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CARACTERIZAÇÃO,
PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS
E EXPLORAÇÃO DO SOLO
Flávia Gonçalves
Mateus Amarante Constancio
1ª edição
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A
2021
2
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Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Mariana Gerardi Mello
Revisor
Alana Dias de Oliveira
Flávia Gonçalves
Mateus Amarante Constancio
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
ISBN 978-85-5221-581-3
CDD 333.72
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2021
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3
CARACTERIZAÇÃO, PROPRIEDADES GEOTÉCNICAS E
EXPLORAÇÃO DO SOLO
SUMÁRIO
Origem e formação dos solos________________________________________________ 05
4
Origem e formação dos solos
Autor: Flávia Gonçalves
Leitor crítico: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
6
1.1 Afinal, o que é solo?
7
p. 31), define o solo como um sistema tridimensional de material
heterogêneo, estruturado e de caráter dinâmico, apresentando uma
fase sólida, constituída de minerais e compostos orgânicos, e outra
fase porosa, representada por porções líquidas e gasosas, ambas
responsáveis por catalisar diversas reações. Ao analisar esta definição,
você pode observar que o solo é um meio bastante complexo, cujas
características devem ser determinadas para que o profissional,
qualquer que seja a área de atuação, saiba como utilizá-lo.
ASSIMILE
Os termos técnicos que usamos quando atuamos na
área de Geotecnia são muito importantes. Sendo assim,
assimile que o que chamamos de rocha é aquele material
consolidado e não intemperizado. Solo é o resultado da
decomposição das rochas através do intemperismo físico
e químico, caracterizado por ser um material estruturado,
peculiar de determinado local e, via de regra, com função de
suporte para as obras civis. Por fim, denominamos terra o
solo desestruturado, sem função suporte.
Agora que você já compreende o que é o solo, você vai aprender qual
sua origem e como ele é formado. No entanto, antes de falar do solo
8
propriamente dito, é preciso conhecer seu material de origem – as
rochas – e o ciclo ao qual elas pertencem.
Todo solo tem como origem uma rocha. Por definição, rocha é um
material consolidado caracterizado pela união natural de minerais
(TEIXEIRA et al., 2000, p. 38). A principal forma de classificar os diferentes
tipos de rochas é quanto ao modo de sua formação na natureza,
podendo ser denominadas rochas ígneas, rochas sedimentares ou
rochas metamórficas.
a. Rochas magmáticas:
9
Figura 1 – Exemplos de rochas ígneas
A B
Fonte: jxfzsy/iStock.com. Fonte: Andreas Wass/iStock.com.
b. Rochas sedimentares:
10
químicas, e a coquina e o folhelho pirobetuminoso para as rochas
orgânicas.
c. Rochas metamórficas:
11
ou sedimentar, exposta a condições físicas de pressão e temperatura
elevadas, sem que seja atingido o ponto de fusão de seus minerais.
12
disposição das cores e a diferença, quando comparadas às suas rochas
de origem.
GRANITO ¹ GNAISSE
Regional
(por pressão)
Origina a ARGILITO ² XISTO
reorientação dos minerais
ARENITO ² QUARTZITO
Contato
(por temperatura)
Origina a CALCÁRIO ² MÁRMORE
recristalização dos minerais
13
tipos de rochas explicando como elas estão relacionadas umas com as
outras e com a evolução geológica do planeta Terra.
14
ASSIMILE
O tempo do ciclo litológico é baseado no tempo geológico.
Portanto, não espere conseguir ver um tipo de rocha se
transformar em outro durante a sua vida. Isso pode levar
milhões e milhões de anos. O que é importante é saber que
as rochas são mutáveis e que para chegar no caráter que
você vê hoje ao realizar uma obra, aquele material já passou
por inúmeras transformações.
Mas o que tudo isso tem a ver com a origem e formação do solo? Leia os
tópicos a seguir e você irá descobrir.
1.3 Intemperismo
15
são os aluminossilicatos–caulinita, vermiculita, esmectita–e os óxidos,
hidróxidos e oxidróxidos–que podem ser de Fe, Mn, Al e Ti.
16
Na ocorrência do intemperismo químico, há modificação química ou
mineral das rochas de origem. O principal agente é a água, que regula
ou atua diretamente em mecanismos importantes, como a oxidação,
a hidratação, a dissolução, a carbonatação e até mesmo os efeitos
químicos da vegetação.
17
catalisar diversas reações químicas, além de terem substancial influência
na desintegração mecânica do meio.
18
suscetibilidade dos constituintes minerais, sem que haja o tempo
suficiente para que o solo se desenvolva, os processos de desintegração
e degradação ocorram, não teremos um perfil de solo estabelecido.
A ação dos fatores que controlam a formação do solo rege como este
estará na natureza. É comum dizermos que o perfil do solo estará
apresentado em camadas dispostas geralmente na horizontal. A
Figura 6 apresenta um perfil hipotético e os possíveis horizontes (ou
camadas) de solo.
19
O perfil apresentado mostra as características de cada camada. Nem
todos os solos apresentam todas as camadas, nem todo solo também
está estruturado sobre o seu material de origem. A importância de
compreender os diferentes perfis de solo, para a área da construção
civil, está vinculada na inferência dos possíveis comportamentos que as
obras podem ter. A primeira maneira de distinguir e começar a pensar a
respeito do comportamento de um dado perfil do solo é sabendo qual a
sua classificação pedogenética, conforme explicado a seguir.
20
não) de duas variáveis muito úteis para a construção civil: a resistência e
a permeabilidade do solo em relação a profundidade, considerando um
solo residual e um solo sedimentar.
TEORIA EM PRÁTICA
Um engenheiro geotécnico foi escolhido para fazer o
projeto de um viaduto para uma cidade bastante afastada
do local onde mora. Como ainda não foram ajustados os
21
detalhes da contratação, e o tempo é curto, ele começa a
fazer pesquisas voltadas para a descrição dos tipos de solo
que tipicamente são encontrados na região. Ele descobre
que o principal substrato rochoso encontrado naquelas
redondezas é o basalto, oriundo de derrames vulcânicos,
que os perfis de solo são residuais e bem desenvolvidos. Se
você fosse este engenheiro, o que você poderia dizer sobre
o substrato rochoso? E sobre o possível comportamento
do solo frente à alocação dos elementos de fundação
do viaduto?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
22
Fonte: <https://rachacuca.com.br/educacao/vestibular/
unicamp/2013/primeira-fase/13/>. Acesso em: 30 maio 2019.
23
2. Uma rocha é um agregado sólido que ocorre
naturalmente e é constituído por um ou mais minerais.
Considerando os diferentes tipos de rochas existentes,
analise as afirmações a seguir:
24
( ) O material parental é o que determina se um solo será
residual ou transportado. Se ele for de fácil ataque
químico certamente formará um perfil residual.
a. V - V - F.
b. V - F - F.
c. F - F - V.
d. F - V - V.
e. F - V - F.
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CAMPOS, M.S. Origem e formação dos solos. 2014. 38 p. Disponível em: https://
docplayer.com.br/59600809-Origem-e-formacao-dos-solos.html. Acesso em: 30
maio 2019.
25
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações: Fundamentos. 6. ed. Rio de
Janeiro: LTC–Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1988. 244 p.
COUTO, C. Conceitos e Processos relativos à formação das Rochas
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conceitos-e-processos-relativos.html. Acesso em: 18 jun. 2019.
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EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos (Rio de Janeiro, RJ). Sistema
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GUIA DO ESTUDANTE. Características dos solos–Curso Enem Play. 2016.
Disponível em: https://images.app.goo.gl/Xfv5SDsgubMQKweo6. Acesso em: 26
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MacGraw Hill, 1941. 281 p.
KER, J.C. et al. Pedologia: Fundamentos. 1. ed. São Paulo: Sociedade Brasileira de
Ciência do Solo, 2012. 343 p.
MUSEU HEINZ EBERT. Departamento de Petrologia e Metalogenia–Rio Claro/SP,
2019. Disponível em: https://museuhe.com.br/rochas/rochas-igneas/texturas-de-
rochas-magmaticas/trama-de-rochas-igneas/. Acesso em: 20 jun. 2019.
