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Relatório final com plano estratégico para redução dos riscos no município
de Guarulhos
Novembro de 2004
1.Introdução
1. Metodologia
O Plano de Redução de Riscos do Município de Guarulhos – PMRR é resultante dos
seguintes parâmetros técnicos:
a. O mapeamento de riscos
b. Estimativa de custos para redução de riscos
c. O Plano Diretor Municipal e as ações previstas de desenvolvimento urbano e da política
municipal de habitação
d. Critérios para priorização das intervenções
Grau de Descrição
probabilidade
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e
o nível de intervenção no setor são de baixa potencialidade para o desenvolvimento de
processos de escorregamentos e solapamentos.
R1 Não há indícios de desenvolvimento de processos de instabilização de encostas e de
Baixo margens de drenagens.
É a condição menos crítica.
Mantidas as condições existentes, não se espera a ocorrência de eventos destrutivos no
período de um ciclo chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e
o nível de intervenção no setor são de baixa potencialidade para o desenvolvimento de
R2 processos de escorregamentos e solapamentos.
Médio Observa-se a presença de alguma(s) evidência(s) de instabilidade (encostas e margens de
drenagens) porém incipiente(s).
Mantidas as condições existentes, é reduzida a possibilidade de ocorrência de eventos
destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de um ciclo
chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e
o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para o desenvolvimento de
processos de escorregamentos e solapamentos.
R3 Observa-se a presença de significativa(s) evidência(s) de instabilidade (trincas no solo,
Alto degraus de abatimento em taludes, etc.)
Mantidas as condições existentes, é perfeitamente possível a ocorrência de eventos
destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de um ciclo
chuvoso.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de terreno, etc.) e
o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para o desenvolvimento de
R4 processos de escorregamentos e solapamentos.
Muito Alto As evidências de instabilidade (trincas no solo, degraus de abatimento em taludes, trincas em
moradias ou em muros de contenção, árvores ou postes inclinados, cicatrizes de
escorregamento, feições erosivas, proximidade da moradia em relação ao córrego, etc. ) são
expressivas e estão presentes em grande número e/ou magnitude.
É a condição mais crítica.Mantidas as condições existentes, é muito provável a ocorrência
de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de
um ciclo chuvoso.
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PLANO MUNICIPAL DE REDUÇÃO DE RISCOS
Quadro 1. Critérios para definição do grau de probabilidade de ocorrência de processos de
instabilização do tipo escorregamentos em encostas ocupadas e solapamento de margens de córregos.
Como o mapeamento de risco tem por objetivo a redução e controle dos riscos
identificados, também é sugerida uma tipologia de intervenções para tal fim. Para isso, foi
adotada uma padronização dos diferentes tipos de intervenções, apresentada no quadro
seguinte, possibilitando o emprego de uma terminologia uniforme.
Resultados do mapeamento
Foi estimado um total aproximado de 2.275 moradias nestes setores, sendo que
1.850 sujeitas a processos de instabilização de taludes em encostas e 425 por processos
associados ao fluxo dos córregos.
Das moradias incluídas em setores de encostas, cerca de 694 (37,5%) encontram-se
em situação de probabilidade muito alta de ocorrência (R4); 718 moradias (38,8%) estão
sujeitas a instabilização com alta probabilidade (R3); 355 (19,1%) apresentam probabilidade
média (R2) e 83 (4,5%), baixa probabilidade de serem afetadas pela ocorrência de
processos destrutivos.
Entre as 425 moradias de setores em margens de córregos, cerca de 135 foram
consideradas sujeitas a probabilidade muito alta de sofrerem instabilização por solapamento
de margens e/ou ação direta das águas, 40 a probabilidade alta, 230 a média probabilidade
e 20 a baixa probabilidade.
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O Estatuto da Cidade prevê importantes instrumentos para o aprimoramento da gestão urbana e de redução de riscos à saúde
e de riscos naturais no contexto urbano, incluído o controle da ocupação de áreas de risco geotécnico e de inundação, a partir
dos instrumentos de regularização fundiária para a urbanização de favelas, podendo melhorar as condições sanitárias dessas
ocupações de baixa renda; reduzir riscos naturais e impactos sobre o meio ambiente.
