ser observada no Quadro 2 que apresenta o resumo da avaliação do
risco de um dos setores de área mapeada. A Foto 1 apresenta um exemplo de foto de helicóptero
na qual foram delimitados setores de risco identificados no mapeamento. As Fotos 2 e 3
apresentam características de setores de risco obtidas durante os trabalhos de campo.

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MAPEAMENTO DE RISCO 2009/2010 – FICHA DO SETOR
Nome: Parque das Flores III Setor SM-08-
Subprefeitura: São Mateus Área: SM-08
05
Data: 04/03/2010 Nome anterior:
Localização da Área: Acesso pela Av. Cidade de Mauá / Rua Portugal / Rua Japão
Referência Guia Mapograf 2010: 275O6 Tipo de Área: X Nova __Pref. __IPT __Unesp
Equipe IPT: Fabiana Checchinato Silva / Kátia Canil
Equipe Prefeitura:
DIAGNÓSTICO DO SETOR
Setor de encosta, com moradias de alvenaria e ruas não pavimentadas.
Encostas naturais com altura máxima de 20m e inclinação de 45o.
Talude de corte em solo residual com 4m de altura máxima e 90o de inclinação, com moradias
à 0m de distância do topo do talude. Taludes de aterro com 0,5m de altura máxima e
inclinação de 90o, com moradias à 2m de distância do topo do talude.
Ocorrem depósitos de lixo e entulho ao longo da encosta natural e em taludes de corte.
Apresenta trincas na moradia, trincas no terreno e cicatrizes de escorregamento.
Há concentração de água de chuva em superfície, lançamento de águas servidas em
superfície e vazamento de tubulação. O sistema de drenagem superficial é inexistente.
Há presença de árvores, vegetação rasteira e área de cultivo (bananeira).
DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE INSTABILIZAÇÃO
Setor com possibilidades de ocorrência de escorregamentos em encosta natural, talude de
corte, talude de aterro, depósito de encosta e erosão.
INTERVENÇÕES
- Não foram observadas obras no setor.
- Executar serviços de limpeza de lixo e entulho no setor.
- Executar sistema de drenagem superficial de topo e base no talude (águas pluviais, servidas
e/ou esgoto) no setor.
- Executar sistemas de drenagem superficial (águas pluviais, servidas e/ou esgoto) no setor.
- Executar melhoria nos acessos (vielas) integrando-os com o sistema de drenagem no setor.
- Executar remoção definitiva de moradias indicadas no setor.
- Executar a continuidade e finalização adequada do sistema de drenagem do setor SM-08-06
que concentram as águas pluviais lançando-as nas encostas deste setor.
GRAU DE PROBABILIDADE: R4 – MUITO ALTO
Quadro 2: Ficha Resumo do Setor.

Os resultados obtidos permitiram à administração municipal elaborar um plano estratégico de


intervenções para redução e controle dos riscos mapeados (São Paulo, 2003), com estimativa de
custos para as intervenções sugeridas para cada setor e o estabelecimento de uma seqüência de
prioridades para a execução de acordo com critérios técnicos estabelecidos. Estas duas
referências – o mapeamento e o plano estratégico vêm orientando a dotação orçamentária
municipal para este fim, os planos anuais de obras, as medidas de remoção de moradias e as
ações de monitoramento preventivo durante os períodos chuvosos.
Comparativamente, em relação ao mapeamento de 2003 houve uma redução significativa de
famílias em risco alto e muito alto, assim como uma redução de setores e/ou áreas de risco alto e
muito alto. Numa primeira análise, tal fato reflete o resultado das intervenções realizadas pela
PMSP, desde o reassentamento de famílias até as obras de reurbanização de favelas bem como
os altos índices de consolidação observados em algumas comunidades.
Muitas destas intervenções estão descritas nos relatórios técnicos. Cerca de 31% dos setores já
foram beneficiados pela implantação de obras, serviços ou reassentamentos. Estas intervenções
de grande porte, como obras de canalização e, sobretudo, grandes ações de reurbanização de
favelas, contribuíram significativamente para a redução do número de áreas críticas e para a
redução da quantidade de famílias em risco na Cidade. Ao mesmo tempo, intervenções de
pequeno porte e a realização de serviços de manutenção mostram-se fundamentais para evitar
que situações de risco controláveis tornem-se cenários de acidentes potenciais.
A partir de 2010, para os trabalhos junto às áreas de risco, os técnicos passaram a contar com o
Sistema HABISP que permite a integração de informações da Prefeitura e demais órgãos
públicos, possibilitando o planejamento conjunto e contínuo das intervenções, desde ações de

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caráter pontual até a implantação de programas municipais. Os dados permitem identificar, por
exemplo, se os limites de implantação de um parque linear coincidem com um setor de risco ou
verificar ainda se um projeto viário demandará a realocação de famílias de uma área de risco.

Foto 1. Delimitação dos setores de risco a partir da foto do sobrevoo de helicóptero,


realizado por meio da vistoria de campo. Área do Parque das Flores, Subprefeitura de São
Mateus, Zona Leste. (IPT, 2010).

Foto 2: Escorregamento de solo e exposição Foto 3: Cicatriz de escorregamento de solo,


das moradias ao risco R4 – Muito Alto. Área com moradias próximas à base e ao topo do
do Parque das Flores, Subprefeitura de São talude. Parque das Flores, Subprefeitura de
Mateus, Zona Leste. (IPT, 2010). São Mateus, Zona Leste. (IPT, 2010).