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pin/861524603691436420/. Acesso em: 26 maio 2019.
RAINHO, A. R. Classificação de rochas sedimentares. 2011. Disponível em: https://
pt.slideshare.net/ritarainho/16-classificao-sedimentares. Acesso em: 18 jun. 2019.
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 558 p.
VARGAS, M. Introdução à Mecânica dos Solos. São Paulo: Mcgraw-Hill do Brasil,
Ed. Da Universidade de São Paulo, 1977, 509 p.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
Resolução: Apenas as afirmações I e IV estão corretas.
Correção II – Considerando a grande variabilidade de processos
pedogenéticos que podem ser observados para a formação dos
solos, não necessariamente todos os perfis de solo apresentaram
todas as camadas/horizontes.
26
Correção III – A atividade biológica não auxilia necessariamente na
execução de um projeto de obra civil.
Questão 2 – Resposta: A
Resolução: Estão corretas apenas as afirmações I e III.
Correção: II – As rochas magmáticas extrusivas são as rochas
formadas pelo magma solidificado na superfície, por exemplo,
o basalto. Rochas magmáticas intrusivas são aquelas em que o
resfriamento acontece no interior do globo terrestre e entre suas
principais características temos que a cristalização de minerais
ocorre de modo lento, possibilitando a criação de minerais maiores,
visíveis ao olho nu.
Questão 3 – Resposta: C
Resolução: F - F - V.
Correção I – O que determina se um solo será residual ou
sedimentar está relacionado ao transporte dos materiais formados
a partir do intemperismo da rocha mãe. Se o transporte for
mais rápido/maior do que a degradação ou decomposição, os
sedimentos serão transportados até serem estruturados em outro
local. Caso contrário, ficarão sob a rocha e formarão um solo
residual. O material parental determina os tipos de minerais dos
quais será constituído o solo.
27
Correção II – O clima tem influência no intemperismo, sobretudo
devido aos parâmetros temperatura e precipitação. Ambos podem
atuar conjuntamente, por exemplo, quando observamos perfis
desenvolvidos em regiões com temperatura elevada e grande
incidência de chuvas.
28
Textura e estrutura dos solos
Autor: Flávia Gonçalves
Leitor crítico: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
30
c. Areia média: 0,20 < D < 0,60 mm.
d. Areia fina: 0,06 < D < 0,20 mm.
e. Silte: 0,002 < D < 0,06 mm.
f. Argila: D < 0,002 mm.
31
(tato, visão e olfato, principalmente), sendo brevemente descrita pela
NBR 6484 (ABNT, 2020). A partir da sensação ao tato do solo nas mãos,
é possível determinar se há apenas grãos de areia (mais áspero) ou
se há também partículas de argila e silte (mais sedosos). A resistência
à compressão dos dedos pode definir se o solo é mais argiloso (mais
resistente) ou mais siltoso (mais frágil). Já a moldagem de esferas ou
cilindros com o solo úmido permite observar se o solo possui mais argila
(mais plástico e moldável) ou mais areia (menos plástico e moldável).
Quando se coloca uma amostra de solo em um recipiente com água,
pode-se notar a diferença entre os tempos de sedimentação das
diferentes partículas, onde a areia sedimenta muito mais rápido que a
argila. Outras análises ainda podem ser feitas, contudo, é necessário
ressaltar que estes procedimentos não são completamente confiáveis,
haja vista a subjetividade envolvida.
Deste modo, ela deve ser usada apenas como uma identificação prévia
e estimada. Quer exemplos de como ela pode ter interpretações
equivocadas? Imagine que uma pessoa percebe a amostra muito áspera,
enquanto outra presta mais atenção na sujidade que esta deixa ao ser
esfregada sobre a pele. Um pode afirmar que a amostra é puramente
granular, composta apenas por grãos visíveis a olho nu, enquanto a
outra pode afirmar que, na verdade, há torrões ou aglomerados de
partículas de argila que podem ser desfeitos até dimensões menores.
Qual das duas pessoas está correta? Não há como saber apenas com as
afirmações feitas.
32
Em laboratório, é possível realizar o ensaio de granulometria conjunta,
baseado na NBR 7181 (ABNT, 2016), composto pelos procedimentos de
peneiramento (para partículas maiores que 0,075 mm de diâmetro) e
sedimentação (para partículas menores que 0,075 mm de diâmetro).
Neste método conjunto, a textura do solo é definida obtendo-se a
proporção exata de cada fração textural presente na amostra por meio
da curva resultante, chamada de curva granulométrica, como mostra
a Figura 1. Nesta mesma figura, abaixo da curva, está representada a
escala granulométrica, segundo a NBR 6502, citada no início do capítulo,
que fornece a faixa de variação de tamanho de partícula em cada
fração textural.
33
do solo por meio do triângulo textural (Figura 2) quando se tem um
solo composto apenas por argila, silte e areia. Esta textura auxilia na
tomada de decisão de projetos e obras, uma vez que ajuda a apontar
características preponderantes do comportamento do solo.
D60
Cu =
D10
Equação 1
34
Onde D60 é o diâmetro referente a 60 % em massa de partículas
menores que ele;
2
D30
Cc =
D60 * D10
Equação 2
35
Em posse dos valores destes parâmetros, o solo pode ser classificado
conforme descrito na Quadro 2:
36
ASSIMILE
Quando se diz que o solo é mal graduado ou uniforme,
significa que há apenas uma pequena faixa de tamanho
de partículas em sua composição. Já quando se diz que o
solo é bem graduado e desuniforme, significa que ele
possui uma extensa faixa de tamanhos de partículas em
sua composição. Por fim, um solo com granulometria
descontínua é carente de alguma faixa específica de
tamanho de partículas.
a. Granular simples:
Neste caso, grãos com diâmetros maiores que 2.10-5 m são depositados
e acomodados em sedimentos argilosos, dando origem a uma estrutura
de característica arenosa fofa que pode ser adensada por meio de
vibrações. Esta formação se dá pela predominância do peso das
partículas em relação ao atrito entre elas e os sedimentos, provocando
uma rotação e consequente acomodação (Figura 5 (A)).
37
b. Alveolar:
c. Floculenta:
d. Esqueleto:
38
(d)
39
decisão prévia ou ainda guiá-lo para decidir quais outras análises devem
ser feitas para uma execução segura de qualquer projeto geotécnico.
TEORIA EM PRÁTICA
Um engenheiro geotécnico foi solicitado para realizar uma
análise prévia de um solo localizado no interior do seu estado,
onde não havia nenhum tipo de informação resultante de
ensaios de campo ou laboratório. Por meio de análise visual-
tátil, ele observou que o solo possuía grãos com sensação
sedosa e que sujavam sua mão. Além disso, ao manusear
o solo úmido, o engenheiro conseguiu moldar uma esfera
facilmente. Ao pressionar o torrão de solo seco entre os
dedos, percebeu que era difícil de desfazê-lo. A partir destas
informações, o que você diria sobre a textura do solo?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
I. Alta permeabilidade.
40
III. Baixa porosidade.
V. Baixa coesão.
41
( ) Solo com granulometria uniforme e mal graduado.
( ) Cc < 1.
( ) Cu > 15.
a. B - C - A - B - A.
b. C - B - A - A - C.
c. B - C - C - B - A.
d. C - B - A - B - A.
e. A - C - A - C - B.
Referências Bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6484: Solo – Sondagens de
simples reconhecimentos com SPT – Método de ensaio. Rio de Janeiro. 2020.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7181: Solo – Análise
Granulométrica. Rio de Janeiro. 2016 Versão corrigida: 2:2018.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6502: Rochas e solos. Rio de
Janeiro. 1995.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações: Fundamentos. 6. ed. Rio de
Janeiro: LTC–Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1988. 244 p.
DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 6. ed. São Paulo: Thomson
Learning, 2007. 577 p. Tradução da 6ª edição norte-americana.
IFF-RS. Instituto Federal de Educação, Ciência de Tecnologia Farroupilha. Caderno
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42
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Piracicaba: ESALQ/USP, 2017. 223 p.
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Acesso em: 22 jun. 2019.