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Usucapião Especial Urbano (individual/coletivo); Concessão de Uso Especial para fins de moradia (individual/coletivo). Zonas
Especiais de Interesse Social (ZEIS). Estatuto da Cidade – Lei nº 10.257/01 juntamente com a Medida Provisória nº 2.220 .
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Esses instrumentos independem do Plano Diretor e é importante ressaltar que, mesmo nos
casos em que o poder público não atuar neste campo, o indivíduo tem o direito à
regularização fundiária.
As áreas de risco devem ser compreendidas, dentro do quadro municipal, como as áreas
prioritárias para aplicação destes instrumentos e, fundamentalmente, para a aplicação dos
investimentos públicos.
Os programas de regularização fundiária precisam ser combinados com investimentos
públicos e políticas sociais e urbanísticas que gerem opções adequadas e acessíveis de
moradia social para os grupos de maior vulnerabilidade ao risco.
Sugere-se, portanto, que sejam adotados, na política habitacional do município, critérios
de prioridade para o atendimento das famílias que se encontrem em assentamentos de
maior vulnerabilidade.
As áreas que apresentam setores com riscos alto e muito alto, ambos com grande
porte e relação custo/moradia inferior a R$50 mil, estarão indicadas na lista de prioridade em
sua totalidade enquanto área; nos demais casos, serão indicados setores distintamente.
a. Considerações gerais
Embora as situações de risco associado a escorregamentos e processos
correlatos no município de Guarulhos envolvam um universo significativo de mais de 2
mil moradias, o risco ambiental urbano mais expressivo no município está vinculado à
densa e ampla ocupação das margens de córregos e planícies de inundação por
assentamentos precários.
b. Proposições gerais
• Aplicação anual de, pelo menos, R$10 milhões do orçamento municipal em obras
de redução de risco nas áreas mapeadas;
c. Proposições específicas
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Cadastro para titulação de famílias residentes em áreas desafetadas para recebimento da Concessão de Direito Real de Uso
– CDRU ou Permissão de Uso; Cadastro sócio econômico de famílias para intervenções urbanísticas; Cadastro sócio
econômico para inscrição no PAR – (programa específico que atribui pontuação de vulnerabilidade); Arrolamento de famílias e
domicílios para atendimento a expedientes diversos (regularização fundiária, reintegração de posse, intervenção de obras
publicas, remoção de área de risco, atualização e controle de registro).
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Programa Morar Melhor, Programa Mutirão, Programa Credito Solidário, PAR - Programa de Arrendamento Residencial; PAT-
PROSANEAR, PSH - Programa de Subsidio a Habitação de Interesse Social e outros.
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ZEIS - Zonas Especiais de Interesse Social compõem-se de áreas onde é necessário promover a regularização urbanística e
fundiária de assentamentos habitacionais com população de baixa renda existentes e consolidados, bem como de áreas livres
que possibilitem o desenvolvimento de programas habitacionais de interesse social. Art. 31. As áreas definidas como Zonas
Especiais de Interesse Social classificam-se em: I - ZEIS-A: assentamentos habitacionais consolidados, surgidos
espontaneamente e ocupados sem título de propriedade por população de baixa renda, carentes de infra-estrutura urbana; II -
ZEIS-L: áreas de loteamentos irregulares ou clandestinos consolidados; III - ZEIS-G: áreas livres ou glebas de terra não
utilizadas, não edificadas ou subutilizadas, adequadas à implantação de programas habitacionais de interesse social.
(PROJETO DE LEI Nº 085/2004).
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viabilização e destinação de programas habitacionais específicos para áreas de
assentamento precário (Programa de Áreas de Risco)
• Gestão junto à CEF para a viabilização e destinação de linhas de crédito de
programas habitacionais específicos para melhorias das condições de habitabilidade,
onde essa condição configura o risco - assistência técnica e cesta de materiais de
construção.
• Criar programa e projetos integrados para controle e destinação de novos usos em
áreas estabilizadas.