Por meio deste recurso, os técnicos da PMSP vêm identificando e readequando as ações
municipais desenvolvidas pelas Secretarias permitindo uma abordagem multidisciplinar e,
portanto, mais eficaz. Dentre as principais ações em andamento estão o Programa de
Urbanização de Favelas e Mananciais que incluem obras de infraestrutura e saneamento, bem
como a transferência de famílias para novas moradias, além de contribuírem para a preservação
das águas das principais represas que abastecem a cidade. O desassoreamento de córregos e a
implantação de obras de pequeno a médio porte, também vem sendo realizados como parte do
Programa de Intervenções em Áreas de Risco, assim como a manutenção das ações de zeladoria
para evitar o agravamento de situações de perigo potencial. A implantação dos Parques Lineares
ao longo de rios e córregos, antes ocupados por moradias irregulares, devolveu suas margens e
ampliou as áreas verdes e permeáveis de São Paulo. Cabe ressaltar que, integradas, essas ações
possibilitaram a redução do risco para áreas tidas como críticas, a exemplo das favelas
Paraisópolis e Nova Jaguaré.
Além das obras de infra-estrutura e do reassentamento de famílias, um sistema de gerenciamento
de risco eficaz deve contar também com ações locais preventivas, emergenciais e recuperativas.
Por esta razão, a Secretaria das Subprefeituras e as 31 Subprefeituras, definiram e vem adotando

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uma série de procedimentos operacionais padronizados – POP, específicos para o período
chuvoso. Ações como a sinalização de áreas perigosas, orientação à comunidade, monitoramento
e avaliação de encostas e remoção de material mobilizado por deslizamentos são alguns dos
exemplos de procedimentos específicos desta padronização que, além dos deslizamentos define
aqueles recomendados para situações de inundação, alagamentos e quedas de árvores. Cada
ação é detalhadamente descrita de forma a garantir a uniformização dos serviços realizados pelas
equipes técnicas e operacionais em cada subprefeitura e o rápido atendimento às áreas atingidas,
indo ao encontro das diretrizes do PPDC Municipal.
Atualmente as informações relativas a esses procedimentos assim como toda e qualquer
ocorrência em andamento na Cidade são monitoradas em tempo real pela Central de Zeladoria da
Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras. Além do acompanhamento dos dados
meteorológicos fornecidos pelo Centro de Gerenciamento de Emergências – CGE, do nível dos
piscinões e das condições das principais vias da cidade, a central permanece em contato direto
com as 31 Subprefeituras durante 24 horas. Alguns serviços emergências muitas vezes,
demandam grande contingente de operacionais ou máquinas e é neste momento que a Central
atua em conjunto com o Centro de Controle de Operações Integrada (CCOI), como facilitador da
ação integrada dos órgãos municipais e de outras esferas do governo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tratamento multidisciplinar e abrangente envolvendo desde o aprimoramento das técnicas de
mapeamento das áreas de risco, até a cuidadosa seleção de áreas passíveis de intervenção,
passando pela orientação e capacitação do poder público, visando à consolidação das ações de
prevenção de acidentes geológicos mostram a importância do trabalho integrado tanto do poder
público como da sociedade na construção de uma política eficaz de redução de desastres.

REFERÊNCIAS
CANIL K. et al. Mapeamento de risco em assentamentos precários nas zonas sul e parte da oeste
no Município de São Paulo (SP). 5° Simpósio Brasileiro de Cartografia Geotécnica, ABGE, São
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CARVALHO C. S. Análise quantitativa de riscos e seleção de alternativa de intervenção: exemplo
de um programa municipal de controle de riscos geotécnicos em favelas. In: WORKSHOP SOBRE
SEGUROS NA ENGENHARIA, 1, 2000, São Paulo. Anais...São Paulo: Associação Brasileira de
Geologia de Engenharia (ABGE), 2000, p. 49-56.
CERRI L. E. et al. Método, critérios e procedimentos adotados em mapeamento de risco em
assentamentos precários no Município de São Paulo (SP). 5° Simpósio Brasileiro de Cartografia
Geotécnica, ABGE, São Carlos. Anais... 2004
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mapeamento de riscos associados a escorregamentos em áreas de encostas e a solapamentos
de margens de córregos em favelas do município de São Paulo. Relatórios. São Paulo, 26 v.
MACEDO E. S. Elaboração de cadastro de risco iminente relacionado a escorregamentos:
avaliação considerando experiência profissional, formação acadêmica e subjetividade. Tese de
Doutorado, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista – Unesp,
2001. Rio Claro, 276 p.
MINISTÉRIO DAS CIDADES, CITIES ALLIANCE. Prevenção de riscos de deslizamentos em
encostas: Guia para elaboração de políticas municipais. Organizadores: Celso Santos Carvalho,
Thiago Galvão. Brasília: Ministério das Cidades; Cities Alliance, 2006.
MINISTÉRIO DAS CIDADES, INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE
SÃO PAULO – IPT. Mapeamento de riscos em encostas e margem de ríos. Organizadores: Celso
Santos Carvalho, Eduardo Soares de Macedo, Agostinho Tadashi Ogura. Brasília: Ministério das
Cidades; Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, 2007.
NOGUEIRA, F.R. (2002) Políticas públicas municipais para gerenciamento de riscos ambientais
associados a escorregamentos em áreas de ocupação subnormal. Tese de Doutorado, Instituto de
Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista – Unesp, Rio Claro, 253 p.
UNITED NATIONS RELIEF CO-ORDINATOR - UNDRO. UNDRO´S approach to disasters
mitigation. UNDRO News, Geneva. 20p, jan-fev. 1991.

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