PINHEIRO, M. L. et al. Avaliação experimental de blocos prensados de solo-cimento
com adição de grits. Ambiente Construído, 13 (2): p. 29-46. Porto Alegre, RS, 2013.
SOUSA PINTO, C. Curso básico de Mecânica dos Solos: com exercícios resolvidos
em 16 aulas. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. 355p.
REINERT, D. J.; REICHERT, J. M. Propriedades físicas do solo. Universidade Federal
de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais. Santa Maria, RS, 2006. 18 p.
TERZAGHI, K. Soil mechanics in engineering practice. New York, John Wiley &
Sons, 1967. 729p.
VARELA, M. Granulometria. Disponível em: http://docente.ifrn.edu.br/marciovarela/
disciplinas/materiais-de-construcao/granulometria-1/granulometria. Acesso em: 20
jun. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
Resolução: Apenas as afirmações I, IV e V estão corretas.
Correção II – Solos grossos possuem alta suscetibilidade à erosão
por apresentarem menor coesão.
Questão 2 – Resposta: C
Resolução: Seria classificado como uma areia argilo siltosa, uma
vez que possui maior quantidade de areia, seguido de argila e silte.
Questão 3 – Resposta: A
Resolução: B - C - A - B - A.
43
O solo A é denominado de bem graduado e desuniforme por
possuir partículas de tamanhos variados e graduais. O solo B possui
pouca variedade de tamanho de partículas, compreendendo uma
pequena faixa da curva granulométrica, sendo denominado de
mal graduado e uniforme. Já o solo C não possui partículas em
uma faixa específica de tamanho, sendo denominado de solo com
granulometria descontínua. Valores de Cc < 1 são referentes a solos
mal graduados, assim como o solo B. Cu > 15 refere-se a solos
desuniformes, assim como o solo A.
44
Ensaios de Campo: SPT, SPT-T, CPT
e Ensaio da Palheta (VaneTest)
Autor: Flávia Gonçalves
Leitor crítico: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
Dito isto, neste capítulo você irá conhecer alguns dos métodos de
investigação do subsolo mais empregados atualmente, todos realizados
em campo, compreendendo sua finalidade e possíveis interpretações de
resultados.
1.1 SPT
46
devido a golpes aplicados pela queda de um martelo padronizado de
65 kg a uma altura de 75 cm. O NSPT é o número de golpes equivalente
ao necessário para o avanço de 30 cm do amostrador, após terem sidos
avançados 15 cm inicialmente, representativo da camada de solo na qual
se fez a cravação. O esquema do ensaio é mostrado na Figura 1.
47
Complementando esses prescritos, a NBR 6484 (ABNT, 2020) afirma que
é responsabilidade da contratante a locação dos furos.
48
f. Hastes: são tubos metálicos retilíneos acoplados com roscas ou
luvas que partem da cabeça de bater até o topo do amostrador,
transferindo a energia do golpe para a cravação, com diâmetro
interno de 25 mm e massa de 3,23 kg/m.
49
Para a execução do ensaio, primeiramente escava-se o furo com o
auxílio de um trado concha ou heicoidal até a profundidade de 1
metro. Apoia-se o equipamento com o amostrador no fundo deste
furo e marca-se na haste três segmentos de 15 cm, sendo seguido da
aplicação dos golpes (por meio de sistema manual ou mecanizado)
até o amostrador atingir os 45 cm de cravação. Recolhe-se a amostra
de solo de dentro do amostrador e em seguida, com o auxílio de um
trado concha ou helicoidal, a escavação do furo é avançada até se
atingir o novo metro para a repetição dos procedimentos anteriores.
Para cada metro de profundidade, anota-se o número necessário
para a cravação de cada segmento, por exemplo, 4/15, 10/15,
14/15. O NSPT será a soma do número de golpes para a cravação dos
últimos 30 cm, no caso do exemplo anterior, NSPT = 10 + 14 = 24.
Assim, é possível inferir a resistência e obter amostras de solo para
cada metro de sondagem, até a profundidade exigida em projeto,
traçando o perfil do subsolo, como mostra o relatório da Figura 3.
Vale ressaltar que o NSPT de cada metro é o referente ao número de
golpes dos 45 cm antes de alcançar este metro. Por exemplo, após
a perfuração até 1 metro com o trado, o NSPT dos 45 cm de cravação
seguintes, equivalendo à profundidade de 1,45 m será referente ao
NSPT da profundidade de 2 metros.
50
Figura 3 – Exemplo de relatório de SPT
Ainda segundo a norma NBR 6484 (ABNT, 2020), a respeito dos critérios
que regem o fim do ensaio:
51
II. Até a profundidade na qual forem obtidos 8m de resultados
consecutivos com N iguais ou maiores que 30 golpes.
III. Até a profundidade na qual forem obtidos 6m de resultados
consecutivos com N iguais ou maiores que 35 golpes.
Caso o solo seja muito mole, pode ser que apenas um golpe do martelo
seja suficiente para avançar o amostrador mais que os 15 cm iniciais.
Assim, adota-se o número de golpes como 1/30, equivalendo a 30 cm
de cravação apenas com um golpe. De forma contrária, quando o solo
é muito resistente, necessitando de mais de 30 golpes (limite para que
não haja danos ao equipamento) para que o amostrador avance 15 cm.
Neste caso, anota-se o resultado como 30/15, por exemplo (SCHNAID;
ODEBRECHT, 2012, p. 27).
52
ASSIMILE
O valor de NSPT de cada camada é igual à soma do número
de golpes necessários para a cravação do amostrador nos
últimos 30 cm. Os golpes dos primeiros 15 cm não são
levados em consideração no valor final do ensaio de cada
camada, uma vez que pode haver “embuchamento” do solo
dentro do amostrador neste trecho.
1.2 SPT-T
53
A partir dos valores de torque, é possível encontrar o atrito lateral entre
o amostrador e o solo, segundo a Equação 1:
T
Ft =
(40, 53* h − 17, 40)
Equação (1)
1.3 CPT
54
Figura 5 – Esquema do equipamento CPT e detalhes do cone
55
A classificação do solo por profundidade é feita por meio de correlação
de ábacos de classificação (Figura 7), uma vez que neste ensaio não há
coleta de amostras.
56
Segundo Hachich et al. (1998, p. 131), este ensaio tem como vantagens a
rapidez na execução e maior confiabilidade e quantidade de resultados
por camada. Além disso, as características do material prospectado
podem ser obtidas por correlações por meio de um ensaio que minimiza
as perturbações no solo (devido principalmente à variação do estado de
tensões, choques e vibrações) e é reconhecidamente mais preciso que o
SPT. Como desvantagem, no entanto, necessita de um treinamento mais
especializado para sua execução, ou seja, mão de obra qualificada, não
coleta amostra para inspeção visual, há a dificuldade para transportar
o equipamento em regiões de difícil acesso e o equipamento não
penetra camadas muito densas e/ou com a presença de pedregulhos
e matacões, exigindo expertise do profissional que for avaliar seus
critérios de parada.
57
Segundo Schnaid e Odebrecht (2012, p. 128), este procedimento consiste
na cravação de uma palheta em formato de cruz submetida a um torque
para cisalhar o solo por uma rotação constante. O valor do torque (T)
multiplicado pela rotação resulta no valor de Su , uma estimativa de
resistência não drenada (coesão) de argilas moles a muito moles. O
esquema do ensaio está ilustrado na Figura 8.
58
Figura 9 – Curva torque versus rotação angular (A) e relatório típico
do ensaio de palheta (B)
59
dos resultados. Sendo assim, existe algumas recomendações a respeito
disso, como por exemplo:
60
TEORIA EM PRÁTICA
Um engenheiro geotécnico foi solicitado para realizar
uma análise do subsolo de uma região em que não se
tinha informação alguma. Os recursos não eram muito
abundantes e a equipe disponível para realizar o ensaio de
campo não tinha treinamento para realizar ensaios mais
modernos e tecnológicos. Diante disso, qual tipo de ensaio
de investigação do subsolo você indicaria?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
I. SPT-T.
II. CPT.
III. SPT.
61
d. Apenas as afirmações III e IV estão corretas.
e. Todas as afirmações estão corretas.