• Procurar disponibilizar terrenos municipais com infra-estrutura para a relocação de
famílias que se encontram em locais de maior risco;
• Incluir no programa de Revitalização Urbana – Operação Urbana Jacu-Pêssego – as
áreas de risco que se encontram dentro do perímetro ou mesmo lindeiras, como
ZEIS e criar instrumentos econômicos e tributários de indução de desenvolvimento
para aplicação direta nestas áreas.
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As Zonas de Uso Habitacional 1, 2, 3 e 4, são aquelas em que o uso é predominantemente habitacional e diferenciam-se
quanto ao grau de permissividade não residencial e quanto às características de uso e ocupação dos lotes.
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A Zona de Uso Misto é aquela em que as atividades comerciais, prestadores de serviços e industriais são executadas em
conformidade com o uso residencial
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A Zona de Influência Aeroportuária é aquela próxima à área do Aeroporto, onde as restrições de uso e ocupação do solo são
especificas.
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) A Zona de Uso Industrial é aquela em que o uso é predominantemente industrial
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As Zonas Aeroportuárias são aquelas que estão inseridas nas áreas 1 e 2 de ruído e também na zona de proteção do
aeródromo, conforme Portaria número 479/DGAC, de 07 de dezembro de 1992, que regulamentou a Portaria número
1.141/GM-5, de 08 de dezembro de 1987 e Portaria número 612, de 11 de fevereiro de 1994, do Ministério da Aeronáutica e
diferenciam-se quanto ao grau de permissividade de uso e de condições de ocupação dos lotes
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A Zona de Uso Rural é a área fora do perímetro urbano ou da área de expansão urbana ,que possui características
essencialmente de uso rural
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A Macrozona de Urbanização Consolidada caracteriza-se por áreas dotadas de média ou boa infra-estrutura urbana com alta
incidência de usos habitacionais, comércio e prestação de serviços que requeiram uma qualificação urbanística, têm maior
potencialidade para atrair investimentos imobiliários e produtivos e tendência à estabilidade ou até ao esvaziamento
populacional
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A Macrozona de Urbanização em Desenvolvimento é composta de áreas que requeiram melhorias urbanas significativas em
vista de: (I) - necessidade de infra-estrutura básica; (III) - grande incidência de loteamentos clandestinos e/ou irregulares e
favelas.
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A Macrozona de Dinamização Econômica e Urbana é composta por áreas de uso predominantemente industrial, comercial e
de serviços, com potencialidade de atrair novos investimentos imobiliários e produtivos, nas quais há moradias com alta
incidência de terrenos vazios e subutilizados ou áreas de circulação e preservação ocupadas, possuindo infra-estrutura
deficiente e sob forte influência do aeroporto internacional.
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A Macrozona de Uso Rural-Urbano é composta por áreas com características rurais, existência de núcleos urbanos, baixa
densidade populacional, rede precária de infra-estrutura e predominantemente ocupadas por habitações de população de baixa
renda ou áreas com características rurais incrustadas em regiões urbanas.
encosta
margem
risco moradias custo (R$)
diretamente Relação custo /
moradia atendida
afetadas
2.053.316,
13 a. JD. STA. INÊS 1 R3 ~ 55 37.333,
165.671,
13 b. JD. STA. INÊS 1 R4 2 82.835,
2.168.713,
2 R3 12 180.7726,
877.287,
15-16 – J. PARAÍSO 1 e 2 1 R3 ~20 43.864,
1.036.869,
17-18 – PARQUE MIKAIL 1 R4 ~53 19.563,
1.036.869,
2 R3 ~30 34.562,
1.311.215,
19. PARQUE MIKAIL 1 R4 14 93.658,
582.834,
2 R3 9 41.631,
786.592,
20. PARQUE PRIMAVERA 1 R4 5 157.318,
352.890,
2 R3 12 29.407,
7.346.781,
23 a. JARDIM NOVO 1 R4 ~300 24.489,
RECREIO / RECREIO SÃO 7.097.425,
JORGE 2 R3 ~150 47.316,
2 R3 ~72 1.649.899,
22.915,