( ) 2 sondagens.
( ) 3 sondagens.
62
( ) 5 sondagens.
( ) 8 sondagens.
a. D - B - C - A.
b. A - C - B - D.
c. A - C - D - B.
d. B - A - C - D.
e. C - A - D - B.
Referências Bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6484: Solo – Sondagens de
simples reconhecimentos com SPT – Método de ensaio. Rio de Janeiro. 2020.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8036: Programação de
sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações de edifícios. Rio
de Janeiro. 1983.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10905: Solo – Ensaios de
palheta in situ. Rio de Janeiro. 1989.
ASTM. American Society for Testing and Materials. ASTM D-3441: Standard test
method for deep quasi-static, cone and friction-cone penetration tests of soils. 2016.
BUDHU, M. Fundações e estruturas de contenção. 2. ed. Rio de Janeiro: LCT, 2017.
COSTA BRANCO, C.J.M. Notas de Aula – Fundações e Obras de Terra. 2017.
HACHICH W. et al. Fundações: Teoria e Prática. 2. ed. São Paulo: Pini, 1998. 762 p.
ROBERTSON, P. K. Soil classification using the cone penetration test. Canadian
Geotechnical Journal, v. 27, n. 1, 1990, p. 151-158.
SCHNAID F.; ODEBRECHT E. Ensaios de campo e suas aplicações à Engenharia de
Fundações. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2012. 254 p.
VELLOSO, D.A.; LOPES, F.R.– Fundações. v. 2. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.
63
Gabarito
Questão 1 – Resposta: A
Resolução: Apenas as afirmações I e III estão corretas.
Correção II – O ensaio CPT não fornece o nível d’água, a não ser que
seja do tipo CPT-U.
Questão 2 – Resposta: D
Resolução: O NSPT equivale à soma do número de golpes dos 30
cm finais da cravação do amostrador, sendo os 15 cm iniciais
desprezados.
Questão 3 – Resposta: C
Resolução: A - C - D - B
Edificação A – 198 m²: área menor que 200 m², então faz-se 2
sondagens, no mínimo.
Edificação C – 350 m²: área entre 200 e 400 m², então faz-se 3
sondagens no mínimo.
Edificação D – 985 m²: área menor que 1.200 m², então o número
mínimo de sondagens será = 985/200 = 4,93 = 5 sondagens.
64
Ensaios de Laboratório
Autor: Flávia Gonçalves
Leitor crítico: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
66
Você deve estar se perguntando, mas em que saber sobre as fases do
solo vai me ajudar a entender melhor quais são e como realizamos os
ensaios de laboratório para caracterizar e determinar o comportamento
de um solo? A resposta está ligada ao conceito dos índices e
parâmetros físicos.
67
ASSIMILE
Comumente não realizamos as determinações em função
do peso, mas sim da massa do material, isso porque é mais
fácil relacionar as determinações feitas em laboratório a
partir da massa aferida em balanças de precisão, sem a
influencia intrínseca da gravidade. Sendo assim, os termos
de peso específico ( γ ) descritos anteriormente, cuja
unidade é kN/m³, podem ser escritos em unidades mais
usuais de massa específica ( ρ ), com a unidade de g/cm³.
• Umidade gravimétrica:
( P1 − P0 ) − ( P2 − P0 )
ωgravimétrica (%)
= × 100 Equação 1
( P2 − P0 )
68
Dois exemplos de cálculo de umidade são apresentados a seguir:
( 501 − 39 ) − ( 403 − 39 )
Resolução: ωgravimétrica (%)
= = × 100 26,9%
( 403 − 39 )
Mw
Ms
W (%)
Média W (%)
69
Resolução:
70
Figura 2 – Esquema da balança hidrostática utilizada para
determinação do peso específico do solo
A B C
D E F
71
M parafina
V( parafina ) = Equação 3
γ parafina
72
Relembrando, o peso específico dos sólidos é a relação entre a
massa de sólidos e o volume de sólidos. A massa de sólidos pode ser
determinada se tivermos a umidade da amostra e a massa úmida
da mesma. Já para a determinação do volume, ao considerarmos a
massa específica da água igual a 1,0 g/cm³, podemos pesar um dado
recipiente totalmente preenchido com água e em seguida preenchido
com solo e água. Com estes dados podemos considerar a diferença
entre eles como sendo a massa (ou volume) de água deslocada. Logo,
temos indiretamente o volume que as partículas sólidas ocupam
dentro do recipiente.
M1
ρs = Equação 5
M1 + M3 − M2
73
Figura 4 – Representação do ensaio de massa específica dos sólidos
A B C
68,52
Resolução: =ρs = 2,79g / cm 3
68,52 + 807,31 − 851,25
74
Mw
Teor de umidade ωgravimétrica =
Ms
M
Massa de sólidos (ou massa seca): Ms =
1+ ω
M γ s . (1 + ω )
Massa específica natural γ nat
= =
V (1 + e )
MS
Massa específica dos sólidos γs =
VS
mS γ γs
Massa específica aparente seca γd
= = =
V (1 + ω ) (1 + e )
γs
Densidade relativa dos grãos G=
γw
MSAT γ s + e . γ w
Massa específica saturada γ sat
= =
V (1 + e )
Massa específica submersa
VV γ s n
Índices de vazios e= = − 1=
VS γ d 1− n
Porosidade
Vw ω . γ s
Grau de Saturação =
Sr =
VV e . γ w
75
Figura 5 – Divisão dos ensaios realizados para a determinação da
granulometria do solo em função dos tamanhos das partículas
Fonte: elaborada pela autora com imagens de Souza Silva (2017, pg. 30-31).
Para a fração fina do solo (partículas menores que 0,075 mm), utiliza-
se o método de sedimentação contínua em meio líquido. A Figura 6
esquematiza a diferença da observação da sedimentação de duas
partículas de diâmetros diferentes em um mesmo meio ao longo do
tempo. É possível compreender que partículas maiores sedimentam
com uma velocidade maior, ou seja, mais rapidamente que partículas
menores. Deste modo, baseado na lei de Stokes, o método descreve
a relação entre o diâmetro das partículas (D) e a sua velocidade de
sedimentação (v) em um meio líquido onde a viscosidade (μ) e peso
específico (g) são conhecidos.
76
Figura 6 – Esquema de sedimentação das partículas ao longo do tempo
A B C D
t0 = 0 t1 t2 t∞=∞
77
sedimentação deve ser anotada. Em seguida, deve-se mergulhar o
densímetro na solução e efetuar as leituras de densidade nos tempos de
sedimentação (t) de 0,5, 1, 2, 4, 8, 15 e 30 minutos, 1, 2, 4, 8 e 24 horas, a
contar do início da sedimentação. É necessário retirar o densímetro da
dispersão nas leituras depois dos dois primeiros minutos e fazer leitura
da temperatura do meio para futuras correções.
78
1’’ 25,40 16 1,19
3/4’’ 19,00 18 1,000
1/2’’ 12,70 20 0,840
3/8’’ 9,50 25 0,710
4’’ 4,80 30 0,590
5 4,00 35 0,500
6 3,36 40 0,420
7 2,83 45 0,350
8 2,38 50 0,297
- - 60 0,250
- - 70 0,210
- - 80 0,177
- - 100 0,149
- - 120 0,125
- - 140 0,105
- - 200 0,074
- - 270 0,037
79
Figura 7 – Exemplo de planilha preenchida com os dados do ensaio
de granulometria conjunta
Análise Granulométrica
NBR : 7181
Classificação : Amostra X Sondagem : X Saco : X Bloco : X
Poço : Prof: X (m)
Local: XXXXXXXXXXX Data : XX/XX/XXXX Operador : XXXXXXXXX
PENEIRAMENTO GROSSO PENEIRAMENTO FINO
TEOR DE UMIDADE TEOR DE UMIDADE
Determinação 1 2 3 Determinação 1 2 3
Cápsula n.o - - - Cápsula n.o 467 59 281
Ms+Mw+Mc (g) - - - Ms+Mw+Mc (g) 62,14 80,95 70,14
Ms+Mc (g) - - - Ms+Mc (g) 60,92 79,28 68,73
Mc (g) - - - Mc (g) 10,83 10,57 10,66
Mw (g) - - - Mw (g) 1,22 1,67 1,41
Ms (g) - - - Ms (g) 50,09 68,71 58,07
ω (%) - - - ω (%) 2,44% 2,43% 2,43%
ω média (%) - ω média (%) 2,43%
ANTES DO ENSAIO - PENEIRAMENTO GROSSO ANTES DO ENSAIO - PENEIRAMENTO FINO
M= - (g) M= 122,00 (g)
ω = - (%) ω = 2,43% (%)
Ms = - (g) Ms = 119,10 (g)
γs = - (g/cm3) ρs = 2,70 (g/cm3)
Obs: Não havia partículas retidas na peneira #10, portanto não foi executado o Obs: Com defloculante
ensaio de peneiramento grosso Hexametafosfato de sódio
Defloculante : 125 ml Densímetro: 166
Tipo : hexametafosfato
Volume :
RESULTADOS - PENEIRAMENTO GROSSO RESULTADOS - PENEIRAMENTO FINO
Peso da amostra seca Peso da amostra seca
# Diâmetro (mm) Pp ( % ) # Diâmetro (mm) Pp ( % )
Retido (g) Que passa (g) Retido (g) Que passa (g)
1'' 25,000 0,00 - 100% 10 2,000 0,00 119,10 100,00%
3/4'' 19,000 0,00 - 100% 16 1,200 8,17 110,93 93,14%
1/2'' 12,500 0,00 - 100% 30 0,600 5,08 105,85 88,88%
3/8'' 9,500 0,00 - 100% 40 0,420 18,89 86,96 73,02%
4 4,800 0,00 - 100% 50 0,300 6,45 80,51 67,60%
100 0,150 15,64 64,87 54,47%
200 0,075 11,90 52,97 44,48%
SEDIMENTAÇÃO
Horário t L T Lc ρw μ Di P (< Di )
Data Correção (AL) Z
(hh:mm) (min) leitura ( °C ) Leit. Corrig. (g/cm³) ( Pa*s ) ( mm ) (%)
0,5 35,5 25,0 4,6 30,9 14,07 0,9971 9,13 0,0679 41,13%
1 27,5 25,0 4,6 22,9 15,56 0,9971 9,13 0,0505 30,48%
2 26,0 25,0 4,6 21,4 15,84 0,9971 9,13 0,0360 28,49%
5 24,2 25,0 4,6 19,6 16,18 0,9971 9,13 0,0230 26,09%
10 22,1 25,0 4,6 17,5 16,57 0,9971 9,13 0,0165 23,30%
20 20,0 25,0 4,6 15,4 16,97 0,9971 9,13 0,0118 20,50%
40 18,0 25,0 4,6 13,4 17,34 0,9971 9,13 0,0084 17,84%
80 15,6 23,0 4,8 10,8 17,83 0,9976 9,56 0,0062 14,38%
240 11,7 26,0 4,3 7,4 18,46 0,9968 8,92 0,0035 9,85%
1440 8,0 27,0 3,8 4,2 19,06 0,9965 8,72 0,0014 5,59%
25,000 100,00%
90%
Porcentagem que passa ACUMULADA (%)
19,000 100,00%
12,500 100,00%
80%
9,500 100,00%
4,800 100,00%
70%
2,000 100,00%
1,200 93,14%
60%
0,600 88,88%
0,420 73,02%
50%
0,300 67,60%
0,150 54,47%
40%
0,075 44,48%
0,0679 41,13%
0,0505 30,48% 30%
0,0360 28,49%
0,0230 26,09% 20%
0,0165 23,30%
0,0118 20,50% 10%
0,0084 17,84%
0,0062 14,38% 0%
0,0035 9,85% 0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000
0,0014 5,59%
Diâmetro dos grãos (mm)
80
Nota: células em amarelo – anotar durante o ensaio; L: leitura do densímetro; T:
temperatura no momento da leitura; AL: correção da leitura; LC: leitura corrigida; Z:
altura de queda da partícula – dependente da curva de calibração do densímetro –
são duas equações de primeiro grau, a primeira representa a sedimentação nos 4
primeiros minutos e a segunda os demais; ρw: massa específica da água na temperatura
da leitura; μ: viscosidade da água na temperatura da leitura; Di: diâmetro equivalente
• Limite de liquidez
81
de Casagrande (Figura 9(A)), sendo devidamente moldada com cerca
de 1 cm de espessura na parte central da concha e preenchendo,
aproximadamente, 2/3 de seu volume total. Com o auxílio de um cinzel,
uma ranhura deve ser aberta na parte central da amostra (Figura 9(B)).
As inclinações dos taludes criados pela ranhura devem ser 60°. Neste
momento são realizados golpes girando-se a manivela do aparelho a
uma velocidade de duas vezes por segundo, deixando com que a concha
caia em queda livre e bata em uma base que impossibilita o repique,
até ser verificado que os pés dos taludes formados pelo cinzel fechou,
aproximadamente, 1/2 polegada (13 mm)–Figura 9(C). Este é o critério de
parada do ensaio.
82
Figura 10 – Determinação do limite de liquidez
• Limite de plasticidade
83
Figura 11 – Cilindro de amostra do solo (acima) e gabarito (abaixo)
Com estes dois limites é possível definir o índice de plasticidade (IP), por
meio da seguinte equação:
IP = LL – LP Equação 6
84
Figura 12 – Esquema para compreensão da compactação do solo
85
É importante mencionar que após a compactação é necessário anotar a
massa de solo compactado que preenche o cilindro e retirar 3 cápsulas
de solo para determinação de umidade.
86
O ponto máximo da curva representa o ponto de máxima eficiência
de compactação, cujo par ordenado que o representa é denominado
de ωótima e ρd máx . No exemplo apresentado na Figura 13, estes valores
seriam, aproximadamente, 14,4 % e 1,78 g/cm³, respetivamente.
TEORIA EM PRÁTICA
Imagine que você possa ser contratado para fazer uma
avaliação do solo de uma obra de um barramento de
água. Considerando que você tem previamente em mãos
apenas algumas sondagens tipo SPT, quais demais ensaios
poderiam ser necessários para a completa compreensão do
escopo onde a obra será executada? Há algum outro ensaio
que, mesmo que não citado nesta unidade, você pediria
para caraterização do solo do local?
87
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
88
b. Quando as proporções são determinadas, as mesmas
podem ser divididas em argila, areia ou pedregulho.
c. Geralmente os solos são divididos em dois grandes
grupos: fração fina (< 0,075mm) e fração granular (>
0,075 mm).
d. Para a realização do ensaio de granulometria
do solo é necessária uma coleta de amostra de
solo indeformada, mantendo suas características
estruturais.
e. Não há uma norma de padronização para a realização
do ensaio de granulometria.
A – Aplicar golpes até que o pé do talude feche ½’’;
quando isso acontecer, anotar o número de golpes e
determinar o teor de umidade da amostra ensaiada.
89
Assinale a alternativa que contenha a sequência correta
das respostas anteriores:
a. D - B - C - A - E.
b. A - C - E - B - D.
c. A - E - C - D - B.
d. B - A - C - D - E.
e. C - E - A - D - B.
Referências Bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6457: Preparação de
amostras de solo para ensaio de compactação e ensaios de caracterização – Método
de ensaio. Rio de Janeiro, 2016a Versão corrigida: 2016.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6459: Determinação do
limite de liquidez. Rio de Janeiro, 2016b Versão corrigida: 2017.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6508: Grãos de Solos
que Passam na Peneira 4,8 mm – Determinação da massa específica, da massa
específica aparente e da absorção de água. Rio de Janeiro, 2016c Versão
corrigida: 2:2017.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7180: Solo – Determinação
do limite de plasticidade. Rio de Janeiro, 2016d.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7181: Solo – Análise
Granulométrica. Rio de Janeiro, 2016e Versão corrigida: 2:2018.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7182: Solo – Ensaio de
compactação. Rio de Janeiro, 2016f Versão corrigida: 2:2020.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16867: Solo – Determinação
da massa específica aparente de amostras indeformadas, com emprego – Método
da balança hidrostática. 2020.
DALLA ROZA, A.E. Granulometria dos solos. 2016. 50 p. Disponível em: https://
slideplayer.com.br/slide/5676064/. Acesso em: 19 jul. 2019.
DUARTE, N. Mecânica dos solos. 2014. 34 p. Disponível em: https://edificacoesjt.
files.wordpress.com/2014/09/aula-5-c3adndices-fc3adsicos-alunos.pdf. Acesso em:
20 jul. 2019.
SOUSA PINTO, C. de S. Curso básico de Mecânica dos Solos: com exercícios
resolvidos em 16 aulas. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. 355p.
90
SOUZA SILVA, A.C. Caracterização geotécnica por meio das metodologias
SUCS e TRB para os principais solos encontrados em Palmas–TO. Monografia
(Bacharelado em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Tocantins. Palmas,
2017. 51p.
VARELA, M. Apostila de Mecânica dos Solos. 2016. 52 p. Disponível em: http://
docente.ifrn.edu.br/marciovarela/disciplinas/mecanica-dos-solos. Acesso em: 12
jul. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: B
Resolução: Apenas as afirmações I e IV estão corretas.
ρ 1,72
Verificação =
I – ρd = = 1,3438 g / cm ³
(1 + w ) (1 + 0,28 )
Correção II – O índice de vazios é de 1,02 ou 102%.
ρs 2,72
e= − 1= − 1= 1,02 ou 102%
ρd 1,3438
A porosidade é de 50,5%.
e 1,02
=n = = 0,505 ou 50,5%
(1 + e ) (1 + 1,02 )
Correção III – O grau de saturação do solo, diferente do teor de
umidade gravimétrica, não pode ser superior a 100%, uma vez
que representa, fisicamente, o volume de seus vazios que estão
preenchidos com água. Neste exercício, o grau de saturação
vale 74,7 %.
=Sr
(=
w × ρs ) ( 0,28 × 2,72 )
= 0,747 ou 74,7%
( e × ρw ) (1,02 × 1)
=Sr 1=
e w ?
s(w × ρ )
→1
(w × 2,72 )
→ w 0,375 ou 37,5%
Verificação IV=
– Sr ( e × ρ = =
w) (1,02 × 1)
37,5% −28% =
9,5%
91
Questão 2 – Resposta: C
Resolução: Geralmente os solos são divididos em dois grandes
grupos: fração fina (< 0,075mm) e fração granular (> 0,075mm).
Questão 3 – Resposta: A
Resolução: D - B - C - A - E.
92
Classificação dos solos
Autor: Mateus Amarante Constancio
Leitor crítico: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
94
Essas rochas formadoras da crosta podem sofrer a sua decomposição
através do intemperismo físico ou químico, formando os solos.
O intemperismo físico compreende a desintegração das rochas
formando sedimentos sem alterar a composição mineralógica da
rocha mãe, por exemplo, a ação física dos vegetais ou variação da
temperatura. O intemperismo químico compreende as reações
químicas entre os minerais constituintes da rocha e soluções aquosas
de diferentes teores, como, por exemplo, a oxidação, a hidratação e
a hidrólise. Portanto, de uma maneira resumida e compreendendo
o ciclo evolutivo dos materiais da crosta, o solo é o resultado da
decomposição das rochas através do intemperismo físico e químico.
95
2.1 Solos residuais
Exemplos:
96
Figura 2 – Fluxograma para identificação de tipos de solo
quanto a origem
97
3. Classificação dos solos quanto a sua
granulometria
98
3.1 Ensaio de Peneiramento e Sedimentação (Curva
granulométrica)
99
Figura 3 – Exemplo de peneiras
100
Figura 5 – Curva granulométrica
101
ASSIMILE
A análise granulométrica dos solos é uma das
caracterizações obtidas em laboratório e uma das mais
importantes para a mecânica dos solos. Com ela se pode
classificar os solos, dando-lhe um nome em função da
sua granulometria de forma a se ter uma ideia do seu
comportamento, mas que deve ser feito com critério para
não gerar resultados equivocados.
102
determinar a cor, o odor e a textura do solo e a ocorrência ou não de
matéria estranha como raízes, conchas ou matéria orgânica. A porção
grossa do solo, se existente, é observada sua graduação, a forma das
partículas e a mineralogia existente. A porção fina se analisa através
da resistência à compressão, à dilatância e à plasticidade e, por
último, é verificada a dispersão do solo em um fluido (água).
103
Figura 7 – Filamento do ensaio de plasticidade
104
para que as partículas se sedimentem. As areias sedimentam em torno
de 60 segundos, os siltes demoram de 15 a 60 minutos e as argilas
podem levar horas para sedimentarem (BARROS, 2008). Com este ensaio
é possível determinar aproximadamente as porcentagens dos tamanhos
das partículas existentes na amostra.
105
A experiência e o constante manuseio comparando os resultados
obtidos em campo com os de laboratório fazem com que o profissional,
com o tempo, se torne apto para conseguir classificar os solos com certa
aproximação À classificação real do solo.
A faixa dos solos finos foi inicialmente dividida em dois grupos, ou seja,
um grupo formado pelos solos finos com baixa compressibilidade e
outro com alta compressibilidade, representados pelos sufixos L (low)
e H (high). Em cada um dos grupos existem três subdivisões que levam
em conta a predominância da fração fina (silte e argila) e a presença
de matéria orgânica (O). Um solo essencialmente orgânico, turfoso
e altamente compressível, com comportamento muito diferente dos
demais, foi classificado com Pt (peat), muito comum e frequente de se
confundir com OH.
106
Figura 9 – Esquema para classificação no sistema unificado
TEORIA EM PRÁTICA
O engenheiro geotécnico recebeu o resultado de uma
sondagem a percussão, onde no relatório constava que,
feita à análise tátil visual, o solo encontrado no local até
10,00 m de profundidade era extremamente argiloso e
resistente.
Baseado neste resultado, o engenheiro decidiu utilizar
tubulões escavados manualmente no projeto. No entanto,
quando se iniciou a obra de escavação, a parede do tubulão
começou a desmoronar, colocando o pessoal da escavação
107
em risco. Diante do exposto, reflita sobre o prejuízo de um
solo classificado erroneamente na tomada de decisões
do projeto. Qual foi o erro na classificação deste solo que
gerou o desmoronamento da escavação?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
108
de sedimento ao fundo. Após horas de observação, a
situação continuava a mesma coisa. Qual o provável tipo
de solo da amostra baseada nestas observações?
a. Silte arenoso.
b. Areia fina, siltosa.
c. Argila siltosa.
d. Areia fina, argilosa.
e. Argila pouco arenosa.
Referências Bibliográficas
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7181: Solo – Análise
Granulométrica. Rio de Janeiro, 2016e Versão corrigida: 2:2018.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6457: Preparação de
amostras de solo para ensaio de compactação e ensaios de caracterização – Método
de ensaio. 2016 Versão corrigida: 2016.
______. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR: 6502:1995. Rochas e Solos–
Terminologia. Rio de Janeiro, 1995.
BARROS, C. L. A. Ensaios Laboratoriais de Mecânica dos Solos – Ensaios
Laboratoriais de Geotecnia. FEC – UNICAMP – Departamento de Geotecnia e
Transporte. Campinas, 2008.
DAS, B. M. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. São Paulo: Thomson
Learning, 2014. Tradução da 8ª edição norte-americana.
LEMOS, R. C. de.; SANTOS, R. D. dos. Manual de descrição e coleta de solo no
campo. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo – Centro Nacional de Pesquisa de
Solos. 3. ed. Campinas-SP, 1996, p. 83.
NOGUEIRA, J. B. Mecânica dos Solos – Ensaio de Laboratório. Escola de
Engenharia de São Carlos–EESC – USP, São Carlos, 1995, 248 p.
SOUSA PINTO, C. Curso básico de Mecânica dos Solos: com exercícios resolvidos
em 16 aulas. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. 355p.
RIOS, J. L. P. Curso de Sedimentologia. CEFET, Rio de Janeiro, 1990.
STANCAT, G.; NOGUEIRA, J. B.; VILAR, O. M. Ensaios de Laboratório em Mecânica
dos Solos. EESC – USP – Departamento de Geotecnia. São Carlos, 1981.
VAZ, L.M. Classificação genética dos solos. São Paulo: Rochas e Solos, 1996.
109
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
Resolução: De acordo com a ABNT NBR6502: areia, diâmetros
compreendidos entre 0,06 mm e 2,0 mm, silte de 0,06 mm a 0,002
mm; e argila, grãos menores que 0,002 mm.
Questão 2 – Resposta: A
Resolução: Solo residual é o solo originado da decomposição da
rocha mãe e que não sofreu transporte, encontrando-se, portanto,
sobre ela.
Questão 3 – Resposta: E
Resolução: As areias sedimentam em torno de 60 segundos, os
siltes demoram de 15 a 60 minutos e as argilas podem levar horas
para sedimentarem. Como no início sedimentou pouco solo e após
horas a solução continuava bastante turva, pode-se concluir que
tem muita argila e um pouco de areia.
110
Resistência ao cisalhamento
Autor: Flávia Gonçalves
Leitor crítico: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
112
Figura 1 – Tensões no interior do solo
Segundo Sousa Pinto (2006, p. 255-256), sabe-se que existem três planos
onde não há a componente da tensão cisalhante, sendo as tensões
atuantes perpendiculares ao plano, denominados de planos de tensão
principal e as tensões denominadas de tensões principais. Dentre estas
tensões, há a tensão principal maior (σ1), a tensão principal menor (σ3)
e a tensão principal intermediária (σ2), sendo esta última geralmente
desconsiderada para as análises gerais de mecânica dos solos.
σ1 + σ 3 σ1 − σ 3
=σ
2
+
2
* cos(2α ) Equação 1
σ1 − σ 3
τ=
2
* sen(2α ) Equação 2
113
abscissas sendo as tensões normais (σ) e as ordenadas sendo as tensões
cisalhantes (τ). Conhecendo-se as tensões principais maior e menor (σ1
e σ3, respectivamente), ou as tensões normais e cisalhantes em dois
planos, é possível se construir o círculo, como mostra a Figura 2.
114
d. Para planos que formam o mesmo ângulo com os planos
principais em sentidos opostos, as tensões normais são iguais
e as tensões cisalhantes possuem sinais contrários, porém,
numericamente iguais.
115
1.4 Coesão e Ângulo de Atrito Interno
τ = c + σ * tgϕ Equação 3
ASSIMILE
A coesão do solo pode ser verdadeira, relacionada aos
agentes cimentantes químicos entre as partículas, ou
aparente, relacionada à pressão capilar da água presente
116
no interior da estrutura, sendo maior quando o solo está
mais seco, por exemplo, quando se faz um castelo de areia
na paria. Esta coesão aparente pode ser eliminada em caso
de completa saturação ou secagem do solo.
117
de Mohr, ele se assemelha ao critério de Coulomb, motivo pelo qual
comumente se conhece o critério como de Mohr-Coulomb.
ϕ
α= 45° + Equação 4
2
118
a. Ensaio de cisalhamento direto:
Segundo Sousa Pinto (2006, p. 265), como resultados deste ensaio, dois
gráficos são obtidos: Figura 6 (a) – tensão cisalhante versus deslocamento
horizontal no sentido do cisalhamento (d), onde pode-se encontrar
a tensão cisalhante máxima (τmáx) e a tensão cisalhante residual (τres),
esforço que o corpo de prova pode sustentar mesmo após a ruptura; e
Figura 6 (b) – deslocamento vertical (∆h) versus deslocamento horizontal
(d), mostrando se houve uma contração ou expansão do corpo de prova
durante a ruptura.
119
Figura 6 – Gráficos resultantes do ensaio de cisalhamento direto
120
em parâmetros em termos de tensões efetivas, uma vez que as pressões
neutras são dissipadas. Já para argilas, o ensaio pode ser drenado (muito
lento) ou não drenado (onde os carregamentos são muito rápidos).
Contudo, devido à sua simplicidade e rapidez, é o ensaio mais viável
quando se quer conhecer apenas a resistência do solo (SOUSA PINTO,
2006, p. 266).
121
A carga axial é medida por um anel dinamométrico ou célula de carga
acoplada ao pistão que penetra na câmara e transmite o carregamento
para a área transversal do corpo de prova por meio de um cabeçote. A
tensão, devido a este carregamento, é chamada de tensão desviatória,
sendo definida pela diferença entre as tensões principais maior e
menor (σ1–σ3).
122
I. Ensaio adensado drenado (CD): neste ensaio, a drenagem é
mantida durante todo o procedimento e, após a aplicação
da pressão confinante, as pressões neutras são dissipadas e
o corpo de prova sofre adensamento. O carregamento axial
é aplicado lentamente, garantindo que não há geração de
pressões neutras, obtendo-se, assim, resultados em termos
de tensões efetivas. Caso o corpo de prova esteja saturado, a
quantidade de água que sai é igual à variação de volume da
amostra. Pode ser também chamado de ensaio lento (S), sendo
mais rápido para solos mais granulares, porém, quando se
analisa solos mais finos, este ensaio pode levar dias para ser
finalizado.
123
PARA SABER MAIS
Tanto para o ensaio de cisalhamento direto quanto para
o de compressão triaxial, há o posicionamento de pedras
porosas nas faces superior e inferior do corpo de prova.
Estas pedras têm função de garantir a drenagem da água
sem que haja carreamento de partículas de solo.
TEORIA EM PRÁTICA
Foi solicitado que um engenheiro analisasse a resistência
de um solo obtendo os parâmetros em termos de tensões
124
efetivas. O solo não está na condição saturada e há um
prazo razoável para entrega dos resultados. Dito isso, qual
ensaio laboratorial você recomendaria e o motivo? Além
disso, quais resultados você obteria deste ensaio?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
125
e. Todas as afirmações estão corretas.
( ) Cisalhamento direto.
126
( ) Compressão triaxial – ensaio não adensado não
drenado (UU).
a. D - B - C - A.
b. A - C - B - D.
c. A - C - D - B.
d. B - A - D - C.
e. C - A - D - B.
Referências Bibliográficas
AGUIAR, L. A. Contribuições para a análise do comportamento mecânico de
solos compactados para uso em barragens. 2010, 149 f. Dissertação (Mestrado
em Geotecnia)–Universidade de Brasília, Brasília, 2010.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações: Fundamentos. 6. ed. Rio de
Janeiro: LTC–Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1988. 244 p.
DAS, B. M; SABHAN, K. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 8. ed. São Paulo:
Thomson Learning, 2014. 577 p. Tradução da 8ª edição norte-americana.
SOUSA PINTO, C. de S. Curso básico de Mecânica dos Solos: com exercícios
resolvidos em 16 aulas. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. 355p.
VIECILI, C. Determinação dos parâmetros de resistência do solo de Ijuí a partir
do ensaio de cisalhamento direto. 2003, 76 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Engenharia Civil)–Universidade Regional do Noroeste do Estado do
Rio Grande do Sul, Ijuí, 2003.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
Resolução: Apenas as afirmações II e IV estão corretas.
127
Correção I – As tensões efetivas serão menores, caso as pressões
neutras sejam positivas, e maiores, caso as pressões neutras sejam
negativas.
Questão 2 – Resposta: C
Resolução: Os planos de ruptura que representam as máximas
tensões cisalhantes formam com os planos principais um
ângulo de 45°.
A equação (σ1–σ3)/2 é equivalente à máxima tensão cisalhante ao
plano; Planos de ruptura diferentes, mas que formam o mesmo
ângulo com os planos principais, possuem as tensões normais
iguais e cisalhantes numericamente iguais, porém com sinais
contrários; O plano de ruptura será o que possui o ponto em que a
envoltória tangencia o círculo de Mohr.
Questão 3 – Resposta: D
Resolução: B - A - D - C.
Característica A – ensaio adensado e drenado ao longo do
carregamento, então é a compressão triaxial do tipo adensado
drenado (CD).
128
Tensão X Deformação X
Resistência dos Solos
Autor: Flávia Gonçalves
Leitor crítico: Alana Dias de Oliveira
Objetivos
1.1 Compressibilidade
130
Considera-se que as fases sólida e fluida são incompressíveis, pois
deformam muito pouco diante da compressão, sendo as deformações
do solo provenientes principalmente da drenagem da fase fluida
presente nos vazios, conforme Figura 1, onde ∆Hν é a variação da altura
dos vazios devido a saída dos fluidos, acarretando uma diminuição do
volume do solo.
131
1.2 Recalques
ρt = ρi + ρ a + ρ s Equação 1
132
ASSIMILE
O solo pode sofrer três tipos de deformações por
compressão: a elástica, cuja variação de volume é
temporária; a plástica, cuja variação de volume é
permanente; e a por viscosidade, cuja variação de volume
é permanente, porém com menor magnitude.
σo * B
=ρi I * *(1 −ν 2 ) Equação 2
E
Tabela 1 – Coeficiente I
Flexível
Tipo de Placa Rígida
Centro Borda/Canto
Circular 0,79 1,00 0,64
Quadrada 0,86 1,11 0,56
L/B = 2 1,17 1,52 0,75
Retangular L/B = 5 1,66 2,10 1,05
L/B = 10 2,00 2,54 1,27
133
No caso de elementos rígidos, os recalques serão uniformes ao longo
de toda a área carregada, e no caso de elementos flexíveis, os recalques
serão maiores no centro, conforme a Figura 3.
1.4 Adensamento
a. O solo é homogêneo.
134
c. A compressão do solo e a percolação da água são
unidimensionais.
135
Figura 4 – Analogia mecânica de Taylor
∆e
∆H = * Hd Equação 3
1 + e0
136
metade da altura da camada, já que o caminho que a água terá que
percorrer será, no máximo, do centro da camada até a face de baixo ou
de cima. Quando há apenas uma face drenante, o maior caminho que a
água terá que percorrer será do ponto da face não drenante até a face
drenante, equivalendo ao valor total da altura da camada.
cv * t k t
=T = * 2 Equação 4
Hd 2
γ w * mv H d
137
1.6 Grau de Adensamento
138
porcentagem de recalque. Este parâmetro relaciona o recalque
sofrido em um tempo t e o recalque total. A Tabela 2 indica diferentes
porcentagens de recalque em relação com os fatores de tempo T, que é
calculado segundo as Equações 5 e 6:
a. Se U ≤ 60%:
π
T =
4
*U 2 Equação 5
b. Se U > 60%:
[−0,9332*log(1 − U )] − 0, 0851
T= Equação 6
139
17 0,0227 37 0,108 57 0,257 77 0,510 97 1,135
18 0,0254 38 0,113 58 0,266 78 0,528 98 1,500
19 0,0283 39 0,119 59 0,276 79 0,547 99 1,781
20 0,0314 40 0,125 60 0,287 80 0,567 100 ∞
Figura 8 – Oedômetro
140
são obtidas por duas pedras porosas colocadas acima e/ou abaixo da
amostra. Uma carga axial é aplicada na parte superior e é distribuída
uniformemente pela área do corpo de prova por um cabeçote. Nesta
situação o solo irá deformar apenas verticalmente, já que o anel
impedirá deformações horizontais (ORTIGÃO, 2007, p.134).
Ainda segundo Bueno e Vilar (1979, p. 92), os três trechos da curva são
definidos como:
141
a. Recompressão do solo: trecho quase horizontal que representa
a condição de compressão que o solo já sofreu em campo sob
efeito da máxima tensão, visto que, quando se retira a amostra do
maciço, há um alívio de tensões e uma pequena expansão.
b. Reta virgem: trecho reto e inclinado, representando as
deformações sofridas pelo solo sob efeito de tensões maiores que
a tensão máxima sofrida na natureza, sendo os valores destas
deformações muito significativos.
c. Descarregamento: trecho levemente curvo que representa a fase
de descarregamento do ensaio, onde o solo sofre ligeira expansão.
a. Tensão de pré-adensamento:
142
II. Pré-adensado, quando a tensão de pré-adensamento é maior que
a tensão efetiva, indicando que o solo sofreu no passado tensões
maiores que as atuais.
III. Parcialmente adensado, quando a tensão de pré-adensamento
é menor que a tensão efetiva, indicando que o solo ainda não
adensou totalmente sob o peso próprio, não tendo atingido o
equilíbrio.
Nota: (a) solo normalmente adensado; (b) solo pré-adensado; (c) solo
parcialmente adensado.
b. Coeficiente de adensamento:
143
O coeficiente de adensamento (cv) está relacionado à velocidade do
adensamento, sendo ela constante em cada estágio de carregamento.
Segundo Sousa Pinto (2006, p. 227-228), este coeficiente indica a
variação do recalque ao longo do tempo. Um dos métodos para se obtê-
lo é o método gráfico de Taylor, que relaciona o tempo para que ocorra
90% (t90) do adensamento. Este método consiste em:
III. Traçar uma distância “d” entre um ponto qualquer desta reta
aproximada até o eixo das ordenadas.
T90 * H d2
cv = Equação 7
t90
144
c. Outros parâmetros de adensamento:
TEORIA EM PRÁTICA
Foi solicitado que um engenheiro encontrasse os motivos
do rebaixamento da estrutura de uma ponte. Ao analisar
145
o solo por meio de sondagens e ensaios laboratoriais,
ele concluiu que a camada em que as fundações da obra
se encontravam apoiadas se tratava de um solo argiloso,
com tensão de pré-adensamento menor que as tensões
efetivas de campo. Diante disso, quais os possíveis tipos de
recalques este solo pode ter sofrido após a construção da
ponte e qual a classificação que ele recebe de acordo com a
tensão de pré-adensamento?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
146
a. Apenas as afirmações II e III estão corretas.
b. Apenas as afirmações I e IV estão corretas.
c. Apenas as afirmações II e IV estão corretas.
d. Apenas as afirmações III e IV estão corretas.
e. Todas as afirmações estão corretas.
147
( ) O sistema entra em equilíbrio com um novo volume.
a. D - B - C - A.
b. A - C - B - D.
c. A - C - D - B.
d. B - A - D - C.
e. C - A - D - B.
Referências Bibliográficas
BUENO, B. S.; VILAR, O. M. Mecânica dos solos. São Carlos: Universidade de São
Paulo, v. I, 1979.
CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações: Fundamentos. 6. ed. Rio de
Janeiro: LTC–Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1988. 244 p.
MARANGON, M. Compressibilidade e adensamento do solo. 2018. Disponível
em: http://www.ufjf.br/nugeo/files/2013/06/Marangon-Cap%C3%ADtulo-03-
Compressibilidade-e-Adensamento-2018-at%C3%A9-pag-90.pdf. Acesso em: 23
jul. 2019.
ORTIGÃO, J. A. R. Introdução à Mecânica dos Solos dos estados críticos. 3. ed. Rio
de Janeiro: Terratek, 2007.
SOUSA PINTO, C. Curso básico de Mecânica dos Solos: com exercícios resolvidos
em 16 aulas. 3. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2006. 355p.
Gabarito
Questão 1 – Resposta: C
Resolução: Apenas as afirmações II e IV estão corretas.
148
Correção I – As deformações elásticas, também chamadas de
recalques imediatos, são variações de volume temporárias do solo,
podendo ser reversíveis.
Questão 2 – Resposta: D
Resolução: a) Tanto a fase sólida como a fase fluida são
consideradas incompressíveis.
b) A compressão do solo e a percolação da água são
unidimensionais.
Questão 3 – Resposta: B
Resolução: A - C - B - D.
Primeiramente, após a aplicação da sobrecarga, quem resiste é
apenas a água, sem variação da altura do pistão e aumento da
poro-pressão. Quando se abre o orifício e permite-se que a água
percole, a sobrecarga passa a ser resistida pela água e pela mola,
com o pistão começando a descer. Por fim, a água para de percolar
e a mola passa a resistir toda a sobrecarga, com a variação de
altura do pistão estabilizada e o acréscimo de poro-pressão igual
a zero. Consequentemente, o sistema entra em equilíbrio com um
novo volume devido ao rebaixamento do pistão.
149
150